A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA Aparecida Luzia da Cunha Santos RESUMO Este artigo relata a importância da parceria entre família e escola no processo educacional. Através da pesquisa ação realizada, nos possibilitou perceber que só através da parceria entre as duas esfera poderá obter uma educação de qualidade. O sucesso do trabalho realizado pela família/escola no processo de desenvolvimento das crianças baseia em um conjunto de atitudes praticadas por todos envolvidos no processo. Referindo em parceria, a escola necessita da participação dos pais na educação, não importa o ambiente que a criança esta inserido, o importante é a forma que este indivíduo é assistido no lar. Já a escola deverá dar continuidade no processo realizado pelos familiares. Palavras chaves: escola, família, parceria. 1. INTRODUÇÃO O trabalho de pesquisa ação buscou analisar a participação da família no processo de aprendizagem dos alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Irmã Julita, situado a Rua 15 esquina com a 07 S/Nº em Paraíso do Tocantins. Para tanto, foi necessário realizar um questionário em busca de entender como as famílias influenciam e auxiliam as crianças no processo de aprendizagem e como se dá o envolvimento entre escola-família. Durante este processo de pesquisa, foi possível perceber como os pais e responsáveis das crianças do Ensino Fundamental das series iniciais viabilizam a importância do seu papel na fase escolar dos seus filhos. A problemática em estudo permitiu conhecer a situação familiar e suas dificuldades em acompanhar o processo escolar das crianças. Sabendo-se que a educação é um processo contínuo que deve ser desenvolvido dentro do âmbito familiar. Portanto, primeiramente se fez necessário o estudo do contexto familiar onde a criança esta inserido, para procurar entender a partir daí o seu desenvolvimento escolar. Sabendo que o maior propósito da escola e construir uma parceria com as famílias com o objetivo de potencializar as ações das famílias na escola estimulando a construção do conhecimento e desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Buscando assim a participação das famílias nas atividades escolares para diminuir o índice de reprovação e evasão escolar, valorizando dentro do âmbito escolar a participação da família, almejando o melhor desenvolvimento do aluno e estimulando a parceria entre família/escola para proporcionar o comportamento educacional dos educandos em busca de sanar as dificuldades encontradas no processo de aprendizagem e disciplinar. 2. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA A escola Municipal Irmã Julita é situada a Rua 15 esquina com a 07 S/Nº no setor aeroporto em Paraíso do Tocantins. Neste ano a escola conta com 42 funcionários e 260 alunos matriculados nos turnos matutino e vespertino. Sendo que no turno matutino atende crianças de jardim II e III, 1º ano e de 6º ao 9º ano, no turno vespertino atende jardim II, III e de 1º ao 5º ano. Para a realização desta pesquisa foi escolhido às turmas da primeira fase, devido eles requererem mais acompanhamento no desenvolvimento da aprendizagem. A clientela que é atendida nesta Unidade de Ensino é de classe baixa. Pois, a escola esta inserida em um setor considerado da periferia. Onde os moradores não possuem residência própria e a rotatividade das crianças é muito grande. Por isso há uma grande dificuldade na realização e desenvolvimento do trabalho almejado. Devido à clientela ser de baixa renda foi encontrado uma grande dificuldade em trazer a família para dentro do processo educacional. Pois, a maioria dos pais trabalham o dia todo e as crianças mais velhas é que cuidam das menores. Além da resistência em dedicar um tempo menor que seja na educação de seus filhos. Muitos dos pais são analfabetos e outros delegam toda a responsabilidade que deveria ser deles para a escola. Segundo PRADO (1981) “A família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos e dos costumes”. Conforme os problemas encontrados, se fez necessário a elaboração de um Projeto de Intervenção que pudesse auxiliar na busca das famílias para dentro da escola. Pra esta tomada de decisão foi realizado uma reunião com toda a equipe da escola. E juntamente com todos ficou decidido que este processo deveria ser feito somente com as turmas de 1º ao 5º ano devido ser crianças menores e necessitarem maior atenção da família. Dentre os alunos das turmas escolhidas foi selecionado um total de 30 famílias para responderam um questionário com 10 quentões referente o acompanhamento realizado com seus filhos. Após a realização da pesquisa, os resultados obtidos foram: Analisando os resultados obtidos percebe-se que o quantitativo de familiar que auxiliam o desempenho das crianças é muito pouco. E isso esta refletindo no desempenho educacional das crianças. 3. A RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA Escola e família são fundamentais para o processo de aprendizagem, estes dois contextos têm o papel de desenvolver a socialização, a harmonia, a aprendizagem e o afeto nos indivíduos. É no ambiente familiar e escolar que o sujeito se desenvolve de acordo com a realidade vivida seja cultural ou social, preparando-se para com convívio na sociedade. É importante desenvolver um estudo sobre a realidade que a criança esta inserida, para poder detectar onde a influência familiar poderá prejudica ou ajuda no processo de aprendizagem, observando como é ou não o relacionamento entre escola e família, já que estas duas esferas têm uma responsabilidade de ser referencia para a formação do educando e é com esta junção que a educação é realizada de forma inigualável. Para que haja um melhor desempenho do educando se faz necessário que estes dois contextos trabalhem de forma coletiva, sendo que tanto um quanto o outro oferecem pontos positivos e negativos na formação do individuo. A educação é o conjunto de ações, processos, Influências, estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo na relação ativa com o ambiente natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. (LIBÂNEO, 2000, p. 22). De acordo com esta afirmação, é importante fazer um estudo do contexto familiar, buscando compreender como julgam as famílias referente ao seu papel no processo escolar dos seus filhos, pois não há como haver um debate entre famíliaescola sem compreender o que ambos pensam a respeito da sua importância na participação no desenvolvimento do aprendizado das crianças. Sendo que quando há uma participação efetiva dos pais no processo de aprendizagem a equipe escolar poderá desenvolver seu papel pedagógico com mais ênfase. Com esta afirmação, a responsabilidade da escola de incentivar e trazer a família para dentro do âmbito escolar aumenta muito, e este trabalho deve ser realizado com perseverança e dedicação. Pois, na realidade que convivemos não esta sendo fácil mostrar para as famílias a importância que elas têm no processo escolar. Sabendo que se uma destas instituições não auxiliar e apoiar a outra jamais poderá ser realizado um trabalho com bons resultados. Segundo TIBA (2006) A força dos pais está em transmitir aos filhos a diferença entre o que é aceitável ou não, adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo, e assim por diante. Se a escola não conta com este limite oferecido no lar, fica bem mais difícil o seu trabalho, pois, não terá apoio nenhum no que se refere limite. 3.1 O PAPEL DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO Conforme PRADO (1981), A família como toda instituição social, apesar dos conflitos é a única que engloba o indivíduo em toda a sua história de vida pessoal. É no contexto familiar que a criança adquiri suas primeiras experiências educativas e aprende a se harmonizar nos diferentes ambientes, independente das normas que lhe são impostas, através da família, da escola ou qualquer que seja a realidade vivida na sociedade. A família tem que ser a maior responsável pela educação dos indivíduos, devido está em permanente contato com a criança no lar durante a fase de formação e desenvolvimento da personalidade. É por isto que não se devem transmitir as responsabilidades da família para outra instituição, principalmente para a escola que tem como dever dar continuidade ao processo que vem sendo desempenhado pela família. Quando a família não desempenha o seu papel, na maioria das vezes provoca uma insegurança na criança, que poderá se transformar em um adulto frustrado, com a alta estima baixa e às vezes até agressivo. Para PRADO (1981): “A família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos e dos costumes”. É no seio familiar, que a criança aprende a socializar, dividir, compartilhar e conviver em grupo. “Uma das principais funções da família é a função educacional e, que esta é a responsável por transmitir à criança os valores e padrões culturais do meio social em que está inserido”. (OLIVEIRA,1993, p. 92). Independendo das condições de vida onde a criança esta inserida não deverá ser transferir a responsabilidade dos familiares para a escola. Este processo pode ajudar no desenvolvimento pessoal da criança. Mas sem exagero, pode se afirma que esta transferência de responsabilidade irá impedir que a criança vivencie experiências afetivas no âmbito familiar que são importantes para construção da identidade. O que deve ser feito é um trabalho que envolva as duas instituições a família/escola que as duas andem juntas em busca de um só objetivo, o desenvolvimento e formação do individuo. Nesse sentido, sugere se que os responsáveis pelo sujeito desenvolvam o seu papel no lar que é ensinar, orientar, amar e valorizar a se próprio, não importando com as diversidades que a vida nos oferece. Se a família desenvolver o seu papel, quando ele for inserido em uma nova realidade, que é escola a criança não irá ter nenhuma dificuldade de socialização e adaptação com o meio onde foi inserido. Já a escola, tem que acolher este ser com muita responsabilidade, afeto e dedicação. Pois, a partir deste momento e responsabilidade e da escola em dar continuidade no processo que já foi iniciado pela família. Quando em casa não é oferecido à criança limite, educação e respeito para com o próximo, o trabalho da escola fica limitado. Pois, tem que oferecer aquilo que já deveriam trazer de casa. Para Cury (2003) “O mundo não pode apostar em nossos filhos, mas jamais devemos perder a esperança de que eles se tornem grandes seres humanos”. Sabe-se que hoje praticamente todos os membros da família trabalham fora de casa, sendo que a maioria das famílias é comandada somente por mães, devido o casal ser separados e muitas dessas famílias trabalhadoras não têm condições de acompanhar o processo de aprendizagem dos filhos. Este fator influencia muito no desempenho do educando. Pois, as mães ficam sobrecarregadas e não tem tempo para desempenhar em casa o seu principal papel, o de mãe. Para Szymanski (2001): “‘família desestruturada’ não quer dizer mais do que uma família que se estrutura de forma diferente do modo da família nuclear burguês”. Portanto, é ai que deve se unir família e escola para desempenhar no sujeito o processo educacional. Sendo, mesmo com todas as dificuldades são os pais que devem impor seu poder de decisão sobre seus filhos. Pois, a criança necessita da família refletindo como um espelho, onde elas possam se ver, distinguir o certo do errado e descobrir o seu papel na sociedade onde esta inserido. Desse modo a família necessita de apoio de outras instituições, principalmente da escola para dar continuidade no processo que vem sendo desenvolvido em um ambiente estável. O papel familiar é muito importante na vida escolar da criança, no comportamento, na organização, nas atitudes e no desempenho da aprendizagem. Infelizmente, existem muitas famílias que influenciam suas crianças negativamente, é aí que começa os problemas por todas as partes que esta criança passa. 3.2 COMO JUSTIFICAR O COMPROTAMENTO DO EDUCANDO Não deve se responsabilizar os familiares como único culpado pelo mau comportamento, desempenho escolar, dificuldade de socialização e até mesmo as agressividades dos alunos. Pois, não se reduzem as convivências somente no ambiente familiar, algumas criança passam a maioria do tempo só ou convivendo com pessoas que não tem parentesco algum. Observando a aprendizagem no sentido amplo percebe-se que o aprendizado é adquirido durante toda a vida do ser, independente do ambiente em que se encontra. Portanto, é deve a família participar mais de perto e efetivamente do processo de aprendizagem, com o objetivo de auxiliar e facilitar a prática escolar. Percebe-se que desenvolvimento escolar dos educandos pode ser tardado por diferentes motivos, o principal nesta realidade é a rotatividade devido não possuírem residência própria, outro fator é a desmotivação do aluno que o leva a não se interessar pelo estudo, pode ser a monotonia da aula que não os atrai ou a falta de maturidade da criança, vários são os fatores que levam a interrupção dos estudos. Devido o aluno estar com distorção de série/idade é um agravante que prejudica muito o desempenho do educando dentro da sala de aula. Pois, ele se torna indisciplinado devido estar desestimulado e inserido junto a um público que não condiz com sua faixa etária, na maioria das vezes ele se torna agressivo com os menores, infelizmente o índice de reprovação deste aluno só aumenta e a possibilidade de conclusão pelo menos do Ensino Fundamental se distancia cada vez mais. Segundo Zago, (2000) “As interrupções aumentam a distância entre a idade cronológica e a idade escolar, e quando maior a diferença, mais improvável se torna a conclusão completo de ensino na educação básica”. Quando um aluno esta inserido em série distorcida, na maioria das vezes provavelmente ele irá se tornar um aluno indisciplinado, devido seus colegas serem de faixa etária bem inferior a dele e isto trás constrangimento, ter que trabalhar para o seu próprio sustento ou falta de perspectivas. Todos estes fatores são agravantes para uma desistência. Quando este aluno for perceber o quanto tempo ele perdeu, terá que ser inserido em programas que venha acelerar o seu nível de estudo. Este retorno geralmente é feitos em turmas que funcionem no período noturno devido ter que conciliar trabalho e estudo. Considerando a relação da família com a escola, a construção do sucesso ou insucesso escolar poderá se desenvolver de várias maneiras. Dependem de como é desenvolvida as ações para a permanência da criança na escola. Existem pais que apresentam uma postura negativa a respeito da escola, podendo desestimular seus filhos no que refere a importância da escolarização para a sua vida. Outros têm uma grande insatisfação por não terem tido oportunidade de concluir seus estudos e busca superar este fracasso, transmitindo a responsabilidade aos seus filhos através de conselhos em relação aos estudos, que na maioria das vezes nem sempre são acatados. Podendo apresentar comportamentos contrario e desistem de estudar. Diante de tantos conflitos que surgem entre a família e a escola percebe-se só há solução para superar tantos problemas que ocorrem dentre do âmbito escolar. Esta solução é uma parceria entre as duas principais instituições responsáveis pelo desenvolvimento do individuo, independente da classe social é necessário o apoio e acompanhamento efetivo dos familiares. Para que esta parceria seja positiva é necessário que a escola conheça os comportamentos e atitudes desempenhadas pelas famílias para que possa encontrar estratégias que venha trazer para dentro da Unidade Escolar o apoio necessário. Para “Uma condição importante nas relações entre família e escola, é a criação de um clima de respeito mútuo (... tendo claramente delimitado os âmbitos de atuação de cada um”. (SZYMANSKI, 2001. P. 75). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da realização deste trabalho, percebe-se de fato que a participação dos pais no processo escolar dos alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental é muito importante. Devido eles ainda serem bem pequenos e muito imaturos. Diante disso, constata-se que os pais investigados consideram importante sua participação no processo escolar dos filhos, sendo que essa participação ainda não está sendo o suficiente para refletir no desenvolvimento da criança. Não se sabe se o maior responsável é os pais que não estão se dedicando como deveria ou da escola, devido à forma de trabalho que esta sendo realizado. Percebe-se que esta falta de participação da família está sendo um grande desafio para os envolvidos com o processo educativo das crianças. Faz se necessário que a parceria entre escola/família seja realizada com compromisso por ambas as partes, em busca de superar as dificuldades existentes nessa relação. A escola vem buscando cada vez mais novas formas de trabalho para facilitar a aproximação com as famílias. Foi possível concluir ainda que as dificuldades vivenciadas pelos alunos dentro do ambiento escolar na maioria das vezes vem do convívio social que este indivíduo está inserido e na forma que os pais têm usado para educar seus filhos. O importante é não atribuir total responsabilidade somente a uma das instituições. E sim realizar em parcerias o processo educativo, a fim de obter resultados mais amplos e positivos. 5. REFERÊNCIAS CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes. Professores Fascinantes. Rio de Janeiro. Editora: Sextante, 2003. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, Para quê. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2000. OLIVEIRA, P. S. Introdução à sociologia da educação. -São Paulo: Ática, 1993. PRADO, Danda. O que é família. 1 ed. São Paulo: Brasiliense, 1981. (Coleção Primeiros Passos). SZYMANSKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas. Brasília: Plano, 2001. TIBA, Içami. Disciplina Limite na Medida Certa – São Paulo Editora: Integrare, 2006. ZAGO, N. Processo de escolarização nos meios populares – As contradições da obrigatoriedade escolar. Em Nogueira, M.A; Romaneli, G, ZAGO, N. (Orgs). Família e escola: Trajetória da escolarização em camadas médias e populares. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000 p. 17-43.