Um bom investimento
Q
Num contexto de crise económica mundial, as palavras aposta
uando rezamos pelas vocações,
Deus dá-nos a oportunidade
de colaborarmos para a promoção
Do ponto de vista espiritual, este investimento torna-se
As palavras do seu pai foram
para ele um legado. Durante
todo o tempo no seminário,
levou-as no coração.
«tesouro acumulado no céu, onde a traça e a ferrugem não
o corrompem». Formar um seminarista significa ajudar a
O bom sacerdote de Netia
ao sacerdócio e à vida religiosa.
António Gasolina provinha de uma família muçulmana,
frequentou uma escola católica, foi baptizado e sentiu
vocação para o sacerdócio. Mas só na missa nova revelou
o seu segredo, na homilia. Quando o pai estava no leito
de morte, António participou-lhe que queria ser padre
católico e o pai disse: «Aprovo com uma condição. Tens
que ser um bom padre.» E quando António teve que partir
para o seminário, mas não querendo deixar sozinho o pai
moribundo, este voltou a tomar a palavra: «Vai! Se não
fores, ficamos ambos a perder. Eu morro de qualquer
maneira e tu perdes a vocação e destróis a tua vida.»
de os ajudarmos. Aqui está uma
óptima oportunidade de apoiar
os seminários de Moçambique!
(Papa Bento XVI no Sínodo dos Bispos Africanos)
e investimento transportam um sentido de actualidade.
e o sustento dos candidatos
Deus dá-nos a oportunidade
Levanta-te Africa!
desenvolver uma comunidade através da formação humana
e espiritual, através do desenvolvimento económico e social.
Se nos lembrarmos que eles vão rezar por nós já hoje, e
também amanhã e no futuro, através da celebração da
Eucaristia, então este investimento nunca pode ser
subestimado nem deve ser considerado um desperdício.
António foi para Maputo, para o único seminário de Moçambique.
Aí estudam actualmente 125 candidatos ao sacerdócio. De momento,
existem só 203 padres diocesanos, número insuficiente para um grande
país que tem mais de 4,5 milhões de católicos (24% da população).
O próprio António trabalha como padre na Paróquia de Netia, Diocese
de Nacala, no Norte de Moçambique. Aí vive a sua mãe, que entretanto
também foi baptizada. Aqui ele quer construir um centro para catequistas. Estes são especialmente necessários para colmatar a falta de
padres na evangelização. Tais centros têm tradição em Moçambique
e têm os seus intercessores no céu. Na verdade, durante a guerra
civil (1976 – 1992) morreram como mártires muitos catequistas e
suas famílias, nesses centros.
Tal como a maioria dos padres diocesanos, António não tem meios
e depende dos estipêndios de missa. Para garantir o seu sustento,
tem que exercer várias profissões. O Padre António quer ser um bom
padre. Tem esperança. Graças à vossa ajuda já vê o centro florescer.
O P. Rafael Sapato, Reitor
do Seminário S. Pio X em Maputo,
o único seminário maior do país,
deixou uma palavra
de agradecimento e estímulo
aos nossos benfeitores.
C
« aros benfeitores da Fundação AIS, se puderem, por favor, continuem
a apostar na formação dos nossos seminaristas. São Vicente de Paulo
dizia que “a mão do pobre é cofre de Deus”. Vocês dão agora para que
nós possamos dar amanhã. O mundo muda e ninguém dá eternamente.
Só Deus. Por isso, considerem a vossa ajuda como se estivessem a
semear. De facto já existem em Portugal algumas paróquias que são
atendidas por padres africanos. Estes padres foram formados com o
vosso dinheiro e agora vocês colhem os frutos. Padres, sempre serão
precisos. A sociedade precisa de profetas. O vosso apoio material
proporciona-nos serenidade na oração. Vós rezais por nós e nós rezamos
por vós. Estejam certos que nós rezamos!»
G0916
Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LISBOA
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[email protected] • www.fundacao-ais.pt
Edição: Fundação AIS
Publicação: Novembro de 2009
Redacção: Félix Lungu, Alexandra Ferreira e Ana Vieira.
Fotos: © ACN / A. Halemba / M. Wolnik / C. Klyma / F. Lungu
Impressão: Clássica
MO Ç A M B I Q U E
Conhecida como uma terra que procura fugir das injustiças
Falta de Padres
e das guerras, África é também o continente do amor, da
O Padre Pablo, missionário argentino na diocese de Xai Xai
solidariedade e do compromisso pela paz e reconciliação.
A Igreja em África evidencia um dinamismo sem
Em Moçambique existem apenas 203 padres diocesanos, 95% dos
quais se dedicam ao ensino. O envolvimento destes padres na vida
precedentes no crescimento das vocações e nas muitas
secular é o maior desafio da Igreja em Moçambique. Os padres não
actividades católicas no campo da assistência social, da
recebem salário e “são obrigados” a ensinar nas escolas públicas para
garantirem o seu sustento, mas passam mais tempo na escola do que
saúde e da educação.
na igreja. Esta situação faz com que cada vez mais descuidem o trabalho
pastoral para se dedicarem ao ensino.
Quelimane
O Seminário Propedêutico Santo Agostinho de Quelimane
acolhe 90 seminaristas mas as sua instalações são
claramente insuficientes para a vida do seminário. O
Reitor do seminário falou-nos das necessidades mais
urgentes: a substituição da canalização e instalação
A Igreja de Moçambique é jovem, alegre e acolhedora.
Recentemente, uma equipa da Fundação AIS visitou Moçambique e encontrou uma Igreja jovem, alegre e acolhedora,
onde o serviço desempenhado pelos fiéis leigos é fundamental.
Encontrou comunidades cristãs profundamente empenhadas no trabalho de evangelização e acompanhamento dos
milhares de catecúmenos que todos os anos entram na Igreja. Mas também viu a pobreza e o grande sofrimento de uma
Igreja sacrificada, cujos cristãos são privados dos sacramentos e da assistência pastoral por causa da falta de padres.
Num país com mais de 20 milhões de habitantes e uma área oito vezes maior que Portugal, a Igreja de Moçambique
tem pela frente inúmeros desafios.
Contudo, quem mais sofre com esta situação são as comunidades
sanitária, a construção de um novo dormitório e a criação
cristãs, obrigadas a viver sem sacramentos nem assistência espiritual.
de uma biblioteca.
Um outro desafio para o trabalho pastoral tem a ver com os meios de transporte.
As distâncias entre paróquias são muito grandes e podem chegar a mais de
100 km. Os padres não têm carros e os ministros da comunhão andam vários
dias para poderem levar a Eucaristia às comunidades do interior.
Descobrimos, estupefactos, que numa das dioceses com 18 paróquias havia
apenas um carro velho. Gostaríamos de ajudar, mas os preços são muito elevados
por causa dos impostos, visto que um carro é taxado como um «produto de luxo».
Por causa das distâncias, a evangelização através das ondas de rádio é muito
importante. A maior parte das dioceses tem uma rádio e os resultados são
excelentes porque as pessoas ouvem muito a rádio e têm o costume de se
juntarem para a ouvir em grupo. A emissão é feita nas línguas locais e a
programação, realizada por jornalistas e voluntários, inclui temas actuais de
interesse público.
O Islão está a tomar conta da África
Em Jecua, na Província de Manica, junto à fronteira com
No Norte de Moçambique, a forte influência muçulmana proveniente da
vizinha Tanzânia, torna o trabalho da Igreja muito difícil. Contudo, a presença
dos cristãos faz-se notar através do serviço no campo da educação e da saúde.
Infelizmente há uma espécie de discriminação encapotada e quem precisar
de emprego só consegue um contrato de trabalho se for muçulmano. Os
rapazes são incentivados a casar com raparigas cristãs que, depois do casamento,
se tornam muçulmanas. As jovens muçulmanas estão proibidas de casar com
os cristãos, o que significa que o ambiente é favorável ao crescimento dos
muçulmanos e bastante hostil à presença e desenvolvimento do Cristianismo.
Existe um programa agressivo de construção de mesquitas
ao longo das principais vias de comunicação.
A islamização do país está a ser realizada de uma maneira sistemática com
grandes ajudas financeiras vindas dos países árabes, através do Banco Islâmico.
Existe um programa agressivo de construção de mesquitas ao longo das
principais vias de comunicação que, para além do seu aspecto funcional,
representam também um símbolo muito forte da presença do Islão. O povo
simples entende melhor estes símbolos do que qualquer outro tipo de discursos.
Jecua
o vizinho Zimbabué, está o Seminário Diocesano de S.
Carlos Luanga, onde trabalham os Missionários de
Guadalupe de origem mexicana. O Reitor, P. Joaquin Toris
Acosta, mostrou-nos as obras de construção do novo
seminário que estão a correr bem, mas ainda falta muita
coisa. Pedem, encarecidamente, o nosso apoio para
poderem oferecer alguma dignidade aos jovens que se
A maior parte das dioceses carece de material impresso e não existem muitos
livros litúrgicos, nem Bíblias ou catecismos. Por esta razão, foi-nos pedida ajuda
para a tradução e impressão da Bíblia nas várias línguas locais. Brevemente
estará concluída a primeira tradução da Bíblia para Crianças na língua maconde
e a segunda edição na língua macua, sempre com o apoio da Fundação AIS.
preparam para o sacerdócio.
Se quiser apoiar os seminários de Moçambique, por
favor, use o cupão de resposta para enviar o seu donativo.
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