ANAIS
CASO DE ENSINO: O DIA D - ANÁLISE DA OPERAÇÃO OVERLORD SOB A
ÓTICA DE GESTÃO DE PROJETOS.
CARLOS HIROSHI USIRONO
([email protected] , [email protected])
FGV-EAESP - ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
Resumo
O objetivo do caso é discutir e analisar os principais aspectos do planejamento da operação
OVERLORD, também conhecida como o Dia D, cuja meta era retomar a Normandia das
tropas alemãs, acelerando o término da segunda grande guerra. O caso reproduz o palco e as
atividades de planejamento das ações onde a contribuição para o aluno estará em avaliar as
diversas situações, questões e dilemas sob a ótica de gestão de projetos. Espera-se o uso
consistente da argumentação, explorando as áreas de conhecimento e processos desta
disciplina no contexto de um empreendimento de alto impacto e complexidade.
Palavras-chave: Gestão de projetos, planejamento, gestão de riscos, liderança.
Introdução
Às 21:45 de 05 de junho de 1944, a BBC de Londres transmitia para a resistência francesa a
segunda parte da mensagem retirada do poema “Chanson d’Autome” de Paul Verlaine. Esta
foi uma das muitas ações de comunicação de OVERLORD, codinome da operação que já se
encontrava em sua fase de execução.
OVERLORD foi a maior operação coordenada anfíbia (de desembarque) da história.
Representou um conjunto de ações que objetivavam a invasão da costa leste da Normandia e a
retomada da Europa. Essa operação envolveu ações integradas de ataque aéreo, marítimo e
terrestre, transporte de tropas e suprimentos. Propiciou o desembarque aéreo e naval de mais
de 160 mil soldados empregando sete mil embarcações e dez mil aeronaves. Os
desembarques ocorreram em 6 de junho de 1944 ao longo de um trecho de oitenta quilômetros
de praias com a participação de combatentes de países aliados incluindo EUA, Reino Unido,
Canadá, França livre, Polônia, Noruega, Austrália, Nova Zelândia e Luxemburgo.
Histórico e Contexto
Em 1944, sentindo o arrefecimento das forças alemãs já há algum tempo, os aliados já
entendiam ser o momento para a libertação da França. Já havia sido iniciada a retomada da
Europa pelo Mediterrâneo com as invasões do Norte da África e da Sicília. Estas operações,
assim como o desembarque em Dieppe, trouxeram importantes lições aprendidas e se
constituíram em prévias para capacitar os combatentes e comandantes em ações anfíbias e
para avaliar a viabilidade deste tipo de operação.
Em 1943, na conferência de Teerã, o primeiro ministro inglês Winston Churchill havia
proposto inicialmente ao líder soviético Stalin uma invasão da Alemanha através do leste
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europeu. Decidiu-se que esta invasão seria uma ação prioritária, porém, não pelo leste mas
pelo oeste, na costa do Atlântico e com o apoio dos EUA. Nestas condições, a Rússia apoiaria
a invasão indiretamente, auxiliando os aliados através dos embates com a Alemanha pelo
leste e posteriormente na frente do Pacífico atacando o Japão. Todos concordaram que o
grande desafio estava na sincronização destes três movimentos principais.
O início
Operação ROUNDUP era o codinome original da operação OVERLORD, a qual foi
concebida inicialmente pelo general britânico Frederick Morgan. Porém, era necessário
definir um plano detalhado de invasão e consequentemente o general inglês Bernard
Montgomery, experiente em ações de batalha, assumiu o comando. Como parte das ações,
Montgomery disparou as operações BOLERO de transferência de tropas americanas para a
Inglaterra e as operações de engodo e de despistamento da invasão da Normandia
denominadas FORTITUDE NORTE e SUL.
Entretanto, em dezembro de 1943, Churchill e o presidente americano Franklin D. Roosevelt
que estavam à frente do comando geral, escolheram o general americano Dwight Eisenhower
ou Ike, como era tratado pelos colegas, para liderar a operação; em grande parte devido às
suas habilidades diplomáticas. Posteriormente em 1952, Eisenhower se tornaria o presidente
dos EUA.
Logo depois de assumir o comando Ike resumiu a sua tarefa para o general Smith:
“- A minha missão é fazer com que todos andem na mesma direção”.
Liderança aliada
O comitê executivo era denominado SHAEF (Comando supremo das forças expedicionárias
aliadas) constituído de sete comandantes onde um deles assumiria o papel de líder como
COSSAC (Chefe do estado maior do comando supremo aliado).
Os membros do SHAEF eram muito experientes em suas respectivas atribuições e quase todos
haviam participado de operações anfíbias anteriores. Os comandantes eram o marechal Sir
Bernard L. Montgomery auxiliado pelo general americano Omar N. Bradley (responsáveis
pelas operações terrestres), o almirante Sir Bertram H. Ramsay (responsável pelas operações
navais), o marechal do ar Sir Trafford Leigh-Mallory (responsável pelo suporte aéreo), o
general americano Walter B. Smith, como chefe do estado maior, o marechal do ar Sir Arthur
Tedder (como vice líder) e o supremo comandante general Dwight D. Eisenhower.
O teatro de operações
Os desembarques em terra ocorreriam ao longo de um trecho de praias da Normandia entre
Montebourg e Merville, dividido em cinco praias cujos codinomes eram Utah, Omaha, Gold,
Juno e Sword. Duas frentes de paraquedistas americanos e uma de planadores ingleses
atacariam pelos flancos com algumas horas de antecedência para proteger as tropas dos
contra-ataques alemães.
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Figura 1 – Áreas de ataque
Fonte: Adaptado de Ambrose (1994)
As praias eram bem guardadas e apresentavam as seguintes carracterísticas:
As defesas alemãs
Em 1941, com a entrada dos EUA na guerra, o exército de Adolf Hitler havia alterado suas
prioridades decidindo invadir a União Soviética. Depois de castigar terrivelmente a Inglaterra,
abandonou definitivamente a operação SEA LION que visava a sua invasão. Passou a adotar
uma postura mais cautelosa na frente oeste com uma estratégia mais defensiva.
Consequentemente, concentrou seus esforços na construção da chamada “Muralha do
Atlântico”, uma linha de defesa costeira composta por uma série de fortificações que se
estendiam da Noruega até a Espanha. O seu objetivo era defender as fronteiras do Atlântico
contra os potencias assaltos aliados. A “Muralha do Atlântico” era formada por diversas
barreiras, tais como bunkers (abrigos fortificados), obstáculos, cercas e minas que visavam
impedir ou dificultar uma possível invasão pelas praias. Em 1943, o marechal de campo
Erwin Rommel, comandante das campanhas do Norte da África e um líder e estrategista
experiente foi designado para assumir o planejamento e implantação destas defesas.
Adicionalmente, a muralha fora reforçada por sessenta divisões de infantaria com até 21 mil
homens cada uma e pelas divisões Panzer de tanques que tinham grande poder de fogo e
mobilidade.
As defesas costeiras eram de responsabilidade da marinha enquanto a infantaria e os
blindados eram de responsabilidade do exército. Este fato tornava a comunicação bastante
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difícil, principalmente à noite. Os radares estavam espalhados ao longo da costa e não se
conectavam diretamente aos postos de artilharia costeira e se reportavam a uma central que
concentrava e depois repassava as informações.
Até o dia da invasão, 12.247 fortificações haviam sido construídas e refletiam as
preocupações de Rommel:
“- A guerra será vencida ou perdida nas praias. Teremos apenas uma chance de parar o
inimigo e essa será quando ele estiver na água, lutando para chegar à terra. As primeiras vinte
e quatro horas serão decisivas.... tanto para os aliados qunato para a Alemanha... este será o
mais longo dos dias”.
O cenário de planejamento
O general Dwight Eisenhower e seu staff estavam em pé na sala de mapas ao redor de uma
enorme mesa. Nela se apoiava um mapa onde se vislumbrava a Inglaterra, o canal da Mancha
e a costa da França. Ike e seu time analisavam novamente todos os pormenores da invasão,
em um nível de detalhe que buscava cobrir todas as possíveis falhas do planejamento. Finda
mais uma reunião, o general recolheu-se em seu trailler, que era uma espécie de aposento de
campanha improvisado, para refletir sobre a decisão que teria de tomar a qualquer momento.
Apesar de possuir um grupo de comando experiente, além do apoio irrestrito de Churchill,
Eisenhower enfrentava alguns contratempos. Suas majestades e alguns dignatários ingleses
ainda não estavam convencidos que a operação seria necessária e eficaz. Além disso,
Montgomery continuava visivelmente insatisfeito respondendo a um comandante americano e
entendendo que ele próprio deveria ser o comandante supremo da operação. Refugiado em
solo inglês, o general francês Charles de Gaulle precisava ser convencido a apoiar
incondicionalmente o comandante supremo, facilitando a comunicação com a resistência
francesa e a aceitação pelo povo francês das orientações dos aliados.
O Plano de ataque
O desembarque nas praias começaria no dia D+0 na hora H+0. Na fase de planejamento, o
Dia D foi o termo usado para determinar o dia real de início das operações e que era
dependente de aprovação final do comitê executivo (SHAEF) e do comandante supremo da
operação (COSSAC).
O plano era composto de várias etapas, na linha do tempo:
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Em D-1, H(-)09:30, navios de transporte de tropas e de desembarque iniciariam o
cruzamento do canal da Mancha protegidos pela escuridão e por uma infinidade de navios
de escolta. A frota era constituída de 138 couraçados, cruzadores e destróieres, 279 navios
de escoltas, 287 caça minas, 2 submarinos, 495 lanchas, 1.260 navios mercantes
convertidos em transporte de tropas, 310 navios de desembarque e 3.817 barcaças para o
assalto inicial.
Em D-1, H(-)08:30, iniciariam os preparativos para o salto de treze mil paraquedistas
americanos e sete mil ingleses nos interiores das praias da Normandia. Transportados por
822 aviões Dakota C-47, os paraquedistas que protegeriam as cabeças de praia de UTAH
eram da 101ª e 82ª. divisões aerotransportadas dos EUA. A 6ª divisão inglesa de
planadores aterrisaria nos arredores de SWORD.
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Em D, H(-)06:15 o major inglês John Howard, deveria pousar seu planador HORSA ao
lado do rio Orne perto da praia de SWORD. Seus homens deveriam avançar em direção à
ponte de codinome PEGASUS e tomá-la, impedindo o avanço dos contra ataques alemães.
Em D H(-)03:00, o ataque iniciaria com um bombardeio aéreo maciço na linha de
desembarque visando a destruição das fortificações costeiras que se situavam ao longo das
praias. As bombas também serviriam para abrir crateras, servindo de abrigo para as tropas
contra as metralhadoras inimigas durante o assalto. A força era constituída de 3.467
bombardeiros pesados, 1.645 bombardeiros leves e 5.409 caças de escolta que partiriam
das bases aliadas localizadas na costa inglesa.
Em D H(-)01:30, pouco antes do desembarque, ocorreria um bombardeio naval também
visando desativar as fortificações costeiras.
A resistência francesa, ao receber a mensagem codificada informando o ataque na noite de
D-1, colocaria rapidamente em prática seus planos de sabotagens, dinamitando as
ferrovias e as linhas de transmissão de eletricidade e de telefonia, interrompendo a
comunicação e o abastecimento inimigo.
A invasão das cinco praias ocorreria no início da manhã do dia D em 06 de Junho,
estabelecendo-se H para 06:30, logo após a sequência de bombardeios aéreos e navais.
A responsabilidade pelos ataques foi dividida segundo a Tabela 2.
A seguir um quadro que ilustra a quantidade de soldados por grupos de combate.
Despistamento
O assunto segurança da informação a respeito dos planos de invasão preocupava Eisenhower
enormemente. Em um de suas reuniões privadas com Churchill disse:
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“- Se Rommel souber da invasão, deslocará seu exército para a Normandia e milhares
morrerão. Só há um modo de evitar que espiões alemães saibam sobre as nossas atividades e
antecipem nossas estratégias. Significa fechar totalmente o trafégo na parte sul da Inglaterra”.
“- Impossível”. Retrucou Churchill.
“- A Inglaterra vive do mar e a maior parte da população reside no litoral”.
“- Pode significar milhares de jovens vidas”. Insistiu Ike.
Enfim Churchill cedeu e disse:
“- Admito general que o senhor sabe exercer o comando”.
“- Não é uma questão de poder primeiro ministro, é uma responsabilidade que o senhor me
conferiu”.
Foram planejadas operações de engodo para desviar as forças nazistas das áreas de ataque
real. A operação TAXABLE foi uma operação de despistamento para que os alemães
pensassem que a invasão não ocorreria na Normandia e sim em outras regiões da costa do
Atlântico. Ela dividia-se em outras duas sub-operações: A Fortitude norte (que mostrava
grande movimentação de tropas na Escandinávia) e a Fortitude sul (que mostrava que os
aliados pretendiam invadir pelo ponto mais estreito do canal da Mancha, ou seja, em Pais de
Calais.
O general americano George Patton constitui-se na isca perfeita para esta operação.
Respeitado pelos alemães, ele foi colocado à frente do 1º. exército americano, um exército
fictício de tanques e barcos de borracha, aviões de madeira e lona localizado à leste da
Inglaterra. Idosos reservistas ficavam o dia inteiro enviando mensagens falsas via rádio entre
si. Hitler estava muito confiante de que o desembarque seria em Pas-de-Calais, por causa de
seu espião Garbo que lhe forneceu informações falsas, já que era um agente duplo a serviço
da Inglaterra.
Preparação e desafios: contagem regressiva
D-270: O tenente-coronel Paul Thompson no comando do centro de assalto dos EUA
desalojou três mil habitantes na praia de Slapton Sands em Devonshire. Com lagoas e coberta
de cascalho grosso nas praias, a geografia era bem semelhante à costa de UTAH. Ele iniciara
seus trabalhos em agosto de 1943 construindo mais oito centros de treinamento que
abrigavam desde atividades de desembarque, superação de obstáculos, demolições e ataques
com armas de fogo diversas. Thompson dividiu os treinamentos em quatro fases: treinamento
individual com obstáculos, treinamento em equipes menores, treinamento de companhias e
depois de batalhões. Após a realização de vários experimentos, a equipe de treinamentos
definiu que as primeiras ondas deveriam se constituir de trinta homens e utilizar barcos leves
modelo Higgins. O pelotão deveria ser composto de cinco fuzileiros, quatro para destruir
obstáculos, quatro para lançar morteiros, quatro para lançar foguetes, quatro com fuzis
automáticos, dois para operar lança chamas, cinco para demolição e dois oficiais.
D-180: Rommel planejou a defesa da costa para um possível desembarque. As praias eram
guarnecidas por casamatas de concreto blindadas abrigando metralhadoras e canhões. Além
disso, possuíam vários obstáculos que impediam o avanço de tropas e de veículos como
minas, cercas e barreiras contra veículos. Desembarques longe da costa estavam livres do
alcance das armas costeiras alemãs, porém os soldados se afogariam ao desembarcar devido
ao peso de seus armamentos. Vencidos os primeiros obstáculos, ainda existiriam as minas
terrestres e os arames farpados. Além disso as praias eram um campo perfeito para a ação das
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metralhadoras pois não havia onde se abrigar. A variação das marés assumiriam grande
importância, pois para superarem os obstáculos, as barcaças deveriam chegar com a maré
correta.
D-120: Montgomery, possuía grande experiência em gestão de suprimentos e sabia da
importância de ter um estoque de combustível e suprimentos para se vencer uma batalha. Esta
experiência ele obteve em suas vitórias contra os tanques alemães no norte da África em El
Alamein e na Sicília. Desembarcar em praias onde não existiriam portos e onde o depósito de
combustível mais próximo estaria do outro lado do canal da Mancha seriam um enorme
obstáculo a vencer.
D-90: Gradualmente, os combatentes eram sendo designados, agrupados e confinados nas
bases inglesas. Provenientes de diversos países aliados, a maioria dos homens não possuía
experiência em combate com exceção dos que participaram da invasão da Sicília e dos
embates no Norte da África. Esperavam que os treinamentos prévios nos EUA e depois em
solo inglês seriam suficientes para garantir um mínimo de confiança na primeira batalha. Os
ingleses eram mais disciplinados. Já os americanos haviam passado por um processo de
recrutamento bastante rígido onde um terço era rejeitado na primeira avaliação. Possuíam boa
escolaridade e condição física superiores aos alemães e a idade média era de vinte e seis anos.
D-80: A marinha dos EUA não se interessava em construir pequenas embarcações. A partir
disso, a empresa de um americano chamado Higgins venceu a concorrência e iniciou a
construção de uma embarcação a diesel projetada para o desembarque de trinta e seis
combatentes ou doze mais um veículo leve denominado de LCVP (Landing Craft , Vehicle
and Personnel). A agilidade de manobra, rapidez no desembarque e a proteção da embarcação
fizeram com que ela ganhasse a admiração dos combatentes. Isso abriu as portas para outros
fabricantes de barcos leves de porte médio. Diferentemente dos padrões da época, a empresa
de Higgins empregava mulheres e negros em suas linhas de produção remunerando-os bem e
igualitariamente, independente da etnia ou gênero de seus colaboradores.
D-60: Garantir o sigilo da operação até o desembarque era um assunto de extrema
importância. Eisenhower rebaixou e enviou de volta para a Inglaterra um amigo e
companheiro de academia, um general que comentou sobre a invasão em um bar num
momento de bebedeira.
D-50: Na operação de planadores DEADSTICK, os pilotos treinavam duro. O coronel
Chatterton fazia com que os pilotos pousassem com precisão em quaisquer condições
climáticas, utilizando muitas vezes óculos escuros para transformar o dia em noite. Deles
dependia o ataque dos comandos à retaguarda para a tomada de pontes e baterias inimigas.
D-40: A geografia das praias era bem conhecida pelos aliados. Eles foram auxiliados pelas
informações vindas da resistência francesa através de sua rede de colaboradores e de turistas
ingleses que contribuíram com milhares de mapas, fotografias de viagens e cartões postais.
Porém, as condições de solo não eram tão conhecidas. As areias de algumas praias poderiam
não suportar o peso dos veículos blindados que poderiam encalhar, inviabilizando a proteção
dos combatentes e a descarga de equipamentos.
D-30: Um ponto preocupava o general americano Bradley, um dos comandantes das forças
terestres. Era uma pequena área chamada “Point du Hoc”, uma escarpa bastante íngreme
situada entre as praias de Omaha e Utah. Sua captura fora atribuída aos 2º e 4º batalhões dos
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rangers, comandados pelo tenente-coronel James Rudder. O topo da escarpa abrigava canhões
de artilharia defendidas em casamatas por elementos da 352ª divisão de infantaria alemã e que
poderiam bombardear ambas as praias americanas e neutralizar a invasão. Bradley pensava se
os duros treinamentos nas encostas da Escócia haviam sido suficientes.
D-25: A força aérea adotou uma identificação de duas listras brancas e intercaladas de listras
negras em suas asas para facilitar a identificação de aviões aliados e evitar que fossem alvos
de baterias antiaéreas amigas.
D-20: Apesar de forte oposição de Leigh Mallory do comando aéreo, Bradley defendia que
uma operação de invasão pelo ar era necessária pois atrairia a atenção das forças de defesa
alemães e os afastaria da invasão principal das praias de Omaha e Utah. Esta operação
envolveria muitos riscos. O maior deles era garantir um salto preciso dos treze mil
paraquedistas da 101ª. e 82ª. divisões americanas. Se essas divisões caíssem fora do alvo
poderiam se afogar nos pântanos de Cotentin ou cair no meio das cidades dominadas pelos
alemães, sendo abatidas antes que tocassem no solo.
No final de maio, Leigh Mallory procurou o general Eisenhower para um novo protesto contra
o sacrifício de duas divisões aerotransportadas americanas. O serviço de informações havia
descoberto o deslocamento da 91ª. divisão alemã que se posicionava na zona de salto da 82ª.
divisão americana.
“- Não devemos executar esta operação aeroterrestre”. Disse Leigh Mallory a Eisenhower.
“- As previsões de baixas são de setenta por cento nos efetivos de planadores e cinquenta por
cento para os paraquedistas antes que atinjam o solo”.
Eisenhower dirigiu-se mais uma vez para o seu trailler e refletiu sobre o impacto da ausência
de um suporte de paraquedistas para o sucesso do desembarque na praia de UTAH. Poderia
comprometer o ataque da 4ª. divisão americana e consequentemente toda a operação
OVERLORD. Em conversa com o seu chefe de estado maior general Smith disse:
“- Em questão de poder general, não são as grandes decisões que contam... São os pequenos
detalhes e pequenas coisas que ganham uma guerra”.
“- É fácil colocar um milhão de vidas em jogo. O difícil é ver como isso pode machucar uma
só pessoa. Se não puder ver isso, você perde o seu senso de humanidade”.
D-15: Eisenhower utilizava a maior parte de seu tempo observando os exercícios de
treinamento. Queria ter o contato com tantos soldados quanto fosse possível e principalmente
ser visto pelos seus comandados. De fevereiro a junho de 1944, visitou vinte e seis divisões,
vinte e quatro aeroportos e vários navios, depósitos, oficinas e hospitais.
D-10: Cada praia foi dividida em setores e depois em sub-setores para a organização das
tropas durante o desembarque. Para garantir a eficácia dos desembarques, as praias
precisariam ser atingidas nos tempos corretos para não haver praias congestionadas ou falta de
combatentes em outra.
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Figura 2 – Setores de desembarque
Fonte: Adaptado de Messenger (2014)
D-5: O capitão inglês J. M. Stagg e sua equipe de meteorologistas monitorava as condições
climáticas do canal da mancha de hora em hora. Eram responsáveis por mostrar ao comando
(SHAEF) o melhor momento para uma invasão. A melhor previsão de tempo aberto era para o
dia 19 de junho; porém, vislumbraram uma abertura de tempo bom de 36h a partir do dia 04
de junho.
D-3: Numa preleção aos seus homens, um comandante inglês apresentou Hubert, um boneco
de borracha que seria lançado por bombardeiros antes do lançamento dos paraquedistas em
salto real. Eles estavam cheios de pequenas espoletas e ao tocar no solo disparariam de forma
intermitente imitando o som de uma metralhadora.
D-2: O tenente coronel americano Benjamin Vandervoort chamou seus homens e mostrou os
grilos ou pequenos dispositivos para identificar soldados amigos de inimigos. Um clique
deveria ser respondido por uma contrasenha de dois cliques.
D-1: Atuando desde 1942, a resistência francesa vinha sabotando as fábricas utilizadas pelos
alemães. Acompanhava também a movimentação das tropas alemãs, por exemplo observando
as insígnias dos uniformes quando estes eram lavados pelos franceses. Além disso, vários
cidadãos comuns repassavam aos aliados informações e plantas sobre a construção de novas
fortificações.
D-1: Poucas horas antes do ataque, bombardeiros da RAF (Real Força Aérea Britância)
voaram por três horas acompanhando um falso comboio de tropas em direção a Pais de
Calais. Além disso, lançaram tiras de alumínio para confundir os radares alemães. Durante a
operação outros bombardeiros levavam interferidores de rádio de alta potência para
embaralhar as comunicações alemãs.
A decisão final
A chuva havia diminuído um pouco na madrugada de segunda feira em 5 de junho de 1944.
Ike refletia sobre as diversas questões do plano e esperava ansioso pelas notícias de sua
equipe de meteorologistas para a reunião que aconteria antes da alvorada. Por mais que
tivessem planejado tudo em detalhes, não era possível garantir que tudo estivesse sob
controle. Esta reunião aguardava uma decisão que poderia mudar os rumos da humanidade.
Não demorou muito para que o despertador tocasse às três e trinta da manhã.
NOTAS DE ENSINO
Sinopse: O caso descreve o plano geral de invasão da Normandia que ocorreu em 06 de junho
de 1944. Inclui situações e detalhes sob os quais o comitê executivo se debruçou na
concepção deste projeto altamente complexo. Tem o propósito de incentivar os alunos a
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refletirem sobre todos os aspectos que envolvem a etapa de planejamento de um projeto
através da elaboração de argumentos consistentes.
Aplicação e público-alvo: O caso é voltado para ambos os cursos de graduação e pósgraduação em ciências sociais aplicadas. Sua utilização cabe nas disciplinas de estratégia,
gestão de projetos e de operações.
Relevância do tema: Muitos projetos fracassam por causa da falta de um planejamento
detalhado, observando riscos e aspectos de preparo da equipe do projeto e engajamento das
pessoas impactadas.
Objetivos de aprendizagem:
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Entender os conceitos e a aplicação do processo de planejamento de projetos,
utilizando um caso real do planejamento da operação OVERLORD;
Definir critérios, identificar evidências e desenvolver argumentos qualificados e
consistentes para efetuar a avaliação de determinadas questões de planejamento;
Identificar e discutir os principais riscos envolvidos na etapa de planejamento;
Entender o contexto da operação OVERLORD para efetuar uma reflexão sobre
aplicação das áreas de conhecimento da gestão de projetos;
Discutir aspectos de liderança envolvidos na operação.
Fontes de obtenção dos dados: as fontes consultadas são constituídas de publicações
especializadas, revistas e filmes de referência sobre a operação. Vide a relação no item
referências bibliográficas.
Passos para a resolução do caso:
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Apresentar uma síntese do caso abordando o contexto, o histórico da operação, os
objetivos gerais e os principais personagens envolvidos;
Identificar os principais pontos críticos e desafios da operação;
Relacionar estes pontos e desafios aos principais conceitos, teorias e práticas do
planejamento de projetos;
Analisar o plano da operação sob a ótica de gestão de projetos, identificando aspectos
que foram contemplados ou sugerindo outros.
Formulação de questões para fomentar a discussão em sala de aula:
1) Programa ou projeto? Sob este aspecto, discuta a operação OVERLORD e as demais
operações que culminaram com a invasão da Normandia. Quais foram os principais projetos e
sub-projetos do programa?
2) Quais foram os principais desafios de Eisenhower enquanto líder para viabilizar o plano de
invasão? Como ele poderia ter gerido as expectativas dos stakeholders do programa?
3) Quais eram as principais entregas do plano de invasão? Relacione-as desenvolvendo uma
estrutura analítica do projeto. Detalhe especificamente as entregas da operação Overlord.
4) Quais foram os principais fatores de risco da operação? E quais ações de mitigação e
contingência poderiam ter sido planejadas?
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5) Quais foram os principais desafios relacionados à gestão de recursos humanos? Além dos
combatentes, explore os demais perfis necessários para garantir o sucesso da operação.
6) Como deveria ser um cronograma típico de desembarque? Qual o nível de detalhe
requerido? Assuma a posição do staff de planejamento e esboce um cronograma possível para
uma das praias.
7) Identifique os principais desafios na área de gestão de suprimentos e logística. Como
poderiam ter sido solucionados? Quem eram os fornecedores da operação.
8) Caracterize e discuta o plano de comunicação. Como foi o processo?
9) Quais os indicadores de custo da invasão? Qual o significado de custo neste caso?
10) Caracterize a gestão da qualidade nas operações. Quais critérios foram utilizados para
avaliar a qualidade nas operações de paraquedistas, bombardeiros aéreos e navais e
desembarque de tropas?
Roteiro e dinâmica da discussão no plenário
O Quadro 1 apresenta uma proposta de condução do caso. Sugere-se uma breve apresentação
e aquecimento no início. Podem ser formados grupos de até cinco pessoas para a discussão e
análise das questões propostas.
Quadro 1 – Roteiro de condução do caso
Fonte: Elaborado pelo autor
A análise do caso e arcabouço conceitual para exploração e discussão das questões.
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1) Programa ou projeto? Sob este aspecto, discuta a operação OVERLORD e as demais
operações que culminaram com a invasão da Normandia. Quais foram os principais projetos e
sub-projetos do programa?
Relembrar os alunos sobre os conceitos de programa e de projeto relacionando-os com o
contexto. Adicionalmente, identificar e discutir as fronteiras e entregas que delimitam as fases
de iniciação, planejamemto e execução. Discutir os demais projetos que constituíram no
programa de invasão como as operações BOLERO (transferência de tropas) e FORTITUDE
(despistamento).
2) Quais foram os principais desafios de Eisenhower enquanto líder para viabilizar o plano de
invasão? Como ele poderia ter gerido as expectativas dos stakeholders do programa?
Explorar com os alunos quem eram os stakeholders do projeto e discutir a importãncia e o
esforço para o seu engajamento. Ressaltar a importãncia da gestão de expectativas e da
comunicação. Discutir a liderança de um general americano sobre comandantes ingleses
experientes e como ele poderia ter lidado com esta situação. Explorar a sua estratégia de
relacionamento com as tropas e instigar a discussão deste tipo de gestão em relação aos
líderes atuais.
O que de fato aconteceu: Ike apresentou todo o plano de invasão ao primeiro ministro
Churchill, ao rei e à rainha da Inglaterra e autoridades inglesas. Deixou transparente que seria
uma empreitada difícil onde muitas vidas seriam ceifadas em prol de uma causa muito maior.
Ele foi extremamente hábil como líder da operação colocando o general inglês Montgomery
para efetuar a apresentação do plano aos próprios governantes da Inglaterra.
Mostrou que o plano só funcionaria tendo somente uma voz de comando. Entretatnto,
Eisenhower e Churchill designaram comandantes ingleses liderando cada grande frente. Outro
grande desafio era convencer o general francês de Gaulle a submeter-se às suas ordens e
auxiliá-lo na cooperação da resistência francesa, essencial para o sucesso da operação. Porém,
este se recusou a cooperar.
3) Quais eram as principais entregas do plano de invasão? Relacione-as desenvolvendo uma
estrutura analítica do projeto. Detalhe especificamente as entregas da operação Overlord.
Uma das principais atribuições de um gestor de projeto é a capacidade de identificar
claramente quais serão as entregas do projeto. Explorar com os alunos cada uma das
operações e garantir que as entregas identificadas apresentem um benefício mensurável.
4) Quais foram os principais fatores de risco da operação? E quais ações de mitigação e
contingência poderiam ter sido planejadas?
Solicitar que os alunos analisem esta questão baseados na área de conhecimento de gestão de
riscos em projetos. Ressaltar a importãncia do mapeamento, quantificação e de sua
monitoração. Explorar as ações de mitigação. Segue a relação de potencias riscos e ações de
mitigação:
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As areias de algumas praias poderiam não suportar o peso dos veículos blindados.
Como mitigar este risco? O que de fato aconteceu: Comandos especiais foram
enviados previamente às praias para coletarem amostas do terreno. Estudos
comprovaram que elas resistiriam ao peso dos blindados.
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Como reduzir a ocorrência de saltos dos paraquedistas fora da zona prevista? O que de
fato aconteceu: Batedores saltaram com uma hora de antecedência marcando os alvos
com sinalizadores luminosos.
Como evitar o afogamento durante o desembarque? O que de fato aconteceu: Os
desembarques foram planejados em consonância com as mudanças das marés.
Entretanto, muitos homens se afogaram por desembarcarem muito longe da costa.
Como reduzir o impacto de condições desfavoráveis na tavessia no canal da Mancha?
O texto mostra que o comando reuniu uma equipe específica de meteorologistas para
acompanhar as condições climáticas do canal da Mancha no período de invasão. Como
plano de contingência foram definidas outras duas datas alternativas.
Como reduzir baixas por fogo amigo, ou seja, o erro de identificação dos aliados
atirando sobre seus próprios aviões ou companheiros. O texto mostra que dispositivos
de identificação e senhas e contra senhas foram criadas. Os aviões aliados foram
pintados com as marcas exclusivas da invasão.
Como reduzir a força dos contra-ataques alemães após os desembarques? O texto
mostra as ações de sabotagem das resistência francesa e dos comandos especiais que
tomaram pontes e estradas prejudicaram a comunicação e mobilização do contraataque alemão.
Como evitar o vazamento de informações antes do desembarque? O texto mostra que
Eisenhower isolou toda a costa da Inglaterra e restringiu os detalhes da invasão a
poucos comandantes.
Adicionalmente, abordar a utilização das lições aprendidas de outros projetos como o
input para o planejamento visando a mitigação de riscos. Exemplo: Invasões na Sicília e
Norte da África.
5) Quais foram os principais desafios relacionados à gestão de recursos humanos? Além dos
combatentes, explore os demais perfis necessários para garantir o sucesso da operação.
Uma questão importante é abordar a questão do treinamento e como ele foi conduzido.
Relembrar que a maioria não possuía experiência em combates. Explorar outros treinamentos
específicos como pilotagem de planadores, escaladas de penhascos, tomadas de pontes e
baterias.Explorar outros perfis, além dos combatentes, que seriam essenciais na operação
como enfermeiros de campo, correspondentes, capelães e cozinheiros.
Explorar aspectos da integração e convivência de pesssoas de várias nacionalidades em locais
confinados antes do embarque. Abordar as diferenças culturais por exemplo entre americanos
e ingleses. Explorar os pontos forte e fracos.
6) Como deveria ser um cronograma típico de desembarque? Qual o nível de detalhe
requerido? Assuma a posição do staff de planejamento e esboce um cronograma possível para
uma das praias.
Testa-se a capacidade do aluno em identificar qual o nível de granularidade que deve ser
considerado na elaboração de um plano de trabalho. Por exemplo, a praia de OMAHA foi
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segmentada em setores ( Able, Baker, Charlie, Dog, Easy e Fox ) e estes em sub-setores (tais
como Dog Red, Dog White, Dog Green).
Considerar que as divisões com aproximadamente dez mil homens necessitariam ser
subdivididas em levas contínuas de desembarque com defasagem de minutos para não haver
congestionamentos. Relacionar com as entregas descritas no item 3.
Quadro 02 – Exemplo de um cronograma de desembarque
Fonte: Adaptado de Ambrose (1994)
7) Identifique os principais desafios na área de gestão de suprimentos e logística. Como
poderiam ter sido solucionados? Quem eram os fornecedores da operação?
Independente da solução adotada pelos aliados, os alunos devem explorar a importãncia de
fornecimento de suprimentos (combustível e suprimentos como armamentos e alimentação)
para a manutenção da operação e a gestão de forncedores.
O que aconteceu de fato: Foi elaborada a operação PLUTO (Pipeline under the ocean)
viabilizando a construção de uma tubulação que atravessa o canal da mancha e levava
combustível até as praias da invasão. Para a questão do abastecimento, foram construídos
portos flutuantes gigantescos denominados Mulberries que possibiliatavam o desembarque
contínuo de suprimentos.
Adicionalmente explorar as soluções inovadoras em gestão como no caso da empresa
Higgins.
8) Caracterize e discuta o plano de comunicação. Como foi o processo?
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O contraponto interessante é que no caso da operação OVERLORD a falta de comunicação e
sigilo foi um ponto crucial para o sucesso da operação. O grande desafio foi manter o
controle sobre uma tropa de mais de cento e cinquenta mil homens em regime de
confinamento que aguardavam ansiosamente o embarque. Além disso, a falsa comunicação
operacionalizada pelas operações Fortitude norte e Sul desempenhou m papel determinante na
operação.
Explorar a comunicação efetiva entre os comandantes que necessitou de uma integração
bastante eficiente. Finalmente, explorar a comunicação com a resistência francesa que
propiciou grande suporte no início da invasão. Explorar a eficiência da comunicação interna
das forças alemãs.
9) Quais os indicadores de custo da invasão? Qual o significado de custo neste caso?
A ideia é levar os alunos a considerarem outros custos além do monetário. Os indicadores de
custo neste caso poderiam ser o número de baixas e mortes ocorridas de ambos os lados em
cada frente da operação.
10) Caracterize a gestão da qualidade nas operações. Quais critérios foram utilizados nas
operações de paraquedistas, bombardeiros aéreos e navais e desembarque de tropas?
A questão da gestão de qualidade nas entregas poderá ser observada sob três aspectos:
Planejamento definindo critérios de qualidade como indicadores, metas e tolerâncias; garantia
da qualidade através do monitoramento da execução dos procedimentos conforme o plano
original e o controle de qualidade pós desembarque em relação aos critérios inicialmente
propostos. O importante é incentivar o aluno a definir critérios de aceitação das entregas
relevantes.
O aluno poderá, por exemplo, definir os critérios como precisão de salto e ou de desembarque
das tropas pelo ar e pelo mar. Outros critérios poderiam ser a taxa de baixas, a taxa de avanço
ao longo do tempo e o prazo para a tomada de posições inimigas. Na praia de UTAH, por
exemplo, o desembarque ocorreu a um quilômetro de distância do alvo. Seguem dois gráficos
que podem auxiliar na ilustração dos indicadores.
Exemplo de gráfico de evolução do desembarque de tropas: Indicadores de desempenho
durante a invasão em D H+00 até H+24.
Gráfico 1 – Evolução no avanço de tropas
Fonte: Elaborado pelo autor
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A meta para o dia D em H+24 era estabelecer as posições conforme o planejado,
consolidando as posições nas cinco praias num raio de pelo menos dez quilômetros de
avanço.
Exemplo de gráfico de baixas: Indicadores das praias em D H+00 a H+72.
Gráfico 2 – Baixas da operação
Fonte: Elaborado pelo autor
Os paraquedistas não atingiram o alvo de forma satisfatória e muitos morreram afogados nos
pântanos ou atingiram posições alemãs nas cidades. As baixas acumuladas de paraquedistas e
operação anfíbias foram da ordem de 20%, bem abaixo das expectativas que eram de 50%.
Referências bibliográficas
AMBROSE, Stephen E. O dia D 6 de junho de 1944 A batalha culminante da segunda
grande Guerra. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
CAWTHORNE, Nigel Dia D Amanhecer de heróis – O Heróico desembarque das tropas
aliadas na Normandia; São Paulo: M.Books, 2012.
ELLET, William The case study handbook. Boston: Harvard Business Review Press, 2007.
HELDMAN, Kim Gerência de projetos Guia para o exame oficial do PMI, Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009.
MESSENGER, Charles The D-Day Atlas – Anatomy of the Normandy campaign; Thames
e Hudson, 2014.
PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE Project Management Body of Knowledge
(PMBoK Guide), 5.ed, 2013.
TIME D-Day 24 hours that saved the world. 2014.
THE LONGEST DAY. Direção Ken Annakin; Andrew Marton; Bernhard Wicki. Produção:
Darryl F. Zanuck Production, Inc. e Twentieth Century Fox Film Corporation. Intérpretes:
Robert Mitchum; John Wayne; Richard Burton e outros. Roteiro: Cornelius Ryan. 1962. 1
vídeo (178 min.), DVD, son., P&B.
IKE: Countdown to D-Day. Direção Robert Harmon. Produção: Dennis A. Brown, Lionel
Chetwind, Stephanie Germain e Sony Pictures television. Intérpretes: Tom Selleck. 2004. 1
vídeo (88 min.), DVD, son., cor.
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CASO DE ENSINO: O DIA D - ANÁLISE DA OPERAÇÃO