ORTOCLÍNICA Trabalho original Tratamento ortocirúrgico para apneia obstrutiva do sono Orthodontic and orthognatic treatment to obstructive sleep apnea Paulo Renato Dias da Silva* Pedro Paulo Dias da Silva** Ligia Paula T. Dias*** Carina Domaneschi**** Silvio Antonio B. Uvo***** *Ortodontista, doutor pela Faculdade de Odontologia da USP/SP. **Ortodontista pela Faculdade de Odontologia de Lins/SP. ***Ortodontista pela Faculdade de Odontologia da Unesp - Araçatuba/SP. ****Estomatologista, doutora pela Faculdade de Odontologia da USP/SP. *****Cirurgião-dentista, professor doutor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade -de Medicina de Marília - Famema. RESUMO - A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por episódios repetitivos de obstrução das vias aéreas superiores durante o sono. A prevalência na população de meia-idade (30 a 60 anos) é de 4% nos homens e 2% nas mulheres. Trata-se de uma patogenia complexa que pode ser causada por uma interação de fatores como idade, gênero e obesidade, assim como por um padrão dentofacial anormal. O tratamento pode ser não cirúrgico ou cirúrgico. Os autores relataram o caso clínico de um paciente com queixa de ronco, dificuldade de respiração ao dormir, fadiga diurna, irritabilidade e sonolência. Clinicamente apresentava má-oclusão de Classe II, retrognatismo mandibular, redução do espaço faríngeo e obstrução faríngea e nasal. História pregressa de septoplastia e tonsilectomia sem resultado positivo para a AOS. O tratamento realizado foi a cirurgia ortognática para avanço mandibular e disjunção palatina, possibilitando ampla modificação esquelética e adequada e definitiva solução para o problema de AOS. Unitermos - Apneia obstrutiva do sono; Cirurgia ortognática; Retrognatismo mandibular; Avanço mandibular. ABSTRACT - The obstructive sleep apnea (OSA) is characterized by repetitive episodes of obstruction of the upper air routes during sleep. The prevalence in the population of middle age (30 to 60 years) is 4% in men and 2% women. The pathogenesis is complex may be caused by an interaction of factors such as age, gender and obesity, as well as for a standard dentofacial abnormal. Treatment can be non-surgical or surgical. The authors report a case of a patient with complaints of snoring, difficulty breathing when sleeping, daytime fatigue, irritability and sleepiness. Clinically had Class II malocclusion, retrognatismo jaw, reducing the space and pharyngeal obstruction and nasal pharynx. History of septoplasty and tonsillectomy without positive result for OSA. The treatment was carried out extensive modification allowing orthognathic surgery skeletal, proper and definitive solution to the problem of OSA. Key Words - Obstructive sleep apnea; Orthognatic surgery; Mandibular retrognatism; Mandibular advancement. Recebido em fev/2009 - Aprovado em abr/2009 OrtodontiaSPO | 2010;43(1):63-8 63 da Silva PRD | da Silva PPD | Dias LPT | Domaneschi C | Uvo SAB Dentre os procedimentos cirúrgicos, a uvulopalatofaringo- INTRODUÇÃO plastia e a cirurgia ortognática são os mais empregados4. O A apneia obstrutiva do sono (AOS) é definida por sin- tratamento cirúrgico é indicado em casos de AOS severa ou tomas como obstrução do espaço aéreo superior durante em que os pacientes não aceitaram ou houve insucesso no o sono, ronco e sonolência diurna1-2. A prevalência na uso de outras terapias, no entanto, não devem ser utilizadas população de meia-idade (30 a 60 anos) é 4% nos homens indiscriminadamente19. e 2% nas mulheres3-4. Além de trazer implicações sociais, devido ao ruído produzido pelo ronco3-4, pode sinalizar RELATO DE CASO CLÍNICO uma série de problemas de saúde: desde infecções de garganta até hipertensão arterial, arritmia cardíaca, Paciente RAC, 35 anos, leucoderma, gênero masculino, procurou tratamento na Faculdade de Medicina de Marília (Fame- 4-8 hipertensão pulmonar, entre outros . A patogenia da AOS é complexa, sendo esta causada por uma interação de fatores como idade, gênero e obesidade, ma), com queixa de ronco excessivo, dificuldade de respiração ao dormir, fadiga diurna, irritabilidade e sonolência. mas um padrão dentofacial anormal também é considerado um Em sua história pregressa o paciente havia se submetido importante fator, dentre eles o retrognatismo maxilomandibular à septoplastia e tonsilectomia, sem sucesso na solução da e aumento da altura facial inferior, redução do tamanho ânte- AOS. Como o paciente desejava uma solução definitiva para ro-posterior da faringe, palato mole alongado, macroglossia, seu problema, foram descartados os tratamentos com apare- diminuição do espaço aéreo posterior e posicionamento inferior lhos intrabucais, pois estes atuam no efeito e não na causa da síndrome, além de exigir uso constante e periódico. 1,9-10 do osso hioide . O diagnóstico da AOS é baseado na história e no exame Ao exames clínico facial, bucal e radiográfico (Figuras físico do paciente, além de exames imaginológicos, sendo 1 a 3), constatou-se retrognatismo mandibular, má–oclusão classificada em leve, moderada ou severa4. A gravidade da de Classe II e redução do espaço faríngeo, com 7,0 mm na situação do doente também deve ser considerada no desen- nasofaringe e 11,0 mm na orofaringe (medidas tomadas na volvimento de um plano de tratamento, sendo que este pode região do palato duro e ângulo mandibular). Embora o exame polissonográfico seja utilizado para auxiliar o diagnóstico de 4 ser não cirúrgico ou cirúrgico . O tratamento não cirúrgico inclui a redução de peso corpo11 12-13 ral , uso de medicamentos , terapia com CPAP (continuous po- 14 15 sitive airway presure) , placas oclusais e aparelhos de protração AOS, este não foi necessário mediante a história do paciente e a constatação, através do exame endoscópico, de obstruções faríngeo e nasal (Figura 4). . Os aparelhos odontológicos são uma alternativa A cirurgia ortognática foi o tratamento escolhido, sendo terapêutica para pacientes com AOS que são incapazes ou não realizado avanço mandibular e a disjunção maxilar associada quiseram usar CPAP ou outras formas de terapia. Estes aparelhos à remoção parcial dos cornetos nasais inferiores. Para isso, promovem o avanço mandibular para aumentar o espaço aéreo foi montado o aparelho ortodôntico fixo superior e inferior faríngeo e, com isso, o tamanho das vias aéreas, reduzindo a para alinhamento e nivelamento dos dentes e também para a 16-17, mandibular 18 instabilidade respiratória . Alguns autores utilizam uma placa descompensação das inclinações dos incisivos. Como seria 16 necessário o aumento transversal da maxila foi instalado o relataram o uso de um aparelho que reposiciona a mandíbula, aparelho disjuntor tipo Hyrax, por sua estabilidade (não permite anteriorizando-a, por meio de rampas em resina acrílica. Em recidiva da disjunção), evitar o uso de placas de titânio na imo- 15 oclusal , que consiste em um monobloco, outros autores outro trabalho o aparelho utilizado (PLG) é composto por duas bilização (o que diminui o tempo cirúrgico e custos), facilitar o placas acrílicas encapsuladas cobrindo os dentes superiores e controle da quantidade de osso a ser disjuntada (o parafuso é inferiores no seu terço oclusal, que se conectam através das aberto somente até obter o resultado desejado), e possibilitar pistas indiretas e do conjunto de arcos dorsais e tubos telescópi- alguns “retoques” pós-operatóros (o que pode ser conseguido cos. A desvantagem destes procedimentos é sua limitação, pois com mais aberturas). 17 os aparelhos não promovem um avanço mandibular definitivo, A cirurgia ortognática consistiu em disjunção maxilar, com pois quando removido, a mandíbula volta a sua posição original rompimento dos pilares (Figura 5a), fratura sagital mandibular retroposta. Estes aparelhos são indicados apenas aos pacientes para avanço (Figura 5b) e imobilização com guia cirúrgico com ronco primário, apneia leve ou moderada, ou para pacientes (Figura 5c), em que os resultados obtidos foram: aumento da que não estejam acima do peso e que não melhoraram com os largura do palato e do assoalho das fossas nasais, melhora da 15-17 tratamentos médicos convencionais 64 . capacidade aeróbica nasal, além da melhora da oclusão com o OrtodontiaSPO | 2010;43(1):63-8 ORTOCLÍNICA Figura 3 Telerradiografia lateral da face pré-operatória com as medidas faríngeas. Figuras 1 Exame clínico facial inicial. Figuras 4 Endoscopia pré-operatória. Figuras 2 Exame clínico intrabucal inicial. foram realizados em um único tempo cirúrgico. As melhoras clínicas pós-operatórias podem ser comprovadas com os exarestabelecimento do equilíbrio maxilomandibular. Como a disjun- mes clínicos facial e bucal, havendo restabelecimento da correta ção palatina não foi acentuada, ela foi realizada no próprio ato oclusão e expansão transversal da maxila (Figuras 6 e 7). No da cirurgia, após o avanço mandibular, o que nos deu condição exame radiográfico (Figura 8) pode-se verificar o aumento do de obter a medida transversal ideal para o restabelecimento espaço faríngeo demonstrado pelo ganho de espaço na região da oclusão. da nasofaringe de 5,0 mm e 4,0 mm na orofaringe e de acordo A disjunção foi em seguida imobilizada através do guia cirúrgico e do próprio aparelho de Hyrax. Todos os procedimentos com a endoscopia houve melhora na capacidade respiratória devido ao aumento do espaço aéreo faríngeo (Figura 9). OrtodontiaSPO | 2010;43(1):63-8 65 da Silva PRD | da Silva PPD | Dias LPT | Domaneschi C | Uvo SAB A C B Figuras 5 Cirurgia ortognática: A. Fratura maxilar LeFort I; B. Fratura sagital e avanço da mandíbula; e C. Placa acrílica para imobilização dos dentes. A B A Figuras 6 Exame clínico facial final. A B B C Figura 8 Telerradiografia lateral da face pós-operatória, com as medidas faríngeas. Figuras 7 Exame clínico intrabucal final. 66 Figuras 9 Endoscopia pós-operatória. OrtodontiaSPO | 2010;43(1):63-8 ORTOCLÍNICA do procedimento não necessitam ter alteração do esqueleto DISCUSSÃO facial18,25. Para o diagnóstico foram usadas endoscopias, telerradio- Desta forma, com a cirurgia ortognática o sucesso obtido grafia lateral, anamnese e exame clínico. Já havia indicação foi o mesmo encontrado por outros autores, mostrando que de cirurgia ortognática pelo retrognatismo mandibular e o este procedimento cirúrgico produz cura da AOS de 90% a paciente já tinha tentado outros procedimentos sem sucesso. 100% dos casos26-28. Exames como a polissonografia são usados rotineiramente no O procedimento cirúrgico resulta em uma redução sig- diagnóstico da AOS, porém neste caso não foi solicitada, uma nificativa dos riscos de saúde relacionados com a AOS, por vez que o quadro apresentado já fornecia subsídios suficientes exemplo: hipertensão, disritmias cardiovasculares, acidente para determinar o plano de tratamento. vascular cerebral, entre outros28-29. A terapia com CPAP pode eliminar o ronco ao longo de A telerradiografia pós-operatória mostrou aumento do es- todo o ciclo respiratório, melhorando a pressão sanguínea e a paço faríngeo e anteriorização da mandíbula deixando-a estável, qualidade de vida, pois mantêm o fluxo das vias aéreas superio- em concordância com a literatura científica30, além das melhoras res4. Em outro estudo20, os autores relataram que os pacientes na oclusão e estética facial conseguidas no caso descrito e de que utilizaram o CPAP apresentaram melhora de 65% a 89% acordo com outros autores30. do problema de AOS. No entanto, um pesquisador21 estimou que mais de 50% dos pacientes com AOS que fazem terapia CONCLUSÃO com CPAP deixam de utilizá-la em até um ano. A dificuldade em conseguir a adesão dos pacientes ao tratamento com CPAP A AOS é uma condição médica que vem requerendo cada ocorre devido a problemas como irritação nasal, boca seca e vez mais a participação do cirurgião-dentista para auxiliar na terapia, por meio da confecção de aparelhos intrabucais e na 18 o desconforto causado pela máscara . O paciente do caso descrito desejava uma solução definitiva cirurgia bucomaxilofacial. Neste estudo, a cirurgia ortognática para seu problema, portanto foram descartados os tratamentos demonstrou ser um eficiente tratamento para AOS. O tratamento com aparelhos intrabucais e uso de CPAP, pois estes atuam descrito é indicado para portadores da AOS em que melhoras no efeito e não na causa da AOS, exigindo uso constante e estéticas e funcionais são outras vantagens que devem ser retornos periódicos. consideradas. 3,22-24 De acordo com a literatura o avanço mandibular é um dos mais eficazes procedimentos cirúrgicos para a AOS, pois aumenta a capacidade aérea na faringe e pode ser indicado como forma inicial de tratamento para AOS grave, como o resultado obtido neste caso. Os pacientes para se beneficiarem Endereço para correspondência: Paulo Renato Dias da Silva Rua Tabapuã, 150 04533-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3078-3333 [email protected] OrtodontiaSPO | 2010;43(1):63-8 67 da Silva PRD | da Silva PPD | Dias LPT | Domaneschi C | Uvo SAB Referências 1. Malhotra A, White DP. Obstructive sleep apnoea. Lancet 2002;360(9328):237-45. 2. Magro Filho O, Garcia Junior IR, Magro Ernica N, Carvalho DR, Ponzoni D, Kallal RH. 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