TRATAMENTO DE ÁGUA 1 Tratamento de água para uso doméstico 2 PROGRAMA A água no mundo Tratamento da água para uso doméstico Legislação (portaria n° 518 de 25/ 03/ 2004) Sistema de abastecimento Fases (captação, tratamento, reservação, adução e distribuição) Padrões de qualidade (USP) Contaminantes básicos 3 TRATAMENTO DE ÁGUA Para que fim ? 4 TRATAMENTO - USO DOMÉSTICO Portaria n.º 518, de 25 de março de 2004 Art. 1.º “Aprovar a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, na forma do Anexo desta Portaria, de uso obrigatório em todo território nacional”. 5 TRATAMENTO - USO DOMÉSTICO Portaria n.º 518, de 25 de março de 2004 Art. 4.º ... adotadas as seguintes definições: I – “água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde”; II – “sistema de abastecimento de água para consumo humano – instalação composta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão”; 6 SISTEMA DE ABASTECIMENTO Construção de um sistema de abastecimento de água: Pessoal altamente especializado. Estudos (população/ taxa de crescimento da cidade/ necessidades industriais). Figura Estação de Tratamento de Água do Guandu 7 ABASTECIMENTO DE ÁGUA CAPTAÇÃO TRATAMENTO RESERVAÇÃO ADUÇÃO DISTRIBUIÇÃO 8 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA (ETA) SELEÇÃO DA FONTE: Vazão do manancial Localização da fonte Topografia da região Presença de possíveis focos (poluentes domésticos e industriais) de contaminação 9 CAPTAÇÃO Superficial - rios, lagos ou represas, por gravidade ou bombeamento. Casa de máquinas é construída junto à captação (conjuntos de motobombas que sugam a água do manancial e a enviam para a estação de tratamento). Subterrânea – poços artesianos, perfurações com 50 a 100 m feitas no terreno para captar a água dos lençóis subterrâneos. Motobombas, instaladas perto do lençol d’ água, enviam à superfície por tubulações (isenta de contaminação por bactérias e vírus, sem turbidez). 10 TRATAMENTO Captação superficial: 1) Oxidação - oxidar os metais presentes na água, principalmente o ferro e o manganês, que normalmente se apresentam dissolvidos na água bruta (cloro ou produto similar, pois tornam os metais insolúveis na água, permitindo, assim, a sua remoção nas outras etapas). 2) Coagulação - remoção das partículas de sujeira se inicia no tanque de mistura rápida com a adição de sulfato de alumínio ou cloreto férrico. (formação de flocos). Para otimizar o processo adiciona-se cal, o que mantém o pH da água no nível adequado. 11 TRATAMENTO 3) Floculação - os flocos misturam-se, ganhando peso, volume e consistência. 4) Decantação – sedimentação dos flocos no fundo dos tanques. 5) Filtração – separação das impurezas que não foram sedimentadas no processo de decantação (filtros constituídos por camadas de areia ou areia e antracito suportadas por cascalho de diversos tamanhos que retêm a sujeira ainda restante. 6) Desinfecção – adição de cloro (eliminação de microorganismos nocivos, garantindo também a qualidade da água nas redes de distribuição e nos reservatórios. 12 TRATAMENTO 7) Correção de pH – proteção das canalizações das redes e das casas contra corrosão ou incrustação, a água recebe uma dosagem de cal, que corrige seu pH. 8) Fluoretação (Portaria do Ministério da Saúde). Consiste na aplicação de uma dosagem de composto de flúor (ácido fluossilícico) que reduz a incidência da cárie dentária, especialmente no período de formação dos dentes, que vai da gestação até a idade de 15 anos. 13 TRATAMENTO Captação subterrânea: A água captada através de poços profundos, na maioria das vezes, não precisa ser tratada, bastando apenas a desinfecção com cloro. Isso ocorre porque, nesse caso, a água não apresenta qualquer turbidez, eliminando as outras fases que são necessárias ao tratamento das águas superficiais. 14 RESERVAÇÃO Finalidade da armazenagem da água em reservatórios: manter a regularidade do abastecimento, mesmo quando é necessário paralisar a produção para manutenção em qualquer uma das unidades do sistema. atender às demandas extraordinárias, como as que ocorrem nos períodos de calor intenso ou quando, durante o dia, usa-se muita água ao mesmo tempo (na hora do almoço, por exemplo). Classificação dos reservatórios quanto à sua posição em relação ao solo: subterrâneos (enterrados), apoiados e elevados. 15 DISTRIBUIÇÃO Por intermédio de canos enterrados sob a pavimentação das ruas da cidade (redes de distribuição). Pressão satisfatória em todos os seus pontos (bombas, chamadas boosters, objetiva bombear a água para locais mais altos. Construção de estações elevatórias de água, equipadas com bombas de maior capacidade. Nos trechos de redes com pressão em excesso, são instaladas válvulas redutoras. Alcançar as ligações domiciliares. 16 TRATAMENTO PARA USO DOMÉSTICO Portaria n.º 518, de 25 de março de 2004 Art. 5.º São deveres e obrigações do Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS: I – “promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água, em articulação com as Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal e com os responsáveis pelo controle de qualidade da água, nos termos da legislação que regulamenta o SUS”; II – “estabelecer as referências laboratoriais nacionais e regionais, para dar suporte às ações de maior complexidade na vigilância da qualidade da água para consumo humano”; III – “aprovar e registrar as metodologias não contempladas nas referências citadas no artigo 17 deste Anexo”; 17 PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA ASTM - American Society for Testing and Materials Anvisa RDC 354 (1997) - Cosmético NCCLS - National Comittee for Clinical Laboratory Standards USP/EP – Farmacopéias MS – Portaria 518 (24/03/04) Anvisa RDC 210 18 Padrão - Água Potável MS - Portaria 518 - 25/03/04 Parâmetro Parâmetro MVP Cor (uH) 15 Turbidez (uT) 5 pH 6,0 a 9,5 TDS (ppm) 1.000 Dureza (ppm) 500 Alumínio (ppm) 0,2 Amonia (ppm) 1,5 Cloreto (ppm) 250 MVP Ferro (ppm) 0,3 Manganês (ppm) 0,1 Sódio (ppm) 200 Sulfato (ppm) 250 Zinco (ppm) 5,0 Coliformes aus. (100 ml) Bact. Heterot. 500ufc/ml MVP: Máximo Valor Permitido 19 CONTAMINANTES BÁSICOS ÁGUA POTÁVEL Inorgânico dissolvido(Na+, Cl-, Fe+3, Ca+2, Mg+2...) Orgânico dissolvido(Ácidos, Pesticidas, Herbicidas...) Microorganismos Material Particulado – Colóides (Fe+2...) Gases Dissolvidos(CO2,...) 20 FINAL DO PRIMEIRO MÓDULO 21 Pré-tratamento da água para uso industrial 22 PROGRAMA Como planejar um sistema de tratamento de água Pré-tratamento (finalidade e tecnologias) Pré-filtração Cloração Remoção de ferro Filtração Abrandamento Remoção de cloro Ajuste de pH 23 TRATAMENTO DE ÁGUA Para que fim ? 24 Boas Práticas de Fabricação Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução - RDC nº 210, de 04 de agosto de 2003 Art. 3° Instituir como norma de inspeção para fins da verificação do cumprimento das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, para os órgãos de vigilância sanitária do Sistema Único de Saúde, o Roteiro de Inspeção para Empresas Fabricantes de Medicamentos, conforme Anexo III desta Resolução. ANEXO III Roteiro de Inspeção para Empresas Fabricantes de Medicamentos 7.- SISTEMAS E INSTALAÇÕES DE ÁGUA 25 Como planejar o sistema ? Qual é a origem da água ? (potável, poço ...) Existe programa para a conservação da água potável? Existe programa de limpeza, desinfecção e monitoramento para as caixas d’ águas/ cisternas ? Qual é a sua freqüência ? Existem registros ? Qual é o tipo de tubulação entre a cisterna e o reservatório, e entre o reservatório e os pontos de uso metálico (ferro...)/ pvc ? 26 Como planejar o sistema ? Qual é a origem da água ? (potável, poço ...) Existe programa para a conservação da água potável? Existe programa de limpeza, desinfecção e monitoramento para as caixas d’ águas/ cisternas ? Qual é a sua freqüência ? Existem registros ? Qual é o tipo de tubulação entre a cisterna e o reservatório, e entre o reservatório e os pontos de uso metálico (ferro...)/ pvc ? 27 Como planejar o sistema ? Existe algum tipo de controle de conservação ? Há quanto tempo está instalado ? Qual é o consumo de água previsto ? Para quais produtos ? Quantos são os pontos de coleta ? 28 ELABORAÇÃO DO PROJETO Autoria (empresas especializadas, fornecedor do sistema ou própria empresa). Definição dos produtos que serão fabricados pela empresa. Definição da qualidade e quantidade de água (PW e WFI) pelo usuário final. 29 Tipos de Água na Indústria Farmacêutica Água purificada (PW): obtida por osmose reversa ou deionização. Água para injetáveis (WFI): obtida por destilação ou por qualquer outra tecnologia que produza água do mesmo nível ou melhor que a destilada (harmonização das farmacopéias USP/EP) 30 ELABORAÇÃO DO PROJETO Grupo Técnico define: tecnologia principal, tipo de recirculação, tipos de sanitização. Definição do espaço físico para instalação do sistema e indica o responsável do setor para acompanhamento do projeto, instalação e seu start up. Gerência da Garantia da Qualidade define quem validará o sistema e os responsáveis pelas auditorias e auto-inspeções. 31 Sistema Básico de Purificação PRÉ-TRATAMENTO GERAÇÃO RECIRCULAÇÃO 32 PRÉ-TRATAMENTO Origem da água Qualidade da água recebida Histórico analítico de 1 ano (principais parâmetros) Projeto (especificações do sistema baseado nas análises) Objetivos performance dos equipamentos qualidade da água gerada vida útil das membranas 33 PRÉ-TRATAMENTO Contaminantes básicos da água potável: Inorgânico dissolvido(Na+, Cl-, Fe+3, Ca+2,Mg+2...) Orgânico dissolvido(ác., pest., herb...) Microorganismos Material particulado – colóides (Fe+2...) Gases dissolvidos(CO2,...) 34 PRÉ-TRATAMENTO Tecnologias combinadas: Filtração: partíc./ coloides/ bact./pirogênios Carvão ativado : cloro, orgânicos Metabissulfito de Sódio: cloro Abrandador : cálcio / magnésio Dosador de NaOH : ajuste pH 35 PRÉ-TRATAMENTO PRÉ-FILTRAÇÃO Carcaça para filtro tipo bag 36 PRÉ-TRATAMENTO PRÉ-FILTRAÇÃO Filtros bag Controle por manômetro 37 PRÉ-TRATAMENTO CLORAÇÃO K = 3 x 10-8 pH 7.5 → [HOCl] ~ [OCl-] pH 8 → 30% do cloro livre como HOCl pH 6.5 → 90% do cloro livre Cloro livre = ácido hipocloroso + íon hipoclorito HOCl é mais eficiente do que OCl“The disinfection must be carried out at pH less than 8 and at a free chlorine concentration ≥ 0.5 mg/litre” (Guidelines of Reservatório de água potável WHO) 38 PRÉ-TRATAMENTO RESFRIAMENTO DA ÁGUA Trocador de calor sanitário 39 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO DE FERRO Greensand/ dióxido de manganês 40 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO DE FERRO Tipos de ferro encontrados na água potável: 1. Ferro sequestrado (tripolifosfato, hexametaphosfato ou silicato de sódio) - não retido no abrandador. 2. Ferro ligado à compostos orgânicos (Heme Iron) ex.: quelação de ferro por taninos 3. Ferro presente em bactérias 4. Hidróxido férrico (Red Water Iron) 5. Bicarbonato ferroso (Clear Water Iron) Um problema para remoção !!! 41 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO DE FERRO Ozonização (ineficácia para taninos) Aeração (processo lento/ coagulante) Cloração (necessita de filtro com carvão ativado/ formação de trihalometano quando reage com taninos) 42 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO DE FERRO Filtro para remoção de ferro solúvel, sulfeto de hidrogênio, manganês, arsênico e rádio da água. Efetivo em altas temperaturas e variações de pressão, prolongando o tempo para retrolavagem. Superfície do greensand revestida com dióxido de manganês, que atua como um catalizador na reação de oxi-redução do ferro e manganês. 43 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO DE FERRO Greensand/ dióxido de manganês: Durante a etapa de retrolavagem, o MnO é removido mecanicamente da superfície do material, regenerando-o. 44 PRÉ-TRATAMENTO FILTRAÇÃO Separação mecânica de partículas de um fluido pela passagem através de um material poroso/ fibroso ou 45 granular. PRÉ-TRATAMENTO FILTROS MULTIMÍDIAS Camadas especiais para filtração Sem poder de remoção bacteriana 46 PRÉ-TRATAMENTO FILTROS MULTIMÍDIAS Nome atual para filtro de areia. Composição: vários tipos de areia com granulometrias diferentes. Cabeçote automático para programação de retrolavagem (no mínimo 1 vez ao dia). Material resistente à corrosão. Redução do SDI (Silt Density Index) Possibilidade de inserir outro auxiliar filtrante. Ex: Zeólito (Remoção de Ferro ) 47 PRÉ-TRATAMENTO CARTUCHOS FILTRANTES remoção de partículas poros mais utilizados: 25, 10, 5, 1µm importante:certificado de qualidade uso:proteção de equipamentos 48 PRÉ-TRATAMENTO 49 PRÉ-TRATAMENTO Zeólitos: Rochas vulcânicas / cinza vulcânicas + água alcalina Aluminosilicatos hidratados que possuem estrutura aberta para acomodar uma grande variedade de íons positivos (Na+, K+, Ca2+, Mg2+) Íons fracamente ligados a estrutura (substituídos por outros em solução) 50 PRÉ-TRATAMENTO High purity clinoptilolite silicate structures are characterized by low solubility in water and acid; low to moderate Specific Gravity, with comparatively high hardness. Based on crystallography, the basic atomic structure of nextSand media consists of four (4) atoms of oxygen equally spaced. With this tetrahedral crystal structure (Si2O4) oxygen atoms are shared with other Si2O4 structure to form the unique crystal framework (Fig. 1). 51 PRÉ-TRATAMENTO 52 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO SELETIVA CÁTIONS Abrandador 53 PRÉ-TRATAMENTO O que é dureza? Quantidade total de cátions Ca+2 e Mg+2, normalmente presentes em águas subterrâneas. É medido em mg/L que possui o mesmo significado físico de ppm. Água com dureza menor do que 20 mg/L é chamada de água branda. Níveis de dureza: Água Branda < 20 mg/L Água Levemente Dura 20 – 60 mg/L Água Moderadamente Dura 120 – 180 mg/L Água Muito Dura >180 mg/L 54 PRÉ-TRATAMENTO Quais os problemas ocasionados por uma água com alto teor de dureza? Ca+2 e Mg+2 precipitam formando depósitos nas superfícies de tubulações, tanques e aquecedores. Ca+2 e Mg+2 possuem alta afinidade química, por isso reage facilmente com todos os ingredientes da água, ocasionado um grave inconveniente, como por exemplo o efeito menos efetivo de sabões e detergentes. 55 PRÉ-TRATAMENTO Qual é o mecanismo de abrandamento ? O processo de troca iônica usa uma mídia especial de polímero (resina) na forma de pequenas esferas. Ocorre a troca de cátions Ca+2 e Mg+2 por cátions de sódio da solução saturada de NaCl (salmoura). Quando a resina alcança sua capacidade de troca ela deve ser “regenerada” com mais salmoura para dar-lhe uma nova capacidade para remover mais dureza. A seqüência da troca iônica e regeneração proporciona remoção continua de dureza. 56 PRÉ-TRATAMENTO Como a resina de troca iônica é usada? Em abrandadores, equipamentos especialmente projetados, que controlam automaticamente o processo de troca iônica. Composição: Resina de troca iônica; Tanque Park contendo resina; Uma válvula de controle hidráulico muito funcional e Tanque de salmoura 57 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO DE CLORO Bomba dosadora de metabissulfito de sódio 2% 58 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO DE CLORO Outra opção: Carvão Ativado impregnado de Prata MATERIAL POROSO REMOÇÃO DE CLORO = ABSORÇÃO REMOÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS “GROSSEIROS”=ADSORÇÃO 59 PRÉ-TRATAMENTO REMOÇÃO DE CLORO Outra opção: Carvão Ativado impregnado de Prata Necessidades: - Retrolavagem - Sanitização - Reativação ??? Problemas: contaminação microbiológica. 60 PRÉ-TRATAMENTO AJUSTE DE pH Dosador de hidróxido de sódio 2% 61 FINAL DO SEGUNDO MÓDULO 62 TRABALHO EM GRUPO TEMA: “ TIPOS DE ÁGUA NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E PRINCIPAIS PROCESSOS DE OBTENÇÃO” OBJETIVO: Identificar e definir os tipos de água usados na indústria farmacêutica, informando quais as principais operações de purificação para obtê-los. Descrever resumidamente o fundamento de cada operação, apontando as vantagens e desvantagens associadas ao seu uso. DATA ENTREGA: 19/05/ 2011 63