Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XX Prêmio Expocom 2013 – Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação
Educ@: Alternativas para o Ensino1
Patrícia Costa Freire2
Livia Nunes Fonseca3
Raquel Costa Freire4
Raron Moura de Barros Lima5
Lilian Crepaldi6
Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, São Paulo, SP
RESUMO
A educação brasileira passa por transformações estruturais, metodológicas e tecnológicas,
desde as últimas décadas, em busca da melhoria no ensino. A partir do pressuposto que a
metodologia tradicional promove a competitividade em lugar da solidariedade, o projeto é
uma oportunidade para os docentes e discentes repensarem sua postura de produtor e
receptor de conhecimento no âmbito escolar. A série de reportagens Educ@: alternativas
para o ensino apresenta, em quatro programas, de seis minutos cada, diferentes propostas
pedagógicas, baseadas nas teorias Construtivista, Humanista, Crítico-social e que incluem o
uso do lúdico e de ferramentas tecnológicas na sala de aula. O objetivo é verificar como
estas podem contribuir para melhorar o ensino-aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: educação; métodos de ensino; alternativas; série de reportagens;
jornalismo.
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Trabalho submetido ao XX Prêmio Expocom 2013, na Categoria Telejornalismo, modalidade avulso
Aluno líder do grupo e estudante do 8º. Semestre do Curso Jornalismo, e-mail: patrí[email protected]
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Estudante do 8º. Semestre do Curso 8º. Semestre do Curso Jornalismo, e-mail: [email protected]
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Estudante do 8º. Semestre do Curso 8º. Semestre do Curso Jornalismo, e-mail: [email protected]
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Estudante do 8º. Semestre do Curso 8º. Semestre do Curso Jornalismo, e-mail: [email protected]
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Orientador do trabalho. Lilian Crepaldi, e-mail: [email protected]
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INTRODUÇÃO
O advento de novas tecnologias da informação modificou a organização da
sociedade e as relações humanas nela inseridas. A globalização e disseminação de
ferramentas digitais alcançaram a área da educação, modificando os processos de ensinoaprendizagem. O cenário facilitou o acesso à informação e gerou o pressuposto da
sociedade atual como a do conhecimento.
Já no final do século XX, o sistema educacional do Brasil passou por um processo
de regulamentação, com a criação e institucionalização da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) – Lei número 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
A iniciativa refletiu nos dados atuais sobre o crescimento da educação no país, de
1992 a 2002, houve uma queda de 5,5% no número de analfabetos, passando de 16,4% para
10,9% da população, mas este número, unicamente, não comprova a qualidade do ensino.
A LDB deu às instituições autonomia pedagógica e responsabilidade frente à
educação básica (o ensino básico abrange a educação infantil, a educação fundamental e o
ensino médio). O objetivo era impulsionar mudanças constantes nos métodos de ensino e
administração, inclusive dos recursos financeiros.
Para Marchelli, Dias e Schimidt (2008), a iniciativa gerou debates no ambiente
acadêmico, porém o setor público não tem aderido às diretrizes da lei:
Se, por um lado, os princípios de autonomia da gestão administrativa e
financeira apregoados pela LDB ainda não geraram desde sua publicação
até hoje nenhum posicionamento do setor público, a autonomia
pedagógica tem sido alvo de constantes debates nos meios educacionais,
mormente os acadêmicos, podendo verificar iniciativas que corroboram os
pressupostos da LEI (MARCHELLI; DIAS; SCHIMIDT, 2008, p. 283).
Os autores observam que, mesmo com certa resistência e insegurança por parte de
escolas públicas, é possível encontrar instituições com novas propostas nos dois setores:
público e privado. São mudanças como as novas tecnologias inseridas no processo
educacional, o lúdico como forma de aprendizado, o RPG e os games como experimentação
na escola, a abertura para a família participar do processo de aprendizado dos filhos, as
escolas bilíngues e a escola aberta.
Faz-se necessário questionar e compreender de que maneira as novas tecnologias e
métodos diferenciados, introduzidos na educação, podem contribuir para a melhoria da
qualidade do ensino.
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2 OBJETIVO
Busca-se investigar de que maneira as diferentes propostas de ensino contribuem
para a formação básica e a melhoria da qualidade do aprendizado, a partir dos pressupostos
de que esses métodos de ensino instigam o interesse do aluno, gerando curiosidade pelo
aprendizado; possibilitam que o aluno deixe de ser apenas receptor e passe a contribuir
ativamente no processo de aprendizagem, no qual o aluno é estimulado a pensar e produzir,
e não apenas repetir o conhecimento; o aprendizado dinâmico torna o conhecimento mais
dialógico; o conhecimento é assimilado de forma prática e a finalidade passa a ser as
vivências do cotidiano; o método atual de ensino promove a competitividade, no lugar da
solidariedade.
A partir das perspectivas, pretende-se apresentar, no meio audiovisual, através dos
princípios jornalísticos de informação e tratamento do interesse público, com objetividade,
as iniciativas colocadas em prática em escolas de São Paulo e pontuar iniciativas inovadoras
que redimensionem a educação sob o escopo de atividades com perspectiva mais
humanística do aluno e do processo como um todo, comparando os diferentes métodos com
o tradicional, demonstrar em que medida eles podem contribuir para o aprendizado,
entender como os alunos e professores lidam com essas alternativas.
3 JUSTIFICATIVA
A educação é um dos setores de maior importância para o crescimento e
desenvolvimento de uma sociedade democrática, capaz de oferecer uma qualidade de vida
digna aos seus habitantes. Um dos grandes pensadores da educação, o professor brasileiro
Paulo Freire, já dizia que a educação é um meio de libertação do homem, uma forma de
humanização, de conhecimento e criação:
A conscientização é um compromisso histórico [...], implica que os
homens assumam seu papel de sujeitos que fazem e refazem o mundo.
Exige que os homens criem sua existência com um material que a vida
lhes oferece [...], está baseada na relação consciência-mundo (FREIRE,
1966, p. 58).
É a partir dela que, desde crianças, as pessoas começam a descobrir o mundo,
entender a história do país, da língua e da cultura. No decorrer dos estudos, o aluno
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desenvolve habilidades de contar, somar, dividir, escrever, ler, interpretar e dissertar. É
também na escola que se aprende a se relacionar com o outro.
De acordo com Mario Pireddu (2010), a escola nasce sob a tradição humanista para
educar, para ajudar a colocar em ação, para realizar as boas inclinações da alma e a potência
da mente e a combater as inclinações não boas, com o objetivo de isentar o homem dos
defeitos originais, instituindo hábitos de moralidade e boa criação.
Não seria, talvez, o caso de se perguntar se um determinado sistema
educativo, mais do que outros, é em parte responsável pela passividade
dos estudantes? E, sobretudo, é possível pensar em outras formas de
aprendizado? É possível pensar o aprendizado como comunicação, como
tornar comum, como mediação e remediação, como forma de relação entre
pessoas? (PIREDDU, 2010, p. 176).
Observa-se que a sociedade segue um padrão educacional fechado no processo de
educação, ligado mais à formação profissional e ao mercado de trabalho, do que à formação
pessoal do indivíduo como ser ativo, consciente e agente social.
No sistema educativo tradicional, criou-se um perfil de aluno receptivo e passivo.
Segundo Mario Pireddu (2009, p. 183), o estudante receptivo e passivo é tido como uma
página em branco a ser preenchida com informações e que, muitas vezes, não compreende o
porquê da educação recebida, apenas aceita por obrigação familiar e social. Pireddu afirma
que ainda hoje as escolas têm como modelo um aprendizado fundado na transmissão da
informação do sujeito ativo (professor) para o passivo (aluno).
A sociedade, por sua vez, atravessa um momento de mudança de paradigma no
campo educacional, uma vez que o sistema tradicional passa a ser confrontado por
diferentes métodos de ensino. Para Fernando Front abud Cruz (1996), a visão universalista
que dividiu o homem em sensibilidade e razão errou, pois a educação foi obrigada a optar
pela hegemonia da razão e recusa da sensibilidade.
Deste modo, a divulgação de tais mudanças à sociedade é fundamental para que
esta possa se preparar para recebê-las e se mobilizar diante delas.
Tendo em vista à relevância social do assunto, a série de reportagens foi uma
oportunidade de aplicar o aprendizado dos quatro anos da graduação, ao desenvolver
práticas jornalísticas como criação de pautas, entrevistas, captação de imagem, elaboração
de roteiro, produção, edição e apresentação, para acompanhar o processo completo, porque
até então as atividades eram trabalhadas de maneira segmentada.
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Para construção do projeto de TCC, a metodologia foi constituída por pesquisas de
livros e dados referentes aos diferentes métodos de ensino.
A pesquisa foi exploratória, conforme a definição Gil (2009, p. 41): “Tem como
objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses”. Como fonte bibliográfica, diversas publicações
periódicas de jornais, revistas e livros foram utilizadas.
Para compressão dos modelos pedagógicos aplicados na educação, as principais
referências foram os autores Paulo Freire, Nietzsche, Vigótski, Piaget, Edgar Morin, entre
outros. Já no campo jornalístico, os autores Felipe Pena, Cremilda Medina, Nilson Lage,
Thaís Oyama, Sebastião Squirra, Vera Íris Partenostro e Bill Kovach e Tom Rosentiel, entre
outros, apresentaram conceitos jornalismo e as práticas da reportagem televisa.
Algumas considerações importantes que servirão de base para a produção foram: a
escolha das fontes, a forma de entrevistar e produzir a matéria e o cuidado e a ética na hora
da edição.
A utilização de fontes é obrigatória na produção jornalística, mas segundo Felipe
Pena, em seu livro Teoria do Jornalismo (2010), requer cuidado nas escolhas. Isso porque
as fontes estão limitadas, segundo sua subjetividade e interesses próprios.
Foram utilizadas fontes primárias: alunos, professores e os coordenadores;
secundárias: especialistas e estudiosos do tema educação; fontes oficiais a partir de dados
dos órgãos governamentais como o Ministério da Educação, e o Instituto de Geografia e
Estatística, evitando as oficiosas e independentes.
Segundo Gil (2009, p. 117), entrevista é a técnica de interrogação utilizada na coleta
de dados que possui maior flexibilidade. Ela pode ser de caráter informal, focalizada,
parcialmente estruturada ou totalmente estruturada. Neste projeto, ela tem caráter
focalizado, por abordar um tema específico e será parcialmente estruturada a partir da
elaboração da pauta que apresenta os caminhos e pontos de interesse que devem guiar o
entrevistador.
O processo de apuração de informações acontece principalmente pelo procedimento
da entrevista. Para conduzi-la corretamente, é necessário conversar sobre o tema da
entrevista, estabelecendo um primeiro contato que deixe o entrevistado mais à vontade.
Especificamente em televisão, é preciso ambientar o entrevistado, já que muitos se sentem
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intimidados diante de equipamentos como microfones e câmeras. Cabe ao entrevistador
testar tais equipamentos, antes de iniciar qualquer procedimento. Além disso, deve realizar
uma pesquisa prévia e ter em mãos as perguntas a serem feitas.
Para produção das reportagens, os instrumentos utilizados foram: Câmeras Full HD,
microfone direcional, lapela e boom. A iluminação foi feita com dois sets lights, luz de led
sem uso de rebatedor. A edição foi feita em computadores Macintosh com uso de softwares:
Final CUT, After Effects. O áudio foi corrigido com o software SoundForge.
5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
O produto deste trabalho é uma série de quatro reportagens especiais de seis minutos
para televisão, um teaser, e as cabeças de cada reportagem. O intuito foi apresentar
instituições que adotam propostas pedagógicas diferentes do ensino tradicional.
A parte prática do projeto foi dividida da seguinte forma: pré-produção, na qual foi
realizada a construção da pauta, das perguntas direcionadas aos entrevistados e também o
levantamento da relação de escolas e entrevistados; a produção, quando se deu o início do
contato com os coordenadores, professores, especialistas e alunos para agendamento das
entrevistas e gravações; pós-produção, quando foi realizada a decupagem das entrevistas,
gravações dos offs, edição dos vídeos, inserção dos créditos e de efeitos sonoros e a
finalização do produto.
Os meses de junho e julho se limitaram ao contato com as fontes, devido ao período
de férias escolares. Para a realização do primeiro contato com as fontes, foi solicitada à
faculdade uma declaração que comprovasse a autenticidade deste trabalho acadêmico. O
documento contribuiu muito para que as escolas tivessem confiança no grupo. Porém,
mesmo assim, várias escolas abordadas não aceitaram participar do projeto, e alegaram
como justificativa os direitos de uso de imagem das crianças ou motivos de calendário
escolares.
As gravações das reportagens começaram no dia 25 de Agosto. A repórter Patrícia
Freire ficou responsável pelas três primeiras escolas e a repórter Lívia Nunes pela última
(devido disponibilidade de tempo). A primeira escola gravada foi a Arco Baleno, foram
entrevistados alguns pais, uma consultora pedagógica, especialista em Construtivismo nas
escolas, Lucinéia de Castro.
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Isabel, dona da escola, deu total liberdade para que o projeto fosse desenvolvido, de
modo que, foram diversas entrevistas com professores e especialistas da própria escola,
captação de muitas imagens, em vários dias de gravação. Foram captadas entrevistas com
crianças, porém, devido ao pouco tempo, só foram utilizadas duas sonoras.
A segunda escola que permitiu as gravações foi a EMEF Desembargador Amorim
Lima, em condições diferentes. A gravação na Amorim Lima seguiu o seguinte roteiro: a
fonte principal foi a estudante Thamires, que percorreu a escola com o grupo, explicando a
proposta pedagógica e como ocorreu o processo de mudança do ensino tradicional para a
escola aberta, segundo seu próprio conhecimento. Posteriormente, foi captado o depoimento
da aluna Isabela e da diretora Ana Elisa Siqueira. Outras informações foram retiradas do
site para complementar o conteúdo.
Por meio de uma nota na revista Páginas Aberta, da editora Paulus, foi encontrada a
terceira instituição, o Colégio Dante Alighieri. O primeiro contato foi com o assessor de
imprensa Felipe Guerra, que marcou entrevista com a coordenadora do departamento de
Tecnologia e com os alunos, em uma reunião sobre o projeto tecnológico.
A equipe foi convidada a gravar em uma feira realizada no dia 20 de outubro, sobre
tecnologia, chamada Dante Robotec. No evento, foi possível entrevistar especialistas, pais e
alunos. A única limitação tida na instituição foi a impossibilidade de gravar as aulas.
Em, setembro foi gravada a última instituição. O Projeto Arrastão é uma
organização sem fins lucrativos, situada no bairro do Campo Limpo. Embora não seja uma
escola, funcionou como uma matéria complementar por oferecer educação continuada a
crianças, jovens e adultos da comunidade. São oferecidos cursos variados como
gastronomia, moda, artes, oficinas de comunicação à formação de empreendedores sociais e
de negócios. Pela variedade, acreditou-se na importância da organização em âmbito
educacional.
O teaser foi realizado com objetivo de apresentar em 30 segundos o que é a série de
reportagens Educ@: alternativas para o ensino. A pedido da orientadora, Raron Moura
gravou as cabeças das reportagens, no estúdio da Fapcom.
O gancho para série foi o mesmo que inspirou o grupo a realização do trabalho, a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Por ser pouco ou, totalmente, desconhecida, por
pessoas comuns, a série visa mostrar que é determinado, por lei, o direito das escolas
inovarem e quebrarem as barreiras do ensino tradicional.
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As decupagens das gravações iniciaram em setembro, logo após o término das
primeiras gravações. A produção dos roteiros e edição começou em outubro. Assim, mesmo
antes de finalizada todas as gravações nos colégios, o grupo já estava na ilha de edição.
Com as edições concluídas, o grupo concluiu o projeto teórico ao realizar o relatório
de atividades, reorganizar a estrutura do projeto, e finalizar o mesmo para a entrega no dia
22 de novembro.
6 CONSIDERAÇÕES
O projeto buscou responder como diferentes alternativas podem melhorar a
qualidade do ensino-aprendizagem, e sugeriu como hipóteses que o uso do lúdico, de
games, de novas tecnologias somadas às teorias como o Construtivismo, Humanismo,
Crítico Social e Progressista-Libertadora, podiam despertar no aluno o interesse pela
educação e mudar a postura simples receptor para produtor de conhecimento.
A respeito das escolas abordadas, observou-se que a EMEF Desembargador
Amorim Lima, foi a que mais quebrou os laços com o ensino tradicional. Inspirada no
modelo da Escola da Ponte, de Portugal, mudou a estrutura física e direcionou a
responsabilidade e autonomia no processo de aprendizado aos próprios estudantes. Os
professores e as salas não têm mais divisões, por séries e matérias. Cada estudante recebe
um roteiro no início do ano, com tudo que deve aprender e, ao final, deve entregá-lo ao
tutor. Os alunos estudam em grupo, o intervalo é maior e há diversas oficinas para
complementar o aprendizado.
Devido à intensidade da mudança, como consequência, faz-se necessário um
período maior adaptação. Por exemplo, a própria entrevistada Thamires, relata dificuldade,
no início, para acompanhar a metodologia. Outro fator importante a destacar foi a
impossibilidade de entrevistar outros professores, o que fez com que a matéria não
conseguisse mostrar todos os lados envolvidos no processo.
A escola Arco Baleno não propõe um afastamento do ensino tradicional, mas busca
uma mistura de metodologia tendo no Construtivismo, como base, o objetivo de fazer com
que os estudantes estejam integrados no processo de aprendizado. As salas, a divisão por
matéria, séries, horários e uniformização continuam, porém, há um destaque para a
possibilidade de brincar. O parquinho é grande e o relacionamento entre os administradores,
a diretora e os professores com os alunos é amigável e familiar. Notou-se que há prazer nos
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estudantes na hora de aprender, o que confirma a hipótese de que a escola pode ser
humanizada e agradável na percepção dos estudantes.
O Dante Alighieri é um colégio particular tradicional voltado às classes A e B na
cidade de São Paulo. Assim como a Arco Baleno, não dispensa o tradicional, porém,
observou que as evoluções tecnológicas já estavam muito inseridas na vida dos estudantes e
buscou uma forma de trabalhar com elas dentro da sala de aula.
O potencial financeiro da instituição permitiu o desenvolvimento de um projeto que
inseriu tablets nas turmas do ensino médio. Cada pai recebe um tablet em contrato de
comodato. Existe um setor de especialistas voltados, especificamente, para o
desenvolvimento do projeto junto aos professores e aos alunos. Um fator importante, é que
a escola abre o projeto para discussão com os alunos, de forma que cada um pode levar sua
percepção sobre o funcionamento e sugerir modificações.
Além do Projeto Tablets, oficinas que envolvem tecnologia acabam por
desenvolver, de alguma forma, outras capacidades nos estudantes. O Robotec Dante faz
com os alunos usem da plataforma Arduíno para desenvolver a própria tecnologia e criar
projetos que ofereçam mudanças na realidade social. E o Dante em Foco funciona como
uma agência de comunicação interna, na qual os alunos fazem gravações, textos e
reportagens sobre os eventos da escola.
O Projeto Arrastão é uma instituição sem fins lucrativos que foi fundada no bairro
do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, para suprir algumas necessidades que a gestão
pública não consegue atender. Sendo uma delas, a educação. Por meio de oficinas, cursos,
projetos de incentivo à leitura e a criação de projetos sociais, busca complementar a
formação de crianças, jovens e adultos.
Assim como a Amorim Lima, o método tradicional de ensino não é utilizado.
Segundo os coordenadores, ele limita a capacidade de desenvolvimento do indivíduo. Por
ser uma organização do terceiro setor, os gestores afirmam não terem as mesmas obrigações
da escola, como alfabetizar, o que de certo modo, dá mais liberdade para experimentar
novas formas de ensino.
No período de produção e das visitas às escolas, o grupo confirmou que existe a
possibilidade de inovar e até de separação do ensino tradicional, porém que não há fórmulas
para fazer o projeto funcionar. Assim, como diversas fontes destacaram, faz-se necessário
repensar a todo tempo novas formas de transmissão de conteúdo e verificar o
funcionamento da pedagogia atual.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FREIRE, Paulo. Educação como prática da Liberdade. 23 ed. São Paulo: Paz e Terra,
1966.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARCHELLI, Paulo Sergio; DIAS, Carmen Lúcia; SCHMIDT, Ivone Tambelli.
Autonomia e mudança na escola: novos rumos dos processos de ensino-aprendizagem no
brasil. Rev. Psicopedag., São Paulo, v. 25, n. 78, p. 282-296, 2008 . PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2010.
PIREDDU, Mario. Do fornecimento à participação: aprendizado entre modelos teóricos e
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digital e as novas formas de participação social. São Paulo: Difusão, 2008.p.175-189.
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http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_tecn
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