A Sustentabilidade Empresarial do Cemitério Memorial da Paz de Passo
Fundo/RS
Charlene Pol - IMED - Faculdade Meridional
Manuela Rösing Agostini - IMED - Faculdade Meridional
Sabrina Frâncio - IMED - Faculdade Meridional
Maiara Pereira - IMED - Faculdade Meridional
William Zanella - IMED - Faculdade Meridional
RESUMO
A Sustentabilidade Empresarial surge no contexto organizacional como um tema relevante
para ser analisado no meio empreendedor como um todo, assim como sua forma de aplicação
e análise. O objeto de pesquisa é o Cemitério Memorial da Paz de Passo Fundo, uma obra
inovadora e diferenciada no norte do Rio Grande do Sul, que contempla requisitos ecológicos
para um desenvolvimento sustentável. A pesquisa possui o objetivo de identificar o
desempenho da sustentabilidade empresarial adotada pela empresa, mensurando seus índices
de sustentabilidade em três diferentes dimensões: ambiental, econômica e social. Trata-se de
uma pesquisa de caráter exploratória e descritiva com análise quantitativa e qualitativa dos
dados, sendo sua coleta de dados desenvolvida por meio de um questionário. Através desse
estudo pode-se afirmar que o Cemitério Memorial da Paz de Passo Fundo é um
empreendimento que possui um desempenho econômico satisfatório, assim como possui
práticas ambientais relevantes, mas que na questão social ainda tem muito a desenvolver.
Palavras-chave: Sustentabilidade Empresarial. Cemitério Ecológico. Desenvolvimento
sustentável.
ABSTRACT
The Corporate Sustainability in the organizational context emerges as a relevant topic to be
discussed among entrepreneurs as a whole like well as its mode of administration and
analysis. The research object is the Memorial da Paz Cemetery of Passo Fundo, an innovative
and differentiated work in northern Rio Grande do Sul, which includes ecological
requirements for sustainable development. The research has the objective to identify the
performance of corporate sustainability adopted by the company, measuring their levels of
sustainability in three different dimensions: environmental, economic and social development.
This is a research of the exploratory and descriptive with quantitative and qualitative analysis
of the data. Data collection was developed through a questionnaire. Through this study we
can say that the Memorial da Paz Cemetery of Passo Fundo is a venture that has a satisfactory
economic performance, as well as environmental practices are important, but that the social
question has much to develop.
Key words: Corporate Sustainability. Green Cemetery. Sustainable development.
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1 INTRODUÇÃO
O tema da Sustentabilidade surgiu em 1987 com um forte apelo ambiental após
aparecer no relatório das Nações Unidas desenvolvido pela primeira-ministra norueguesa Gro
Harlem Brundtland. Com o intuito de melhorar a vida de todos, algumas indústrias tiveram
que repensar sua linha de produção, mudar suas estratégias e implantar novas políticas
empresariais o mais rápido possível, sob pena de terem seus lucros diminuídos drasticamente.
Segundo Altenfelder (2004), a preocupação entre os empresários sobre a
sustentabilidade tem aumentado, e um grupo mais engajado com essa causa criou uma
entidade voltada a sustentabilidade empresarial, ligada ao movimento internacional de
empresários com este foco. Conforme Werbach (2010), a verdadeira Sustentabilidade consiste
em quatro componentes igualmente importantes: social, econômico, ambiental e cultural.
No Brasil, a BOVESPA criou um índice para medir o grau de sustentabilidade
empresarial das empresas que tem ação na bolsa. O I.S.E – Índice de Sustentabilidade
Empresarial, chama a atenção de investidores que se preocupam com empresas politicamente
corretas, valorizando assim, as empresas que possuem responsabilidade social sob seus
empreendimentos, produtos ou serviços.
Muitos empresários resistentes a estas mudanças, tanto no Brasil como em países mais
desenvolvidos, associam a sustentabilidade empresarial com o aumento dos custos da
produção. A exemplo disso, um fator a ser analisado, é a influência que os consumidores
exercem sobre as empresas, fazendo com que este quadro de resistência mude, pois a pressão
dos mesmos no mercado faz o negócio mudar constantemente e quem não se adequar, estará
perdendo seu espaço.
Diante disto, o conceito de sustentabilidade está presente também no contexto dos
cemitérios. Há, neste ramo, uma nova tendência de negócio, voltada para adaptar-se aos
aspectos ambientais, surge, então, os cemitérios ecológicos. Com uma visão ampla e futurista
de todos os aspectos relacionados a adoção desta estratégia desenvolvem seus projetos, desde
à construção dos prédios que abrigarão os lóculos (gavetas), até atividades rotineiras de
administração ou limpeza.
O maior benefício que este tipo de empreendimento causa é o baixo impacto ambiental
com o sepultamento, já que não há nenhum tipo de contato com o solo, e conseqüentemente
com o lençol freático.
Segundo matéria publicada na Revista Superinteressante, no Brasil os cemitérios
tradicionais (horizontais) são o destino de 80% da população brasileira, e destes, 75% não
respeitam as determinações técnicas. Por consequência acabam poluindo o ambiente com
necrochorume (substância tóxica produzida pelo cadáver em decomposição) (CHAYAMITI,
2009).
A Administração de Cemitérios Ecológicos torna-se uma atividade diferenciada das
demais, já que envolve conotações culturais e religiosas diversas das pessoas. Além disso, a
atividade não possui um padrão único por parte dos órgãos reguladores. Apesar de ser um
assunto que muitas pessoas têm receio até de comentar, há toda uma indústria voltada para
momento da morte, para torná-lo menos doloroso para as pessoas envolvidas e também de
menor impacto para o meio ambiente em que vivemos.
Assim sendo, torna-se oportuna a realização deste trabalho, que tem o objetivo de
identificar o desempenho de Sustentabilidade Empresarial do Cemitério Memorial da Paz de
Passo Fundo, considerando a integração das dimensões ambientais, econômicas e sociais, uma
vez que é um medial de informação para o meio acadêmico e comunidade. Este objetivo será
atingido por meio da analise e adaptação do modelo de Sustentabilidade Empresarial proposto
por Callado (2010) no Cemitério Memorial da Paz; pela mensuração do índice ambiental,
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econômico e social de sustentabilidade empresarial da empresa; e, do posicionamento no Grid
de Sustentabilidade Empresarial o desempenho ambiental, econômico e social do Cemitério
Memorial da Paz.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A análise do referencial teórico torna-se necessária para identificar nas teorias
existentes os principais conceitos e terminologias sobre o tema pesquisado. Para tanto, buscase os conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade empresarial. Além disso, é
fundamental a análise sobre o contexto de pesquisa, os cemitérios, uma vez que é uma área
ainda pouco estudada e disseminada no meio acadêmico.
2.1 Desenvolvimento Sustentável
De acordo com Werbach (2010), a primeira-ministra norueguesa Gro Harlem
Brundtland foi a primeira a falar num relatório das Nações Unidas sobre o assunto e definiu o
desenvolvimento sustentável como “satisfazer as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das gerações futuras de satisfazer as próprias necessidades”.
Dias (2006), diz que o Conselho Empresarial para o desenvolvimento Sustentável teve
grande participação na organização da temática sobre empresa e meio ambiente na
Conferência do Rio em 1992, por Stephan Schmidheiny, seu presidente. Este conselho reuniu
48 líderes empresariais de vários países, que após o encontro, elaboraram um documento
voltado para o meio empresarial, com a dominação: “Mudando o rumo: uma perspectiva
global do empresariado para o desenvolvimento e o meio ambiente”. No início desse
documento, foi reconhecido que “o mundo se move em direção à desregulação, às iniciativas
privadas e aos mercados globais. Isto exige que as empresas assumam maior responsabilidade
social, econômica e ambiental ao definir seus papéis e ações”.
Ainda, de acordo com Dias (2006), o documento admite que o crescimento do
desenvolvimento sustentável é um bom negócio, pois cria vantagens competitivas e novas
oportunidades, mas diz que isto requer mudanças profundas nas atitudes empresariais,
inclusive na criação de uma nova ética na maneira de se fazer negócios.
O desenvolvimento sustentável depende do planejamento e do reconhecimento de que
os recursos naturais são finitos. Partindo desta premissa o desenvolvimento econômico leva
em conta o meio ambiente. De acordo com a World Wildlife Fund Brasil – WWF (2010), o
desenvolvimento sustentável busca qualidade em vez de quantidade, redução de matériaprima e aumento da reciclagem.
Da mesma forma, Sato (1996) diz que o modelo de crescimento econômico atual
gerou enormes desequilíbrios. Nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, mas a miséria, a
degradação ambiental e a poluição só aumentam a cada dia. Diante desta constatação, o
desenvolvimento sustentável busca conciliar o desenvolvimento econômico com a
preservação ambiental e, ainda, o fim da pobreza no mundo.
2.2 Sustentabilidade Empresarial
A Sustentabilidade Empresarial, segundo o Instituto Ethos (2010), consiste em
“assegurar o sucesso do negócio a longo prazo e ao mesmo tempo contribuir para o
desenvolvimento econômico e social da comunidade, um meio ambiente saudável e uma
sociedade estável”. Sendo assim, Ashley (2002), afirma que hoje em dia as organizações
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precisam estar atentas não só as suas responsabilidades econômicas e legais, mas também as
suas responsabilidades éticas, morais e sociais.
Para Werbach (2010),
A verdadeira sustentabilidade tem quatro componentes igualmente importantes:
- Social (agir levando em conta outras pessoas): ações e condições que afetam todos
os membros da sociedade (por exemplo, pobreza, violência, injustiça, educação,
saúde pública, trabalho e direitos humanos).
- Econômico (operar com lucro): ações que dizem respeito e como as pessoas e
empresas satisfazem suas necessidades – por exemplo, garantindo que alimentos,
água, moradia e bem-estar das pessoas e empresas se tornem lucrativos, de maneira
que possam continuar existindo no futuro.
- Ambiental (proteger e restabelecer o ecossistema): ações e condições que afetam a
ecologia da terra (por exemplo, mudança climática, preservação de recursos naturais
e preservação de lixo tóxico).
- Cultural (proteger e valorizar a diversidade cultural): ações por meio das quais as
comunidades manifestam sua identidade e cultivam tradições de geração em
geração.
Embora haja um crescimento evidente da mobilização em torno da sustentabilidade,
“ela ainda está mais focada no ambiente interno das organizações, voltada prioritariamente
para processos e produtos”. (DIAS, 2006, p. 38).
Já, Werbach (2010) diz que se uma empresa não conta com uma estratégia de
sustentabilidade, demonstra que a estratégia atual já passou da data de validade e deve-se
repensar esses planos o quanto antes.
2.3 Cemitérios
Conforme o Anuário Brasileiro de Cemitérios e Crematórios (2009), a cultura
funerária, no Brasil, baseou-se nos costumes europeus. Assim como era em Portugal, no
Brasil colonial os mortos eram enterrados nas igrejas, ou em suas imediações, reafirmando a
crença medieval de que, para alcançar a graça divina, os fieis deveriam repousar seu corpo
próximo à casa de Deus.
Os primeiros cemitérios foram administrados pelas autoridades eclesiásticas. Era um
modelo convencional, ou seja, um lugar de enterramento circunscrito em uma área delimitada
por muros, cujo portal reforçava a característica de uma instituição fechada. Modulado de
loteamentos e repartido de maneira quadriculada, com carneiras numeradas, supostamente do
mesmo tamanho, dispostos nas quadras sucessivamente, permitindo a imediata classificação e
localização dos mortos no espaço, refletindo, também ali, as escalas sociais.
Os túmulos empregam com frequência símbolos cristãos nos adornos e imagens
devocionais das mais simples às mais luxuosas. Em oposição ao processo de modernidade,
esse tipo de cemitério continuou sendo, por um longo período, o local onde se
operacionalizavam os compromissos essenciais, presentes nas práticas espontâneas dos fiéis
baseados no discurso da Igreja Católica Apostólica Romana.
Hoje, encontramos no centro das atenções dedicadas ao assunto temas que influem na
vida da sociedade como um todo: gestão ambiental, sustentabilidade e tecnologia, por
exemplo. Um segmento maduro que antecipa tendências, como o 1º Congresso de Cemitérios
e Meio Ambiente, realizado em 1995, muito antes que a preocupação com a sustentabilidade
se tornasse uma questão debatida pela sociedade.
Para Ercy Soares, presidente da SINCEP (Sindicato dos Cemitérios Particulares do
Brasil), os cemitérios são empreendimentos que tendem à perpetuação, por isso os
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empreendedores desse setor devem ter uma visão imediatista de retorno sobre o investimento
e jamais esquecer: “como essa área estará daqui a 10, 20 ou 50anos”.
Cada vez mais a profissionalização do setor aumenta. Antes gerida por integrantes da
família empreendedora, hoje são administradas por executivos profissionais, sob modelo de
gestão com base na eficiência e tecnologia.
2.3.1 Cemitério Horizontal
Os Cemitérios horizontais ou tradicionais são aqueles onde as construções ficam
acima do solo, com mausoléus e jazigos construídos para espelhar o status social da família
que é dona da sepultura. Os mistos reúnem duas ou mais formas de inumação na mesma área:
os paroquiais são cemitérios de pequeno porte localizados junto a igrejas; as criptas são
pequenas áreas subterrâneas localizadas dentro de igrejas ou em campos santos.
Segundo Pacheco (1997), os cemitérios nada mais são do que depósito de corpos
humanos, que necessitam de uma destinação correta, pois a degradação dos mesmos pode se
constituir em focos de contaminação. A decomposição dos corpos depende das características
físicas do solo onde o cemitério está implantado ou será implantado. Por este motivo deve-se
dar uma maior importância aos mananciais subterrâneos, pois durante os últimos anos, este
recurso começou a ser utilizado como forma complementar no sistema de abastecimento de
água na maioria das grandes cidades. A partir do momento que os aqüíferos subterrâneos
estiverem comprometidos é quase irreversível a sua recuperação.
Em todo o Brasil, em sua maioria, os cemitérios horizontais estão situados em locais onde não
foram efetuados estudos do meio físico, configurando, portanto áreas de risco ambiental.
2.3.2 Impactos Ambientais
De acordo com a resolução 001, de 23 de janeiro de 1986, artigo1º do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), considera-se impacto ambiental
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas, que direta ou indiretamente afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente; e, a qualidade dos recursos ambientais.
Dias (2006) relata que a partir do momento que se explora o meio ambiente, um bem
comum, em busca de benefício próprio, se causam impactos que afetam negativamente o
bem-estar de muitas pessoas que não têm relação com quem os gera. São custos externos para
as empresas, pois são ocupados recursos naturais, de bem comum, e transfere-se na forma de
contaminação ambiental. De primeiro momento, se têm uma vantagem, mas com o
esgotamento dos recursos naturais, deterioração do mesmo, contaminação dos lençóis d’água,
do ar e do solo.
Porter e Linde (1995) relatam que padrões ambientais adequadamente planejados
podem desenvolver inovações, consequentemente podem tanto baixar seu custo total ou
agregar-lhe valor. Isto permite que a empresa faça um uso mais calculado de seus meios de
produção – deste a matéria-prima até a energia – assim, compensa-se o ambiente. Tornando a
empresa mais competitiva.
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2.3.2 Cemitérios Ecológicos
Com o passar dos anos e a evolução da tecnologia dos sistemas construtivos, em todos
os campos, comprovou-se que economicamente e funcionalmente os sistemas tradicionais de
construção modificaram-se, e de fato assim aconteceu também com a construção de
cemitérios.
Segundo a Agência de Notícias, em dezembro de 2008 foi aprovado pelo IAP
(Instituto Ambiental do Paraná) o licenciamento do primeiro cemitério parque ecológico
municipal da região sul do Brasil, na cidade de Pinhais – PR, com um investimento de R$ 2
milhões na construção, o complexo pode ser considerado o mais moderno do país. Para, Rasca
Rodrigues, secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, “trata-se de uma obra que
cumpre todos os requisitos ambientais e conta hoje com as licenças e autorizações necessárias
para seu perfeito funcionamento atendendo assim, o que estabelece a legislação ambiental”.
O conceito de cemitério parque é norte-americano. Com uma intenção de igualar as
pessoas, pois nos cemitérios tradicionais é fácil identificar a classe social de determinadas
famílias, com suas sepulturas ricas e suntuosas. No cemitério parque isso não ocorre.
Os cemitérios verticais surgiram como uma solução para o problema de falta de
espaço nas grandes cidades e conquistou seu espaço em cidades como Estados Unidos,
Canadá e na Europa. Com costumes tradicionais, o sepultamento é feito em jazigos
horizontais estanques de concreto armado. Eles existem em dois tipos, os térreos, com
construção de lóculos acima da terra, mas organizados com um muro e até seis gavetas; e os
de múltiplos andares, onde os lóculos distribuem-se pelos andares. No Brasil, eles estão
espalhados em diversas regiões, mas principalmente nas metrópoles, como Rio de Janeiro,
São Paulo, Porto Alegre e Curitiba.
A mais recente inovação do setor fica a cargo do cemitério virtual, possibilitada pela
internet. Porém, no que se refere ao corpo e restos mortais ainda é necessário o espaço físico.
O Grupo Vila, sediado em Natal (RN), apostou nessa área tão inusitada, dando importância
aos momentos da vida, oferecendo à família enlutada a possibilidade de realizar um velório
virtual. Criado em 2000, o evento é transmitido através de webcams instaladas nas salas de
velório. Assim, amigos e parentes podem acompanhar, ao vivo, as despedidas e homenagens
ao seu ente querido e enviar condolências eletrônicas, vídeos, imagens, textos ou músicas.
Outro aspecto que teve grande evolução é o ambiente dos cemitérios. Com o intuito de
proporcionar tranquilidade e leveza, já que quem passa por lá está triste e vulnerável. Para
isso, os gestores buscam com empenho o ideal, abrindo o ambiente, iluminando e
aproximando as pessoas da natureza, valorizando a vida.
Esse aspecto envolve não só as flores, mas o contexto geral do cemitério como os
acessos, tanto do cemitério quanto dos jazigos, as cores dos ambientes, as plantas, as árvores,
a calçada, a limpeza do ambiente, entre outros.
Outra novidade, relatada pelo Anuário Brasileiro de Cemitérios e Crematórios (2009)
fala de uma empresa brasileira que comercializa o Eco Caixão. Fabricado com 100% de
papelão RL1, (tipo de papelão que é derivado de materiais recicláveis), resistente à umidade,
feito com cola natural, tinta e verniz a base de água e alças de plástico oxi-biodegradáveis, em
modelos que variam de 12 a 16kg.
A administração cemiterial tem uma estreita relação junto a responsabilidade social,
seja pelo fato delas já terem sido criadas com este propósito ou pelo trabalho desenvolvido,
por se tratar de um momento delicado que as pessoas vivenciam no local, busca-se
desenvolver ações junto a comunidade para mudar a imagem da empresa.
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3 METODOLOGIA
De acordo com os objetivos estabelecidos nesta pesquisa, a metodologia traçada busca
o alcance de dados fidedignos, por meio da coleta e análise dos dados.
Conforme, Cervo e Bervian (1996), este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa
bibliográfica, onde o estudo é fundamentado em material publicado em livros, revistas,
internet, entre outros. A partir desta base, se dará o desenvolvimento da segunda parte do
trabalho.
A segunda parte da pesquisa desenvolve-se por meio de um estudo de caso, com a
utilização de um questionário estruturado desenvolvido com base em um estudo desenvolvido
por Callado (2010) intitulado de “Modelo de mensuração de sustentabilidade empresarial”.
Tal modelo foi utilizado como base para elaboração do instrumento de coleta de dados desta
pesquisa, o qual possibilitou a mensuração do Índice de Sustentabilidade Empresarial do
Cemitério Memorial da Paz, respondendo, assim, a problemática de pesquisa.
A fim de responder ao problema de pesquisa e aos objetivos propostos, este estudo
possui natureza exploratória-descritiva. Por pesquisa exploratória, Malhotra (2001) diz que o
objetivo é possibilitar ou até mesmo ampliar que o pesquisador compreenda as questões da
pesquisa, proporcionando assim, um melhor entendimento sobre o assunto que se pretende
abordar.
E a pesquisa descritiva, de acordo com Churchill (1987), relata o momento, sem
intervir ou modificar a realidade. Importando-se apenas com a descrição dos dados.
O questionário buscou avaliar a Sustentabilidade Empresarial dos aspectos ambientais,
econômicos e sociais. O modelo de mensuração proposto por Callado (2010) abriga dentro
das três dimensões citadas um total de 43 (quarenta e três) indicadores. Entretanto, para a
aplicação deste modelo ao contexto estudado tornou-se necessária uma reestruturação dos
indicadores propostos inicialmente, bem como uma adaptação aos cálculos dos Escores de
Sustentabilidade Empresarial.
Para a concretização do método proposto, foram seguidas as seguintes etapas:
cálculo de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS); cálculo de Escore
Sustentabilidade Empresarial (ESE); integração de Escores Parciais de
Sustentabilidade por meio de localização de empresa(s) no Grid de Sustentabilidade
Empresarial (GSE). O GSE permite, por meio das etapas consideradas, que
empresas sejam avaliadas e tenham seus desempenhos mensurados a partir dos
Escores Parciais da sustentabilidade (EPS). (CALLADO, 2010, p. 81)
Na sequência deste estudo, apresentam-se as três etapas desenvolvidas para a
mensuração do Índice de Sustentabilidade Empresarial e do posicionamento espacial do
Cemitério Memorial da Paz no Grid de Sustentabilidade Empresarial.
3.1 Cálculo dos Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS)
Para calcular os índices são propostos os níveis de desempenho para os indicadores de
sustentabilidade considerados no Grid de Sustentabilidade Empresarial, sendo eles:
(1) desempenho inferior (quando a empresa apresentar desempenho insuficiente no
indicador analisado); (2) desempenho intermediário (quando a empresa apresentar
desempenho mediano no indicador analisado); e (3) desempenho superior (quando a
empresa apresentar desempenho superior no indicador analisado). Para cada nível de
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desempenho considerado foi atribuído um valor para o desempenho apresentado
pela empresa analisada. No caso de a empresa obter desempenho inferior em um
determinado indicador é atribuído o valor 1 (um) para o seu desempenho. Para o
desempenho intermediário é atribuído o valor 2 (dois) para o desempenho
apresentado. E para o desempenho superior é atribuído o valor 3 (três). (CALLADO,
2010, p. 83).
Estes índices são mensurados através da equação:
Ilustração 1 - Equação de desempenho
Fonte: CALLADO, 2010, p. 83
As tabelas abaixo mostram os indicadores de sustentabilidade que integram o GSE,
com seus respectivos níveis de desempenho e pesos a eles atribuídos por especialistas, que
atribuíram grau de importância entre os valores 1 (um) e 3 (três). Nos indicadores
selecionados e avaliados por 8 (oito) especialistas, o peso foi constituído a partir da média
calculada das 8 (oito) avaliações atribuídas.
DIMENSÃO AMBIENTAL
Indicadores (i)
Peso atribuído ao
indicador (wi)
Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
2,25
Treinamento, educação e capacitação em aspectos ambientais
2,75
Economia de energia
2,25
Desenvolvimento de tecnologias equilibradas
2,28
Reciclagem e reutilização de água
2,5
2
Redução de resíduos
ISO 14001
1,71
Qualidade do solo
2,28
Qualidade de águas de superfície
2,28
DIMENSÃO ECONÔMICA
Indicadores (i)
Investimentos éticos
Gastos em saúde e em segurança
Peso atribuído ao
indicador (wi)
2,5
2
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2,25
Investimentos em tecnologias limpas
2
Participação de mercado
Auditoria
1,85
Avaliação de resultados da organização
2,28
Volume de vendas
2
Selos de qualidade
2
DIMENSÃO SOCIAL
Indicadores (i)
Peso atribuído ao
indicador (wi)
2
Auxílio em educação e treinamento
Interação social
2,25
Políticas de distribuição de lucros e resultados entre funcionários
2,42
2,14
Stress no traballho
Ilustração 2 - Grupo de indicadores e categorias de desempenhos do Grid de Sustentabilidade
Empresarial (GSE)
Fonte: Elaborada pela autora
Para cada dimensão de sustentabilidade (ambiental, econômica e social), foram
indicados intervalos de valores incorporados aos respectivos Escores Parciais de
Sustentabilidade (EPS). Esses intervalos têm três pontos referenciais relevantes, a saber:
Escore mínimo (Emín), Escore médio (Eméd) e Escore máximo (Emáx).
Os cálculos se dão da seguinte maneira:
Através das seguintes equações:
• Os Escores mínimos são calculados a partir
da soma de todos os valores de desempenhos
inferiores de indicadores de uma determinada
dimensão;
• Os Escores médios são calculados por meio
da soma de todos os valores de desempenhos
intermediários;
• Os Escores máximos são calculados a partir
da soma de todos os valores de desempenhos
superiores assumidos pelos indicadores de
uma determinada dimensão.
Onde:
1- desempenho inferior;
2- desempenho intermediário e
3- desempenho superior.
Ilustração 3 - Equação dos escores
Fonte: Elaborada pela autora
Para cada dimensão de sustentabilidade investigada, o Escore Parcial de
sustentabilidade (EPS) calculado assumirá um valor que representa o resultado obtido para
cada dimensão estudada. Sendo eles: 0 (zero), quando valor de desempenho inferior ao
Escore médio da dimensão analisada; e 1 (um), quando a empresa analisada apresentar um
valor de desempenho igual ou superior ao Escore médio da dimensão analisada.
Na Ilustração, pode-se observar os valores assumidos por cada Escore Parcial de
Sustentabilidade (EPS) e os resultados utilizados para sua definição.
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Ilustração 4 - Resultados e interpretações dos Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) relativos às três
dimensões
Fonte: CALLADO, 2010, p. 87
É considerado desempenho insatisfatório em uma dimensão, a empresa que apresenta
resultado inferior ao Escore Médio da dimensão considerada e desempenho satisfatório, a
empresa que apresenta resultado igual ou superior ao Escore Médio da dimensão considerada.
Após obtenção desses intervalos, a próxima etapa busca calcular o Escore de
Sustentabilidade Empresarial (ESE).
3.2 Cálculo do Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE)
Através de somatórios de indicadores de desempenho pertencentes a cada dimensão de
sustentabilidade (ambiental, econômica e social) se obtém os índices agregados de
sustentabilidade. A utilização e aplicação de indicadores agregados são recomendadas em
situações que são necessárias analisar e investigar diferentes aspectos e dimensões da
sustentabilidade. Para cada indicador proposto são necessários levantamento e disponibilidade
de diferentes tipos de informação. O modelo proposto por esta pesquisa considera e investiga
as dimensões ambiental, econômica e social da sustentabilidade e propõe o cálculo de um
índice agregado de sustentabilidade, denominado de Escore de Sustentabilidade Empresarial
(ESE).
Conforme Callado, (2010) para se definir o ESE, inicialmente é necessário dispor da
soma dos valores referentes aos Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) das dimensões
ambiental, econômica e social.
O ESE busca verificar a Sustentabilidade Empresarial a partir de diferentes
combinações entre os Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) das dimensões ambiental
(EPSA), social (EPSS) e econômica (EPSE). Dessa forma, pode-se classificar as empresas a
partir de quatro faixas distintas de sustentabilidade empresarial:
•
•
•
•
Sustentabilidade Empresarial Satisfatória (ESE=3),
Sustentabilidade Empresarial Relativa (ESE=2),
Sustentabilidade Empresarial Fraca (ESE=1) e
Sustentabilidade Empresarial Insuficiente (ESE=0).
As diferentes faixas de sustentabilidade empresarial propostas por este modelo são
obtidas a partir da interação entre os possíveis resultados para os Escores Parciais de
Sustentabilidade (EPS) calculados. As possíveis composições de resultados de Escores
Parciais de Sustentabilidade Econômica (EPSE), Social (EPSs) e Ambiental (EPSA) e
Escores de Sustentabilidade Empresarial (ESE) são apresentadas na Ilustração 5.
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Escore Parcial de
Sustentabilidade
Econômica (EPSE)
Escore Parcial de
Sustentabilidade Social
(EPSS)
Escore Parcial de
Sustentabilidade
Ambiental (EPSA)
Escore de
Sustentabilidade
Empresarial
(ESE)
0
0
0
0
0
0
1
1
0
1
0
1
1
0
0
1
1
1
0
2
0
1
1
2
1
0
1
2
1
1
1
3
Ilustração 5 - Composições de resultados dos Escores de Parciais de Sustentabilidade (EPS) e dos Escores
de Sustentabilidade Empresarial (ESE)
Fonte: CALLADO, 2010, p. 89
Na Ilustração 6, apresenta-se os resultados do Escore de Sustentabilidade Empresarial
(ESE) com os seus respectivos significados:
Ilustração 6 - Resultados, interpretações e significados do Escore de Sustentabilidade (ESE)
Fonte: CALLADO, 2010, p. 89
3.3 Integração de Escores Parciais de Sustentabilidade: Grid de Sustentabilidade
Empresarial (GSE)
O Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) busca analisar e integrar as dimensões
ambiental, econômica e social da sustentabilidade. A partir desta análise conjunta as mesmas
assumem uma representação tri-dimensional que integra estes diferentes aspectos.
Callado, (2010) diz que a tridimensionalidade dos componentes analisados
proporciona localizar espacialmente uma ou mais empresas, a partir dos resultados obtidos.
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Através deste Grid torna-se possível posicionar espacialmente uma ou mais empresas,
a partir de resultados de Escores de Sustentabilidade Empresarial (ESE). A partir de
interações entre os possíveis Escores Parciais de Sustentabilidade (EPSs) e das quatro faixas
de sustentabilidade empresarial resultantes dos Escores de Sustentabilidade Empresarial
(ESE), são obtidos 8 (oito) posicionamentos espaciais que compõem o Grid de
Sustentabilidade Empresarial (GSE).
Representada na ilustração seguinte às composições de resultados que definem os
diferentes posicionamentos espaciais do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE).
Ilustração7 - Composições de resultados e posicionamentos espaciais do Grid de Sustentabilidade
Empresarial (GSE)
Fonte: CALLADO, 2010, p. 91
As características que representam os diferentes posicionamentos espaciais que
compõem o Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) são as seguintes:
POSICIONAMENTO
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
CARACTERÍSTICAS
empresas com baixo desempenho econômico, que não possuem boa
interação social e que não estão comprometidas com aspectos
ambientais;
empresas com baixo desempenho econômico, que não possuem boa
interação social, mas estão comprometidas com aspectos ambientais;
empresas com baixo desempenho econômico, que possuem boa interação
social, mas não estão comprometidas com aspectos ambientais;
empresas com bom desempenho econômico, que não possuem boa
interação social e não estão comprometidas com aspectos ambientais;
empresas com bom desempenho econômico e que possuem boas
interações sociais, mas não estão comprometidas com aspectos
ambientais;
empresas com baixo desempenho econômico, mas que possuem boa
interação social e estão comprometidas com aspectos ambientais;
empresas com bom desempenho econômico, não possuem boa interação
social, mas estão comprometidas com aspectos ambientais;
empresas com bom desempenho econômico que possuem boa interação
social e que estão comprometidas com aspectos ambientais.
Ilustração 8 - Posicionamentos espaciais e características do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE)
Fonte: Elaborado pela autora
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A perspectiva integradora deste modelo possibilita localizar empresas de acordo com
os diferentes níveis de resultados de sustentabilidade apresentados.
4 RESULTADOS E ANÁLISE
Conforme descrito anteriormente, o modelo estudado é constituído por 43 indicadores
de sustentabilidade empresarial. Entretanto, para esta pesquisa a coleta de dados considerou
21 (vinte um) indicadores de sustentabilidade, destes, 09 (nove) ambientais, 08 (oito)
econômicos e 04 (quatro) indicadores sociais.
O conjunto de indicadores de sustentabilidade, nas dimensões ambiental, econômica e
social compõe o GSE (Grid de Sustentabilidade Empresarial). Conforme pode ser confiado a
seguir:
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
DIMENSÃO AMBIENTAL
(I1) Sistemas de Gestão Ambiental (SGA)
(I2) Treinamento, educação de funcionários em aspectos associados ao meio ambiente
(I3) Economia de energia
(I4) Desenvolvimento de tecnologias equilibradas
(I5) Reciclagem e reutilização de água
(I6) Redução de resíduos
(I7) ISO 14001
(I8) Qualidade do solo
DIMENSÃO ECONÔMICA
(I10) Investimentos éticos
(I11) Gastos em saúde e em segurança
(I12) Investimento em tecnologias limpas
(I13) Participação de mercado
(I14) Auditoria
(I15) Avaliação de resultados da organização
(I16) Volume de vendas
(I17) Selos de qualidade
DIMENSÃO SOCIAL
(I18) Auxílio em educação e treinamento
(I19) Interação social
(I20) Políticas de distribuição de lucros e resultados entre funcionários
(I21) Stress de trabalho
Ilustração 9: Indicadores de Sustentabilidade do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE)
Fonte: Elaborado pela autora
Para cada dimensão de sustentabilidade (ambiental, econômica e social), conforme
etapa 1 do modelo de mensuração, foram indicados intervalos de valores incorporados aos
respectivos Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS). Esses intervalos têm três pontos
referenciais relevantes, a saber: Escore mínimo (Emín), Escore médio (Eméd) e Escore
máximo (Emáx).
Estes escores foram mensurados de acordo com os indicadores considerados nesta
pesquisa, sendo que foram recalculados os níveis de desempenho para cada um dos
indicadores abaixo descritos. Assim, o peso atribuído ao indicador foi mantido de acordo com
o modelo proposto por Callado, porém os níveis de desempenho inferior, intermediário e
superior foram redefinidos, adequando-se a realidade desta pesquisa.
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Indicadores (i)
Sistema de Gestão Ambiental
(SGA)
Treinamento, educação e
capacitação em aspectos ambientais
DIMENSÃO AMBIENTAL
Níveis de desempenho
Peso atribuído ao
Desempenho
Desempenho
Desempenho
indicador (wi)
inferior (1)
intermediário (2) superior (3)
2,25
2,25
4,5
6,75
2,75
2,75
5,5
8,25
Economia de energia
Desenvolvimento de tecnologias
equilibradas
2,25
2,25
4,5
6,75
2,28
2,28
4,56
6,84
Reciclagem e reutilização de água
2,5
2,5
5
7,5
2
2
4
6
ISO 14001
1,71
1,71
3,42
5,13
Qualidade do solo
2,28
2,28
4,56
6,84
Qualidade de águas de superfície
2,28
2,28
4,56
6,84
TOTAL
20,3
40,6
60,9
Redução de resíduos
DIMENSÃO ECONÔMICA
Indicadores (i)
Investimentos éticos
Peso atribuído ao
indicador (wi)
2,5
Níveis de desempenho
Desempenho
Desempenho
Desempenho
inferior (1)
intermediário (2) superior (3)
2,5
5
7,5
2
2
4
6
2,25
2,25
4,5
6,75
2
2
4
6
1,85
1,85
3,7
5,55
2,28
2,28
4,56
6,84
Volume de vendas
2
2
4
6
Selos de qualidade
2
2
4
6
TOTAL
16,88
33,76
50,64
Gastos em saúde e em segurança
Investimentos em tecnologias
limpas
Participação de mercado
Auditoria
Avaliação de resultados da
organização
DIMENSÃO SOCIAL
Níveis de desempenho
Desempenho
Desempenho
Desempenho
inferior (1)
intermediário (2) superior (3)
2
4
6
Indicadores (i)
Peso atribuído ao
indicador (wi)
Auxílio em educação e treinamento
2
Interação social
Políticas de distribuição de lucros e
resultados entre funcionários
2,25
2,25
4,5
6,75
2,42
2,42
4,84
7,26
Stress no trabalho
2,14
2,14
4,28
6,42
TOTAL
8,81
17,62
26,43
Ilustração 10 - Indicadores e níveis de desempenho do Memorial da Paz
Fonte: Elaborado pela autora
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Na Ilustração seguinte apresenta os intervalos de valores de Escores Parciais de
Sustentabilidade (EPS) das dimensões (ambiental, econômica e social) consideradas pelo
GSE.
Dimensão
Intervalos de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS)
Escore Mínimo da
Escore Médio da
Escore Máximo da
dimensão
dimensão
dimensão
Ambiental
20,3
40,6
60,9
16,88
33,76
50,64
Econômica
8,81
17,62
26,43
Social
Ilustração 11 - Resultados de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS)
Fonte: Elaborado pela autora
A Ilustração 12 apresenta os novos intervalos de Escores Parciais de Sustentabilidade
(EPS) associados às dimensões ambiental, econômica e social.
Intervalos de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS)
Valor atribuído
Resultados das
Valor atribuído
ao desempenho
dimensões
ao desempenho
da empresa
da empresa
EPSA < 40,6
0
EPSA ≥ 40,6
1
Ambiental
(zero)
(um)
EPSE < 33,76
0
EPSE ≥33,76
1
Econômica
(zero)
(um)
EPSS < 17,62
0
EPSS ≥17,62
1
Social
(zero)
(um)
Ilustração 121 - Intervalos de resultados de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) relativos às três
dimensões
Fonte: Elaborado pela autora
Dimensão
Resultados das
dimensões
Assim, foram obtidos os valores referência para os índices de sustentabilidade
empresarial. A partir disso, com a aplicação do questionário ao gestor da empresa estudada, se
obteve alguns esclarecimentos sobre as dimensões ambiental, econômica e social.
Na questão 22, onde foi solicitada a manifestação do empreendedor sobre qualquer
assunto que ele gostaria de abordar, o mesmo salientou que a empresa ao investir neste
segmento de negócio, designou um valor muito grande com o intuito que a sociedade fosse
beneficiada ao longo do tempo. “A empresa está à disposição da sociedade passofundense
para que os momentos mais difíceis sejam vivenciados, compartilhados e amparados pelo
Memorial da Paz”.
A partir do modelo proposto por Callado (2010), juntamente com a classificação dos
dados, o levantamento e mensuração dos mesmos, chegou-se aos seguintes resultados. Com o
cálculo do peso atribuído a cada questão respondida pelo empreendedor foram considerados
os três diferentes tipos de desempenho: inferior (1); intermediário (2) e superior (3).
Na co-relação dos dados foi possível demonstrar que o Memorial da Paz possui um
Escore de Sustentabilidade (ESE) igual a 2, ou seja,Sustentabilidade Empresarial Relativa, no
qual a empresa possui bons resultados em duas das três dimensões de sustentabilidade, mas
que ainda precisa aprimorar seus esforços em busca de um melhor ajuste quanto ao
desenvolvimento sustentável.
A partir dessa constatação partiu-se para o posicionamento espacial, feito através do
Grid, o qual mostrou um posicionamento VII, classificando assim a empresa como um bom
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desempenho econômico, que não possui interação social, mas estão comprometidos com
aspectos ambientais, conforme se observa na ilustração abaixo.
Ilustração 13 - Posicionamento Memorial da Paz
Fonte: Elaborado pela autora
Com estas análises pode-se estabelecer uma forte relação entre as três dimensões
estudadas, permitindo a adaptação do modelo sugerido ao contexto pesquisado. Os dados
coletados e apresentados permitem algumas conclusões, as quais são apresentadas no próximo
capítulo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As práticas de Sustentabilidade Empresarial desenvolvidas pelas empresas buscam o
reconhecimento de seu público alvo a fim de ser conhecida como uma empresa responsável e
de bem com o meio ambiente. Uma empresa preocupada com desenvolvimento sustentável,
que utiliza de forma eficaz seus recursos, com tecnologias mais limpas, com uma imagem
“verde”.
De um modo geral, observou-se na bibliografia estudada que as empresas
desenvolvem de uma maneira mais eficaz as questões associadas às dimensões ambiental e
econômica, uma vez que e as questões social e cultural são vistas com impaciência, devido ao
pequeno número de ações referente a este aspecto. Entretanto, nota-se uma mudança dessa
cultura, na qual as empresas estão buscando, cada vez mais, uma inserção na comunidade em
que estão inseridas.
Através deste trabalho pode-se mensurar a relevância de cada um destes aspectos
apontados na revisão de literatura sobre a sustentabilidade empresarial, principalmente sobre
as três dimensões propostas por Callado (2010).
A partir da análise dos dados e cruzamento com o embasamento teórico, pode-se
verificar que a integração das dimensões social, ambiental e econômica por meio de um Grid
de Sustentabilidade Empresarial (GSE) possibilitou uma análise conjunta de diferentes e
importantes aspectos da sustentabilidade.
O modelo proposto por Callado (2010) estruturou um índice agregado de
sustentabilidade que é fácil de ser mensurado dentro do contexto empresarial, independente de
seu ramo de atividade, características, quantidade de funcionários ou diversidade de produtos.
Por sua vez, os Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS), assim como o Escore de
Sustentabilidade Empresarial (ESE), foram propostos para que a empresa analisada possa
mensurar a sustentabilidade a partir de diferentes perspectivas.
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A partir da integração de resultados de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) e
Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE), pode-se mensurar o desempenho por meio de
indicadores ambientais, sociais e econômicos.
Os procedimentos propostos e utilizados para a coleta de dados foram considerados
apropriados e satisfatórios, uma vez que não foram observadas dificuldades em obter as
informações necessárias para fins de avaliar o desempenho da sustentabilidade da empresa
investigada.
O Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) como instrumento de avaliação de
resultados foi de simples entendimento, devido ao conhecimento antecipado de
sustentabilidade empresarial.
Em relação ao desempenho no Escore Parcial de Sustentabilidade Ambiental (EPSA),
foi observado que a empresa analisada apresenta um desempenho satisfatório, indicando com
esse resultado que a empresa desenvolve ações e projetos direcionados aos aspectos
ambientais da sustentabilidade. Quanto ao desempenho no Escore Parcial de Sustentabilidade
Econômica (EPSE), foi também observado um desempenho satisfatório, podendo-se afirmar
que a empresa busca sua receita a longo prazo. Porém, no Escore Parcial de Sustentabilidade
Social (EPSS) o desempenho demonstrado ficou classificado como insatisfatório.
Em relação aos resultados de Escores de Sustentabilidade Empresarial (ESE)
apresentado pela empresa estudada foi descoberto um desempenho considerado intermediário
(ESE=2), que classifica a empresa com uma Sustentabilidade Empresarial Relativa, assim
como sendo uma empresa que possui bons resultados em duas das três dimensões
sustentabilidade consideradas, mas que ainda precisam aprimorar seus esforços em busca de
um melhor ajuste quanto ao desenvolvimento sustentável.
É importante destacar que os resultados dos desempenhos apresentados foram
classificados a partir de informações fornecidas através de um questionário aplicado ao gestor.
A partir dos resultados deste trabalho, pode-se verificar que o Memorial da paz é uma
empresa responsável ambientalmente, que obtêm sua independência financeira a longo e
crescente prazo, mas que é necessário desenvolver uma integração social mais eficaz para que
a sociedade faça parte de seu desenvolvimento e sucesso.
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A Sustentabilidade Empresarial do Cemitério Memorial da Paz de