Novembro de 2014
Soja
Os preços no mercado interno registraram aumento nas principais regiões produtoras. A queda das cotações dos contratos na bolsa fez com que a oferta
diminuísse no final do mês, com negociações isoladas. Em Londrina (PR), a
saca de soja foi comercializada, em média, a R$ 64,64, um aumento de 9%
em relação ao mês de outubro. Em Rio Verde (GO), a soja foi comercializada
ao preço médio de R$ 61,21, elevação de 6,8% em relação ao praticado no
mês anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, os preços registram, em média, queda de 12%.
De acordo com a Safras & Mercado, mais de 70% da área total prevista para
a soja foi semeada. Apesar dos avanços, o plantio está abaixo do histórico
das cinco últimas safras, que, no mesmo período de anos anteriores, estava em
81%. O plantio está mais adiantado no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com 95%
da área já plantada. Na região Sul, a intensidade das chuvas paralisou o plantio em diversos municípios, atrasando a semeadura. Entre os estados da região, o Rio Grande do
Sul é o que apresenta menor porcentagem de área semeada: 44%.
No mercado internacional, a colheita da safra norte-americana está na reta final, com
mais 95% da área já colhida. A safra 2014/2015 tem se configurado como a maior
safra da história dos Estados Unidos, com uma produção estimada de 107,7 milhões de
toneladas. As cotações na bolsa de Chicago seguem pressionadas em virtude da grande
safra.
Mas as dúvidas sobre os efeitos do clima para a safra brasileira oferece suporte, e os contratos
giram em torno de US$ 10,00 bushel.
De acordo com o World Agricultural Outlook Board (WAOB), os estoques de passagem mundiais de soja, para a safra
2014/2015, estão estimados em 90,28 milhões de toneladas, volume 35% superior aos da safra 2013/2014 (66,85 milhões de toneladas). A estimativa para o consumo mundial passou de 272 para 285,82 milhões de toneladas, aumento
de 5%. A previsão da relação estoque/consumo, em novembro, ficou em 31,59%, 7,21 pontos percentuais superiores à
média registrada nos últimos cinco anos, de 24,37%.
Milho
A valorização dos preços no mercado interno continua, apesar de não haver fundamentos para este
movimento. O impacto do clima para a safra de verão do Brasil e para o plantio da segunda
safra determinou a retração das vendas. O plantio da safra apresenta forte atraso e algumas
lavouras apresentam dificuldade de desenvolvimento nas regiões mais atingidas pela seca.
Em Unaí (MG), o preço do grão aumentou 19,3% em relação ao mês anterior e 4,7%
quando comparado com o mesmo período de 2013, sendo comercializado a R$ 24,64 a
saca. Em Londrina (PR), a cotação média da saca aumentou 16% em relação a outubro, sendo comercializado a R$ 24,39. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, o aumento
é de 11,2%.
No mercado internacional, as cotações na bolsa de Chicago seguem sustentadas pelo atraso da colheita norte-americana, pela
dificuldade no transporte da produção, bem como pela incerteza dos impactos do clima para a safra do Brasil. De acordo com o
WAOB, os estoques de passagem mundiais de milho, para a safra 2014/2015, estão estimados em 191,5 milhões de toneladas,
volume 11% superior ao da safra 2013/2014. A estimativa para o consumo mundial passou de 953,98 para 971,81 milhões de
toneladas, aumento de 2%. A previsão da relação estoque/consumo, em outubro, ficou em 19,71%, 3,3 pontos percentuais
superiores à média registrada nos últimos cinco anos (16,40%).
Novembro de 2014
Arroz
O preço do arroz no mercado gaúcho permanece com tendência de alta. Nas cidades de Uruguaiana
(RS) e Camaquã (RS), os preços ficaram, em média, a R$ 36,23 e R$ 37,71 a saca, respectivamente.
Quando comparadas ao mesmo período do ano passado, as cotações apresentaram valorização média
de 10%. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), até o momento, 80% da área prevista já
foi semeada.
No mês de novembro, no evento da Expofeira de Rio Grande, foi assinado um protocolo de intenções
para instalação de terminal exportador de arroz no Porto de Rio Grande.
De acordo com o WAOB, os estoques de passagem mundiais de arroz, para a safra 2014/2015, estão
estimados em 98,56 milhões de toneladas, 7% menor ao volume da safra 2013/2014. Este volume é
o menor desde 2010. O recuo observado deve-se à queda na produção na safra, que deve ser de 475
milhões de toneladas. A estimativa para o consumo mundial passou de 479,96 para 482,95 milhões
de toneladas, aumento de 1%. A previsão da relação estoque/consumo ficou em 20,41%, 2,1 pontos
percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos.
Feijão
No mês de novembro, os preços dos produtos de melhor qualidade apresentaram valorização. Em
Unaí (MG), o feijão carioca foi comercializado ao preço médio de R$ 74,64, valor que é 10,6% superior em relação ao mês passado, mas é 33,7% menor quando comparado com o mesmo período
do ano passado.
Para o feijão preto, os preços seguem praticamente estáveis em virtude principalmente do desaquecimento da demanda. Em Prudentópolis (PR), os preços registraram queda 1,2% em relação ao mês
anterior e de 30,8% quando comparado com novembro de 2013. O abastecimento do mercado
interno continua a ser feito pelo feijão preto importado da Argentina.
Cacau
Os preços da amêndoa na Bahia fecharam, em média, a R$ 102,42/arroba, recuo de
4,5% quando comparado com o mês passado. Com relação ao mesmo período de
2013, houve uma valorização de 8,8% na cotação do produto. A queda dos preços
acompanhou a desvalorização das cotações no mercado externo. A revisão da estimativa de produção mundial feita pela Organização Mundial de Cacau – de 4,34 para
4,36 milhões de toneladas – pressionou negativamente as cotações na bolsa de Nova
York.
Café
Em novembro, os preços do arábica, bebida dura, registrou recuo de 4,7% em Luís Eduardo Magalhães (BA), cotado a
R$ 433,21. Em Ribeirão do Pinhal (PR), a saca do produto foi comercializada a R$ 443,21, valor 4,1% menor que
no mês anterior. Entretanto, na maioria das regiões, as cotações apresentaram, em média, valorização de 90%
quando comparadas com o mesmo período do ano passado.
A estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de que a produção brasileira na
safra 2014/2015 possa atingir 51,2 milhões de sacas levou a uma pressão de baixa nas cotações na bolsa de
Nova York na última semana de novembro. Entretanto, a redução da produção no Vietnã – o que elevou o
déficit mundial para 10 milhões de sacas - limitou a desvalorização.
Vale ressaltar que especialistas do setor não concordam com o número divulgado e acreditam que a produção do Brasil deve ficar abaixo de 50 milhões de sacas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
projeta que a produção seja de 45,1 milhões de sacas na safra.
Novembro de 2014
Algodão
No mercado interno, os preços apresentaram certa estabilidade. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o preço
médio da arroba foi de R$ 53,35. Contudo, quando comparado com o mesmo período de 2013, observa-se uma queda de 20%. De acordo com a Conab, a área plantada na safra 2014/2015 deve apresentar
redução, em média, de 10,4%, provocando uma queda de cerca de 7% na produção. A desvalorização
dos preços em 2014 desestimulou os produtores, que acreditam ser possível conseguir melhor rentabilidade com outras culturas.
A queda nas importações da China continua a apresentar forte impacto nos mercados interno e externo de algodão. Além disso, o
aumento de 6% nos estoques mundiais, segundo o USDA, dificulta a recuperação dos preços. Estima-se que, na safra 2014/2015,
os estoques possam atingir 23,37 milhões de toneladas. Desta forma, a relação estoque/consumo ficou em 94,3% em novembro,
35,29 pontos percentuais acima da média dos últimos cinco anos (59%).
Boi
O movimento de alta dos preços do boi gordo no mercado interno deve permanecer até o início de 2015. No próximo mês, a demanda vai estar mais aquecida
em virtude do recebimento do 13º salário e do aumento do consumo nas festas
de final de ano. No estado de São Paulo e em Goiás, o preço médio aumentou
6,3% e 7,2%, respectivamente, em relação ao mês de anterior, sendo comercializado a R$ 141,63 e R$ 132,36. Comparando com novembro de 2013, o
aumento foi de 32%.
Os fatores de sustentação permanecem no curto prazo e não permitem que os
preços desacelerem. Entre eles, os principais são a elevação dos preços do gado
de reposição e a restrição de oferta provocada pelo atraso da engorda do boi em
razão da estiagem prolongada, principalmente na região Sudeste do país. Além
disso, as exportações também exercem forte influência nesse cenário, visto que
reduzem a disponibilidade de produto no mercado.
Leite
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea),
da Esalq/USP, o elevado estoque das indústrias de laticínios tem sido o principal
fator a pressionar os preços do leite pagos ao produtor. Desde junho, os estoques estão aumentando, reflexo do aumento no ritmo de captação.
A oferta no estado de São Paulo apresentou aumento de 3,55% quando comparado o desempenho de novembro com o do mês anterior. O produto foi
comercializado, em média, a R$ 1,0249/litro, o que representa uma retração
de 4,08% em relação ao mês anterior. Em Goiás e no Paraná, observou-se desvalorização de 7,3% e 4,7%, respectivamente, quando comparado com o mês
passado.
BOLETIM CUSTOS E PREÇOS é um boletim
elaborado pela Coordenação de Assuntos
Econômicos da Superintendência Técnica da CNA
Reprodução permitida desde que citada a fonte.
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL
SGAN - Quadra 601 - Módulo K CEP: 70.830-021 Brasília/DF
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