Outubro de 2014 Soja No mercado interno, os preços apresentaram oscilações mistas no mês de outubro e variações distintas, se comparados com o mesmo período de 2013. Em Londrina (PR), a saca de soja foi comercializada, em média, a R$ 59,32, alta de 2,2% em relação a setembro. Em Rio Verde (GO), a soja foi comercializada, em média, a R$ 57,32, elevação de 2,7% em relação ao praticado no mês anterior. Quando comparado com igual período do ano passado, os preços registram, em média, queda de 15,8%. O plantio da safra brasileira 2014/2015, segundo o levantamento da Safras & Mercado, encontra-se abaixo da média histórica dos últimos cinco anos, com 12,49% da área prevista semeada. O atraso do plantio foi reflexo do atraso do período de chuvas no Centro-Oeste e no Sudeste do país. No mercado internacional, o ritmo lento da colheita nos Estados Unidos, em função do excesso de chuva na área produtora, e a demanda aquecida pela soja norte-americana elevaram as cotações para níveis próximos ao patamar de US$ 10,00 por bushel. De acordo o World Agricultural Outlook Board (WAOB), os estoques mundiais de passagem de soja estão estimados em 90,67 milhões de toneladas para a safra 2014/2015, volume 36% superior aos registrados na safra 2013/2014, de 66,49 milhões de toneladas. A estimativa para o consumo mundial passou de 270,87 para 284,33 milhões de toneladas, um aumento de 5%. A previsão da relação estoque/consumo, em outubro, ficou em 31,89%, 7,52 pontos percentuais acima da média registrada nos últimos cinco anos (24,37%). Milho Alterando a trajetória de queda, as cotações subiram em outubro. A desvalorização do câmbio e a seca nas regiões produtoras fizeram com que os produtores, à espera de preços mais altos, reduzissem as vendas do grão colhido na última safra. Em Unaí (MG), o preço do grão aumentou 4% em relação ao mês anterior. O valor da saca é, no entanto, 12% inferior quando comparado com o mesmo período de 2013, sendo comercializada a R$ 20,65. Em Londrina (PR), a cotação média subiu 7,9% em relação a setembro, para R$ 21. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, o aumento é de 8,2%. No mercado internacional, a falta de chuva no Brasil, somada ao ritmo lento da colheita norte-americana, provocou variabilidade elevada, mas sem tendência de estabilidade das cotações na bolsa de Chicago. No curto prazo, as atenções permanecem voltadas para o comportamento do clima no Brasil. De acordo com estimativas do WAOB, os estoques mundiais de passagem de milho, para a safra 2014/2015, estão estimados em 190,58 milhões de toneladas, volume 10% superior ao da safra 2013/2014. A estimativa para o consumo mundial passou de 953,23 para 973,11 milhões de toneladas, uma elevação de 2%. A previsão da relação estoque/consumo, em outubro, ficou em 19,58%, 3,18 pontos percentuais superiores à média registrada nos últimos cinco anos, de 16,40%. Outubro de 2014 Arroz O preço no mercado gaúcho seguiu estável no mês de outubro, em virtude da oferta fracionada pelos produtores. Nas cidades de Uruguaiana (RS) e Camaquã (RS), os valores ficaram, em média, a R$ 35,89 e R$ 37,37 a saca, respectivamente. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, as cotações apresentaram valorização média de 10%. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (EMATER-RS), 20% da área estimada já foi semeada, porcentual abaixo do registrado nos últimos anos. O atraso no plantio deve-se ao excesso de umidade em algumas partes do estado. A região da Campanha é o local onde o atraso é maior, com apenas 8,73% da área plantada até o momento. De acordo com o WAOB, os estoques mundiais de passagem para a safra 2014/2015 estão estimados em 104,24 milhões de toneladas, volume 6% menor aos da safra 2013/2014. A estimativa para o consumo mundial passou de 476,11 para 481,69 milhões de toneladas, aumento de 1%. A previsão da relação estoque/consumo ficou em 21,64%, um pouco abaixo da média dos últimos 5 anos. Feijão Os preços não apresentaram alteração no mês de outubro em relação a setembro, mas tiveram forte queda na comparação anual. Em Unaí (MG), o feijão carioca foi comercializado ao preço médio de R$ 67,50 por saca, valor que é 51,5% inferior, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Com a entrada da nova safra, a partir de dezembro, esse cenário pode ficar ainda pior. Para o feijão preto, os preços não apresentaram grandes mudanças. Em Prudentópolis (PR), eles recuaram 3,8% em relação ao mês anterior e 27,2%, se comparados a outubro de 2013. O produto disponível atualmente no mercado paulista é importado da Argentina. Os importadores tentaram forçar uma alta dos preços, mas não conseguiram em razão da baixa demanda pelo produto. Cacau Os preços da amêndoa na Bahia fecharam, em média, a R$ 107,27/arroba, ligeiro aumento de 0,4%, na comparação com o mês de setembro. Com relação ao mesmo período de 2013, houve uma valorização de 19,7% na cotação do produto. No mercado internacional, a notícia de clima favorável para o desenvolvimento das lavouras, aliada à afirmação das autoridades de Gana e Costa do Marfim que as populações desses países estão livres do vírus Ebola, ofereceu suporte para a estimativa de boa oferta para a próxima safra. Como consequência, os contratos futuros nas bolsas de Nova York e Londres registraram recuo de 12,4% e 9,5%, respectivamente. Apesar do nível de processamento em alguns mercados apresentar retração devido à alta das cotações, as perspectivas são de manutenção do consumo para a safra 2014/2015. Na América do Norte, ao longo deste ano, observam-se sucessivos recordes no esmagamento da amêndoa. Café Em outubro, os preços permaneceram em alta. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o preço do café arábica, bebida dura, registrou elevação de 9% frente ao valor de setembro, cotado a R$ 454,71. Em Ribeirão do Pinhal (PR), a saca do produto foi comercializada a R$ 462,06, valor 8,3% maior que no mês anterior. Na maioria das regiões, as cotações apresentaram, em média, valorização de 90% quando comparadas com o mesmo período do ano passado. As notícias sobre o início das chuvas no Brasil não tiveram grande impacto na trajetória das cotações internacionais, pois é incerto o real efeito da estiagem sobre as lavouras e quais as perdas na produção. Contudo, vale salientar, que a conjuntura mundial não suporta grandes aumentos, visto que a economia de importantes países consumidores permanece frágil, tendendo a trabalhar com estoques curtos. Outubro de 2014 Algodão Mesmo com os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), que tem como objetivo alavancar os preços, estes não mudaram. A queda na estimativa de venda para as indústrias têxteis e os estoques elevados limitam as compras, dificultando qualquer reação dos preços. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o preço médio da arroba recuou 1% em relação ao mês anterior, sendo cotado a R$ 53,24. Quando comparado com o mesmo período de 2013, a queda no preço da arroba de algodão foi de 22%. O volume importado pela China, no acumulado do ano, caiu 37,9% quando comparado com igual período do ano passado, segundo informações da Administração Geral da Alfândega. Este fator impactou negativamente as cotações, visto que o país é o maior importador de algodão. Além disso, a previsão de aumento dos estoques mundiais, estimada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), pressiona ainda mais o mercado. Estima-se que os estoques possam atingir 23,32 milhões de toneladas na safra 2014/2015, quantidade 6% maior quando comparada com a safra anterior. A relação estoque/consumo, em outubro, ficou em 94,2%, percentual que é 35,13 pontos percentuais acima da média dos últimos cinco anos (59,09%). Boi A restrição de oferta continua a ser o principal responsável pela trajetória de alta dos preços da arroba do boi. Aliado a este fator, nos próximos meses, a demanda estará mais aquecida em função das datas festivas. Desta forma, o movimento de valorização deve continuar no médio prazo. Em São Paulo e em Goiás, o preço médio aumentou 4,5% em relação ao mês anterior, sendo comercializado a R$ 133,29 e a R$ 123,47, respectivamente. Comparando com o outubro de 2013, o aumento médio foi de 24%. Vale salientar que o boi criado a pasto deve ser abatido tardiamente, provavelmente em 2015, por causa da estiagem prolongada nos principais estados produtores, entre eles São Paulo. A seca reduziu a qualidade da pastagem, comprometendo a produtividade do gado. Estes animais, no momento do abate, devem apresentar peso mais leve do que o padrão normal. Leite O aumento da oferta, somado à redução da demanda e aos altos estoques das indústrias, provocou o recuo dos preços do litro de leite segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Esalq/USP. Em outubro, o produto foi comercializado, em média, a R$ 1,0685/litro, uma retração de 1,94% em relação ao mês de anterior. As maiores retrações foram registradas em Santa Catarina e em Goiás, 5,5% e 3,2%, respectivamente, quando comparadas com o mês passado. A elevação da captação reflete, principalmente, o início do período de chuvas no mês de setembro, além da redução do preço da alimentação concentrada. Em setembro, o índice de captação teve aumento de 3,2% na “média Brasil”, em relação a agosto. Os estados de Minas Gerais e Santa Catarina apresentaram o maior volume de produção, com elevação de 4,7% e 4,08%, respectivamente. BOLETIM CUSTOS E PREÇOS é um boletim elaborado pela Coordenação de Assuntos Econômicos da Superintendência Técnica da CNA Reprodução permitida desde que citada a fonte. CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL SGAN - Quadra 601 - Módulo K CEP: 70.830-021 Brasília/DF (61) 2109-1419 | [email protected]