VIDA39 SEXTA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2015 A GAZETA boa NOTÍCIA! Cientistas desenvolvem colírio para substituir cirurgia de catarata REPRODUÇÃO/PIXABAY Medicamento que “desembaça” cristalino pode estar disponível dentro de cinco anos Pesquisadores americanos estão desenvolvendo um colírio que irá substituir a cirurgia de catarata. Os cientistas descobriram uma substância capaz de “desembaçar”ocristalino,parte do olho que funciona como umalenteeésubstituídapor outra artificial durante a cirurgia. O colírio pode estar disponívelnasfarmáciasem até cinco anos. O composto “lanosterol”, utilizado pelos pesquisadores, já foi testado em cães e coelhos idosos e em seis semanas melhorou significativamente a visão dos animais. De acordo com os cientistas da Universidade da Califórnia, a substância é capaz de rom- À VENDA 5 anos É o prazo que o colírio pode estar disponível nas farmácias. Colírio deverá ser usado pelos pacientes com catarata duas vezes ao dia per as proteínas que escurecem o cristalino. CORPO A teoria dos pesquisado- res é que o corpo produz o lanosterol naturalmente quando jovem, mas a produção fica comprometida durante com o envelheci- mento, fazendo com que a lente natural dos olhos fique “suja”. Com a utilização do colírio, a substância seria ministradaduasvezesaodia para “limpar” o cristalino. A expectativa é de que os primeiros testes sejam feitos em seres humanos nos próximos dois anos. A catarata é a principal causa da cegueira e afeta mais da metade dos idosos no mundo. Atualmente, o único tratamento disponível é a cirurgia, que muitas vezes precisa esperar que a visão do paciente se deteriore o suficiente para ser submetido ao procedimento. O QUE É t Amostra Composto já foi usado em cães e coelhos. Após seis semanas, houve melhoras na visão dos animais. t Funcionamento A substância seria capaz de romper as proteínas que escurecem o cristalino. t Testes A expectativa é de que os primeiros testes sejam feitos em seres humanos nos próximos dois anos. t Cirurgia Único tratamento disponível é a cirurgia, que muitas vezes precisa esperar que a visão do paciente se deteriore o suficiente para ser submetido ao procedimento. SAÚDE Descoberta forma de detectar Parkinson Segundo pesquisa, é possível constatar presença de ferro no cérebro em ressonância Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, descobriram uma forma de detectar o mal de Parkinson com ajuda de um exame de ressonância magnética. O Parkinson é uma doença crônica. Provoca a morte de células do cérebro, principalmente, na área responsável por controlar os movimentos do corpo. Alguns pacientes, em estágio avançado da doença chegam a tomar 12 remédios por dia e têm dificuldade para andar e falar. O Parkinson ainda não tem cura, mas pesquisadores da USP de Ribeirão Preto encontraram uma alternativa que pode ajudar no controle da doença. Os pesquisadores já sabiam que quando um paciente que tem a DIVULGAÇÃO — COMPARAÇÃO 2 anos Foi o tempo que os médicos passaram comparando exames de pessoas saudáveis com pacientes que têm a doença. doença de Parkinson morre, ele sempre apresenta um acúmulo de ferro no cérebro. Agora eles descobriram que dá para identificar essa presença de ferro em um exame que já é considerado de rotina nos hospitais: a ressonância magnética. PESQUISA Os médicos passaram dois anos comparando exames de pessoas saudáveis com os de pacientes que têm a doença. Criaram um “Foi possível obter a informação da concentração de ferro, e aí então essa nova imagem apresenta regiões que possuem concentração de ferro elevada ou baixa” JEAM BARBOSA FÍSICO MÉDICO DA USP A área onde a concentração de ferro é maior no cérebro fica mais branca sistema para deixar a imagem diferente. As cores mudam e a área onde a concentração de ferro é maior fica mais branca. “Nós fizemos um cálculo matemático onde foi possível obter a informação da concentra- ção de ferro e aí então essa nova imagem apresenta regiões que possuem concentração de ferro elevada ou baixa”, diz o físico médico da USP, Jeam Haroldo Oliveira Barbosa. Com o resultado, ainda não dá para dizer se o ferro é a causa ou a consequência da doença de Parkinson, mas já é considerado um avanço para o tratamento. “Pode ajudar a gente em acompanhar a progressão da doença, em verificar, por exemplo, se algum tratamento impede esse acúmulo de ferro. Pode estar associado ao agravamento da doença. São coisas que a gente vai precisar responder. Mas, ele tem essas utilidades”, explica o neurologista Vitor Tumas. (Bom Dia Brasil)