2.4 Relações de ciência com
a cultura
“A ciência constitui também história de
um certo fracasso.” [ JAPIASSU, 1999]
JUSTIFICATIVA DE JAPIASSU:
Ao longo do tempo, progressivamente, a ciência perde o contato com a
cultura, desde que “se impôs com a referência suprema e hegemônica
do discurso social”.
2.4 Relações de ciência com
a cultura
2.4 Relações de ciência com
a cultura
sec. XVII:
– Relação de INTEGRAÇÃO: Ciência como
componente mais fundamental do vasto movimento cultural
sec. XVIII:
– Relação de ALIANÇA: relação orgânica, embora
não institucional
2.4 Relações de ciência com
a cultura
sec. XIX:
– Relação de DISTANCIAMENTO:
a pesar das
resistências do Romantismo. A maioria dos artistas, dos
filósofos, dos músicos e dos escritores demonstra uma alta
dose de desinteresse pela ciência.
–
Na segunda metade do século: o termo
“Ciência” ganha direito de cidadania, substituindo o termo de
“filosofia natural”.
– A partir de 1865, com a codificação das etapas fundamentais
do Método Experimental, por Claude – Bernard, que se impõe
o primeiro critério de demarcação entre ciência e não-ciência.
2.4 Relações de ciência com
a cultura
sec. XX:
– Relação de ALIENAÇÃO: Todo o atual
movimento cultural (artístico, literário ou filosófico) parece
manifestar, em relação à ciência, uma dupla atitude:
– Quer de indiferença mais ou menos rancorosa, quer de
reconciliação mais ou menos estratégica.
– Tentativa de recuperação, procurando resgatar, do prestígio
inconteste da racionalidade científica, elementos para se forjar
discursos de justificação.
2.4 Relações de ciência com
a cultura
Hoje:
– A natureza se encontra praticamente dominada.
– Natureza não dependente dos deuses nem é totalmente
autônoma, mas como projeção da iniciativa coletiva dos
homens, através de sua racionalidade tecnocientífica.
– Por meio dessa racionalidade a physis se converte em polis.
– Acontecimentos atribuídos aos que detêm o controle dessa
racionalidade e decidem politicamente quanto a seus rumos.
2.4 Relações de ciência com
a cultura
Hoje:
“O importante a ressaltar é que grande parte do corpo social
se vê condenada à alienação, pela racionalidade
tecnocientífica, do meio no qual vive: não somente não o
domina mais, mas fica privado de conhecer seus
constituintes tecnocientíficos.” [ JAPIASSU, 1999, p.192]
Se a relação da ciência atual com a cultura é de alienação,
em que ela consiste?
2.4 Relações de ciência com
a cultura
Hoje:
“Conceito sócio-político: a alienação constitui uma separação
entre o criador e sua obra, entre o trabalhador e o produto
do seu trabalho. Despossessão ao mesmo tempo de um
bem e de uma essência, de uma terra e de uma história, de
uma propriedade e de uma liberdade.” [JAPIASSU, 1999]
2.4 Relações de ciência com
a cultura
Hoje:
– HOMEM PRIVADO DE SEU PRÓPRIO MUNDO: e a
tecnociência contribui para que ele perca o seu mundo, na
medida em que o oculta, o esteriliza e o desencanta.
– HOMEM TORNA MAIS PRODUTO QUE PRODUTOR: a
realidade tecnocientífica o separa das coisas e dos outros
homens.
Resultado: Solidão, sentimento de dilaceramento, de
privação da norma, de revolta, de absurdo e de afastamento
de si. Segundo F. Châtelet (1982) seria o estado normal do
homem contemporâneo.
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Carol