PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PONTA GROSSA GERÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PPGEP UBIRAJARA BRUM DA SILVA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DE EQUIPE ATRAVÉS DA TEORIA DA LIDERANÇA SITUACIONAL E DO FEEDBACK 360º: CASO DE UMA EQUIPE DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO DE UMA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA DO SUL DO BRASIL. PONTA GROSSA DEZEMBRO – 2008 iv UBIRAJARA BRUM DA SILVA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DE EQUIPE ATRAVÉS DA TEORIA DA LIDERANÇA SITUACIONAL E DO FEEDBACK 360º: CASO DE UMA EQUIPE DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO DE UMA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA DO SUL DO BRASIL. Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Gestão Industrial, da Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus Ponta Grossa, da UTFPR. Orientador: Prof. João Luiz Kovaleski, Dr. PONTA GROSSA DEZEMBRO - 2008 v S586 Silva, Ubirajara Brum da Transferência de tecnologia para desenvolvimento de equipe através da teoria da liderança situacional e do feedback 360º: caso de uma equipe de acompanhamento e controle da manutenção de uma distribuidora de energia elétrica do sul do Brasil. / Ubirajara Brum da Silva. -- Ponta Grossa: [s.n.], 2008. 158 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Prof. Prof. João Luiz Kovaleski Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Ponta Grossa, 2008. 1. Transferência de tecnologia. 2. Equipes – Desenvolvimento. 3. Liderança. I. Kovaleski, João Luiz. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. III. Título. CDD 658.5 PPGEP – Gestão Industrial (2008) DEDICATÓRIA A minha esposa Elisangela e minhas filhas Bruna e Rafaela, pela compreensão de minhas horas de ausência, pelo incentivo e sobre tudo pelo grande amor que sinto por elas. “Quantas vezes, motivado pela minha fragilidade humana tive intenção de parar e desistir, mas amparado por vocês, lutando em sentido contrário e, portanto armas de amor, incentivo e solicitude, chego, hoje, ao objetivo final. Vocês foram presença na solidão, respeitaram profundamente minha única maneira de ser. Suas companhias, seus sorrisos, suas palavras e até mesmo suas ausências, foram expressões de amor profundo. Este momento não estaria tão completo sem a suas presenças em minha felicidade. E vocês estão junto de mim, como no começo de tudo. Recebam, pois, minha gratidão, reconhecimento e a lembrança de que nos méritos desta conquista há muito de suas presenças”. Aos meus pais, Walter (Seu Capitão) e Eledi (Dona Leda), “Por mais que o tempo e a distância insistam em me fazer lhes esquecer, sei que o amor verdadeiro nunca morrerá. E por todo tempo que ainda viver, perpetuarei tuas memórias e hei de ser fiel aos teus princípios, pois tudo que me ensinaram é a base de todo este meu trabalho”. Aos meus sogros, Lauro e Ely, que na ausência física de meus pais, tomaram para si este papel e são grandes incentivadores de meus esforços. Aos meus irmãos, Leci, Carlos, Vera, Cláudio, Cléia, Antonio e Gladis, pelos telefonemas não dados, pelos aniversários esquecidos, pelas visitas adiadas e sobretudo, pelo carinho e amor a mim dedicado. E a toda a minha família. PPGEP – Gestão Industrial (2008) AGRADECIMENTOS A Deus “... que incomparável e inconfundível na sua infinita bondade, compreendeu os anseios e me deu a necessária coragem para atingir o meu objetivo, ofereço o meu porvir e peço forças para sempre agir com eficiência em meu trabalho e acerto em minhas decisões”. Aos Mestres, A todos os professores e funcionários do programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa e em especial ao professor e orientador João Luiz Kovaleski. “ Se és capaz de aceitar teus alunos como são em sua realidade social, humana e cultural; se os leva a superar suas dificuldades, limitações ou fracassos, sem humilhação, sem inúteis frustrações; se os leva a refletir mais do que decorar; se te emocionas com a visão de tantas criaturas que de ti dependem para desabrocharem em consciência, criatividade, liberdade e responsabilidade, então podes dizer: SOU MESTRE”. Aos meus amigos e colegas, que me ajudaram, incentivaram e sempre acreditaram em mim. Ao Engenheiro Daniel Gueiber, pelo compartilhamento de conhecimento e pelos exemplos esposado durante sua gestão no departamento de Operação e Manutenção da Superintendência de Distribuição Centro-sul. A Companhia Paranaense de Energia, através dos Engenheiros Helder Cordeiro Barroso e Altamiro Silvestri, ex e atual superintendente da Superintendência de Distribuição Centro-sul, pelas oportunidades e desafios a mim oferecidos que sempre serviram como fonte de aprendizado. Ao colega Marcos Surian Thomaz pelo companherismo durante o curso e ao também colega Fernando Marini Köpp pelas valiosas sugestões e correções neste trabalho. Os meus agradecimentos a todos que contribuíram de forma particular e especial para a realização deste trabalho. PPGEP – Gestão Industrial (2008) PRECISA-SE Precisa-se de homens e mulheres que tenham os pés na terra e a cabeça nas nuvens. Precisa-se de homens e mulheres capazes de sonhar, sem medo de seus sonhos. Homens e mulheres tão idealistas que sejam capazes de transformar seus sonhos em uma visão de futuro. Tão ousados que se atrevam a persegui-la. E tão práticos, que sejam capazes de torná-la realidade. Homens mulheres que sejam tão determinados e tão obstinados que nunca abram mão de construir seu destino e gerenciar sua própria vida. Que não temam mudanças e saibam tirar proveito delas. Precisa-se de homens e mulheres que tornem seu trabalho um objeto de prazer e uma porção substancial de sua realização pessoal e que percebam, na visão e na missão de sua empresa, um forte impulso para sua própria motivação. Que possuam aquela dignidade pessoal determinada pela coerência entre seus atos e suas crenças e valores. Precisa-se de homens e mulheres que questionem, não pela simples contestação, mas pela necessidade intima de se aplicar as melhores idéias. Homens e mulheres de uma cara só, que nem se comportem como "superiores” nem se sintam “subordinados”, mas mostrem a face serena de um parceiro ideal, capaz de respeitar idéias e respeitar pessoas, não pelo cargo que tenham, mas pela função que desempenham, seja ela a realização de uma tarefa ou a coordenação de esforços individuais para um objetivo comum a todos. Precisa-se de homens e mulheres, de qualquer idade, ávidos por aprender e desenvolver novas habilidades, que não se vangloriem de experiências e sucessos passados, mas se orgulhem de suas habilidades de absorver o novo. Precisa-se de homens e mulheres que se comprometam com seus sonhos, com sua visão e com a realização dela através de seu trabalho. Homens e mulheres que vejam em seus clientes a razão de seus esforços e a fonte de seus resultados e que se empenham, com inteligência, dedicação e cortesia, em conquistá-los e mantêlos. Homens e mulheres que busquem o progresso profissional não pela ocupação de seus cargos, mas pelo desenvolvimento de sua competência em fazer aquilo que sabem e o mais o que possam aprender e que busquem recompensa não pela competência que tiverem, mas pela parcela de competência que dedicarem aos resultados da equipe. Homens e mulheres que não se empolguem com o seu próprio brilho, mas com o brilho do resultado do trabalho conjunto. Que não tenham respostas para todas as questões, mas saibam encontrá-las nos companheiros de equipe ou onde quer que existam. ANTÔNIO WALTER DE ANDRADE GUTIERREZ Assessor de RH da Construtora Andrade Gutierrez PPGEP – Gestão Industrial (2008) RESUMO O ambiente de negócios está cada vez mais competitivo e os problemas que enfretam cada vez mais complexos. Esse ambiente desafiador não permite que as organizações dependam apenas das estruturas hierárquicas e de algumas pessoas de desempenho máximo para manter vantagem competitiva. A utilização do conhecimento coletivo e da riqueza de perspectivas diferentes são hoje fatores de sucesso e exigem das organizações a colaboração e o trabalho em equipe em todos os seus setores. Assim, as organizações, através de um movimento consciente tem buscado como recurso estratégico adotar o trabalho em equipes que se tornam um importante veículo para mover as organizações rumo ao futuro e criar produtos e serviços de qualidade. Equipes significam um grande investimento de tempo, dinheiro e recursos. Permitir que elas fracassem ou produzam aquém do esperado acarreta um custo imenso. Assim, o objetivo deste trabalho é identificar o desenvolvimento de equipe através da aplicação da teoria da Liderança Situacional e Feedback 360º. Para o desenvolvimento desta pesquisa foi utilizado o procedimento de estudo de caso com a aplicação de questionários fechados e questionários baseados na escala de Likert, para identificar o nível de maturidade dos colaboradores, o estilo dominante, a amplitude e a adaptabilidade da liderança, o estilo requerido para cada colaborador, bem como o desenvolvimento da liderança, em uma equipe de acompanhamento e controle da manutenção de distribuidora de energia elétrica, localizada no sul do Brasil. Os resultados da pesquisa apontam ser possível avaliar o desenvolvimento de uma equipe a partir da aplicação das teorias da Liderança Situacional e do Feedback 360º. As aplicações das teorias se mostram valiosas ferramentas, possibilitando um direcionamento nas ações de capacitação requeridas pela equipe, bem como direcionamento assertivo das necessidades de desenvolvimento da Liderança. Palavras-chave: Liderança Situacional; Feedback 360º; Desenvolvimento de equipes; Transferência de Tecnologia. PPGEP – Gestão Industrial (2008) ABSTRACT The business environment is increasingly competitive and the problems they faced increasingly complex. This challenging environment does not allow organizations to rely solely from hierarchical structures and a number of people to maintain peak performance advantage. The use of collective knowledge and wealth of different perspectives are factors to success today and require the organizations to collaboration and teamwork in all sectors. Thus, organizations, through a consciously movement sought to adopt a strategic work in teams to become an important vehicle to move the organizations into the future and create quality products and services . Teams mean a lot of investment in time, money and resources. Let them fail or produce less than expected entails a huge cost. So, the objective of this study is to identify the development team by applying the theory of situational leadership and 360º feedback. For the development of this research, it was used the procedure of case study by the application of closed questionnaires and questionnaires based on Likert scale, to identify the maturity level of employees, the dominant style, the magnitude and adaptability of leadership, the style required for each employee, as well as the development of leadership, for a team of monitoring and controlling the maintenance of electric power distributor, located in southern Brazil. The survey results indicate possibility to evaluate the development of a team from the theories of situational leadership and the 360º feedback. The applications of theories become valuable tools, enabling a trend in the stock of skills required by the team as well as assertive direction of the development needs of Leadership. Keywords: Situational Leadership; Technologies Transference. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 360º Feedback; Development Team; LISTA DE FIGURAS Figura 1 - As teorias sobre a liderança.......................................................................31 Figura 2 - As diferentes ênfases decorrentes dos três estilos de liderança...............36 Figura 3 - Continuum de padrões de liderança .........................................................38 Figura 4 - As forças que condicionam os padrões de liderança ...............................39 Figura 5 - Os quatro quadrantes de comportamento do líder ...................................41 Figura 6 - Estilo do líder ............................................................................................43 Figura 7 - Faixa de estilo em termos de comportamento de tarefa e de comportamento de relacionamento...........................................................49 Figura 8 - Hierarquia das necessidades de Maslow .................................................52 Figura 9 - Ciclo eficaz ................................................................................................57 Figura 10 - Ciclo ineficaz ...........................................................................................57 Figura 11 - Efeito espiral do ciclo eficaz ....................................................................58 Figura 12 - Efeito espiral do ciclo ineficaz .................................................................59 Figura 13 - Resumo plano de jogo gerente minuto ...................................................62 Figura 14 - Determinação de um estilo apropriado de liderança ..............................65 Figura 15 - Processo de três passos do ciclo de desenvolvimento (a) .....................67 Figura 16 - Processo de três passos do ciclo de desenvolvimento (b) ....................69 Figura 17 - Ciclo de desenvolvimento à medida que as pessoas amadurecem com o passar do tempo .......................................................................................70 Figura 18: PERFORM em toda a organização ..........................................................74 Figura 19 - O modelo de estágio de desenvolvimento de equipes ...........................76 Figura 20: Liderança Situacional: Como adequar o estilo de liderança aos estágios de desenvolvimento de equipes ...............................................................78 Figura 21 - O modelo de acordo de interação de equipe ..........................................81 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Figura 22 - Roteiro para a parceria do desempenho, primeira etapa.......................94 Figura 23 - Roteiro para a parceria do desempenho, segunda etapa.......................94 Figura 24 - Roteiro para a parceria do desempenho, terceira etapa........................95 Figura 25- Roteiro para a parceria do desempenho.................................................97 Figura 26 - Objetivos do empregado A ...................................................................100 Figura 27 - Objetivos do empregado B ...................................................................101 Figura 28 - Objetivos do empregado C ...................................................................102 Figura 29 - Objetivos do empregado D ...................................................................103 Figura 30 - Objetivos do empregado E ...................................................................104 Figura 31 - Objetivos do empregado F ....................................................................105 Figura 32- Objetivos do empregado G ....................................................................106 Figura 33 - Critério de avaliação para treinamentos e tempo na função ................107 Figura 34 - Percentual de atendimento dos requisitos de treinamentos e tempo na função .....................................................................................................107 Figura 35 - Análise do nível de maturidade dos empregados .................................109 Figura 36- Identificação do estilo dominante, amplitude e adaptabilidade da liderança..................................................................................................122 Figura 37- Análise do nível de maturidade e estilo de liderança requerido ............125 Figura 38 - Avaliação das competências da liderança ............................................126 Figura 39 - Priorização das oportunidades de melhoria ..........................................132 Figura 40 - Percentual médio dos níveis para as variáveis produtividade e moral .134 Figura 41 - Liderança Situacional: Como adequar o estilo de liderança aos estágios de desenvolvimento de equipes .............................................................135 PPGEP – Gestão Industrial (2008) LISTA DE QUADROS Quadro 1- Os três estilos de liderança.......................................................................35 Quadro 2 - Situações de eficácia e ineficácia do comportamento do líder ...............42 Quadro 3 - Exigências de baixa e alta flexibilidade da liderança ..............................50 Quadro 4 - Combinação do nível de maturidade com o estilo de liderança que oferece maior probabilidade de funcionar bem ........................................51 Quadro 5 - Estágio de desenvolvimento de equipe e o estilo de liderança apropriado............................................................................................... 79 Quadro 6: Resumo da coleta de dados......................................................................93 Quadro 7 - Identificação dos pontos fortes e oportunidades de melhorias .............110 Quadro 8 - Ponto fortes e oportunidades de melhorias (Geral) ..............................113 Quadro 9 - Descrição das características da maturidade .......................................114 Quadro 10 - Agrupamento da maturidade do trabalho e psicológica para a identificação do nível de maturidade ......................................................115 Quadro 11 - Mapeamento das necessidades dos empregados...............................120 Quadro 12 - Critério de pontuação para os estilo escolhidos pelo líder ..................123 Quadro 13 - Percentual de opções estilo respondidas pelo líder ............................124 Quadro 14 - Demonstrativo da amplitude da maturidade e estilo de liderança ......125 PPGEP – Gestão Industrial (2008) LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Nível de maturidade da equipe..............................................................119 Gráfico 2 – Média da pontuação realizada pelos pesquisados................................129 Gráfico 3 – Média das respostas individuais dos colaboradores.............................130 Gráfico 4 – Média das respostas do gerente imediato.............................................130 Gráfico 5 – Média das respostas do próprio líder....................................................131 Gráfico 6 – Diferença entre a pontuação da equipe e do gerente...........................133 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA...............................................................................16 1.2 O PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................22 1.3 USTIFICATIVA.....................................................................................................22 1.4 HIPÓTESE...........................................................................................................24 1.5 OBJETIVOS.........................................................................................................24 1.5.1 Objetivos geral ..................................................................................................24 1.5.2 Objetivos específicos.........................................................................................25 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO.............................................................................25 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................27 2.1 LIDERANÇA SITUACIONAL................................................................................27 2.1.1 A liderança.........................................................................................................27 2.1.1.1 Teorias sobre liderança..................................................................................31 2.1.2 A Liderança Situacional.....................................................................................40 2.1.2.1 Motivação.......................................................................................................52 2.1.2.2 Desenvolvimento dos recursos humanos .....................................................55 2.2 LIDERANÇA SITUACIONAL DE EQUIPES.........................................................70 2.3 AVALIAÇÃO OU FEEDBACK 360º......................................................................83 2.4 TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA.................................................................86 3 METODOLOGIA.....................................................................................................92 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.......................................................................92 3.2 A EQUIPE.............................................................................................................93 3.3 METODOLOGIA PROPOSTA PARA DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE.........93 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS............................................98 4.1 IDENTIFICAÇÃO DO NÍVEL DE MATURIDADE DO TRABALHO E PSICOLÓGICA DOS COLABORADORES..........................................................98 4.2 IDENTIFICAÇÃO DO ESTILO DOMINANTE, A AMPLITUDE E A ADAPTABILIDADE DA LIDERANÇA.................................................................121 4.3 IDENTIFICAÇÃO DO ESTILO DE LIDERANÇA REQUERIDO PELOS COLABORADORES..........................................................................................124 4.4 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DE DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA.......................................................................................................126 4.5 IDENTIFICAÇÃO DO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE..............133 5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS...........................137 5.1 CONCLUSÕES..................................................................................................137 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................................................141 REFERÊNCIAS........................................................................................................143 APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO NECESSIDADES INSATISFEITAS DE MASLOW........................................................................................145 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DOS DADOS REFERENTES A MATURIDADE DOS COLABORADORES......................................152 APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DAS INFORMAÇÕES REFERENTES A ATUAÇÃO DA LIDERANÇA..............................153 APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS REFERENTES AO FEEDBACK 360º.................................................................................................155 APÊNDICE E – MODELO: OBJETIVOS EMPREGADO A .....................................157 APÊNDICE F – PLANILHA PARA COLETA DOS OBJETIVOS, TEMPO NA FUNÇÃO, TREINAMENTO E CONHECIMENTO DOS EMPREGADOS..............................................................................158 1 INTRODUÇÃO Neste capítulo são apresentados a delimitação do tema e o problema de pesquisa. Estão descritos ainda, a justificativa, a hipótese, o objetivo geral e os objetivos específicos a serem alcançados para a realização do estudo e a estrutura da dissertação. 1.1 Apresentação do tema Nas organizações o uso de trabalho em equipes tem se tornado uma importante forma para que o trabalho seja realizado. Além disso, as empresas são formadas por equipes, e as pessoas passam de uma equipe para outra sem sequer pensar a respeito, se considerado o tempo que passam em situações de equipes, sejam por grupos de trabalho, comissões, equipes temporárias, equipes interfuncionais e equipes de gerências, verificar-se-á que esta percentagem é enorme.(BLANCHARD, 2007) Para Blanchard (2007), à medida que as pessoas ascendem nas posições de gerência, esta percentagem fica ainda maior. Para o autor, gerentes passam de 30 a 99% de seu tempo em situações de reunião ou de equipes. Desta forma, Blanchard 2007, cita Ken Blanchard, Don Carew e Eunice Parisi-Carew em High Five!: The Magic of Working Together, que para ser eficaz nos dias de hoje é um jogo de equipe, e sem colaboração e habilidade de trabalho em equipe, as chances de ser bem-sucedido são mínimas. Blanchard (2007), destaca que as equipes conseguem executar o trabalho melhor e mais rapidamente, e mudar mais facilmente do que estruturas hierárquicas tradicionais, e tem o poder de elevar a produtividade e o moral, ou de destruí-lo. Para o autor, quando trabalha com eficácia, uma equipe pode tomar melhores decisões, resolver problemas mais complexos,e fazer mais para fomentar a criatividade e aprimorar as habilidades do que indivíduos trabalhando sozinhos. Blanchard (2007), complementa afirmando que a equipe e a única unidade Capítulo 1 Introdução 17 que possui a flexibilidade e os recursos para reagir rapidamente às mudanças e às novas necessidades típicas do mundo atual. O ambiente de negócios está cada vez mais competitivo e os problemas que enfrentam cada vez mais complexos, enfatiza Blanchard (2007), e o empoderamento é a chave, esse ambiente desafiador não permite que as organizações dependam apenas das estruturas hierárquicas e de algumas pessoas de desempenho máximo para manter vantagem competitiva. A utilização do conhecimento coletivo e da riqueza de perspectivas diferentes são hoje fatores de sucesso e exigem das organizações a colaboração e o trabalho em equipe em todos os seus setores. Assim, as organizações, através de um movimento consciente tem buscado como recurso estratégico adotar o trabalho em equipes que se tornam um importante veículo para mover as organizações rumo ao futuro e criar produtos e serviços de qualidade.(BLANCHARD 2007) Para Blanchard (2007), equipes não são apenas legais. São as unidades básicas de produção. E, com certeza, fornecem uma sensação de valor, de união e de sentido às pessoas envolvidas com ela. No entanto, afirma o autor, “equipes significam um grande investimento de tempo, dinheiro e recursos. Assim, permitir que elas fracassem ou produzam aquém do esperado acarreta um custo imenso”. Baseados em pesquisas feitas nos últimos dez anos, Don Carew e Eunice Parisi-Carew descobriram que as equipes fracassam por várias razões, que vão da falta de um propósito claro à falta de treinamento.(BLANCHARD 2007) A seguir, são enumeradas as dez principais razões para uma equipe não conseguir alcançar seu potencial e conforme Blanchard (2007), ter consciência dessas armadilhas é importante para que se possa evitá-las nas equipes: 1. Falta de diretrizes sólidas que definam o propósito central da equipe e como essa trabalhará de forma unida para alcançá-lo; 2. Incapacidade de decidir no que consiste o trabalho pelo qual a equipe é responsável de forma interdependente e mútua; 3. Falta de responsabilidade mútua; PPGEP – Gestão Industrial (2008) 17 Capítulo 1 Introdução 18 4. Falta de recurso para cumprir como trabalho, incluindo tempo; 5. Falta de liderança eficaz e de liderança compartilhada; 6. Falta de normas que fomentem a criatividade e a excelência; 7. Falta de comprometimento; 8. Falta de apoio da gerência; 9. Inabilidade para lidar com conflitos e 10. Falta de treinamento em habilidades de trabalho em equipe, em todos os níveis. Mudando o foco das razões porque as equipes fracassam ou não alcançam seu potencial para identificar o que torna as equipes ótimas e fornecer um caminho para ajudá-las a atingir esse potencial, Blanchard (2007) identificou sete características centrais de qualquer equipe de alto desempenho e as representou pela sigla PERFORM, sendo: propósito e valores, empoderamento, relacionamentos e comunicação, flexibilidade, reconhecimento e valorização e moral. Para Blanchard (2007), mesmo que o primeiro passo para levar uma equipe ao alto desempenho seja saber onde se está indo, o simples fato de a reunir e darlhe uma missão não significa que se tornará uma equipe de alto desempenho, pois a liderança de equipe é bem mais complexa do que a liderança face a face. No entanto, para o autor, gerentes geralmente gastam mais tempo se preparando para uma reunião com um dos seus colaboradores do que com a equipe. Enfatiza que as pessoas não entendem que gerenciar uma equipe de alto desempenho requer esforço considerável, bem como requer ter certas crenças e atitudes, assim como conhecimento e habilidades de trabalho em equipe. Conforme Blanchard (2007), a criação e manutenção de equipes de alto desempenho requer duas crenças: “Nenhum de nós, sozinho, é tão inteligente quanto todos juntos, e as pessoas têm o direito de se envolver nas decisões que as afetam”. Além disto, para Blanchard (2007), também é essencial que os membros de uma equipe adotem atitudes e perspectivas voltadas para a construção de uma comunidade, para tanto devem desenvolver uma atitude de aprendizagem, criar um PPGEP – Gestão Industrial (2008) 18 Capítulo 1 Introdução 19 ambiente baseado em confiança, valorizar as diferenças e enxergar a equipe como um todo. Conforme Blanchard (2007), trabalhar em equipe também requer que os líderes adquiram conhecimento e habilidade que talvez ainda não tenham desenvolvido. Contudo, afirma o autor, se quiserem criar equipes de alto desempenho, é necessário que aprendam essas habilidades. Assim como trabalho face a face é importante para os líderes de equipes que seu pessoal saiba o mesmo que eles saibam. Membros de equipes precisam aprender que os mesmos conhecimentos e habilidades cruciais de seu líder de equipe. O autor enfatiza que, para algumas pessoas isso é revolucionário, pois quando estão em equipes, esperam receber as coisas prontas. Pensar na equipe como uma parceria entre líder (ou líderes) e os membros é uma noção estranha para muitos (BLANCHARD, 2007). Segundo o autor, os conhecimentos e as habilidades exigidos de todos os membros de uma equipe incluem a habilidade de observar e compreender o que está ocorrendo em uma equipe a qualquer momento e intervir de maneira que ajude a equipe a crescer e se desenvolver. Blanchard (2007, p.197), exemplifica: Após uma reunião, quando se pergunta à maioria dos líderes de equipe como foi, eles geralmente querem falar sobre o número de itens da pauta que foram abordados. Raramente comentam ou se quer se importam em como a equipe interagiu. Eles não tem idéia do que é processo. Todos nós já fizemos parte de equipes ou comitês em que adiávamos ir para as reuniões. Às vezes, a causa é um líder egoísta que adora ouvir sua própria voz, não está aberto a feedback e quer que todos endossem sua pauta em tudo. Complementando Blanchard (2007), evidencia que se quiser realmente saber o que está acontecendo com equipes assim, vá aos corredores ou banheiros após a reunião e nesse momento, todos estão tendo reuniões de “eu deveria ter falado isso”. Assim, conclui o autor, “dá para perceber o dilema que muitos líderes de equipe enfrentam. Se você não tiver habilidade de observar e compreender o que PPGEP – Gestão Industrial (2008) 19 Capítulo 1 Introdução 20 está ocorrendo com uma equipe em um dado momento, como vai saber intervir de forma a ajudar a equipe a crescer”. Diante do exposto fica clara a necessidade do líder de equipe buscar conhecimento, habilidades e atitude que permitam a execução de sua missão de desenvolver seus colaboradores, membros da equipe, para que se reúnam em torno de um propósito comum e busquem mutuamente os resultados. Assim, esta necessidade passa pela busca de tecnologias de gestão que permitam identificar os motivos que levam as equipes ao fracasso, permitindo identificá-los e mitigá-los, bem como maximizar os fatores de sucesso, acarretando através do entendimento e ações o desenvolvimento do líder e seus liderados. Identificou-se duas teorias que respondem as essas necessidades: A Liderança Situacional e o Feedback 360º. O fator chave na Liderança Situacional é a necessidade do líder desenvolver sua sensibilidade e percepção, diagnosticando sua equipe para que possa definir como irá se comportar, pois em qualquer situação em que uma equipe possa estar, a liderança sempre deverá realizar sua função básica de gerir, com atenção concentrada nos objetivos e resultados. Com a aplicação da Liderança Situacional é possível desenvolver os membros de uma equipe, pois conforme Cavalcanti (2002), ela objetiva levar os indivíduos ao seu mais elevado nível de desempenho através da liderança eficaz de “um a um“, baseando-se em criar uma combinação entre o nível de desenvolvimento de um indivíduo (várias combinações de competência e comprometimento) para atingir um determinado objetivo ou realizar uma tarefa e o estilo de liderança (várias combinações de comportamento de direção e apoio) que o líder usa. Quanto ao Feedback 360º, Felippe (2005), o define como sendo uma ferramenta que possibilita a identificação da performance dos colaboradores (líder) dentro de padrões e critérios de desempenho estabelecidos, considerando os valores culturais predominantes na empresa. Geralmente estabelecem o foco de competências desejadas para a liderança com intuito de atender seus objetivos estratégicos, bem como criar ou manter uma determinada cultura de liderança. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 20 Capítulo 1 Introdução 21 A conceituação da ferramenta Feedback 360º, pode ser definida sob dois aspectos, conforme Rocha (2000). O primeiro, feedback significa retro-alimentação, isto é receber informações processadas por alguém em resposta a ações originadas pela pessoa que recebe esta informação de volta. A segunda parte da conceituação desta ferramenta refere-se à denominação de 360º, termo que tem sido usado para identificar a utilização de múltiplas fontes para dar e receber feedback, ou seja, feedback do superior, de pares (clientes e fornecedores internos) e subordinados, envolvendo também autopercepção, que permite que a liderança possa comparar a percepção de si mesmo com a percepção de pessoas que o cercam ou com quem se relaciona. Com as características de cada uma das teorias é possível direcioná-las a tender as necessidades de desenvolvimento conforme abaixo: • Liderança Situacional – Desenvolvimento do líder e dos membros da equipe e • Feedback 360º – Desenvolvimento do líder. Atualmente estas duas teorias estão sendo estudas pelo Grupo de Pesquisa de Transferência de Tecnologia do Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção – PPGEP da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR e tem-se o objetivo de as transferir para equipes de trabalho. Entende-se que a Liderança Situacional e o Feedback 360º são tecnologias de gestão e a transferência de tecnologia como sendo a aquisição, desenvolvimento e utilização de conhecimento tecnológico por um outro ambiente que não o gerou, ou seja, é o processo de introdução de um conhecimento tecnológico já existente, onde não foi concebido e ou executado (LIMA 2004). O objetivo deste trabalho é identificar o desenvolvimento de uma equipe, através de um projeto piloto, realizado em uma divisão de uma empresa de distribuição de energia elétrica, a qual tem como finalidade acompanhar e controlar as atividades relacionadas à manutenção de redes elétricas, transferindo as teorias da Liderança Situacional e do Feedback 360º, estabelecendo uma metodologia que possibilite identificar as necessidades de capacitação e desenvolvimento. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 21 Capítulo 1 Introdução 1.2 22 O problema de pesquisa Após a apresentação do tema de estudo e do contexto em que a presente pesquisa se insere, levando-se em consideração o fato de que segundo Hersey e Blanchard existem nas organizações indivíduos em diferentes graus de maturidade, destaca-se que este estudo visa responder ao seguinte problema: Como identificar e avaliar o desenvolvimento de equipes de trabalho, considerando os fatores de maturidade e liderança? 1.3 Justificativa A globalização da economia, o aumento da competitividade, tem colocado as organizações e os profissionais frente a novos desafios, tornando a gestão mais complexa e dinâmica, requerendo de seus gestores uma atuação mais eficaz, sustentada no aumento da competência e uso de técnicas de gestão até então não utilizadas. Para tanto se faz necessário profissionais com perfil diferenciado, abrangendo o domínio de novas competências (conhecimentos, habilidades e atitudes), pode-se inferir, segundo Rocha (2001, p. 13), “a própria manutenção e crescimento da organização no mercado cada vez mais competitivo”. No mercado ganhos de produtividade, por exemplo, tornam-se fundamentais e a melhoria do desempenho dos recursos humanos por meio da capacitação é um fator crítico de sucesso, para isso as empresas têm realizado enormes e constantes investimentos no treinamento e desenvolvimento dos profissionais visando sua adequação às novas exigências empresariais e do mercado. (ROCHA, 2001). No entanto percebe-se que muitas vezes os investimentos em treinamento não trazem o resultado esperado, pela identificação incorreta das competências necessárias a serem desenvolvidas, sejam dos líderes ou dos colaboradores. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 22 Capítulo 1 Introdução 23 Assim, a busca de ferramentas que auxiliem a assertividade das decisões de treinamento e desenvolvimento se faz necessária e torna-se um fator de grande importância para as organizações. Ao analisar a importância de um trabalho, Lakatos (1991) propõe que a problemática seja analisada sob os seguintes aspectos: relevância, novidade, exeqüibilidade, viabilidade e oportunidade. O trabalho é relevante à medida que traz conhecimento para a empresa sobre como conduzir indivíduos e equipes ao seu mais alto nível de desenvolvimento, permitindo que se obtenham empregados motivados pela realização de suas tarefas, e partindo-se do pressuposto que as pessoas são fundamentais na determinação dos resultados dos processos e no desempenho da organização. A determinação das necessidades de treinamento dos empregados atualmente utilizados pela empresa não levam em consideração a maturidade dos indivíduos, assim a proposta desta pesquisa é justamente a de realizar uma metodologia de desenvolvimento dos indivíduos através da correlação das variáveis de maturidade dos empregados e os estilos de liderança. A novidade se evidencia porque o trabalho está adequado ao estágio atual da evolução científica. As organizações tem se utilizado do trabalho em equipe como uma estratégia para alcançar seus objetivos, sobretudo pelo compartilhamento do conhecimento. A utilização em conjunto das ferramentas propostas pelas teorias da Liderança Situacional e Feedback 360º nunca foi realizada na equipe pesquisada, e assim este trabalho é um projeto piloto neste ambiente. A pesquisa é viável uma vez que existe bibliografia sobre a Liderança Situacional e do Feedback 360º, duas teorias que servem de base para o trabalho. Tem-se a disposição acesso a uma empresa para a elaboração do estudo de caso. Quanto a exeqüibilidade pretende-se com a pesquisa ter como resultado uma conclusão válida, no sentido de identificar objetivamente os passos necessários para o desenvolvimento de uma equipe de trabalho. A oportunidade evidencia-se pelo fato de que as conclusões podem ser de valia para a empresa na qual será realizado o estudo de caso, bem como a qualquer PPGEP – Gestão Industrial (2008) 23 Capítulo 1 Introdução 24 organização que busque o desenvolvimento de equipes de trabalho. 1.4 Hipótese A hipótese básica definida como sendo a resposta provável ao problema proposto pela pesquisa é que existe possibilidade de transferência de tecnologia para melhorar o processo de identificação das necessidades de treinamento e desenvolvimento de equipes utilizando as teorias da Liderança Situacional e Feedback 360º. Desta forma: A correta identificação da maturidade dos indivíduos e a aplicação do estilo de liderança requerido colaboram para o seu desenvolvimento e da equipe de trabalho. A identificação do estilo dominante, a amplitude e a adaptabilidade da liderança, bem como o uso do Feedback 360º, contribui para o desenvolvimento do líder. 1.5 Objetivos 1.5.1 Objetivo geral O objetivo geral deste trabalho consiste em estabelecer uma metodologia para o processo de desenvolvimento de equipe com base nas teorias da Liderança Situacional e do Feedback 360º. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 24 Capítulo 1 Introdução 25 1.5.2 Objetivos específicos Identificar o nível de maturidade psicológica e do trabalho dos colaboradores; 1.6 Identificar o estilo dominante, a amplitude e a adaptabilidade da liderança; Identificar o estilo de liderança requerido por cada colaborador; Identificar as necessidades de desenvolvimento da liderança; Identificar o nível de desenvolvimento da equipe. Estrutura do trabalho A dissertação será estruturada em cinco capítulos, distribuídos da seguinte forma: Neste primeiro capítulo, serão expostos de forma sucinta os principais aspectos que foram desenvolvidos no trabalho, tais como: o assunto em análise, as hipóteses, objetivos geral e específicos, justificativas e estrutura do trabalho. No capítulo 2, apresentam-se uma descrição do problema que se pretende resolver, bem como os fatores e ambiente associados, um levantamento bibliográfico de como o problema vem sendo resolvido, os limites de resolução dos sistemas atuais, porque compensa resolver ou aprofundar o estudo deste problema. De forma sucinta, se apresenta no capitulo 3, as técnicas, metodologias e outras ferramentas que foram utilizadas, enfatizando a maneira pela quais as mesmas foram empregada na resolução do problema, bem como apresentar uma espécie de modelo de resolução do problema, baseando-se para isto no arcabouço teórico desenvolvido no capítulo 2 e com a utilização do ferramental apresentado. No capítulo 4, procede-se a uma análise dos resultados obtidos visando identificar os objetivos específicos. Finaliza-se no capitulo 5, onde são colocadas as conclusões do trabalho PPGEP – Gestão Industrial (2008) 25 Capítulo 1 Introdução 26 realizado consideradas mais importantes e a apresentação de uma avaliação global do modelo, de sua aplicação. Verifica-se se objetivos iniciais foram alcançados; avalia-se se os resultados obtidos foram satisfatórios, bem como se realizarão algumas sugestões para futuros trabalhos e pesquisas a serem desenvolvidas em nível de mestrado ou doutorado, provenientes dos resultados deste trabalho. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 26 Capítulo 2 Referencial Teórico 2 27 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O objetivo de se apresentar os conceitos sobre Liderança e Feedback 360º é o de estruturar a base para uma metodologia de desenvolvimento de equipe. Partese do pressuposto de que a através do uso da liderança eficaz, sobretudo do conceito de Liderança Situacional, elaborados por Hersey e Blanchard, por meio da identificação da maturidade dos indivíduos e dos estilos de liderança requeridos é possível provocar o desenvolvimento da equipe. Com o domínio dos conceitos da Liderança Situacional e do Feedback 360º, torna-se possível elaborar um plano que contemple as ações necessárias para o amadurecimento dos indivíduos e o desenvolvimento da liderança. 2.1 Liderança Situacional 2.1.1 A Liderança A racionalização do trabalho aparece com a escola da administração científica. A eficácia na produção foi buscada por Taylor através do estudo de tempos e movimentos. Cabia aos gerentes o planejamento, enquanto aos subordinados ficavam as tarefas operacionais, separando assim, o planejamento da execução do trabalho. Durante a administração científica não eram consideradas as questões humanas. O trabalhador simplesmente é visto como um ser operacional, estimulado pela gerência através de incentivos pecuniários, a atingir os objetivos organizacionais. Na administração científica, o objetivo maior da liderança era atingir os objetivos organizacionais, estabelecendo os critérios e fazendo os subordinados PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 28 cumprirem as tarefas, o centro era a organização. Já na escola das relações humanas que teve seu começo em 1920, idéias iniciadas por Taylor passaram a ser substituídas pelo movimento de relações humanas defendidos por Elton Mayo e seus colaboradores que argumentavam que as organizações, além de procurar os melhores métodos tecnológicos para aumentar a produção, deveriam também se interessar pelas questões humanas, considerando os sentimentos e atitudes das pessoas (HERSEY; BLANCHARD, 1986). Buiar (2004, p. 44), argumenta que “a partir da concepção do homo social, surgiu à necessidade de um líder que facilitasse a relação das pessoas no grupo e que orientasse o grupo ao alcance dos objetivos organizacionais, passando a concentrar-se nas necessidades das pessoas”. Complementando esta idéia, afirmam Hersey e Blanchard (1986, p. 107), a “função do líder era de facilitar a consecução dos objetivos entre os liderados, dando oportunidades para seu crescimento e desenvolvimento pessoal” e resumem, “que o movimento da administração cientifica focaliza a tarefa (produção), enquanto o movimento das relações humanas (as pessoas)”. Para conseguir o engajamento do trabalhador chegou-se ao modelo de trabalho enriquecido. A separação entre os fatores motivacionais e os fatores higiênicos, enriquecem, conforme Spricigo (1999, p. 46) “através de um aumento da responsabilidade, do desafio e da amplitude do trabalho.” A liderança constitui um dos temas administrativos mais pesquisados e estudados nos últimos cinqüenta anos e muitos autores, para melhor explicar a influência sobre os subordinados ou grupos de subordinados, desenvolveram muitas teorias sobre a liderança. Com efeito, estas teorias acompanharam mais ou menos o desenvolvimento da teoria das organizações e influenciaram sensivelmente a teoria administrativa e as classifica em teoria dos traços de personalidades, teorias sobre estilos de liderança e teorias situacionais. (CHIAVENATO, 1994). Para Chiavenato (2000, p.134), “a liderança é necessária em todos os tipos de organizações humanas, principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos”. O administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. Assim, segundo Chiavianato, ela é essencial em PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 29 todas as funções da administração. Segundo Chiavenato (2000, p.134), “a liderança poder ser visualizada sob diversos ângulos”, conforme abaixo: 1. Liderança como um fenômeno de influência interpessoal: A liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Esse conceito encara a liderança como um fenômeno social e que ocorre exclusivamente nos grupos sociais. Ela é decorrente dos relacionamentos entre as pessoas em uma determinada estrutura social. Nada tem a ver com os traços pessoais de personalidade do líder. A influência é uma força psicológica, uma transação interpessoal na qual uma pessoa age de modo a modificar o comportamento de outra, de algum modo intencional. A influência envolve conceitos como poder, autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se provocam mudanças no comportamento de pessoas ou grupos sociais. O controle apresenta as tentativas de influência bem-sucedidas, isto é, que produzem as conseqüências desejadas pelo agente influenciador. O poder é o potencial de influência de uma pessoa sobre as outras, é a capacidade de exercer influência, embora isto não signifique que essa influência seja realmente exercida. O poder é potencial influencial que pode ou não ser realizado. A autoridade (o conceito mais restrito destes todos) é o poder legítimo, isto é, o poder que tem uma pessoa em virtude do seu papel ou posição em uma estrutura organizacional. É, portanto, o poder legal e socialmente aceito. 2. Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo: O grau em que um indivíduo demonstra qualidade de liderança depende não somente de suas próprias características pessoais, mas também das características da situação na qual se encontra. Liderança é um processo contínuo de escolhas que permite à empresa caminhar em direção a sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. O grupo tende a escolher como líder a pessoa que lhe pode dar maior assistência e orientação (que escolha ou ajude o grupo a PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 30 escolher os rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance seus objetivos. A liderança é uma questão de redução da incerteza do grupo. O comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha, isto é, a tomada de decisão. Nesse sentido, o líder é um tomador de decisões ou aquele que ajuda o grupo a tomar decisões adequadas. 3. Liderança como uma relação funcional entre líder e subordinado: Liderança é uma função das necessidades existentes em uma determinada situação e consiste em uma relação entre o indivíduo e um grupo. A relação entre líder e subordinados repousa em três generalizações, a saber: a) A vida, para cada pessoa, pode ser vista como uma contínua luta para satisfazer necessidades, aliviar tensões e manter equilíbrio. b) A maior parte das necessidades individuais, em nossa cultura, é satisfeita por meio de relações com outros indivíduos ou grupos sociais. c) Para qualquer indivíduo, o processo de usar relações com outros indivíduos é um processo ativo - e não passivo – de satisfazer necessidades. Em outros termos, o indivíduo não espera passivamente que a relação capaz de proporcionar-lhe os meios de satisfazer uma necessidade ocorra naturalmente, mas ele próprio procura os relacionamentos adequados para tanto utiliza aqueles relacionamentos que já existem com o propósito de satisfazer suas necessidades pessoais. Esse conceito repousa em uma relação funcional em que um líder é percebido por um grupo como possuidor ou o controlador dos meios para a satisfação de suas necessidades. Assim, segui-lo pode constituir para o grupo um meio para aumentar a satisfação de suas necessidades ou evitar sua diminuição. O líder surge como um meio para a consecução dos objetivos desejados por um grupo. Assim, o líder é um estrategista que sabe indicar os rumos para as pessoas. 4. Liderança como um processo em função do líder, dos seguidores e das variáveis da situação: PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 31 Liderança é o processo de exercer influência sobre pessoas ou grupos nos esforços para a realização de objetivos em uma determinada situação. A liderança depende de variáveis no líder, nos subordinados e na situação. Ela pode ser definida pela equação: L = f (l, s, v). A liderança existe em função das necessidades existentes em determinada situação. Trata-se de uma abordagem situacional. A liderança depende da conjugação de características pessoais do líder, dos subordinados e da situação que os envolve. O líder é a pessoa que sabe conjugar e ajustar todas essas características. Não há um tipo único e exclusivo para cada situação. 2.1.1.1 Teorias sobre Liderança Para Chiavenato (2000, p.135), a liderança constitui um dos temas mais pesquisados e estudados nas últimas décadas. Segundo este autor, várias teorias sobre a liderança acompanham o desenvolvimento da teoria administrativa. A figura 1, a seguir, demonstra que as teorias sobre liderança podem ser divididas em três grupos, cada um apresenta características próprias. Teorias dos Traços de Personalidade Características marcantes de personalidade possuídas pelo líder Teorias sobre Estilos de Liderança Maneiras e estilos de se comportar adotados pelo líder Teorias Situacionais de Liderança Adequação do comportamento do líder às circunstâncias da situação Figura 1: As teorias sobre liderança Fonte: Chiavenato (2000, p.136). Teoria dos Traços de Personalidade Para Chiavenato (2000, p.136), “são as teorias mais antigas a respeito da PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 32 liderança. Um traço é uma qualidade ou característica distintiva da personalidade. Segundo essa teoria, o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas”. Assim, afirma Chiavenato, o líder apresenta características marcantes de personalidade por meio das quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas. Essas teorias, conforme o autor, foram influenciadas pela teoria do grande homem, defendida por Carlyle para explicar que o progresso do mundo foi produto das realizações pessoais de alguns homens que dominam a história da Humanidade. Segundo Chiavenato (2000, p. 136), “Cada autor especifica alguns traços característicos de personalidade que definem o líder, como sendo:” a) Traços físicos: como energia, aparência pessoal, estatura e peso; b) Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança; c) Traços sociais: cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa; d) Traços relacionados com tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa. Bergamini (apud Queiroz, 1994), contribui afirmando que alguns autores associam liderança com as características pessoais, como carisma e firmeza. Cita o caso de Wess Roberts (1989), que, ao delinear o perfil de Átila, o huno, como o de um exímio líder, estabelece, segundo a autora os seguintes atributos de liderança: lealdade, coragem, anseio, resistência emocional, vigor físico, empatia, poder de decisão, antecipação, sincronização, competitividade, autoconfiança, responsabilidade, credibilidade, tenacidade, confiabilidade, vigilância e proteção. Para Queiroz (1996), esta abordagem é bastante restrita, pois pressupõe que a liderança seja um dom nato. Em resumo, para Chiavenato (2000, p.136), “um líder deve inspirar confiança, ser inteligente, perceptivo e decisivo par ter condições de liderar com sucesso”. Porém, afirma o autor, as teorias de traços apresentam aspectos falhos, a PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 33 saber: a) Não ponderam a importância relativa de cada uma das várias características e traços de personalidade que realçam os aspectos da liderança: nem todos os traços são igualmente importantes na definição de um líder, pois alguns deveriam ter maior realce do que outros; b) As teorias dos traços ignoram a influência e reação dos subordinados. A pergunta que paira no ar é: Um indivíduo pode ser líder para todo e qualquer tipo de subordinado? c) Essas teorias não fazem distinção entre os traços válidos quanto ao alcance de diferentes tipos de objetivos a serem alcançados. Em certas missões alguns traços de personalidade são mais importantes do que outros: uma missão militar de guerra exige traços diferentes de um líder, enquanto uma missão religiosa ou filantrópica exige outros; d) As teorias dos traços ignoram a situação em que a liderança se efetiva. Nas organizações existem diferentes situações que exigem características diferentes dos líderes. Uma situação de emergência exige um tipo de comportamento do líder, enquanto uma situação de estabilidade e calma tem outras características; e) Dentro dessa abordagem simplista, um indivíduo dotado de traços de liderança é sempre líder durante todo o tempo e em toda e qualquer situação, o que não ocorre na realidade. Um sujeito pode ser o líder inconteste na seção onde trabalha e o último a dar palpites em seu lar. Por essas razões, segundo Chiavenato (2000, p.137), “essas teorias caíram em descrédito e perderam sua importância”. No entanto, a simples enumeração de algumas características pessoais de liderança constitui um exemplo e um paradigma interessante para o administrador ter em mente. “Não resta dúvida de que grandes mudanças na história das sociedades e das empresas foram devidas ao esforço inovativo de alguns indivíduos dotados de características excepcionais, como é o exemplo de certos reis, militares e estadistas”, afirma Chiavenato (2000, p.137). Todavia, para o autor, as teorias da PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 34 liderança, baseadas em características no perfil do “grande homem” constituem uma ficção. Teorias sobre Estilos de Liderança Segundo Chiavenato (2000, p.137), “são teorias que estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder orienta sua conduta”. Enquanto a abordagem dos traços se refere àquilo que o líder é, a abordagem dos estilos de liderança se refere àquilo que o líder faz, isto é, seu comportamento para liderar. Para Chiavenato (2000), a teoria mais conhecida que explica a liderança por meio de estilos de comportamento, sem se preocupar com características pessoais de personalidade do líder refere-se a três estilos de liderança: autoritária, liberal e democrática. O autor cita White e Lippitt, que realizaram uma pesquisa nos Estados Unidos, década de 30, para analisar o impacto provocado por três diferentes estilos de liderança, em meninos com idade de 10 anos, orientados para a execução de tarefas. Os meninos foram divididos em quatro grupos. Cada seis semanas a direção de cada grupo era desenvolvida por líderes que utilizavam três estilos diferentes: a liderança autocrática, a liderança liberal (laissez-faire) e a liderança democrática. O quadro 1, a seguir, dá uma idéia das características de cada um desses estilos de liderança. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 35 AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL (LAISSEZ-FAIRE) O lider fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder Há liberdade total para as decisões grupais ou individuais, e a mínima participação do líder O líder determina as providências para a O grupo esboça as providências para A participação do líder é limitada, execução das tarefas, cada uma por vez, atingir o alvo e pede aconselhamento do apresentando apenas materiais variados na medida em que se tornam líder, que sugere alternativas para o ao grupo, esclarecendo que poderia necessárias e de modo imprevisível para grupo escolher. As tarefas ganham fornecer informações desde que as o grupo. novas perspectivas com os debates. pedissem. O líder determina a tarefa que cada um A divisão das tarefas fica a critério do A divisão das tarefas e escolha dos deve executar e o seu companheiro de grupo e cada membro tem liberdade de colegas fica totalmente a cargo do grupo. trabalho. escolher seus companheiros de trabalho. Absoluta falte de participação do líder. O líder procura ser um membro normal O líder não avalia o grupo nem controla O líder é dominador e é "pessoal" nos do grupo, em espírito. O líder é "objetivo" os acontecimentos. Apenas cometa as elogios e nas críticas ao trabalho de cada e limita-se aos "fatos" nas críticas e atividades quando perguntado. membro. elogios. Quadro 1: Os três estilos de liderança Fonte: Chiavenato (2000, p.138). Chiavenato (2000, p.138), caracteriza os três estilo de liderança conforme abaixo: Liderança autocrática: Neste estilo o líder centraliza as decisões e impõe suas ordens ao grupo. O comportamento dos grupos mostrou forte tensão, frustração e agressividade, de um lado, e, de outro, nenhuma espontaneidade, nem iniciativa, nem formação de grupos de amizade. Embora aparentemente gostassem das tarefas, não demonstraram satisfação com relação à situação. O trabalho somente se desenvolveu com a presença física do líder. Quando este se ausentava, as atividades paravam e os grupos expandiam seus sentimentos reprimidos, chegando a explosões de indisciplina e de agressividade; Liderança Liberal: Neste estilo o líder delega totalmente as decisões ao grupo e deixa-o à vontade e sem controle algum. Embora a atividade dos grupos fosse intensa, a produção foi medíocre. As tarefas se desenvolveram ao acaso, com muitas oscilações, perdendo-se tempo com discussões voltadas para motivos pessoais do que relacionadas com o trabalho em si. Notou-se forte individualismo agressivo e pouco respeito ao líder; PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 36 Liderança Democrática: Neste estilo o líder conduz e orienta o grupo e incentiva a participação democrática das pessoas. Houve formação de grupos de amizade e de relacionamentos cordiais. Líder e subordinados passaram a desenvolver comunicações espontâneas, francas e cordiais. O trabalho mostra um ritmo suave e seguro, sem alterações, mesmo quando o líder se ausentava. Houve um nítido sentido de responsabilidade e de comprometimento pessoal além de uma impressionante integração grupal, dento de um clima de satisfação. A figura 2, apresenta a ênfase dada em cada um dos estilos de liderança. Estilo Autocrático Estilo Democrático Estilo Liberal Líder Líder Líder Subordinados Subordinados Subordinados Ênfase no líder Ênfase no líder e no subordinado Ênfase no subordinado Figura 2: As diferentes ênfases decorrentes dos três estilos de liderança Fonte: Chiavenato (2000, p.139). Os grupos submetidos à liderança autocrática, segundo Chiavenato (2000), apresentaram a maior quantidade de trabalho produzido. Sob a liderança liberal não se saíram bem quanto à quantidade e quanto à qualidade. Com a liderança democrática, os grupos apresentaram um nível quantitativo de produção equivalente à liderança autocrática, com uma qualidade surpreendentemente superior. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 37 Para Chiavenato (2000), os autores fizeram ressalvas quanto a variáveis não controladas na experiência, ao fato de o comportamento juvenil ser diferente do comportamento adulto, à diferença das atividades escolares em relação às atividades empresariais, ao curto período da realização da experiência e ao fato de não utilizarem incentivos salariais. A partir dessa experiência, passou-se a pesquisar o papel da liderança democrática – compatível com o espírito americano da época – comunicativa, que encoraja a participação espontânea do empregado que é justa e não arbitrária e que se preocupa simultaneamente com os problemas do trabalho e das pessoas (CHAVENATO 2000). Nas pesquisas posteriormente desenvolvidas, “os grupos dirigidos democraticamente são mais eficientes pelo fato de serem, no mínimo, tão produtivos quanto aos outros e também mais criativos”, afirma Chiavenato (2000, p.139). Na prática diz, Chiavenato (2000, p.140), “o líder utiliza os três processos de liderança, de acordo com a situação, com as pessoas e com a tarefa a ser executada”. O líder tanto manda cumprir ordens, como consulta aos subordinados antes de tomar uma decisão, como também sugere a algum subordinado realizar determinadas tarefas: ele utiliza a liderança autocrática, a democrática e a liberal. O desafio da liderança, segundo o autor, é saber quando aplicar qual processo, com quem e dentro de que circunstâncias e atividades a serem desenvolvidas. Teorias Situacionais da Liderança Para Chiavenato (2000), as teorias sobre traços de personalidades são simplistas e limitadas. As teorias sobre estilos de liderança consideram apenas certas variáveis da situação. As teorias situacionais explicam a liderança dentro de um contexto mais amplo e partem do princípio de que não existe um estilo ou característica de liderança válida para toda e qualquer situação. A recíproca é verdadeira: cada situação requer um tipo de liderança para alcançar eficácia dos subordinados. Para o autor, as teorias situacionais são mais atrativas ao administrador, PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 38 pois aumentam as opções e possibilidades de mudar a situação para adequá-las a um modelo de liderança ou então mudar o modelo de liderança para adequá-lo à situação. Assim, Chiavenato (2000, p.141) afirma, “que o líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo de pessoas sob condições variadas”. A localização e o reconhecimento de um líder dependem da posição estratégica que ele ocupa dentro da cadeia de comunicação e não apenas de suas características de personalidade. A abordagem situacional da liderança passou a ganhar terreno nas teorias administrativas. Tannenbaum e Shimidt, apud Chiavenato (2000, p.140), “expõem uma abordagem situacional da liderança, com uma gama ampla de padrões de comportamento de liderança que o administrador escolhe para as suas relações como os subordinados”, conforme apresentado na figura 3. Liderança centralizada no chefe Liderança descentralizada no subordinado Área de autoridade do administrador Área de de liberdade dos subordinados 1 Administrador toma a decisão e comunica 2 Administrador vende sua decisão 3 Administrador apresenta suas idéias e pede sugestão Autocrático 4 Administrador apresenta sua decisão, tentativa sujeita á modificação Consultivo Figura 3: Continuum de padrões de liderança Fonte: Chiavenato (2000, p.140). PPGEP – Gestão Industrial (2008) 5 Administrador apresenta o problema, recebe sugestões e toma sua decisão 6 Administrador define os limites e pede ao grupo que tome uma decisão 7 Administrador permite que subordinados funcionem dentro de limites definidos por superior Participativo Capítulo 2 Referencial Teórico 39 Segundo Chiavenato (2000, p.141): “O comportamento de liderança localizado no lado extremo esquerdo denota o administrador que mantém alto grau de controle sobre os subordinados, enquanto o comportamento localizado no lado extremo direito denota o administrador que permite ampla liberdade de ação para os subordinados. Nenhum dos extremos é absoluto, pois autoridade e liberdade nunca são ilimitadas”. Para escolher o padrão de liderança a adotar em relação aos subordinados, o administrador deve considerar e avaliar três forças que agem simultaneamente, conforme figura 4. Forças na Situação Tipo de empregado e seus valores e tradições Eficiência do grupo de subordinados Problema a ser removido Tempo disponível para resolvê-lo Estilo de Liderança a ser Adotado Força no Gerente Forças nos Subordinados Valores pessoais do gerente Suas convicções pessoais Confiança nos subordinados Inclinações sobre como liderar Tolerância para ambigüidade Necessidade de autonomia Desejo de assumir responsabilidade Tolerância para a incerteza Sua compreensão do problema Seus conhecimentos e experiência Desejo de participar nas decisões Figura 4: As forças que condicionam os padrões de liderança Fonte: Chiavenato (2000, p.141). Da abordagem situacional, Chiavenato (2000), infere as seguintes proposições: a) Quando as tarefas são rotineiras e repetitivas, a liderança é limitada e sujeita a controles pelo chefe, que passa a adotar um padrão de liderança próximo ao extremo esquerdo do gráfico; PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 40 b) Um líder pode assumir diferentes padrões de liderança para cada um de seus subordinados, de acordo com as forças anteriores; c) Para um mesmo subordinado, o líder também pode assumir diferentes padrões de liderança, conforme a situação envolvida. Em situação em que o subordinado apresenta alto nível de eficiência, o líder pode dar-lhe maior liberdade nas decisões, mas se o subordinado apresenta erros seguidos e imperdoáveis, o líder pode impor-lhe maior autoridade pessoal e menor liberdade de trabalho. 2.1.2 A Liderança Situacional No decorrer do século XX, o estilo de liderança variou muito, Spricigo (1999, p.47), afirma que “a escola Taylorista sugere que o estilo autoritário e centralizador é o mais eficiente, enquanto que a escola das relações humanas defende o estilo democrático como o mais apropriado”. Para o autor, esta divergência de abordagens traduz-se em dois tipos de enfoques: orientação para a produção e orientação para o empregado. Conforme Queiroz (1996), Hersey e Blanchard, estabeleceram quatro quadrantes básicos de comportamento do líder, em função da ênfase dada aos aspectos da produção (tarefa) e do empregado (relacionamento). Surgiram assim, segundo a autora, quatro combinações: tarefa alta (muita ênfase na tarefa) e relacionamento baixo (pouca ênfase no relacionamento); tarefa alta e relacionamento alto; tarefa baixa e relacionamento baixo; tarefa baixa e relacionamento alto. Para melhor compreensão, estes quadrantes são ilustrados conforme a figura 5, a seguir. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 41 COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO Capítulo 2 Referencial Teórico E3 E2 TAREFA BAIXA TAREFA ALTA RELACIONAMENTO ALTO RELACIONAMENTO ALTO E4 E1 TAREFA BAIXA TAREFA ALTA RELACIONAMENTO BAIXO RELACIONAMENTO BAIXO COMPORTAMENTO DE TAREFA Figura 5: Os quatro quadrantes de comportamento do líder Fonte: Adaptado de Queiroz (1996). O comportamento de tarefa, segundo Queiroz (1996), relaciona-se à estruturação do trabalho. Quanto mais alto o comportamento de tarefa mais o líder se empenha em planejar, controlar, organizar e dirigir seu subordinado. Quanto mais baixo o comportamento de tarefa mais o líder deixa estas atividades a cargo do subordinado. O comportamento de relacionamento, ainda segundo Queiroz (1996), refere-se ao apoio dado ao subordinado. Quanto mais alto o comportamento de relacionamento, mais o líder se empenha em oferecer apoio sócio-emocional e canais de comunicação ao empregado. Para Hersey e Blanchard (1986, p.120), “admitindo-se que a eficácia dos líderes depende da maneira como seu estilo de liderança se relaciona com a situação em que operam, é necessário acrescentar uma dimensão da eficácia ao modelo bidimensional”. Desta forma, conforme Queiroz (1996), o estilo de comportamento passaria a integrar-se com os requisitos situacionais de um ambiente específico. O estilo eficaz seria aquele apropriado para a situação. Se a eficácia do estilo de comportamento do líder depende da situação em que é usado, segundo Hersey e Blanchard (1986), pode-se inferir que qualquer um dos estilos básicos podem ser eficaz ou ineficaz, dependendo da situação. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 42 Conforme visto no quadro 2 cada estilo pode ser percebido como eficaz ou ineficaz pelos outros. ESTILOS BÁSICOS EFICAZES INEFICAZES Visto como tendo métodos bem definidos para Visto como alguém que impõe métodos aos outros, Comportamento de Tarefa Alta Relacionamento Baixo atingir Relacionamento Alto objetivos que são úteis ao às vezes visto como desagradável e interessado só subordinados Visto Comportamento de Tarefa Alta os em resultados em curto prazo. como alguém necessidades do que grupo satisfaz às Visto como alguém que usa mais estruturação do estabelecendo que o necessário para o grupo que muitas vezes não objetivos e organizando o trabalho, mas parece ser sincero nas relações interpessoais. também oferecendo um alto nível de apoio sócio-emocional. Visto como alguém que tem confiança Visto como interessado principalmente em harmonia, implícita nas pessoas e que está interessado às vezes, visto como não disposto a cumprir uma Comportamento de Tarefa principalmente em facilitar a consecução dos tarefa se esta implicar o risco de romper um Baixo Relacionamento Alto objetivos delas. relacionamento ou perder a imagem de uma “pessoa boa”. Visto como adequadamente Comportamento de Tarefa alguém aos que delega Visto como alguém que oferece pouca estruturação subordinados as ou apoio sócio-emocional quando isso é necessário decisões sobre como fazer o trabalho e aos membros do grupo. Baixo Relacionamento Baixo oferece pouco apoio sócio-emocional quando o grupo precisa muito disso Quadro 2: Situações de Eficácia e ineficácia do comportamento do líder Fonte: Hersey e Blanchard (1986, pag.123). Spricigo (1999, p.47), citando Hersey, Blanchard, afirma que: “... quanto mais os gerentes adaptarem seu estilo de comportamento de líder no sentido de atender à situação específica e às necessidades dos seus subordinados, tanto mais eficazes serão na consecução dos objetivos pessoais e organizacionais”. Hersey e Blanchard (1986, p.117), postulam que: “... os líderes eficazes são capazes de adaptar seu estilo de comportamento de líder às necessidades dos liderados e a situação, sendo estas não constantes, o uso do estilo apropriado de comportamento de líder constitui um desafio para cada líder eficaz”. Um dos problemas cruciais no âmbito dos relacionamentos interpessoais trata da forma de conduzir uma equipe com diferentes níveis de necessidades PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 43 quanto ênfase nas tarefas e/ou ênfase nos relacionamentos. Desta forma JOHANN (2002, p. 70), define que: “Nesse caso, a variável a ser considerada passa pelo nível de maturidade do subordinado, avaliado a partir não só do conhecimento e da experiência, mas também do nível de empenho, grau de autonomia, capacidade de assumir responsabilidades e tomar decisões, interesse por melhorias, relacionamentos, aceitação de desafios, etc. E quanto maior for esta maturidade, menos estruturadas serão suas tarefas pelo líder. Inclusive a partir de determinado momento, até a ênfase nos relacionamentos pode ir sendo gradativamente diminuído, dado à resposta positiva por parte do subordinado por esta ilimitada confiança nele depositada, o que formará a sua própria Curva de Maturidade”. Assim, percebe-se que o objetivo da liderança situacional consiste em o líder identificar a maturidade de seus subordinados e determinar qual comportamento irá adotar. Para Spricigo (1999, p. 48), “na Liderança Situacional está implícita a idéia de que o líder deve ajudar os liderados a amadurecer até o ponto em que sejam capazes e estejam dispostos a fazê-lo”. Este desenvolvimento dos liderados deve ser realizado ajustando-se o comportamento de liderança, ou seja, passando pelos estilos de direção, treinamento, apoio e delegação, conforme a figura 6, a seguir: Alto COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO COMPARTILHAR Relacionamento alto e tarefa baixa E4 PERSUADIR E3 Relacionamento baixo e tarefa baixa E2 Tarefa alta e relacionamento alto Tarefa alta e relacionamento baixo DELEGAR E1 DETERMINAR Alto Baixo COMPORTAMENTO DE TAREFA Alta M4 Moderada M3 Baixa M2 M1 Maturidade dos liderados Figura 6: Estilo do Líder Fonte: Hersey e Blanchard (1986, p.189) PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 44 Para Cavalcanti (2002, p. 34), “a Liderança Situacional criada por Hersey e Blanchard, objetiva levar os indivíduos ao seu mais elevado nível de desempenho através da liderança eficaz de um a um”, baseando-se em criar uma combinação entre o nível de desenvolvimento de um indivíduo (várias combinações de competência e comprometimento) para atingir um determinado objetivo ou realizar uma tarefa e o estilo de liderança (várias combinações de comportamento de direção e apoio) que o líder usa. Para a autora, o nível de desenvolvimento se resume a uma combinação de dois fatores: − Competência: é o conhecimento e as habilidades que um individuo leva para um objetivo ou uma tarefa. A melhor forma de determinar a competência é o desempenho demonstrado. Contudo, a competência pode ser desenvolvida no passar do tempo, com direção apropriada e apoio. Pode ser adquirida por intermédio da educação, treinamento e experiência. A experiência inclui certas habilidades que podem ser trazidas de um emprego anterior, por exemplo, habilidade para planejar, organizar e comunicar-se; − Comprometimento: é a combinação da motivação e a confiança do individuo em sua capacidade de atingir um objetivo ou realizar uma tarefa. O interesse e o entusiasmo são demonstrados pela atenção, animação, níveis de energia e expressões faciais, assim como expressões verbais. A segurança é caracterizada pela autoconfiança. É a autoconfiança das pessoas em sua capacidade de realizar uma tarefa. Se a motivação ou a segurança forem baixas ou inexistentes, o comportamento como um todo é considerado baixo. Hersey e Blanchard (1986 p.187), entendem a maturidade como: “... a capacidade e a disposição das pessoas de assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento, devendo estas variáveis de maturidade ser consideradas somente em relação a uma tarefa específica a ser realizada. Quer dizer, um indivíduo ou grupo não é maduro ou imaturo num sentido total”. Para os autores a maturidade inclui duas dimensões: maturidade de trabalho (capacidade) e maturidade psicológica (disposição). PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 45 A maturidade de trabalho está relacionada com a capacidade de fazer alguma coisa. Refere-se ao conhecimento e a capacidade técnica. As pessoas com alta maturidade de trabalho numa determinada área têm o conhecimento, a capacidade e a experiência necessária para executarem certas tarefas sem direção da parte de outros (HERSEY e BLANCHARD 2000). A maturidade psicológica refere-se à disposição ou motivação para fazer alguma coisa. Diz respeito à confiança em si mesmas e ao empenho. As que têm alta maturidade psicológica em determinada área ou responsabilidade julgam que a responsabilidade é importante, tem confiança em si mesmas e sente-se bem nesse aspecto do seu trabalho. Não precisam de grande encorajamento para cumprir suas tarefas (HERSEY e BLANCHARD 2000). A maturidade do subordinado pode ser avaliada a partir não só do conhecimento e da experiência, mas também pelo nível de empenho, grau de autonomia, capacidade de assumir responsabilidade e tomar decisões, interesses por melhorias, relacionamentos, aceitação de desafios, etc. Com base na teoria de Hersey e Blanchard (1986, p.197) e no formulário de avaliação de maturidade do gerente sobre maturidade sugere uma forma de identificar a maturidade dos indivíduos (JOHANN 2002). Hersey e Blanchard (1986) consideram que a maturidade das pessoas é uma questão de graduação e as dividem em quatro níveis, a saber: − M1 (maturidade baixa): Considera que a pessoa não tem capacidade nem vontade de assumir a responsabilidade de fazer algo, não são competentes nem seguras de si, sendo em muitos casos, sua falta de disposição conseqüência da insegurança em relação à tarefa exigida; − M2 (maturidade baixa a moderada): Considera que a pessoa não tem capacidade, mas sente disposição para assumir responsabilidade, tem confiança em si, no entanto, ainda não possuem as habilidades necessárias; − M3 (maturidade moderada a alta): Considera que a pessoa tem capacidade, mas não está disposta a fazer o que dela se espera. Sua falta de disposição muitas vezes é conseqüência da falta de confiança em si mesmas ou insegurança. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 46 Entretanto, se for competente, mas pouco dispostas, sua relutância em fazer o que delas se espera é mais uma questão de motivação do que um problema de insegurança; − M4 (maturidade alta): Considera que a pessoa neste nível tem capacidade e disposição para assumir responsabilidades. Percebe-se que a liderança Situacional baseia-se numa inter-relação entre o comportamento de tarefa relacionado à estruturação do trabalho e o comportamento de relacionamento relacionado com o apoio. Quanto mais alto o comportamento de tarefa, mais o líder se empenha em planejar, controlar, organizar e dirigir seu subordinado. Quanto mais baixo o comportamento de tarefa, mais o líder deixa estas atividades a cargo do subordinado. O comportamento de relacionamento refere-se ao apoio dado ao subordinado. Quanto mais alto o comportamento de relacionamento, mais o líder se empenha em oferecer apoio sócio-emocional e canais de comunicação ao empregado. O líder eficaz deve utilizar diferentes estilos de liderança para cada grau de maturidade. Após ter sido diagnosticado o nível de maturidade dos subordinados (M1, M2, M3 ou M4), traçando-se no gráfico uma linha reta, a partir da maturidade dos liderados até interceptar a curva do sino, obtém-se a dosagem correta de comportamento de tarefa ou comportamento de relacionamento que o líder deve utilizar para a maturidade identificada. Os quatros estilos a serem adotados conforme Spricigo (1999, p.50) se constituem essencialmente de: − E1 (direção ou determinar): Para pessoas que não tem capacidade nem vontade (M1) de assumir a responsabilidade de fazer os padrões. Conseqüentemente, um estilo diretivo (E1) que dá uma orientação e supervisão clara e específica é a mais apropriada. Para estas pessoas o líder deve especificar o que as pessoas devem PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 47 fazer, como, quando e onde devem executar várias tarefas. Os padrões devem ser entregues prontos; − E2 (treinamento): É o estilo a ser adotado para pessoas que sentem disposição, mas não tem capacidade (M2). Ainda deve adotar-se um comportamento diretivo (especificar o que as pessoas devem fazer, como, quando e onde devem executar várias tarefas) por causa da falta de capacidade, mas ao mesmo tempo reforçar a disposição e o entusiasmo das pessoas. O líder procura conseguir que os liderados se sintam convencidos a adotarem os padrões e comportamentos desejados. Os indivíduos nesse nível de maturidade geralmente aceitam os padrões quando entendem as razões do mesmo e o líder lhes fornece a direção; − E3 (apoio ou participativo): Para maturidade entre alta e moderada: As pessoas neste nível de maturidade têm capacidade, mas não estão dispostas a elaborar os padrões (M3). Neste caso o líder precisa abrir a porta no sentido de apoiar os indivíduos nos seus esforços de utilizarem a capacidade que já possuem e passem a elaborar os seus próprios padrões que determinam como, quando e onde fazer as coisas; − E4 (delegar): As pessoas neste nível de maturidade têm capacidade e disposição para a elaboração de padrões (M4). Embora possa ainda ser o supervisor que determina quais os padrões a serem elaborados, a responsabilidade de fazê-los já é dessas pessoas. Os indivíduos determinam como, quando e onde fazer as coisas, determinando o padrão. Verifica-se que para promover o crescimento do indivíduo para o nível de maturidade mais alto (M4), não basta apenas que o líder determine o nível de maturidade de seu liderado e aplique o estilo de liderança mais adequado. Este é um requisito necessário, mas não suficiente. O líder precisa conduzir um processo de amadurecimento do liderado, que deve ser lento e gradual, sempre no sentido M1, M2, M3 e M4, provocando o amadurecimento individual dos colaboradores e conseqüentemente da equipe. Para tanto, Hersey e Blanchard (1986) ressaltam a importância de se identificar três aspectos importantes em relação à liderança, que são determinantes PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 48 na condução do amadurecimento dos subordinados e conseqüentemente da equipe: o estilo, a amplitude e a adaptabilidade da liderança. Para os autores acima citados, “o estilo de liderança de um indivíduo é o padrão comportamental que tal indivíduo apresenta ao tentar influenciar as atividades de outras pessoas”. Pesquisas realizadas pelo Center for Leandership Studies, órgão em que trabalham Hersey e Blanchard, constataram que a maior parte dos líderes possui um estilo de liderança primário e um estilo de liderança Secundário. O estilo primário de liderança é definido como padrão comportamental mais freqüente utilizado pelo líder ao tentar influenciar as atividades de outras pessoas, em outras palavras, a maioria dos líderes tende a ter um estilo favorito de liderança. Quanto ao estilo secundário ou de apoio, é um estilo de liderança que as pessoas tende a utilizar em certas ocasiões (HERSEY e BLANCHARD, 1986). É importante notar que todos os líderes têm um estilo primário, ou seja, tendem a usar um dos quatro estilos básicos de liderança descritos na Liderança Situacional com mais freqüência que outros em situações de liderança. No entanto, afirmam os autores, que um líder pode não ter nenhum ou até três estilos secundários de liderança, mas terá sempre pelo menos um estilo primário. A amplitude ou versatilidade da liderança é a faixa do estilo de um indivíduo, representada pelo grau em que o líder é capaz de variar seu estilo de liderança. Os líderes diferem na sua capacidade de variar seus estilos em situações diferentes. Alguns segundo Hersey e Blanchard, (1986, p. 291), “parecem estar limitados a um estilo básico, caracterizando-se em certa rigidez de estilo e o líder tende a ser eficaz só em situações em que seu estilo é compatível com o ambiente”. Já outros líderes são capazes de modificar seu comportamento de acordo com qualquer um dos quatro estilos básicos, outros por sua vez, são capazes de adotar dois ou três estilos. Os líderes flexíveis têm potencial de serem eficazes em muitas situações (HERSEY e BLANCHARD, 1986). PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 49 A faixa de estilos de um líder pode ser ilustrada em termos de comportamento de tarefa e de relacionamento, conforme a figura 7. (ALTO) B COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO (ALTO) A (BAIXO) COMPORTAMENTO DE TAREFA (ALTO) (BAIXO) COMPORTAMENTO DE TAREFA (ALTO) Figura 7: Faixa de estilo em termos de comportamento de tarefa e de comportamento relacionamento Fonte: Hersey e Blanchard (1986, pág. 291). Conforme exemplificam Hersey e Blanchard (1986), a área do círculo indica a faixa do estilo. Se a área for pequena como em A, significa que o comportamento do líder é limitado, se a área for grande como em B, o líder tem uma larga faixa de comportamento. As situações de liderança variam na medida em que exigem flexibilidade. Para Reddi (apud Hersey e Blanchard 1986), existem algumas condições que exigem flexibilidade da liderança. Estas condições encontram-se no quadro 3. A adaptabilidade do estilo de liderança, para Hersey e Blanchard (1986, p. 291), “é a medida que o líder é capaz de variar adequadamente seu estilo às exigências de uma determinada situação”. As pessoas que tem uma faixa de estilo estreita podem ser eficazes por longos períodos de tempo, se permanecerem em situações em que seu estilo tem alta probabilidade de sucesso. Inversamente, dizem os autores, pessoas com larga faixa de estilos podem ser ineficazes caso esses comportamentos não forem compatíveis com as exigências da situação (HERSEY e BLANCHARD 2000). O quadro 3, apresenta algumas situações de exigência de baixa e alta flexibilidade: PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico EXIGÊNCIA DE BAIXA FLEXIBILIDADE 50 EXIGÊNCIA DE ALTA FLEXIBILIDADE Cargos gerenciais de baixo nível Cargos gerenciais de alto nível Cargos gerenciais simples Cargos gerenciais complexos Objetivos definidos Objetivos emergentes Tarefas bem definidas Procedimentos fluídos Procedimentos rigorosamente definidos Tarefas não-estruturadas Tomada de decisão automática, rotineira. Tomada de decisão não rotineira Poucas mudanças no ambiente Rápida mudança ambiental Líder com poder total Líder sem poder total Essencial seguir planos Essencial ter iniciativa Líder aceito ou rejeitado pelos subordinados Subordinados neutros em relação ao líder Poucas funções interligadas Muitas funções interligadas Quadro 3: Exigências de baixa e alta flexibilidade da liderança Fonte: Hersey e Blanchard (1986, p.292). Portanto, a faixa de estilo não é tão importante para a eficácia quanto a adaptabilidade. Afirma os autores que uma ampla faixa de estilo não garante a eficácia. Conforme a figura 7, na parte A da figura, o líder tem um estilo dominante de relacionamento, sem flexibilidade, já na parte B o líder tem uma larga faixa de estilo, porque é capaz de usar os quatro estilos de liderança em ocasiões diferentes. Neste exemplo, conforme Hersey e Blanchard, 1986, p.292, A pode ser eficaz em situações que requerem um estilo orientado para relacionamentos, como situações de treinamento ou orientação. Mas em B existe o potencial se ser eficaz numa grande variedade de casos. Para os autores, cumpre lembrar que a faixa do estilo B não garante a eficácia, pois só será eficaz se o líder adotar mudanças de estilo adequadas à situação. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 51 A Liderança Situacional não indica somente os estilos de liderança de alta probabilidade para vários níveis de maturidade, mas também a probabilidade para vários níveis de maturidade e também a probabilidade de sucesso dos outros estilos, caso o líder não tiver disposição ou capacidade de usar o estilo desejável (HERSEY E BLANCHARD, 1986). O quadro 04 a seguir demonstra a probabilidade de sucesso de cada estilo para os quatro níveis de maturidade. MATURIDADE ESTILO “MELHOR” SEGUNDO ESTILO TERCEIRO ESTILO ESTILO MENOS “MELHOR” “MELHOR” EFICAZ M1 E1 E2 E3 E4 Baixa Determinar Persuadir Compartilhar Delegar M2 E2 E1 Determinar E4 Baixa A Moderada Persuadir Ou Delegar E3 Compartilhar M3 E3 E2 Persuadir E1 Moderada A Compartilhar ou Determinar E4 Delegar Alta M4 E4 E3 E2 E1 Alta Delegar Compartilhar Persuadir Determinar Quadro 4: Combinação do nível de maturidade com o estilo de liderança que oferece maior probabilidade de funcionar bem Fonte: Hersey e Blanchard (1986, p.294). Conforme o quadro 4, o estilo desejável tem sempre uma segunda opção de segundo melhor estilo, isto é um estilo que provavelmente será mais eficaz, caso não possa ser usado o estilo de maior probabilidade. Os autores destacam que para influenciar pessoas que se encontram nos níveis de maturidade entre baixo e moderado (M2) e entre moderado e alto (M3) há duas opções de segundo melhor estilo. O estilo a ser usado depende de saber se a PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 52 maturidade do indivíduo esta crescendo, o que indica que o líder deve empreender um ciclo de desenvolvimento, ou está regredindo, o que revela a ocorrência de um ciclo regressivo. Caso a situação estiver melhorando (maturidade crescendo), a segunda melhor opção será compartilhar e delegar, mas se as coisas estiverem piorando (maturidade regredindo), as opções mais adequadas serão determinar e persuadir. Hersey e Blanchard (1986) complementam ainda que, as opções de determinar e delegar são os estilos de riscos, porque um deles é sempre o estilo de menor probabilidade. Assim percebe-se a importância para os líderes em saber utilizar cada um dos quatro estilos de liderança. 2.1.2.1 Motivação Conforme pode ser observado, a motivação é uma importante componente da maturidade psicológica, fazendo-se necessário sua compreensão de forma a auxiliar na identificação do nível de maturidade do indivíduo. A motivação, segundo Maslow (1943), nos diz que há uma hierarquização das necessidades humanas, conforme pode ser observado na figura 08. Figura 8 – Hierarquia das Necessidades de Maslow Fonte: Hersey e Blanchard (1986, p.294) As necessidades de nível mais baixo são as fisiológicas, necessidades básicas para a manutenção da própria vida, como a alimentação, vestuário e PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 53 habitação. Quando estas começam a serem satisfeitas, um outro nível de necessidades passa a preocupar as pessoas, as chamadas de necessidades de segurança, que correspondem essencialmente à necessidade de evitar perigos e privação das necessidades fisiológicas básicas, como manter o emprego, fazer seguro, poupança e comprar a casa própria. Para o autor, uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas e de segurança, as necessidades sociais passarão a dominar esta estrutura, pois os homens são seres sociais e necessitam serem aceitos pelos outros e terem seu lugar na sociedade. Após começarem a serem satisfeitas suas necessidades sociais, as pessoas passam a querer ser mais do que um simples membro de seu grupo e sentem então, a necessidade de obter estima, isso se refere tanto ao amor próprio e orgulho pessoal como ao status que o indivíduo obtém junto aos outros. Ainda para o autor, a necessidade de auto-realização passa a predominar quando satisfeitas as necessidades de prestígio e poder. O conceito de auto-realização implica a noção de otimização, ou seja, é a necessidade que alguém sente em desenvolver ao máximo o seu potencial, tornando-se tudo aquilo que é capaz .Enquanto o modelo de Maslow (1943) auxilia a descrever os motivos (necessidades, desejos e impulsos dentro do indivíduo), a Teoria de Higiene-Motivação de Herzberg é útil para indicar os objetivos ou incentivos externos ao indivíduo que tendem a satisfazer seus motivos (GUEST; HERSEY; BLANCHARD, 1980). Herzberg (apud Hersey e Blanchrd 1986), descobriu que as pessoas se sentem insatisfeitas com seu trabalho quando estão preocupadas com o ambiente em que trabalham, ou seja, com os fatores de higiene ou de manutenção (políticas e diretrizes administrativas, gerência, condições de trabalho, relações interpessoais, salários, status e segurança de emprego). Por outro lado, quando as pessoas estão satisfeitas com o seu trabalho, estão motivadas pelo trabalho em si, e não por aspectos meramente periféricos. Os fatores de motivação incluem oportunidades para realizar trabalho desafiador, com PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 54 maior dose de responsabilidades, perspectivas de crescimento, de desenvolvimento e o reconhecimento pela contribuição prestada. Herzberg descobriu que se os fatores de higiene, tal como as necessidades mais baixas da hierarquia de Maslow, não forem adequadamente satisfeitas, as pessoas tenderão a não se interessar pelo desafio apresentado por um trabalho que envolva maior responsabilidade ou pela satisfação que advém do atendimento de uma necessidade de nível mais elevado (GUEST; HERSEY; BLANCHARD, 1980). Desta forma, a Teoria de Higiene-Motivação de Herzberg é compatível com a da Hierarquia de necessidades de Maslow e ajuda a visualizar os tipos de objetivos ou incentivos que os administradores podem oferecer de modo a satisfazer as diversas necessidades de seus recursos humanos. Por exemplo, o salário pode ajudar a satisfazer as necessidades fisiológicas, boas condições de trabalho. A estabilidade no emprego pode ajudar a satisfazer as necessidades de segurança, a natureza das políticas e diretrizes administrativas. Já a gerência e as relações interpessoais podem afetar a satisfação das necessidades sociais, o status e o reconhecimento pelas realizações, que podem ser oportunidades para o atendimento às necessidades de prestígio e poder, como também, as oportunidades de realizar trabalho desafiador, o aumento de responsabilidade, o crescimento e desenvolvimento do indivíduo ajudando-o a maximizar o seu potencial e assim satisfazer suas necessidades de auto-realização. (GUEST; HERSEY; BLANCHARD, 1980). A identificação das necessidades predominantes nos indivíduos se faz necessário por ser integrante e componente da maturidade das pessoas, sendo inclusive citado por Hersey e Blanchard (1986): “Que as pessoas dominadas pelo motivo realização tem certas características em comum, entre as quais a capacidade de estabelecer objetivos elevados, mas atingíveis, a preocupação com a realização e não tanto com as recompensas do sucesso e desejo de Feedback referente mais á tarefa (qual esta sendo o seu desempenho?) que as atitudes (você Gosta de mim?). Destas características, a que mais nos interessa em termos de maturidade relativa à tarefa e a capacidade de estabelecer objetivos elevados, mas atingíveis”. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 55 Para este trabalho o reconhecimento do nível de motivação das pessoas auxilia a diagnosticar o seu nível de maturidade, pois se percebe haver um relacionamento entre a necessidade satisfeitas de Maslow e o nível de maturidade. 2.1.2.2 Desenvolvimento dos recursos humanos Para Hersey e Blanchard (1986, p.239), “ao avaliar o desempenho organizacional a curto e longo prazo, o líder deve considerar tanto as variáveis de resultado (produtividade) como as variáveis intervenientes (as condições dos recursos humanos)”. Neste caso, aceitando a importância das variáveis intervenientes, admite-se que uma das responsabilidades dos administradores é o desenvolvimento dos recursos humanos, o que significa desenvolver a maturidade profissional de seus subordinados. A idéia central da Liderança Situacional baseia-se, conforme vista anteriormente, em identificar o nível de maturidade dos subordinados e adaptar o estilo de liderança requerido. No entanto, enfatizam os autores, esta atitude não deve ter propósito estático e sim de aumentar a maturidade dos subordinados com o decorrer do tempo. Deve o líder constantemente avaliar o nível de maturidade e engendrar ações que permitam o desenvolvimento dos subordinados. Como o conceito da Liderança Situacional baseia-se na idéia de não existir um estilo melhor de liderança, pode-se defender o uso de qualquer comportamento por parte do líder, justificando-se que o indivíduo ou grupo se encontra neste ou naquele nível de maturidade. Este fato não deve ser visto como uso eficaz da liderança, pois o líder deve conduzir o indivíduo ao seu mais alto nível de maturidade, isto quer dizer que a própria recompensa dada ao líder deveria levar em conta o quanto este ajuda seus subordinados a desenvolver-se, e tornar-se capaz de assumir responsabilidades cada vez maiores. (HERSEY E BLANCHARD 1986) Hersey e Blanchard (1986, p.240) exemplificam a idéia acima, citando o caso de uma empresa onde prestaram serviços, e conseguiram introduzir uma política que diz basicamente o seguinte: PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 56 “Nesta organização nenhum gerente (líder) será promovido se não tiver cumprido pelo menos duas exigências. Primeiro, deve ter apresentado um bom trabalho, conseguido bons resultados econômicos (variáveis de produto); em segundo lugar, deve ter um substituto preparado que possa assumir seu cargo de um dia para outro (variáveis intervenientes)”. Desta forma, mesmo que os líderes estejam usando estilo de liderança com alta probabilidade de sucesso ao trabalhar com um determinado nível de maturidade, talvez não seja suficiente, embora consigam alta produtividade, sua responsabilidade, conforme anteriormente citado, vai além, isto é, devem manter um nível de maturidade adequado de produção e também desenvolver a capacidade e a eficácia dos seus subordinados. Baseados nos estudos de Likert, Hersey e Blanchard (1986), enfatizam que lideres concentrados no subordinado, que adotam uma supervisão genérica, tendem a ter equipes com produtividade mais altas que lideres que utilizam uma supervisão rigorosa. Os autores observam que usaram a palavra tendem, porque mesmo nos estudos realizados por Likert, embora o fato tenha acontecido com maior freqüência, também houve exceções. Tal fato ocorre porque geralmente os subordinados reagem conforme as expectativas de seus superiores, caso estas expectativas sejam elevadas e seja depositada confiança nos subordinados, estes respondem com desempenho também elevados. Este fato gera por parte do superior novamente confiança a seus subordinados (HERSEY e BLANCHARD, 1986) Os autores citam outros casos de relevância retirados de suas pesquisas científicas, conforme abaixo: − Aquilo que o gerente (líder) espera dos seus subordinados e a maneira como os trata determina em grande parte o seu progresso na carreira; − Uma característica exclusiva de gerentes superiores (líder eficazes) é a sua capacidade de criar expectativas de alto desempenho, que o subordinados cumprem; − Gerentes inferiores (líderes menos eficazes) deixam de desenvolver tais expectativas e, em conseqüência, a produtividade de seus subordinados é fraca; PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 57 − Mais freqüentemente do que parece, os subordinados fazem aquilo que julgam ser esperado deles. Assim, o Ciclo eficaz, se da quando os subordinados correspondem às altas expectativas dos seus líderes, com desempenho elevado, conforme ilustrado na figura 9 abaixo: E x p e c t a t iv a a lt a s D e s e m p e n h o a lt o Figura 9: Ciclo eficaz Fonte: Adaptado de Hersey e Blanchard (1986, p.241). Entretanto, conforme assinalado anteriormente, os autores, afirmam que a concentração nas variáveis de produção como meio de avaliar a eficácia tende a criar um comportamento de líder orientado para tarefa em curto prazo. Em alguns casos, esse estilo não estabelece uma relação de confiança com os subordinados, os quais simplesmente recebem ordens sobre o que fazer e como fazê-lo, levando-lhes assim, após um certo tempo a responder com pouco esforço e ressentimento, e conseqüentemente com resultados baixos. Com o reforço de baixas expectativas, tem-se um ciclo vicioso, ou ineficaz, conforme a figura 10 a seguir: E x p e c ta tiv a s b a ix a s D esem penho b a ix o Figura 10: Ciclo ineficaz Fonte: Adaptado de Hersey e Blanchard (1986, p.242). PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 58 Hersey e Blanchard (1986) lembram que, embora estes ciclos sejam representados como estáticos, na realidade são muito dinâmicos. A situação pode tender a melhorar ou a piorar, dependendo da forma como o líder estimula seus subordinados. Se o líder estimular seus subordinados com expectativas altas, estes responderão com resultados de desempenho alto que reforça expectativas altas e redunda numa produtividade ainda maior. Para os autores, ocorre quase um efeito Expectativa altas MOTIVADORES (Crescentes) espiral, conforme a figura 11. Desempenho alto Figura 11: Efeito espiral do ciclo eficaz Fonte: Adaptado de Hersey e Blanchard (1986, p.243). Esse efeito espiral é causado por um aumento de eficácia criado pelo uso dos motivadores. Quando as pessoas têm bom rendimento, recebem mais responsabilidade e oportunidades de realização, crescimento e desenvolvimento. No entanto, para Hersey e Blanchard, (1986), este efeito espiral também pode ocorrer em sentido contrário, descendente, originado por baixas expectativas, que conforme anteriormente descrito, resultam em baixos desempenhos, que por sua vez reforça as expectativas baixas e provoca uma produtividade ainda mais baixa. Tem-se então um efeito espiral, conforme a figura 12. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 59 Expectativas baixas Desempenho baixo FATORES HIGIÊNICOS (Determinantes) Capítulo 2 Referencial Teórico Figura 12: Efeito espiral do ciclo ineficaz Fonte: Adaptado de Hersey e Blanchard (1986, p.243). Para os autores, se esse movimento espiral para baixo, ciclo ineficaz, continuar por muito tempo, o ciclo poderá atingir um ponto em que não será mais possível revertê-lo em curto prazo, dado a grande quantidade de experiências negativas acumuladas na equipe. A reação aos fatores higiênicos em deterioração assume formas como hostilidade, boicote e diminuição do rendimento do trabalho. Quando isso ocorre, mesmo que o líder realmente mude de comportamento, o gap de credibilidade baseado na experiência de longo período é tal que a resposta ainda continuará sendo a desconfiança e ceticismo em vez de mudança (HERSEY e BLANCHARD, 1986). Uma alternativa que ás vezes se impõe em tal situação é trazer um novo líder de fora, a razão para que este tenha maiores possibilidades de sucesso é que a soma das experiências negativas dos subordinados que com ele terão se apagará, e assim os novos comportamentos terão uma base de credibilidade muito maior.(HERSEY E BLANCHARD, 1986). A ruptura do ciclo de ineficácia, mesmo para o líder novo, está longe de ser fácil. Conforme Hersey e Blanchard (1986, p. 244), “o líder dispõe de duas alternativas, pode demitir os subordinados de baixo desempenho admitir indivíduos dos quais se espera um bom rendimento, ou então responder ao baixo desempenho com expectativas elevadas e confiança”. Nenhuma das opções é fácil, a primeira porque nem sempre é possível e ou PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 60 por não dispor de indivíduos competentes, ou porque existe algum tipo de garantia de trabalho, seja por funcionalismo público ou acerto em acordos coletivos de trabalho. A segunda porque o que se pretende é mudar o comportamento de pessoas que não merecem confiança, assim é difícil para o líder alimentar expectativas elevadas. (HERSEY E BLANCHARD, 1986). Para os autores, em suas experiências com a Liderança Situacional, tornou-se possível identificar duas formas diferentes que os líderes podem utilizar para mudar ou maximizar a maturidade de tarefa de seus subordinados: o ciclo de desenvolvimento e o ciclo de regressão. O papel do líder no desenvolvimento do nível de maturidade dos seus subordinados é extremamente importante, segundo Hersey e Blanchard, 1986, p. 244, “muitas vezes o líder não assume a responsabilidade pelo desempenho de seus subordinados, especialmente quando o desempenho não é bom”. Ainda para os autores, a maioria das vezes a principal causa do mau desempenho do seu pessoal reflete o seu próprio comportamento. O líder tem a responsabilidade de transformar seu pessoal em vencedores, e para isso precisam estar envolvidos num ciclo de crescimento, sempre procurando aumentar o nível de maturidade de um individuo ou do grupo em algum aspecto do trabalho. A este ciclo de crescimento que os autores chamam de ciclo de desenvolvimento. A primeira coisa que o líder precisa fazer quando pensa no ciclo de desenvolvimento de seu pessoal é identificar a área de suas atividades que quer influenciar, para tanto precisa identificar suas responsabilidades, metas e objetivos (HERSEY e BLANCHARD, 1986). Depois de identificados e compreendidos os objetivos e responsabilidades dos subordinados, o líder deve especificar claramente o que constitui um bom desempenho em cada atividade, para que eles saibam quanto seu desempenho de aproxima do nível desejado. Para Hersey e Blanchard (1986, p. 245), “não basta dizer simplesmente a seus subordinados: quero que produzam peças, mas sim quero que produzam PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 61 peças à razão de duzentas por dia”. Assim para que o líder possa saber se um liderado está ou não apresentando um bom desempenho, precisa primeira definir claramente o que é um bom desempenho. O líder não pode modificar e desenvolver o comportamento dos seus subordinados em tarefas que não estejam claramente definidas. Blanchard, Zigarmi, Zigarmi, (1986, p.94), em relação à definição de objetivos contribuem quando afirmam que devem seguir algumas características conforme abaixo: − Singulares: específicos, devem definir aquilo pelo qual a pessoa é responsável; − Mensuráveis: as pessoas precisam saber como o desempenho vai ser medido; − Tangíveis: os objetivos devem ser razoáveis, dependem da maturidade do subordinado para a tarefa; − Relevante: 80% do desempenho de uma pessoa tem origem em 20% do que elas realmente fazem. Por conseguinte o que determina a relevância é a contribuição da mesma no desempenho global; − Traçável: o objetivo precisa ser medido, contado, isto é, estabelecer um sistema de registro a fim de traçar ou acompanhar o desempenho. A definição dos objetivos individuais é um dos principais passos a ser dado rumo ao desenvolvimento dos subordinados, pois é partir deles que se irá identificar em nível de maturidade, conforme a teoria da Liderança Situacional está deve ser determinada levando-se em consideração o objetivo específico e não qualificar o indivíduo como um todo. Para tanto, Blanchard, Zigarmi, Zigarmi, 1986, elaboraram um esquema com objetivo de tornar mais eficaz a tarefa de determinar e gerenciar os objetivos dos colaboradores, para o qual deram o nome de Resumo “Do Plano de Jogo” do Gerente-minuto, conforme a figura 13. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 62 Antes de começar o ciclo de desenvolvimento com um indivíduo numa situação de trabalho, o líder precisa verificar qual está sendo seu desempenho atual. Isto, é deve saber qual é o nível atual de maturidade da pessoa num aspecto específico do trabalho. UM RESUMO DO “PLANO DE JOGO” DO GERENTE-MINUTO Como dar-se a si mesmo e aos outros “ o presente” de obter maiores resultados em menos tempo Estabeleça os objetivos; Elogie e repreenda Comportamentos; Ajude as pessoas a se desemvolver; Fale a verdade; Ria; trabalhe: divirta-se E encoraje as pessoas com quem você trabalha a fazer o mesmo? Comece Estabeleça Novos Objetivos Com Objetivos-Minuto ( em 1 folha e que possam ser lidos em 1 minuto) Objetivos Alcançados (ou qualquer parte Dos objetivos) Você ganha ! E siga para • chegue a um acordo sobre os objetivos • examine os objetivos • examine seu próprio comportamento • verifique se o comportamento combina com os objetivos • discuta os problemas ELOGIOS-MINUTO • elogie o comportamento (sinceramente) • faça-o logo • seja específico • diga as pessoas o que fez certo • e como você se sente a respeito • encoraje a pessoas (sinceramente) Prossiga com sucesso Reveja. Estabeleça e Faça Um Acordo Sobre Os Objetivos Objetivos não Alcançados Você perde ! Volte outra vez Aos objetivos E siga para REPREENSÕES-MINUTO • repreenda o comportamento (sinceramente) • faça-o logo • seja específico • diga as pessoas o que fez de errado • e como você se sente a respeito • encoraje a pessoas (sinceramente) Volte ao Início Figura 13: Resumo Plano de Jogo Gerente Minuto Fonte: O Gerente Minuto Blanchard, Zigarmi, Zigarmi (1986). Para tanto se precisa identificar qual a capacidade da pessoa para assumir responsabilidade de seu comportamento; qual sua disposição ou motivação. Os autores reforçam, conforme dito anteriormente, “a maturidade não é um conceito global, isto é, as pessoas não são maduras ou imaturas num sentido total”. Para realizar a avaliação do nível de maturidade de uma pessoa o líder tem que realizar julgamentos sobre sua capacidade e motivação, para tanto necessita criar mecanismos para coletar estas informações. Para Hersey e Blanchard (1986, p.246), ele pode colher as informações PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 63 necessárias de duas maneiras: perguntando diretamente a pessoas ou observando seu comportamento. Para os autores, perguntar diretamente a pessoa pode não ser um mecanismo que obtenha respostas precisas, pois dependerá do nível de maturidade em que as pessoas estejam, pois será difícil saber diferenciar se a pessoa está realmente realizando uma auto-avaliação ou só respondendo o que o líder quer ouvir, no entanto, isto não é uma regra. Inclusive os autores afirmam ser de grande valia para as empresas fazer com que seus empregados realizem auto-avaliação de sua própria maturidade. A observação do comportamento deve ser realizada, verificando-se dois aspectos: • Quanto à capacidade: Deve-se analisar seu desempenho passado, verificando-se a pessoas possui os conhecimentos necessários para desempenhar bem a tarefa e se apresentou resultados bons, fracos ou nulo, na realização desta. • Quanto à disposição (motivação) Deve-se observar o comportamento do indivíduo em um caso específico, verificando-se o nível de interesse da pessoa, o seu entusiasmo, verificar se a pessoas apresenta só interesse ou está entusiasmada, na realização da tarefa. Verificar sua dedicação, seu gosto na realização, isto é ela gosta do que faz ou está querendo fugir da realização da tarefa. Verificar se a pessoa sente-se segura ou insegura para realizar a tarefa, isto determina sua confiança em si mesma. Conforme os autores, convém lembrar que uma pessoa pode encontrar-se em qualquer um dos quatro níveis de maturidade e em cada uma de suas várias áreas de responsabilidade. A determinação, por parte do líder, do nível de maturidade dos indivíduos proporciona uma indicação de como e onde se pode começar o seu desenvolvimento. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 64 Hersey e Blanchad, 1986, pág.246, exemplificam este fato: “Se quiser influenciar um membro do seu staff numa área em que não tem capacidade nem disposição (baixo nível de maturidade), o líder deverá iniciar o ciclo de desenvolvimento dirigindo, controlando e supervisionando de perto (determinar) o comportamento desse membro do staff. Entretanto, se a pessoa estiver disposta (motivada) a fazer algo, mas não é capaz de fazê-lo (maturidade entre baixa e moderada), o líder terá de começar o ciclo dirigindo e ao mesmo tempo apoiando (persuadir) o comportamento desejado. Se a pessoa tiver capacidade de fazer algo sem ser dirigida, mas não tiver vontade de fazê-lo, ou se sentir insegura (maturidade entre moderada e alta), líder estará diante de um problema motivacional. Muitas vezes as pessoas que relutam em fazer as coisas de que são capazes são inseguras ou não tem confiança em si mesmas. Em tais casos, o líder precisa começar o ciclo de desenvolvimento adotando um estilo de apoio (compartilhar) a fim de ajudar as pessoas à adquirirem uma segurança suficiente para fazer o que já sabem. Finalmente, quando os membros do staff têm ao mesmo tempo capacidade e vontade de dirigir o seu próprio comportamento (alta maturidade), o líder poderá delegar-lhes as responsabilidades, sabendo que terão um bom desempenho. Neste caso não há necessidade de começar um ciclo de desenvolvimento. As pessoas já estão maduras”. O ciclo de desenvolvimento é um ciclo de crescimento, isto quer dizer que o líder estará realizando um trabalho de desenvolvimento toda a vez que procurar aumentar a maturidade na tarefa de uma pessoa ou de uma equipe, além do nível que esta pessoa ou equipe já alcançou. Para explicar melhor como funciona este ciclo, Hersey e Blanchard (1986, p. 247), exemplificam conforme a seguir: “Suponhamos que um líder fez um diagnóstico do ambiente e verificou que a maturidade relativa à tarefa de um dos membros de seu staff é baixa (M1) na área de elaboração do orçamento departamental. Se o líder quiser que seu subordinado apresente um bom desempenho nesse campo sem a sua supervisão, deverá determinar o estilo de liderança adequado para iniciar o ciclo de desenvolvimento”. Como se pode ver na figura 14, quando o líder identificou como baixa a maturidade do seu liderado, poderá escolher o estilo apropriado traçando uma reta perpendicular desde um ponto no contínuo da maturidade até o ponto de interseção com a curva referente ao estilo de liderança. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 65 Alto COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO COMPARTILHAR Relacionamento alto e tarefa baixa E4 PERSUADIR E3 Relacionamento baixo e tarefa baixa E2 Tarefa alta e relacionamento alto Tarefa alta e relacionamento baixo DELEGAR E1 DETERMINAR Alto Baixo COMPORTAMENTO DE TAREFA Alta M4 Moderada M3 Baixa M2 M1 Maturidade dos liderados Figura 14: Determinação de um estilo apropriado de liderança Fonte: Hersey e Blanchad (1986, p. 248). Um comportamento de pouco apoio nessa situação significa apenas que o líder não dá tapinhas nas costas do colaborador antes de ele o merecer. Até então, insistirá em indicar o quê, quando, como e onde acerca do trabalho, conforme exemplificam abaixo Hersey e Blanchard (1986, p. 247). “Se o líder adotar um estilo” determinar “(E1) nessa situação, o orçamento provavelmente sairá bastante bom, uma vez que o líder está trabalhando em estreito contato com o subordinado. Mas se esse mesmo líder admitir que uma das suas responsabilidades é aumentar a maturidade referente à tarefa dos seus liderados, deverá estar disposto a correr um risco e começar a delegar algumas responsabilidades às pessoas que trabalham com ele. Isso é particularmente importante quando se trata de supervisionar um indivíduo ou equipe que não teve muitas responsabilidades no passado”. Para os autores, se quiser desenvolver as pessoas, sejam os filhos em casa, sejam os subordinados no trabalho, temos que correr esse risco. Mas, embora correr um risco no ciclo de desenvolvimento seja uma necessidade, os lideres devem procurar mantê-lo dentro de limites razoáveis, ou seja, o risco não deve ser PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 66 excessivamente elevado. Hersey e Blanchard (1986, p. 247), dão outro exemplo: “Suponhamos, por exemplo, que uma mãe quer ensinar sua filha de oito anos a lavar pratos. O risco que corre é ver alguns pratos quebrados. Por isso será prudente começar deixando a filha lavar pratos velhos ou até pratos de plásticos, e não a valiosa porcelana da vovó”. Percebe-se assim, que não se trata de correr ou não riscos, mas sim de correr um risco calculado. Conforme visto anteriormente a evolução no sentido do amadurecimento dos indivíduos na realização de suas tarefas devem ser realizado gradativamente, caso contrário o líder poderá expor seu subordinado ao insucesso e à frustração. A este respeito, Hersey e Blanchard 1986, p.249, reforçam que: “Os líderes deveriam lembrar-se de que ninguém, nem eles próprios aprendem a fazer alguma coisa de uma só vez. Aprendemos um pouco de cada vez. Portanto, se um líder quer que alguém faça alguma coisa totalmente nova, deverá recompensar até o menor progresso que a pessoa faz na direção desejada”. Assim, o líder, na tentativa de auxiliar um indivíduo ou equipe a amadurecer, isto é, fazer com que assumam cada vez mais responsabilidade no desempenho de uma tarefa específica, deve primeiro dizer e mostrar ao subordinado o que fazer; em segundo lugar, delegar alguma responsabilidade, não excessiva, sob pena de insucesso; em terceiro lugar, recompensar logo que possível qualquer comportamento de progresso na direção desejada. Este processo deve continuar à medida que o comportamento da pessoa se aproximar das expectativas do líder (HERSEY E BLANCHARD 1986). Para os autores, O comportamento de relacionamento, para a situação acima, deve oferecer gratificações positivas e reforço. Estas são representadas por qualquer coisa desejada ou necessitada pela pessoa cujo comportamento está sendo reforçado. Enquanto o comportamento focado na tarefa por parte do líder precede o comportamento desejado do subordinado, o comportamento focado no relacionamento usado pelo líder, ou reforço positivo, vem logo após o PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 67 comportamento desejado do subordinado e aumenta a probabilidade de repetição. Os autores destacam a importância do líder em dar o reforço imediatamente a qualquer comportamento, por parte do subordinado na direção desejada, reforçam ainda, que “um reforço adiado terá menos eficácia para conseguir que um indivíduo ou equipe faça algo que nunca fez antes por sua conta”. Portanto, Hersey e Blanchard (1986), enfatizam que o reforço positivo por aproximações sucessivas, é um processo estruturado em três passos: 1. Dar uma estruturação inicial ou orientação (comportamento de tarefa); 2. Reduzir a quantidade de orientação e supervisão e; 3. Depois de um desempenho adequado, aumentar o apoio sócio-emocional (comportamento de relacionamento). Para melhor ilustrar este conceito, os autores exemplificam conforme a figura 15. C Passo 1: A Fornecer estruturação e direção COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO Passo 2: A Passo 3: B B B Dar autonomia ao indivíduo C Reforço A COMPORTAMENTO DE TAREFA Figura 15: Processo de três passos do ciclo de desenvolvimento (a) Fonte: Hersey e Blanchard (1986, p. 251). Caso um líder queira mudar seu estilo de liderança com um indivíduo, passando do ponto A para o ponto C ao longo da curva da Liderança Situacional. O primeiro passo do processo será dar uma certa estruturação e direção ao PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 68 subordinado no ponto A. O próximo passo será delegar alguma responsabilidade, diminuindo o comportamento de tarefa até o ponto B. Este é um passo de risco, uma vez que o líder transfere a direção e a supervisão de algumas tarefas ao subordinado. Se o subordinado reagir bem ao aumento de responsabilidade, será conveniente passar para o passo 3: reforçar positivamente esse comportamento, aumentando o apoio sócio-emocional (comportamento de relacionamento) até o nível do ponto C (HERSEY E BLANCHARD 1986). Os autores destacam que o líder deve ter o cuidado para não delegar muita responsabilidade com demasiada pressa, pois pode ocorrer que o subordinado ainda não seja capaz de assumir esta responsabilidade. Além disto, destacam também o cuidado que o líder deve ter para não aumentar o apoio sócio-emocional (comportamento de relacionamento) sem antes ter a certeza que conseguiu o comportamento desejado por parte do subordinado. Caso identifique-se que o subordinado não está em condições de assumir a responsabilidade que lhe foi atribuída é quando líder reduz o seu comportamento de tarefa até o ponto B, é provável que tenha quer regredir a um ponto médio de direção, no qual o indivíduo seja capaz de assumir a responsabilidade em algum lugar entre o ponto A e o ponto B. Esse novo nível (ponto) e identificado, conforme a figura 16, por B’. Após o subordinado apresentar condições de eficácia neste nível, o líder pode aumentar o seu apoio sócio-emocional (comportamento de relacionamento) até o ponto C’. Conforme os autores, embora esse nível de apoio sócio-emocional seja inferior ao apresentado no nível C, é adequado para a quantidade de comportamento de tarefa que o subordinado está apto a assumir nesta fase. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 69 C C’ Passo 2 Antecipando o passo 3 COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO (Alto) A Passo 1 B B’ Passo 3 Passo 2 (Baixo) COMPORTAMENTO DE TAREFA (Alto) Figura 16: Processo de três passos do ciclo de desenvolvimento (b) Fonte: Hersey e Blanchard (1986, p. 253). Esse processo de três passos, isto é, a estrutura de determinar e reduzir e depois aumentar o apoio sócio-emocional, caso o subordinado seja capaz de corresponder ao aumento de responsabilidade, tende a continuar, enfatizam os autores, em pequenos incrementos até que o indivíduo assuma níveis moderados de maturidade, conforme a figura 17. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 70 Alto COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO COMPARTILHAR Relacionamento alto e tarefa baixa E4 PERSUADIR E3 Relacionamento baixo e tarefa baixa E2 Tarefa alta e relacionamento alto Tarefa alta e relacionamento baixo DELEGAR E1 DETERMINAR Alto Baixo COMPORTAMENTO DE TAREFA Alta M4 Moderada M3 Baixa M2 M1 Maturidade dos liderados Figura 17: Ciclo de desenvolvimento à medida que as pessoas amadurecem com o passar do tempo Fonte: Hersey e Blanchard (1986, p. 253). Para os autores não existe nenhum esquema pré-estabelecido em termos do tempo necessário para fazer amadurecer um indivíduo ou grupo, assim, o tempo é uma função da complexidade do trabalho a ser realizado e o potencial de desempenho do indivíduo ou da equipe. 2.2 Liderança Situacional de Equipes Cada vez mais as equipes tornam-se um importante meio para a realização do trabalho. Os seres humanos vivem em equipes, as organizações são formadas por equipes e seus colaboradores passam de uma equipe para outra e muitas vezes este fato passa desapercebido. Mesmo assim, a quantidade de tempo que se passa PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 71 em situações de equipe é muito grande e à medida que se ascende nas posições de gerência, este tempo fica ainda maior. (BLANCHARD 2007). Para o autor, de forma geral os gerentes passam de 30 a 99% de seu tempo em situações de reunião ou de equipes e reforça, citando Sheldon Bowles, Dom Carew, Eunice Parisi-Carew e o próprio autor em High Five: The Magic of Working Together, “que para ser eficaz nas empresas de hoje é um jogo de equipe, e que, sem colaboração e habilidades de trabalho em equipe, as chances de você ser bemsucedido são mínimas”. A razão de se trabalhar em equipes, se justifica por conseguir realizar o trabalho melhor e mais rapidamente, além disto, são flexíveis, permitindo mudanças mais facilmente que em estruturas hierárquica tradicionais e têm o poder de aumentar a produtividade e o moral ou de destruí-los. (BLANCHARD 2007). Blanchard (2007, p.188), enfatiza que: “Quando trabalha com eficácia, uma equipe pode tomar melhores decisões, resolver problemas mais complexos, e fazer mais para fomentar a criatividade e aprimorar as habilidades do que indivíduos trabalhando sozinhos. A equipe é única unidade que possui a flexibilidade e os recursos para reagir rapidamente às mudanças e às novas necessidades típicas do mundo atual”. Assim, para o autor, a exigência hoje é de colaboração e trabalho em equipe em todos os setores da organização, desta forma, sucesso vem da utilização do conhecimento coletivo e da riqueza de perspectivas diferentes o que está levando a uma busca consciente de adotar equipes como recurso estratégico para a realização do trabalho, tornando-se o veículo adequado para mover as organizações rumo ao futuro criando produtos e serviços de qualidade. Para Blanchard (2007, p.189), “permitir que equipes fracassem ou produzam aquém do esperado acarreta um custo muito alto, pois equipes significam grande investimento de tempo, dinheiro e recurso”. Assim, o autor cita dez das principais razões por que as equipes fracassam, ou seja, não conseguem alcançar seu potencial: 1. Falta de diretrizes sólidas que definam o propósito central da equipe e como essa trabalhará de forma unida para alcançá-lo; PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 72 2. Incapacidade de decidir no que consiste o trabalho pelo qual a equipe é responsável de forma interdependente e mútua; 3. Falta de responsabilidade mútua; 4. Falta de recurso para cumprir como trabalho, incluindo tempo; 5. Falta de liderança eficaz e de liderança compartilhada; 6. Falta de normas que fomentem a criatividade e a excelência; 7. Falta de comprometimento; 8. Falta de apoio da gerência; 9. Inabilidade para lidar com conflitos e 10. Falta de treinamento em habilidades de trabalho em equipe, em todos os níveis. Ao citar as características de uma equipe de alto desempenho, Blanchard (2007, p.190), define equipe “como a reunião de duas ou mais pessoas em torno de um propósito comum e que são mutuamente responsáveis por resultados”. Para o autor, “a criação de equipes altamente eficazes, assim como a criação de uma grande organização, começa com uma visão de onde você quer chegar – um alvo”. Blanchard (2007) identificou sete características centrais de qualquer equipe de alto desempenho e as representou pela sigla PERFORM, conforme a seguir: • Propósito e valores – Uma equipe de alto desempenho apresenta um forte sentido de propósito e um conjunto de valores compartilhados; • Empoderamento – Os membros de uma equipe de alto desempenho têm confiança na habilidade da equipe de superar obstáculos. Compartilham informações e conhecimentos e se ajudam uns aos outros; • Relacionamentos e comunicação – Uma equipe de alto desempenho está comprometida em manter uma comunicação aberta. As pessoas sentem que podem assumir riscos e compartilhar idéias, opiniões e sentimentos sem medo. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 73 Não precisam adorar uns aos outros, mas devem se respeitar, se valorizar e zelar uns pelos outros; • Flexibilidade – Membros de uma equipe de alto desempenho atuam de forma interdependente e compreendem que todos são responsáveis pelo desempenho, pelo desenvolvimento e pela liderança da equipe. A liderança é transferida de um membro para outro dependendo da necessidade do momento. A equipe se envolve tanto em trabalhar arduamente quanto em se divertir. A inevitável mudança é reconhecida e os membros de adaptam a condições cambiantes; • Reconhecimento e valorização – Uma equipe de alto desempenho recebe feedback positivo contínuo dos vários membros, do líder da equipe e da organização. O reconhecimento e valorização são formas poderosas de estimular e aprimorar o desempenho. • Moral – O moral é o resultado de todos os elementos acima. Se os demais elementos PERFORM estão funcionando, o moral será elevado. Assim, os membros se entusiasmam com seu trabalho, ficam orgulhosos dos resultados que produziram e de pertencer à equipe, a equipe fica confiante e otimista quanto ao futuro e a confiança entre os membros é alta, criando um forte espírito de equipe e um sentido de coesão. Para o autor, as equipes não existem em um vácuo e sim em um contexto organizacional e para serem bem sucedidas nas organizações, os elementos PERFORM devem estar presentes em todos os níveis, conforme pode ser observado na figura 18, a seguir. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 74 Nível individual Propósito e valores P Empoderamento Relacionamentos e comunicação E R Nível de equipe Nível de gerência Desenvolve um propósito comum da Identifica metas claras, alinhadas ao propósito equipe, alinhado ao propósito da da equipe empresa Fornece direção e recursos apropriados para aprimorar o propósito da equipe Pauta sua atuação pelas normas e valores da equipe Desenvolve metas claras e padrões Fornece uma visão geral que ajuda a conectar as tarefas diárias ao propósito da empresa Compromete-se com o propoósito da equipe Compartilha valores comuns compromete-se com a melhoria contínua e com o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades Contribui com novas idéias e busca os recursos necessários Adota práticas que envolvem participação e assumir riscos Nível organizacional Tem visão, valores e fatores crusciais de sucesso claramente definidos Cria oportunidades para a equipe desempenhar Compartilha informações prontamente Fornece recursos e treinamento para os membros e a equipe Apóia as equipes nas políticas e procedimentos Gratifica a criatividade e o assumir riscos calculados Tem orientação, sistemas de treinamento e apoio gerencial que promovem o aprendizado e o crescimento de indivíduos e equipes Compartilha conhecimentos e habilidades Apoia perspectivas diferentes Valoriza contribuições individuais e da equipe Disponibiliza todas as informações Ouve para entender Promove feedback aberto Promove um clima de confiança Valoriza diferenças Valoriza diferenças Discute abertamente como a equipe está trabalhando em conjunto Compartilha todas as informações relevantes Defende sistemas de comunicação abertos Promove a comunicação aberta e o feedback Apóia idéias novas ou diferentes Defende a flexibilidade na Avalia e compara diversas abordagens Compartilha a liderança organização Focaliza tanto a tarefa quanto o Lidera com ênfase em uma cultura Promove o treinamento multifuncional desenvolvimento da equipe forte de equipe Compromete-se com padrões elevados e com Fornece conexão com os resultados Atinge metas e padrões da empresa a medição de desempenho Entende e utiliza as práticas de solução de utiliza práticas de solução de problemas e tomada de decisões de forma problemas e tomada de decisões de Monitora o progresso eficaz forma sistêmica Valoriza o bem-estar dos outros Assume a liderança quando apropriado Flexibilidade Ótima produtividade F O Fornece diferentes abordagens Estabelece limites e apóia as decisões da equipe Incentiva a criatividade e a inovação procura estimular idéias individuais e da equipe É altamente responsivo, tem sistemas adaptáveis e flexíveis Articula fatores cruciais de sucesso de forma clara Providencia recursos materiais e técnicos Alinha sistemas, políticas e práticas com visão, valores e resultados desejados Esclarece os padrões de desempenho Reconhecimento e valorização R M Moral Valoriza e reconhece as contribuições dos outros Comemora as contribuições individuais e da equipe valoriza e reconhece conquistas individuiais e da equipe Assegura que que o reconhecimento a gestão do desempenho e os sistemas de remuneração apóiem o trabalho em equipe Valoriza e reconhece os esforços da equipe Sente-se valorizado e respeitado Sente-se entusiasmado por fazer parte da equipe Reconhece e gratifica sucessos da equipe Comemora sucessos Apóia a melhoria contínua Reconhece sucessos Busca aprimoramento contínuo Comemora conquistas Fornece recursos Tem orgulho em contribuir incentiva a melhoria contínua e a atualização constante Está comprometido com a melhoria contínua Figura 18: PERFORM em toda a organização. Fonte: Adaptado de Blanchard (2007, p.195). Conforme Blanchard (2007, p.197), a criação e manutenção de equipes de alto desempenho requer duas crenças: “Nenhum de nós sozinho, é tão inteligente quanto todos juntos e, as pessoas têm direito de envolver nas decisões que as afetam”. O autor acrescenta que os membros de uma equipe necessitam adotar atitudes e perspectivas de construção de uma comunidade, para tanto devem: 1. Desenvolver uma atitude de aprendizagem; 2. Criar um ambiente baseado na confiança; PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 75 3. Valorizar as diferenças e 4. Enxergar a equipe como um todo. Além das atitudes e perspectivas acima citadas, trabalhar em equipe requer que os líderes adquiram conhecimentos e habilidades e que seus membros saibam os mesmos conhecimentos e habilidades do seu líder, isto é, habilidade de observar e compreender o que está acontecendo na equipe e intervir de maneira que ajude a equipe a crescer e se desenvolver. Ao mesmo tempo, devem desenvolver a habilidade de participar e observar. (BLANCHARD, 2007). Segundo Blanchard (2007, p.199), “construir uma equipe de alto desempenho é uma jornada – uma progressão previsível de um grupo disperso de indivíduos para um sistema bem azeitado onde todas as características PERFORM estão presentes”. Para o autor a Liderança Situacional pode ser aplicada no caso da autoliderança, ou na liderança de uma outra pessoa, de uma equipe ou de uma organização, a diferença está na complexidade e na dimensão diagnóstica que se utiliza para determinar o estilo de liderança apropriado. Afirma Blanchard (2007, p.199), que na liderança de equipes, o foco se volta para os Estágios de Desenvolvimento de Equipe. Na liderança de equipes eficazes existem três pontos centrais: O diagnóstico ou habilidade de avaliar as necessidades e o estágio de desenvolvimento da equipe; a flexibilidade ou habilidade de usar uma variedade de comportamentos de liderança; e a adequação ou habilidade de usar comportamentos de liderança que atendam às necessidades de desenvolvimento da equipe. (BLANCHARD, 2007). Blanchard (2007, p.200), afirma que “independente do seu propósito, as equipes, bem como os indivíduos passam por uma série de estágios de desenvolvimento á medida que crescem” e aponta para cinco estágios, baseado na revisão de mais de duzentos estudos de desenvolvimento de equipes realizado por Lacoursiere, conforme abaixo: 1. Orientação; PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 76 2. Insatisfação; 3. Integração; 4. Produção; 5. Finalização. Compreender esses estágios de desenvolvimento, as características e necessidades de uma equipe em cada estágio é essencial para líderes de equipe e seus membros, se estes quiserem ser eficazes na construção de uma equipe bemsucedida e produtiva, afirma Blanchard (2007 p.201). Para o autor, a habilidade de determinar o estágio de desenvolvimento de uma equipe e avaliar suas necessidades exige que uma pessoa se afaste e olhe a equipe como um todo, em vez de se focar nos comportamentos e necessidades individuais, isto é realizar o diagnóstico da equipe. Segundo Blanchard (2007), e representado conforme a figura 19, o estágio de desenvolvimento de equipe é determinado por duas variáveis: produtividade e moral. ALTA FINALIZAÇÃO PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO INSATISFAÇÃO ORIENTAÇÃO ALTA Produtividade (Competência) Moral (Empenho) BAIXA EDE5 EDE4 EDE3 EDE2 EDE1 BAIXA Figura 19: O modelo de estágio de desenvolvimento de equipes Fonte: Adaptado de Blanchard, (2007, p.2000). A produtividade é a quantidade e a qualidade de trabalho realizado e depende da habilidade dos membros em colaborar, de seus conhecimentos e habilidades, de metas claras e do acesso que esses têm aos recursos de que precisam. O moral é confiança, motivação e unidade que uma equipe apresenta PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 77 para atingir um propósito. O Modelo de Estágios de Desenvolvimento de Equipes apresentado pelo autor ilustra com clareza como a produtividade e o moral variam à medida que a equipe progride através dos estágios de desenvolvimento, os quais delineiam as necessidades de uma equipe em qualquer ponto de seu ciclo de vida. Para Blanchard (2007, p.207), “compreender essas necessidades é de crucial importância, pois permite que os líderes ou membros de equipe forneçam comportamentos de liderança que respondam as necessidades”. Complementa o autor que, sem o treinamento em liderança de equipes, as pessoas colocadas a liderá-las ficam sem idéia do que devem fazer e agem com freqüência por instinto e somente por acaso que o comportamento do líder irá ser adequado às necessidades desta equipe. O estilo de liderança requerido para construir uma equipe de alto desempenho, assim como ocorre no desenvolvimento individual, requer uma variedade de combinações de comportamento diretivo e de apoio. No entanto, enfatiza Blanchard (2007, p.208), “o foco é diferente quando aplicado a equipes e não a indivíduos”. Os quatro estilos de liderança de equipes – direção, treinamento, apoio e delegação – variam quanto ao grau de direção e ao grau de apoio dados, e quanto ao nível de responsabilidade de liderança que é assumido pelos membros da equipe. Comportamentos que fornecem direção para equipes incluem organizar, educar, focar e estruturar. Para o autor, quando uma pessoa começa a fazer parte de uma equipe, ela quer saber como será organizada. O que precisa saber para se tornar um membro valioso da equipe? Onde estarão focados os esforços da equipe? Qual é a estrutura? Alguém deve se reportar a outra pessoa? Quem faz o quê? Quando? E como? Comportamentos que fornecem apoio para equipes incluem elogiar, envolver, ouvir e encorajar, segundo o autor, na construção de coesão e harmonia na equipe, as pessoas querem ser envolvidas na tomada de decisões, encorajadas PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 78 a participar, reconhecidas e elogiadas por seu esforço, valorizadas em suas diferenças e saber se poderão compartilhar a liderança quando for apropriado. A combinação dos quatro estilos de liderança com os estágios de desenvolvimento de equipe, conforme a figura 20, apresenta uma estrutura para a adequação do estágio com um estilo de liderança apropriado (BLANCHARD, 2007). Alto COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO COMPARTILHAR Relacionamento alto e tarefa baixa PERSUADIR E3 E2 Apoio Tarefa alta e relacionamento alto Treinamento Direção Delegação E4 Relacionamento baixo e tarefa baixa Tarefa alta e relacionamento baixo DELEGAR E1 DETERMINAR Alto Baixo COMPORTAMENTO DE TAREFA Alta Moderada M4 M3 Baixa M2 M1 Maturidade dos liderados ALTA PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO INSATISFAÇÃO ORIENTAÇÃO ALTA Produtividade (Competência) Moral (Empenho) BAIXA EDE4 EDE3 EDE2 BAIXA EDE1 Figura 20: Liderança Situacional: Como adequar o estilo de liderança aos estágios de desenvolvimento de equipes Fonte: Adaptado de Blanchard (2007 p.210). Para que os líderes e membros da equipe decidam qual o estilo de liderança adequado, primeiro é preciso que se diagnostique o estágio atual de desenvolvimento da equipe em relação a sua meta, levando em consideração tanto PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 79 a produtividade quanto o moral. Em seguida, localiza-se o estágio de desenvolvimento atual da equipe no Modelo de Estágio de Desenvolvimento de Equipes e segue-se a linha perpendicular até a curva no Modelo de Liderança Situacional. O ponto de intersecção indica o estilo de liderança apropriado para a equipe (BLANCHARD, 2007). O autor complementa afirmando que intervir com o estilo de liderança de equipes apropriado a cada estágio, ajudará a equipe a atingir ou manter o alto desempenho e que adequar o estilo de liderança aos estágios de desenvolvimento de equipe, como na parceria para o desenvolvimento com indivíduos, e funciona melhor quando o líder, ou os líderes e os membros conhecem a Liderança Situacional e fazem o diagnóstico juntos. No quadro 5 a seguir se apresentam as características dos Estágios de Desenvolvimento de equipes e o estilo de liderança requerido: EDE01 – Estagio de Desenvolvimento 01 – Orientação Estilo de Liderança Adequado No início as pessoas estão relativamente animadas por estarem na equipe e O estilo de liderança adequado é o de direção, pois têm expectativas altas. O moral é elevado, mas a produtividade é baixa neste estágio são necessárias direção e estrutura para devido à falta de conhecimento quanto à tarefa e de uns em relação aos fornecer informações necessárias para a equipe outros. começar. É preciso algum apoio, mas em grau menor que o comportamento orientado para tarefas. Devem ter clareza quanto ao propósito e os valores da equipe e quanto ao tipo de participação que é esperado delas. As normas devem ser estabelecidas pensando na comunicação e na atribuição de responsabilidades. Deve haver consenso quanto à estrutura e limites: que trabalho será feito por quem, qual é o cronograma, quais as tarefas devem ser cumpridas e quais as habilidades necessárias para cumpri-las. Precisa-se desenvolver um acordo de interação sólido e bemformulado pelos membros da equipe. EDE02 – Estagio de Desenvolvimento 02 – Insatisfação: À medida que a Estilo de Liderança Adequado equipe desenvolve alguma experiência, o moral cai à medida que os membros identificam discrepância entre suas expectativas iniciais e a O estilo de liderança adequado é o de treinamento, realidade. Membros relutantes começam a aparecer. As dificuldades de pois neste estágio há um aumento gradual do realizar a tarefa e trabalhar junto geram confusão e frustração e levam a desempenho de tarefas e uma diminuição no moral. crescente insatisfação quanto à dependência da figura de liderança. Surgem Raiva, frustração, confusão e desencorajamento reações negativas entre os membros e formam-se subgrupos que podem podem surgir devido à discrepância entre as polarizar a equipe. A ruptura na comunicação e a inabilidade de resolver expectativas iniciais e a realidade. Exige-se uma problemas resultam em uma queda de confiança. A produtividade apresenta aplicação continuada de um alto grau de direção e um incremento no grau de apoio. Os membros da equipe algum crescimento, mas pode ser tolhida pelo baixo moral. precisam de encorajamento e reafirmação, além do desenvolvimento de habilidades e estratégias para trabalharem PPGEP – Gestão Industrial (2008) juntos na realização das tarefas. Capítulo 2 Referencial Teórico 80 Esclarecer qual é visão geral e reafirmar o propósito, os valores e as metas, ansejar um maior envolvimento da equipe na tomada de decisões, reconhecer as realizações dos membros da equipe e dar feedback sobre o progresso alcançado para encorajar as pessoas e elevar o moral. Deve se manter discussões abertas e honestas sobre assuntos como bloqueios emocionais, a formação de coalizões e resolução de qualquer conflito de personalidade. EDE03 – Estagio de Desenvolvimento 03 – Integração: Caracterizado por Estilo de Liderança Adequado; O estilo de liderança uma equipe que apresenta produtividade moderada a alta e moral variável ou adequado é o de apoio, pois neste estágio em vias de melhorar. À medida que assuntos que surgiram no estágio de apresentam-se níveis crescentes de moral e harmonia insatisfação são trabalhados ou resolvidos, o moral cresce. A equipe e um aumento contínuo de competência nas tarefas à desenvolve processos que permitem que os membros trabalhem juntos com medida que os membros da equipe aprendem a maior facilidade. A realização das tarefas e as habilidades técnicas trabalharem juntos. As estratégias tornam-se mais aumentam, o que contribui para criar sentimentos positivos. Há maior clareza claras ou foram redefinidas. Sentimentos negativos e comprometimento com propósitos, valores, normas, papéis e metas. A estão sendo resolvidos. Segurança, coesão e confiança e a coesão crescem à medida que a comunicação se torna aberta e confiança aumentam, mas continuam frágeis. Apoio e orientada às tarefas. Há uma crescente disposição para compartilhar a colaboração são necessários para ajudar os membros liderança e o controle. da equipe a desenvolver confiança em sua capacidade de trabalharem juntos, precisando de menos direção na tarefa em si e mais apoio focado no desenvolvimento da confiança, coesão, envolvimento e liderança compartilhada. O foco dever o aumento da produtividade e desenvolvimento de habilidades para a solução de problemas e tomada de decisão. EDE04 – Estagio de Desenvolvimento 04 – produção: Neste estágio, tanto Estilo de Liderança Adequado: O estilo de liderança a produtividade quanto o moral são elevados e um reforça o outro. Há um adequado é o de delegação, pois neste estágio os sentimento de orgulho e entusiasmo de ser parte de uma equipe de alto membros têm sentimentos positivos em relação uns desempenho. O foco principal é o desempenho. Os propósitos, os papéis e as aos outros e às suas realizações. A qualidade e a metas são claras. Os padrões de trabalho são elevados e há o quantidade de trabalho produzido é elevada. A equipe comprometimento não apenas de estar à altura desses padrões, mas também precisa de novos desafios para manter tanto o moral de melhorar continuamente. Os membros da equipe confiam em sua quanto o foco na tarefa elevados. A equipe fornece sua habilidade de desempenhar bem e superar obstáculos. Ficam orgulhosos de própria direção e apoio e precisa ser reconhecida por seu trabalho e gostam de trabalhar juntos. A comunicação é aberta e a essa realização. As responsabilidades pela liderança liderança é compartilhada. A norma é o respeito e a confiança mútuos. A estão sendo compartilhadas e há participação plena da equipe é flexível e lida com novos desafios à medida que continua se realização das metas. São necessários o desenvolvendo. O desafio no estágio de produção é manter o desempenho reconhecimento e a celebração continuados das da equipe através de novos desafios e do crescimento constante. realizações da equipe e a criação de novos desafios e padrões mais altos e deve incentivar a autonomia na tomada de decisões dentro de limites estabelecidos. EDE05 – Estagio de Desenvolvimento 04 – finalização: Com equipes Estilo de Liderança Adequado: O estilo de liderança permanentes, não se chega a esse estágio a não ser que ocorra uma adequado é o de apoio. Em equipes com ponto final reorganização drástica. A finalização ocorre com equipes ad hoc ou em definido, a produtividade pode continuar a aumentar, grupos de trabalho temporários e os membros devem se preparar para as ou diminuir devido à pressão para completar a tarefa. conseqüências. A produtividade e o moral podem aumentar ou diminuir à O final cada vez mais próximo de uma experiência medida que a experiência chaga ao fim. Os membros da equipe importante pode também causar a elevação do moral experimentam sentimentos de tristeza e perda – ou, por outro lado, uma ou sua queda em comparação a níveis anteriores. pressão para terminar no prazo. O desafio deste estágio é manter a Aceitar e reconhecer os sentimentos presentes neste produtividade e o moral necessários enquanto se administra o encerramento, estágio ajuda. Se ocorrer uma queda na produtividade o reconhecimento e a celebração. Este estágio pode variar de duração, desde ou no moral, um aumento de apoio, além de um pouco PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 81 uma pequena parte na reunião final até uma porção significativa das últimas de reuniões, dependendo da duração e da qualidade da experiência da equipe. direção, são necessários para manter o desempenho. Quadro 5: Estágio de Desenvolvimento de Equipe e o Estilo de Liderança apropriado Fonte: Adaptado de Blanchard (2007, p. 201 a 213). O acordo de interação citado no estágio EDE01, segundo Blanchard (2007, p.211), é “um conjunto de acordos que declara precisamente o que a equipe realizará, porque é importante, e como a equipe trabalhará junta para alcançar os resultados”. O autor complementa que o acordo de interação documenta acordos em comum, que podem ser modificados à medida que as necessidades da equipe mudam e que o acordo de interação de equipe é mais importante para o funcionamento da equipe em alto nível do que até mesmo a liderança eficaz, conforme pesquisa de Ruth Wageman, citada pelo autor. A figura 21 mostra um modelo para o desenvolvimento de um acordo de interação de equipe. Valores e normas O acordo de interação da equipe Iniciativas da equipe Metas Papéis Propósito da Equipe Recursos Práticas Da equipe Comunicação Tomada de decisões Atribuição de responsabilidades Figura 21: O modelo de acordo de interação de equipe Fonte: Adaptado de Blanchard (2007, p.211). PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 82 Para Blanchard (2007, p.206), há uma considerável superposição entre os estágios, elementos de cada estágio podem são encontrados em cada um dos outros estágios e exemplifica: “... só porque uma equipe está começando (estágio de orientação) e precisa focar no desenvolvimento de um propósito claro e na elaboração de um acordo de intenção sólido, não significa que não será necessário rever as diretrizes nos Estágios dois ou três. No entanto, as características e necessidades dominantes da equipe determinam seu estágio de desenvolvimento em um dado momento. Uma mudança nessas características e necessidades sinaliza uma mudança no nível de desenvolvimento da equipe”. No desenvolvimento de equipe, semelhante à liderança pessoa a pessoa, é importante seguir a curva de estilos de liderança à medida que a equipe progride pelos estágios de desenvolvimento. Após desenvolver o acordo de interação da equipe, o líder não pode passar diretamente a um estilo de liderança de delegação. Assim, construir uma equipe de alto desempenho requer um líder que possa administrar a jornada desde a dependência até a interdependência. (BLANCHARD, 2007). Conforme Blanchard (2007), mudanças de liderança, de tarefa ou nos membros da equipe não são incomuns e podem afetar a produtividade ou o moral da equipe e freqüentemente provocam um retrocesso em seus estágios de desenvolvimento. Neste caso é necessário realizar um diagnóstico cuidadoso para determinar o estágio de desenvolvimento atual da equipe o qual determinará os comportamentos de liderança necessários para lidar de forma adequada com a regressão. Para o autor equipes de alto desempenho resultam de vários fatores: um propósito de equipes e valores claros, metas alcançáveis, responsabilidade mútua por resultados, confiança e coesão da equipe. Cita ainda que com a liderança certa, o comprometimento e a competência de membros da equipe, além de um acordo de interação claro, os membros de uma equipe conseguem alcançar, coletivamente, metas que seriam impossíveis de alcançar individualmente. Para um líder ser eficaz no nível organizacional é preciso que tenha tido alguma experiência como líder situacional de equipes, pois líderes organizacionais supervisionam várias equipes, departamentos e ou divisões. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 83 2.3 Avaliação ou Feedback 360º A Avaliação 360º é uma ferramenta para realizar o diagnóstico das competências da liderança. Para melhor conceituar esta ferramenta, é importante dividi-la em duas partes. Primeiro feedback, que segundo Rocha (2000, p. 35), “é uma palavra de origem da língua inglesa e tornou-se de uso comum no Brasil, especialmente no ambiente organizacional, sendo usada com grande freqüência, com sentido de dar retorno a alguém sobre algo”. Para Araújo (1999, p. 75) apud Rocha, “o conceito de feedback, herdado da teoria de sistemas, significa na tradução literal retro-alimentação, isto é, processar informações e transmiti-las ao sistema para a continuidade de seu funcionamento”. Desta forma, podemos inferir que o feedback faz parte da rotina diária de qualquer pessoa na organização, pois a todo o momento recebemos feedback de superiores, subordinados, clientes, fornecedores, etc. A segunda parte da conceituação desta ferramenta refere-se à denominação de 360º, termo que tem sido usado para identificar a utilização de múltiplas fontes para dar e receber feedback, ou seja, feedback do superior, de pares (clientes e fornecedores internos) e subordinados, envolvendo também autopercepção, que permite que a liderança possa comparar a percepção de si mesmo com a percepção de pessoas que o cercam ou com quem se relaciona (ROCHA 2001). Este modelo de feedback, considerando várias fontes tem sido também denominado de múltiplas fontes, multinível, círculo completo e avaliação 360º. Para Felippe (2005), o Feedback 360º é uma ferramenta que possibilita a identificação da performance dos colaboradores dentro de padrões e critérios de desempenho estabelecidos, considerando os valores culturais predominantes na empresa. Obviamente, afirma a autora, com um único objetivo, o da melhoria da performance da empresa no mercado em que está inserida. A ferramenta visa basicamente avaliar o comportamento atual e passado, preparando para o futuro. Durante a elaboração do estudo para a implantação da ferramenta de PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 84 diagnóstico é importante à definição de alguns requisitos chaves. Para tanto Felippe (2005), diz que no processo normalmente se define: − Competências críticas que a empresa busca ser reconhecidas; − Competências técnicas, comportamentais e estratégicas necessárias; − Competências humanas de cada área; − Estabelecimento da régua de medição do desempenho; − Definição das competências essenciais e complementares; − Formatação de formulários com todos os envolvidos; − Treinamento de "dar e receber feedback”; − Acompanhamento; − Tabulação - considerando dados quantitativos e qualitativos; − Estabelecimento do plano de ação; − Coaching (treinamento). A importância de seguir os passos acima citados se justifica pelo fato de que em muitas organizações percebe-se que em geral são definidos os comportamentos esperados e, em alguns casos, misturando competência, desempenho como fator de produtividade (FELIPPI, 2005). As vantagens percebidas no uso desta ferramenta são as possibilidades de se obter resultados mais confiáveis e isentos de influências pessoais, a possibilidade de se ter à visão da performance do avaliado sob diferentes ângulos, promove maior aceitação, pois os colaboradores percebem como um processo mais justo e confiável e possibilita um maior controle da coerência do avaliador nos diferentes pareceres que emite (FELIPPI, 2005). Para que as vantagens do uso desta ferramenta sejam atingidas em sua plenitude é necessário, conforme Felippe (2005): PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 85 − Elaboração mais clara da análise e da prática na descrição de competências; − Comunicação assertiva das competências a serem avaliadas; − Base de dados informatizada que viabilize o processo e garanta o sigilo das informações; − A aplicação envolvendo muitas pessoas. Por isso, é preciso um envolvimento grupal maior, mais rápido e com maior comprometimento; − Administrar conflitos, principalmente se as pessoas não estiverem preparadas para o processo. Pois passar por uma avaliação dá "frio na coluna", por mais que as pessoas digam o contrário; − Desenvolver a estratégia de apuração dos resultados, pois ela é mais complexa; − Apresentar gráficos /relatórios para o feedback do colaborador. A autora complementa ainda, a necessidade de que a empresa que queira fazer uso da ferramenta possua profissionais maduros para o processo de feedback, caso contrário valerá mais a pena o uso de um modelo mais tradicional de avaliação, como o “um a um”, por exemplo, onde a liderança é avaliada pelo gerente, ou pelo subordinado, tão somente. Embora, o Feedback 360º seja descrito como uma ferramenta mais assertiva, por fazer uso de múltiplo feedback, minimizando possíveis erros de percepção da avaliação “um a um”, algumas desvantagens são percebidas. Para Bispo (2005), a prática desta técnica tem demonstrado grande dificuldade para eliminar a subjetividade do contexto da avaliação. A construção, desta forma, torna-se bastante trabalhosa, pois as pessoas tendem a responder as pesquisas “por alto”, comprometendo, desta maneira, a validade do instrumento. Para a autora, a falta de planejamento estratégico, na maioria das organizações, prejudica enormemente a negociação de metas táticas no plano de desenvolvimento pessoal (BISPO, 2005). No entanto, muitos destes problemas podem ser contornados caso a PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 86 organização, desenvolva mecanismos de bloqueio. Conforme Bispo (2005): “... a avaliação 360 Graus baseia-se na coleta de opiniões ou das percepções de várias pessoas sobre o comportamento de uma outra. Portanto, a subjetividade está na sua própria concepção. Entretanto, é importante que o indivíduo receba feedback de seus pares, chefia imediata, clientes e fornecedores, porque somente dessa forma ele poderá ponderar sobre as suas inadequações e mudar seu comportamento. Nos projeto que tenho atuado, procuro dividir a avaliação em dois momentos que correspondem à avaliação de comportamento pelo comitê 360 Graus e a negociação das metas no Plano de Desenvolvimento. Atribuo à avaliação dos comportamentos o peso de 20% e ao Plano de metas 80%. Dessa forma, podemos obter as impressões dos avaliadores que são importantes, sem que a eventual subjetividade ou tendencialismos distorça a pontuação final”. De acordo com Catanante (apud Vendrasco, 2003), a avaliação 360º, mostra como uma fotografia o estágio de desenvolvimento em que se encontra o profissional. Se este está de fato em sintonia com o mundo em que está vivendo, terá conhecimento de que atualmente nenhuma empresa poderá lhe garantir desenvolvimento pleno, a menos que ele tenha muita clareza em demonstrar o que pretende melhorar ou agregar para que suas competências sejam ampliadas, pois, não é mais tarefa do RH da empresa investir para perder tempo e dinheiro no treinamento e desenvolvimento daqueles que não estão dispostos a mudar. 2.4 Transferência de Tecnologia Para se tornarem mais competitivas em um mercado global, onde o ambiente empresarial está ficando cada vez mais agressivo, é notório que as organizações (públicas e privadas), visando melhorar sua posição de competitividade, tem sido forçadas a investirem em tecnologia, no desenvolvimento do seu capital intelectual, na sua capacidade econômica e social e em sistemas de informação (CYSNE, 2005). Para Cysne (2005), esses são fatos significativos que dão origem a mudanças fortes e contundentes no comportamento de todas as sociedades, trazendo constantemente novos desafios para todas as nações, uma disputa econômica e tecnológica que é muito difícil de ser enfrentada por países em PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 87 desenvolvimento, como o Brasil, requerendo dos mesmos maiores investimentos em tecnologias e inovações tecnológicas e a busca de parcerias de transferência de tecnologia, em especial com as universidades. Com o objetivo de subsidiar as empresas a se manterem competitivas a ao país um desenvolvimento tecnológico sustentável, a partir de um estreitamento de relações entre esses dois setores, tem sido, segundo Cysne (2005), tema central de debate e de extensa pesquisa desde a década de 1950. Para o autor, isso se dá pela necessidade de se compreender de forma mais vertical o que vem a ser transferência de tecnologia, o que ela envolve, o que exatamente está sendo transferido, de que forma e o que é requerido em termos de capacidade de transferência, tanto do ambiente do provedor, quanto do receptor, qual vocabulário produz uma compreensão sem ambigüidade da mesma e que estrutura de transferência deve ser montada para garantir seu sucesso. Como um processo incluso no contexto da história, a transferência de tecnologia, teve seu primeiro grande destaque na Revolução Industrial, na Inglaterra, considerada à época uma pequena, mas influente nação, quando provocou um fluxo significativo de novas tecnologias para as três grandes economias e sistemas políticos: Européia, Americana e Russa. A expansão das atividades da indústria pela transferência da produção continuou através do século 19, tendo na segunda metade do século passado atingido um grande desenvolvimento, que no inicio deste século, vem aumentando cada vez mais (CYSNE, 2005). A principal alavanca destas transferências, segundo Jeremy (1992); Grant e Stelle (1996) (apud Cysne, 2005), tem sido a ampla disseminação de novas tecnologias de fabricação local, denominadas de tecnologias domésticas e a sua crescente exportação aos países em desenvolvimento. Com interesse nos fatores de insumo de baixos custos e novos mercados, a partir das décadas de 70 e 80, as atividades de produção fora dos países se tornaram prioridade para o setor industrial. A transferência de tecnologia, sobretudo, pela existência de um corpo crescente de literatura e de extensa pesquisa sobre a sua complexidade, aponta ser PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 88 um tema de grande interesse para os países desenvolvidos e em desenvolvimento (CYSNE, 2005). Segundo Lima (2004, p.75), o termo transferência de tecnologia tem diversas definições conforme o conteúdo e a finalidade das informações tecnológicas que estão em jogo. “Em um sentido lato e no espectro da inovação tecnológica, pode ser considerada como o processo pelo qual um conjunto de informações, conhecimentos, técnicas, máquinas e ferramentas são transmitidas de um local, de um individuo ou de um grupo para outro, com a finalidade se ser usado na produção ou na prestação de serviços. No sentido stricto, a transferência de tecnologia, mais corretamente chamada de fornecimento de tecnologia, envolve, além da transferência de todos os dados técnicos de engenharia do processo ou do produto, a metodologia do desenvolvimento tecnológico usada para sua obtenção. Com esta metodologia visa-se a capacitar o recebedor não só a produzir, mas obter a autonomia necessária para prosseguir no melhoramento e modernização do produto, ou ainda, no desenvolvimento de novos produtos de mesmo nível de tecnologia” (Valeriano apud Lima, 2004). Para Luz (apud Gandolfo 2006), transferência de tecnologia é conhecimento tácito, experimental, pessoal e o desenvolvimento de habilidades técnicas, criativas e perícia; conhecimento formal decodificado, através de idéias técnicas, documentos, Informações e dados; conhecimentos práticos, que é o conhecimento pelo fazer. Também enfatiza que a transferência de tecnologia é definida como a aquisição, desenvolvimento e utilização de conhecimento tecnológico por um outro ambiente que não o gerou. Ou seja, é o processo de introdução de um conhecimento tecnológico já existente, onde não foi concebido e/ou executado. Cysne (2005), apresenta uma concepção dinâmica de transferência de tecnologia, e a define como um processo de comunicação de duas mãos pelo qual, duas partes (o provedor e o receptor) trocam conhecimento, e no qual a aquisição, o entendimento, absorção e a aplicação de tecnologia pelo receptor ocorrem de forma objetiva e com sucesso. Ainda, segundo Cysne (2005), o conceito que define transferência de tecnologia como uma atividade pessoa a pessoa, é uma definição precisa, pois para o autor, qualquer transferência requer contato entre pessoas na medida que as invenções e as novas tecnologias provêm e residem na mente humana, sendo em essência conhecimento tácito, podendo em parte ser explicitado em descrições PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 89 escritas, em exemplos e nos trabalhos com os protótipos. Conforme Lima (2004), os escritórios de transferência de tecnologia tem sido outro importante mecanismo para a transferência de tecnologia gerada pela pesquisa nas universidades, que podem ser derivados da universidade ou de iniciativa de associações, sindicatos, representações da sociedade organizada. De modo geral, afirma Lima (2004, p.77): Ao longo do tempo o talento gerencial e o empenho dos agentes inseridos no contexto da relação de Cooperação entre Universidade e Empresa, foram responsáveis pelas experiências bem sucedidas, requerendo para tanto pessoas com características especiais, mas também requer treinamento nesta ciência da Gestão da transferência da tecnologia, e de importância crescente, o que pode ser observado nas publicações e eventos que têm sido realizados nos últimos anos sobre o tema. No entanto, para que as universidades contribuam para a competitividade das empresas (indústrias) e delas recebam insumo para o incremento de seus projetos de pesquisas há necessidade de se construir pontes que favoreçam as ligações entre os dois setores, sendo os serviços de informações um canal-chave desse entendimento (CYSNE, 2005). O termo transferência de tecnologia também pode referir-se ao processo de importação de tecnologia. O proprietário da tecnologia é protegido por um monopólio legal, através do sistema de patentes (LUZ apud SANTOS, 2008). Para Luz (2008), a transferência de tecnologia só acontece quando, no processo, os pré-requisitos necessários são estabelecidos e respeitados, ou seja, que esteja presente no processo a motivação para que seja de fato transferida; recursos financeiros suficientes para assegurar a viabilidade do projeto; recursos humanos adequados (mão-de-obra que garanta habilidades técnicas, gerenciais e de produção). O processo envolve atividades voltadas para a compra ou absorção de tecnologias nacionais ou estrangeiras consideradas de interesse para a capacitação tecnológica da empresa nacional e que contribui para o desenvolvimento econômico PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 90 e social do país (LIMA, 2004). Segundo o mesmo autor, existem obstáculos para transferência de tecnologias, e já no ano de 1984, Perrin, os apresentava, tendo origens diversas sendo as mais freqüentes: • As tecnologias não são mais detidas por indivíduos isolados, por artesões, mas por empresas ou laboratórios de pesquisa. Transferir a grande diversidade de conhecimentos e de experiência adquiridos por estas empresas é um processo complexo e longo; • Todas as informações são fonte de poder e as empresas detentoras de tecnologia podem ter interesse, em certos casos, de recusar a venda. Em outros casos, a venda se fará em contrapartida de restrições comerciais, técnicas ou de uma obrigação de compra de máquinas e produtos intermediários ou de acesso privilegiado a mercados; • O sistema de informações e de representação simbólica utilizada pelos homens, em suas memórias, para produzir, esta em forte interação com aquele utilizado para organizar seu modo de vida. Toda aprendizagem técnica é ao mesmo tempo uma aprendizagem social; • Para ser adquirida, uma tecnologia deve integrar-se ao sistema de representação daquele que a está adquirindo. Este processo de integração não é espontâneo e impulsiona mudanças profundas. Este processo pode ser colocado de uma maneira coercitiva em função de modelos socioeconômicos externos e desenvolver uma nova forma de dependência entre o país vendedor e o país comprador. Para Wisner (apud Lima 2004), muitos insucessos no processo de transferência de tecnologia podem ter causa diversas que são: • Baixa taxa de utilização de máquinas e, conseqüentemente, volume insuficiente de produção; • Qualidades medíocres de produtos, comprometendo a exportação e tornando-os inutilizáveis até mesmo em seu próprio país; PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 2 Referencial Teórico 91 • Freqüentemente elevada deterioração material, causada tanto pela inadequação das condições ambientais e organizacionais de funcionamento, como por manutenção deficiente e manipulação incorreta. Assim, para Lima (2004), a partir destas questões ligadas à produção pode ocorrer o comprometimento de aspectos financeiros do empreendimento resultando de: • A empresa apresentar-se sem condições de oferecer aos operadores uma situação adequada do ponto de vista salarial, de benefícios sociais e de condições de trabalho; • Empresa ou o governo, que a partir do insucesso inicial, busque um novo financiamento para manter o empreendimento em atividade e, assim possibilitar o pagamento das dívidas anteriores. Esse procedimento leva a um aumento da dependência diante dos organismos de empréstimo, podendo ter reflexos negativos quanto de negociações posteriores. Wisner (apud Lima 2004), acrescenta ainda que a importância da transferência da tecnologia, considerando-a como um poderoso instrumento para muitos países que não tem ainda um desenvolvimento completo de suas economias. Também enfatiza que a transferência de tecnologia é um instrumento essencial do comercio internacional, que acaba de tomar um novo impulso diante da globalização dos mercados. Em aspectos mais amplos fica evidenciado que o domínio da tecnologia e um sistema de proteção bem estruturado, significa independência e divisas para um país. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 3 Metodologia 92 3 METODOLOGIA 3.1 Classificação da pesquisa No estudo adotou-se a seguinte estratégia de pesquisa: Quanto a sua natureza: Uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Quanto à abordagem do problema: Uma pesquisa quantitativa, que segundo Lakatos e Marconi, 1991, pag. 187, “consiste na investigação de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos e fenômenos, a avaliação de programas, ou isolamento de variáveis principais ou chave”. Para tanto, em qualquer um desses processos utilizam-se métodos formais, caracterizados pela precisão e controle estatístico com objetivo de fornecer dados para a verificação da hipótese. São empregados artifícios quantitativos e utilizam técnicas como entrevistas, questionários, formulários e empregam procedimentos de amostragem.(LAKATOS E MARCONI, 1991) Quanto aos seus objetivos: Uma pesquisa exploratória, tocante à revisão bibliográfica, que segundo Gil (1999, p.43), “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis”, envolvendo levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. Quanto aos procedimentos técnicos: Utilizou-se estudo de caso “que em muitas ações, para contribuir com o conhecimento que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, além de outros fenômenos relacionados”, conforme YIN (2005, p.20). Para Gil (1991, p.58), “O estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento”. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 3 Metodologia 93 O estudo foi realizado em uma equipe, denominada Divisão de Acompanhamento e Controle da Manutenção do Departamento de Operação e Manutenção de uma Distribuidora de Energia Elétrica do Sul do Brasil. 3.2 A equipe A equipe foi constituída por 8 empregados, sendo 5 eletrotécnicos, 2 eletricistas de distribuição e 1 técnico florestal, tendo como principais objetivos realizar no âmbito regional, o acompanhamento, o controle e dar apoio às das atividades e processos referentes à função de manutenção de redes de distribuição de energia elétrica. O gerente (líder) da divisão é um dos eletrotécnicos. 3.3 Metodologia proposta desenvolvimento da equipe O quadro 6, abaixo apresenta um resumo dos questionários aplicados a equipe, onde se verifica que foi atingido 100% da amostra, bem como todos os pesquisados responderam aos questionários . Resumo da aplicação dos questionário Etapa 1 2 3 Questionário Público População Amostra % de respoastas Identificação de objetivos, tempo na função, treinamentos e conhecimentos empregados 7 7 100% Identificação das necessidades satisfeitas de maslow empregados e líder 8 8 100% identificação do nível de maturidade empragados 7 7 100% Identificação do estilo dominante, amplitude e adaptabilidade da liderança líder 1 1 100% Identificação das competências necessárias da liderança líder 1 1 100% Quadro 6: Resumo da coleta de dados A coleta de dados e a construção das ferramentas foram realizadas obedecendo à figura “Roteiro para a parceria do desempenho” , figura 25, adaptado de Blanchard (2007). PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 3 Metodologia 94 1. COMECE com Primeira etapa DEFINIÇÃO DE METAS (É necessário acordo com o colaborador) 1. Área de responsabilidade / Meta PERGUNTE 1. Que área de responsabilidade ou meta quero influenciar? 2. Como saberei que o trabalho está sendo feito? (medida) 3. O que constitui um bom desempenho para essa meta? (padrão) 2. Medida / Padrão de desempenho Figura 22: Roteiro para a parceria do desempenho, primeira etapa Fonte: Adaptado de Blanchard (2007). A inserção na planilha de definição de objetivos, dos aspectos de treinamento, experiência e conhecimento visa colher informações de competências que subsidia a análise do nível de maturidade do trabalho (desenvolvimento) do colaborador. Ainda na primeira etapa, conforme figura 22, utilizado como instrumento um questionário fechado, conforme Buiar (2004, p.36), aplicado individualmente para cada integrante da equipe, para verificar o nível motivacional das necessidades de Maslow. Segunda etapa 2. DIAGNOSTIQUE NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO (É necessário acordo com o colaborador) COMPETÊNCIA Realizador autoconfiante M4 EMPENHO Colaborador Capaz, Mas cauteloso M3 Aprendiz decepcionado M2 Principiante empolgado M1 Figura 23: Roteiro para a parceria do desempenho, segunda etapa. Fonte: Adaptado de Blanchard (2007). PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 3 Metodologia 95 Estas informações a exemplo do treinamento, conhecimento e experiência são utilizadas no preenchimento da planilha de análise da maturidade (nível de desenvolvimento) do colaborador, a diferença está em ser ela que compõe a maturidade psicológica. Na segunda etapa, ver figura 23, para a coleta e determinação da maturidade (nível de desenvolvimento) do colaborador, foi desenvolvido e utilizado como instrumento um formulário baseado na escala de Lickert adaptada de Joahann (2002), referente à maturidade do trabalho e psicológica citadas por Hersey e Blanchard (1986, p.197), em cada objetivo acordado com a liderança, que foi preenchido pelo líder (gerente) do colaborador pesquisado. Na terceira etapa, conforme figura 24, foi aplicado um questionário, sugerido também por Johann (2002), ao líder (gerente) da equipe, com a intenção de verificar o estilo dominante, a amplitude e a adaptabilidade da liderança. Terceira etapa com ESTILO DE LIDERANÇA APROPRIADO (É necessário acordo com o colaborador) M4 • DELEGAÇÃO E4 M3 • APOIO E3 M2 • TREINAMENTO E2 M1 • DIREÇÃO E1 então 4. FORNEÇA ESTILO DE LIDERANÇA APROPRIADO (É necessário acordo com o colaborador) Figura 24: Roteiro para a parceria do desempenho, terceira etapa. Fonte: Adaptado de Blanchard (2007) Desta forma, o questionário simula a fornecimento por parte de líder do estilo de liderança requerido ao nível de maturidade (desenvolvimento) da equipe. Nele estão distribuídas doze situações, sendo três perguntas de cada nível de desenvolvimento dos indivíduos (M1, M2, M3 e M4). O estilo dominante é identificado pela quantidade de vezes que o líder PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 3 Metodologia 96 aplicou cada estilo (E1, E2, E3 e E4) às situações propostas, sendo doze o máximo e considerado 100%. O estilo dominante será aquele que o líder mais usar, ou seja, especificamente, o de maior percentual na planilha. A amplitude da liderança é identificada pelo uso do líder de todos os estilos ou não, pois o questionário foi concebido com três situações que requerem estilos diferentes, logo, requerendo o uso dos quatro estilos de liderança. Para realizar a identificação da adaptabilidade, foi utilizada uma pontuação, que permite verificar quantas vezes o líder usou o estilo mais apropriado a ao nível de desenvolvimento simulado através das perguntas. Assim, considera-se a adaptabilidade a partir do resultado obtido entre a diferença dos pontos positivos e negativos oriundos das respostas. A pontuação foi definida com base no quadro 4, página 52 , citada no referencial teórico deste trabalho e ficou assim definida: 1. Estilo melhor: 2 pontos, 2. Segundo estilo melhor: 1 ponto, 3. Terceiro estilo melhor: -1pontos (menos um ponto) e 4. Estilo menos eficaz: -2 pontos (menos dois pontos). Buscou-se também, na terceira etapa, identificar as necessidades de desenvolvimento das competências da liderança e para tanto, foi utilizado como instrumento um formulário baseado na escala de Lickert elaborado pela área de RH da empresa, instrumento corporativo, aplicado aos subordinados, gerente e ao próprio coordenador (gerente) da equipe (líder). Este questionário permitiu coletar as percepções dos pesquisados através de uma escala de 1 a 5, pontuando as habilidades da liderança em: • Pouca ou nenhuma: (01 pontos), • Habilidade mínima (02 pontos), PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 3 Metodologia 97 • Habilidade adequada: (03 pontos), • Habilidoso: (04 pontos) e • Especialista: (05 pontos). O trabalho de coletas de dados foi no mês de novembro de 2007. Todos os questionários citados acima estão como apêndice ao trabalho. Primeira etapa 1. COMECE com DEFINIÇÃO DE METAS (É necessário acordo com o colaborador) 1. Área de responsabilidade / Meta PERGUNTE 1. Que área de responsabilidade ou meta quero influenciar? 2. Como saberei que o trabalho está sendo feito? (medida) 3. O que constitui um bom desempenho para essa meta? (padrão) 2. Medida / Padrão de desempenho depois Segunda etapa 2. DIAGNOSTIQUE NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO (É necessário acordo com o colaborador) COMPETÊNCIA Realizador autoconfiante M4 (D4) EMPENHO Colaborador Capaz, Mas cauteloso M3 (D3) Aprendiz decepcionado M2 (D2) Principiante empolgado M1 (D1) depois 3. ADEQUE Terceira etapa com ESTILO DE LIDERANÇA APROPRIADO (É necessário acordo com o colaborador) M4 (D4) • DELEGAÇÃO E4 M3 (D3) • APOIO E3 M2 (D2) • TREINAMENTO E2 M1 (D1) • DIREÇÃO E1 então 4. FORNEÇA ESTILO DE LIDERANÇA APROPRIADO (É necessário acordo com o colaborador) Figura 25: Roteiro para a parceria do desempenho Fonte: Adaptado de Blanchard (2007). PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 98 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados, expondo o nível de maturidade dos colaboradores, o estilo dominante, a amplitude e adaptabilidade da liderança, nível de desenvolvimento da equipe, bem como os pontos fortes e oportunidades de melhorias. Em relação ao gerente (líder) são apresentados e discutidos os resultados da avaliação de competências, realizada com os empregados, o gerente imediato e o próprio líder. 4.1 Identificação do nível de maturidade do trabalho e psicológica dos colaboradores Conforme verificado na Teoria da Liderança Situacional o primeiro a passo a ser dado para a construção da parceria rumo ao desenvolvimento dos indivíduos é a definição de objetivos. Para tanto, deve-se tomar o cuidado de obedecer às regras citadas por Blanchard, Zirgarmi, Zirgarmi, (1986, p.94), quando afirmam que estes devem seguir as características de serem singulares, mensuráveis, tangíveis, relevantes e traçáveis. A definição dos treinamentos e conhecimentos necessários foi feita com vistas a atender aos requisitos determinados no Plano de Cargos e Salários da Empresa pesquisada com qual empregado pesquisado tem vínculo empregatício, o mapa de competência definido na Certificação ISO 9001, que está sendo implantada no processo de manutenção e serviço da empresa, bem como atender aos anseios do líder da equipe. Os objetivos determinados de cada empregado da equipe pesquisada são apresentados nas figuras 26, 27, 28, 29, 30, 31 e 32. Nestas foram mapeados o tempo necessário na função, os treinamentos e conhecimentos desejáveis que o empregado deveria ter para realizar as tarefas inerentes ao objetivos propostos. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 99 As figuras apresentam células coloridas em vermelho e verde. Quando a célula estiver na cor vermelha significa que o item não satisfez aos requisitos determinados e verde, ao contrário, significa que os requisitos fora satisfeitos. O resumo do resultado deste mapeamento é a apresentado na figura 34, levando em consideração os critérios determinados, conforme figura 33. Este mapeamento, além de contribuir para a determinação do nível de maturidade dos empregados, permite ao líder, identificar as lacunas de tempo, conhecimento e treinamento que os mesmos ainda necessitam para desempenhar suas atividades, possibilitando a elaboração de um plano de ação, que ao ser atendido elevará o nível de maturidades de seus empregados e por conseqüência da equipe como um todo. PPGEP – Gestão Industrial (2008) PPGEP – Gestão Industrial (2008) 2 1 Nº A Empregado Descrição Meta Atendimento às Solicitações de Auditorias por Clientes Internos Atender às solicitações em até 15 dias 90% Auditoria de 10% das OES em campo, Atendimento do conforme cronograma da VAM (2 Contratos 2 p/mês Cronograma de Auditorias por mês no máximo em 3 meses após a em Contratos OES fechada e envio de relatório a área) Objetivo 2 2 Experiência Necessária (anos) não sim não não sim não sim não não sim CTMR NR10 SSEPNR10 LV GDMAN CTMR NR10 SSEPNR10 LV GDMAN 3 3 Situação dos Treinamentos Tempo na Treinamentos Necessários Função (anos) Difinição de objetivos Divisão Sistema GDMAN, MIT 161904, 163001 Contratos de Manutecao Atividades de manutencao ISO 9001/2000 Sistema GDMAN, MIT 161904, 163001 Contratos de Manutecao Atividades de manutencao ISO 9001/2000 Conhecimentos Necessários sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim Situação dos Conhecimentos Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados Figura 26: Objetivos do empregado A 100 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Figura 27: Objetivos do empregado B 2 1 Nº B Empregado Apoio a novas tecnologias e projetos especiais Apoio á equipes próprias Objetivo 90% 90% Percentual de atendimento ao cronograma de visitas ás equipes próprias Percentual de satisfação na PSCI do item atendimento Meta Descrição 2 2 Experiência Necessária (anos) 2 3 NR10 SSEPNR10 CTMR (equivalente para eletricistas) GDMAN OPTA ( Equivalentes para eletricistas) GDINSP OSET (equivalente para eletricistas) INST ISD SODINFO NR10 SSEPNR10 CTMR (equivalente para eletricistas) GDMAN OPTA ( Equivalentes para eletricistas) GDINSP ISD SODINFO Tempo na Treinamentos Necessários Função (anos) Difinição de objetivos Divisão Sistema GDMAN MIT 161904 Desempenho do Sistema Atividades de manutencao ISO 9001/2000 não não sim sim sim não não não sim sim GDINP ISO 9001/2000 Desempenho do Sistema Atividades de manutencao WEBGEO sim sim sim sim não não Sistema GDMAN MIT 161903 Conhecimentos Necessários não não Situação dos Treinamentos sim não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim Situação dos Conhecimentos Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 101 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Figura 28: Objetivos do empregado C Meta Percentual de satisfação na PSCI do item atendimento Apoio a sistemas de manutenção 3 80% 90% Atendimento às solicitações de verificação e 100% em 2 dias acompanhamento dos contratos Descrição Atendimento de solicitações em até 3 dias Acompanhamento dos contratos Objetivo Atendimento às solicitações de Materiais C Empregado 2 1 Nº 3 anos 6 meses 2 anos Experiência Necessária (anos) 6 4 3 não PREVACOM - Previsão e Acompanhamento Orçamentário - 1003DO CTMR GDMAN OPTA IRCPDA OSET INST ISD SODINFO GDMASE NR10 SSEPNR10 PROCADMS Procedimentos Administrativos na Contratação de Serviços, Obras e Materiais- 1007DM GCONTRES _ Gestão de contratos CTMR GDMAN não sim sim não sim sim não não não não não não sim sim não não não ADEXCON -Administração e execução de contratos 1002AF PROCFIN - Procedimento Contábeis-Financeiros1003V4 sim sim não Situação dos Treinamentos CTMR (equivalente para eletricistas) GDMAN LICITACAO Tempo na Treinamentos Necessários Função (anos) Difinição de objetivos Divisão Sistema GDMAN MIT 161904, MIT 164001, 163001, 160909, 160902 e 160911 Desempenho do Sistema Atividades de manutencao SOR CCC CEE Inspeção Contratos Licitacoes ISO 9001/2001 Sistema PLM Orçamento de Materiais ISO 9001/2000 Licitacoes Contratos Inspeção SOR CCC CEE WEBGEO Conhecimentos Necessários sim não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim sim sim sim sim Situação dos Conhecimentos Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 102 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Figura 29: Objetivos do empregado D 3 1 Nº D Empregado Atendimento à solicitação de Inspeção Instrumental por parte de clientes Internos Inspeção Instrumental Objetivo Percentual de Atendimento às solicitações no prazo de 10 dias Percentual de atendimento do cronograma Descrição 90% 80% Meta 2 2 Experiência Necessária (anos) 2 3 OPTA ( Equivalentes para eletricistas) IRCPDA OSET (equivalente para eletricistas) INST ISD GDMAN NR10 SSEPNR10 CTMR (equivalente para eletricistas) GDMAN OPTA ( Equivalentes para eletricistas) IRCPDA OSET (equivalente para eletricistas) INST ISD NR10 SSEPNR10 CTMR (equivalente para eletricistas) Tempo na Treinamentos Necessários Função (anos) Difinição de objetivos Divisão sim sim não sim sim sim sim sim sim não não não sim sim sim sim não não Situação dos Treinamentos Equipamentos especiais (RAs e RTs) Atividades de manutencao Sistema GDMAN MIT 161904 e 160908 Atividades de manutencao Sistema GDMAN MIT 161904 e 160908 Conhecimentos Necessários sim sim sim sim sim sim sim Situação dos Conhecimentos Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 103 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Figura 30: Objetivos do empregado E 3 2 1 Nº E Empregado 100% 100% Percentual de Envio de análise de desempenho da Manutenção Percentual de atendimento das solicitações de equilíbrio de cargas nos alimentadores (atender em 30 dias) Análise do Desempenho da Manutenção de Redes (análise do IQMR e Desempenho da Manutenção) Estudo de equilíbrio de cargas nos alimentadores 100% Elaborar relatório Mensal de acompanhamento dos Cronograma de manutenção até o dia 15 Gerenciamento dos Cronogramas de manutenção Meta Descrição Objetivo 2 2 2 Experiência Necessária (anos) 3 1 3 OPTA ( Equivalentes para eletricistas) IRCPDA OSET (equivalente para eletricistas) INST ISD GDMAN INST ISD SODINFO EDSARD AQUALEE NR10 SSEPNR10 CTMR (equivalente para eletricistas) OPTA OSET GDMAN OPTA ( Equivalentes para eletricistas) IRCPDA OSET (equivalente para eletricistas) INST ISD NR10 SSEPNR10 CTMR GDMAN NR10 SSEPNR10 CTMR (equivalente para eletricistas) Tempo na Treinamentos Necessários Função (anos) Difinição de objetivos Divisão não não não sim sim sim não sim sim sim não sim sim não não sim sim não sim não não não não sim sim sim não não não Situação dos Treinamentos Atividades de manutenção Equipamentos especiais (Ras,RTs, Chaves e Banco de Capacitores) Atividades de manutencao Sistema GDMAN MIT 161904 e 160909 DSS Atividades de manutenção Equipamentos especiais (Ras,RTs, Chaves e Banco de Capacitores) Desempenho do Sistema Atividades de manutencao Sistema GDMAN MIT 161904 e 160909 Atividades de manutenção Equipamentos especiais (Ras,RTs, Chaves e Banco de Capacitores) Atividades de manutencao Sistema GDMAN MIT 161904 e 160909 Conhecimentos Necessários sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim Situação dos Conhecimentos Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 104 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Figura 31: Objetivos do empregado F 2 1 Nº F Empregado Atualizar quinzenamente a 100% do controle dos contratos de manutenção, roças e NR10 Atendimento de solicitações em até 3 dias Atendimento às solicitações de Materiais Atualização do controle dos contratos de manutenção, roçadas e NR10 Descrição Objetivo 100% 90% Meta 1 0,5 Experiência Necessária (anos) 1 2 PREVACOM - Previsão e Acompanhamento Orçamentário - 1003DO PROCFIN - Procedimento Contábeis-Financeiros1003V4 PROCADMS Procedimentos Administrativos na Contratação de Serviços, Obras e Materiais- 1007DM GCONTRES _ Gestão de contratos GDMAN LICITACAO ADEXCON -Administração e execução de contratos 1002AF NR10 CTMR Contratos de Manutecao ISO 9001/2000 ISO 9001/2001 ISO 9001/2002 não não não Licitações (regras, leis) não não Contratos CCC não sim Atividades de manutencao Sistema Orcamentario sim ISO 9001/2000 Sistema de Cadastro de Empregados de Empreiteiras (CEE e CTT) sim sim sim sim não sim não não sim não Sistemas PLM, OPA sim sim Situação dos Conhecimentos Atividades de manutencao MIT 161904, 163001 Sistema GDMAN, Conhecimentos Necessários sim não sim sim não CTMR Situação dos Treinamentos GDMAN Tempo na Treinamentos Necessários Função (anos) Difinição de objetivos Divisão Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 105 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Figura 32: Objetivos do empregado G 3 2 1 Nº G Empregado 8 licenças mensais, sendo 2 por DSM Atendimento ao cronograma Auditorias em Podas e Roçadas Percentual de Atendimento em até 10 dias Solicitações ambientais de clientes internos Licenças ambientais de alimentadores Descrição Objetivo 75% 90% 90% Meta 1 ano 1 ano 1 anos Experiência Necessária (anos) 0,5 2 2 MAMOTO GAAJE ARSERLD GEOFR IRCPDA TRECOLOG PODATEC GAAJE GEOFER IRCPDA TRECOLOG PODATEC sim sim sim sim sim não sim sim sim sim não sim sim sim sim sim sim não sim TRECOLOG PODATEC MAMOTO GAAJE ARSERLD GEOFER IRCPDA Situação dos Treinamentos Tempo na Treinamentos Necessários Função (anos) Difinição de objetivos Divisão MIT ambiental Legislação ambiental (federal, estadual e municipal) MIT de Poda e Roçada webgeo MIT ambiental Legislação ambiental (federal, estadual e municipal) webgeo MIT ambiental Legislação ambiental (federal, estadual e municipal) webgeo Conhecimentos Necessários sim sim não sim sim não sim sim não sim Situação dos Conhecimentos Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 106 Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 107 Para a avaliação dos treinamentos e tempo na função foi determinado um critério utilizando a experiência de especialista, isto é, o gerente da equipe pesquisada definiu com base em sua experiência as margens percentuais para cada fator de avaliação de treinamento e tempo na função, conforme a figura 33. Figura 33: Critério de Avaliação para treinamentos e tempo na função Com base neste critério, determinou-se o percentual de atendimento dos requisitos de treinamento e tempo na função e identificou-se para cada objetivo dos empregados o fator de avaliação adequado, conforme apresentado na figura 34. Figura 34: Percentual de atendimento dos requisitos de treinamentos e tempo na função A definição de critério para a avaliação dos treinamentos e tempo na função colaborou para a determinação do nível de maturidade do trabalho para cada objetivo específico dos colaboradores. Para possibilitar a identificação do nível de desenvolvimento da equipe PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 108 pesquisada, a maturidade de trabalho e maturidade psicológica foram explicitadas conforme a figura 35. Maturidade de trabalho 1. Educação / Experiência: Qualificação, treinamentos recebidos, nível de experiência. 2. Tempo / Experiência específica: Tempo de exercício das funções e experiência específica nas mesmas. Maturidade de trabalho 3. Grau de iniciativa: Dependência / independência, nível de empenho na realização das tarefas. 4. Autonomia: Nível de detalhamento das instruções, necessidade de orientação pela chefia. 5. Resultados: Cumprimento de tarefas dentro de prazos e padrões exigidos 6. Tomada de decisão: Sugestão de melhoria, nível das decisões tomadas. 7. Novos desafios: Ampliação das responsabilidades. Busca por novas tarefas. Aceitação da delegação. 8. Receptividade a feedback: Interesse pela avaliação dos outros 9. Relações interpessoais: Relacionamento com colegas e clientes. Colaboração. Busca de solução de conflitos. 10. Necessidades insatisfeitas: Tipo de insatisfação (Maslow) que norteiam seu comportamento. Assim, conforme a figura 35, foi identificado para cada item o nível em que cada empregado estava em relação a cada uma das competências definidas e seus objetivos específicos. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 109 Figura 35: Análise do nível de maturidade dos empregados Este mapeamento possibilitou identificar, para cada empregado e em seus objetivos específicos, os pontos fortes e as oportunidades de melhoria que auxiliam PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 110 ao líder elaborar ações para a evolução do nível de maturidade de seus colaboradores. Considerando as oportunidades de melhoria como o item em que o empregado obteve níveis 1 e 2 e como ponto forte àquelas em que sua avaliação foi de 3 e 4 para cada objetivo específico pode-se identificá-las conforme quadro 7: Empregado / objetivos Empregado A Objetivo 1 Objetivo 2 Empregado B Objetivo 1 Objetivo 2 Empregado C Objetivo 1 Objetivo 2 Objetivo 3 Empregado D Objetivo 1 Objetivo 2 Empregado E Objetivo 1 Objetivo 2 Objetivo 3 Empregado F Objetivo 1 Objetivo 2 Empregado G Objetivo 1 Objetivo 2 Objetivo 3 Pontos Fortes Oportunidades de Melhorias 1-2-4-8-9 1-2-4-8-9 3 - 5 - 6 - 7 - 10 3 - 5 - 6 - 7 - 10 1- 2 - 3 - 4 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 3 - 4 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 5 1-2-5 2-4-6-9 1-2-3-4-5-6-9 2-6-9 1 - 3 - 5 - 7 - 8 - 10 7 - 8 - 10 1 - 3 - 4 - 5 - 7 - 8 - 10 1-2-3-4-5-6-8 1-5-6-8-9 7 - 10 2 - 3 - 4 - 7 - 10 2-3-4-6-7-8-9 1-6-7-8-9 2-3-4-6-7-8-9 1 - 5 - 10 2 - 3 - 4 - 5 - 10 1 - 5 - 10 1-2-3-4-5-6-9 3 - 5 - 6 - 9 - 10 7 - 8 - 10 1-2-4-7-8 1-2-4-6-9 1-2-4-6-9 1-4-9 3 - 5 - 7 - 8 - 10 3 - 5 - 7 - 8 - 10 2 - 3 - 5 - 6 - 7 - 8 - 10 Quadro 7: Identificação dos pontos fortes e oportunidades de melhorias O empregado A apresentou uma linearidade em seus dois objetivos, isto é seus níveis foram avaliados igualmente, apresentando como pontos fortes à (1) Educação / Experiência, (2) Tempo / Experiência específica, (4) Autonomia, (8) Receptividade a feedback e (9) Relações interpessoais. Quanto às oportunidades de melhoria verifica-se o (3) Grau de iniciativa, (5) Resultados, (6) Tomado de decisão, Novos desafios e (10) Necessidades insatisfeitas. O empregado B apresentou como ponto forte para o objetivo 1 a (1) Educação / Experiência, (2) Tempo / Experiência específica, (4) Autonomia, Tomada de decisão, (7) Novos desafios e (10) Necessidades insatisfeitas. Somente á competência (5), Resultados, foi apontada como oportunidade de melhoria. Para o objetivo 2 os pontos fortes foram os mesmos com exceção da competência (2) PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 111 Tempo / Experiência específica que foi identificada como oportunidade de melhoria junto à (5) Resultados. O empregado C, objetivo 1, apresentou como ponto forte o (2) Tempo / Experiência específica, (4) Autonomia, (6) Tomada de decisão e (9) Relações interpessoais. Como oportunidades de melhoria foram identificadas a (1) Educação / Experiência, (3) Grau de iniciativa, (5) Resultados, (7) Novos desafios, (8) Receptividade a feedback e (10) Necessidades insatisfeitas. Para o objetivo 2, o empregado C, apresentou como ponto forte, além das já citadas no objetivo 1, também (1) Educação / Experiência, (3) Grau de iniciativa e (5) Resultados. Já para as oportunidades de melhoria o (7) Novos desafios, (8) Receptividade a feedback e (10) Necessidades insatisfeitas. O objetivo 3 do empregado C é o que menos apresenta pontos fortes dentre os três objetivos deste empregado, sendo o (2) Tempo / Experiência específica, (6) Tomada de decisão e (9) Relações interpessoais. Assim, o contrário, apresentou o maior número de oportunidades de melhorias, acrescendo as mesmas do objetivo 1 a (4) Autonomia. O empregado D, para o objetivo 1, apresentou um grande número de pontos fortes, como a (1) Educação / Experiência, (2) Tempo / Experiência específica, (3) Grau de iniciativa, (4) Autonomia, (5) Resultados, (6) Tomada de decisão, (8) Receptividade a feedback e (9) Relações interpessoais. Como oportunidade de melhoria se identificou o (7) Novos desafios e (10) Necessidades insatisfeitas. Para o objetivo 2, os pontos fortes foram (1) Educação / Experiência, (5) Resultados, (6) Tomada de decisão, (8) Receptividade a feedback e (9) Relações interpessoais e como oportunidades de melhoria (1) Educação / Experiência, (2) Tempo / Experiência específica, (3) Grau de iniciativa, (4) Autonomia, (5) Resultados, (6) Tomada de decisão, (8) Receptividade a feedback e (9) Relações interpessoais. Como oportunidade de melhoria se identificou o (7) Novos desafios e (10) Necessidades insatisfeitas. O empregado E apresentou para o objetivo 1 como pontos fortes o (2) Tempo / Experiência específica, (3) Grau de iniciativa, (4) Autonomia, (6) Tomada de decisão, (7) Novos desafios, (8) Receptividade a feedback e (9) Relações PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 112 interpessoais e como oportunidades de melhoria (1) Educação / Experiência, (5) Resultados e (10) Necessidades insatisfeitas. Para o objetivo 2, os pontos fortes foram (1) Educação / Experiência, (6) Tomada de decisão, (7) Novos desafios, (8) Receptividade a feedback e (9) Relações interpessoais. Como oportunidade de melhoria o (2) Tempo / Experiência específica, (3) Grau de iniciativa, (4) Autonomia, (5) Resultados e (10) Necessidades insatisfeitas. Para o objetivo 3 do empregado E, os pontos fortes e oportunidades de melhoria foram os mesmos apresentados no objetivo. Os pontos fortes identificados no objetivo 1 do empregado F foram a (1) Educação / Experiência, (2) Tempo / Experiência específica, (3) Grau de iniciativa, (4) Autonomia, (5) Resultados, (6) Tomada de decisão e (8) Receptividade a feedback e como oportunidades de melhoria o, (8) Receptividade a feedback e (9) Relações interpessoais. Como oportunidade de melhoria se identificou o (7) Novos desafios, (8) Receptividade a feedback e (10) Necessidades insatisfeitas. Para o objetivo 2 do empregado F os pontos fortes foram (3) Grau de iniciativa, (5) Resultados, (6) Tomada de decisão, (9) Relações interpessoais e (10) Necessidades insatisfeitas. As oportunidades de melhoria identificadas foram (1) Educação / Experiência, (2) Tempo / Experiência específica, (4) Autonomia, (7) Novos desafios e (8) Receptividade a feedback. Para o empregado G, objetivo 1 e 2 os pontos fortes foram (1) Educação / Experiência, (2) Tempo / Experiência específica, (4) Autonomia, (6) Tomada de decisão e (9) Relações interpessoais. Como oportunidades de melhoria identificouse a (3) Grau de iniciativa, (5) Resultados, (7) Novos desafios (8) Receptividade a feedback e (10) Necessidades insatisfeitas. Quanto ao objetivo 3, do empregado G, verificou-se como pontos fortes somente três itens o (1) Educação / Experiência, (4) Autonomia, e (9) Relações interpessoais. Desta forma foram de número de sete as oportunidades de melhorias, sendo a (2) Tempo / Experiência específica, (3) Grau de iniciativa, (5) Resultados, (6) Tomada de decisão, (7) Novos desafios, (8) Receptividade a feedback e (10) Necessidades insatisfeitas. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 113 Conforme o quadro 8 verifica-se que de forma resumida que há um equilíbrio entre os pontos fortes e oportunidades de melhoria para a equipe pesquisada, isto é, identificou-se a quantidade de cinco pontos fortes e cinco oportunidades de melhoria, sendo os itens 1, 2, 4, 6, 7, 8 e 9, como pontos fortes e 3, 5, 7, 8 e 10 como oportunidades de melhoria. Destacando-se o item (9) Relações interpessoais, (6) Tomada de decisão e (4) Autonomia, como pontos fortes e como oportunidades de melhorias os itens (10) Necessidades insatisfeitas, (7) Novos desafios e (5) Resultados. Competência 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 PF 6% 7% 5% 8% 3% 8% 3% 5% 10% 2% OM 4% 3% 5% 2% 7% 2% 7% 5% 0% 8% Quadro 8: Ponto Fortes e Oportunidades de melhorias (geral) Este fato revela que para a maioria dos empregados, em seus objetivos, estes itens estavam presentes e apontam um caminho para a elaboração do plano de ação que o líder pode construir para provocar o amadurecimento da equipe, quer dizer, aplicar o ciclo de desenvolvimento. Na identificação do nível de maturidades para os empregados em seus objetivos específicos considerou-se, conforme Hersey e Blanchard, que esta podem ser uma questão de graduação, conforme quadro 9. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 114 M3 M2 maturidade moderada a alta, considera que a pessoa tem capacidade, mas não está disposta a maturidade baixa a moderada, considera que a fazer o que dela se espera. Sua falta de disposição pessoa não tem capacidade, mas sente disposição muitas vezes é conseqüência da falta de confiança para assumir responsabilidade, tem confiança em si, em si mesmas ou insegurança. Entretanto, se for no entanto, ainda não possuem as habilidades competente, mas pouco dispostas, sua relutância necessárias. em fazer o que delas se espera é mais uma questão de motivação do que um problema de insegurança. M4 M1 maturidade alta considera que a pessoa neste nível tem capacidade e disposição para assumir responsabilidades. maturidade baixa considera que a pessoa não tem capacidade nem vontade de assumir a responsabilidade de fazer algo, não são competentes nem seguras de si, sendo em muitos casos, sua falta de disposição conseqüência da insegurança em relação à tarefa exigida. Quadro 9: Descrição das características da maturidade (nível de desenvolvimento) Fonte: Adaptado de hersey e Blanchard (1986). Considerou-se no estudo a capacidade como sendo Maturidade de trabalho e formada pelos itens (1) Educação / Experiência: Qualificação, treinamentos recebidos, nível de experiência e (2) Tempo / Experiência específica: Tempo de exercício das funções e experiência específica nas mesmas. Quanto à disposição, esta representada como sendo a Maturidade de trabalho e formada pelos itens (3) Grau de iniciativa: Dependência / independência, nível de empenho na realização das tarefas, (4) Autonomia: Nível de detalhamento das instruções, necessidade de orientação pela chefia, (5) Resultados: Cumprimento de tarefas dentro de prazos e padrões exigidos, (6) Tomada de decisão: Sugestão de melhoria, nível das decisões tomadas, (7) Novos desafios: Ampliação das responsabilidades. Busca por novas tarefas. Aceitação da delegação, (8) Receptividade a feedback: Interesse pela avaliação dos outros (9) Relações interpessoais: Relacionamento com colegas e clientes. Colaboração. Busca de solução de conflitos e (10) Necessidades insatisfeitas: Tipo de insatisfação (Maslow) que norteiam seu comportamento. Assim, conforme a figura 35, para cada item podem ser atribuídos níveis de 1 a 4, sendo que a predominância dos níveis define a maturidade de cada objetivo, isto é: - Maturidade do trabalho moderada a alta – 50% ou mais dos itens nos níveis 3 e 4, PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 115 - Maturidade do trabalho moderada a baixa –Mais 50% dos itens nos níveis 1 e 2, - Maturidade psicológica moderada a alta – 50% ou mais dos itens nos níveis 3 e 4 e - Maturidade psicológica moderada a baixa – Mais 50% dos itens nos níveis 1 e 2. Assim, elaborou-se o quadro 10, o qual demonstra a definição dos níveis de maturidade através da distribuição dos níveis de maturidade do trabalho e psicológica para cada empregado e para cada objetivo específico. M3 M2 Maturidade do trabalho moderada a alta Maturidade do trabalho moderada a baixa Maturidade psicológica moderada a baixa Maturidade psicológica moderada a alta M4 M1 Maturidade do trabalho moderada a alta Maturidade do trabalho moderada a baixa Maturidade psicológica moderada a alta Maturidade psicológica moderada a baixa * Para M4, necessário no mínimo 20% dos itens da manutenção psicológica no nível 4. Quadro 10: Agrupamento da Maturidade do trabalho e psicológica para a identificação do nível de maturidade De posse do quadro 10 e do mapeamento realizado, conforme a figura 35, foi possível identificar os níveis de maturidades dos empregados em seus objetivos, conforme segue: Empregado A - Para objetivo 1 apresentou 100% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 3 e 4, para a maturidade psicológica 62,5 % foram nos níveis 1 e 2 e 37,5% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a alta e maturidade psicológica moderada a baixa, assim seu nível de maturidade para o objetivo 1 é M3. - Para o objetivo 2 o resultado se apresentou igual ao do objetivo 1, tendo também maturidade M3. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 116 Empregado B - Para o objetivo 1 apresentou 100% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 3 e 4, para maturidade psicológica apresentou 87,5% nos níveis 3 e 4 e 12,5% nos níveis 1 e 2. Assim, para o objetivo 1 apresenta maturidade do trabalho moderada a alta e maturidade psicológica também moderada a alta, o nível de maturidade classifica-se para o objetivo 1 como M4. - Para o objetivo 2 apresentou 100% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 1 e 2, para maturidade psicológica apresentou 87,5% nos níveis 3 e 4 e 12,5% nos níveis 1 e 2. Desta forma, para o objetivo 2 apresenta maturidade do trabalho moderada a baixa e maturidade psicológica moderada a alta. Para o objetivo 2 o nível de maturidade é M2. Empregado C - Para objetivo 1 apresentou 50% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 1 e 2 e 50% nos níveis 3 e 4, para a maturidade psicológica 62,5 % foram nos níveis 1 e 2 e 37,5% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a alta e maturidade psicológica moderada a baixa. Assim seu nível de maturidade para o objetivo 1 é M2. - Para objetivo 2 apresentou 100% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 3 e 4, para a maturidade psicológica 37,5 % foram nos níveis 1 e 2 e 62,5% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a alta e maturidade psicológica moderada a alta, assim seu nível de maturidade para o objetivo 1 é M4. - Para objetivo 3 apresentou 50% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 1 e 2 e 50% nos níveis 3 e 4, para a maturidade psicológica 75% foram nos níveis 1 e 2 e 25% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a alta e maturidade psicológica moderada a baixa. Assim seu nível de maturidade para o objetivo 1 é M3. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 117 Empregado D - Para objetivo 1 apresentou 100% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 3 e 4, para a maturidade psicológica 25% foram nos níveis 1 e 2 e 75% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a alta e maturidade psicológica moderada a alta. Assim seu nível de maturidade para o objetivo 1 é M4. - Para objetivo 2 apresentou 50% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 1 e 2 e 50% nos itens 3 e 4, para a maturidade psicológica 50 % foram nos níveis 1 e 2 e 50% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a baixa e maturidade psicológica moderada a baixa, assim seu nível de maturidade para o objetivo 2 é M1. Empregado E - Para objetivo 1 apresentou 50% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 1 e 2 e 50% nos itens 3 e 4, para a maturidade psicológica 25 % foram nos níveis 1 e 2 e 75% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a baixa e maturidade psicológica moderada a alta, assim seu nível de maturidade para o objetivo 1 é M2. - Para objetivo 2 apresentou 50% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 1 e 2 e 50% nos itens 3 e 4, para a maturidade psicológica 50 % foram nos níveis 1 e 2 e 50% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a baixa e maturidade psicológica moderada a baixa, assim seu nível de maturidade para o objetivo 2 é M1. - Para objetivo 3 apresentou 50% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 1 e 2 e 50% nos itens 3 e 4, para a maturidade psicológica 25 % foram nos níveis 1 e 2 e 75% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a baixa e maturidade psicológica moderada a alta, assim seu nível de maturidade para o objetivo 3 é M2. Empregado F - Para objetivo 1 apresentou 100% dos itens da maturidade do trabalho nos itens 3 e PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 118 4, para a maturidade psicológica 25 % foram nos níveis 1 e 2 e 75% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a baixa e maturidade psicológica moderada a alta, assim seu nível de maturidade para o objetivo 1 é M2. - Para objetivo 2 apresentou 100% dos itens da maturidade do trabalho nos níveis 1 e 2, para a maturidade psicológica 37,5 % foram nos níveis 1 e 2 e 62,5% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a baixa e maturidade psicológica moderada a alta, assim seu nível de maturidade para o objetivo 2 é M2. Empregado G - Para objetivo 1 apresentou 100% dos itens da maturidade do trabalho nos itens 3 e 4, para a maturidade psicológica 62,5 % foram nos níveis 1 e 2 e 37,5% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a alta e maturidade psicológica moderada a baixa, assim seu nível de maturidade para o objetivo 1 é M3. - Para objetivo 2 apresentou resultados semelhantes ao objetivo 1, maturidade para o objetivo 2 é M3. - Para objetivo 3 apresentou 50% dos itens da maturidade do trabalho nos itens 1 e 2 e 50% nos itens 3 e 4, para a maturidade psicológica 75 % foram nos níveis 1 e 2 e 25% para os níveis 3 e 4, desta forma possui maturidade do trabalho moderada a baixa e maturidade psicológica moderada a baixa, assim seu nível de maturidade para o objetivo 3 é M1. Fazendo uma análise da equipe como um todo, 7 empregados totalizando 17 objetivos, percebe-se que se fazem presentes todos o níveis de maturidade possíveis, conforme apresentado no referencial teórico, sejam M1, M2, M3 e M4. Conforme o gráfico 1, existe uma predominância dos níveis de maturidade M2 e M3, com 29,41% para ambos seguidos no nível M4 com 23,53% e M1 com 17,65%. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 119 35,00% 29,41% 30,00% 29,41% 23,53% 25,00% 17,65% % 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% D1 D2 D3 D4 Gráfico 1: Nível de Maturidade da Equipe Como parte da identificação do nível de maturidade dos indivíduos foi realizado também pesquisa com objetivo de identificar as necessidades insatisfeitas dos colaboradores. A identificação das necessidades predominantes nos indivíduos se fez necessário por ser integrante e componente da maturidade das pessoas. Assim, foi aplicado um questionário à equipe no qual os respondentes deveriam totalizar 3 pontos no somatório de pesos entre duas respostas, isto é, a opção por uma não significa que a outra não deva ser considerada. Operacionalmente poderia pontuar 1 e 2, 2 e 1, 3 e 0 ou 0 e 3, dependeria da intensidade desta necessidade, sendo a escala de 3 a 0, onde 3 equivale a maior valorização por parte do pesquisado e 0 a menor. As necessidades segundo Maslow, são necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, estima e auto-realização e coexistem nos indivíduos e podem variar de acordo com situações e tempo. Isto significa dizer que a necessidade mais latente hoje pode não ser amanhã. O quadro 11 apresenta o resultado da identificação das necessidades dos colaboradores da equipe e também do próprio líder. Para Hersey e Blanchard, há uma forte relação entre a motivação e a maturidade do individuo, obedecendo a uma relação entre as necessidades e a maturidade dos indivíduos. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 120 Necessidades Empregado A B C D E F G Líder Média da Equipe Fisiológicas Segurança Sociais Auto-estima Auto-realização 21% 17% 22% 19% 21% 19% 18% 21% 18% 24% 24% 27% 20% 11% 18% 18% 26% 29% 9% 19% 14% 29% 22% 11% 23% 18% 20% 27% 18% 18% 17% 20% 21% 20% 22% 11% 19% 22% 22% 26% 19% 22% 23% 15% 21% Quadro 11: Mapeamento das necessidades dos empregados Desta forma para este estudo, sobretudo o preenchimento do item 10, do mapeamento da maturidade, ver figura 31, considerou-se a seguinte escala: • Nível 1: Necessidade de remuneração e segurança; • Nível 2: Necessidade de segurança e de pertencer ao grupo; • Nível 3: Necessidade de grupo, status e de auto-realização e; • Nível 4: Necessidade de auto-realização (somente). Conforme se observa na Quadro 10, o empregado A apresenta a necessidade social como predominante (22%), embora se verificam também outras duas, as fisiológicas (21%) e auto-realização (21%). Desta forma correspondendo assim ao nível 2. Para o empregado B o nível correspondente é o 3, devido apresentar necessidades latentes de Auto-realização (24%) e de Status (21%). Já o empregado C, apresenta como necessidade latente à de segurança (27%), estando assim, no nível 1. Os empregado D, E e F, enquadram-se no nível 2, por apresentarem as necessidades de segurança (26%, 29% e 20%) e sociais (29%, 22% e 27%) como preponderantes. Embora o empregado E apresente 23% na necessidade de autoestima há uma tendência para as de segurança e sócias muito forte. O empregado F apresenta tendência como necessidades latentes às de sociais, auto-estima e auto-realização com 21%, 20% e 22%, respectivamente. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 121 O fato de não determinar as necessidades por indivíduos e objetivos se deve a fato da motivação ser uma componente que as pessoas levam a qualquer tarefa. 4.2 Identificação do estilo dominante, a amplitude e a adaptabilidade da liderança. Conforme Hersey e Blanchard, o estilo dominante da liderança é um padrão comportamental que o líder utiliza com mais freqüência ao tentar influenciar as atividades de seus liderados, pode dizer, segundo os autores o líder tem um estilo favorito. Para identificar o estilo dominante para o líder pesquisado, foi utilizado um questionário com 12 situações de equipe em que o líder deveria escolher qual a maneira como iría atuar. As 12 situações são divididas em 4 grupos de 3 perguntas, cada grupo representava um estilo de liderança, isto é, E1, E2, E3 e E4, distribuídas aleatoriamente ao longo do questionário. Para cada situação o líder deveria escolher entre as quatro formas abaixo, sua conduta, sendo que cada uma representaria um estilo diferente de liderança. Esta representação de estilo inclusa na resposta não era explicita para o pesquisado, cabendo somente ao pesquisador enquadrar posteriormente para a medição e resultado. As opções de respostas também se encontravam aleatoriamente distribuídas, sejam: • E1 - Acentuar o emprego de procedimentos uniforme e a necessidade de execução das tarefas. • E2 - Falar com os subordinados e depois definir metas. • E3 – Colocar-se a disposição para debates, mas sem fazer pressão. • E4 - Propositalmente, não intervir. Conforme a figura 36, percebe-se que o estilo E2, do total de 12 questões obteve 50% das escolhas do líder, sendo assim, o estilo dominante. Isto significa dizer que, a metade de todas as formas com que este líder se comporta na busca de PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 122 influenciar sua equipe de trabalho o faz com o estilo E2. Para Blanchard e Hersey, o estilo E2 significa um estilo de treinamento, onde o líder adota um estilo diretivo, devido à baixa maturidade do trabalho dos indivíduos, mas também dá apoio necessário com objetivo de fazer as pessoas se sentirem convencidas a adotar os padrões e comportamento desejados por ele, o que o fazem na grande maioria das vezes, pois possuem um bom nível de maturidade psicológica e sentem disposição para realizar as tarefas a elas atribuídas. Figura 36: Identificação do estilo dominante, amplitude e adaptabilidade da liderança PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 123 Embora tendo o estilo E2 como dominante, percebe-se que os demais estilos se fazem presentes na escolha de comportamento do líder, representando 16,7% igualmente para os estilos E1, E3 e E4, significando assim a existência de amplitude dos estilos de liderança. Comparando o resultado ás afirmações de Hersey e Blanchard, quando afirmam com base em pesquisas realizadas pelo Center for Leandership Studies, que demonstram que maioria dos líderes possuem somente dois estilos, a presença de quatro estilos para o líder pesquisado representa uma boa amplitude. Conforme os autores citados, não existem estilos certos ou errados, mas sim estilos mais eficazes e menos eficazes, dependendo da situação para a qual o líder deverá aplicar um estilo ou outro. Estilos ESTILO “MELHOR” SEGUNDO ESTILO “MELHOR” TERCEIRO ESTILO “MELHOR” ESTILO MENOS EFICAZ Pontuação 2 1 -1 -2 Quadro 12: Critério de pontuação para os estilos escolhidos pelo líder A adaptabilidade da liderança na pesquisa foi considerada pela quantidade de vezes que o líder escolheu o estilo de liderança mais eficaz. Para os autores, existem quatro situações, o Estilo Melhor, Segundo Estilo Melhor, Terceiro Estilo Melhor e Estilo Menos Eficaz. Desta forma a ferramenta para definição da adaptabilidade possibilitou pontuar conforme o quadro 12, os estilos de liderança. Observando-se o a figura 32, verifica-se que o total de pontos positivos foi de 18, e negativos 1. Isto significa que a maioria das vezes o líder se utilizou do Melhor Estilo e Segundo Melhor, somente em um dos caso o líder utilizou-se do Terceiro Melhor Estilo e para o estilo menos Eficaz não houve registros, conforme quadro 13. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados Estilos ESTILO “MELHOR” SEGUNDO ESTILO “MELHOR” TERCEIRO ESTILO “MELHOR” ESTILO MENOS EFICAZ 124 Quantidade 7 4 1 0 % 58,33% 33,33% 8,33% 0,00% Quadro 13: Percentual de opções estilo respondidas pelo líder Assim, embora o líder tenha aplicado para as 12 situações 7, isto é 58,33% para o melhor estilo, que ele tenha escolhido comportamentos errados, pois se tratando de uma escala de eficácia, o resultado de 17 pontos do total de 24 possíveis, tendo assim atingido 71%, deve ser considerado bom, corroborando com o fato de não ter se utilizado do estilo Menos Eficaz. 4.3 Identificação do estilo de liderança requerido pelos colaboradores Para Spricigo (1999, p.47), a eficácia do líder para conduzir sua equipe a atingir os objetivos pessoais e organizacionais, depende da capacidade de adaptar seu estilo de comportamento de liderança para atender a situação e às necessidades de sua equipe, isto é, adequar o estilo de liderança a maturidades de seus colaboradores. A figura 37 apresenta o nível de maturidade dos colaboradores pesquisados em seus objetivos específicos e os estilos de liderança requeridos os quais o líder deve aplicar para ser eficaz. Corroborando com a afirmação de Hersey e Blanchard (1986, p.187) de que a maturidade e a capacidade e a disposição das pessoas em assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento, devendo as variáveis de maturidade ser consideradas somente em relação a uma tarefa específica a ser realizada, e que um individuo ou grupo não pode ser rotulado de maturo ou imaturo num sentido total. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 125 Comprometimento Estilo de Liderança Maturidade Psicológica Competência Desenvolvimento Maturidade de Trabalho Atendimento ao cronograma de Auditoria em contratos 0 0 2 0 1 4 3 0 M3 E3 Atendimento às solicitações de auditoria por clientes internos 0 0 2 0 1 4 3 0 M3 E3 Apoio a Equipes Próprias 0 0 2 0 0 1 6 1 M4 E4 Apoio à novas tecnologias e projetos especiais 0 2 0 0 0 1 6 1 M2 E2 Acompanhamento dos contratos 0 1 1 0 1 4 1 0 M2 E2 M4 E4 E3 Empregado Objetivos 1 A B C D E F G 2 3 4 1 2 3 4 Atendimento às solicitações de Materais 0 0 0 2 1 2 4 1 Apoio a sistemas de manutenção 0 1 0 1 1 5 1 1 M3 Inspeções Instrumentais 0 0 2 0 0 2 3 3 M4 E4 M1 D1 Atendimento às solicitações de clientes interno para inspeção instrumental 0 1 1 0 0 4 3 1 Gerenciamento dos cronogramas de manutenção 0 1 1 0 0 2 2 4 M2 E2 Analise do Desempenho das Manutenção de redes 1 0 1 0 0 4 3 1 M1 E1 Equilibrio de cargas nos alimentadores 0 1 1 0 0 2 1 5 M2 E2 Atendimento ás solicitações de materiais 0 0 1 1 0 2 5 1 M4 E4 Atualização do controle dos contratos 1 1 0 0 0 3 4 1 M2 E2 Solicitações ambientais de clientes internos 0 0 1 1 1 4 3 0 M3 E3 Licenças ambientais para os alimentadores 0 0 1 1 1 4 3 0 M3 E3 Auditoria em podas e roçadas 1 0 1 0 1 5 2 0 M1 E1 Figura 37: Análise do nível de maturidade e estilo de liderança requerido Assim, existe uma variação de nível de maturidade que vai de M1 á M4, quer dizer existe uma amplitude de níveis de maturidade o que requer do líder também uma amplitude de estilo de liderança. Nível de Desenvolvimento (Maturidade) Estilo de Liderança D1 D2 D3 3 5 5 D4 4 17,65% 29,41% 29,41% 23,53% E1 E2 E3 E4 2 6 3 2 15,38% 46,15% 23,08% 15,38% Quadro 14: Demonstrativo da amplitude da Maturidade e Estilo de Liderança O quadro 14 apresenta um demonstrativo da amplitude da maturidade da equipe e do estilo de liderança demonstrado pelo líder, onde se pode verificar que tanto um quanto o outro apresentam amplitude que vão de do início ao fim de suas escalas. No entanto em se tratando da maturidade há uma concentração nos níveis de D2 e D3, com 29,41 % para ambos, seguidas do nível D4 com 23,53% e D1 com 17,65%. Para o estilo de liderança destaca-se o E2 com 46,15%, seguido do E3 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 126 com 23,08% e E4 e E1 com 15,38%. Verifica-se, desta forma, uma adequação dos estilo de liderança aos níveis de maturidade da equipe, pois ambos de concentram nos níveis 2 e 3. Quanto aos demais níveis, 1 e 4, embora tendo concentração da pontuação, apresentam em ambos os casos também adequação. Com base nos resultados apresentados pode-se afirmar que existem uma grande probabilidade de sucesso para a equipe pesquisada em realizar com sucesso seus objetivos. 4.4 Identificação das necessidades de desenvolvimento da liderança. Conforme apresentado no referencial teórico, o Feedback 360º possibilita identificar as necessidades de desenvolvimento do líder fator, de suma importância para a obtenção da eficácia gerencial e conseqüentemente o sucesso organizacional. A liderança situacional preconiza que o líder precisa estar preparado para realizar o desenvolvimento de seus liderados auxiliando no seu amadurecimento, isto é, caminhar do nível M1 até o M4, sem pular etapas, bem como saber lidar um problemas de desempenho, caso. Desta forma, identificar seus pontos de melhoria é essencial para buscar fontes que provoquem o desenvolvimento e melhoria de sua competência de liderança. Afinal afirmar Hersey e Blanchard que cabe ao gerente o papel de desenvolvimento de seus colaboradores. A figura 38 apresenta o mapeamento das competências da liderança, e a pontuação realizada por parte dos colaboradores, gerente imediato e a própria percepção do líder, dividida em quatro blocos, sejam: Dimensão administrativa, do Negócio, Interpessoal e pessoal. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados Figura 38: Avaliação das Competências da Liderança PPGEP – Gestão Industrial (2008) 127 Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados PPGEP – Gestão Industrial (2008) 128 Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 129 O gráfico 2 apresenta a média da pontuação realizada pelos pesquisados, onde se percebe que a média das pontuações são elevadas, principalmente pela pontuação realizada pela equipe de 4,7 pontos sendo o valor máximo possível de 5, em uma escala de 1 a 5. 5,0 4,7 4,6 4,5 4,5 4,2 4,0 3,5 Média Equipe Média 3,0 Média Gerente Superior 2,5 Média Auto-avaliação 2,0 Média geral 1,5 1,0 0,5 1 0,0 Pesquisados Gráfico 2: Média da pontuação realizada pelos pesquisados Este resultado confirma o comportamento de liderança recebido pela equipe e corrobora com a afirmação dos autores de que a correta adequação do estilo de liderança ao nível de maturidade da equipe resultam em resultados eficazes e outro aspecto relevante e que também concorda para a afirmação acima é o fato de nenhuma nota individual ser inferior a 4 pontos. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 130 Valor 4,0 4,7 4,6 4,7 5,0 4,7 4,7 4,4 4,7 4,7 4,7 4,7 4,6 4,6 1.7 5,0 1.6 6,0 4,9 4,8 4,9 4,9 4,7 4,9 4,6 4,9 4,9 4,9 4,9 4,9 4,9 5,0 4,4 4,7 4,7 5,0 3,0 2,0 1,0 4.8 4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 4 4.1 3.6 3.5 3.4 3.3 3.2 3 3.1 2.6 2.5 2.4 2.3 2.2 2 2.1 1.5 1.4 1.3 1.2 1 1.1 0,0 Item Gráfico 3: Média das respostas individuais dos colaboradores O gráfico 3 apresenta as médias das respostas individuais dos colaboradores para as quais podem-se identificar as oportunidades de melhoria e pontos fortes, isto é, as menores notas e nota máxima 5, respectivamente. Assim, segundo a opinião dos colaboradores tem-se como oportunidade de melhoria: 1. Item 1.6 - Resolução de problemas e tomada de decisão: Capacidade para identificar causas de problemas e questões numa situação, gerando soluções práticas e tomando decisões oportunas e de alta qualidade com 4,4 pontos e; 2. Item 3,5 - Gestão do sistema de conseqüências: Capacidade de administrar uma sistemática de conseqüências adequada para os colaboradores de acordo com o seu desempenho (comportamentos + resultados) com 4,4 pontos. 5,0 4,5 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 4,6 4,4 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 3,5 Valor 3,0 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 Item Gráfico 4: Média das respostas do gerente imediato PPGEP – Gestão Industrial (2008) 4.8 4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 4.1 4 3.6 3.5 3.4 3.3 3.2 3.1 3 2.6 2.5 2.4 2.3 2.2 2.1 2 1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1 0,0 Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 131 Se considerar a opinião do gerente imediato, a oportunidade de melhoria para a liderança, conforme o gráfico 4 é a seguinte: 1. Item 4.1 Análise e síntese: Capacidade para aplicar a lógica e pensar claramente assim como para interpretar situações e informações antes de decidir que ações empreender. Inclui as seguintes habilidades: identificar premissas válidas e extrair conclusões lógicas a partir delas; separar fatos de inferências e pressuposições; usar de forma efetiva a lógica indutiva e dedutiva; reconhecer falácias, falsas premissas, e generalizações baseadas em evidências insuficientes. Na opinião do próprio líder, isto é, sua auto-avaliação, percebe-se uma linearidade de varias competências com pontuação 4, mas nenhuma se destaca como oportunidade de melhoria, conforme exposto nos gráficos 5. 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 4,5 4,0 4,3 4,3 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 3,5 Valor 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 4.8 4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 4 4.1 3.6 3.5 3.4 3.3 3.2 3 3.1 2.6 2.5 2.4 2.3 2.2 2 2.1 1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1 1.1 0,0 Item Gráfico 5: Média das respostas próprio líder (auto-avaliação) Realizando-se uma avaliação para priorizar treinamentos, além das competências pontuais, acima citadas, pode-se verificá-las agrupadas pelas 4 dimensões da pesquisa: Dimensão administrativa, do Negócio, Interpessoal e pessoal. Assim, conforme a figura 39, abaixo, pode-se identificar a prioridade que cada público pesquisado aponta como oportunidade de melhorias. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 132 Se consideradas as opiniões dos colaboradores, o líder deve focar deu desenvolvimento nas dimensões Administrativas e de negócio. Enquanto para o gerente imediato a dimensão administrativa deve ser o foco do líder. Já para o próprio líder seu esforço no sentido de adquirir competências será na dimensão de negócio. P DIMENSÕES Média Equipe P PESQUISADOS Média Média Gerente P AutoP Superior avaliação 4,6 2 4,3 2 Média geral Dimensão Administrativa 1 4,7 3 Dimensão do Negócio 1 4,7 1 4,0 2 4,3 1 4,3 Dimensão Interpessoal 2 4,8 4 5,0 1 4,0 3 4,9 Dimensão Pessoal 3 4,9 2 4,4 1 4,0 2 4,6 4,7 4,5 4,2 4,6 MÉDIA 4,6 Figura 39: Priorização das oportunidades de melhoria Assim, verifica-se que as dimensões administrativas e de negócios são as oportunidades de melhoria apontadas pelos pesquisado. Caso se faça necessário priorizar uma em detrimento a outra, a média geral da pontuação, corrobora na priorização da dimensão do negócio. Conforme os resultados apresentados confirma-se que caso a tomada de decisão o desenvolvimento, isto é capacitação e treinamento, seja apenas do gerente, da equipe ou do próprio líder, estas podem não trazer resultados esperados devido às expectativas de cada grupo. As informações obtidas conforme gráfico 06, através das diferenças entre a pontuação dada pela equipe e pelo gerente, contribuem para está afirmação, pois se observa existir uma considerável diferença de opinião, destacando-se os itens 4.1 e 3.6 e 2.5. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 133 0,5 0,4 0,4 Valor -0,4 -0,4 -0,7 -0,7 4.8 4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 -0,5 -0,6 -0,5 4 0,1 0,1 0,1 0,0 4.1 0,1 3.6 3 2.6 2.5 2.4 2.3 2.2 2 2.1 1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1 -0,1 0,3 0,1 0,1 3.5 0,2 3.4 0,3 3.3 0,3 0,0 1.1 0,0 0,3 3.2 0,3 3.1 0,4 -0,7 -0,7 -0,7 -0,9 -0,9 -1,0 -1,0 -1,5 -1,9 -2,0 Item Gráfico 6: Diferença entre a pontuação da equipe e do gerente No entanto, um correto trabalho de identificação de expectativas, através do feedback 360º contribui para a assertividade das necessidades de treinamento e desenvolvimento da liderança, satisfazendo os diferentes públicos interessados (equipe, gerente e o próprio líder) e conseqüentemente menor custo de tempo e dinheiro. 4.5 Identificação do nível de desenvolvimento da equipe A construção de uma equipe bem-sucedida e produtiva requer de seu líder e membros a compreensão das características e necessidades desta, em cada um estágios de desenvolvimento de equipe, afirmam Hersey e Blanchard (2007 p. 210). Os estágios de orientação, insatisfação, integração e produção, dependem das variáveis de produtividade e moral. Para o autor a produtividade compreende a competência e os resultados da equipe, enquanto moral é formado pelo empenho. Para melhor compreensão, explicita-se na figura 40: Conforme Hersey e Blanchard (2007, p. 2010) a produtividade pode ser considerada como sendo a quantidade e a qualidade de trabalho realizado e PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 134 depende da habilidade dos indivíduos enquanto membros de uma equipe em colaborar, de seus conhecimentos e habilidades, de metas claras e do acesso que têm aos recursos de que precisam. Já o moral, é a confiança, motivação e unidade que uma equipe apresenta para atingir um propósito. 1- EDUCACAO/EXPERIENCIA Qualificacao, treinamento recebidos, nivel de experiencia 2- TEMPO / EXPERIENCIA ESPECIFICA Tempo de exercicio das funcoes e experiencia especifica nas mesmas 5- RESULTADOS Cumprimento de tarefas dentro de prazos e padroes exigidos 3- GRAU DE INICIATIVA Dependencia / independencia, nivel de empenho na realizacao das tarefas 4- AUTONOMIA Nivel de detalhamento das instrucoes. Necessidade de orientacao pela chefia 6- TOMADA DE DECISAO Sugestao de melhoria. Nivel das decisoes tomadas 7- NOVOS DESAFIOS Ampliacao das responsabilidades. Busca por novas tarefas. Aceitacao da delegacao 8- RECEPTIVIDADE A FEEDBACK Interesse pela avaliacao dos outros 9- RELACOES INTERPESSOAIS Relacionamento com colegas e clientes. Colaboracao. Busca de solucao de conflitos 10- NECESSIDADE INSATISFEITAS Tipo de insatisfacao (Maslow) que norteiam seu comportamento Produtividade (itens 1, 2 e 5) Moral (itens 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10) 1 fraco 6% 2 regular 29% 3 adequado 59% 4 altamente qualificado 6% 1 pouco tempo 12% 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 tempo razoavel bastante tempo muito tempo insuficiente. Cosntante cobraca razoavel. Alguma cobranca cumprimento dos prazos e padroes antecipa-se as prazos e padroes quase nulo razoavel bom nivel excelente tarefas estruturadas / muita supervisao algumas instrucoes / supervisao poucas instrucoes / sugere alternativas capacidade de realizar / supervisao desnecessaria decisoes erradas / não toma decisoes poucas decisoes validas decisoes de bom nivel muitas decisoes inovadoras não apresenta interesse algum interesse esporadico bastante interesse interesse incessante pouco interesse algum interesse esporadico bom nivel de interesse elevados niveis de interesse fraco razoavel bom muito bom necessidade de remuneracao e seguraca necessidade de seguranca e de pertencer ao grupo necessidade de grupo, estatus e de auto-realizacao necessidade de auto-realizacao (somente) 18% 41% 29% 29% 41% 12% 18% 0% 53% 29% 18% 0% 24% 71% 6% 0% 18% 71% 12% 0% 71% 29% 0% 0% 47% 41% 12% 0% 0% 41% 59% 18% 59% 24% 0% 1 2 insuficiente. Cosntante cobraca razoavel. Alguma cobranca 16% 29% 3 cumprimento dos prazos e padroes 37% 4 1 2 3 4 antecipa-se as prazos e padroes insuficiente. Cosntante cobraca razoavel. Alguma cobranca cumprimento dos prazos e padroes antecipa-se as prazos e padroes 18% 3% 39% 44% 15% Figura 40: Percentual médio dos níveis para a variável produtividade e moral Assim, a obtenção da variável produtividade na pesquisa é composta pelos itens de educação e experiência, tempo e experiência específica e de resultados, já a variável empenho é composta pelos itens grau de iniciativa, autonomia, tomada de decisão, novos desafios, receptividade a feedback, relações interpessoais e PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 135 necessidades insatisfeitas, conforme a figura 34. Desta forma observa-se que a variável resultado se encontra no nível 3 com 37% e a variável empenho com 44%, no nível 3. Se analisarmos a figura 41, e aplicarmos os resultados na curva de produtividade e empenho, isto é produtividade moderada a alta e empenho moderado a alto, identificaremos o estágio de integração como sendo o estágio de desenvolvimento da equipe pesquisada. Alto COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO COMPARTILHAR Relacionamento alto e tarefa baixa PERSUADIR E3 E2 Apoio Tarefa alta e relacionamento alto Treinamento Direção Delegação E4 Relacionamento baixo e tarefa baixa Tarefa alta e relacionamento baixo DELEGAR E1 DETERMINAR Alto Baixo COMPORTAMENTO DE TAREFA Alta M4 Moderada M3 Baixa M2 M1 Maturidade dos liderados ALTA PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO INSATISFAÇÃO ORIENTAÇÃO ALTA Produtividade (Competência) Moral (Empenho) BAIXA EDE4 EDE3 EDE2 EDE1 BAIXA Figura 41: Liderança Situacional: Como adequar o estilo de liderança aos estágios de desenvolvimento de equipes Fonte: Adaptado de Blanchard (2007 p.210). PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 4 Apresentação e Análise dos Resultados 136 Conforme preconizado pelos autores, para identificar o estilo de liderança que deve ser aplicado à equipe deve-se traçar uma curva perpendicular até interceptar a curva do sino. Desta forma obtemos o estilo ED3, sendo o estilo requerido pela equipe o E3, isto é, de apoio, pois se apresentam níveis crescentes de moral e harmonia e um aumento contínuo de competência nas tarefas à medida que os membros da equipe aprendem a trabalhar juntos. As estratégias tornaram-se mais claras ou foram redefinidas. Sentimentos negativos estão sendo resolvidos. Segurança, coesão e confiança aumentam, mas continuam frágeis. Apoio e colaboração são necessários para ajudar os membros da equipe a desenvolver confiança em sua capacidade de trabalharem juntos, precisando de menos direção na tarefa em si e mais apoio focado no desenvolvimento da confiança, coesão, envolvimento e liderança compartilhada. O foco deve ser o aumento da produtividade e desenvolvimento de habilidades para a solução de problemas e tomada de decisão. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 5 Conclusões e Recomendações 5. 137 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Neste capítulo são resgatados o objetivo geral e os objetivos específicos propostos com intuito de compará-los aos resultados alcançados e sugestões para trabalhos futuros. 5.1 CONCLUSÕES A avaliação do desenvolvimento de uma equipe de trabalho foi possível através da aplicação das ferramentas e metodologia proposta confrontando os resultados alcançados com a literatura pesquisada. Desta forma, foi possível definir os objetivos individuais de cada colaborador, determinar as necessidades de treinamento e conhecimento, bem como avaliar níveis os atuais. Conseqüentemente, possibilitou identificar os níveis de maturidade de cada membro da equipe de trabalho. Esta identificação aponta para o líder os pontos fortes e oportunidades de melhoria, que facilita a elaboração de um plano de ação para provocar o amadurecimento de cada individuo, através do processo de três passos para o desenvolvimento, conforme apresentado no referencial teórico. Identificou-se que os níveis de maturidade preponderantes na equipe são o M2 e M3, isto significa que de forma geral a equipe apresenta indivíduos com bom nível de capacitação, mas com empenho para a realização das tarefas variável, ao mesmo tempo em que apresenta indivíduos com baixo conhecimento, mas também necessitando de incentivo. Para ambos os casos, se verifica a necessidade de apoio do líder, como forma de motivar seus liderados a realizar o que deles se espera, seus objetivos individuais. No entanto, se identificou que o líder apresenta o estilo E2, como dominante. Este estilo de liderança é caracterizado como “treinador”, onde o líder ao mesmo tempo em que define como, onde e porque as tarefas devem ser realizadas, também PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 5 Conclusões e Recomendações 138 se utiliza do relacionamento, isto é apoio ao liderado no sentido de realizar suas tarefas. Além do estilo dominante da liderança, observou-se que o líder apresenta os demais estilos de liderança E1 (Diretivo), E3 (apoio) e E4 (delegação), significando boa a amplitude dos estilos. Alem disto, a adaptabilidade, definida como a quantidade de vezes que o líder acerta o estilo requerido de liderança, isto é, aplica o estilo de liderança adequado ao nível de maturidade dos seus liderados, foi identificado como bom. Em nenhuma das situações propostas no questionário de identificação do estilo de liderança, o líder pesquisado, utilizou-se do estilo menos eficaz. Assim, pode-se afirmar que a característica do líder pesquisado está adequada ao nível de maturidade de sua equipe, sobretudo por apresentar o estilo E2 como dominante, adequado ao nível M2 da equipe, por apresentar amplitude da liderança que esta também adequada a amplitude dos níveis de maturidade da equipe. Acrescido a estas evidencias, está a adaptabilidade considerada de bom nível. Ainda analisando os resultados referentes ao nível de desenvolvimento da equipe, evidencia-se que esta está no estágio ED3, caracterizado por apresentar níveis crescentes de moral e harmonia e um aumento contínuo da competência nas tarefas à medida que os membros da equipe aprendem a trabalhar juntos, motivados pela redefinição e transparência das tarefas. Conforme preconiza a teoria da liderança situacional de equipes, neste caso, o líder deve dar apoio e colaboração para ajudar os membros da equipe a desenvolver confiança em trabalharem juntos, diminuindo a direção na tarefa e focar no apoio para o desenvolvimento da equipe. Deve focar, assim, o aumento da produtividade e desenvolvimento de habilidades para a solução de problemas e tomada de decisão. Analisando os estilo de liderança observa-se que, neste caso, para atender ao Estilo de desenvolvimento de equipe ED3, se faz necessário usar uma mescla entre os estilo de liderança E2 e E3. Assim, como o líder apresenta o Estilo E2 (50%) e E3 (16,7%), pode-se afirmar um bom nível de adequação entre o nível de PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 5 Conclusões e Recomendações 139 desenvolvimento da equipe e o estilo requerido de liderança. Embora considerada como boa a adequação, existe oportunidade de melhoria para o líder, pois mesmo tendo amplitude dos estilos de liderança, isto é apresentar valores de: 16,7%, 50%, 16,7% e 16,7%, respectivamente para os estilo de liderança E1, E2, E3 e E4, a equipe apresenta níveis de maturidade de 17,7%, 29,41%, 29,41% e 23,53%, para M1, M2, M3 e M4, então, percebe-se que existe necessidade de elevar os percentuais dos estilos de liderança M3 e M4 do líder. Outro aspecto relevante da pesquisa trata das necessidades insatisfeitas de Maslow, para as quais a equipe apresentou características predominantemente variáveis de empregado a empregado. Como média geral a equipe apresentou os valores de 19% para as necessidades fisiológicas, 22% para as de segurança, 23% para sociais, 15% para auto-estima e 21% para de auto-realização. Verifica-se assim uma predominância para as necessidades de segurança e sociais. Já o líder com os valores de 11%, 19%, 22%, 22% e 26%, respectivamente às mesmas necessidades citadas acima, observa-se que as predominantes são as sociais, auto-estima e auto-realização. Como as necessidades insatisfeitas são motivadoras de ação, isto é atitude e comportamentos, é importante para o líder identificar em cada empregado estas necessidades insatisfeitas, para que possa buscar o equilíbrio entre os objetivos pessoais de seus liderados e os objetivos organizacionais. Além disto, saber as suas necessidades e as dos colaboradores, evidenciadas na pesquisa como diferentes, auxiliam ao líder a compreender o comportamento e as atitudes dos indivíduos, buscando soluções harmoniosas para manter um bom clima organizacional e bons relacionamentos na equipe. Em relação a identificação das necessidades de desenvolvimento da liderança, identificadas através do Feedback 360º, sendo assim, relacionadas a três públicos, os membros da equipe, a gerencia imediata e o próprio líder, verifica-se uma diferença de prioridades. Enquanto a equipe aponta para a necessidade de desenvolvimento das competências administrativas e do negócio, a gerência para as competências de negócios, o líder através da auto-avaliação, aponta para as competências Interpessoal e pessoal. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 5 Conclusões e Recomendações Este fato evidencia 140 que dependendo de quem decide sobre o desenvolvimento da liderança as competências a serem desenvolvidas serão diferentes. Assim, saber as opiniões dos três públicos possibilitam uma maior amplitude para a decisão. Pontualmente, observa-se que os valores obtidos no questionário são elevados, se considerada a escala de 1 a 5, isto é a medias de pontuações de 4,7 da equipe, 4,5 do gerente e 4,2 do próprio líder, corroboram no sentido de evidenciar a adequação dos estilos de liderança os níveis de maturidade da equipe. No entanto, tomando os resultados mais baixos na pesquisa, pode-se identificar as oportunidades de melhoria para o líder. Assim para: • A equipe - com nota 4,4 os itens 1.5 (Desenvolvimento dos empregados) e 3.5 (Gestão do sistema de conseqüências); • Para a gerência imediata – com nota 3 o item 4.1 (capacidade de análise e síntese) e; • Para o próprio líder – com nota 4, uma série de itens que podem ser observados nos resultados apresentados. Se compararmos a pontuação item a item, verificar-se-á uma diferença grande entre a pontuação dada pela equipe e pela gerência imediata ao item 4.1. (capacidade de análise e síntese). Esta diferença é motivada pela diferença de importância dada pelos pesquisados a cada item da pesquisa. Com base no exposto acima, pode-se afirmar que os objetivos geral de estabelecer uma metodologia para o processo de desenvolvimento de equipe com base nas teorias da Liderança Situacional e do Feedback 360º e os objetivos específicos de identificar o nível de maturidade psicológica e do trabalho dos colaboradores, identificar o estilo dominante, a amplitude e a adaptabilidade da liderança, identificar o estilo de liderança requerido por cada colaborador, identificar as necessidades de desenvolvimento da liderança e identificar o nível de desenvolvimento da equipe foram atingidos. Bem como a pergunta de pesquisa, “Como avaliar o desenvolvimento de equipes de trabalho, considerando os PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 5 Conclusões e Recomendações 141 fatores de maturidade e liderança?”, também foi respondida. Fica evidenciada a hipótese básica definida para esta pesquisa, como sendo a existência de possibilidade de transferência de tecnologia para melhorar o processo de identificação das necessidades de treinamento e desenvolvimento de equipes utilizando as teorias da Liderança Situacional e Feedback 360º. Desta forma: A correta identificação da maturidade dos indivíduos e a aplicação do estilo de liderança requerido colaboram para o seu desenvolvimento e da equipe de trabalho; A identificação do estilo dominante, a amplitude e a adaptabilidade da liderança, bem como o uso do feedback 360º, contribui para o desenvolvimento do líder. Como equipes significam um grande investimento de tempo, dinheiro e recursos, a metodologia apresentada e a utilização das ferramentas desenvolvidas, contribuem para se evitar que elas fracassem ou produzam aquém do esperado o que acarretaria um custo imenso, por tornar mais assertivas as decisões das necessidades de capacitação e desenvolvimento da equipe e da própria liderança. 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Considerando as limitações deste trabalho, seguem apresentadas as seguintes sugestões para novas pesquisas: - A pesquisa foi realizada em uma equipe piloto, composta por 8 empregados, assim pode-se ampliar a pesquisa para varias outras equipes; - Com base no referencial teórico, principalmente da Liderança Situacional, a não adequação do estilo de liderança ao nível de maturidade da equipe pode acarretar problemas de clima organizacional, baixo resultado ou ainda de relacionamento. Desta forma, sugere-se identificar equipes que apresentem os problemas acima citados e busque-se através da identificação dos estilos de liderança e maturidade de equipes, evidenciar ou não essas hipótese. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Capítulo 5 Conclusões e Recomendações 142 - Elaborar um programa computacional que permita aplicar esta metodologia de forma e possibilite às micro e pequenas empresas uma ferramenta de gestão de suas equipes, como forma de melhor os aspectos de liderança. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Referências 143 REFERÊNCIAS BLANCHARD, Ken. Liderança de Alto Nível: Como criar e liderar organizações de alto desempenho. 1ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2007. BLANCHARD, Kenneth; ZIGARMI, Patrícia; ZIGARMI, Drea. Liderança e o Gerente Minuto. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Record, 1986. BISPO, Patrícia. Lideranças diante da Avaliação 360 Graus. Disponível em: <www.rh.com.br> Acesso em 30 de maio de 2005. BUIAR, Denise Rauta. Gestão Estratégica de Recursos Humanos. 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Porto Alegre: Bookman. 3ª ed, 2005. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice 145 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO NECESSIDADES INSATISFEITAS DE MASLOW Questionário para coleta de dados das necessidades insatisfeitas de Maslow. Nome:_______________________________________ Lotação______________ Caro Sr (a), Este questionário é parte de um trabalho que está sendo realizado no Curso de Pósgraduação em nível de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal Tecnológica do Paraná. Cada um de nós é dotado de um índice de motivação, do contrário não estaríamos ocupando o cargo que ora nos cabe em nossa organização. Mas é preciso conhecer a natureza da motivação que existe potencialmente em cada um. Este é o objetivo deste trabalho. Você encontrará, nas páginas seguintes 30 proposições diferentes para ler e avaliar. Cada uma delas apresenta 2 alternativas possíveis. Você deverá optar por uma das alternativas. Ambas são corretas e válidas. Portanto, você deverá optar ppr aquela que melhor refletir sua realidade interna: aquela que mais se parece com aquilo que você costuma fazer, ou acredita que faria naquelas circunstâncias. Atribua 2 ou 3 pontos à alternativa que você escolheu como a mais significativa, dependendo do grau de sua importância comparada com a alternativa menos cotada. Esta irá receber nota 0 ou 1, dependendo dos pontos que você atribuiu à primeira já que a pontuação das duas deve somar sempre 3 pontos. Isso não é um teste de conhecimento. Não há alternativas boas ou más, corretas ou incorretas. Qualquer abordagem deste tipo comprometeria a fidedignidade do seu perfil. Obrigado: Ubirajara Brum da Silva PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice 146 1. O que mais incentiva o seu desempenho é: ( ) Um salário de acordo com as minhas necessidades básicas e as de minha família ( ) A oportunidade de testar a minha própria capacidade e ter acesso aos meus resultados 2- Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: ( ) Me oferece normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantias de estabilidade e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência médico-hospitalar. ( ) Me proporciona autonomia para criar, liberdade para experimentar e autoridade para inovar. 3- O tipo de subordinado que mais o irrita é aquele que: ( ) Não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são oferecidas (instalações físicas confortáveis, bem iluminadas, restaurantes internos, etc.). ( ) Não me confere o devido respeito e consideração 4-Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: ( ) Recebo um salário compatível com as minhas necessidades básicas e as da minha família ( ) Mantenho um relacionamento cordial e harmonioso com meus colegas, meus superiores, bem como a convicção de que sou bem aceito por eles. 5- Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência àquele que: ( ) Me oferece normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantias de estabilidade e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência médico-hospitalar. ( ) Me conferir maior prestígio e poder PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice 147 6- Minha produtividade pode ser prejudicada quando: ( ) Me delegam responsabilidade que exige a minha dedicação pessoal, e fico privado de compartilhar os meus problemas e as minhas idéias básicas com meus companheiros. ( ) As minhas responsabilidades atuais deixarem de representar um desafio 7- O que mais incentiva e estimula o meu desempenho é: ( ) O reconhecimento que me conferem exclusivamente em função dos meus méritos ( ) Um superior imediato em quem eu possa confiar, condições de trabalho bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi previsto e planejado. 8- Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: ( ) Me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre os seus membros. ( ) Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante com comida saborosa. 9- O tipo de subordinado que mais me irrita á aquele que: ( ) Não me confere o devido respeito e consideração. ( ) Resiste a colaborar comigo na experimentação de novas idéias. 10-Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: ( ) Me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade e tenho acesso aos meus resultados. ( ) Um superior imediato em quem eu possa confiar, condições de trabalho bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi previsto e planejado. 11- Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice 148 preferência àquele que: ( ) Me conferir maior prestígio e poder ( ) Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante com comida saborosa. 12- Minha produtividade pode ser prejudicada quando: ( ) As minhas responsabilidades atuais deixarem de representar um desafio ( ) Sou excessivamente solicitado no exercício de minhas atribuições a ponto de ter que sacrificar sistematicamente o meu horário de almoço ou de saída. 13- O que mais estimula o meu desempenho é: ( ) Um salário compatível com as minhas necessidades básicas e as de minha família. ( ) Um superior imediato em quem eu possa confiar, condições de trabalho bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi previsto e planejado. 14- Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: ( ) Me oferece normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantias de estabilidade e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência médico-hospitalar. ( ) Me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre os seus membros. 15- O tipo de subordinado que mais me irrita á aquele que: ( ) É anti-social e confunde qualquer iniciativa de sociabilidade com "puxa-saquismo". ( ) Não pensa no dia de amanhã. 16-Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: ( ) Me conferem reconhecimento em função de meus méritos exclusivamente. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice ( 149 ) Me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade e tenho acesso aos meus resultados. 17- Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência àquele que: ( ) Me oferece normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantias de estabilidade e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência médico-hospitalar. ( ) Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante com comida saborosa. 18- Minha produtividade pode ser prejudicada quando: ( ) Me delegam responsabilidade que exige a minha dedicação pessoal, e fico privado de compartilhar os meus problemas e as minhas idéias básicas com meus companheiros. ( ) Outra pessoa, sem as qualificações que possuo for promovida por mero favoritismo para um cargo que eu estou planejando assumir no futuro. 19- O que mais estimula o meu desempenho é: ( ) O reconhecimento que me conferem exclusivamente em função dos meus méritos ( ) O relacionamento cordial e harmonioso com os meus colegas, meus superiores e meus subordinados, bem como a convicção que sou aceito por eles. 20-Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: ( ) Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar e autoridade para inovar. ( ) Me oferece um cargo que confira maior prestígio e poder. 21- O tipo de subordinado que mais me irrita á aquele que: PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice ( 150 ) Não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são oferecidas (instalações físicas confortáveis, bem iluminada, restaurantes internos, etc.). ( ) É anti-social e confunde qualquer iniciativa de sociabilidade com "puxa-saquismo". 22-Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: ( ) Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar e autoridade para inovar. ( ) Me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade e tenho acesso aos meus resultados. 23- Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência àquele que: ( ) Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante com comida saborosa. ( ) Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar e autoridade para inovar. 24- Minha produtividade pode ser prejudicada quando: ( ) Outra pessoa, sem as qualificações que possuo for promovida por mero favoritismo para um cargo que eu estou planejando assumir no futuro. ( ) Perco a confiança no meu chefe, desconfio da estabilidade de meu emprego, temo pela sobrevivência da minha organização. 25- O que mais incentiva e estimula o meu desempenho é: ( ) Um salário compatível com as minhas necessidades básicas e as de minha família. ( ) O reconhecimento que me conferem exclusivamente em função dos meus méritos 26-Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice 151 ( ) Me oferece um cargo que confira maior prestígio e poder. ( ) Me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre os seus membros. 27- O tipo de subordinado que mais me irrita á aquele que: ( ) Não pensa no dia de amanhã ( ) Resiste a colaborar comigo na experimentação de novas idéias. 28-Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: ( ) Mantenho um relacionamento cordial e harmonioso com meus colegas, meus superiores, bem como a convicção de que sou bem aceito por eles ( ) Tenho um superior imediato em quem eu possa confiar, condições de trabalho bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi planejado. 29- Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência àquele que: ( ) Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar e autoridade para inovar. ( ) Me proporcionar a oportunidade para integrar uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre seus membros. 30- Minha produtividade pode ser prejudicada quando: ( ) Sou excessivamente solicitado no exercício de minhas atribuições a ponto de ter que sacrificar sistematicamente o meu horário de almoço ou de saída. ( ) Perco a confiança no meu chefe, desconfio da estabilidade de meu emprego, temo pela sobrevivência da minha organização. PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DOS DADOS REFERENTES A MATURIDADE DOS COLABORADORES. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 152 Apêndice APENDICE C – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DAS INFORMAÇÕES REFERENTES A ATUAÇÃO DA LIDERANÇA PPGEP – Gestão Industrial (2008) 153 Apêndice PPGEP – Gestão Industrial (2008) 154 Apêndice APENDICE D – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS REFERENTES AO FEEDBACK 360º. PPGEP – Gestão Industrial (2008) 155 Apêndice PPGEP – Gestão Industrial (2008) 156 Apêndice 157 APÊNDICE E – MODELO: OBJETIVOS EMPREGADO A Divisão Empregado : A Data : Janeiro de 2008 OBJETIVOS PARA 2008 1. Atividades • Realizar o atendimento ao cronograma de Auditorias em Contratos (Auditoria de 10% das OES em campo, conforme cronograma, sendo 2 contratos por mês no máximo 3 meses apósa OES fechada e envio de relatório a área – meta 2 por mês) ) • Atendimento à solicitações de auditorias de manutenção por solicitações de clientes internos (atender ás solicitações em até 15 dias – meta 90%) 2. Atitudes e comportamentos: • Cumprir a política de segurança, de tecnologia da informação, código de conduta, e demais normas da companhia; • Ser flexível e ter adaptabilidade, • Ter iniciativa; • Buscar autonomia na realização das tarefas, • Ter comprometimento com os resultados, • Desenvolver a tomada de decisão, • Aceitar novos desafios, • Saber receber e realizar feedback, • Contribuir para bom relacionamento com colegas da equipe, entre equipes e clientes, • Ser leal para com a equipe e com a companhia, • Ter bom-humor com responsabilidade, • Procurar ser ético em todas suas atividades e atitudes. • Auto avaliar-se constantemente com relação a suas atividades, metas, atitudes e comportamentos e • Buscar alinhamentos com o valores da companhia: Ética, Responsabilidade Social, Alianças Estratégicas, Compromrtimento, Melhoria Contínua, Assumir Riscos, Valorização dos Empregados, Clareza de Objetivos, Satisfação dos Clientes, Valor para o Acionista e Segurnaça. Colaborador Gerente da Área Ponta Grossa, 10 de janeiro de 2008 PPGEP – Gestão Industrial (2008) Apêndice 158 APÊNDICE F – MODELO: PLANILHA PARA IDENTIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS, TEMPO NA FUNÇÃO, TREINAMENTOS E Sim Não CONHECIMENTOS DOS EMPREGADOS. PPGEP – Gestão Industrial (2008)