Medidas bioquímicas de avaliação do estado nutricional Prof- Etiene Picanço A presença de DPC resulta em aumento significativo da incidência de mortalidade e morbidade no ambiente hospitalar. A perda de proteínas reduz a resistência à infecção, impede reparo de tecidos e interfere na síntese de enzimas e proteínas plasmáticas JEJUM + Estresse RESPOSTA CATABÓLICA INTENSA! Metabolismo no estresse Liberação de hormônios catabólicos e mediadores inflamatórios Catecolaminas, cortisol, glucagon TNF, interleucinas, metabólitos do ácido araquidônico No organismo, não existem reservas de aminoácidos (AA)! Perdas de 30 a 50% do total de proteínas podem resultar em morte! IDENTIFICAR SITUAÇÕES DE RISCO NUTRICIONAL PLANO DE CUIDADO NUTRICIONAL PROGRAMAÇÃO DIETÉTICA E ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL Parâmetros bioquímicos Os marcadores bioquímicos são relevantes como auxiliares na avaliação do EN, pois evidenciam alterações bioquímicas precocemente, anteriores às lesões celulares e/ou orgânicas. Parâmetros bioquímicos Proteínas plasmáticas = marcadores de ptn visceral ↓[] sérica das proteínas de prevalente síntese hepática pode ser um bom índice de desnutrição energético – protéica (DEP) Porém vários fatores, além da limitação do fornecimento de nutrientes, podem modificara [] das proteínas séricas: Variações no estado de hidratação Hepatopatias; ↑docatabolismo; Infecção; Inflamação,etc Parâmetros bioquímicos Principais proteínas utilizadas na avaliação nutricional: Proteínas totais Valor de referência 6,4–8,1g/dl Albumina sérica É sintetizada pelo hepatócito Função: Manter a pressão coloidosmótica do plasma, carrear pequenas moléculas Parâmetros bioquímicos Vida média: 18-20dias (↓sensibilidade) Interferência: ↓nas doenças hepáticas, estado de hidratação, disfunção renal Parâmetros bioquímicos Transferrina: É sintetizada pelo hepatócito Função: Transportar ferro no plasma Vida média: 7–8 dias (Cuppari)/ 8-9dias (Chemin) Interferência: ↑na carência de ferro, gravidez, hepatites agudas e sangramentos crônicos ↓em várias anemias (falciforme), doenças hepáticas crônicas, neoplasias, sobrecarga de ferro. Parâmetros bioquímicos Pré-albumina (transtirretina): É sintetizada pelo hepatócito Função: Transportar hormônios da tireóide (tiroxina), mas geralmente é saturada com a proteína carreadora do retinol e com a vitamina A Vida média: 2-3dias (alta sensibilidade) Interferência: ↑na insuficiência renal (é parcialmente catabolizada no rim) ↓nas doenças hepáticas, neoplasias, é influenciada também pela disponibilidade da tiroxina (T4). Parâmetros bioquímicos Proteína transportadora de retinol (RBP) É sintetizada pelo hepatócito Função: Transportar vitamina A na forma de retinol. Valor de referência: 3–5mg/dl (ASPEN) Vida média: 10–12 horas (alta sensibilidade) Interferência: ↑na insuficiência renal ↓nas doenças hepáticas, na carência de vitamina A e Zn. Parâmetros bioquímicos Proteína C REATIVA (PCR) Sintetizada pelos hepatócitos A principal função é mediar a fagocitose na imunidade inata Valor de Referência: É uma das principais PTNs de fase aguda, tendo sua [] ↑rapidamente no estresse agudo (4 a 6h depois do trauma) Vida média: 0.8mg/dl 8 a 12h Função: Monitorar o progresso das reações de estresse e iniciar uma intervenção nutricional mais agressiva quando este indicador mostrar que as reações inflamatórias estão diminuindo. Contra-prova para as demais proteínas plasmáticas Parâmetros bioquímicos Hemoglobina (Hb) e Hematócrito (Ht) Proteína intracelular= ↓valores sugestivos de desnutrição protéica Sofre influência do volume plasmático, desidratação, choque, sangramento intenso Massa Protéica Somática Índice Creatinina – Altura (ICA) Creatina: Dosagem de Creatinina urinária de 24h: MASSA PROTÉICA SOMÁTICA= sua perda é uma característica importante da DEP e sua estimativa é valiosa na determinação do EN. Sintetizada a partir da Arginina, Metionina e Glicina; acumulada no músculo Creatinina: Metabólito da Creatina; liberada pelas células musculares; Clearance de Creatinina/ dia é constante: Homens=23mg/Kg/24h Mulheres=18mg/Kg/24h Atenção: DEP ↑perda muscular= Redução do clearance de creatinina Massa Protéica Somática O ICA é calculado pela seguinte equação: Atenção: Insuficiência Renal; consumo de dieta onívora; perdas pela transpiração Dificultam a obtenção de amostras urinárias de 24 horas Não deve ser usado na insuficiência renal e na fase aguda póstraumática, além de ser influenciado por atividade física intensa e ingestão de carnes da dieta É fundamental que haja precisão na coleta da urina de 24h, uma vez que uma coleta com erro de apenas 15 minutos nas 24h pode acarretar um erro final de1% no valor final Massa Protéica Somática Classificação do EM segundo o ICA: Avaliação da Competência Imunológica Importante para identificação de alterações nutricionais DEP= Depressão da imunidade celular e humoral, nas funções das células fagocitárias,etc. Alimentação inadequada provoca redução do substrato para síntese de imunoglobulinas e células de defesa, que apresentam sua síntese diminuída proporcionalmente à condição nutricional, podendo levar o indivíduo à: ANERGIA Avaliação da Competência Imunológica Os testes imunológicos mais utilizados na avaliação do EN são: Contagem total de linfócitos (CTL) ou linfocitometria Mede as reservas imunológicas momentâneas, indicando as condições do mecanismo de defesa celular do organismo. É utilizado o leucograma: Avaliação da Competência Imunológica Interpretação dos resultados: Avaliação da Competência Imunológica Testes de Hipersensibilidade cutânea tardia a antígenos específicos Os antígenos comumente utilizados são: Candidina, tricofitina, estreptoquinase, estreptodornase, varidase, tuberculina (PPD) A administração dos antígenos é intradérmica, e após 24 a 72h avalia-se o diâmetro da induração (pápula) formada Avaliação da Competência Imunológica Interpretação dos resultados: Reativo: 2 ou mais reações positivas (>10mm) Relativamente anérgico: 1 reação positiva Anérgico: Nenhuma resposta positiva Limitações: Infecções; Cirrose; hepatite; queimadura; medicações afetam a linfocitometria e testes cutâneos Índice de Prognóstico Nutricional OBJETIVO Identificar aqueles pacientes cuja inadequação do estado nutricional potencialize os riscos de morbidade e mortalidade no curso de doenças graves ou intervenções cirúrgicas, sendo desta forma, beneficiados pela atenção dietoterápica direcionada. Depende da aplicação de fórmula específicas: Índice de Prognóstico Nutricional Índice Prognóstico Nutricional (PNI) PNI = 158 –(16,6 x ALB) –(0,78 x PCT) –(0,2 X T) –(5,8 X HC) Onde: ALB= Albumina Sérica g% PCT= Prega Cutânea Triciptal T= Transferrina Sérica mg% HC= Hipersensibilidade Cutânea 0= NÃO REATOR;1= INDURAÇÃO <5mm; 2= INDURAÇÃO ≥5mm Índice de Prognóstico Nutricional Interpretação: Alto Risco– Resultado > 50% Risco Intermediário – Resultado 40 A 49% Baixo Risco – Resultado < 40% Índice Prognóstico Hospitalar (HPI) HPI=(0,91XALB)–(1XTC)–(1,44Xsepse)+(0,98Xdiag)–1,09 Onde: ALB= Albumina Sérica g% TC=Testes Cutâneos (1=Resposta Positiva a um ou Mais Antígenos; 2= Resposta Negativa aos Antígenos) Sepse= 1= Com Sepse; 2= Sem Sepse Diagnóstico= 1=Neoplasia; 2=Sem Neoplasia Índice Prognóstico Hospitalar (HPI) INTERPRETAÇÃO ≤ -1= SOBREVIDA DE 25% ≥ 2,5= SOBREVIDA DE 90% ZERO= SOBREVIDA DE 50%