Orientação Técnica para a Série 8 Informação Técnica Essencial para Formulação Propostas de Orientação geral para prevenção – Directrizes práticas para intensificar a prevenção do VIH As Directrizes práticas para intensificar a prevenção do VIH fornecem, ao público e a decisores não-governamentais de políticas e planos, sugestões práticas para reforçar e ajustar a sua resposta nacional de prevenção do VIH de maneira a responder à dinâmica e ao contexto social da epidemia e às populações mais vulneráveis e em risco de infecção por VIH. Para aceder às directrizes: http://data.unaids.org/pub/Manual/2007/20070306 Prevention Guidelines Towards Universal Access en.pdf As directrizes práticas devem ser consultadas em todas as áreas de prestação de serviços de prevenção, e também são indicadas para áreas de prestação de serviços em contexto favorável e actividades de colaboração em tuberculose/VIH. A Orientação é explicada em detalhe nas directrizes práticas baseadas em cenário de epidemia e audiência vital. Os programas eficazes de prevenção do VIH concentram-se nas relações cruciais entre a epidemiologia da infecção por VIH, os factores de risco que se sabe estarem associados com a transmissão do VIH e os factores estruturais e sociais, tais como desigualdade entre os sexos e violações dos direitos humanos, que impulsionam a epidemia e impedem às pessoas o acesso e utilização de informações e serviços relacionados com o VIH, o que as torna vulneráveis à infecção por esse vírus. As questões essenciais para planear uma resposta nacional eficaz de prevenção do VIH incluem: • • Onde, entre quem e porque razão estão a ter lugar novas infecções por VIH? Onde e a que rapidez estão a aumentar novas infecções? Quais são as causas legais, relacionadas com direitos humanos ou diferenças entre os sexos, socioeconómicas e culturais da epidemia? Foi dada prioridade a estratégias mais eficazes e realizáveis para o contexto local? Os riscos da estratégia actual foram analisados? Foram avaliados os recursos humanos e financeiros para uma resposta eficaz? Foram avaliados os benefícios mais largos de programas de prevenção? • • • • • Para serem eficazes, os programas de prevenção do VIH precisam de procurar, reunir e analisar a informação estratégica à sua disposição para orientar a elaboração e implementação do seu programa baseado em monitorização e avaliação, incluindo retroinformações dos seus clientes. As fontes de informação estratégica incluem: • • • • • vigilância e investigação para definir a situação e o contexto epidemiológicos e de comportamento, as populações, a localização geográfica, e os contextos de risco mais necessitados de serviços para lutar contra o VIH; documentos de políticas e programas descrevendo e analisando a resposta e o contexto políticos nacionais, e a capacidade de resposta das comunidades, dos sectores público e privado; análise da investigação existente e dados de programas; consultas com partes interessadas tais como reuniões com pessoas vivendo com o VIH e com membros de grupos marginalizados; e relatórios de monitorização e avaliação de programas e serviços existentes. A concepção de programa, incluindo estabelecimento de estratégia e de medidas de prevenção do VIH com base na sua análise da situação da epidemia, é unicamente uma parte do ciclo integrado de programação apresentado no quadro a seguir. Compreender a epidemia de SIDA em questão e a resposta (Análise de situação) Dinâmica da epidemia Capacidade actual Análise de esforços de prevenção Concordar com objectivos, intervenções e alvos, e elaborar e adaptar um plano de prevenção do VIH (Planeamento de programa) Concepção de estratégias e intervenções Estabelecimento de alvos/prioridades Avaliação de recursos necessários (custos) Coordenar a implementação (Implementação) Criação de capacidades Implementação de programas Financiamento de programas Monitorização e avaliação (Monitorização, avaliação e utilização de dados) Avaliação da eficácia Monitorização da implementação Monitorização de despesas (controlo de recursos) Troca de resultados Fonte: UNAIDS (2007). Pratical Guidelines for Intensifying HIV Prevention • Estabelecimento de prioridades em cenários com endemias fracas, concentradas, generalizadas e fortes. A fim de planear uma resposta eficaz e dirigida para prevenção do VIH, é vital conhecer quem está mais afectado pelo vírus, a amplitude da sua prevalência entre a população e diferentes subpopulações, os comportamentos de risco, as leis e políticas e contextos que podem facilitar a transmissão do VIH. Os programas de prevenção do VIH devem ter um campo de aplicação global, utilizando toda a gama de intervenções de políticas e programas conhecidos como eficazes. Para ter eficácia, a prevenção do VIH necessita de privilegiar e harmonizar a resposta de acordo com o cenário da epidemia em cada país. Certas medidas de prevenção, tais como abordagem de problemas de estigma e discriminação, desigualdade entre os sexos, jovens, garantia de fornecimento de sangue seguro e precauções universais em todos os contextos de saúde, são essenciais em todos os cenários de epidemia. As medidas concretas e imediatas que podem ser tomadas são: campanhas de informação pública e de mobilização social contra o estigma e a discriminação; leis e políticas antidiscriminação; trabalho com líderes tradicionais e religiosos; formação e códigos de conduta para trabalhadores de saúde, polícia e o judiciário; e prestação de assistência jurídica a vítimas de estigma e discriminação. À medida que a epidemia de VIH evolui, há necessidade de assegurar a continuação de actividades de prevenção do VIH em epidemias com baixo nível e concentradas, enquanto se acrescentam outras medidas podendo ser mais pertinentes, tais como prevenção do VIH para pessoas vivendo com o VIH (também denominada “prevenção positiva”). A prevenção do VIH é para toda a vida e deve ser apoiada para que esforços acumulados enfrentem as necessidades de prevenção de novos grupos de população que podem tornar-se vulneráveis à infecção por VIH. • Abordar diferenças de sexos, direitos humanos e equidade É preciso criar um ambiente propício à prevenção do VIH graças a acções jurídicas e políticas para reduzir estigma e discriminação ligados ao VIH, promovendo uma tomada de consciência pública e uma abertura sobre a SIDA, e assegurando a maior participação e protegendo os direitos de pessoas vivendo com o VIH ou vulneráveis à infecção pelo vírus em todos os aspectos de prevenção do VIH. • Parceiros essenciais em implementação a considerar A Autoridade Nacional de Luta contra a SIDA – de acordo com os “Três Princípios” – deve prestar liderança activa, coordenar a participação de diferentes parceiros e sectores, e assegurar responsabilidade para uma resposta nacional eficaz à prevenção do VIH. Deve mostrar o caminho reforçando a resposta nacional à prevenção do VIH, assegurando que as pessoas mais vulneráveis à infecção e as que vivem com o VIH são expressamente implicadas nesta resposta. O nível de participação de certos ministérios, sectores, sociedade civil e partes interessadas será diferente segundo o cenário de epidemia.