Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Naturais e Tecnológicas Núcleo Universitário de Castanhal Curso de Engenharia de Produção Danilo de Oliveira Costa Paulo Marcelo Macias Silva Proposta de Melhorias para Perdas de Processo de uma Agroindústria de Óleo de Palma: Uma Aplicação do Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) Castanhal 2014 Danilo de Oliveira Costa Paulo Marcelo Macias Silva Proposta de Melhorias para Perdas de Processo de uma Agroindústria de Óleo de Palma: Uma Aplicação do Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro de Produção pelo(s) aluno(s) Danilo de Oliveira Costa e Paulo Marcelo Macias Silva, em 12 de dezembro de 2014 na Universidade do Estado do Pará. Orientadora: Prof. M.Sc. Mariana Pereira Carneiro. Castanhal 2014 UNIVERSIDADE DO ESTADODO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA CURSO DE GADRUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO “Proposta de Melhorias para Perdas de Processo de uma Agroindústria de Óleo de Palma: Uma Aplicação do Método de Análise e Solução de Problemas (MASP)”. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito necessário para obtenção do título de Engenheiro de Produção pelo(s) aluno(s) Danilo de Oliveira Costa e Paulo Marcelo Macias Silva em 12 de dezembro de 2014 na Universidade do Estado do Pará – UEPA. ________________________________________ MARIANA PEREIRA CARNEIRO, M.Sc./UEPA Orientadora ________________________________________ ANDRÉ CRISTIANO SILVA MELO, Dr./UEPA Avaliador 1 ________________________________________ VERÔNICA DE MENEZES N. NAGATA, M.Sc./UEPA Avaliador 1 “A vida me ensinou a nunca desistir, nem ganhar e nem perder mas procurar evoluir.” Chorão AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me abençoado com paz, saúde e força em todos os momentos de minha vida. Aos meus pais, Stênio e Márcia e aos meus familiares que sempre estiveram ao meu lado. Aos meus amigos que tanto estimo William, Rafael, Giovane e Márcio. Aos meus colegas de classe, com os quais aprendi muito nesses 5 anos, especialmente Denyse, Mayra, Vinícius, Alberto e Paulo Marcelo (parceiro deste trabalho). À professora Profª. MSc. Mariana Carneiro pela orientação neste trabalho, e que do alto de seu elevado conhecimento acadêmico por compartilhou seus conhecimentos com dedicação e paciência. Aos demais professores que tive ao longo de minha vida os quais devo muito. Danilo Oliveira AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por guiar meus passos e me proporcionar momentos como esse. A minha mãe Tereza pelo seu zelo, amor e carinho, e ao meu Pai Marcelo por sempre estar ao meu lado. A minha namorada Suanne, por esta ao meu lado nos momentos mais difíceis, e por sempre me motivar. Aos meu professores, que contribuíram para a minha formação, em especial a minha orientadora Mariana Carneiro por idealizar este trabalho, e pela sua paciência e compreensão. Aos meus amigos Rafael, Eder, Harry e Agnaldo que estiveram do meu lado todo esse tempo e por me proporcionarem incontáveis historias, as quais vou levar para o resto da vida. Aos meus amigos de curso, Denyse, Vinicius, Mayra, Maurilio, João, Beto e Mailson onde cada um teve papel fundamental na minha formação, em especial ao meu companheiro de TCC Danilo Oliveira, pela sua dedicação na realização deste trabalho. A equipe do Controle de Qualidade: Richardson, Almir, Jó, Edilton, Bruno, Elber e Walclyr, por suas dedicações na realização deste trabalho. Paulo Marcelo RESUMO COSTA, D.O.; SILVA, P.M.M. Proposta de Melhorias para Perdas de Processo de uma Agroindústria de Óleo de Palma: Uma Aplicação do Método de Análise e Solução de Problemas (MASP). 67p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção). Universidade do Estado do Pará, Castanhal, 2014. Este trabalho apresenta um estudo e análise sobre as problemáticas relacionadas a perdas no setor de debulhamento dentro do processo de beneficiamento de dendê em uma agroindústria. Para a elaboração de uma proposta de melhorias, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com foco nas quatro etapas do Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) baseadas na etapa “P” do Ciclo PDCA e ferramentas de qualidade para a organização e análise dos dados. Neste contexto, o trabalho tem como objetivo propor melhorias para a redução de perdas no setor de debulhamento de uma agroindústria de óleo de palma, utilizando o MASP. A partir do levantamento do histórico das perdas de frutos, observação dos dados e com análises estatísticas, foi possível a realização do trabalho, onde o objetivo foi alcançado, de forma que conseguiu-se identificar os principais problemas e através da correlação linear e regressão múltipla obteve-se a confirmação dos resultados apontados pelas ferramentas de qualidade e a partir disto foi viável elaborar um plano de ação, propondo melhorias para a redução de perdas no setor do debulhamento. Palavras-chave: MASP; Setor de Debulhamento; Dendê. ABSTRACT COSTA, D.O.; SILVA, P.M.M. Proposta de Melhorias para Perdas de Processo de uma Agroindústria de Óleo de Palma: Uma Aplicação do Método de Análise e Solução de Problemas (MASP). 67p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção). Universidade do Estado do Pará, Castanhal, 2014. This paper presents a study and analysis of the problems related to losses in threshing sector within the oil palm milling process in an agribusiness. For the preparation of a proposal for improvements, a literature search focused on the four stages of Analysis Method and Troubleshooting was performed (MASP) based on the stage "P" of the PDCA Cycle and quality tools for organization and analysis of data. In this context, the study aims to propose improvements to reduce losses in threshing sector of a palm oil agribusiness, using the MASP. From the historical survey of fruit losses, observation data and statistical analysis, it was possible to carry out the work, where the goal was reached, so that it was possible to identify the main problems and using linear correlation and multiple regression, it was obtained the confirmation of the results given by the quality tools and from this was feasible to develop a plan of action, proposing improvements to reduce losses in threshing the industry. Keywords: MASP; Industry Threshing; Oil Palm. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Ciclo PDCA de melhorias 28 Figura 2 - Exemplo de gráfico de controle 31 Figura 3 - Exemplo de gráfico de Pareto 33 Figura 4 - Representação gráfica de um modelo de estratificação 34 Figura 5 - Exemplo de gráfico de histograma do peso 35 Figura 6 - Exemplo de diagrama de causa e efeito 36 Figura 7 - Exemplo de diagrama de dispersão 38 Figura 8 - Exemplo de folha de verificação 41 Figura 9 - Fluxograma do processo de extração do óleo de palma 44 Figura 10 - Diagrama de Ishikawa das possíveis causas do problema 53 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Visão de Kume e Juran sobre a sequência metodológica do MASP 24 Quadro 2 - Plano de Ação 57 Quadro 3 - Cronograma do Plano de Ação 60 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Perdas do processo no setor de debulhamento 49 Gráfico 2 - Percentual de frutos aderidos aos cachos após o debulhamento (Safra 2011/2012) 50 Gráfico 3 - Percentual de frutos aderidos aos cachos após o debulhamento (Safra 2012/2013) 51 Gráfico 4 - Percentual de frutos aderidos aos cachos após o debulhamento (Safra 2011/2012) 51 Gráfico 5 - Proporção da qualidade dos frutos que entram na empresa 54 Gráfico 6 - Correlação entre perdas e qualidade dos frutos 55 Gráfico 7 - Correlação entre perdas e tempo de operação do esterilizador 56 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Área plantada, quantidade produzida e produtividade do óleo de palma no estado do Pará 16 Tabela 2 - Análise de regressão 57 Tabela 3 - Projeção de redução de perdas 59 LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS CFF - Cacho de Fruto Fresco CPO - Óleo de Palma Clarificado IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MASP - Método de Análise e Solução de Problemas PDCA - Plan, Do, Check and Act QC - Quality Control TQC - Controle da Qualidade Total SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15 1.1 TEMA E PROBLEMA ........................................................................................ 15 1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 17 1.3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 18 1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 18 1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 18 1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ..................................................................... 19 2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................. 21 2.1 CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL –TQC .................................................... 21 2.2 METODOLOGIA DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMA (MASP) ........... 22 2.3 PDCA ................................................................................................................ 25 2.4 FERRAMENTAS DA QUALIDADE .................................................................... 29 2.4.1 Gráfico de Controle ........................................................................................ 30 2.4.2 Gráfico de Pareto ........................................................................................... 31 2.4.3 Estratificação .................................................................................................. 33 2.4.4 Histograma ..................................................................................................... 34 2.4.5 Diagrama de Causa e Efeito .......................................................................... 35 2.4.6 Brainstorming ................................................................................................. 37 2.4.7 Diagrama de Dispersão .................................................................................. 37 2.4.8 Correlação Linear ........................................................................................... 38 2.4.9 Regressão Linear ........................................................................................... 39 2.4.10 Folha de Verificação ..................................................................................... 41 2.5 Plano de Ação (5W1H) ...................................................................................... 41 3. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................... 43 3.1 LINHA DE PRODUTOS..................................................................................... 43 3.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO ................................................... 44 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................. 46 4.1 TIPO DELINEAMENTO DA PESQUISA............................................................ 46 4.2 EXECUÇÃO DO PROJETO .............................................................................. 46 4.3 PROCEDIMENTO DE COLETAS DE DADOS .................................................. 47 4.4 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ......................................................... 48 5 RESULTADOS ..................................................................................................... 49 5.1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................... 49 5.2 OBSERVAÇÃO ................................................................................................. 50 5.3 ANÁLISE ........................................................................................................... 52 5.4 PLANO DE AÇÃO ............................................................................................. 57 5.4.1 Cronograma do Plano de Ação ...................................................................... 60 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 61 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 63 15 1. INTRODUÇÃO Neste capítulo são apresentados o tema e problema, a justificativa, os objetivos (geral e específicos). 1.1 TEMA E PROBLEMA Introduzido no Brasil por volta do século XVI, o dendezeiro (elaeis guineensis) é uma palmeira oleaginosa, pertencente à família das Palmáceas e é originário da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné). Com o beneficiamento, obtêm-se dois principais produtos: o óleo de dendê e o de palmiste. A introdução do dendê na região paraense ocorreu na década de 1940, com as sementes introduzidas através da Agência de Fomento agrícola do Estado do Pará. O primeiro cultivo em escala comercial ocorreu no município de Benevides, no final da década de 1960, tendo o plantio inicial de 1.500 hectares e, nos anos seguintes, 1.500 em núcleos pilotos de pequenos produtores (SANTOS et. al 2005). O Estado do Pará, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados em 2010, superou a produção de dendê dos demais estados no ano de 2009 e se tornou o maior produtor do país, com 916.663 toneladas de cacho de coco de dendê (VASCONCELOS, 2010) e chegando em 1.034.361 toneladas em 2012 (IBGE, 2013). Segundo o IBGE (2012) o estado do Pará responde por 82,87% da produção nacional de cachos de frutos frescos (cff) de palma de óleo do País. Esse plantio encontra-se distribuído em 18 municípios, com destaque para o Acará, Bonito, Castanhal, Concórdia do Pará, Moju, Santo Antônio do Tauá, Tailândia, Tomé-Açu e Igarapé-Açu (onde se encontra a agroindústria a ser estudada nesse trabalho), esses municípios concentram 96,44% da área plantada e 97,04% da quantidade produzida do estado (Tabela 1). 16 Tabela 1 - Área plantada, quantidade produzida e produtividade do óleo de palma no estado do Pará UF/Municípios Área Colhida (ha) Quantidade (t) ha. % Produtividade ha. % Pará 52.244 100,00 Metropolitana (Belém) 4.578 8,76 73.875 6,98 16,1 Nordeste Paraense 47.666 91,24 984.506 93,02 20,7 Acará 7.200 13,78 185.200 17,50 25,7 Bonito 4.200 8,04 84.000 7,94 20,0 Castanhal 1.000 1,91 18.018 1,70 18,0 Concórdia do Pará 2.000 3,83 20.000 1,89 10,0 Igarapé-Açu 4.200 8,04 42.000 3,97 10,0 Moju 7.093 13,58 141.151 13,34 19,9 Santo Antônio do Tauá 2.700 5,17 38.285 3,71 14,6 Tailândia 19.387 37,11 450.554 42,57 23,2 Tomé-Açu 2.600 4,98 46.800 4,42 18,0 Outros 1.864 3,57 31.373 2,96 16,8 1.058.381 100,00 (t/ha) 20,3 Fonte: IBGE, 2012 Observa-se, ainda, que esta produção está concentrada na mesorregião do Nordeste Paraense (93,02%) onde situa-se a Agroindústria estudada. A empresa é uma das principais do setor no Estado do Pará, possuindo 4.500 hectares, sendo 2.978 hectares de plantios adultos e 1.522 hectares de plantios jovens, tendo uma capacidade de 30 ton/cachos/hora, segundo o site da mesma. Em virtude deste contexto, é importante manter seu processo funcionando em ordem, para que sejam atendidas as metas de produção. Nesse sentido, em uma empresa produtora do óleo de palma, foi identificado que há não conformidade de um dos outputs do processo, o cacho vazio, um produto gerado no processo, na fase de debulhamento que é utilizado para a adubação das lavouras da empresa. A fase do debulhamento é onde ocorre a separação do fruto do cacho, gerando o cacho vazio, porém, vem se apresentando quantidades acima do ideal de frutos aderidos, o que prejudica a produtividade da empresa, uma vez que, frutos aderidos no cacho representam menos óleo produzido. 17 Esta não conformidade é representada por uma percentagem de frutos aderidos ao cacho acima da meta da empresa (valor máximo permitido de 0,2% do cacho de fruto fresco), gerando assim perda de matéria-prima. Ao analisar as perdas e a meta da empresa de forma unitária, aparentemente, as quantidades são praticamente irrelevantes, entretanto, deve ser levada em consideração a escala de produção da empresa (30 tons./cachos/hora), percebe-se que este problema é fonte de grandes perdas de matéria-prima e desperdício de recursos da empresa, que estima que, em média, 15% dos cachos verificados estejam fora da meta. Diante deste cenário, o presente trabalho tem a seguinte questão de pesquisa: É possível reduzir as perdas no setor de debulhamento em uma agroindústria de óleo de palma? 1.2 JUSTIFICATIVA A organização em questão está com um problema de adesão de frutos no cacho vazio e, com isso, ocasiona o não atendimento da meta. O atendimento de uma meta é proporcionado por um bom andamento das operações anteriores à operação de retirada do fruto do cacho, o bom atendimento da meta é sinal de um andamento correto do processo e significa também menores perdas de matériaprima, e isto não vem ocorrendo frequentemente. O processo foco do estudo foi o Debulhamento que está tendo uma variação do indicador de perdas e o trabalho propôs analisar os motivos para que estes itens não estejam conformes, por meio do Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) como ferramenta de análise, o ciclo PDCA e das ferramentas de qualidade. Desta forma, pode-se ter uma boa organização para identificar o problema, observar, analisar e propor um plano de ação para a execução do estudo e propor melhorias para minimizar os problemas (CAMPOS, 2004). Por caracterizar-se pela racionalidade, objetividade e otimização, ou seja, um método com caminhos lógicos e definidos, que prioriza dados e fatos em detrimento de opiniões e que procura o maior benefício ao menor esforço (CAMPOS, 2004) o MASP torna-se uma metodologia simples e prática que propicia a utilização das ferramentas de solução de problemas nas organizações de forma ordenada e lógica, facilitando a análise de problemas, determinação de sua causaraíz e elaboração de planos de ação para eliminação dessa causa. 18 Portanto, a ferramenta escolhida para o desenvolvimento do trabalho apresenta fácil aplicação e com bons resultados para a solução de problemas, como pode ser notado em alguns trabalhos acadêmicos. Berbert (2012) aplicou os quatros primeiros passos do MASP em uma empresa beneficiadora de caulim (matéria do papel), a mesma aponta que, o MASP é um método que pode ser aplicado em qualquer situação e tipo de empresa, em que o objetivo seja desenvolver uma metodologia para a identificação de um problema e a sua solução. Ribeiro e Piedade (2009) utilizaram o MASP para identificar e propor soluções para os problemas no varejo de carne bovina, em Itapetininga, no estado de São Paulo, e afirmam que o mesmo é uma ferramenta simples e de fácil aplicação e se adapta a qualquer atividade, devendo ser amplamente utilizada no agronegócio, auxiliando na identificação das causas e solução para melhoria das cadeias produtivas. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral O trabalho tem por objetivo geral, propor melhorias para a redução de perdas no setor de debulhamento de uma agroindústria de óleo de palma utilizando o método de análise e solução de problemas (MASP). 1.3.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos e contribuições esperadas deste trabalho são contribuir para: Levantar dados em sistema e planilhas eletrônicas dos principais indicadores do processo, observando o histórico de produção, o histórico de entrada de matéria-prima, através de gráficos que expressem os dados coletados; 19 Identificar o principal problema, verificar a real causa e analisar os resultados encontrados com auxílio das ferramentas de qualidade e estatísticas; Elaborar um plano de ação como sugestão para a correção dos problemas e verificação dos mesmos. 1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O trabalho foi dividido em 6 capítulos: Introdução, Referencial Teórico, Apresentação da Empresa, Procedimentos Metodológicos, Resultados e Considerações Finais. Na Introdução, foi contextualizada a situação do estado do Pará em relação à produção de óleo de palma, a importância da região em que a empresa foco do trabalho está situada, o problema de seu processo produtivo e a justificativa de se utilizar o MASP como método para propor melhorias ao processo através de um plano de ação, além disso, neste capítulo foram apresentados os objetivos (geral e específicos) do trabalho. No Referencial Teórico, foram apresentados conceitos e ferramentas importantes para o entendimento e realização deste trabalho, uma vez que, norteiam o estudo quanto à execução de cada uma das etapas do trabalho. Na Apresentação da Empresa, foram mostradas informações quanto a história da agroindústria, sua linha de produtos e o processo produtivo do óleo de palma. Nos Procedimentos Metodológicos, foram abordadas as etapas referentes a metodologia utilizada para elaboração do trabalho: coleta dos dados, organização dos mesmos, de que maneira foram coletados e ferramentas da qualidade que auxiliaram nas etapas do MASP. Nos Resultados, apresentou-se a realização das etapas do MASP (Identificação do Problema, Observação, Análise e Plano de Ação), sendo assim, a partir do que foi analisado, identificou-se a principal causa do problema e elaborouse um plano de ação, com uma proposta de melhorias tendo objetivo de solucionar o problema. 20 E nas Considerações Finais, é feita uma conclusão quanto ao trabalho como um todo, apontando a importância da ferramenta utilizada, análise sobre o resultado, além das dificuldades do trabalho e sugestão para futuros trabalhos. 21 2 REFERENCIAL TEÓRICO Nesta seção são abordados os principais conceitos e ferramentas que norteiam o presente trabalho. 2.1 CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL - TQC Idealizado pelo engenheiro estadunidense Armand Feigenbaum por volta de 1951 em seu livro Total Quality Control, o Controle Total da Qualidade tem por fundamental princípio de que o controle da qualidade deve identificar antes de tudo, a visão de qualidade do cliente sobre o produto/serviço. Para Campos (2004), qualidade é propor-se por meio dos processos produtivos ou serviços, as necessidades do cliente de forma segura e acessível, com intuito de satisfazê-los no prazo determinado. Estes processos produtivos devem ser constantemente planejados, controlados e principalmente melhorados. Nos processos produtivos é necessário planejar o modo que vai melhor atender os objetivos, através da organização de recursos físicos e humanos e o controle dos resultados para a correção de desvios nos resultados (SCHMITT, 2013). Segundo Correa e Correa (2006), o Controle Total da Qualidade é um sistema efetivo que integra os empenhos dos vários setores dentro de uma empresa, no desenvolvimento da qualidade, na manutenção da qualidade e no melhoramento da qualidade, de forma que atinja-se melhores níveis econômicos onde permita-se a completa satisfação do cliente. Ishikawa apud Schmitt (2013) define como um controle de qualidade eficiente desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade que é mais econômico, mais útil e sempre satisfatório para o consumidor. Ou seja, uma organização que tem por princípio o controle de sua qualidade estará melhor preparada para o atendimento das necessidades de seus clientes, por meio de controle ótimo, e redução de custos de produção. Normalmente a padronização é associada ao conceito de qualidade total, Campos (2004), propõe que a padronização em organizações gera melhorias não só na qualidade, mais também nos Custos, cumprimentos de prazos e segurança. Para 22 Para Slack (2009), a qualidade é uma necessidade chave na maior parte das organizações. Bens e serviços de boa qualidade podem oferecer uma empresa considerável vantagem competitiva. Boa qualidade gera menores custos de retrabalho, refugo, reclamações e devoluções e, mais importante, com um produtos/serviços de boa qualidade promove a maior satisfação dos clientes. Para o total estabelecimento da qualidade, se faz necessário a definição de padrões de qualidade, para Slack (2009) define-se como padrões de qualidade o valores limites entre o aceitável e o inaceitável. Tais padrões podem ser definidos por fatores operacionais, como estado da tecnologia na fabrica, e os limites de custos de fazer o produto. Observa-se também ainda que tenha-se de estabelecer padrões e metas a serem cumpridas é necessário que haja cuidado, pois a implantação de um programa de qualidade total é um processo de aprendizado e, portanto, ter regras flexíveis, e estar adaptado ás necessidades e ao ambiente organizacional da empresa. Um programa de qualidade deve ser visto como uma melhoria de gerenciamento já existente (CAMPOS, 2004). Portanto, como o processo de implantação é viabilizado através de um aprendizado constante das pessoas envolvidas, deve-se procurar encontrar a melhor maneira de adaptar o TQC a realidade das pessoas e da empresa, para o mesmo possa ser implantado e gerenciado de forma ótima. 2.2 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS - MASP Em sistemas de gestão modernos o papel dos gestores vêm se modificando, exigindo deles a participação ativa como líderes e facilitadores de equipes de trabalho, que deve ter por característica se um bom solucionador de problemas. Portanto, um dos objetivos fundamentais para as equipes de trabalho é a analise e solução de problemas. Para estas, o conhecimento e o treinamento científico como o MASP (Método de Analise e Solução de Problemas) é fundamental. Um método eficiente na resolução de problemas é o MASP, que é uma formalização das táticas estabelecidas para as resoluções dos problemas. De acordo com Campos (2004), problema define-se como o resultado indesejável de um processo, ou seja, é um item de controle que não atinge o nível desejado. 23 Portanto, diz-se que há um problema quando o resultado de um processo apresenta uma não conformidade, por exemplo, baixa produtividade ou não atendimento de um requisito técnico, e é justamente nesse sentido que o MASP atua, com o objetivo de fazer com que resultado do processo volte para conformidade ou especificidade desejada. Pode-se dizer também que os problemas relacionados a qualidade, e por consequência do MASP, geram alterações nos outputs, fazendo com que estes não fiquem dentro dos padrões estabelecidos. Para cada não conformidade identificada e priorizada, pode-se definir um projeto com um conjunto de análise e soluções, visando atingir a causa e solucionando a mesma num prazo estabelecido. Segundo Hosken (2005), O MASP é uma metodologia dinâmica na busca de soluções para uma determinada situação e tem como idéia básica: • Priorização do problema. • Divisão do problema em partes que possam ser analisáveis. • Verificações das situações que necessitam de atenção. A metodologia é baseada em um conjunto de dados e fatos que a auxiliam para determinar a solução do problema em foco. Werkema (2006) denomina Método de Solução de problemas quando o ciclo do PDCA é utilizado para atingir metas de melhoria. O autor também descreve que inicialmente são definidas as metas, e o seu desenvolvimento ocorre a partir de oito passos: • Identificação do problema. • Levantamento das características do problema. • Identificação das principais causas desse problema. • Elaboração de plano de ação para eliminação das causas raízes. • Implementação das ações conforme planejado. • Monitoramento do processo para averiguar a eficiência das ações tomadas. • Caso se confirme a eficiência das ações, padronizá-las por meio de documentação; caso não resulte em eficiência, retorna-se ao segundo passos. • Rever as atividades e planejar as próximas ações. 24 Para Pujo e Pillet (2002), o MASP é formado por um conjunto lógico e organizado de princípios, regras ou passos que ajudam a avaliar, controlar ou melhorar o desempenho de um aspecto do processo sob a visão da qualidade. Estes métodos norteia ações genéricas a serem definidas em uma sequência préestabelecida com objetivo de resolver o problema (não conformidade) e garantir sua não reincidência. O MASP é muito útil na análise e solução de um problema, pois quando executado de maneira correta, auxilia a evitar sua reincidência, mais do que apenas detectar ou reagir a um defeito depois de ocorrido. A diferença fundamental entre a solução estruturada de um problema e outros métodos é a determinação de sua causa raiz, pois caso esta não seja solucionada, o problema ocorrerá novamente (ROONEY e HOPEN, 2004). A seguir, no Quadro 1, será apresentada visão de dois autores consagrados sobre a sequência metodológica do MASP. Quadro 1 - Visão de Kume e Juran sobre a sequência metodológica do MASP HISTOSHI KUME - QC STORY 1- Problema - identificar o problema JURAN 1- Definir e organizar o projeto 2- Observação - apreciar as características do problema. 3- Análise - determinar as causas 2- Diagnosticar as causas principais. 4- Plano de Ação - conceber um plano para eliminaras causas. 3- Remediar o problema. 5- Ação - agir para eliminar as causas. 6- Verificação - confirmar a eficácia da ação. 7- Padronização - eliminar 4 -Reter os benefícios definitivamente as causas. 8- Conclusão - recapitular as atividades desenvolvidas e planejar para o futuro. Fonte: MATTOS, 1998 25 O método de solução de problemas é uma peça fundamental para que o controle da qualidade possa ser exercido. Este método de solução de problemas deve ser dominado por todos, uma vez que, deve-se ser um exímio solucionador de problemas (CAMPOS, 2004). Portanto, o MASP é peça fundamental na implementação do controle da qualidade, através do viés do ciclo PDCA, e este método deve ser tornado conhecido para todos os integrantes da empresa, para que todos possam atuar para melhoria do processo, através de soluções de problemas que possa surgir. 2.3 PDCA Conforme Campos (2004), planejamento é a função administrativa que define com antecedência quais objetivos atingir e de que maneira eles devem ser atingidos. Uma vez definidos os objetivos, o planejamento estabelece prioritariamente o que deve ser feito, quando deve ser feito, quem deve fazer e de qual maneira. O autor ainda define controle como a função administrativa que consiste em avaliar e ajustar o desempenho, para assegurar que o planejamento seja executado corretamente dentro do possível. Sua tarefa é verificar e garantir a integridade do planejamento a fim de identificar erros ou desvios, assim podendo corrigi-los. Portanto se bem aplicados, esses conceitos fornecerão informações confiáveis e de qualidade para o desenvolvimento de um bom PDCA. Segundo Werkema (2006), o ciclo PDCA é “um método gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance de metas necessárias à sobrevivência de uma organização”. O Ciclo (ou método) PDCA é também conhecido por Ciclo de Shewhart (Walter Shewhart), que foi quem o idealizou na década de 1930 e ainda por Ciclo de Deming (W. Edward Deming), seu principal divulgador na década de 1950, na reconstrução do Japão após a 2ª Guerra Mundial, é uma metodologia que tem como função básica o auxílio no diagnóstico, análise de problemas organizacionais, sendo extremamente útil para a solução de problemas (QUINQUIOLO, 2002). O método PDCA tem como objetivo desempenhar o controle dos processos, podendo ser usado de forma contínua para seu gerenciamento em uma organização (CAMPOS, 2004). Sob a ótica de que sob um problema é um resultado 26 indesejável de um processo (WERKEMA, 2006), O gerenciamento de processos pode ser realizado através de três ações gerenciais: de planejamento, de controle e de melhoramento, gerando assim o planejamento da qualidade, o controle da qualidade e o melhoramento da qualidade, também chamados de Trilogia Juran (JURAN, 2004). A partir desses conceitos, aponta-se que o objetivo principal do Ciclo PDCA é tornar os processos de gestão de uma empresa mais eficientes, claros e objetivos, podendo ser utilizado em qualquer tipo de empresa, como maneira de alcançar um melhor nível de gestão a cada dia (PERIARD, 2011). A metodologia do ciclo do PDCA consiste em 4 estágios, conforme apresentado por Ishikawa (1993): PLAN (Planejar); DO (Executar); CHECK (Verificação) e ACT (Ações Corretivas). O Ciclo PDCA pode ser utilizado para atingir metas padrão ou manter os resultados num certo nível desejado (controle), planejamento da qualidade (ou inovação) e para melhoria. Quando utilizado para controle, o ciclo é designado por SDCA. As fases são: S é o estabelecimento de Metas Padrão e de Procedimentos Operacionais Padrão; D é o treinamento e supervisão do trabalho, avaliação para saber se todos os procedimentos estão sendo cumpridos na execução das tarefas; C é a verificação da efetividade dos procedimentos, onde ocorre uma avaliação se a meta foi ou não atingida; E A que corresponde a parte de ação corretiva agindo nas causas, isso caso a meta não tenha sido atingida (FONSECA; MIYAKE, 2006). O ciclo PDCA de planejamento da qualidade (inovação). Segundo Campos (2004), a etapa P (Plan) é onde o ciclo tem início com a definição de um plano, baseado em diretrizes ou políticas da empresa, sendo subdividida em cinco etapas: Identificação do problema; Estabelecimento da meta; Análise do fenômeno; Análise do processo (causas); Plano de ação. A etapa D (Do) corresponde à execução do plano que consiste no treinamento dos envolvidos no método a ser empregado, a execução propriamente dita e a coleta de dados para posterior análise. Esta etapa se subdivide em treinamento e Execução da Ação (CAMPOS, 2004). A etapa C (Check) é etapa em que é feita a análise ou verificação dos resultados alcançados e dados coletados, podendo ocorrer concomitantemente com a realização do plano quando se verifica se o trabalho está sendo feito da forma devida, ou após a execução quando são feitas análises estatísticas dos dados e 27 verificação dos itens de controle. Nesta fase podem ser detectados erros ou falhas (CAMPOS, 2004). A etapa A (Act) é caracterizada pela realização das ações corretivas, ou seja, a correção da falhas encontradas nos passos anteriores e pelo processo de padronização das ações executadas, cuja eficácia foi verificada anteriormente na etapa C. É nessa fase que se inicia novamente o Ciclo levando ao processo de Melhoria Contínua (CAMPOS, 2004). E por fim, o ciclo PDCA para melhorias, ciclo esse que será o modelo de PDCA trabalhado, onde a fase P consiste nas etapas de identificação do problema, observação (reconhecimento das características do problema), análise do processo (descoberta das principais causas que impedem o atingimento das metas) e plano de ação (contramedidas sobre as causas principais); A fase D é a de ação, ou atuação a partir do plano de ação para bloquear as causas fundamentais; Na fase C, é realizada a verificação, ou seja, e feita a confirmação da efetividade do plano de ação para notar se o bloqueio foi eficaz, e caso não tenha sido pode se retornar as etapas anteriores; E por fim, na fase A ocorrem duas etapas, a de padronização, onde é feita a eliminação definitiva das causas para que o problema não reapareça e a de conclusão onde ocorre a revisão das atividades e planejamento para trabalhos futuros (FONSECA; MIYAKE, 2006). Para ilustrar as etapas do ciclo PDCA, ver figura 1. Werkema (2006) reitera que o ciclo PDCA de melhorias, consiste em uma sequência de procedimentos racionais, baseada em fatos e dados, que buscam levantar a causa fundamental dos problemas e combatê-los para eliminá-los. Sob esta ótica de Werkema, nota-se que uma organização pode ser visualizada e caracterizada como um processo, e dentro dela pode-se perceber a existência de conjuntos processuais menores, que compõem o fluxo de produção de bens ou o fornecimento de serviços, que exigem acompanhamento acompanhamento, ou controle de processo para Campos (2004), constante. Tal 28 Figura 1 - Ciclo PDCA de melhorias Fonte: Campos (2004) “É a essência do gerenciamento em todos os níveis hierárquicos da empresa, desde presidente até os operadores. O primeiro passo no entendimento do controle de processo é a compreensão do relacionamento causa-efeito. Sempre que algo ocorre (efeito, fim, resultado) existe um conjunto de causas (meios) que podem ter influenciado. Observando a importância da separação das causas de seus efeitos no gerenciamento e como temos a tendência de confundi-los, os japoneses criaram o diagrama de causa e efeito.” (CAMPOS, 2004, p.19). Nesse sentido, Lima (2006) reitera que o PDCA é uma ferramenta a ser aplicada de forma sistemática para se corrigir uma situação insatisfatória ou para se atingir um objetivo de melhoria, de forma que estas situações sejam identificadas, eliminadas ou melhoradas, através de etapas pré-determinadas, baseado no ciclo 29 PDCA de melhorias. Filho (2007) ressalta que a aplicação deste ciclo torna-se importante, pois leva a raiz do sistema de qualidade. Trazendo para a prática um método simples que pode ser aplicado em qualquer processo da organização, proporcionando a melhoria contínua. Schmitt (2013) ressalta que na aplicação do PDCA várias ferramentas podem ser utilizadas neste processo: Análise ou Gráfico de Pareto, listas de verificação, 5W2H, diagrama de causa e efeito (ou Diagrama de Ishikawa), gráficos, diagrama de dispersão, fluxogramas, Brainstorming, diagrama de afinidade, 5 porquês, entre outras. O uso das ferramentas nessas atividades tem o objetivo de facilitar a execução das funções, além de dar agilidade e evitar desperdiçadores de tempo, logo nota-se que as mesmas exercem o papel de instrumentos para coleta, a disposição e o processamento das informações necessárias à melhoria dos resultados dos processos (WERKEMA, 2006). 2.4 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Lucinda (2010) aponta que a crescente complexidade das atividades organizacionais trouxe como consequência o aumento do grau de dificuldade em solucionar os problemas. Atualmente os problemas exigem uma intervenção multidisciplinar para a sua solução, ou seja, ainda que apenas uma pessoa possua habilidades e conhecimento, essa mesma não conseguirá resolver problemas organizacionais complexos, gerando a necessidade do trabalho em equipe. Sob esta ótica, as ferramentas da qualidade entram em cena para potencializar as habilidades e competências das equipes de trabalho, disponibilizando metodologias e técnicas para a identificação de possíveis causas e a descoberta de soluções para os problemas organizacionais. Ferramentas da qualidade são todos os processos empregados na obtenção de melhorias e resultados positivos, permitindo-se com isso uma melhor exploração de seus produtos no mercado competitivo (GODOY, 2009). Segundo Vergueiro (2002), muitas das ferramentas constituem-se em instrumentos gráficos que buscam deixar evidente a questão que se pretende analisar e ou solucionar; outras representam técnicas para o enfoque do problema. Lins (1993) citado por Silva e Flores (2011) afirma que existem dois tipos de ferramentas da qualidade, 30 básicas e complementares, sendo as básicas instrumentos para auxiliar o profissional na análise do problema e as complementares são as que servem como suporte a utilização das básicas. Para Miguel (2006), as ferramentas da Qualidade são frequentemente usadas como suporte ao desenvolvimento da qualidade ou ao apoio à decisão na análise de determinado problema, Freitas (2012) complementa afirmando que o grande potencial delas, está quando são combinadas e utilizadas para a identificação da causa raiz dos problemas e para a solução destas. As ferramentas da qualidade também podem ser divididas em estratégicas (administrativas), que são aquelas compostas por instrumentos para gerar ideias, classificar fenômenos ou dados, estabelecer prioridades, investigar causas e compreender os diferentes processos envolvidos na produção ou serviço, e em estatísticas (quantitativas), que seriam as ferramentas utilizadas para medir o desempenho expondo dados de diferentes maneiras a fim de buscar evidências para a tomada de decisão direcionada para a melhoria da qualidade e solução de problemas Para elucidar essa situação, Lucinda (2010) aponta quatro razões pelas quais se faz o uso das ferramentas da qualidade: Facilitar o entendimento do problema; Proporcionar um método eficaz de abordagem; Disciplinar o trabalho e aumentar a produtividade. E de acordo com Carpinetti (2010) seu objetivo principal é auxiliar o processo de melhoria contínua, ou seja, identificação de um problema, identificação das causas fundamentais desse problema, análise da situação visando a eliminação ou minimização dessa causa fundamental, implementação e verificação dos resultados. 2.4.1 Gráficos de Controle Werkema (2006) define gráficos de controle como ferramentas para o monitoramento e controle das variabilidades de determinado processo, além de serem capazes de avaliar a estabilidade de um processo. De acordo com Hosken (2005), o Gráfico de Controle “Sintetiza um amplo conjunto de dados, usando métodos estatísticos para observar as mudanças dentro do processo, baseado em dados de amostragem” (Figura 2). 31 Figura 2 - Exemplo de gráfico de controle Fonte: Hosken (2005) É importante ressaltar que o gráfico de controle avalia o fluxo do processo em andamento, e se o mesmo está de acordo com os limites preestabelecidos, para assim identificar com precisão a causa do problema sem eliminá-la, de modo que os limites de controle observados não significam, necessariamente, que o bem ou serviço em elaboração atenda as expectativas planejadas. Significa apenas que o processo é consistente, mesmo que seja consistentemente ruim (MARSHAL, 2006). Outro ponto importante do Gráfico de Controle, é que ele pode relacionarse com outras ferramentas: Diagrama de causa e efeito com o levantamento das possíveis causas e a descrição dos problemas; Brainstorming com o conjunto de idéias criado pelos funcionários; a lista de verificação com uma planilha para coleta de dados; e a Histograma que é representa em forma de gráfico a distribuição de frequência de um processo. 2.4.2 Gráfico de Pareto O Diagrama (ou gráfico) de Pareto foi desenvolvido no final do século XIX por Vilfredo Pareto um economista italiano que realizou estudos e desenvolveu métodos para descrever a distribuição desigual de riquezas. Ficando a sua descrição conhecida como princípio de Pareto ao subestimar que algumas coisas 32 são mais relevantes que as outras, baseando-se nesse princípio, o Gráfico de Pareto serve para apontar quantitativamente as causas mais significativas, em sua ordem decrescente, identificadas a partir da estratificação (SILVA apud PINTO 2009). Segundo Batalha et al. (2008) tempo depois o diagrama de Pareto foi observado por Juran, que o adaptou para os problemas de qualidade (reclamações de clientes, itens defeituosos, falhas nas máquinas, perda de produtividade, entregas fora do prazo e outros) onde eram divididos em classes conforme a sua relevância ou “poucos vitais” e "muitos triviais”, buscando provar que grande parte dos problemas são provenientes de pequenas causas, sendo que se essas causas fossem identificadas e corrigidas seria possível eliminar defeitos ou falhas. Essa observação de Juran ficou conhecida também como “regra 80-20”, ou seja, segundo essa regra, 80% dos defeitos relacionam-se a 20% das causas potenciais. O gráfico de Pareto é um diagrama que apresenta os itens e a classe na ordem dos números de ocorrências, apresentando a soma total acumulada (Figura 3). Permitindo a visualização de diversos problemas e auxiliando na determinação da sua prioridade, dispondo a informação de forma a tornar evidente e visual a priorização de temas, a informação assim disposta também permite o estabelecimento de metas numéricas viáveis de serem alcançadas (WERKEMA, 2006). Essa ferramenta é útil para identificar e priorizar os problemas mais graves nas organizações. Ele é formado por um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências da maior para a menor, priorizando os problemas mais graves (CARPINETTI, 2010). 33 Figura 3 - Exemplo de gráfico de Pareto Fonte: Adaptação de WERKEMA, 2006. Pode observar que o gráfico é representado por barras dispostas em ordem decrescente, onde o lado esquerdo do diagrama mostra a frequência absoluta, enquanto ao lado direito mostra a frequência acumulada, sendo que cada barra representa uma causa mostrando o grau de importância da causa com a contribuição de cada uma em relação à total. Este diagrama é uma das ferramentas mais eficientes para encontrar problemas, tendo em vista que descreve as causas que ocorrem na natureza e no comportamento humano, podendo ser uma poderosa ferramenta para focalizar esforços pessoais em problemas e tendo maior potencial de retorno (VASCONCELOS, 2009). 2.4.3 Estratificação Segundo Werkema (2006), a estratificação de gráficos de Pareto possibilita identificar se a causa do problema considerado é comum ao processo como um todo ou se existem causas específicas associadas a diferentes fatores que compõem o processo. Basicamente, a Estratificação consiste na divisão de um 34 grupo em diversos subgrupos com base em fatores apropriados, os quais são conhecidos como fatores de estratificação. Na Figura 4 é ilustrada a representação de um modelo de estratificação. Figura 4 - Representação gráfica de um modelo de estratificação Fonte: Mariani (2005) Dessa forma, nota-se que a estratificação é uma técnica utilizada para subdividir ou estratificar o problema em estudo em partes menores, facilitando sua investigação e análise para posterior busca de solução, não havendo um único modelo padrão, tendo por objetivo é especificar ou quebrar em partes o problema segundo suas origens. 2.4.4 Histograma Para Cooper e Schindler apud Daniel e Murback (2013), o Histograma é uma solução convencional para apresentar dados de intervalo e de razão. O histograma é desenvolvido em forma de gráfico de barras, o qual mostra a variação sobre uma faixa específica, possibilitando expor e conhecer as características de um processo envolvendo a medição dos dados além de permitir ter uma visão geral da variação desse conjunto de dados. Segundo Magri (2009) o histograma também é um gráfico de barras que mostra a distribuição de dados por categorias, representando uma distribuição de frequência, onde as frequências são agrupadas na forma de classes, nas quais é possível observar a tendência central dos valores e da variabilidade (Figura 5). 35 Figura 5 - Exemplo de gráfico de histograma do peso Fonte: Unicamp (2012) Segundo Chamon (2008) a interpretação de um histograma levará em consideração a forma de distribuição e a relação entre a distribuição e as especificações, de modo que a relação entre distribuição e especificações permite dizer se o produto está fora da especificação, se ele atende as especificações e ainda como a média está centralizada em relação aos limites de especificação. A partir desta análise será possível dizer se o processo está dentro do padrão especificado, se há necessidade de melhorias, e se a sua capacidade de atender a especificação, além de identificar se a causa da não conformidade está relacionada à média ou a dispersão. Para Carpinetti (2010), a comparação de dados resultantes de um processo, feita pelo histograma, é capaz de responder três questões quanto ao estudo desempenho de um processo: Se o processo é capaz de atender as especificações; Se a média da distribuição das medidas da característica da qualidade está próxima do centro da faixa de especificação (valor nominal) e se é necessário adotar alguma medida para reduzir a variabilidade do processo. 2.4.5 Diagrama de Causa e Efeito Criado por Ishikawa e conhecido também como espinha-de-peixe, O Diagrama de Causa e Efeito representa graficamente as possíveis causas que levam a um efeito, defeito ou falha. Este diagrama permite estruturar 36 hierarquicamente as causas de um determinado problema e a partir disso relacionar com o seu efeito. (Slack; Chambers; Johnson, 2006). Para Werkema (2006) o diagrama causa e efeito, é utilizado para auxiliar na identificação das causas raízes, através da relação entre o processo (efeito) e os fatores (causas) do processo através de uma representação gráfica. De forma que tal representação gráfica facilitará o entendimento e o alcance de uma solução para o problema, apontando as várias influencias que comprometem o processo, tornando possível a análise sistêmica do conjunto e não apenas do problema em si, podendo assim ocorrer uma distribuição nas ações e priorizar os esforços na solução (MAGRI, 2009). Colenghi (2007) aponta um roteiro para construção de um Diagrama de Causa e Efeito, onde é utilizado um desenho em forma de “espinha-de-peixe”, esse se inicia pela definição do problema, em seguida a apresentação das causas (normalmente conhecidas como 6 M’s: Material, Mão-de-Obra, Meio Ambiente, Máquina, Método e Medida) que geraram o mesmo. Em seguida a identificação das causas, as mesmas são repassadas para o diagrama. A partir daí a construção do diagrama segue alguns passos, o “efeito” (que deverá ser anotado à direita e traçando, à esquerda), uma larga seta (apontando para o efeito), e em seguida, descrevem-se as ramificações, que são os fatores detalhados que podem ser considerados como causas secundárias. Outros fatores mais particularizados serão, por sua vez, descritos em ramificações menores e assim por diante (ver Figura 6). Figura 6 - Exemplo de diagrama de causa e efeito Fonte: Adaptação de Werkema (2006) 37 Seguindo os passos mencionados, observa- se que essa ferramenta da qualidade nos proporciona uma representação gráfica organizada de forma lógica, e em ordem de importância, as causas potenciais que contribuem para um efeito ou problema determinado. Basicamente, o resultado do diagrama é fruto de um brainstorming (tempestade de ideias), ou seja, pensamentos e ideias que cada membro de um grupo de discussão expõe sem restrições e democraticamente. Sendo o diagrama, o elemento de registro e representação de dados e informação (MIGUEL, 2006). 2.4.6 Brainstorming Brainstorming é uma dinâmica de grupo em que as pessoas, de forma organizada e com oportunidades iguais, fazem um grande esforço para opinar sobre determinado assunto (GODOY, 1998). Leite (2013) define Brainstorming (tempestade de ideias) como uma ferramenta para geração de novas idéias, conceitos e soluções para qualquer assunto ou tópico num ambiente livre de críticas e de restrições à imaginação. Segundo Carpinetti (2010), o Brainstorming tem o objetivo de auxiliar um grupo de pessoas a produzir o máximo possível de ideias em um curto período de tempo, e Magri (2009) complementa dizendo que o propósito dessa ferramenta é lançar ideias e detalhá-las sem inibições, onde se busca a diversidade de opiniões, contribuindo para o desenvolvimento das equipes. 2.4.7 Diagrama de Dispersão O diagrama de dispersão, normalmente é utilizado para identificar a correlação e estabelecer associação entre dois fatores ou parâmetros, entretanto Slack (2006) afirmam que o diagrama de dispersão apenas permite identificar a relação entre as variações, e não necessariamente a existência de um relacionamento de causa-efeito, para ilustrar ver o exemplo da Figura 7. 38 Figura 7 - Exemplo de diagrama de dispersão Fonte: Berbert, 2012 Cooper e Shindler (2003) afirmam que os diagramas de dispersão são essenciais para compreender as relações entre as variações, pois fornecem um meio para a inspeção visual dos dados que uma lista de valores para as variáveis não pode fornecer. Já que em um diagrama são transmitidas as direções e as formas de relações entre as variáveis. 2.4.8 Correlação Linear Essa medida expressa o nível ou a força do relacionamento entre duas variáveis, geralmente expressada com r (Coeficiente de correlação) tendo seu valor calculado entre -1 e +1 (RENDER, 2010), onde: r = -1 indica correlação linear negativa perfeita. Os pontos (x, y) estão sobre uma reta com coeficiente angular negativo; r = 0 os pontos não estão correlacionados nem apresentam tendência crescente ou decrescente; 39 r = 1 indica correlação linear positiva perfeita. Os pontos (x, y) estão sobre uma reta com coeficiente angular positivo. A elaboração do diagrama de dispersão, com o objetivo de observar de forma mais eficaz a natureza do relacionamento existente entre as duas variáveis, comumente há um interesse em conhecer a intensidade da relação linear entre estas variáveis em termos quantitativos. (WERKEMA, 2006). 2.4.9 Regressão Linear A Regressão Linear Simples é uma técnica utilizada com o propósito de determinar modelos a partir de amostras, para deduções de valores futuros. É denominada linear, devido ao modelo apresentar uma variável dependente com uma variação, que pode crescer ou decrescer em relação a uma taxa constante e simples, por estar na dependência de apenas uma variável (ARAUJO, 2009). O cálculo da Regressão Linear gera o coeficiente de determinação da amostra (R²), o qual determina o grau de ajustamento da reta de regressão aos dados em observação através de uma equação (1), demostrando a proporção da variação total da variável dependente (y) explicada pela variação da variável independente (x), onde β0 é o intercepto ou termo independente, os βn são os coeficientes dos preditores e os Xn, as variáveis dependentes ou preditores (CORRAR; THEÓPHILO, 2004). Y = β0 + β1X1 + β2X2 + ... + βnXn (1) A estatística de teste é estabelecida de forma que, caso a hipótese nula seja verdadeira, a estatística de teste será uma variável aleatória derivada de uma distribuição conhecida. Após analisar a estatística de teste, deve-se questionar se é possível aceitar que este valor da estatística de teste provenha da distribuição. Se constatarmos que tal valor é inaceitável, responde-se que a hipótese deve ser rejeitada. A hipótese que desejamos testar é chamada hipótese nula (ou H0), e a hipótese que afirma que a hipótese nula é falsa é chamada hipótese alternativa. (DOWNING & CLARK, 2011). 40 Segundo Larson & Farber (2010), o teste de hipótese pode ser usado para verificar se o coeficiente de correlação da amostra gera evidências suficientes para determinar se o coeficiente de uma população é relevante. Se a hipótese nula for rejeitada, pode-se dizer com um elevado grau de certeza que ela não é verdadeira. Geralmente, costuma-se planejar o teste com a probabilidade de 5% de rejeitarmos a hipótese quando ela é verdadeira. Entretanto, caso decida-se aceitar a hipótese, isto não significa que ela seja verdadeira, mas sim, que não há evidência suficiente para rejeitá-la (LARSON & FARBER, 2010). Após feito um teste de hipóteses, gera-se o valor p, que representa a probabilidade de obter-se uma amostra, no mínimo, tão extrema quanto a amostra dada (supondo-se verdadeira a hipótese nula). Caso o valor p seja muito pequeno se tornando menor do que o nível de significância (5%), então deve-se rejeitar a hipótese nula, ou seja, um valor menor de p aumenta sua confiança em favor da rejeição (DOWNING & CLARK, 2011). Análise de variância (ANOVA) é uma análise estatística utilizada para determinar se as amostras de dois ou mais grupos surgem de populações com médias iguais. A análise de variância aplica uma medida dependente, de modo que a análise multivariada de variância compara amostras com base em duas ou mais variáveis dependentes. (HAIR et. al, 1998). A estatística F na análise de regressão, é uma estatística que testa a hipótese nula de que não há relacionamento entre as variáveis independentes e a variável dependente. (DOWNING & CLARK, 2011). A estatística F da ANOVA F = variação (entre médias amostrais) / variação (entre indivíduos dentro das amostras). As medidas de variação no numerador e denominador de F são chamadas de médias quadráticas, que são uma forma mais geral de uma variância amostral. Uma variância amostral usual corresponde a uma média dos desvios quadráticos das observações a partir de suas médias, logo se qualifica de “média quadrática”. Nesse contexto, A estatística F testa a hipótese nula de que todas as populações têm a mesma média (LARSON & FARBER, 2010). Ao iniciar-se a analise de variância com um fator, deve-se determinar uma hipótese alternativa e uma nula. Em teste de ANOVA com um fator, as hipóteses nulas e alternativas geralmente são semelhantes as com são apresentadas a seguir: 41 H0=µ1=µ2=µ3.....=µk (todas as médias populacionais são iguais) H1= Pelo menos uma das médias é diferente das demais. Ao rejeitar-se a hipótese nula em uma analise de variância, deve-se concluir que, no mínimo, uma das médias é diferente das demais. Sem fazer nenhuma outra analise estatística, não consegue-se determinar qual média é diferente (LARSON & FARBER, 2010). 2.4.10 Folha de Verificação Definido o plano de ação (5W e 2H), e implantadas as medidas, o próximo passo é monitorar o processo, registrando dados (coletando informações) na folha de verificação (Figura 8). Seu formato é livre, devendo, porém ser simples, de fácil manuseio e compreensão, sendo capaz de comparar o efetivo e planejado. Esta ferramenta, além de favorecer o monitoramento, auxilia a avaliar a eficácia das ações corretivas adotadas (MARIANI, 2005). Figura 8 - Exemplo de folha de verificação Fonte: Mariani (2005) 2.5 PLANO DE AÇÃO (5W1H) É um documento de forma organizada que identifica as ações e as responsabilidades de quem irá executar, através de um questionamento, capaz de orientar as diversas ações que deverão ser implementadas, tendo de se estabelecido sempre que se determina uma possibilidade de melhoria para o futuro 42 com relação ao produto e/ou processo, sendo a metodologia 5W1H uma das ferramentas indicadas para tal finalidade (WERKEMA, 2006). A ferramenta 5W1H basicamente consiste em determinar as etapas e os responsáveis pelo processo de melhoria, segundo definição de Melo (2001) assim: 5W What (O Que)? – O que será feito (projeto, fases, etapas, atividades). Who (Quem)? – Quem fará? (papéis, responsáveis, áreas). Where (Onde)? – Onde será feito? (logisticamente, fisicamente, setor, área, processo). When (Quando)? – Quando será feito? (tempos e prazos, datas, inicio e fim). Why (Por que)? – Por que será feito? (Justificativas ou necessidades) 1H How (Como)? – Como será feito? (meios, procedimentos, técnicas, instruções). O método não é revolucionário, mas sim uma reorganização concisa de perguntas que devem ser feitas em qualquer processo, além disso, O método 5W2H é usado com sucesso no melhoramento da produtividade em um ambiente de manufatura (Ackerman, 2004). Segundo Tillmann (2006) o uso dessa ferramenta pode ocorrer em três fases da solução de problemas: Na ação, onde há uma pesquisa relacionada a um problema ou processo, onde se busca aumentar o nível de informação e conhecimento, para encontrar de forma mais veloz onde se encontra a falha; No plano de ação, ainda na montagem do plano de ação busca-se eliminar um problema descrevendo o que deve ser realizado e na Padronização, onde os procedimentos que devem ser seguidos como modelo, e serão padronizados para impedir que o problema reapareça. 43 3 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA A Agroindústria estudada neste trabalho é uma Agroindústria empresarial de dendê, localizada no nordeste paraense, que começou sua produção no final dos anos 80 quando uma colônia japonesa da região optou pelo plantio do dendê ao invés da pimenta do reino, tendo suas primeiras colheitas entre 1989 e 1991. A usina da Agroindústria entrou em funcionamento em julho de 1991, tendo sua capacidade inicial de processamento de 6 tons./cachos/hora, ampliada para 12 tons em 1994, para 15 tons. em 2001 e atualmente 30 tons./cachos/hora, segundo o site da própria empresa. Sua unidade de produção está estrategicamente localizada, uma vez que, esta produção está concentrada na mesorregião do nordeste paraense, que é responsável por 93% da quantidade do óleo de palma do Pará (IBGE, 2012), além disso agroindústria em estudo, possui 4.000 hectares de área plantada, que correspondem a 50% dos frutos processados, sendo os outros 50% provenientes de produtores locais. 3.1 LINHA DE PRODUTOS Com o beneficiamento do dendê, obtêm-se dois principais produtos: o óleo de dendê e o de palmiste. O óleo é extraído do fruto da palmeira (polpa e semente), da polpa do mesocarpo retira-se o óleo de palma ou dendê (conhecido no internacionalmente como palm oil), o produto mais importante comercialmente, pois possui alta produtividade e bom valor econômico. Sua composição possui proporções semelhantes de ácidos graxos saturados: palmítico (44%) e esteárico (5%) e de ácidos graxos não saturados: oléico (40%) e linoléico (10%) (VASCONCELOS, 2010). Já da semente (amêndoa ou caroço) ,é extraído da amêndoa (endocarpo) o óleo de palmiste, empregado na fabricação de sabonetes, detergentes, pomadas, entre outros, e sendo conhecido no mercado internacional como palm kernel oil ou PKO (SEAGRI, 2014). A partir do processo de extração do óleo de palmiste, é gerado um resíduo sólido também conhecido como torta de palmiste, que é amplamente utilizado na alimentação animal. 44 3.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO O processo produtivo da empresa gera três produtos, o óleo de palma, o óleo de palmiste e torta de palmiste. Nesta descrição, é mostrado apenas o processo com relação à produção do óleo de palma (Figura 9). Figura 9 - Fluxograma do processo de extração do óleo de palma Fonte: Autor (2014) O processo inicia-se coma entrada do cacho de fruto fresco (CFF) na rampa de abastecimento, onde é realizada a primeira inspeção do processo, ocorrendo a classificação dos mesmos, conforme a sua maturação e tamanho, sendo classificados em fruto maduro amarelo, maduro laranja, duro amarelo, duro laranja, verde, passado, fruto pequeno ou talo cumprido. Após a classificação, o CFF é despejado em vagonetes que seguem para o processo de Esterilização, onde o mesmo será submetido a pressão e temperatura e tempo controlados. Esse processo tem a função de facilitar a retirada do fruto do cacho. Após a esterilização o cacho segue, através de um redley, para o 45 debulhador, onde ocorre o processo de desfrutificação do cacho. No processo de Debulhamento já é gerado o primeiro subproduto do processo, o cacho vazio, que volta para o campo, sendo utilizado como adubo para os próximos plantios. Após a separação do cacho, o fruto segue para o digestor, onde o mesmo será submetido a uma pressão, com o objetivo de facilitar o processo de prensagem, rompendo as células do fruto que contém o óleo e soltando o mesocarpo da noz. Com as células rompidas, o fruto é submetido a um processo de Prensagem, onde ocorre a retirada do óleo de palma bruto, gerando também outros subprodutos, a fibra (utilizada para alimentar a caldeira) e a noz (de onde será retirado no óleo de palmiste). Posteriormente a prensa, o óleo de palma bruto é direcionado para o misturador, onde será introduzido vapor e ar comprimido para homogeneizá-lo. Após essa fase, o óleo de palma bruto segue para o processo de decantação, onde será separado em três fases: fase óleo, fase água e borra. A fase óleo é o chamado óleo de palma clarificado (CPO), que segue para o tanque de armazenagem para ser comercializado. 46 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS São apresentados neste capítulo, todas etapas referentes a metodologia utilizada para elaboração do trabalho, tanto do ponto de vista teórico quanto prático. 4.1 TIPO E DELINEAMENTO DA PESQUISA O trabalho caracteriza-se por ser uma pesquisa aplicada, que de acordo com Cervo e Bervian (1996) “busca soluções para problemas concretos”. A “característica fundamental está no interesse pela aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos” (GIL, 1999). A pesquisa pode ser classificada também como exploratória, uma vez que o objetivo da proposta é a análise e posterior melhoria de um processo existente, tendo o pesquisador contato com as áreas envolvidas, de modo a colher dados e elaborar a proposta base para o trabalho. Gil (2010) esclarece que este tipo de pesquisa envolve na maioria das vezes um levantamento bibliográfico e análise de exemplos que estimulem a compreensão acerca do problema. 4.2 EXECUÇÃO DO PROJETO O trabalho teve duração de 9 meses, no período de março a novembro de 2014, sendo executado em tarefas, que seguem os objetivos específicos do projeto, sendo definidas como: Análise de dados para identificação do problema. Observação das variáveis que poderiam ser as causas do problema. Observação das variáveis para determinar a possível correlação entre causa e efeitos. Determinar um plano de ação para melhoria do problema. As tarefas supracitadas estão alinhadas com a etapa “P” (Plan) do ciclo PDCA de melhorias: Identificação do problema; Observação; Análise do Processo e Plano de Ação. 47 Na identificação do problema, foi definido com clareza o problema e reconhecida a sua importância, através da quantificação das perdas no setor de debulhamento, esses dados foram plotados em um gráfico. Na fase de observação, as características específicas do problema foram investigadas com uma visão sistêmica, por meio de gráficos que representavam a variação e quantificação das perdas. Depois de levantados os dados e feita observação das características dos mesmos, iniciou na fase de análise dos dados, para buscar as causas fundamentais do problema, onde foi utilizado um diagrama de causa e efeito para definir as principais causas do problemas, que foram: a qualidade dos fruto que são processados e o tempo de operação do esterilizador. Esse diagrama foi gerado a partir de um brainstorming com a equipe do controle de qualidade da empresa, servindo de base para a coleta de dados para análise estatística, nas quais foram realizadas avaliações como Correlação Linear, Regressão Múltipla, Teste de hipótese e Analise de Variância (ANOVA). Como resultado da etapa “P” do Ciclo PDCA, foi gerado um plano de ação subsidiado pelas etapas anteriores já citadas. Este plano de ação, tem por objetivo bloquear as causas fundamentais dos problemas que foram determinados na fase de análise de dados. 4.3 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS Para a fase de identificação do problema, foram utilizados instrumentos de coleta de dados: entrevistas com os responsáveis pela empresa, bem como com os funcionários operacionais para conhecimento de etapa produtiva do debulhamento dos cachos do dendê, entre outras informações que foram pertinentes ao objetivo do projeto, além de pesquisa documental sobre o assunto, também foi levantado o histórico de perdas no setor, gerado através das planilhas de inspeção do processo. Para a fase de observação, foram levantados dados sobre os aspectos produtivos. Além de dados relacionados ao histórico da fase do debulhamento, para a identificação da quantidade de cachos que não cumpriam a meta especificada pela empresa, e a frequência em que essa situação ocorre, onde também foram utilizadas as planilhas de inspeção. 48 Na fase de análise, foram feitas reuniões com a equipe de controle de qualidade e, como resultados dessas reuniões, foi gerado um digrama de causa e efeito, que apontou as duas prováveis causas do problema, a Qualidade dos frutos e o Tempo de operação do esterilizador. Os dados referentes à qualidade dos frutos foram obtidos por meio de listas verificações, realizadas quando há entrada de carregamento de frutos na empresa. já os dados de tempo de operação do esterilizador foram obtidos pormeio dos relatórios diários de operação da fábrica. Os sujeitos da pesquisa foram a equipe de controle de qualidade da empresa, que atuam com responsáveis pelos parâmetros de qualidade. 4.4 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS O estudo foi desenvolvido por meio da elaboração de uma análise das não conformidades do cacho vazio (um dos outputs do processo do óleo de palma), juntamente com suas causas e frequências, a partir das ferramentas da qualidade, com a finalidade de buscar a raiz dos problemas e elaborar propostas de melhoria para a solução dos problemas identificados. Dessa forma, os dados foram organizados em gráficos, quadros e tabelas que permitiram a análise das deficiências e das oportunidades de melhoria identificadas. Para a análise de dados históricos, como quantidades de itens fora meta ao longo dos últimos anos, foi utilizado um gráfico. Para melhor observação do comportamento das variáveis estudadas usou-se o diagrama de dispersão e como ferramenta para determinar as possíveis causas do problema, foi aplicado o diagrama de Ishikawa. A partir dessas e outras ferramentas, foram relacionados os resultados alcançados com o objetivo geral e com os questionamentos que foram levantados no desenvolvimento do trabalho. 49 5 RESULTADOS Neste capítulo são apresentados os resultados do trabalho, que são distribuídos conforme as etapas do MASP, sendo divididos em Identificação do Problema, Observação, Análise e Plano de Ação. Fases essas que correspondem a etapa P do Ciclo PDCA. 5.1 IDENTIFICACÃO DO PROBLEMA A empresa possui relatórios que apresentam quantidade de frutos que permanecem no cacho após a fase de debulhamento. Esses relatórios são disponibilizados diariamente para o conhecimento da Diretoria da empresa e chefia industrial. Baseado neste histórico, tomou-se a decisão de implementar um plano e acompanhar o setor de Debulhamento dos cachos, uma vez que em todos os meses verificados, existiriam itens fora da meta. Para se ter uma visão ampla do setor, foi necessário fazer um levantamento das perdas totais, com a intenção de verificar em quais meses a quantidade de frutos que permaneceu no cacho ultrapassou a meta da empresa (0,2%). Esse levantamento baseadou-se nos dados do período entre Janeiro de 2011 até Julho de 2014, sendo o equivalente a 43 meses. . Gráfico 1- Perdas do processo no setor de debulhamento Fonte: Autores (2014) 50 Diante do Gráfico 1 ficou evidente que em vários períodos, as perdas estão acima da meta da empresa. Pode-se observar também que há uma sazonalidade quanto aos aumentos de frutos aderidos, apresentando períodos de pico durante a safra da Palma de Óleo (Setembro a Fevereiro). A partir desse resultado foi definido que o objetivo escolhido foi estudo do setor de debulhamento, pois neste setor há perdas fora do limite tolerável pela empresa. 5.2 OBSERVAÇÃO Com a análise dos dados disponibilizados pela empresa, obteve-se que, em média 31% dos dias do mês, não atendem à expectativa da empresa, com relação às perdas de frutos no cacho vazio. Estes frutos são coletados após a fase de Debulhamento, onde são retirados os que permanecem aderidos ao cacho vazio. Após esta coleta, é feita a relação, em porcentagem, de quanto esses frutos que permaneceram aderidos representam em relação ao peso médio de um cacho de dendê (16 Quilogramas). A meta da empresa é que essa porcentagem seja 0,2%, ou seja, o cacho após o debulhamento deve conter no máximo 32g. Porém, no período de safra isso dificilmente vinha ocorrendo, como pode ser visto nos Gráficos 2,3 e 4, que apresentam dados das safras 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014. Gráfico 2 – Percentual de frutos aderidos aos cachos após o debulhamento (safra 2011/2012) Fonte: Autores (2014) 51 Gráfico 3 - Percentual de frutos aderidos aos cachos após o debulhamento (safra 2012/2013) Fonte: Autores (2014) Gráfico 4 - Percentual de frutos aderidos aos cachos após o debulhamento (safra 2013/2014) Fonte: Autores (2014) A partir do levantamento, foi feita a mensuração das perdas efetivas do processo de debulhamento, ou seja, as porcentagens foram convertidas em valores absolutos de frutos que não eram retirados do cacho vazio. Esses valores corresponderam, nas três ultimas safras, a 893,74 toneladas de frutos. Com isso a empresa deixou de produzir 187,7 toneladas de óleo de palma, o que representou R$ 375.370,00 a menos no faturamento da empresa. Quanto ao período de entressafra dos anos de 2012 e 2013, a quantidade da perda de frutos foi de 191,2 52 toneladas, o que equivale a aproximadamente 40 toneladas de óleo de palma, o que representando cerca de R$ 80.000,00 a menos no faturamento da empresa. Chama a atenção o período da Safra 2011/2012, onde a média de cachos fora da meta foi de 54%, sendo que a média mensal entre o mês de janeiro de 2011 e o mês de julho de 2014 foi de 31%. Além disso, essa safra foi responsável por 467,8 toneladas de frutos perdidos, cerca de 52% das perdas em cachos de óleo de palma, considerando os períodos de safras dos últimos 3 anos, o que representa aproximadamente R$ 196.000,00. Por motivo de ajustes que foram feitos no Debulhador, além da troca do mesmo no período, todos os dados do ano de 2011 e os meses de janeiro e fevereiro do ano de 2012 (período que corresponde ainda a safra de 2011/2012) foram desconsiderados, uma vez que não representam o padrão dos outros meses (incluindo safra e entressafra). O padrão notado nas outras safras e entressafras apontou que as quantidades de cachos fora da meta têm seus picos entre os meses de setembro e outubro (período em que se inicia a safra), tendo quedas no mês de novembro e outro aumento no mês de dezembro. 5.3 ANÁLISE Após identificado o problema a ser estudado, foi realizado Brainstorming com a equipe de controle de qualidade da empresa foco do estudo, a fim de definir as causas prováveis para o problema. A partir destas reuniões, foi elaborado um digrama de Ishikawa, para melhor organização das possíveis causas, que seguem na Figura 10. 53 Figura 10 - Diagrama de Ishikawa das possíveis causas do problema Fonte: Autores (2014) Depois de feito o diagrama, foram apontadas pela equipe de qualidade, as duas principais causas prováveis para o problema. A saber : Redução do tempo de operação do esterilizador e qualidade do fruto. Após de identificadas as possíveis causas dos problemas, foram levantados dados acerca dos mesmos, sendo no primeiro momento, quantificadas as entradas de frutos na empresa e segmentados em frutos maduros, duros, verdes e pequenos. Os frutos maduros são frutos ideais para o processo, pois rendem maior quantidade de óleo e se desprendem melhor do cacho, já os demais frutos representam menores quantidades de óleo e maior dificuldade de debulhação. Os dados levantados foram plotados em um gráfico onde foram determinadas as porcentagens de cada tipo de fruto que entrou na empresa, no período de janeiro de 2014 a abril de 2014, tais informações podem ser observadas no Gráfico 5. 54 Gráfico 5 - Proporção da qualidade dos frutos que entram na empresa Fonte: Autores (2014) No Gráfico 5 acima é mostrada a proporção entre os frutos, onde para melhor eficiência do processo deveria apresentar diferença maior entre frutos maduros e o restantes tipos de frutos, essa diferença é de somente 2%, sendo que 51% corresponde aos frutos maduros e 49% ao restante dos frutos, ou seja, dos frutos que entram na empresa, apenas metade são de frutos ideais para o processo. No segundo momento, foram coletados dados referentes ao tempo de operação do esterilizador, que tem como finalidade inativar enzimas que provocam acidez e facilitar o desprendimento dos frutos dos cachos. No esterilizador, os cachos passam por tratamento térmico, onde são cozidos sob pressão de 3 kg/cm2, por aproximadamente 80 minutos, a uma temperatura de, mais ou menos,135ºC. A presunção é de que quanto mais tempo for reservado para o cozimento dos cachos, mais fácil será para o desprendimento dos frutos. A partir de levantadas as principais causas, partiu-se para uma análise estatística dos dados, esta análise foi feita baseada em dados já coletados na empresa, referentes ao período de março de 2012 a abril de 2014 (valores referentes ao período da safra 2011/2012 foram desconsiderados), visando obter-se um horizonte de tempo confiável para estudo. 55 Para a observação dados foi necessário a utilização de ferramentas estatísticas ,para validação da análise dos dados que este trabalho se propôs a fazer. Foi utilizada a correlação linear para medir a relação entre as perdas e qualidade dos frutos (Gráfico 6) e, perdas e tempo de operação do esterilizador (Gráfico 7), onde o coeficiente de correlação (r) para perdas e qualidade dos frutos foi de 0,75 (indicando assim um forte correlação positiva) e para perdas e tempo de operação do esterilizador foi de -0,07 (indicando uma fraca correlação negativa). Entretanto, na análise de regressão linear, o fator de explicação (R²) não apontou um bom resultado, o que é perfeitamente aceitável, pois estão sendo trabalhado dados reais, onde vários fatores influenciam no problema. Gráfico 6 - Correlação entre perdas e qualidade dos frutos Fonte: Autores (2014) 56 Gráfico 7 - Correlação entre perdas e o tempo de operação do debulhador Fonte: Autores (2014) Além da já mencionada correlação simples, foi realizada também uma regressão múltipla com o tempo de operação do esterilizador e a qualidade dos frutos, em detrimento das perdas no setor de debulhamento. A Tabela 2 mostra os valores das perdas e das duas causas indicadas: Tempo de operação do esterilizador e qualidade dos frutos, trabalhados no Excel para a análise de regressão. Nesta análise, foram definidas duas hipóteses para teste: Hipótese nula (H0) - Não há relação, e a Hipótese alternativa (H1) - Há relação. Observando a Tabela 2, verifica-se que as causas trabalhadas conjuntamente na ANOVA influenciam o problema, pois o F de significância é inferior a 0,05, assim rejeita-se com um nível de confiança de 95% a Hipótese nula, ou seja, a qualidade e o tempo de operação, atuando em conjunto, exercem influência sobre o problema principal. Através do valor de P, que representa o nível de significância com a qual se aceita a hipótese nula do regressor, no modelo, como valor P < 0,05, rejeitase a hipótese nula do regressor ao nível de 5%, ou seja, quando o valor P possui um número inferior a 0,05 ele é significativo. Portanto, consta-se que, somente a qualidade dos frutos tem influência sobre as perdas, sendo apenas esta causa levada em consideração na elaboração do plano de ação. 57 Tabela 2 - Análise de regressão ANOVA Interseção ENTRADA T.OPERAÇÃO F de significação 0,0000397 valor-P 0,346695173 0,00000881 0,265538310 Autores (2014) 5.4 PLANO DE AÇÃO Com o resultado já finalizado, conclui-se, assim, as três primeiras fases do MASP (Identificação do problema, Observação e Análise) e chega-se a quarta etapa, o Plano de Ação, elaborado com objetivo de atingir especificamente as principais origens do problema da qualidade dos frutos que são processados na empresa. Quadro 2 - Plano de ação Plano de Ação Meta: Reduzir a entrada de frutos não maduros no processo produtivo. Item O que? Quando? Onde? Por que? Quem fará? Como? 1 Estabelecer um padrão de qualidade para os fornecedores quanto ao recebimento dos frutos 2 Definir metas de redução das entradas de frutos não maduros 6 meses C. de Qualidade 3 Promover capacitação de fornecedores 6 meses Setor Rural 4 5 1 mês Planejamento Acompanhamento do fornecedor na Mensalmente Setor Rural lavoura Controlar a entrada de frutos Diariamente Rampa de Recebimento através dos novos padrões Para exercer controle quanto a entradas dos frutos Para que seja reduzida gradativamente a entrada de frutos não maduros Para padronizar os frutos que entram na empresa no que diz respeito a maturação Verificar se o item 3 está tendo sucesso. Para exercer controle de qualidade Gerente Criando um quadro com as metas quanto a qualidade e divulgando para cada fornecedor Gerencia Industrial Alinhar com o planejamento da empresa Agrônomo da empresa Cursos, Manuais e Apostilas Agrônomo da empresa Visitas técnicas Colaboradores da Rampa Amostragem das cargas 58 Plano de Ação Meta: Reduzir a entrada de frutos não maduros no processo produtivo. Item O que? Quando? Onde? Por que? Quem fará? Como? 6 Estudar formas de penalizar fornecedores que ultrapassarem os índices propostos 1 mês Gerência Para conscientizar fornecedores quanto aos padrões de qualidade da empresa Alta Gerência Reunião com os fornecedores Fonte: Autores (2014) Como pode ser observado no Quadro 3, o item 1 corresponde a determinação do padrão de qualidade para entrada dos frutos, tendo em vista o melhor controle de entrada de frutos não maduros, optou-se por um medida a curto prazo (um mês), uma vez que este trabalho gera subsídios para o estabelecimento do padrão, e a implantação foi delegada ao setor de planejamento, pois é neste setor que são tomadas as decisões a nível operacional. O item 2 aborda uma medida para redução dos índices de frutos não maduros que entram no processo e, por se tratar de algo quem ocorre em consonância com o item 3, optou-se por adotar por um horizonte de tempo de médio prazo, sendo controle de qualidade será responsável por essa medida, uma vez que, é neste setor, que é feito o controle de entrada de frutos. Como as análises feitas apontaram para a qualidade dos frutos, o item 3 propõe a capacitação dos produtores que fornecem para a empresa foco do estudo. Com isso, a mesma poderá alinhar seus fornecedores, aos seus padrões de qualidade, e como há um número significativo de fornecedores, optou-se por um período de 6 meses para que haja a implementação desta medida. O setor responsável pela mesma será o setor rural, tendo em vista que, a organização está dividida em dois segmentos, Rural e Industrial, pois é neste que se encontram os agrônomos e técnicos rurais capacitados para o treinamento. Após promover a capacitação dos fornecedores, a empresa deve acompanhar se as medidas que foram propostas estão sendo aplicadas, como propõe o item 4 do plano de ação. Este acompanhamento deverá ocorrer mensalmente para que haja melhor controle, e deve ser feito pelo setor rural empresa, onde há pessoal capacitado para esta medida. A empresa deverá controlar a entrada dos frutos como propõe o item 5, baseado no que será definido no item 1 e, como há entrada de frutos em 59 praticamente todos os dias este controle deverá ser diário, e deverá ser feito no local de recebimento, no caso a rampa de recebimento. A organização deverá adotar também penalidades, como propõe o item 6, para produtores que mesmo com a capacitação não atendam os novos padrões da empresa. Esta punição deverá ocorrer ao final do mês no qual o fornecedor entregou alguma carga abaixo dos padrões aceitáveis, e como a alta gerencia é responsável pela gestão dos fornecedores, esta será responsável por enviar o comunicado de punição. A partir das análises estatísticas realizadas, foram estipuladas as reduções das perdas com a implementação do plano de ação, como pode ser observado na Tabela 3. Tabela 3 - Projeção de redução de perdas Porcentagem % 49 40 30 25 20 10 5 Entrada (Kg) 10.584.000,00 8.640.000,00 6.480.000,00 5.400.000,00 4.320.000,00 2.160.000,00 1.080.000,00 Perdas/Mês (kg) 78.999,40 63.253,00 45.757,00 37.009,00 28.261,00 10.765,00 2.017,00 Meta (kg) 43200 43200 43200 43200 43200 43200 43200 Fonte: Autores (2014) Com base na regressão linear, estimou-se o quanto a empresa foco do estudo deixaria de perder com a aplicação dos planos de ação. A Tabela 3 foi idealizada com base na capacidade atual da empresa, que é de 720 Ton./dia e as projeções foram feitas baseados nos coeficientes gerados na regressão múltipla, e a equação utilizada está contida no Gráfico 6. Sendo assim, observou-se que para que a meta seja atingida, a porcentagem de frutos não maduros tem que ser de no máximo 25%, ou seja, o padrão ideal para se atingir a meta é ter 75% dos frutos processados maduros. 60 5.4.1 Cronograma do Plano de Ação O Cronograma (Quadro 3) é uma ferramenta para se determinar o período de execução das tarefas, de acordo com a coluna “Quando?” no Plano de Ação. Nota-se que existem tarefas no quadro que deverão se tornar rotineiras quanto à sua aplicação, e conforme a execução ou não dessas tarefas, a atualização do cronograma conforme a legenda, se torna um meio de acompanhamento da implantação do plano de ação. Quadro 3 - Cronograma do plano de ação CRONOGRAMA DO PLANO DE AÇÃO 1 2 3 4 5 6 Estabelecer um padrão de qualidade para os fornecedores quanto ao recebimento dos frutos. Definir metas de redução das entradas de frutos não maduros. Estudar formas de punição dos fornecedores que ultrapassarem os índices propostos. Controlar a entrada de frutos através dos novos padrões. Acompanhamento do fornecedor na lavoura. Promover capacitação de fornecedores. Planejado Realizado Pendente Fonte: Autores (2014) MESES PARA EXECUÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 61 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tomando como base o que foi descrito nesse trabalho, observa-se que o MASP é uma ferramenta eficiente e de simples aplicação, e que produz ótimos resultados no que tange a análise e solução de problemas, e no que se propôs o trabalho, o objetivo foi alcançado, uma vez que, a ferramenta contemplou as expectativas, indicando as melhores alternativas para solucionar o problema em questão e foi possível propor melhorias. Porém, quando se aplica em um ambiente real, surgem algumas dificuldades, por exemplo, a influência de mais de uma variável no problema, como foi apresentado neste trabalho. Isso pode ser agravado, ou não, dependendo do porte da empresa ou dos números de variáveis associadas ao problema foco do estudo. Ao surgir um problema, muitas vezes, pode ser dificultoso a implementação de ações para extingui-lo ou minimizá-lo. Por isso, metodologias, como o MASP, devem ser difundidas e utilizadas nas empresas, pois seu caráter prático e simples, o torna de grande auxílio na solução de problemas. Somente com a constância do uso MASP ele virará rotina e, com isso, gerará processos eficientes, e, por consequência, produtos e serviços com qualidade. A empresa foco do estudo ainda adota um modelo de gestão centralizada, porém, há um processo de transição para um modelo mais estratégico e eficiente. Com isso, práticas, como a que foi proposta neste trabalho, são importantes, pois buscam implementar ações que melhoram cada vez mais seu processo, tendo em vista que o mercado no qual a empresa se insere está cada vez mais competitivo, principalmente com programas de incentivo do governo e com entradas de novos concorrentes. Vale salientar que a empresa foi muito solícita no fornecimento dos dados, não oferecendo nenhuma barreira para sua coleta, o que mostra a vontade de melhorar cada vez mais. A dificuldade encontrada foi na precisão dos dados, pois a rotina de um trabalho repetitivo e cansativo em um ambiente não muito ergonomicamente favorável, e também o fato da empresa trabalhar em regime de 24 horas produção, pode levar ao aumento da imprecisão de indicadores do processo. Outro fator é a imprecisão dos instrumentos usados para medir estes indicadores, por isso este ponto foi alvo de ações propostas por este trabalho, como a automatização do controle do tempo esterilização dos CFF. 62 A utilização do método foi satisfatória, pois as suposições que eram feitas empiricamente na empresa foram embasadas através de ferramentas da qualidade e por métodos estatísticos, como a regressão linear múltipla. A análise estatística reforçou ainda mais a inferência feita por este trabalho, e sem ela o mesmo não teria tanta validade. A sugestão para trabalhos futuros é verificação das outras perdas no processo, pois o estudo abrangeu apenas umas delas, além disso, realizar as etapas subsequentes do MASP. Vale destacar que este setor vem em amplo crescimento e tendo o estado do Pará como maior produtor. Sendo assim, necessita-se cada vez mais de trabalhos que visem aumentar produtividade das fábricas de extração de óleo de palma, analisar indicadores que não foram possíveis avaliar no trabalho, como tempo de residência do debulhador. Outro ponto que pode ser abordado por trabalhos futuros é setor de Óleo de palmiste, tendo vista que este trabalho se propôs a estudar somente o setor de óleo de palma. Além do estudo dos resíduos gerados pelo processo, já que possuem potencial de utilização como fertilizantes. 63 REFERÊNCIAS ACKERMAN, Ken. 350 Dicas para Gerenciar seu Armazém. São Paulo: Instituto IMAM, 2004. AGUIAR, S. Integração das Ferramentas da Qualidade ao PDCA e ao Programa Seis Sigma. Belo Horizonte: Ed. de Desenvolvimento Gerencial, 2002. ANDO, Y. How to Improve Your Process Using "The QC Story" Procedure. Tokyo: Juse Press, LTD. 1994. ARAUJO, M. A. Administração de produção e operações: uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Brasport, 2009. 424 p. 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