Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L O Rabino Noah Weinberg (Israel, 1930-2009), de abençoada memória, foi o diretor e fundador da Organização Aish HaTorah Internacional. Há 50 anos, seus visionários programas educativos trouxeram centenas de milhares de judeus mais próximos de sua herança. Caminho No. 6 UM ESPECIALISTA EM MEDO A palavra hebraica yrá significa tanto “medo” como “para ver”. O Caminho No. 6 - yrá - ensina que a escolha fundamental da vida é abrirmos os olhos para as oportunidades disponíveis e temer as consequências de evitar a realidade. Medo das consequências pode ser um grande motivador para que um trabalho seja feito rápida e eficientemente. Peça a um adolescente: “Por favor, leve o lixo para fora de casa”. Sua resposta: “Mais tarde!” Agora diga assim: “Se você não tirar o lixo, pode esquecer de pegar o carro emprestado”. A resposta do adolescente? Ele está correndo com o saco de lixo! O medo é como qualquer outra emoção - há aspectos positivos e negativos. Medo negativo é debilitante. Medo positivo é emocionante. A adrenalina faz o sangue correr em nossas veias. Ela nos dá poder para realizar o que queremos fazer. Se estamos caminhando e vemos uma cobra no meio do caminho, o medo nos impulsiona a correr com incrível velocidade e saltar a cerca como um atleta olímpico. Com medo, saímos do mundo dos sonhos e caímos 100 por cento na realidade. Fazer a escolha certa é uma luta humana constante. Nós temos a inclinação de procurar o caminho mais fácil e ignorar as consequências que virão. “Ver ou não ver?” - esta é a questão judaica. 37 Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L TENHA MEDO DA INSIGNIFICÂNCIA Você se lembra de um programa antigo na TV, onde a pessoa tinha 10 minutos em um supermercado para pegar tudo que conseguisse? A mulher corria para cima e para baixo pelos corredores, procurando as mercadorias mais valiosas. Ela não queria acabar com um carrinho lotado de sabonetes. Aquele show é uma metáfora para a vida. Há consequências eternas. Cada momento pode ser vivido ao máximo - ou totalmente desperdiçado. A vida é um negócio sério. O maior dos medos humanos é viver sem sentido. Nós todos queremos impressionar positivamente, ajudar os outros, mudar o mundo. Por exemplo: tentemos repetir constantemente as palavras: “Estou feliz em ser medíocre”. Mas não podemos dizer isso! Lembra-se da vez em que se perguntou: “Aonde tudo isso irá parar? Qual o sentido de tudo isso?” Às vezes temos este momento de clareza; porém, o que fazemos então? Corremos para o buraco da avestruz, começamos a jogar tênis, colocamos uma música, chamamos um amigo. Não corramos para o buraco da avestruz. Tenhamos medo de ser medíocres. Tenhamos medo de não ter auto-respeito. Tenhamos medo de acordar uma manhã e dizer: “O que eu fiz com a minha vida?” Usemos este medo para nos inspirar a descobrir o que mais vale na vida. Em seguida, vamos buscá-lo. MEDO DA MORTALIDADE Todos sabem que vão morrer um dia. Mas nós nos enganamos pensando que aqueles que morrem pertencem a um setor separado da humanidade. “Eles são os mortais. Eu sou imortal”. No fundo, no fundo, temos essa ilusão. Você já teve um amigo que morreu? Talvez tinha 17 anos e morreu em um acidente de motocicleta. Como você reagiu? “Mas eu falei com ele ontem! Ele não pode realmente estar morto. Ele estava tão cheio de vida!” O que significa - “Não pode ser”? O que estamos realmente dizendo é que está demasiado perto para o nosso conforto. Eu não estou no grupo dos mortais... e agora meu amigo está morto. Isso está muito perto. Não pode ser. Percebamos que cada um de nós corre o risco de estar morto no próximo minuto. Não precisamos de um avião se chocando contra o telhado. Não precisamos de um problema cardíaco. Só é preciso um coágulo de sangue e... bang! Estes são os fatos da vida. Mas não temos vontade de olhar para isso. 38 Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L “Eu sou imortal. Outras pessoas são assaltadas, outras pessoas morrem. Eu não!” Quando alguém que conhecemos morre inesperadamente, sentimos nosso próprio senso de vulnerabilidade. Faz-nos pensar: “Estou usando o meu tempo de forma eficiente?” Dêmos uma boa olhada em nossa história de vida. Rastreemos anos para trás e vejamos quão bem usamos o nosso tempo. Muitas vezes o nosso passado é um borrão, e à medida que envelhecemos, isso se torna ainda mais pronunciado e nítido. Todos nós temos um relógio andando e não sabemos quanto tempo mais continuará assim. Quantos anos achamos que deixamos passar? Não pensemos que é ilimitado. Algum dia teremos apenas um ano sobrando. E um dia teremos apenas um dia sobrando. Assim, planejemos para ele agora. Como nossos Sábios nos disseram: “Coloque sua vida 'nos trilhos' um dia antes de morrer”. Alguns judeus têm o costume de visitar a sua futura sepultura uma vez por ano, geralmente antes de Rosh Hashaná. Por quê? Não é morbidade. Apenas deixa o ponto bem claro: “Eu sou mortal e é aí que irei acabar. Então o que eu quero escrito em minha lápide?” Vivamos cada dia como se fosse o nosso último - porque um dia será. Tic, tac, tic, tac... APAGUEMOS A INSIGNIFICÂNCIA Usemos esta compreensão para corrigir a maneira como estamos vivendo agora. Acabemos com a insignificância, as irritações, as ilusões, as trivialidades. Como acabar com as insignificâncias? Imagine que um indivíduo está brigando com seus pais ou irmãos, e depois descobre que tem apenas mais um dia de vida. O que irá dizer? Ou se eles estiverem morrendo, o que ele diria? Muitas vezes não percebemos o que temos até perdê-lo. Quando estão mortos, dizemos: “Eu deveria tê-los tratado melhor. Eu deveria ter ligado mais vezes.” Ao vivermos com esta realidade, não brigaremos mais com nossos pais. Não guardaremos rancor contra um irmão ou irmã. Se a pessoa tem uma doença terminal, ela tratará mesmo um indivíduo estranho diferentemente. Ela não irá perder seu tempo discutindo com alguém que furou a fila. A vida é demasiadamente preciosa para ser insignificante. Sejamos motivados pelo medo de perder algo que é precioso. Imaginemos perder a visão. Andemos por aí com uma venda nos olhos por uma hora. 39 Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L Se a pessoa prevê que irá morrer amanhã, o que irá fazer hoje? Vai desperdiçar o dia em coisas fúteis - ou tentar conseguir algo mais duradouro, mais significativo, mais eterno? Percebemos então como o medo nos empurra para frente? MEDO DE DEUS Uma das principais obrigações no judaísmo é temer a D’us. Cumprimos esta mitsvá prestando atenção à realidade e enxergando as consequências de nossas ações. Imaginemos câmeras ocultas monitorando o nosso progresso ao longo da vida. O mundo inteiro está assistindo. As pessoas aplaudem quando temos sucesso e vaiam quando falhamos. Com todas aquelas pessoas olhando, não seríamos cuidadosos a cada movimento? Nossa motivação para ter sucesso não aumentaria tremendamente? Andemos com uma constante consciência de D’us. Tudo é gravado em Full HD (alta definição total). Estamos maximizando as oportunidades da vida ou desperdiçando-as? Um dia teremos que responder por nossas ações. O medo pode motivar-nos para a grandeza. Infelizmente, é da natureza humana as pessoas se tornarem distraídas. Cada um de nós tem uma inclinação de temer as incertezas e de cometer erros chamada Yétser Hará. É como um cão feroz, sempre ameaçando-nos: “Você está indo além dos limites. Você vai ter um colapso nervoso e desmoronar”. Hesitamos em agir porque ficamos assustados com suas ameaças. O Temor a D’us nos dá plena liberdade. Nada mais ficará em nosso caminho. O cão feroz é insignificante comparado ao Temor a D’us. Conseguimos assim disparar para frente. Estamos livres de todos os outros medos. O Temor a D’us é a chave para tudo o que desejamos realizar neste mundo. Então o que está nos segurando? Consideremos os seguintes quatro mitos: MITO 1 – O MEDO É DOLOROSO Por um lado, as pessoas dizem que o medo é desconfortável e ameaçador. Nós estruturamos nossas vidas para evitá-lo. Por outro lado, as pessoas 40 Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L andam nas montanhas-russas e assistem a filmes de terror - pagando um bom dinheiro para ficarem insanamente com medo! Como podemos entender esta contradição? É um erro pensar que o medo é doloroso. Sim, o medo é desconfortável, mas proporciona grande prazer. Imaginemo-nos dentro de um avião para saltar de pára-quedas. Quando nos empurram para fora, até o pára-quedas abrir, esquecemos todos os disparates deste mundo. O encontro com a morte nos faz apreciar como é bom estarmos vivos. Estamos conectados à realidade. De repente, a vida é uma emoção! Combatamos o desconforto do medo focando no lado positivo - aí cada momento será vivido com consciência e emoção. Reunamos os nossos poderes. Usemos o nosso potencial. Sejamos motivados pelo medo. É emocionante ter medo! É só ir a um parque de diversões e observar as pessoas saindo da montanharussa. Logo que descem dos carrinhos, elas dão risadinhas para as primeiras pessoas na fila: “É ótimo estar vivo.” Já alguns metros mais para frente, estão ficando mais sérias quando começam a lembrar de seus próprios problemas. Ao saírem da área da montanha-russa, já estão de volta às bobagens fúteis, aos seus antigos “eu”s deprimidos... A vida é chata sem medo. Observemos como as pessoas inevitavelmente parecem predispostas e animadas para novos empreendimentos arriscados. Pode ser um investimento financeiro de risco ou aulas de asa-delta. Qual é a chave para tirarmos o máximo proveito da vida? Sintamo-nos como se estivéssemos constantemente saindo da montanha-russa! MITO 2 - O MEDO É PARALISANTE As pessoas pensam que o medo é paralisante e reduz o nosso potencial. Na verdade, o oposto é verdadeiro. O medo pode gerar proezas sobrehumanas. Todos nós já ouvimos histórias sobre uma mãe que levantou um carro para salvar seu filho preso embaixo. Enfrentar o medo é fortalecedor. Isto nos dá forças que nunca soubemos que tínhamos. O medo é prejudicial apenas quando fugimos e não o confrontamos. Imaginemos ver uns desordeiros batendo em alguém e nós, de braços cruzados, apenas assistindo. Iremos estremecer a cada vez que pensarmos sobre isso. Se não enfrentarmos o medo e defendermos o que é direito, sofreremos por causa dessa experiência pelo resto de nossas vidas. 41 Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L Mas se um indivíduo chama a polícia ou grita ou – contra todas as recomendações e o bom-senso - enfrenta os valentões, e eles recuam (ou mesmo se luta com eles e sai um pouco ensangüentado), ele desfrutará deste momento para o resto de sua vida. Estávamos com medo, mas nos mexemos, agimos. Fizemos a coisa certa. Este é o verdadeiro prazer. Melhor tentar e falhar, do que ter medo de tentar. O “susto” debilita, mas o “medo” motiva. Imaginemos um vaqueiro que monta um cavalo xucro. O medo de ser arremessado o torna alerta a cada movimento, e por isso sua resposta pode ser tão precisa e rápida. Temos que olhar para a vida desta mesma maneira. EVITANDO O DESAFIO Muitas vezes, perdemos uma oportunidade de 'decolar' porque dizemos: “Eu não posso. É muito esforço.” Por exemplo, imaginemos que nos pedissem para decorar uma página da lista telefônica em 24 horas. “Impossível!”, responderíamos. Mas se o sujeito está sendo mantido como refém e lhe dizem: “Se não memorizar uma página da lista telefônica até amanhã à noite, você está morto” - não há dúvidas que ele fará isso! Eis um exemplo prático. Queremos sair da cama pela manhã como um relâmpago? Claro, mas é muito esforço. Que tal se alguém lhe apontar uma arma todas as manhãs? Você vai se levantar como um relâmpago, sem dúvidas! Agora, quanto pagaríamos para acordar na hora todos os dias, pelo resto de nossas vidas? $ 5.000? $ 10.000? Nós realmente queremos nos levantar na hora! Então, mexa-se! Vamos lá! Aproveitemos o poder do medo como uma ferramenta para resolver todos os nossos “não consigos”. Façamos uma lista destes “não consigos” e coloquemos um preço sobre eles. Qual é a recompensa e qual é a consequência? Ter esta clareza irá nos transformar em seres humanos muito eficazes. MITO 3 - MEDO SIGNIFICA PERDA DE LIBERDADE As pessoas evitam o medo a fim de preservar sua independência. Nós pensamos que se houver uma força externa nos dizendo o que fazer, seremos coagidos a nos tornar robôs. Preferimos optar por fazer a coisa certa com nossas próprias cabeças. 42 Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L O medo do Todo-Poderoso é diferente. Quando se tem medo de violar a palavra de D’us, é justamente isto que liberta o nosso potencial. Por quê? Porque D’us não quer nos controlar, Ele só quer o que é bom para nós. Assim, o medo de D’us transforma-se em uma oportunidade para libertarmo-nos das bobagens, dos medos bobos, da mesquinhez e das insignificâncias. Ao temermos a D’us, estaremos livres de todos os outros medos do mundo. O medo é escravizador somente quando alguém está propositadamente tentando ser temível e controlador. Mas o medo da realidade - a possibilidade de acumular oportunidades perdidas - é uma motivação para nos levar aonde queremos chegar. Todos dizemos: “Eu quero ser bom, mas não quero fazer o esforço.” O medo nos motiva a fazer o trabalho. No emprego, a pessoa sabe que se não aparecer será demitida. Portanto, tem que sair da cama cedo. Medo de falhar numa prova nos faz estudar mais. No final, este medo nos ajuda a termos sucesso e mais auto-respeito. Todos queremos a grandeza. Queremos ser fortes, disciplinados, organizados. O medo nos deixa livres. Pela quantidade certa de dinheiro ou pela sobrevivência, faremos o que for preciso para termos sucesso. MITO 4 - O MEDO É HUMILHANTE As pessoas pensam que, se um determinado ato é certo, devemos fazê-lo porque é correto, não por medo das consequências. Parece humilhante demais responder a uma pergunta com base no medo. Idealmente, todos deveriam fazer a coisa certa simplesmente porque é certo e evitar o que é errado porque é errado, independentemente das consequências. De fato, nossos Sábios dizem: “Alguém que serve a D’us porque busca recompensa ou para evitar a punição, é um mau servo”. Ele só serve a si mesmo. Se o diabo pagasse mais, ele seria leal ao demônio (Na realidade, há apenas D’us. Mas se houvesse uma opção, esta pessoa poderia optar por servir ao diabo). Então porque há uma mitsvá especial de se adquirir temor? Não deveríamos obter uma motivação plena apenas pelo amor a D’us? Sim, alguém que serve a D’us por amor está em um nível muito mais elevado. E devemos nos esforçar para fazer a coisa certa porque é o certo, não porque nos “levará ao Céu.” Mas temos que ser realistas também. O amor é muitas vezes uma motivação insuficiente para fazermos o bem. Já que iremos nos mexer mais rápido e fazer a coisa certa ao receber R$ 100.000, é melhor pegar o dinheiro e fazer a coisa certa! Suponhamos que haja um programa para ajudar a trazer pessoas desabrigadas para um abrigo comunitário. O ideal seria fazer isso de graça. Mas se nos oferecessem R$ 100 por cada pessoa sem-teto que trouxéssemos 43 Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L para o abrigo, traríamos mais. Será que a recompensa nos “corrompeu”? Não. Ela apenas nos deu uma forte motivação para fazer o que já sabíamos que estava certo. E há uma consideração a mais também. Esperançosamente, ao agirmos por temor, acabaremos por fazer a coisa certa por amor. O REFLEXO À DOR Todo mundo nasce com a capacidade de sentir dor. Se formos espetados com um prego ou queimados pelo fogo, a nossa mão instintivamente saltará para trás. Mas algumas pessoas nascem sem essa resposta à dor. Elas não sentem nada se sua mão é colocada no fogo. Claro, é bom não sentir dor. Mas alguém que não sente dor está em perigo constante. O sujeito ficará com hematomas e ferimentos o tempo todo. Ele põe a mão no fogo e diz: “Você está sentindo cheiro de queimado? Hei! É a minha mão!” Mas aí ele está em apuros: a mão já se foi. A dor é essencial para a nossa sobrevivência. E esse é o objetivo do temor a D’us: manter as consequências finais claras em nossas mentes. Não é o objetivo da vida, mas um meio para um fim. Ele nos ajuda a pensar duas vezes antes de insultarmos alguém ou gritarmos com nossos pais. Imaginemos que estamos falando com alguém e o sujeito começa a soltar fofocas obscenas e desprezíveis. Sabemos que é errado ouvi-las. Então ponderamos: “Talvez eu permaneço aqui educadamente por alguns minutos e depois me afasto...” Entretanto, se alguém estivesse pronto a nos bater na cabeça com um taco de beisebol por ouvir as fofocas, imediatamente diríamos: “Estou saindo já!” – sem fazer cálculos. Dessa maneira acabamos por fazer a coisa certa. O medo da punição é como o reflexo à dor. Ele nos impede de fazer coisas que nos farão mal mais tarde. Ele nos leva aonde queremos chegar. JUNTANDO TUDO O mais importante objetivo na vida é termos clareza, vivermos na realidade. E, claro, a realidade existe objetivamente - fora de nossas percepções subjetivas sobre ela. A realidade em si é muito emocionante. Ela nos desperta e coloca as coisas em perspectiva. Imagine alguém viciado em cigarros. Como motivá-lo a parar? Talvez lhe mostrando um raio-x de um pulmão forrado de alcatrão? Este medo lhe dará a liberdade para sair da rotina e fazer o que ele sabe que precisa ser feito. 44 Em Memória de Zeev ben Haim Yehuda, Bluma bat Avraham e Sara bat Zeev Z"L Assim como somos motivados por medos pessoais, façamos o mesmo para nossa família, nossa comunidade e para toda a humanidade. Vemos um divórcio. Vemos pais importunando seus filhos. Vemos pessoas em depressão, pessoas ferindo umas às outras. Vemos isso o tempo todo. Então o que fazemos? Usamos a síndrome da avestruz. Vemos mas não vemos. Dizemos: “Eu? Eu nunca irei atazanar os meus filhos”. “Não eu, eu nunca ficarei deprimido”. “Eu não, nunca vou me divorciar.” Realmente achamos que somos diferentes? Sejamos realistas! Somos um deles! Sempre que vemos uma coisa desagradável, aprendamos a evitá-la. Se vemos alguém sendo assaltado numa rua deserta, saibamos que não devemos ir por ali novamente. Seja o que for, tiremos uma lição. Quando vemos uma separação, temamos a possibilidade de que isso possa acontecer conosco. Isso é o que se chama “ser real”. Sejamos reais com as consequências da vida. Não precisamos de uma montanha russa. Olhemos ao redor e leiamos as manchetes. É um mundo ameaçador. Carreguemos o medo conosco e o utilizemos como um motivador positivo para a grandeza. POR QUE O “MEDO” É UM INGREDIENTE DA SABEDORIA? • • • • • • O medo nos ajuda a fazer o que é certo, não o que a sociedade acha que é certo. O medo nos põe em contato com nossa própria mortalidade; a morte é o medo mais potente. O medo é um exercício de livre arbítrio. Tenhamos medo de uma velhice sem sentido. Se vivermos como se sempre haverá um amanhã, então nunca faremos muito do hoje. O medo não restringe. O medo é poder e liberdade. Com medo, podemos sentir a emoção da vida 100 por cento do tempo. 45