Obsolescência Programada
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Mestrado em Gestão e Estratégia Empresarial
Orientador da Dissertação: Prof. Doutor José Manuel da Fonseca
Rui Filipe Palhares Pinto
50030117
Lisboa 15 de Junho de 2015
Obsolescência Programada
2
Declaração de autoria
O conteúdo deste relatório é da exclusiva responsabilidade do(a) autor(a). Mais declaro que
não incluí neste trabalho material ou dados de outras fontes ou autores sem a sua correta
referenciação. A este propósito declaro que li o guia do estudante sobre o plágio e as
implicações disciplinares que poderão advir do incumprimento das normas vigentes.
Data
Assinatura
________________
_________________________
3
Índice
1 Introdução ...................................................................................................................... 7
2.1 Obsolescência programada ......................................................................................... 9
2.1.1 Contextualização histórica ....................................................................................... 9
2.1.2 Definição de conceitos........................................................................................... 14
2.1.3 Tipos de Obsolescência ......................................................................................... 15
2.1.4 Fatores que influenciam a obsolescência programada .......................................... 16
2.1.5 Estudos sobre obsolescência programada.............................................................. 18
III. Estudo de caso .......................................................................................................... 25
3.1.1 Microsoft ............................................................................................................... 25
3.1.2 Microsoft História e Primeiros Anos ..................................................................... 26
3.1.3 Arranque da Microsoft e do Windows 1975 – 1981 ............................................. 27
Os primórdios do MS-DOS .................................................................................... 27
1982–1985: Apresentamos o Windows 1.0 ............................................................ 28
1987–1990: Windows 2.0–2.11 — Mais janelas, mais rapidez ............................. 28
1990–1994: Windows 3.0 ....................................................................................... 29
1995–1998: Windows 95 — a maioridade do PC (sem esquecer a Internet) ......... 29
1998–2000: Windows 98, Windows 2000 ............................................................. 30
Windows 2000 Professional ................................................................................... 30
2006–2008: Windows Vista — Inteligente em matéria de segurança.................... 31
2009-2011: Windows 7 .......................................................................................... 32
2012-2013: Windows 8 .......................................................................................... 32
2013: Windows 8.1 ................................................................................................. 32
4.1Metodologia de Investigação ..................................................................................... 33
4.1.1 Opções metodológicas ........................................................................................... 33
4
4.1.2 Descrição do estudo ............................................................................................... 34
4.1.3 Participantes no estudo .......................................................................................... 36
4.1.4 Análise de conteúdo dos alunos............................................................................. 36
5.1 Conclusões ................................................................................................................ 39
6.1 Limitações e implicações para estudos futuros ........................................................ 42
Bibliografia ..................................................................................................................... 43
Anexo 1 .......................................................................................................................... 44
5
Resumo
Esta dissertação tem como tema central a obsolescência programada e como estudo de
caso a Microsoft no qual pretende-se analisar quais os fatores que influenciam as
alterações constantes dos sistemas operativos da Microsoft, bem como quais as
vantagens e desvantagens do desenvolvimento progressivo dos sistemas operativos ao
longo do tempo, apesar de ainda serem “funcionais” ou seja não estarem obsoletos
verdadeiramente.
Neste sentido, será aplicado um guião de entrevista semiestruturada a alunos do Ensino
Superior da área das tecnologias de forma a averiguar que opiniões possuem sobre esta
atualização progressiva, bem como que vantagens destacam quer para a economia, quer
para os consumidores e para a Microsoft de um modo geral. Assim, o guião de
entrevista será constituído por quatro questões de resposta aberta que apesar de não
serem diretas ao tema da obsolescência programada, ou seja, apesar dos alunos não
saberem que o objetivo central é a obsolescência programada, as questões da referida
entrevista têm em conta averiguar essa questão, assim os dados recolhidos não serão
enviesados.
Tendo em conta esta metodologia, este estudo será de tipo qualitativo e descritivo e a
amostra utilizada será de conveniência.
Palavras-chave: Obsolescência programada, Microsoft, Sistemas Operativos.
6
1 Introdução
Atualmente, um dos processos econômicos que tem afetado a população mundial é a
chamada Obsolescência Programada, sendo que somente uma pequena parcela da
sociedade conhece e entende esse termo, mesmo estando ele presente em grande parte
do dia-a-dia de toda a população. O lançamento imparável de produtos que enchem as
prateleiras obedecem por um lado, o rápido avanço da tecnologia, mas por outro lado, a
necessidade das indústrias para venderem novos produtos como se fossem grandes
saltos tecnológicos que muitas vezes não são.
Esta investigação tem como principal intuito analisar quais os fatores que influenciam
as alterações constantes dos sistemas operativos da Microsoft, bem como quais as
vantagens e desvantagens do desenvolvimento progressivo dos softwares ao longo do
tempo, apesar de ainda serem “funcionais” ou seja não estarem obsoletos
verdadeiramente.
Neste sentido, será aplicado um guião de entrevista semiestruturada a alunos do Ensino
Superior da área das tecnologias com o objetivo de analisar a existência ou não da
obsolescência programada, sendo que as questões da entrevista serão realizadas no
sentido de se tentar compreender esta problemática sem referir diretamente o tema em
análise, ou seja tentar averiguar qual a opinião dos alunos sobre as alterações constantes
a nível dos sistemas operativos e quais os fatores que destacam como relevantes neste
processo. Outra questão relevante é que os sistemas operativos apesar de não serem alvo
de desgaste físico tornam-se obsoletos devido a sua gradual atualização, entretanto
pretende-se averiguar qual o papel das próprias organizações no decorrer deste
processo, mais concretamente nos sistemas operativos da Microsoft.
Atualmente, pode-se dizer que toda a sociedade é vítima da obsolescência programada,
uma vez que esta é o motor secreto da sociedade de consumo. Trata-se de uma lógica
perversa, cujo dogma impõe que se as pessoas não comprarem a economia não vai
crescer. (Dannoritzer, 2011)
Assim, este estudo encontra-se subdividido em seis capítulos, de entre os quais se
destaca: o primeiro faz referência à introdução ao estudo, o segundo capítulo aborda a
revisão bibliográfica, mais concretamente os principais conceitos em apreço, bem como,
7
a contextualização histórica face ao tema, definição e os principais fatores que
influenciam a sua ocorrência. No terceiro capitulo será feito a introdução do estudo de
caso e uma breve caracterização e contextualização da Microsoft, bem como do sistema
operativo Windows. O quarto capítulo faz referência à metodologia na qual se fará a
caraterização da amostra do estudo, bem como dos principais procedimentos adotados, a
caraterização do tipo de estudo (descritivo e qualitativo), e o tipo de instrumentos
utilizados na recolha de dados e a analise e discussão dos principais resultados
encontrados. O quinto capítulo aborda as principais conclusões obtidas e o último
capítulo refere-se às principais limitações do estudo e implicações para estudos futuros.
8
II. Enquadramento teórico
2.1 Obsolescência programada
2.1.1 Contextualização histórica
Apesar de ser um tema pouco divulgado junto da opinião pública, a obsolescência
programada já é praticada desde o início do século passado, surgindo ao mesmo tempo
que a produção em massa e a sociedade de consumo (Dannoritzer, 2011).
O problema dos produtos feitos para durarem menos é um padrão que começou com a
revolução industrial. De facto, com a revolução industrial a capacidade produtiva das
fábricas aumentou e os preços dos produtos diminuíram tornando-se mais acessíveis
para os consumidores. Das novas fabricam saiam mercadorias muito mais baratas para
os consumidores, porém o excesso de produção fez com que os consumidores já não
conseguissem acompanhar o ritmo das máquinas. (Dannoritzer, 2011). Em 1928, uma
influente revista de publicidade “Printers Ink” advertia: um produto que não se desgasta
é uma tragedia para os negócios1.
O desejo de acelerar o desgaste, o consumo e a renovação dos objetos, e especialmente
dos equipamentos é uma tentação muito compreensível para os fabricantes, cujo
objetivo é vender sempre mais. (Latouche, 2012)
A obsolescência programada será descrita de forma mais aprofundada seguidamente,
mas está associada ao facto dos fabricantes conceberem um produto para que tenha uma
duração de vida limitada2. Neste sentido, destaca-se como relevante, tentar compreender
melhor esta temática, nomeadamente a sua origem, bem como quais os fatores que
levaram à sua ocorrência e predominação no tempo.
A (inteligência tecnológica) da revolução industrial, a mudança dos produtos artesanais
para a produção em massa em linhas de montagem, com auxílio das máquinas a vapor
permitiu que os países industrializados se tornassem muito mais eficientes a produzir.
Em 1913, um trabalhador demorava 12,5 horas a fazer o chassis de um automóvel, em
1914 demorava 1,5 horas. Em 1979, o custo da produção de um megabit de capacidade
1
2
(Dannoritzer, 2011)
(Latouche, 2012)
9
de processamento era de cerca de vinte mil dólares, em 2001, o custo tinha baixado para
dois cêntimos. (Leonard, 2010)
Face a este elevadíssimo aumento de produtividade, as sociedades industrializadas
viram-se perante um dilema: continuar a produzir aproximadamente a mesma
quantidade de coisas que antes e trabalhar muito menos ou continuar a trabalhar o
mesmo número de horas que antes e continuar a produzir tanto quanto possível.
(Leonard, 2010).
Assim, uma vez instituído o sistema para produzir mais, o dilema passou a ser como
vender. Os produtores não podiam continuar a produzir em grande quantidade sem ter
alguém que compre, era necessário criar uma sociedade de consumidores. Quando a
produção disparou, uma das primeiras mensagens transmitidas aos consumidores foi
que era melhor ter mais do que um exemplar da maioria das coisas. Mas mesmo assim
os produtores perceberam que havia um eventual limite para a quantidade de coisas que
as pessoas podiam consumir. A determinada altura haveria uma saturação total e se as
fabricas continuassem a produzir em massa depois dos consumidores estarem saturados
de produtos, haveria superabundância, o que seria trágico para o negócio. (Leonard,
2010)
Desta feita, os arquitetos do sistema inventaram uma estratégia para que os
consumidores continuassem a comprar: a Obsolescência Programada. Outro nome para
a Obsolescência Programada é feito para ir para o lixo3. Brooks Stevens, um designer
industrial americano a quem é geralmente atribuída a popularização da expressão na
década de 1950, definiu-a como: inculcar no comprador o desejo de ter algo um pouco
mais novo, um pouco melhor, um pouco mais cedo que o necessário. De acordo com a
Obsolescência Programada, os produtos destinam-se a ser deitados fora tao rápido
quanto possível e depois substituídos. (chama-se a isso encurtar o ciclo de substituição).
(Leonard, 2010)
O conceito de Obsolescência Programada popularizou-se nas décadas de 1920 e 1930,
quando o governo e os empresários se aperceberam de que as nossas indústrias estavam
3
(Leonard, 2010)
10
a fabricar mais coisas do que as pessoas pretendiam ou podiam comprar. (Leonard,
2010)
O primeiro passo para a obsolescência programada deu-se em 1924 em Genebra,
quando os principais fabricantes de lâmpadas dos Estados Unidos, da Europa e inclusive
de longínquas colonias na Asia e em Africa reuniram-se para determinar a vida útil das
lâmpadas. O cartel S.A Phoebus como ficou conhecido, tinha como objetivo principal
determinar a vida útil das lâmpadas para 1 000 horas. Em 1924 quando se formou o
cartel S.A Phoebus, as lâmpadas que se comercializavam na altura tinham uma duração
de vida útil de 2 500 horas. Os fabricantes queriam vender lâmpadas com regularidade e
rapidamente perceberam que se as lâmpadas durassem muito seria uma desvantagem
para o negócio. De modo que, o cartel Phoebus em 1925 criou o comité das 1 000 horas
de vida para reduzir tecnicamente a vida útil das lâmpadas. Portanto, a lâmpada que foi
inventada por Thomas Edison em 1881 (neste período com 1.500 horas de vida), foi a
primeira “vítima” da obsolescência programada. (Dannoritzer, 2011)
Para se ter uma ideia mais aproximada do alcance desta medida, convém destacar
alguns fatos: a primeira lâmpada lançada no mercado por Thomas Edison em 1871 tinha
uma vida útil de 1500 horas; em Livermore, na Califórnia, existe uma lâmpada no
quartel de bombeiros local a funcionar ininterruptamente desde 1901; quando o cartel
Phoebus foi criado em 1924, a vida útil da maioria das lâmpadas era de 2500 horas; com
a formação deste cartel, foram dadas instruções muito precisas a todos os fabricantes
mundiais para limitar a vida útil deste produto a 1000 horas… e quem não cumprisse
estas ordens estava sujeito a pesadas multas, conforme conseguiu documentar Helmut
Höge. (Dannoritzer, 2011)
Em consequência disto, na década de 40 do século passado, a vida útil das lâmpadas
estava padronizada nas 1000 horas em praticamente todas as marcas existentes nos
mercados europeus e norte-americano. Nos anos seguintes, patentearam-se dezenas de
novas lâmpadas com garantia de duração muito superior e, inclusive, registou-se a
patente de uma lâmpada preparada para durar 100.000 horas (Dannoritzer, 2011).
Curiosamente, estas lâmpadas nunca chegaram a ser comercializadas…
11
Esta questão encontra-se documentada no documentário “Comprar, tirar, comprar - A
história secreta da obsolescência programada” na qual, registros históricos apontam que
a obsolescência programada começou a ser utilizada pela indústria no início dos anos 20
do século passado4.
No cenário político da época, o documentário aborda o comunismo praticado na Europa
Oriental na segunda metade do século XX e destaca que não fazia sentido introduzir o
conceito de obsolescência programada naquele mercado, pois os interesses do Estado
eram outros e não o consumo. Assim, por exemplo, na antiga Alemanha Oriental,
produtos como máquinas de lavar roupa, frigoríficos, eram feitos para durar pelo menos
25 anos. Com a queda do muro de Berlim em 1989 todos esses produtos de longa vida
útil, deixaram de ser fabricados e hoje estão expostos em museus. (Dannoritzer, 2011)5
O documentário faz referência a mais alguns exemplos de produtos objeto de
obsolescência programada como o caso das meias de nylon e a bateria do ipod. Quando
as meias de fibra sintética nylon apareceram por intermedio da gigante química Dupont
a sua durabilidade era bastante impressionante. As meias apresentavam tal solidez que
até podiam servir de cabo para rebocar um carro, eram quase indestrutíveis e
dificilmente rasgavam. Porém, rapidamente a lógica industrial foi recuperada e os
mesmos engenheiros que criaram a fibra resistente receberam orientações para fragilizar
a fibra incorporando nela alguns genes de mortalidade, ou seja dito de outro modo
programando a sua obsolescência6. Do ponto de vista ético, não seria surpreendente
questionarmo-nos acerca do comportamento dos engenheiros por utilizarem os seus
conhecimentos para produzir um produto deliberadamente inferior depois de tanto
esforço para produzir um melhor.
A obsolescência programada não só afeta os engenheiros como também aos
consumidores como faz referência o documentário. Este é o caso de dois jovens
americanos que publicaram um vídeo na internet denunciando a marca Apple por
fabricar aparelhos de mp3 (Ipod) e não oferecer baterias para repor aquelas que se
desgastaram. Os irmãos denunciam no vídeo que a vida útil de uma bateria de Ipod era
4
(Dannoritzer, 2011)
(Dannoritzer, 2011)
6
(Dannoritzer, 2011)
5
12
de apenas 18 meses. E a empresa fabricante dava ao consumidor a única possibilidade
de adquirir um novo produto. O vídeo com essas denúncias obteve mais de cinco
milhões de visualizações em apenas um mês. Durante o processo descobriu-se por meio
de documentos fornecidos pela própria Apple que as baterias foram planeadas para
terem uma curta vida útil. Como resultado, a Apple foi obrigada a criar um serviço de
troca de baterias, bem como aumentar a garantia do produto para dois anos7.
No entanto, podemos verificar que muito dos produtos que consumimos são
deliberadamente programados para durar menos do que poderiam, basta olharmos para
o exemplo das lâmpadas, as meias de nylon, a bateria do ipod ou a impressora da Epson
programada para bloquear após 18 000 cópias. Também é de salientar a mudança de
paradigma ao longo das décadas, inicialmente os fabricantes faziam da longevidade dos
seus produtos um argumento de venda, e publicitavam a durabilidade dos produtos8,
com o passar do tempo a obsolescência dos objetos deixou de resultar de causas naturais
e passou a ser deliberada e tema de planeamento9. No entanto, a mudança de paradigma
acontece quando o investimento científico e económico passa do prolongamento de vida
dos objetos para a limitação do seu tempo de vida10.
Em 1950, a obsolescência programada surge com uma nova roupagem, já não se tratava
de incorporar uma falha técnica nos produtos mas pela sedução do consumidor em
comprar algo mais novo. O estilo de vida dos americanos nos anos 50 lançou as bases
da sociedade de consumo atual. (Dannoritzer, 2011)
Enquanto que o antigo objetivo europeu era o de criar o melhor produto que durasse
para sempre, o objetivo americano era o de criar o consumidor insatisfeito com o
produto que já tenha desfrutado para que o venda em segunda mão e para que compre o
mais novo com a imagem mais nova. O design e o marketing tratavam de seduzir o
consumidor para que desejasse sempre o último modelo. (Dannoritzer, 2011)
7
(Dannoritzer, 2011)
(Latouche, 2012)
9
(Bogalheiro, 2013)
10
(Bogalheiro, 2013)
8
13
2.1.2 Definição de conceitos
O conceito de obsolescência programada pode ser definido de varias formas, dos
estudos efetuados sobre o tema podem extrair-se diversas definições.
A obsolescência programada é a desclassificação tecnológica do material industrial,
motivada pela aparição de um material mais moderno11. Para Slade a obsolescência
programada é uma expressão utilizada para descrever um conjunto de técnicas utilizadas
para reduzir artificialmente a durabilidade de um bem manufaturado com o intuito de
estimular o seu consumo repetido.
O conceito de Obsolescência é o estado de um objeto, lugar, serviço ou prática que não
se encontra mais em uso. Comumente ocorre porque está disponível uma substituição,
sendo superior em um ou mais aspetos. A raiz do termo “obsoleto” refere-se a algo que
já está em desuso, antiquado ou descartado (Brown, 1994).
Por sua vez, obsolescência programada refere-se à produção de bens não econômicos
com uma vida útil curta, tendo como objetivo levar os clientes a comprarem
repetidamente o mesmo produto (Bulow, 1986). Mansfield (2000) define-a como “um
processo gradual para fazer os produtos caírem em desuso sem ultrapassar o seu prazo
de validade”
Grout e Park (2005) definem a obsolescência programada como “uma situação em que
um produtor retém propositadamente alguma mais-valia que poderia adicionar sem
custos ao seu produto e que lhe daria uma utilidade superior”; para Waldman (1993),
esta prática refere-se ao “incentivo que as empresas dão para introduzir novos produtos,
os quais tornam obsoletos os modelos atualmente existentes”; na opinião de Levinthal e
Purohit (1989), a obsolescência é a “perda relativa de valor que um produto sofre
perante alterações de estilo ou melhoramentos de qualidade geral nas suas versões
subsequentes”; finalmente, podemos ainda incluir a definição de Guiltinan (2008), o
qual entende que a obsolescência programada é “um estímulo para o consumidor
comprar um substituto dos seus produtos”.
11
"obsolescência", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-
2013, http://www.priberam.pt/dlpo/obsolesc%C3%AAncia [consultado em 15-04-2015].
14
Stevens define-a como “inculcar no comprador o desejo de ter algo um pouco mais
novo, um pouco melhor, um pouco mais cedo que o necessário. Nos anos 50, Stevens
criava sistematicamente novos modelos sem melhorias técnicas para levar os clientes a
comprar novos produtos antes que os antigos estivessem fora de prazo.
Em suma, a obsolescência programada é definida de maneira diversa pelos vários
autores, porem há alguns pontos em comum que podemos destacar na maioria das
definições. A maioria dos autores enunciados associa a obsolescência programada a
redução da durabilidade dos produtos, a introdução de novos produtos com melhorias
pouco significativas e ressalva que a motivação para esta pratica tem como objetivo
fomentar o consumo e o lucro das empresas que a praticam.
2.1.3 Tipos de Obsolescência
Neste contexto, Packad define três tipos diferentes de obsolescência programada, ou
seja, formas pelas quais um produto pode se tornar obsoleto, que são baseadas na
função, qualidade e desejabilidade.
A obsolescência de função é aquela em que um produto existente torna-se antiquado,
quando aparece um produto novo que executa melhor a função. Por exemplo, a máquina
de coser a pedal tornou obsoleta a maquina a manivela, e a máquina elétrica fez o
mesmo com a máquina a pedal.
A obsolescência de qualidade qualifica o desgaste ou o defeito artificial. Neste caso, o
fabricante concebe o produto desde o princípio para que tenha uma duração de vida
limitada, normalmente não muito longa. Pode tratar-se por exemplo, de um chip
eletrónico colocado numa impressora para que esta bloqueie após 18 000 cópias. Outro
exemplo interessante deste tipo de obsolescência, manifesta-se quando um software
deixa de realizar intercâmbio de informações e dados. Este fato ocorre, por exemplo,
quando o utilizador não faz atualizações frequentes das versões desse software, pois
versões mais atualizadas leem arquivos gerados por versões antigas, mas estas nem
sempre leem arquivos gerados de versões mais novas12.
12
(Pavão, 2015)
15
A obsolescência por desejo consiste quando um produto que ainda esta tecnicamente
em condições de utilização, em termos de qualidade ou performance, revela-se gasto
nos pensamentos das pessoas, devido a um aprimoramento de estilo ou outra
modificação que faz com que o mesmo se torne menos desejado. Neste caso,
tecnicamente o produto não é melhor, tudo concentra-se no design e trata-se de
manipular o consumidor mediante a publicidade para que troque de produto. (Latouche,
2012). Os produtos tecnológicos a par da indústria da moda são altamente afetados por
este tipo de obsolescência, telemóveis, computadores pessoais, automóveis, estes
últimos com agendas estabelecidas para o lançamento de novos modelos a cada um ou
dois anos incorporam nenhuma ou quase nenhuma nova funcionalidade, geralmente
apenas um novo design (Roland, 2001).
2.1.4 Fatores que influenciam a obsolescência programada
Existem vários fatores que influenciam a ocorrência da obsolescência ao longo dos
tempos.
O aparecimento do fenómeno da Obsolescência Programada nos Estados Unidos entre
as duas guerras, juntamente com o nascimento da sociedade de consumo seria o
resultado de uma espécie de complot politico: a imposição deliberada, na América dos
anos vinte, de uma nova maneira de viver fundada no consumo. (Latouche, 2012)
Assim, o foco da economia Americana após a segunda guerra mundial passou a ser
consumo. Na década de 50, o presidente do conselho de consultores económicos do
presidente Eisenhower13 declarou: o objetivo máximo da economia americana é
produzir mais bens de consumo. (Leonard, 2010)
David Orr, afirma que o aparecimento da sociedade de consumo não14 foi nem
inevitável nem acidental. Resultou, sim da convergência de quatro forças: um conjunto
de ideias que diziam que a terra é para ser usada a nosso bel-prazer, a ascensão do
13
14
(Leonard, 2010)
(Leonard, 2010)
16
capitalismo moderno, a inteligência tecnológica, e a abundancia da América do Norte,
onde o modelo de consumo em massa lançou as primeiras raízes. (Leonard, 2010)
Em 1950, o analista do sector retalhista americano Victor Lebow descreveu o que era
necessário para fazer com que as pessoas continuassem a consumir e as fabricas a
produzir: a nossa economia enormemente produtiva exige que façamos do consumo o
nosso modo de vida, que transformemos a compra e a utilização de produtos em rituais,
que procuremos a nossa satisfação espiritual, a satisfação do nosso ego no consumo…
precisamos que as coisas sejam consumidas, esgotadas, substituídas e descartadas a um
ritmo muito acelerado.15
No entanto, Packard conclui que havia necessidade de inventar táticas comerciais que
transformassem os americanos em consumidores esbanjadores, vorazes e compulsivos,
e fabricar produtos que permitem este desperdício16. Isto é precisamente o que fez a
publicidade, o credito para consumo e a obsolescência programada. Estes três
ingredientes, são necessários para que a sociedade de consumo possa prosseguir a sua
ronda diabólica: a publicidade cria o desejo de consumo, o crédito proporciona os meios
e a obsolescência programada renova a necessidade. (Latouche, 2012)
Neste ponto, mais diretamente, o nosso comportamento consumista é o resultado de
publicidade apelativa, atração pelo crédito fácil, ignorância em relação ao conteúdo
perigoso de muito daquilo que consumimos, o colapso da comunidade, o menosprezo
pelo futuro, a corrupção política e a atrofia de meios alternativos de que nos possamos
munir. (Leonard, 2010) Tal como o capitalismo, com a sua incessante necessidade de
lucro, evoluiu para o modelo económico dominante, tornou-se necessária uma cultura
de consumismo para o sustentar. (Leonard, 2010). A um nível mais profundo, a
programação da morte acelerada dos produtos corresponde a uma necessidade do
sistema. (Latouche, 2012)
Contudo, a aceitação social generalizada da obsolescência cada vez mais rápida é
fundamental para o sucesso do sistema. Para a sua aceitação generalizada, foi necessário
reunir uma serie de condições para que ficássemos tao recetivos a ela. Primeiro, o custo
de mandar reparar alguma coisa tem de estar tao próximo, ou ser eventualmente
15
16
(Latouche, 2012)
(Latouche, 2012)
17
superior, ao custo de substituição, incitando-nos a deitar fora o avariado. As peças
sobresselentes e a assistência técnica têm de ser de difícil acesso, o que qualquer pessoa
que tenha recentemente ligado para o serviço de assistência ao cliente pode atestar. Os
produtos atuais têm de ser incompatíveis com novas atualizações ou acessórios. E a
aparência das coisas tem de mudar constantemente, incentivando a deitar fora um
modelo mais antigo, mesmo que este ainda funcione perfeitamente. (Leonard, 2010).
A estratégia de obsolescência programada superou as expectativas mais otimistas das
pessoas que a implementaram e tem sido referida como o motor secreto da nossa
sociedade de consumo. (Dannoritzer, 2011). A obsolescência programada continua a
dominar e a definir a cultura de consumo atual e desfazemo-nos dos produtos (muitas
vezes perfeitamente bons) a uma velocidade cada vez maior. Ao serviço da
obsolescência há toda uma industria a trabalhar afincadamente e que gasta milhares de
milhões de dólares todos os anos para nos levar a comprar algo novo, melhor, diferente
e que seja mais ao nosso gosto. Esta indústria é conhecida por publicidade. (Leonard,
2010)
2.1.5 Estudos sobre obsolescência programada
A obsolescência programada apresenta-se como um tema bastante controverso com
apoiantes e críticos. Alguns autores são a favor da obsolescência programada referindo
que esta é indispensável para o sucesso do sistema económico atual, sem a qual as
industrias manteriam os seus lucros e dificilmente sobreviveriam, dificilmente o
mercado se manteria competitivo e dificilmente garantiriam a quantidade de empregos
que mantêm. Por outro lado, os críticos da obsolescência programada levantam algumas
questões do ponto de vista ético e ambiental questionando-se até que ponto será ético
incorporar a falha técnica no produto desde a sua conceção e alertam também para as
consequências ambientais que dai podem surgir devido ao consumo exacerbado.
Como podemos ver, a obsolescência programada é um tema bastante complexo e
controverso, contudo, neste ponto iremos abordar a obsolescência programada sobre a
perspetiva de vários autores.
18
A obsolescência programada não é um tema do qual se pode ter uma opinião de «branco
ou preto», é uma área cinzenta no mercado que abrange várias áreas como a económica,
social ou comportamental, “ argumentos a favor e contra a obsolescência programada
tornam evidente que não é fácil encontrar soluções que sejam economicamente viáveis e
ambientalmente responsáveis (Boradkar, 2010)17.
Para iniciar a análise às teorias existentes sobre obsolescência planeada, nada melhor do
que abordar os conceitos descritos por aquele que é, unanimemente considerado, como
sendo “o pai” da obsolescência programada: Bernard London a quem é atribuído a
responsabilidade de introduzir o tema pela primeira vez em debate público. Este
visionário norte-americano, que era empresário do ramo imobiliário, em 1932 publica
um artigo cujo título “Acabando com a crise através da obsolescência programada”
(Ending the depression through planned obsolescence) onde defendia a obsolescência
programada como única saída para a crise que assolava desde 1929 os Estados Unidos
da América. Ele fundamentava esta teoria com o fato de o consumo permanente das
pessoas potenciar a produção de bens e serviços, o que faria nascer novas empresas,
aumentar a capacidade produtiva das empresas existentes e o posterior comércio de bens
e serviços, desenvolvendo, consequentemente, a economia de forma absolutamente
ímpar.
Bernard London constatou que a crise levava as pessoas a utilizar os objetos durante
mais tempo, enquanto antes tinham talvez uma maior tendência para desfazer-se deles.
Portanto, o governo deveria, determinar a duração de vida de todos os produtos
manufaturados no momento da sua conceção. Engenheiros competentes poderiam
determinar a duração de vida ótima para cada objeto, cinco anos para um carro, vinte e
cinco para uma vivenda por exemplo. Para London, a obsolescência programada não
consistia em introduzir fraudulentamente uma falha técnica dentro do produto, como fez
o cartel S.A Phoebus nas lâmpadas.
O método que ele defendia para se iniciar esta autêntica revolução, na forma de pensar e
de fazer negócios, era completamente inovador, pois previa que houvesse um registo a
nível nacional de todos os bens que os consumidores possuíam. Após esse registo, os
funcionários de um departamento governamental iriam a casa das pessoas buscar os
17
(Reis, 2012)
19
bens antigos e deixariam ficar um documento para que estas pudessem comprar novos
bens. O valor total despendido nesta compra era. posteriormente deduzido no valor dos
impostos.
Portanto, a fórmula por ele defendida seria posta em prática através da substituição dos
subsídios governamentais - quer às empresas, quer aos cidadãos - por um incentivo à
produção. Deste modo, fomentava-se a criação de riqueza, pelo que o Governo era visto
como um financiador indireto desta obsolescência. No entanto, em troca desta política,
o país atingia um crescimento económico sem precedentes, fazendo-o emergir
definitivamente como o mercado mais importante a nível mundial.
Apesar destas ideias radicais nunca terem sido colocadas oficialmente em prática, a
visão de London contribuiu certamente para defender a ideia segundo o qual a
obsolescência programada é uma necessidade, e a desativar também, sem dúvida, os
protestos dos consumidores, sendo estes tao cúmplices como o são frequentemente18.
Como facilmente se depreende, desde que se começou a discutir esta questão da
obsolescência programada, sempre houve opiniões contraditórias sobre ela. Se, por um
lado, muitas pessoas condenaram as ideias de London, ainda hoje existem autores que
ressalvam os pontos positivos desta prática, pelo que se deduz que este tema é tudo
menos unânime.
A obsolescência programada tem sido apontada por alguns autores como um
ferramenta necessária para o sucesso do sistema económico no qual estamos inseridos.
Segundo Lafargue, reduzir artificialmente a duração de vida dos produtos é uma
condição do emprego, logo é de bem-estar social. Dado que a economia moderna é
estruturalmente dependente do crescimento económico para sua estabilidade, quando o
crescimento não ocorre como aconteceu de maneira dramática durante a grande
depressão, os políticos entram em pânico, as empresas lutam para sobreviver e buscam
desesperadamente por clientes, e os trabalhadores perdem os seus empregos. No
entanto, a obsolescência programada converte-se numa necessidade para lutar contra o
desemprego19.
18
19
(Latouche, 2012)
(Latouche, 2012)
20
Para E.S.Stafford, diretor editorial da revista Design News, a limitação sistemática da
duração de vida de um produto converte-se em um fator tao eficaz para o relançamento
da economia americana como a venda a crédito. A obsolescência programada participa
da coerência sistémica da sociedade de consumo, no qual sem uma redução drástica do
ciclo de vida dos produtos, a teoria fordista-Keynesiana dos gloriosos anos trinta estaria
ultrapassada. A produção em massa permite uma redução de custos e coloca os objetos
ao alcance do grande público, mas, para manter os lucros elevados, a procura deve ser
renovada constantemente e não pode ser feita pela expansão de um mercado já
saturado20.
Stewart pôs em causa a objetividade da obsolescência, isto é, defende que aquilo que é
obsolescência para algumas pessoas, pode não o ser para outras, pois os produtos
necessitam de ser atualizados e um simples upgrade num qualquer produto não deve ser
considerado obsolescência. Para reforçar esta sua teoria, este autor conclui que é
precisamente esta constante criação de novas necessidades e produtos que faz dinamizar
a economia, pelo que a aposta na inovação e no desenvolvimento de novos produtos
deve ser mantida.
Por sua vez, Grout e Park desenvolveram um estudo onde defendem que há empresas
que só sobreviverão praticando a obsolescência, pois a competitividade é tão grande que
as obriga a lançar produtos de forma sistemática e permanente. Nas suas conclusões,
eles mantêm a ideia de que indubitavelmente isso compensa, porque estas empresas vão
de encontro àquilo que o consumidor quer, que é ter sempre os produtos e modelos mais
recentes. Daí o consumidor ter tendência para procurar as empresas que inovam
constantemente.
Também Fishman, Gandal e Shy defendem a prática da obsolescência programada,
uma vez que ela pode mesmo ser uma condição importante para se atingir o progresso
tecnológico.
Segundo estes autores, o fato de os produtos terem uma vida útil demasiado extensa,
pode desincentivar os investidores a apostarem na inovação e no desenvolvimento de
novas tecnologias, com todas as repercussões negativas daí inerentes. Para eles, é
20
(Latouche, 2012)
21
preferível a deterioração rápida dos equipamentos do que produtos com uma vida útil
demasiado extensa, pois isto provocará a estagnação da inovação e, posteriormente, de
toda a atividade económica.
Contrariamente aos autores que defendem a obsolescência programada como um fator
importante para o estímulo da economia alguns autores questionam-na sob o ponto de
vista ético. Neste ponto a questão que se faz é se o projeto de conceber um defeito
técnico de propósito é contrário a ética.
Segundo Latouche, o defeito técnico incorporado desde a conceção do produto ou a
utilização de matérias-primas baratas ou de má qualidade permitem o abuso para
enganar o consumidor sobre a natureza dos produtos. Este procedimento degrada a
qualidade do produto para reduzir custos e acelerar o consumo.
Romney, parte do ponto de vista de que a criação anual de produtos simplesmente
camuflados para parecer melhores não é mais que um desvio monumental da
investigação técnica.
Na mesma linha Teague cita” quando o design se prostitui desta maneira, desaparece a
sua própria lógica aparecem curiosos resultados”. A prática consistente em deixar que
os modelos anteriores passem de moda quando os novos não têm nada de melhor para
oferecer é conhecido como obsolescência programada ou artificial porém o termo mais
apropriado seria simplesmente fraude.
Chambers defende a mesma postura e cita” Duvido muito que algum de nós deseje
aplicar este princípio da falha planeada a curto prazo para a compra, seja da sua própria
casa, do seu carro ou os demais bens duradouros que impliquem um gasto considerável.
Chambers questiona também quem deve decidir até que ponto o curto prazo deve ser
curto e ressalta que a ética, a honestidade e os demais princípios intangíveis não são
algo modificáveis pelas diretivas da gestão empresarial. Para o mesmo autor, o estímulo
artificial fundado sobre tais planos deliberadamente desonestos são sem duvida, um
compromisso com a ética.
Por outro lado, Levitt chama a atenção dos homens de negócio por não se preocuparem
com as consequências das suas ações. Segundo este, o homem de negócio só tem duas
razoes de ser: criar e distribuir para atender a procura pelo lucro. O fato de que os
22
lobbies obedeçam apenas a ética do lucro não converte absolutamente em moral o
comportamento dos fabricantes, quando os efeitos desta deontologia de negócio são
prejudiciais para a sociedade, para o meio ambiente e para as gerações futuras.
Como podemos verificar a obsolescência programada não é isenta de problemas. Para
além dos problemas éticos que se podem levantar existe também os problemas
ambientais talvez o maior deles todos.
A obsolescência programada afeta a ecologia em dois aspetos principais: o desperdício
dos recursos naturais e a produção excessiva de lixo. Para acelerar a produção e o
consumo de computadores, eletrodomésticos e bens de qualquer índole, esgotam-se
mais rapidamente as reservas de minerais não renováveis de maneira direta e, de
maneira indireta, se incrementa sem necessidade o consumo de energia. Por outro lado o
desperdício desenfreado de produtos e o consumo acelerado comportam um incremento
proporcional de resíduos que segundo Latouche com os quais já não sabemos o que
fazer. (Latouche; P:98)
Os telemóveis que vão para ao lixo ao fim de dezoito meses de uso em média, criam
montanhas de resíduos que contêm fortes concentrações de toxinas biológicas
permanentes como arsénico, antimónio, berílio, níquel, zinco e etc. Apenas nos Estados
Unidos mais de 130 milhões de telemóveis em bom estado foram para o lixo e não há
sinais de que as coisas possam abrandar.
Frente a um insuperável problema de armazenamento de resíduos eletrónicos e que
nenhum programa de acondicionamento de resíduos a largo prazo será capaz de
resolver, estamos em perigo. Segundo Slade, o mundo simplesmente não pode fabricar
suficientes contentores para permitir que os Estados Unidos continuem com o seu atual
ritmo de exportar tantos materiais e resíduos eletrónicos para países do terceiro
mundo21. As quantidades em questão superam também a capacidade dos navios e
aumentam também as probabilidades de descargas de resíduos eletrónicos ilegais.
Uma das sequências de comprar, tirar, comprar, Mike Anane apresenta o leito de um rio
em Agbogbloshie no Gana, inicialmente o rio transbordava de vida, era povoado por
várias espécies de peixes, utilizado para pesca e passeios de barco. Hoje o local tornou21
(Latouche, 2012)
23
se um grande depósito a céu aberto de lixo eletrônico dos países ricos. Nas palavras do
ambientalista ganês, "o país [Gana] tornou-se numa enorme lixeira dos países
desenvolvidos.
Maris, assinala que a atividade dos homens de negócio consiste em criar necessidades
num mundo que se funde com a produção. Isto exige um índice de rotação e de
consumo de produtos cada vez mais rápido, logo uma produção de resíduos cada vez
mais considerável e uma atividade para o tratamento de resíduos cada vez mais
importantes.22
Já Latouche alerta para os limites físicos do nosso planeta considerando que o sistema
económico atual cuja logica não é crescer para satisfazer necessidades mas crescer por
crescer (crescer infinitamente) com uma produção sem limites no qual o consumo
também deve crescer sem limites, está logica é insustentável a longo prazo e
fundamenta-se numa contradição flagrante no qual o crescimento infinito é
incompatível com um planeta finito.
Leonard argumenta que o facto de, embora estejamos a consumir mais hoje do que há
cinquenta anos, não estamos mais felizes do que antes como também estamos a utilizar
mais recursos do que a terra pode regenerar. Ou seja, o planeta produz uma determinada
quantidade de recursos naturais por ano e nós não só estamos a utilizar todos como
também estamos a gastar a reserva de recursos que foram acumulados desde que a terra
existe. A autora alerta para a necessidade de enveredar-se por um caminho diferente,
começando por contestar a assunção fundamental de que a produção e o consumo é o
objeto central e o motor da nossa economia.
Braungart consciente da insustentabilidade deste sistema, propõe um novo processo de
produção, sem produtos tóxicos e sem resíduos no qual todos os produtos podem ser
reutilizados colocando assim um ponto final na geração de resíduos e na necessidade de
explorar continuamente os recursos naturais.
22
(Latouche, 2012)
24
III. Estudo de caso
3.1.1 Microsoft
O estudo de caso desta dissertação, incide sobre os sistemas operativos (windows) da
Microsoft. Os sistemas operativos apesar de não serem alvo de desgaste físicos não
estão isentos de se tornarem alvo de obsolescência programada.
Segundo Bulow a obsolescência programada não se limita a mera durabilidade física de
um produto, a obsolescência programada é muito mais que uma questão de
durabilidade, é também e talvez principalmente, sobre como é que muitas vezes uma
empresa vai introduzir um novo produto e como a compatibilidade do novo produto será
com as versões mais antigas. assim a durabilidade de um produto pode ser reduzida pela
presença de outras versões, qualitativamente superiores ou por incompatibilidade entre
diferentes gerações de produtos .
A Microsoft de tempos a tempos introduz no mercado novas versões de sistemas
operativos (windows) que não têm sido isentas de criticas relativamente as melhorias
associadas em relação as versões anteriores. Será que esta estratégia da Microsoft
corresponde a uma estratégia de obsolescência programada ou a introdução frequente de
novos sistemas operativos podem ser explicadas por outros fatores?
Portanto, os sistemas operativos windows enquadram-se como objeto de estudo para
esta dissertação. Em seguida será feito o levantamento bibliográfico sobre a historia da
Microsoft e do Windows.
A Microsoft é uma empresa transnacional estadunidense com sede em Redmond,
Washington que desenvolve, fabrica, licencia, apoia e vende softwares de computador,
produtos eletrónicos e computadores23. Entre os seus produtos de software mais
conhecido estão os sistemas operativos Windows, a linha de aplicações para escritório
Office e o navegador Internet Explorer. Entre os seus principais produtos de Hardware
estão as consolas de jogos de vídeo Xbox e a serie de tablets Surface. É a maior
23
(Wikipedia, 2015)
25
produtora de softwares do mundo, e a segunda empresa mais valiosa do mundo valendo
cerca de 63 bilhões de dólares24.
A empresa foi fundada em 4 de abril de 1975 por Bill Gates e Paul Allen para
desenvolver e vender interpretadores Basic para o Altair 8800. Posteriormente a
empresa iria dominar o mercado de sistemas operativos de computadores pessoais com
o MS-DOS, em meados da década de 1980, seguido pelo Microsoft Windows.
Em 2014, a Microsoft é dominante tanto em sistemas operativo IBM PCS compatíveis
quanto em programas para escritório. A empresa também produz uma grande variedade
de outros softwares para desktops e servidores e é ativa em áreas como pesquisa na
internet (com o Bing), indústria de jogos de vídeo (com a consola Xbox), mercado de
serviços digitais (através do MSN) e de telemóveis (através do Nókia e do Windows
Phone). Em Junho de 2012, a Microsoft entrou pela primeira vez no mercado de
produção de computadores pessoais, com o lançamento do Surface, uma linha de
computadores tablet25.
3.1.2 Microsoft História e Primeiros Anos
A Microsoft foi fundada em 1975 por Bill Gates e Paul Allen. O primeiro produto
desenvolvido pela empresa foi uma versão do interpretador BASIC, para o Altair 8800
da MITS. Em 1976 é lançado o Microsoft FORTRAN, para computadores baseados em
CP/M.
Em 1980, a IBM planeava lançar o seu computador pessoal com o sistema CP/M, mas
as negociações com a Digital Research falharam e a IBM procura a Microsoft para
desenvolver o seu sistema operativo. Sem ter um sistema operativo para entregar, a
Microsoft efetuou um contrato não exclusivo de licenciamento com a IBM e procura a
Seattle Computers para comprar o seu sistema Q-DOS. Em 1982 a Microsoft começa a
desenvolver aplicações para o Macintosh da Apple, lança o Microsoft COBOL e a
planilha eletrónica Multiplan para o MS-DOS. No ano seguinte anuncia o Microsoft
Word e o Microsoft Windows. Em 1985 a Microsoft e a IBM assinam um acordo para o
24
25
(Badenhausen, 2015)
(Wikipedia, 2015)
26
desenvolvimento conjunto de um futuro sistema operativo, no mesmo ano lança o
Microsoft Windows 1.0 por 99 dólares26.
3.1.3 Arranque da Microsoft e do Windows 1975 – 1981
Estamos na década de 70. No trabalho, dependemos de máquinas de escrever. Se
precisarmos de copiar um documento, provavelmente utilizaremos um mimeógrafo ou
papel químico. Poucas pessoas ouviram falar de microcomputadores, mas dois jovens
entusiastas da informática, Bill Gates e Paul Allen, veem na informática pessoal um
caminho para o futuro.
Em 1975, Gates e Allen formam uma parceria chamada Microsoft27. Tal como a maioria
das start-ups, a Microsoft começa como uma pequena empresa, mas tem uma enorme
visão: um computador em cada secretária e em cada casa. Nos anos seguintes, a
Microsoft começa a mudar a nossa forma de trabalho.
Os primórdios do MS-DOS
Em junho de 1980, Gates e Allen contratam Steve Ballmer, um antigo colega de turma
em Harvard, para ajudá-los a gerir a empresa. No mês seguinte, a IBM sonda a
Microsoft relativamente a um projeto com o nome de código "Chess" (xadrez). Em
resposta, a Microsoft concentra-se num novo sistema operativo — o software que gere,
ou executa, o hardware do computador, servindo igualmente de ponte entre o hardware
e os programas informáticos, como um processador de texto. Consiste na base sobre a
qual funcionam os programas informáticos. O novo sistema operativo é batizado de
"MS-DOS".
Em 1981, ano em que os PCs da IBM a executar o MS-DOS são comercializados, este
sistema apresenta uma linguagem totalmente nova ao público em geral. O MS-DOS é
eficaz, mas também se revela difícil de compreender para muitas pessoas. Tem de
existir uma forma mais eficaz de conceber um sistema operativo.
26
27
(Wikipedia, 2015)
(windows.microsoft.com/pt, 2015)
27
1982–1985: Apresentamos o Windows 1.0
A Microsoft desenvolve a primeira versão de um novo sistema operativo. Interface
Manager é
o nome de código e igualmente considerado para o nome final, mas a
designação Windows prevaleceu por descrever melhor as caixas ou "janelas" (windows)
informáticas que são uma parte essencial do novo sistema. O Windows é anunciado em
1983, mas demora algum tempo a ser desenvolvido. Os céticos apelidam-no de
"vaporware".
Em 20 de novembro de 1985, dois anos após o anúncio inicial, a Microsoft lança o
Windows 1.0. Agora, em vez de escrever comandos MS-DOS, basta deslocar um rato
para apontar e clicar através de sucessivos ecrãs ou "janelas". Bill Gates afirma tratar-se
de "um software único, concebido para utilizadores avançados de PCs".
Existem menus pendentes, barras de deslocamento, ícones e caixas de diálogo que
tornam os programas mais fáceis de aprender e de utilizar. É possível alternar entre
vários programas sem ter de fechar e reiniciar cada um deles. O Windows 1.0 é
comercializado com vários programas, incluindo um gestor de ficheiros MS-DOS, o
Paint, o Windows Writer, o Notepad, o Calculator, bem como uma agenda, uma base de
dados e um relógio para ajudar o utilizador a gerir as atividades diárias. Inclui até um
jogo — o Reversi.
1987–1990: Windows 2.0–2.11 — Mais janelas, mais rapidez
Em 9 de dezembro de 1987, a Microsoft lança o Windows 2.0, com ícones no ambiente
de trabalho e expansão de memória. Graças a um suporte de gráficos melhorado, já é
possível sobrepor janelas, controlar a apresentação no ecrã e utilizar atalhos do teclado
para acelerar o trabalho. Alguns programadores de software criam os seus primeiros
programas para esta edição do Windows.
Em 1988, a Microsoft torna-se a maior empresa de software para PC a nível mundial em
volume de vendas. Os computadores começam a tornar-se parte integrante do trabalho
diário de alguns empregados de escritório.
28
1990–1994: Windows 3.0
A 22 de maio de 1990, a Microsoft anuncia o Windows 3.0, seguido pouco depois pelo
Windows 3.1, em 1992. Em conjunto, as duas edições vendem 10 milhões de cópias
durante os dois primeiros anos, tornando-o no sistema operativo Windows mais
utilizado de sempre. A escala deste êxito faz com que a Microsoft reavalie os seus
planos iniciais. A Memória Virtual melhora os gráficos visuais. Em 1990, o Windows
começa a assemelhar-se às suas versões posteriores.
O Windows passa a ter um desempenho significativamente melhor, gráficos avançados
com 16 cores e ícones melhorados.
A popularidade do Windows 3.0 aumenta com o lançamento de um novo kit de
desenvolvimento de software (SDK) do Windows, o qual ajuda os programadores de
software a concentrarem-se mais na programação do software e menos na criação de
controladores de dispositivos.
O Windows é cada vez mais utilizado no trabalho e em casa, passando a incluir jogos
como o Solitaire, o Hearts e o Minesweeper. Anúncio da época: "Agora já pode utilizar
a incrível capacidade do Windows 3.0 para descontrair."
1995–1998: Windows 95 — a maioridade do PC (sem esquecer a Internet)
Em 24 de agosto de 1995, a Microsoft lança o Windows 95, cujas vendas atingem um
valor recorde de 7 milhões de cópias nas cinco primeiras semanas. Trata-se do
lançamento mais mediático alguma vez realizado pela Microsoft. Os anúncios de
televisão apresentam os Rolling Stones a cantar "Start Me Up" sobre imagens do novo
botão Iniciar. O comunicado de imprensa afirma simplesmente: "Chegou."
Estávamos na era dos fax/modems, do correio eletrónico, do novo mundo online, dos
jogos multimédia deslumbrantes e do software educativo. O Windows 95 dispunha de
suporte integrado para a Internet, de acesso telefónico à rede e de novas capacidades
Plug and Play que facilitavam a instalação do hardware e do software. O sistema
operativo de 32 bits também disponibilizava capacidades multimédia melhoradas,
funcionalidades mais robustas de computação móvel e ligações de rede integradas.
29
Por ocasião do lançamento do Windows 95, os anteriores sistemas operativos Windows
e MS-DOS eram executados em aproximadamente 80% dos PCs a nível mundial. O
Windows 95 consistia na atualização desses sistemas operativos. Para executar o
Windows 95, era necessário um PC com um processador 386DX ou superior (486
recomendado) e pelo menos 4 MB de memória RAM (8 MB de memória RAM
recomendados).
O Windows 95 incluía pela primeira vez que surge o menu Iniciar, a barra de tarefas e
os botões minimizar, maximizar e fechar em todas as janelas. É disponibilizado em 12
idiomas.
1998–2000: Windows 98, Windows 2000
Lançado em 25 de junho de 1998, o Windows 98 é a primeira versão do Windows
especificamente concebida para o mercado de consumo. Os PCs são comuns no local de
trabalho e em casa, enquanto surgem os cibercafés onde é possível utilizar a Internet. O
Windows 98 é descrito como um sistema operativo que "Funciona melhor e é melhor
para jogar".
O Windows 98 permite-lhe localizar informações mais facilmente no seu PC e na
Internet. Outros melhoramentos incluem a possibilidade de abrir e fechar os programas
mais rapidamente, bem como o suporte para leitura de discos DVD e dispositivos USB
(universal serial bus). Outra das estreias foi a barra de Lançamento Rápido, que permite
executar os programas sem necessidade de os procurar no menu Iniciar ou no ambiente
de trabalho.
Windows 2000 Professional
Mais do que uma simples atualização do Windows NT Workstation 4.0, o
Windows 2000 Professional foi concebido para substituir o Windows 95, o Windows 98
e o Windows NT Workstation 4.0 em todos os computadores empresariais e portáteis.
Construído sobre o código base comprovado do Windows NT Workstation 4.0, o
30
Windows 2000 acrescenta melhoramentos substanciais de fiabilidade, facilidade de
utilização, compatibilidade com a Internet e suporte para a informática móvel.
Entre outros melhoramentos, o Windows 2000 Professional simplifica a instalação de
hardware ao adicionar suporte para uma vasta gama de novo hardware Plug and Play,
incluindo produtos avançados de rede e comunicações sem fios, dispositivos USB,
dispositivos IEEE 1394 e dispositivos infravermelhos.2001–2005: Windows XP —
Estável, utilizável e rápido
Em 25 de outubro de 2001, o Windows XP é lançado com um aspeto e funcionalidade
redesenhados e centrados na usabilidade e com um centro de serviços de Ajuda e
Suporte unificado. É disponibilizado em 25 idiomas. Entre meados dos anos 70 e o
lançamento do Windows XP, foram comercializados aproximadamente mil milhões de
PCs a nível mundial.
Para a Microsoft, o Windows XP iria tornar-se num dos produtos mais vendidos nos
anos seguintes. O sistema não só era rápido como estável. A utilização do menu Iniciar,
da barra de tarefas e do Painel de Controlo era mais intuitiva. Aumentam as
preocupações com vírus informáticos e hackers, embora os receios sejam de certa forma
mitigados através da disponibilização online de atualizações de segurança. Os
consumidores começam a compreender os avisos relativos a anexos suspeitos e vírus. É
dada maior ênfase à Ajuda e ao Suporte.
2006–2008: Windows Vista — Inteligente em matéria de segurança
O Windows Vista é lançado em 2006, dotado do mais avançado sistema de segurança já
desenvolvido. O Controlo de Conta de Utilizador ajuda a impedir software
potencialmente
perigoso
de
introduzir
alterações
no
seu
computador.
No
Windows Vista Ultimate, a Encriptação de Unidade BitLocker assegura a máxima
proteção dos dados do seu computador, respondendo ao aumento das vendas de
portáteis e das necessidades de segurança. O Windows Vista também inclui melhorias
nas funcionalidades do Windows Media Player à medida que cada vez mais pessoas
utilizam os respetivos PCs como repositórios centrais de multimédia digital. Permite ver
televisão, visualizar e enviar fotografias e editar vídeos nos PCs.
31
2009-2011: Windows 7
O Windows 7 foi lançado para o mundo sem fios do final da década de 2000. Os
portáteis estavam a superar as vendas dos computadores de secretária e tornou-se
comum ligar a hotspots sem fios públicos em cafés e nas redes privadas domésticas.
O Windows 7 inclui novas formas de trabalhar com as janelas — tais como as
funcionalidades Encaixe, Pré-visualizar e Agitar — que melhoram a funcionalidade e
tornam a utilização da interface mais divertida. Também assinala o início do Windows
Touch, o qual permite aos utilizadores de ecrãs táteis navegar na Web, consultar
fotografias e abrir ficheiros e pastas.
2012-2013: Windows 8
O Windows 8 é um sistema operativo reinventado, desde o chipset à experiência do
utilizador e introduz uma interface totalmente nova que funciona na perfeição para o
toque, rato e teclado. Tanto funciona como um tablet para entretenimento como um PC
de funcionalidade completa para realizar as suas tarefas. O Windows 8 também inclui
melhoramentos do ambiente de trabalho familiar do Windows, com uma nova barra de
tarefas e gestão de ficheiros simplificada.
O Windows 8 inclui um ecrã Início com mosaicos que ligam a pessoas, ficheiros,
aplicações e Web sites. As aplicações estão à frente e no centro, com acesso a um novo
local para obter aplicações — a Loja Windows — diretamente incorporada no ecrã
Início.
Juntamente com o Windows 8, a Microsoft também lançou oWindows RT, que também
pode ser executado nalguns tablets e PCs. O Windows RT foi concebido para
dispositivos sofisticados com uma duração longa da bateria e executa apenas aplicações
da Loja Windows. Também é fornecido com uma versão incorporada do Office que está
otimizada para ecrãs táteis.
2013: Windows 8.1
O Windows 8.1 amplia a visão do Windows 8 ao fornecer um potente conjunto de
aplicações e a conectividade da nuvem em excelentes dispositivos; é tudo o que já se
gostava no Windows 8, mais alguns melhoramentos.
32
O Windows 8.1 alia a visão de inovação da Microsoft aos comentários dos clientes
sobre o Windows 8 para fornecer muitos melhoramentos e novas funcionalidades: mais
opções de personalização do ecrã Início que podem ser sincronizadas por todos os
dispositivos, a opção de arrancar diretamente para o ambiente de trabalho, a Pesquisa
Inteligente Bing de modo a que possa encontrar o que procura no PC ou na Web, o
botão Início para navegar entre o ambiente de trabalho e o ecrã Início e mais opções
flexíveis para visualização imediata de várias aplicações em um ou todos os ecrãs.
Existem também várias novas aplicações incorporadas tais como a Gastronomia Bing, a
Saúde e Fitness Bing e aplicações de grande utilidade como a Lista de Leitura, a
Calculadora e Alarmes. Muitas das excelentes aplicações enviadas no Windows 8 estão
de volta e até melhoradas, tornando a sua experiência mais agradável logo desde início.
Além das alterações à experiência do utilizador, o Windows 8.1 inclui funcionalidades
novas e melhoradas, tais como Associação à Área de Trabalho e Pastas de Trabalho que
permitem que os dispositivos do Windows se liguem mais facilmente aos recursos
empresariais.
V Metodologia de Investigação
4.1Metodologia de Investigação
Este capítulo começa por abordar as opções metodológicas, seguindo-se a descrição do
estudo e a caracterização dos participantes. Apresenta a seleção das técnicas de recolha
de dados, descreve os instrumentos criados, refere o processo de recolha e o tratamento
de dados.
4.1.1 Opções metodológicas
A metodologia de investigação baseia-se na escolha das etapas, procedimentos e
estratégias utilizadas na recolha de dados. É o momento da tomada de decisões, por
parte do investigador, sobre quais os métodos a utilizar para dar resposta às questões da
investigação.
Por isso, é nesta fase que se descrevem, cautelosamente, as decisões tomadas ao longo
de todo o processo e se dá atenção à planificação de recolha de dados, pela implicação
que acarreta na qualidade, integridade e interpretação dos resultados. Na descrição da
33
metodologia o investigador especifica o estudo que adotou; identifica as características
dos contextos e do local onde o estudo foi realizado; os principais informantes;
especifica os métodos e instrumentos utilizados na recolha de dados e procedimentos
usados na sua análise e, por fim, as limitações do estudo.
Tendo em atenção o quadro teórico escolhido, os objetivos propostos, as questões a que
se pretende responder e as condições disponíveis para a implementação desta
investigação, optou-se por uma metodologia de investigação de natureza eminentemente
qualitativa, sem todavia descurar dados quantitativos considerados substanciais para a
investigação, pelo facto de se utilizarem várias técnicas de recolha de dados (Fernandes,
1991). Nesta linha de pensamento e no entender de Goldenberg (1999, p. 62), “a
integração da pesquisa quantitativa e qualitativa permite que o pesquisador faça um
cruzamento das suas conclusões de modo a ter mais confiança nos dados”.
A investigação qualitativa, relativamente à investigação quantitativa, permite maior
aproximação e profundidade para analisar a parcela de estudo, através da qual se penetra
numa realidade, no seu contexto natural, tentando extrair sentido e significado.
Os estudos de caso exploratórios permitem levar a novos estudos que possibilitam a
generalização. Este modelo metodológico permite usar um conjunto diversificado de
instrumentos de recolha de dados: entrevistar, aplicar questionários, investigar
diferentes questões em diferentes ocasiões e utilizar uma variedade de documentos,
como foi o caso do presente estudo.
Foi nosso propósito estudar como é que os inquiridos vêm as constantes alterações dos
sistemas operativos, a durabilidade, as vantagens para os consumidores e o fator
económico associado a estas alterações do sistema operativo.
4.1.2 Descrição do estudo
De acordo com Lüdke e André (1986) a investigação qualitativa pode assumir várias
formas, com destaque para a etnográfica e o estudo de caso. O método de estudo de caso
é considerado um tipo de análise qualitativa (Bogdan e Biklen, 1994), mas tem sido
considerado “o parente pobre entre os métodos de ciência social” (Yin, 2005, p. xi).
34
Actualmente, o estudo de caso tornou-se numa estratégia de investigação educacional
recorrente (André, 2002) granjeando interesse entre a comunidade dos investigadores
em Tecnologia Educativa (Coutinho & Chaves, 2002). Para Coutinho e Chaves (2002) o
aparecimento de novas problemáticas emergentes tem vindo a impulsionar a
experimentação de novas abordagens metodológicas no domínio das Ciências da
Educação, onde se inclui o método de estudo de caso.
Yin (2005) descreve três tipos de estudos de caso que podem ser tidos como critérios
para avaliar se uma investigação pode ou não ser considerada como um estudo de caso.
O caso deve ser i) crítico, ii) extremo ou único, iii) ou revelador. Em qualquer destas
situações, deve evidenciar fenómenos sociais complexos, mantendo as características
holísticas dos acontecimentos da vida real.28
Segundo Stake (2000, p. 436) o estudo de caso como estratégia de investigação,
caracteriza-se pelo interesse por casos individuais e não tanto pelos métodos de
investigação, podendo ser os mais variados (qualitativos ou quantitativos). Este autor
chama a atenção para o facto de que “nem tudo pode ser considerado um caso” e
apresenta pistas para ajudar a identificar o que pode constituir um caso. A decisão da
escolha do caso ou casos é da responsabilidade do próprio investigador devendo ter em
linha de conta que os participantes seleccionados apenas lhe proporcionam compreensão
do fenómeno e não generalização.
A análise dos dados recolhidos, no estudo de caso, foca-se no fenómeno seleccionado
pelo investigador para uma compreensão mais profunda, participantes e documentação
para análise.
Partindo dos objectivos traçados e das condições existentes para implementação desta
investigação optámos por um estudo de natureza qualitativa, com opção pelo método de
estudo de caso com quatro perguntas de resposta aberta.
28
(insper, 2015)
35
4.1.3 Participantes no estudo
A seleção dos participantes deste estudo foi aleatória, no entanto a amostra utilizada
será uma amostra de conveniência. Esta seleção permite, servir o propósito da
investigação.
O estudo envolve professores da Universidade Europeia e alunos do CET da
Universidade Europeia da área das tecnologias do ano lectivo de 2014/2015
correspondente a vinte alunos de ambos os sexos. Quando se seleciona a amostra num
estudo de caso, está-se a definir a sua essência metodológica.
Nesta investigação foi utilizada a técnica de inquérito por questionário e entrevista,
frequentemente usada no campo educativo (Tuckman, 2002). Através dos dados obtidos
por questionário, o investigador poderá fazer descrições, comparações e relacionar as
respostas obtidas por forma a encontrar características comuns entre os respondentes
(Bell, 1993). Parece ser difícil planear um bom questionário, mesmo para pessoas
experientes. Um bom questionário deve atentar na “selecção do tipo de questões, na sua
formulação, apresentação, ensaio, distribuição e devolução dos questionários” (Bell,
1997, pp. 99-100).
Um questionário é uma lista organizada de questões com vista a obter informações de
diversa natureza.
O questionário foi realizado por uma amostra de vinte inquéritos de resposta aberta
composto por quatro questões.
4.1.4 Análise de conteúdo dos alunos
Como já foi acima referido o questionário aplicado é composto por quatro questões de
resposta aberta. Uma vez recolhido os dados, efetuou-se, a analise de todas as respostas
de forma a poder-se tirar algumas conclusões com base nos dados recolhidos. Neste
ponto as conclusões tiradas incidem sobre as respostas dos alunos.
36
Quais o fatores que considera que levam a Microsoft a alterar os (SO) sistemas
operativos de tempos a tempos? Na sua opinião quais as vantagens e desvantagens deste
procedimento? Justifique por favor.
De um modo geral os inquiridos são da opinião que os fatores que levam a Microsoft a
mudar de sistema operativo de tempos a tempos surge da necessidade de mercado para
acompanhar a concorrência, a evolução da tecnologia e a melhoria da performance e
segurança do sistema operativo.
Neste ponto, 45% dos inquiridos considera como fator relevante a necessidade da
Microsoft em acompanhar a sua concorrência no mercado. Já 30% dos inquiridos
referem que mudança constante de sistemas operativos está associada a evolução da
tecnologia e a implementação de novas tecnologias. 25% dos inquiridos associam a
mudança a melhoria da segurança do sistema operativo. 20% aponta para a melhoria da
performance do sistema operativo. 20 % referem que um dos factores para a mudança
do sistema operativo surge da necessidade da Microsoft em obter lucro .
No que toca as vantagens deste procedimento, os inquiridos de um modo geral veem
como vantagem nestas alterações constantes a correção de erros, introdução de nova
tecnologia, melhoria da performance e da segurança.
Neste ponto, 40% dos inquiridos considera como vantagem deste procedimento a
existência de um sistema operativo atualizado com as tecnologias mais recentes. 40%
refere que este procedimento possibilita a melhoria da performance do sistema
operativo. 15% aponta como vantagem o fato de que as novas versões veem com os
erros das versões anteriores corrigidos. 15% refere como vantagem a melhoria da
segurança ou outros.
Relativamente as desvantagens, globalmente os inquiridos referem que a mudança
constante de sistema operativo exige um esforço monetário constante e também que a
mudança constante acaba por ser desgastante para o consumidor uma vez que exige
necessidade de aprendizagem.
37
Neste ponto, 25% dos inquiridos refere que os novos sistemas operativos quando
chegam ao mercado apresentam preços muito elevados.30% apontam como
desvantagem a necessidade de aprendizagem constante devido as alterações gráficas que
o utilizador não domina a não ser por aprendizagem de uso . 35% considera que as
mudança constante de software é excessiva e que em certos casos as melhorias são
pouco convincentes e relevantes, o sistema piora ou ferramentas uteis que estavam
presentes nos sistemas operativos deixam de existir nos novos sistemas operativos.
2 – Considera que a durabilidade dos sistemas operativos da Microsoft é satisfatória?
Justifique por favor
Nesta questão 60 % dos inquirido consideram a durabilidade dos sistemas operativos da
Microsoft satisfatória e que estes mantem uma boa performance durante bastante tempo.
Por outro lado, 25% consideram que a satisfação quanto a durabilidade do sistema
operativo depende da versão instalada, dos erros que comporta e afirmam que o
Windows vista não foi satisfatório devido aos vários problemas, falhas de segurança,
acessibilidade e funcionalidade. 10% dos inquiridos considera que a durabilidade não é
satisfatória devido as contantes atualizações, durabilidade do sistema curta e custo de
aprendizagem elevado.
3– Considera que as alterações de sistema operativo por parte da Microsoft sempre
foram vantajosas param os consumidores? Justifique por favor.
70% dos inquiridos considera que as alterações de sistema operativo por parte da
Microsoft nem sempre foram vantajosas para o consumidores e enunciam que novas
versões surgem no mercado com mais erros que as versões anteriores salientando de que
a mudança do xp para o Windows vista e a do Windows 7 para o Windows 8 não só não
eram melhores como eram piores. Por outro lado os inquiridos referem que essas
mudanças não beneficiam os consumidores a nível económico, e também que o
utilizador não se habitua facilmente a trabalhar com as novas versões A constante
mudança ao nível gráfico é considerado como uma desvantagem pelo facto de o
consumidor não estar ambientado aos novos gráficos.
38
4 – No seu ponto de vista considera que essas alterações são vantajosas a nível
económico e do desenvolvimento do mercado? Justifique por favor.
Nesta questão, 50% dos inquiridos considera que as alterações de sistema operativo por
parte da Microsoft são vantajosas a nível económico e de mercado uma vez que,
dinamizam o mercado, tornam a competição no mercado mais acirrada e isto
consequentemente proporciona evolução e introdução de novas tecnologias, embora que
considerem que algumas versões introduzidas tenham sido um fracasso e com poucas
melhorias em relação as versões anteriores. Por outro lado, 35% dos inquiridos
considera que as alterações a nível económico beneficiam apenas a Microsoft uma vez
que são bastante dispendiosas para os consumidores e no final os consumidores acabam
por fazer o update para as novas versões. A nível de mercado estes inquiridos
consideram que as alterações de sistema operativo são excessivas e as melhorias são
pouco significativas.
5.1 Conclusões
O presente estudo, tendo a obsolescência programada como tema central e os sistemas
operativos Windows da Microsoft como estudo de caso procurava estudar quais os
fatores que levam a Microsoft a mudar de sistema operativo de tempos a tempos.
Afirmar que a estratégia de lançamento de novos sistemas operativos por parte da
Microsoft consiste numa estratégia de obsolescência programada seria optimista, porém
do estudo efetuado e de acordo com os resultados obtidos surgem evidencias que no
mínimo nos permitem especular sobre essa pratica, tornando assim a hipótese desta
pratica por parte da Microsoft valida.
De um modo geral, os inquiridos são da opinião que os fatores que levam a Microsoft a
mudar de sistema operativo de tempos a tempos assentam em três pilares: necessidade
de mercado, optimização dos sistemas operativos e necessidade da Microsoft em obter
lucro. No que diz respeito as necessidades de mercado os inquiridos consideram que a
introdução de novos sistemas operativos deve-se a necessidade da Microsoft em
acompanhar a concorrência e a evolução da tecnologia. Quanto a optimização dos
sistemas operativos os inquiridos consideram que este processo permite a melhoria da
39
performance e da segurança dos sistemas operativos. Relativamente a necessidade de
lucro é fácil percebermos que os sistemas operativos constituem uma fonte de receita
para a Microsoft .
As respostas das questões 1 e 3 permitem-nos tirar algumas conclusões bastante
pertinentes. Quando questionados sobre a desvantagens do procedimento da Microsoft
em lançar sistemas operativos de tempos a tempos e se este procedimento sempre tem
beneficiado os consumidores, os inquiridos de um modo geral consideraram que as
mudanças de. sistema operativo tem sido excessivas e que em certos casos as melhorias
são pouco convincentes e relevantes, os novos sistemas são piores ou ferramentas uteis
que estavam presentes nos sistemas operativos deixam de existir nos novos sistemas
operativos e as alterações gráficas causam bastante transtorno uma vez que o utilizador
ainda não domina a não ser por aprendizagem.
Embora os inquiridos considerem que as mudanças de sistema operativo por parte da
Microsoft possam ser vantajosas a nível de mercado uma vez que são susceptíveis de
dinamizar o mercado, tornar a competição no mercado mais acirrada e
consequentemente isto proporciona evolução e introdução de novas tecnologias,
consideraram que algumas versões introduzidas foram um fracasso e com poucas
melhorias em relação as versões anteriores. Neste ponto os inquiridos consideraram que
a mudança de sistema operativo por parte da Microsoft nem sempre beneficiou os
consumidores e enunciam que novas versões chegaram ao mercado com mais erros que
as versões anteriores especificando mesmo que a mudança do Windows xp para o
Windows Vista e a do Windows 7 para o Windows 8 não só não trouxeram melhorias
como os sistemas pioraram em termos de performance e segurança.
Tendo em conta o facto de que os dados obtidos foram recolhidos de uma amostra por
conveniência é curioso verificarmos que os inquiridos apesar de não serem especialistas
em tecnologias possuem uma certa consciência de que as mudanças de sistema
operativo por parte da Microsoft nem sempre tem beneficiado os consumidores e as
melhorias dos sistemas operativos tem sido pouco significativas e em alguns casos as
novas versões têm-se apresentado com mais erros e piores em termos de performance e
segurança do que as versões anteriores.
40
Visto que as novas versões nem sempre são melhores que as anteriores, seria pertinente
perguntarmo-nos então porque é que elas são lançadas no mercado? Como já foi
referido acima neste ponto, a necessidade de obter lucro por parte da Microsoft também
foi apontada pelos inquiridos como um dos fatores para a mudança de sistemas
operativos.
Segundo Latouche o desejo de acelerar o desgaste, o consumo e a renovação dos
objetos, e especialmente dos equipamentos é uma tentação muito compreensível para os
fabricantes, cujo objetivo é vender sempre mais. (Latouche, 2012)
Brooks Stevens responsável pela popularização da expressão obsolescência programada
na década de 50 numa entrevista a revista True Magazine declarou: toda a nossa
economia é baseada na obsolescência programada. Fabricamos produtos bons,
induzimos as pessoas a compra-los e no ano seguinte deliberadamente introduzimos
algo que fara este produto antiquado, anacrônico, obsoleto. Fazemos isso por uma razão
clara: fazer dinheiro29.
Do ponto de vista econômico os inquiridos consideraram que as alterações beneficiam
apenas a Microsoft porque são bastante dispendiosas para os consumidores visto que as
novas versões quando chegam ao mercado apresentam preços bastante elevados e no
final beneficiam a Microsoft uma vez que os consumidores acabam por fazer o update
para as novas versões. Assim, podemos verificar que a Microsoft possui um incentivo
extra para lançar novos sistemas operativos no mercado.
Contudo podemos verificar as mudanças de sistema operativo por parte da Microsoft
não tem tido os consumidores como principais beneficiados, este procedimento tem sido
mais vantajoso para a própria Microsoft do que para os consumidores. Deste modo
podemos concluir que a introdução de novas versões de sistemas operativos por parte da
Microsoft nem sempre têm obedecido a melhorias da performance ou segurança do
sistema e como tal novas versões tem surgido no mercado acrescentando pouco valor e
(Cesar)m relação as versões já existentes beneficiando assim mais a Microsoft do que
aos consumidores uma vez que obtém receitas pela venda.
29
(Cesar)
41
6.1 Limitações e implicações para estudos futuros
Em primeiro lugar, os dados foram recolhidos e analisados num espaço temporal
reduzido. É de salientar também como outro aspecto limitador o facto de a amostra ser
reduzida não só no numero de indivíduos como na sua diversidade, uma vez que estes
apenas incidiram sobre os alunos da Universidade Europeia, o que não permite a
generalização das conclusões. Por isso é necessário que investigações futuras sobre o
tema sejam realizadas num espaço temporal maior e com uma amostra maior de modo a
permitir a generalização das conclusões. Seria também enriquecedor em futuras
investigações que os inquéritos fossem respondidos por especialistas da áreas das
tecnologias e que se avaliasse e comparasse as respostas destes com a da amostra por
conveniência.
42
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windows.microsoft.com/pt. (2015 йил 11-5). From windows.microsoft.com/pt:
http://windows.microsoft.com/pt-pt/windows/history#T1=era0
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Anexo 1
Questionário
Mestrado Gestão e Estratégia Empresarial
Aluno: Rui Filipe Pinto
Questionário para efeitos de dissertação de mestrado.
1 – Quais os fatores que considera que levam a Microsoft a alterar os SO de tempos a
tempos? Quais as vantagens e desvantagens deste procedimento? Justifique por favor.
2 – Considera que a durabilidade dos softwares da Microsoft é satisfatória? Justifique
por favor.
3– Considera que essas alterações sempre foram vantajosas para os consumidores?
Justifique por favor.
4 – No seu ponto de vista considera que essas alterações são vantajosas a nível
económico e do desenvolvimento do mercado? Justifique por favor.
Muito obrigada pela sua participação!
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T-EE_15_11_ Rui Pinto