10Minutos | Energia e serviços de utilidade pública
13ª Pesquisa Global de Energia e
Serviços Públicos da PwC
Energia em transformação
Destaques
A perspectiva de transformação
do modelo de negócios do setor
decorre de uma série de mudanças
potencialmente radicais. A geração
descentralizada já vem derrubando
receitas e marginalizando
parcialmente a geração convencional.
A exploração de reservas de gás
e petróleo de xisto está mudando
a matemática do setor. Projeções
de esgotamento de reservas são
rapidamente revistas. Na América do
Norte, a perspectiva de independência
energética já é factível, e a geopolítica
de fluxos mundiais de energia vive
uma transição.
Março 2014
Os resultados da 13ª Pesquisa Global de Energia
e Serviços Públicos da PwC, realizada com altos
executivos do setor de energia e eletricidade em 53
organizações e 35 países, revela que o mercado de
energia está diante de grandes rupturas.
Eficiência energética, queda de custos da energia
solar, tecnologias de gerenciamento da demanda
e smart grids encabeçam a lista de avanços
tecnológicos que, na opinião do setor, terão o maior
impacto em seus respectivos mercados energéticos.
Companhias de energia começam a abandonar a
geração convencional, e o negócio comoditizado de
concessionárias elétricas enfrenta cenários cada vez
mais adversos.
Para as empresas, é fundamental ter uma visão
estratégica sobre a extensão e o ritmo do avanço da
geração distribuída no mercado, além de entender o
papel do gás e a oportunidade que ele oferece.
Muitos acreditam que o atual modelo de negócio de
companhias elétricas no mercado em que elas atuam
sofrerá transformações ou se tornará irreconhecível
até 2030. Mas há grandes diferenças de região para
região, e o setor está dividido quanto à extensão das
mudanças e das transformações futuras.
Governos e autoridades públicas têm diante de si
a difícil tarefa de lidar com os grandes temas da
disponibilidade, do custo acessível e do impacto
ambiental de recursos energéticos. A sensação é de
que a regulamentação vive um momento decisivo,
com a era da liberalização chegando ao fim e a
necessidade de uma nova era de maiores certezas.
Com a ascensão de um consumidor
final mais atuante, que “conserva
energia” e, cada vez mais, “produz
energia”, a relação da empresa com os
clientes precisa melhorar.
DC0 - Informação Pública
1
Instantâneo
94%
82%
55%
41%
veem a geração distribuída de energia como
“oportunidade”; apenas 18% a consideram uma “ameaça”.
dos entrevistados preveem
transformação total ou mudanças
expressivas no modelo de negócio
de companhias elétricas.
55%
dos participantes da pesquisa disseram que autoridades do
setor de energia “criaram um elevado nível de incerteza em
torno das políticas energéticas,que está inibindo
os investimentos”.
61%
41%
preveem o surgimento de um novo tipo de consumidor em
seu mercado em dez anos, ante 9% hoje em dia.
dizem que a oportunidade para
melhorar a relação com clientes
e os serviços prestados é
“alta” ou “muito alta”.
73%
veem grande espaço para avanço
na gestão do desempenho de ativos.
82%
31%
de todos os entrevistados no mundo dizem que há espaço
para companhias elétricas enxugarem a base de custos e
elevarem a eficiência em mais de 20%.
67%
esperam que tecnologias e novas fontes de energia reduzam
drasticamente a dependência de nações produtoras de
petróleo e gás.
81%
dos participantes da pesquisa dizem que um ambiente
regulatório que incentive o investimento na rede é uma
política importante.
2
DC0 - Informação Pública
DC0 - Informação Pública
2
Grandes temas: transformações e ruptura
“Mudanças tecnológicas, sobretudo
em TI, e possibilidades abertas por
redes inteligentes e gerenciamento da
demanda vão transformar o modelo de
negócio do setor elétrico.
A grande dúvida, no momento, é saber
se organizações estabelecidas serão
capazes de liderar a mudança ou se o
impulso virá de novas empresas. Se
a segunda alternativa for a correta, o
papel das atuais companhias elétricas
poderá ser reduzido à garantia de
capacidade de reserva, um negócio de
baixas margens.”
Jeroen van Hoof, líder global de Auditoria
no setor de Energia e Serviços Públicos da PwC
Transformação
Ruptura
A demanda mundial de energia elétrica deve seguir
crescendo a um ritmo mais acelerado do que o de
qualquer outra forma final de energia nas
próximas décadas.
A geração descentralizada, em última análise, poderia
reduzir o papel de concessionárias elétricas desavisadas
ao de operadoras de infraestrutura de backup. É um
cenário dramático, que pode soar remoto. Mas sua
materialização não precisa ser completa para representar
uma ameaça ao modelo de negócios do setor elétrico.
No entanto, o setor reconhece que, para preservar a
rentabilidade e triunfar no cenário que se aproxima,
as empresas terão de adaptar seus modelos de
negócios em resposta a um mercado energético que
pode ser transformado por mudanças como geração
descentralizada, avanços tecnológicos e um cenário
muito diferente de expectativa dos consumidores.
No Brasil, as mudanças estão associadas principalmente
à eficiência operacional, a ganhos de escala, ao potencial
para fusões e aquisições, a alterações decorrentes do
marco regulatório e a iniciativas como a implementação
de smart grids – baseados em projetos de P&D da Aneel.
O que a maioria antevê é um futuro no qual a demanda
maior será atendida por uma combinação de geração
centralizada e distribuída. Do ponto de vista técnico, a
natureza intermitente da geração distribuída aumenta a
dificuldade de equilibrar fisicamente o sistema e garantir
um fornecimento adequado de energia. No plano da
receita, administrar esses desafios adicionais eleva os
custos do sistema. Metade dos entrevistados (50%)
considera alta ou muito alta a probabilidade de a geração
distribuída pressionar para cima o preço pago pelo
consumidor final por transmissão e distribuição.
DC0 - Informação Pública
3
Grandes temas: tecnologia e oferta
Tecnologia
Oferta
A expansão da geração distribuída e a ameaça que
ela impõe ao modelo de negócio do setor elétrico está
relacionada a avanços tecnológicos e a custos. Na Europa,
a ascensão foi movida a subsídios. Barreiras de custo
ainda impedem que a modalidade seja uma verdadeira
solução de mercado. A superação desses entraves poderia
deflagrar uma transformação geral do setor. Para muitos,
esse dia está próximo. Num estudo publicado no começo
de 2013, o UBS Investment Research declarava que “a era
[da energia] solar não subsidiada tem início — clientes de
concessionárias viram concorrentes”.
A ascensão da produção de gás de xisto em outros
países dificilmente será tão acelerada quanto nos EUA,
mas o setor trabalha com a expectativa de mudanças
consideráveis. Políticas energéticas nacionais, a economia
“acima do solo” e o embate político em comunidades
locais — além da geologia — serão, entretanto, fatores
cruciais na definição do padrão de exploração do
gás de xisto.
O impacto das mudanças econômicas da energia solar,
bem como o potencial de eficiência energética e outras
inovações no campo do gerenciamento da demanda,
ficam evidentes nas respostas dos participantes da
pesquisa da PwC sobre quais avanços tecnológicos
teriam o maior impacto em seus respectivos mercados.
Na América do Sul, a geração de energia eólica onshore
obteve a classificação mais elevada em termos de
impacto. No Brasil — em regiões de grande potencial
eólico, como Sul, Sudeste e Nordeste —, essa energia
poderia ser utilizada como fonte renovável combinada
com a energia solar.
Maior impacto
Porcentagem de entrevistados para os quais os seguintes avanços tecnológicos terão impacto alto ou muito alto em seus
respectivos mercados
60%
56%
53%
51%
Rápida queda no preço
de painéis fotovoltaicos
Adoção de tecnologias de
gerenciamento da demanda
Instalação de contadores/
redes inteligentes
Fonte: 13ª Pesquisa Global de Energia e Serviços Públicos da PwC
DC0 - Informação Pública
4
Grandes respostas: empresas
“Certamente há oportunidade para
enxugar em 10% a 20% a base de custos
do setor. Isso abriria um espaço para a
sustentabilidade das empresas a longo
prazo, à medida que elas forem ajustando
a sua estratégia. Analisar friamente
o desempenho de ativos é vital. E
acelerar o ritmo do desenvolvimento de
aspectos como tecnologia geoespacial,
ferramentas de mobilidade, redes
inteligentes e esquemas de programação
e armazenamento sofisticados pode ser
um trampolim para grandes reduções
de custos.”
David Etheridge, líder global de Consultoria em
Energia e Serviços Públicos da PwC
Eficiência maior e desempenho melhor
É evidente que o setor em si reconhece que há margem
para grandes avanços em eficiência. Quando indagamos
em que áreas poderia haver evolução, atividades centrais,
operações com ativos, gestão de projetos de capital e
relacionamento com clientes tiveram destaque.
De cada dez participantes da pesquisa, mais de seis
consideram que o espaço para melhorar o desempenho
na gestão do risco de ativos, no relacionamento com
clientes e na gestão de projetos de capital é alto ou
muito alto. E quase três quartos (73%) enxergam um
espaço igualmente grande para melhorias na gestão do
desempenho de ativos.
Estratégia
A empresa deve ter uma estratégia para identificar
as melhores oportunidades de receita num mercado
que, mais do que mudar, pode passar por uma total
transformação. Aqui, duas coisas serão fundamentais:
uma visão estratégica da extensão e do ritmo do avanço
da geração distribuída em seus mercados e a avaliação do
papel e da oportunidade aberta pelo gás.
No momento, começamos a vislumbrar o fim de um
período no qual a propagação da geração distribuída
foi promovida por políticas públicas e subsídios. Com a
rápida evolução da economia da geração distribuída, é
provável que passemos a uma fase na qual a adoção seja
movida por forças de mercado. As empresas precisarão
ter uma visão sobre seu posicionamento e a oferta de
produtos nesse mercado. Elas terão de determinar até
que ponto seus clientes exigirão produtos inovadores e
serviços de valor agregado.
Clientes
Com empresas do setor tentando garantir que a geração
distribuída de energia seja uma oportunidade, e não uma
ameaça, tudo indica que a concorrência no mercado
será intensa.
Passar a fornecer serviços de geração distribuída a
clientes encabeça a lista de estratégias com maior chance
de sucesso num cenário mais descentralizado, segundo os
participantes da pesquisa.
Além disso, será preciso remover eventuais barreiras que
impeçam a empresa de se posicionar satisfatoriamente
para competir por clientes nesse novo mercado.
DC0 - Informação Pública
5
Grandes respostas: reguladores
Que enunciados abaixo descrevem os responsáveis por elaborar políticas energéticas em seu mercado?
Criaram um elevado nível de incerteza em torno das
políticas energéticas que está inibindo os investimentos
Com seus atos, promovem o investimento
e protegem o consumidor
Global
Além de exigências associadas à renovação e à
manutenção da infraestrutura atual — que em si mesmas
já são enormes —, há também novas tarefas, incluindo
definir como suprir capacidade de backup para um
sistema com geração distribuída e fontes renováveis
de energia.
36%
55%
América do Norte
33%
67%
Para as autoridades reguladoras, conceber políticas que
permitam a operadores do sistema alcançar um equilíbrio
com elevados níveis de geração intermitente assume
caráter urgente. Em relação a esse aspecto, o pagamento
por capacidade seria uma saída. Essa e outras medidas
— como instituir mercados de “demand response” e
gerenciamento da demanda (ou consumo) e a capacidade
de reduzir a geração intermitente durante períodos de
baixa demanda — estão no topo da lista de providências
que, na opinião dos participantes da pesquisa, as
autoridades do setor deveriam tomar para equilibrar
fontes intermitentes de geração.
América do Sul
33%
67%
Europa
36%
50%
Ásia
38%
Há uma sensação de que a regulação vive um momento
decisivo: com a era da desregulamentação chegando ao
fim, o novo momento exigiria maiores certezas.
15%
Oriente Médio e África
33%
67%
Porcentagem dos participantes que escolheram cada enunciado acima em uma longa lista de alternativas.
Era possível assinalar mais de um enunciado.
Fonte: 13ª Pesquisa Global de Energia e Serviços Públicos da PwC
DC0 - Informação Pública
6
Panorama geral
Transformação do modelo
de negócio
Embora o setor elétrico na Europa esteja vivendo
a ruptura com mais intensidade, a expectativa de
transformação do mercado é bastante generalizada
mundo afora. Aliás, essa expectativa se manifesta com
mais força entre companhias elétricas da Ásia — e com
menor intensidade na América do Sul e no Oriente Médio
e na África.
Impacto da geração distribuída
de energia
Nos principais mercados da Ásia, da Europa e da América
do Norte, apenas uma minoria dos entrevistados pela
PwC espera que a geração e a transmissão centralizadas
deem uma contribuição importante para atender
ao crescimento futuro da demanda. Mas há grandes
diferenças de região para região na hora de opinar se a
geração distribuída obrigará as concessionárias elétricas
a alterar expressivamente seu modelo de negócios.
Participantes na América do Norte e na Ásia são os mais
inclinados a esperar tal mudança. Executivos da América
do Sul e, para nossa surpresa, da Europa eram os menos
convencidos desse cenário.
Empresas
Entre as empresas, há um consenso mundial
de que a grande oportunidade para maiores avanços está
na gestão do desempenho de ativos. Em várias regiões
há um consenso de que, quando o assunto é geração
distribuída, empresas incluídas em nossa pesquisa estão
prontas para encarar o desafio. Em todas as regiões, uma
clara maioria vê esse cenário como “oportunidade”, e não
como “ameaça”.
Reguladores
Do lado da geração, entraves regulatórios agravam
o problema do acesso a financiamento para nova
geração. Em todas as regiões, empresas apontam a
“impossibilidade de recuperar custo de novos sistemas
de geração com regimes de tarifas reguladas” como
uma barreira ao desenvolvimento de novas instalações
geradoras. Esse fator caminha de mãos dadas com a
dificuldade de obter financiamento. Apenas na Ásia o
acesso a crédito não foi apontado como um
problema generalizado.
DC0 - Informação Pública
7
Para obter mais informações, entre em contato com:
Guilherme Valle
Sócio-líder de Energia e Serviços Públicos
Tel.: [55] 21 3232 6232
Compartilhe conosco o que você acha
da série 10Minutos e quais temas gostaria
de conhecer melhor.
Acesse: www.pwc.com.br/10minutosopiniao
Siga-nos Twitter@PwCBrasil
facebook.com/PwCBrasil
© 2014 PricewaterhouseCoopers Brasil Ltda. Todos os direitos reservados. Neste documento, “PwC” refere‑se à PricewaterhouseCoopers Brasil Ltda, a qual é uma firma membro do network da PricewaterhouseCoopers,
sendo que cada firma membro constitui-se em uma pessoa jurídica totalmente separada e independente. O termo “PwC” refere-se à rede (network) de firmas membro da PricewaterhouseCoopers International Limited
(PwCIL) ou, conforme o contexto determina, a cada uma das firmas membro participantes da rede da PwC. Cada firma membro da rede constitui uma pessoa jurídica separada e independente e que não atua como
agente da PwCIL nem de qualquer outra firma membro. A PwCIL não presta serviços a clientes. A PwCIL não é responsável ou se obriga pelos atos ou omissões de qualquer de suas firmas membro, tampouco controla o
julgamento profissional das referidas firmas ou pode obrigá-las de qualquer forma. Nenhuma firma membro é responsável pelos atos ou omissões de outra firma membro, nem controla o julgamento profissional de outra
firma membro ou da PwCIL, nem pode obrigá‑las de qualquer forma.
DC0 - Informação Pública
8
Download

10Minutos sobre energia e serviços públicos