UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJMENTO E DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM PSICOPEDAGOGIA PROJETO A VEZ DO MESTRE A QUALIDADE DOS PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS TRABALHADORES Por Ana Cristina Nogueira Dias Professora orientadora: Diva Nereida M. M. Maranhão Rio de Janeiro / RJ setembro/2002 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJMENTO E DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM PSICOPEDAGOGIA PROJETO A VEZ DO MESTRE A QUALIDADE DOS PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS TRABALHADORES Monografia apresentada como requisito parcial para conclusão do curso de Psicopedagogia, Latu Sensu, na disciplina de Metodologia da Pesquisa. Por: Ana Cristina Nogueira Dias Professora Orientadora: Diva Nereida M. M. Maranhão Rio de Janeiro / RJ 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, pois nos momentos de desânimo era Nele que eu encontrava forças para continuar. Agradeço à minha família, minha mãe e meu irmão, pelo apoio em todos os momentos e à orientadora Diva Nereida pela ajuda na elaboração deste trabalho. 4 RESUMO Nos cursos noturnos do ensino médio pode-se observar que a grande maioria dos alunos é de trabalhadores, que muitas vezes têm dificuldade em estudar para provas e fazer trabalhos. Verifica-se que os programas de educação não diferenciam este tipo de aluno, tornando a aprendizagem mais difícil e pouco proveitosa. As aulas noturnas deveriam priorizar a educação em sala de aula, com trabalhos e debates, para que os alunos se integrassem mais com as matérias, fazendo com que o estudo para as provas fosse menos dificultoso. O aluno trabalhador vê nos estudos o único caminho para que possam melhorar de vida, por isso esse aluno merece toda a atenção, para que a escola não tenha apenas o objetivo de fornecer um diploma e sim de transmitir conhecimento. O objetivo deste trabalho é, então, repensar os programas de educação, para que estes visem, prioritariamente, o ensino em sala de aula, de modo a minimizar a dificuldade dos alunos que, devido ao trabalho, não têm tempo para estudar em casa. 5 INTRODUÇÃO Este trabalho monográfico busca mostrar as dificuldades apresentadas por alunos trabalhadores, que apesar de já terem passado de sua idade escolar, ainda continuam com a mesma garra e vontade de aprender. Para esses alunos a escola precisa ser cursada no horário noturno. Infelizmente, nesse período a educação é precária, com falta de recursos e professores especializados. Ainda falta à escola noturna, o compromisso político de garantir e manter os alunos jovens e adultos, pois estes encontram-se muito vulneráveis ao fracasso escolar, uma vez que sentem-se desanimados por estarem tão atrasados, perdendo o interesse pela educação. Para os alunos da escola noturna, a falta de conhecimento é muito desagradável, pois dificulta até as relações mais básicas do seu cotidiano, como ler um jornal ou identificar um ônibus. Muitas são as causas que afastam o aluno trabalhador da escola pública: o currículo que não é apropriado para ele; os profissionais, que geralmente estão desestimulados com os baixos salários; a falta de educação com qualidade; o pouco tempo dos alunos para resolverem problemas domésticos. Com isso, a escola precisa de mudanças urgentes, de novas propostas educacionais para atender a sociedade mais igualitariamente, dando condições às classes populares de conquistar, no mundo do trabalho, melhores oportunidades. 6 ÍNDICE 1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.........................................7 2. ACESSO À EDUCAÇÃO: AS DIFICULDADES DO ALUNO TRABALHADOR...18 3. O SABER ESCOLAR NA PRÁTICA DA SALA DE AULA.......................................23 4. COMO PENSAR EM UMA EDUCAÇÃO OFERECIDA PARA ALUNOS TRABALHADORES......................................................................................25 CONCLUSÃO......................................................................................................................29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................31 ANEXOS...............................................................................................................................33 7 3. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A primeira classe de educação de jovens e adultos surge no Brasil Império, com a criação da primeira escola para adultos em 1860, em São Bento, na província do Maranhão, e a seguir ocorrerá o surto expressivo de criação de escolas e cursos para adultos. A partir de uma arrancada no progresso da economia brasileira, iniciado em 1870 com a reforma do sistema eleitoral (Lei Saraiva), o poder público passa a se preocupar com a educação de adultos e cria cursos noturnos para adultos analfabetos do sexo masculino nas escolas públicas de instrução primária. “Começa a difundir-se a idéia de que a educação concorria para o progresso; além disso, a eleição direta com restrição ao voto do analfabeto provocara a valorização daqueles que dominavam as técnicas de leitura e da escrita. ” (Vanilda, 1984, pág. 54) Após a Primeira Guerra Mundial, a mobilização em favor da educação popular engloba a educação de adultos. Mas, na verdade somente a partir da revolução de 30 encontra-se-a no país movimentos de educação de adultos com alguma significação. Já na década de 30, o Convênio estatístico de 1931 vai incluir pela 1a vez em seus registros a categoria Supletivo. Também apareceram escolas profissionalizantes, que não tinham a intenção de “profissionalizar” e sim industrial. preparar mão de obra para o mercado 8 No início da década de 40 começa a grande preocupação com a questão da educação de adultos. Há o retorno do povo à participação no processo político, e a movimentação dos serviços oficiais dos estados, que ampliam o espaço para as oportunidades de educação para os adultos e multiplicam suas atividades em favor da difusão cultural. Surge um incentivo para a questão da educação popular, que vem de fora do país, a UNESCO (Organização da Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), que passou a incentivar o lançamento de campanhas de alfabetização em diversos países. No Brasil, passou a estimular a criação de programas nacionais de educação de adultos nas regiões mais atrasadas, principalmente com altos índices de analfabetismo (55 % da população brasileira nas idades de 18 a 25 anos era analfabeta). 1 Após a Segunda Guerra Mundial, a educação de adultos ganhou relevo em vários países, como principal instrumento de luta político - ideológica no conjunto das práticas escolares. Este relevo dado à educação de adultos apoiou-se na crença de que a alfabetização poderia difundir idéias democráticas, sendo imprescindível ao processo de desenvolvimento dos países periféricos. Trabalhos na área de educação de adultos vinham se realizando desde 1942, quando foi criado o FNESP (Fundo Nacional do Ensino Primário), com a atuação de Teixeira de Freitas e Lourenço Filho, onde foi estabelecido que, 25 % de seus recursos seriam destinados a alfabetização e educação da população analfabeta. 2 Em meados de 1945, o INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) fez o seu primeiro apelo para a ampliação das redes estaduais de ensino supletivo, usando os recursos do FNESP. Também propôs a criação de escolas noturnas nos estados e distribuição de auxílio, em material escolar. 1 2 Censo de 1940 Ver Vanilda, 1984, pág. 173 9 Em janeiro de 1947, após apelos da UNESCO em favor da educação popular é lançada a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA). Os objetivos de seu plano interno, segundo Vanilda Paiva, eram: “Acenava com a possibilidade de preparar mão-de-obra alfabetizada nas cidades, de penetrar no campo e de integrar os imigrantes e seus descendentes nos estados do sul, além de se constituir num instrumento para melhorar a situação do Brasil nas estatísticas mundiais do analfabetismo.” (Vanilda, 1984, pág. 178) Durante a convocação para uma reunião sobre o lançamento da Campanha de 1947, os delegados dos estados e territórios apoiaram a decisão de realizar o 1o Congresso de Educação de Adultos que tinha como slogan a frase “Ser brasileiro e ser alfabetizado”, proposto por Cândido Juca Filho. A CEAA funcionou de 1947 até 1963 e teve o seu período áureo de 1947 à 1953.3 A apresentação dessa campanha brasileira e seus primeiros resultados, levaram a criação do Seminário Interamericano de Educação de Adultos realizado em 1949, no Rio de Janeiro, sob o patrocínio da UNESCO e da Organização dos Estados Americanos – OEA. Segundo Vanilda, o Seminário pretendia: 3 Vanilda, 1984, pág. 191 10 “Através da análise das diversas experiências continentais, os participantes do Seminário pretendiam chegar a conclusões que permitissem assentar as bases para adoção de um sistema de trabalho aplicável, com ligeiras variações, à realidade Latino-americana em geral. Pretendiam também que o material então elaborado pudesse servir de base a Seminários Nacionais que fornecessem orientação aos governos; queriam estudar os métodos de educação de adultos e de elaborar uma filosofia e uma doutrina para a América Latina nessa matéria...” (Vanilda, 1984, pág. 195) Continuando com poucos recursos, mas tentando ainda investir na campanha, é criado o Sistema Rádio – Educativo Nacional (SIRENA), que buscava desenvolver a rádioeducação no Brasil, mas os recursos ficaram cada vez mais escassos, não havendo sucesso. Na década de 50, enquanto as pesquisas internacionais apontaram na direção das iniciativas localizadas e específicas, nosso país ainda investia em campanhas de grande porte. Ainda na área de educação de adultos, surge em 1952 a Campanha Nacional de Educação Rural – CNER, em Itaperuna, que contava com o apoio de missões rurais e centro de treinamento.4 A CNER desenvolveu sua atividades entre 1952 e 1963, quando foi extinta, chegando a atuar em numerosos estados do país (principalmente no Nordeste). 4 Vanilda, 1950, pág. 198 à 201 11 Vários grupos passam a se organizar no sentido de promover programas de educação de adultos, então em 1958 surge o II Congresso de Educação de Adultos, que como afirmava Vanilda, a grande maioria de educadores ali reunidos acreditava que era preciso reintroduzir a reflexão sobre o social na elaboração das idéias pedagógicas e educar a população adulta para participação na vida política da nação. O problema da educação de adultos vai merecer mais atenção no Governo Jânio Quadros com a criação do Movimento da Educação de Base (MEB) e a Campanha de Mobilização Nacional contra o Analfabetismo (MNCA). As primeiras iniciativas de criação do MEB vinham a partir da proposta de instalação de um movimento de educação liderado pela Conferência Nacional do Bispos do Brasil – CNBB. O MEB deveria executar um plano qüinqüenal (1961 – 1965), atuando nas regiões subdesenvolvidas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.5 Paralelamente com o MEB foi criado pelo Decreto n.° 51222 de 22 de agosto de 1961, a Mobilização Nacional Contra o Analfabetismo, que não chegou a ser implantado, pelo motivo da renúncia do Presidente. Com o início do governo parlamentarista, o então 1o ministro Tancredo Neves apresentou seu programa de governo, que segundo Vanilda Paiva, tinha a intenção de “recuperar os analfabetos ou insuficientemente alfabetizados maiores de 15 anos, através de uma campanha extraordinária”.6 Seu programa foi sucedido pela aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBE (Lei 4.024 de 20/12/61) e de um plano Nacional de Educação para eliminar o analfabetismo. 5 6 Vanilda, 1950, pág. 223 Vanilda, 1950, pág. 225 12 Entre 1962 e 1963, a União lançou dois programas consecutivos destinados a educação de adultos: A Mobilização Nacional Contra o Analfabetismo – MNCA (Decreto n.° 51.470 de 22/05/62) e o Programa de Emergência (Decreto n.° 51.522 de 26/09/62), ambos extintos em 1963 (Decreto n.° 51.867 de 26/03/63), cumprindo determinação da LDBE. Vários outros movimentos sociais foram surgindo, ligados a educação popular e cultura popular: Os Centros de Cultura Popular (CPCs) e os Movimentos de Cultura Popular (MCPs). O primeiro Centro de Cultura Popular apareceu em 1961, ligado a União Nacional do Estudantes – UNE, e os Movimentos de Cultura Popular foram criados no Recife (maio de 1960), ligados à Prefeitura. Para trocar experiências , cria-se o 1o Encontro Nacional de Alfabetização (15 a 21 de setembro de 1963), promovido pelo MEC e patrocinado por alguns órgãos, que fariam um cadastramento dos movimentos existentes. Em 1964, foi criada a Comissão Nacional de Cultura Popular, recebendo influência do pensamento de Paulo Freire, e logo em seguida, foi lançado o Programa Nacional de Alfabetização – PNA (Decreto n.° 53.465 de 22/01/64), com influências da Comissão Nacional de Cultura Popular, desenvolvendo-se a proposta de uma ação alfabetizadora por todo o país, estando o sistema Paulo Freire como eixo norteador de sua ação pedagógica. O aparecimento do método Paulo Freire traz uma proposta de instrumentalização da cultura popular e da educação popular à serviço da liberação do homem e da transformação social. Seu método abordava discussões, visando um analfabeto conscientizado através do conceito de cultura: 13 “Parece-nos então que o cominho será levarmos ao analfabeto, através de reduções, o conceito antropológico de cultura. (...) A partir daí, o analfabeto começará a operação de mudança de suas atitudes anteriores. (...) Descobrirá que tanto é cultura o boneco de barro feito pelos artistas, seus irmãos do povo, como cultura é também a obra de um grande escultor... Que cultura é toda a criação humana .” (Freire, 1983, pág. 116) As idéias de Paulo Freire (1983), assim como sua visão acerca da educação e da cultura foram influenciadas pelo cristianismo, e sua definição de pedagogia opunha-se a educação “bancária”, definindo sua pedagogia: “A pedagogia, como pedagogia humana e libertadora, terá dois momentos distintos. O primeiro, em os oprimidos, vão revelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se na praxes; o segundo, em que, transformada a realidade opressiva, esta pedagogia deixa de ser a do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens em processo de permanente libertação.” (Freire, 1993, pág. 44) O projeto educacional que seria elaborado pelo Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife – SEC, sob a liderança de Paulo Freire, foi denominado de Sistema Paulo Freire de Educação. E com ele se destacou o método de alfabetização de adultos, inaugurando-se uma nova etapa na educação de adultos no Brasil. A avaliação dos resultados da aplicação dessa pedagogia foram insuficientes, pois as experiências restringiram-se aos projetos que foram interrompidos em 1964. Todas essas pretensões foram cortadas com o golpe de 1964 e implantação do governo militar. E em 14/04/1964 foi extinto o PNA (Decreto n.° 53.886). 14 Com o governo militar em 1964, poucos foram os movimentos que tiveram força para continuar, o que aconteceu com o MEB, que rompeu com as propostas libertadoras de educação. Em 1966, o governo da União retoma a questão da educação de adultos, e apoia um movimento novo que surge, a Cruzada de Ação Básica Cristã – Cruzada ABC. Sua primeira expansão foi em Pernambuco, Paraíba e Sergipe (1966/67). A partir de 1967, as atividades se expandem para outros estados e recebe a colaboração dos recursos da União, USAID ( United States AID) e Aliança para o Progresso. Em todo o país havia se difundido a necessidade de considerar a educação como um investimento que precisava ser rentável. São recomendadas experiências de alfabetização ao invés de amplas campanhas de alfabetização e educação de adultos. Assim, ao mesmo tempo em que a Cruzada perdia seu caráter oficial, era criado, pela Lei n.° 5379 de 15/12/1967, o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização, como resposta do Estado burocrático autoritário às iniciativas de educação de adultos características do momento anterior a 64, que apesar dos acontecimentos, deixou sua marcas sobre os anos pós 1964, como comenta Vanilda: “Muitos dos novos técnicos formados pela prática nos movimentos anteriores permaneceram trabalhando no terreno educacional, imunes ao “entusiasmo pela educação” principalmente ao “otimismo pedagógico”. O pensamento de Paulo Freire logrou mesmo penetrar na formação dos novos pedagogos, opondo-se as tendências dominantes no sentido de desvincular a reflexão social do pensamento pedagógico. O preconceito contra o analfabeto, grandemente combatido no período anterior, passou a encontrar resistência nos mais diversos setores.” (Vanilda, 1950, pág. 262) 15 Após a repressão, que surgiu a partir de 64 contra os movimentos de educação popular e cultura popular, o MEB, para manter-se aberto, rediscutiu suas diretrizes, incluindo-se no Programa Nacional de Alfabetização, lançado em 1970, como comenta Vanilda: “A mudança da orientação observou-se imediatamente no nível didático. “Multirão”, “Viver é lutar” era substituído pelo passando o MEB da ênfase sobre a conscientização para a ênfase sobre a ajuda mútua. Segundo Emmanuel de Kant, a politização era substituída pela cristianização.” (Vanilda, 1950, pág. 283) O governo federal retomou a questão da educação de adultos através do Decreto n.° 57.895 (28/02/1966), onde investia-se os Fundos Nacionais do Ensino Primário e Médio, pelo MEC, no ensino de analfabetos acima de 10 anos de idade. Ainda em 1966, surgiu o Plano Complementar do Plano Nacional de Educação e também foi criada a Comissão Nacional de Alfabetização e de Educação Assistemática, no MEC, para executar o Plano Complementar , o qual seus trabalhos iriam servir de base para a criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, como foi referido anteriormente. De 1967 a 1970, os órgãos federais de educação e planejamento limitaram-se a estudar e levantar as fontes potenciais de financiamento para execução de um programa nacional de educação de adultos. Quando de sua criação, a Fundação MOBRAL foi presidida pelo diretor do Departamento Nacional de Educação, responsabilizando-se pela educação de adultos analfabetos. Seus programas de alfabetização deveriam ter temas ligados ao lar, religião, civismo, trabalho, saúde e recreação. 16 O MOBRAL refletindo a tendência predominante a partir de 64, difundiu a ideologia do desenvolvimento, como objetivo de fortalecer o modelo de dominação e modernização vigentes. Incluiu em seu material “Livros Cadernos de Integração” que concomitantemente à alfabetização transmitiam idéias relativas à comunidade, pátria, lar, consolidação de hábitos e atitudes. Apesar das criticas, há quem afirme a potencialidade do MOBRAL para conduzir trabalhos de alfabetização: “...Contando com os maiores recursos já destinados à educação dos adultos no país... e reorientando-se, após um período predominantemente alfabetizador, no sentido de atender as exigências do planejamento educacional, o MOBRAL parece ter chances maiores que os outros programas brasileiros de lograr seus objetivos educacionais e políticos.” (Vanilda, 1950, pág. 283) No início de 1980, o presidente do MOBRAL fez uma proposta de reorientação do Movimento, através do ofício 112/80 ao ministro então vigente, e aí se iniciou o processo de agonia do MOBRAL. Em 1981, é vinculado ao MEC – Ministério da Educação e Cultura (ensino supletivo), pelo decreto n.° 91980 de 25/11/1985, seus objetivos foram redefinidos, sua denominação foi alterada e tomadas outras providências. Este decreto, no seu artigo 1.° definia os objetivos da Nova Fundação Educar – fomentar a execução de programas de alfabetização e educação básica, destinados aos que não tiveram acesso à escola, ou que dela foram excluídos prematuramente. Porém, no início dos anos 90, o governo federal extinguiu a Fundação Educar e o apoio integral da União à educação do jovens e adultos, mostrando-se desinteressado por toda e qualquer atividade que envolvia a educação de jovens e adultos. 17 A mobilização brasileira em favor da educação do povo, ao longo da história brasileira parece realmente ligar-se às tentativas de sedimentação ou de recomposição do poder político e das estruturas sócios-econômicas, fora ou dentro da ordem vigente. A partir dos anos 60, a educação popular começa a desvincular-se da cultura popular, destacando-se nos programas de educação de adultos a questão do planejamento e do desenvolvimento. Na medida em que as políticas públicas caminham para privilegiar, apenas, o ensino fundamental atendendo às propostas orientadas pelo Banco Mundial, a educação das massas do “povo” tende a perder a importância política adquirida nesses últimos anos sob pressão do movimento dos educadores. Porém, ainda podemos esperar que a educação do povo, em especial a educação dos adultos, tenha seus objetivos fixados em função de objetivos políticos que sejam imediatos. 18 4. ACESSO A EDUCAÇÃO: AS DIFICULDADES DO ALUNO TRABALHADOR Temos a concepção de que, na sua maioria, o jovem adulto que procura as escolas noturnas são oriundos de um dia exaustivo de trabalho; percebe-se que é necessário que estes recebam um tratamento mais apropriado a sua condição de trabalhador. O trabalho vem sendo visto na nossa sociedade capitalista como uma relação de força e de poder; os trabalhadores são colocados frente a uma posição de que necessariamente precisam trabalhar e assim não podem perder tempo na escola. O que esses indivíduos são, depende das condições materiais de sua produção, de suas condições de trabalho, que determinam a forma como pensam e se organizam no mundo. A escola está presente no momento de necessidade do trabalhador, pois este precisa de uma escola que lhe dê acesso ao saber historicamente produzido e organizado. É preciso ver o trabalhador como alguém que produz para sua sobrevivência, dando mais ênfase assim, a formação desses trabalhadores, não enquanto “trabalho”, mas enquanto processo educativo. “Porém, a visão da escola que temos e que a sociedade faz refletir, é a de “um aparelho de distribuição” dos indivíduos em categorias sociais pré-determinadas. Favorece os já favorecidos, exclui, repele e desvaloriza os já desfavorecidos. Esse “aparelho de distribuição” oculta sua natureza, apresentando-se como tecnicamente determinado. Dessa forma, a divisão da escola em suas redes de ensino que levam à reprodução do proletário e à reprodução da burguesia em redes distintas...” (Carvalho, 1984, pág. 15) 19 É a hierarquia escolar, confirmando a hierarquia cultural, de origem familiar, que reproduz a divisão social do trabalho, a qual determina a divisão em redes escolares. Nesse sentido, a escola não mostra-se inserida no contexto de luta de classes, reproduz o sistema, criando resistências, separações e hierarquias, pouco se interessando pelo aluno que está fora do sistema ou fora excluído, confirmando assim, a posição de desinteresse referida acima. Durante muito tempo, pensou-se em jovens e adultos como segundo plano de todo um investimento, mas com o passar dos anos, percebeu-se que estes necessitam de muito mais atenção e consideração do que muitos outros níveis de escolarização, que já se encontram amparados. Os cursos de jovens e adultos, ministrados à noite, tentam amparar a todos que necessitam de escolarização, mas ainda sofre muito com a falta de organização e pensamento mais voltado para os alunos, que na sua maioria são trabalhadores. Vários alunos ainda acreditam que é possível realizar sonhos, ser alguém na vida, sendo jovem ou não; mas estes não percebem que irão esbarrar em um sistema social cruel, que dita regras e coloca excessões: só uma minoria que detém o poder é que pode usufruir de alguns privilégios, como educação, saúde e lazer. Apesar de homens e mulheres, favorecidos ou não, participarem de uma mesmo conteúdo histórico, ainda assim, particulariza-se classes, ridiculariza-se e cria-se subalternos, cujos indivíduos ainda lutam por seu lugar em meio a todos, enfrentando dificuldades e crises, principalmente quando inscrevem-se em um curso noturno, de educação de jovens e adultos. 20 Discutir a educação de jovens e adultos supõe repensar a escola, sua função, papel, universo de atendimento e a formação e aperfeiçoamento do pessoal que nela trabalha, já que a educação de adultos, em especial, a educação básica de jovens e adultos, precisa superar a condição de marginalidade ao sistema, incluindo-se como serviço orgânico da escola, e ser exercida fundamentalmente por profissionais formados para esse fim, em igualdade de condições com os demais trabalhadores da educação que atuam no curso regular. Devemos também perceber o aluno, as suas verdadeiras condições materiais de existência, não só como aluno, mas também como trabalhador, que por muitas vezes ocupa os cursos noturnos por estarem durante o horário diurno envolvidos em atividades remuneradas, necessárias à sua sobrevivência e de sua família. Ao se referir ao aluno do curso noturno, nos referimos também aos seus direitos e deveres, que há tempo vêm sendo desrespeitados, tanto pela escola, como também pela sociedade. É muito comum observarmos a escola encontrando respostas para atitudes e ações de alguns alunos, sem ao menos questioná-los ou entendê-los sob seus pontos de vista. O aluno abandona ou interrompe os estudos por muitas causas: dificuldades em conciliar o horário da escola com o do trabalho; distância entre o trabalho e a escola ; aulas desinteressantes; falta de estímulo; trocas e faltas freqüentes de professores e a rotina escolar que não valoriza o conhecimento trazido pelo aluno. Entre os problemas familiares e sociais, os mais comuns são: falta de estímulo dos pais, falta de registro de nascimento, abandono ou morte dos pais, falta de recursos financeiros, mudança de cidade e os próprios patrões que os impedem de estudar. Por esses motivos e outros, a escola identifica o ato desse aluno apenas como evasão, colocando a responsabilidade no aluno, em sua vontade e atitude, deixando de perceber que na maioria das vezes, o desejo do aluno pelo estudo perdeu-se no cotidiano 21 escolar; assim como a expulsão, que é caracterizada pela escola como a única solução para “os atos julgados como indisciplina”, que o aluno cometeu, a única punição que ele pode receber, sem observar que o aluno apenas está refletindo o que a sociedade e o sistema escolar pode passar para ele. “O número de alunos que vão sendo reprovados e expulsos da escola, ao longo dos anos, é assustador. No entanto, essas reprovações e abandonos não atingem da mesma maneira crianças de diferentes meios sócio-culturais.” (Ceccon, 1994, pág. 30) “...a época da evasão – que nem sempre significa abandono da escola, pois o aluno volta a se matricular, no ano seguinte e nos subsequentes, no mesmo estabelecimento ou em outros ainda em cursos supletivos – coincide com a divulgação dos resultados das provas.” (Carvalho, 1988, pág. 7) Os vários tipos de alunos e o que eles fazem não é o que conta para um bom desempenho do curso noturno, mas as condições de trabalho que a escola oferece: materiais didáticos, higiene, recursos humanos e salários, pois transformam o espaço da escola em um local agradável e ideal para o estudo. Talvez seja difícil a escola abranger divergentes características individuais e buscar contribuir para que cada uma delas seja favorecida, ou que elas se juntem e formem um todo uniforme e transparente, com grandes realizações e bons desenvolvimentos, mas não é isso que deve realmente acontecer. Cada aluno é dotado de problemas e diferenças individuais que os caracterizam e os identificam na sua necessidade de estar na escola, principalmente como aluno trabalhador, e é com essas diferenças, que a escola deve se preocupar, para poder então compreender melhor de que tipo de sociedade – classe social – ele vem, e qual seria a melhor metodologia de ensino a ser aplicada. 22 Os alunos que trabalham acreditam que a escola vai lhes dar um emprego e um futuro melhor, uma maior participação na sociedade, formação de uma família. Não é só desta forma que a escola é vista, mas também como um local de distração, amizades, conhecimentos, troca de informações, aquisição de novos valores e novas maneiras. São poucos que conseguem realizar seus sonhos, pois como se sabe, na nossa sociedade que exclui, só uma minoria se beneficia da riqueza socialmente produzida. A escola deve ser muito mais que a realização de sonhos e a formação de cidadãos, ela deve ser um espaço aberto à discussões, confronto de idéias e de diferenças, deve sofrer mudanças em todas as suas esferas principalmente as esferas do social. 23 5. O SABER ESCOLAR NA PRÁTICA DA SALA DE AULA Trabalhar com os cursos noturnos é conhecer de frente os problemas de evasão e repetência que sempre acompanharam a história desses alunos; é explorar a questão do fracasso escolar, que tem alguns de seus motivos apoiados nas condições socio-econômicas e socioculturais desses alunos fracassados. “As crianças pobres são, em sua imensa maioria excluídas da escola, sem qualquer qualificação ou diploma, sem ter aprendido nada de útil para sua vida e seu trabalho.” (Ceccon, 1994, pág. 31) Entendemos que esse fracasso escolar se dá muito em função de uma escola deficiente, que parece não perceber que o retrato dos cursos noturnos está nos próprios alunos, que trazem no corpo e na fala, as marcas de outras regiões, sinais que identificam o seu grupo social. A cor da pele, as marcas das dificuldades da vida, a vivência de quem foi obrigado a crescer precocemente, entrar cedo no mercado de trabalho, mostra assim, que o grupo social que freqüenta as escolas noturnas é bem diferente dos alunos dos cursos regulares diurnos. O espaço físico também relata quem é esse aluno morando em regiões cada vez mais distantes, o trabalhador é obrigado a passar uma grande parte de seu tempo nos transportes, desgastando-se pelo cansaço, que já vem das precárias condições de trabalho a que ele foi exposto. Os alunos não têm condições de comprar livros e quando a escola tem biblioteca, esta é precária e muitas vezes não funciona no horário noturno. 24 Talvez falte estímulo por parte dos professores quanto a conquista do espaço da leitura, dos alunos dos cursos noturnos, ou talvez, a escola esteja mais preocupada em reproduzir a língua culta, dando assim uma maior importância ao ensino de gramática do que ao desenvolvimento da leitura e da interpretação dos textos. Talvez o aconselhamento a ler seja apenas um “pano de fundo” para afirmar que a escola – os professores – incentivam os alunos a tal atividade. “A leitura é uma das fortes armas para lutar contra a dominação, leva o aluno a ser capaz de ler a realidade e o mundo.” (Paulo Freire) Não param por aí as barreiras do acesso ao saber escolar na prática de sala de aula. O plano curricular não atende às necessidades do aluno, o que dificulta o acesso ao saber. Apesar de muitas inovações, as técnicas transmitidas e utilizadas pela escola vão passando de ano a ano, sem que haja uma mudança significativa. O conhecimento objetivo e científico é o que a escola valoriza. As histórias, os sonhos e as experiências que os alunos trazem para a escola são relegadas a um plano secundário no cotidiano da escola. Desmontar o velho - pessoal, social - é uma tarefa árdua e difícil, mas a escola precisa abrir um espaço para que possam ser revistos os seus objetivos juntos aos alunos e professores, pensando como a educação pode e deve ser oferecida nos cursos noturnos, principalmente para alunos trabalhadores. 25 6. COMO PENSAR EM UMA EDUCAÇÃO OFERECIDA PARA ALUNOS TRABALHADORES A escola noturna de jovens e adultos, que são na sua maioria trabalhadores, mostra dificuldades para acompanhar o desenvolvimento e as verdadeiras necessidades de ensino desses alunos, que trabalham o dia inteiro e só resta a noite para o aprendizado. Para essa escola faltam vários tipos de recursos para auxiliar esses alunos: recursos materiais, recursos humanos e professores bem preparados, que é a peça-chave para se trabalhar com alunos que provêm das camadas desprivilegiadas da população. Seus currículos são, geralmente, elaborados de acordo com interesses da elite dominante, excluindo a camada popular. As normas e padrões socioculturais impostos pelos currículos no que se trata do ensino noturno, não atendem às camadas populares, porque já vem como instrumento de exclusão e submissão dessas camadas. É preciso elaborar os currículos a partir da prática cultural, a partir da prática vivida pelos alunos das camadas mais baixas, para que a escola seja capaz de atendê-lo satisfatoriamente. Também existe a importância do professor estar preparado para trabalhar com um tipo de ensino adequado a esses alunos jovens e adultos trabalhadores, promovendo uma educação de qualidade, sabendo intermediar o “currículo elitizado” com o aluno “popular”. 26 “A maioria dos professores e das autoridades de ensino não procuram saber se a escola poderia se organizar de outra maneira, levando em conta a pobreza e trabalhando no sentido de diminuir e compensar seus defeitos.” (Ceccon, 1994, pág. 49) É fundamental a formação de um professor que seja crítico, autônomo e criativo, sem ser manipulado. Precisamos perceber que o trabalho é um elemento construtivo na vida dos alunos dos cursos noturnos, mesmo sem emprego, o trabalho é importante enquanto uma perspectiva, num futuro próximo. Entendemos esse aluno, que precisa trabalhar, como um aluno que também precisa estudar, e por diversas vezes ele se apresenta como um aluno que passa por necessidades, oriundos das classes subalternas, mais pobres da sociedade. Trabalhar e estudar exige sacrifícios. Exige um grande esforço para conciliar o horário do trabalho com o horário da escola. Muitas vezes os alunos são vistos pelos professores como mortificados: corpos cansados, desgastados, dupla jornada de trabalho no emprego, na escola. Ele vêm de todos os tipos de atividades: vendedores, balconistas, empregadas domésticas, ambulantes, operários peões de obra, faxineiros, zeladores. Muitos acreditam na ascensão social, muitos conseguem terminar o ano letivo, outros não agüentam e desistem. O que a escola precisa e deve fazer é contribuir para que estes alunos percebam que é possível buscar a continuação dos estudos, sem abandoná-los. 27 Não só a questão do estudo, mas a escola também deve possibilitar que alguns alunos possam manter contato social e adquirir novos conhecimentos. Torna-se imprescindível revermos os conceitos do que é considerado uma escola de qualidade, uma aula de qualidade e, mais ainda, contribuirmos para um projeto de sociedade e de escola, que seja compreendido por todos e que possa procurar contemplar sonhos e expectativas de uma maioria. A educação para todas as classes deveria oferecer uma escola limpa, com uma merenda gostosa, um ambiente de respeito e educação, um salário digno para os professores, atendendo assim aos interesses de grandes parcelas de educação. “As mudanças só virão se os principais interessados se mexerem. As mudanças não vêm de cima para baixo nem são dadas de presente. As mudanças são sempre resultado de ação dos que protestam contra o tratamento injusto que vêm recebendo da escola e exige uma escola diferente que atenda realmente os interesses da maioria.” (Ceccon, 1994, pág. 83) Exigir e lutar por uma escola democrática e de qualidade, que aproxime a escola que temos com a que teremos, é uma tarefa pedagógica e política. Portanto temos que começar desde já. Pode parecer um sonho, mas sonhos existem para serem realizados, e a esperança estará sempre por existir, insistir e resistir. 28 “ Se todos os seus esforços forem vistos com indiferença, não desanime, porque o sol também ao nascer dá um espetáculo todo especial e no entanto a maioria da platéia continua dormindo.” (Autor desconhecido) 29 CONCLUSÃO Sabemos que tudo em torno da vida está em constante transformação. Por isso não acredito que exista um fim definitivo, determinado para sempre. Uma conclusão será provisória, principalmente quando se trata da educação, da educação do nosso país. Ao longo do trabalho, os cursos noturnos e a escola noturna foram observados em vários enfoques, nas diversas maneiras que eles podem e devem ser observados. Ficou comprovado que os alunos ainda acreditam e têm esperança que a escola é o único caminho para que possam realizar seus desejos. A escola é ainda a grande vítima da elite dominante de nossa sociedade, que vem trazendo ao longo da história uma política de beneficiamento da sua classe, que é minoria, em relação aos direitos e deveres das camadas populares. Nossos alunos continuam se sujeitando a sair de um trabalho cansativo para assistirem aulas, também cansativas. Fazem isso porque acreditam que a barreira que foi colocada entre as camadas populares e o acesso ao saber “elitizado” ainda pode ser desfeita. Acreditam que resistir aos duros momentos da sala de aula, depois de estarem exaustos, pode ser o começo para um mundo de revelações pelo qual estão buscando há muito tempo. Pensamos a escola desempenhando um papel importante na construção de sujeitos, individuais e coletivos, tornando-se um espaço de articulação do mundo do trabalho com o mundo do conhecimento. Na escola pesquisada, tanto alunos como professores utilizam pouco os seus esforços para mudar ou ao menos minimizar a atuação do fracasso escolar. 30 O processo ensino – aprendizagem é capaz de direcionar e ativar prazeres, quando relacionado à vida, aos problemas reais.. Mas a escola esquece-se disso e demostra o quanto ela pode ser desgastante e desprazerosa. Os alunos jovens e adultos trabalhadores observados, sonham e querem aprender, e acredito, que esse seja o ponto de partida para que haja mudanças significativas no contexto escolar de jovens e adultos. Pode haver resistências, mas também sempre haverá um momento para mudar, e deixará à mostra que o ato de ensinar e aprender pode ser vivido com emoção e encantamento. 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, Miguel G. “Fracasso – sucesso: o peso da cultura escolar e do ordenamento da educação básica.” Revista em Aberto. Brasília, INEP, ano 7, n.° 38, abr/jun. 1988 BETTY, Oliveira. “Alguns impasses de socialização do saber na educação de adultos.” Revista Educação e Sociedade. São Paulo, Ed. Cortez, (26): 44-51, abril 1987. CARVALHO, Célia Pazzolo de. Ensino Noturno: Realidade e Ilusão. São Paulo, Editora Cortez, 1984. CARVALHO, Célia Pezzolo de. O último trem parte às 19 horas: O ensino regular de 1o e 2o graus. São Paulo. Cadernos Cedes. Editora Cortez, 1988. CECCON, Claudius Et Alli. A vida na escola e a escola da vida. 28a ed. Petrópolis: Vozes, 1994. CORTELLA, Brasília, Mário Sérgio. “A Reconstrução da Escola”. Revista em Aberto. o INEP, ano 7, n 38, abr/jun. 1988. 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