PERFIL ALIMENTAR DE DISCENTES DO CURSO DE GRADUAÇÃO
EM ECONOMIA DOMÉSTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
RURAL DE PERNAMBUCO
Jacqueline Lima da Costa1
Fernanda Carla Bandeira da Silva2
Helena Cordeiro da Silva3
Enayde de Almeida Melo 4
RESUMO
A Revolução Industrial, conjuntamente à economia capitalista e ao fenômeno da Globalização provocaram
profundas mudanças nos hábitos alimentares das pessoas, entre elas o consumo excessivo dos alimentos
industrializados, ricos em sal, açúcares e gorduras, elevando o número de casos de hipertensão arterial,
obesidade e do diabetes, que têm afetado gravemente os indivíduos jovens adultos. Sendo assim, o presente
trabalho teve como objetivos delinear o perfil alimentar e o estilo de vida das/os estudantes do 5º ao 9º período
do curso de Economia Doméstica da Universidade Federal Rural de Pernambuco, tendo como base os hábitos
alimentares e alguns indicadores da qualidade de vida, e verificar a utilização, na vida prática, dos
conhecimentos acerca da alimentação saudável e dos bons hábitos de saúde aprendidos em sala de aula. Os
procedimentos metodológicos adotados foram a aplicação de questionários e a mensuração do peso e da altura
das/os estudantes para efetuar o cálculo do índice de massa corpórea. Os dados obtidos neste estudo permitiram
concluir que as/os discentes embora detenham os conhecimentos acerca da alimentação saudável, devido a
fatores econômicos e à falta de tempo, adotam uma alimentação com deficiência de alimentos dos grupos
energético e regulador. Evidenciou-se, também, que a maioria das/os discentes adota um bom estilo de vida, pois
não fazem uso de bebidas alcoólicas nem do tabagismo, no entanto, são deficitárias/os no que se refere às
atividades físicas.
PALAVRAS-CHAVE: Alimentação. Estudantes. Saúde.
1 INTRODUÇÃO
Entre outros fatores, o crescente avanço tecnológico e a intensificação da
industrialização, decorrentes da economia capitalista atual, foram um dos mais importantes
fatores que influenciaram mudanças do estilo de vida e dos hábitos alimentares da população
mundial. O padrão alimentar vigente valoriza o consumo excessivo dos alimentos
industrializados em detrimento dos produtos da dieta típica regional, favorecendo o crescente
aumento do número de casos de crianças e jovens obesos, diabéticos e hipertensos.
1
Graduanda em Economia Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)/Departamento de
Ciências Domésticas (DCD), E-mail: [email protected]
2
Graduanda em Economia Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)/Departamento de
Ciências Domésticas (DCD), E-mail: [email protected]
3
Graduanda em Economia Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)/Departamento de
Ciências Domésticas (DCD), E-mail: [email protected]
4
Nutricionista, Professora Associada 2, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)/Departamento de
Ciências Domésticas (DCD), Doutora em Nutrição, E-mail: [email protected]
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O aporte regular de uma alimentação saudável, de qualidade e em quantidade
suficiente, em todas as refeições diárias, é importante tanto para a manutenção das funções
orgânicas nos indivíduos adultos ou idosos, quanto para o crescimento e o desenvolvimento
físico e mental dos indivíduos jovens, assegurando o seu estado de saúde. No entanto, sabe-se
que a saúde de um grande número de jovens se encontra em risco, em decorrência, na maioria
das vezes, dos maus hábitos alimentares e de práticas inadequadas, como o consumo
excessivo de bebidas alcoólicas, o tabagismo e o sedentarismo. Incluem-se nessa parcela da
população, estudantes universitárias/os que, em função da falta de tempo, por muitas vezes
terem que conciliar os estudos com estágio ou trabalho, realizam as suas refeições fora do lar.
Em outros casos, estes/as jovens, em decorrência da reduzida disponibilidade financeira ou da
ausência de estabelecimentos comerciais ou institucionais nos campus universitários que
ofereçam uma alimentação de qualidade, substituem a/as refeição/ões por lanches rápidos,
comercializados em cantinas ou barracas.
Diante dessas constatações e sabendo que o curso de graduação em Economia
Doméstica visa, entre outros aspectos, a melhoria da qualidade de vida das pessoas, e que
possui em sua matriz curricular disciplinas que contemplam o estudo sistemático da
alimentação, do alimento e da nutrição, o presente trabalho teve como objetivos delinear o
perfil alimentar e o estilo de vida das/dos estudantes do curso de graduação em Economia
Doméstica da Universidade Federal Rural de Pernambuco tendo como base os seus hábitos
alimentares e alguns indicadores da qualidade de vida, e verificar a utilização, na vida prática,
dos conhecimentos acerca da alimentação saudável e dos bons hábitos de saúde aprendidos
em sala de aula.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Desde o princípio, por milênios, o ser humano explora a Terra em busca de alimentos
para a sua subsistência. Segundo Ornellas (1978), no período da pedra lascada, 6000 a.C., o
ser humano vivia em cavernas, dedicava-se à caça, à coleta de frutos, nozes, e cereais
silvestres. No período Mesolítico (5000 a. C.) juntavam-se em clãs, conheciam o fogo, mas
não sabiam produzi-lo. Quanto aos horários das refeições, Cascudo (2004) destaca que o ser
humano se orientava pelo horário natural dos elementos naturais do tempo, da terra, do nascer
e pôr do sol. Já na idade Pré-histórica, o ser humano trocou a vida nômade pela vida em
pequenas aldeias e descobriu como guardar e conservar os alimentos. As grandes navegações
da Idade Média, ocorridas entre os séculos XV e XVI, intensificaram o comércio de
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alimentos, especiarias e ervas aromática, especialmente no mar Mediterrâneo e em toda a
Europa. Essas viagens foram fundamentais na descoberta de novos alimentos, favorecendo o
grande intercâmbio cultural de hábitos, culinária e conhecimentos entre diferentes povos.
Freyre (2001) menciona que historicamente, a cultura alimentar brasileira sofreu a
influência de três raças: a branca, com a chegada e colonização portuguesa; a indígena, o
encontro com o povo local e a negra, vinda com os escravos que eram trazidos como mão-deobra para a exploração. Portugal impôs/ instituiu as denominações e os horários das refeições,
como também, o uso de sal, gorduras e açúcares na alimentação. Da cultura indígena, o uso de
alimentos crus, raízes e tubérculos; da cultura negra a feijoada, entre outros.
A revolução industrial, ocorrida no século XIX, trouxe consigo profundas mudanças
no cotidiano da humanidade. Entre elas, o intenso crescimento demográfico nos centros
urbanos que propiciou modificações no estilo de vida e nos hábitos alimentares das pessoas.
A economia capitalista e o fenômeno mundial da Globalização intensificaram essas
mudanças: o que era produzido, em sua maioria, artesanalmente, passou a ser fabricado e
distribuído em larga escala; as técnicas de produção e conservação de alimentos
intensificaram-se, surgindo novos alimentos; o número de restaurantes e lanchonetes foi
ampliado de modo a atender à crescente demanda (ESPAÇO CIÊNCIA VIVA, 2008).
Atrelado a isso, a inserção da mulher no mercado de trabalho, os avanços tecnológicos, a
crescente industrialização, como também a publicidade e a ideologia de consumo, impostas
no padrão alimentar ocidental, foram fatores importantes na modificação do estilo de vida da
população.
As mudanças mais significativas ocorreram nas áreas urbanas, uma vez que os ímpetos
da vida moderna favorecem a restrição de tempo, resultando em mudanças de hábitos,
passando-se da dieta básica tradicional para uma contendo alimentos processados ou
preparados, ricos, na maioria das vezes, em gorduras, açúcares e sal (BLEIL, 1998). A
ingestão excessiva desses alimentos favorece ao aumento no número de casos de crianças e
jovens, bem como de adultos e idosos, com hipertensão arterial, diabetes e obesidade.
O padrão alimentar atual valoriza a praticidade e a rapidez, inserindo no mercado e
difundindo através da publicidade os alimentos industrializados semi-prontos, congelados,
pré-cozidos, pré-temperados, os denominados fast-foods, com vistas a “otimizar” o tempo das
pessoas, uma vez que as exigências do mercado de trabalho as impossibilitam de se dedicar à
elaboração das preparações alimentares, em virtude da escassez de tempo.
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Segundo Abreu et al. (2001), a alimentação é fator primordial na rotina diária da
humanidade, principalmente por ser uma necessidade básica. Por sua vez, Sá (1990) afirma
que a alimentação exerce grande influência sobre o indivíduo, principalmente sobre a sua
saúde, sua capacidade de realizar qualquer atividade física ou mental. No entanto, a falta ou o
excesso de alimentos podem causar doenças carenciais ou distúrbios alimentares que,
atualmente, constituem um problema de saúde pública. Neste contexto, o cenário atual,
extremamente contraditório, apresenta-se de um lado, com centenas de milhões de indivíduos
sofrendo em decorrência da desnutrição e da fome. Por outro lado, milhões de pessoas, em
virtude de excessos na alimentação, são acometidas por doenças crônicas não transmissíveis,
de incidência crescente, como a obesidade, a hipertensão arterial e o diabetes, entre outras.
3 METODOLOGIA
A pesquisa ocorreu no Departamento de Ciências Domésticas da Universidade Federal
Rural de Pernambuco – UFRPE, Campus Dois Irmãos. Questionários estruturados e de caráter
quantitativo foram aplicados a 50 universitárias/os, matriculadas/os do quinto ao nono período
do curso. A definição do número total de participantes, 50% do universo, teve como base o
número de acadêmicas/os por turma, que em média, é cerca de 20 a 25 estudantes,
totalizando, aproximadamente 100 a 125 discentes matriculadas/os nos referidos períodos. O
estudo se restringiu aos/às alunos/as dos períodos mencionados, uma vez que aqueles/as
matriculados/as nos demais períodos encontram-se, ainda, em fase de adaptação à vida
acadêmica, além de não terem cursado disciplinas que propiciem conhecimento científico
relevante acerca dos hábitos alimentares saudáveis e das técnicas e didáticas referentes aos
cuidados com a saúde e a alimentação.
Primeiramente, um questionário-piloto, contendo 35 questões acerca do consumo
alimentar e da qualidade de vida das/os alunas/os, foi elaborado e aplicado a 2 (duas/dois)
estudantes de cada turma do quinto ao nono período do curso de Economia Doméstica,
escolhidas/os de forma aleatória, com vistas a avaliar a compreensão e ajustar, se necessário,
os tópicos questionados. Em seguida, as/os alunas/os preencheram o questionário avaliativo,
no qual puderam indicar o grau de facilidade/dificuldade em responder às questões do
questionário-piloto. A partir das sugestões foram efetuadas as modificações necessárias para
dar origem ao questionário definitivo, o qual foi preenchido por 10 alunas/os de cada turma,
constituindo um total de 50 indivíduos. Para responderem o questionário, as/os estudantes
tiveram como parâmetro os 7 dias da semana. A participação das/os mesmas/os no estudo foi
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voluntária, após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, conforme previsto
na resolução CNS/MS 196 - Conselho Nacional de Saúde / Ministério da Saúde - (BRASIL,
1996), ressaltando o caráter voluntário da resposta e assegurando a confidencialidade das
informações.
A qualidade da alimentação do grupo estudado foi avaliada considerando as porções
dos grupos de alimentos recomendadas e estabelecidas na Pirâmide Alimentar Brasileira atual
(PHILIPPI, et al., 1999). Além disso, foram mensurados o peso e a altura das/os alunas/os
com vistas a calcular o Índice de Massa Corpórea (IMC), segundo a expressão matemática:
IMC = peso/altura2. Para a análise dos dados, utilizou-se como referência a classificação da
Organização Mundial da Saúde, que estabelece como valores de baixo peso os IMC inferiores
a 18,5 kg/m2, os de normalidade entre 18,5 e 24,9 kg/m2; os referentes ao sobrepeso entre 25 e
29,9kg/m2 e valores superiores a 30 kg/m2 os de obesidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A maioria do público pesquisado é do sexo feminino (98%), da faixa etária de 20 a 29
anos de idade, compondo 72% do público. Em sua maioria, as/os estudantes realizam entre 3
a 4 refeições diárias e 74% afirmaram fazer as principais refeições (desjejum, almoço e jantar)
em todos os dias da semana. Frequentemente, as refeições são efetuadas em casa (74%); 60%
do público estabelecem horários regulares de segunda-feira à sexta-feira, e 44% gastam, em
média, 8 a 10 minutos para tomar suas refeições. Quanto ao preparo das refeições, 84%
afirmaram que elas/eles próprias/os realizam esta prática, dos quais 57,14% fazem isto
diariamente.
Tomando como base os grupos e o número de porções de alimentos estabelecidos na
Pirâmide Alimentar Brasileira, evidenciou-se que, no que se refere ao consumo dos alimentos
energéticos, o consumo é insuficiente, pois a maioria das/os alunas/os consome cereais e
tubérculos apenas uma vez ao dia, e massas duas vezes ao dia, o que corresponde, em média,
1 a 2 e 2 a 3 porções diárias, respectivamente, enquanto que a ingestão recomendada é de 5 a
9 porções diárias.
Com relação aos alimentos reguladores, as frutas e hortaliças são consumidas pela
maioria das/os estudantes apenas uma vez ao dia, o que corresponde, aproximadamente, 1 a 2
porções diárias. A quantidade referida é, portanto, insuficiente, uma vez que, segundo Philippi
e colaboradores (1999), os indivíduos devem consumir, diariamente, 3 a 5 porções de frutas e
4 a 5 porções de hortaliças.
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No que se refere ao consumo de leite e derivados, 56% das/os entrevistadas/os
afirmaram consumir estes alimentos duas vezes ao dia, o que corresponde a 2 ou 3 porções.
No tocante aos ovos e às carnes e derivados, a maioria (46%) afirmou consumir,
respectivamente, entre 2 a 4 vezes na semana e 1 vez ao dia, quando a ingestão deveria ser 1 a
2 porções diárias. Referindo-se ao consumo das leguminosas, a maioria alegou consumir
apenas uma vez ao dia. Confrontando a freqüência do consumo destes alimentos com o
número de porções indicadas como ideais na Pirâmide Alimentar (leite e derivados 3 porções,
carnes e derivados 1 porção e leguminosas 1 porção), com exceção do consumo de ovos, a
freqüência de consumo dos demais alimentos do grupo construtor é satisfatória.
Referindo-se à freqüência diária do consumo de alimentos cárneos enlatados e
embutidos, 64% do público entrevistado afirmaram consumir raramente estes alimentos, o que
configura como um hábito positivo, uma vez que apesar do valor protéico desses produtos, o
consumo deve ser moderado, pois possuem em sua composição quantidades excessivas de sal,
aditivos alimentares, como os nitritos e nitratos, cujo consumo, por longo tempo, pode ser
nocivo à saúde.
Em relação ao grupo dos óleos e gorduras, dos doces e guloseimas, as/os
entrevistadas/os indicaram consumir pouco (40%) e moderado / muito pouco (30%),
respectivamente, estando, portanto, de acordo com a indicação da Pirâmide Alimentar
Brasileira atual que estabelece para o consumo desses alimentos entre 1 a 2 porções diárias.
Quanto ao uso/consumo diário de sal e açúcar, as respostas variaram entre pouco e
moderado, respectivamente. Segundo os parâmetros estabelecidos na Pirâmide Alimentar
Brasileira, o consumo diário de sal e açúcar deve ser o mínimo possível, variando entre pouco
e moderado em todas as refeições. Gallani e Ferreira (2007) ressaltam que o consumo em
excesso desses alimentos pode contribuir para a ocorrência de doenças graves, como a
hipertensão arterial e o diabetes.
Referindo-se ao consumo de líquidos, 44% das/os estudantes afirmaram consumir
bastante água, acima de 8 copos diários; 44% alegaram consumir raramente refrigerantes e
28% disseram consumir sucos de frutas apenas uma vez ao dia. O consumo de água efetuado
pela maioria das/os estudantes é satisfatório, uma vez que se recomenda a ingestão de
aproximadamente 1,5 L a 2 L de água, em porções ao longo do dia. O baixo consumo de
refrigerantes pelas/os alunas/os é um fato bastante positivo, tendo em vista que este alimento
por ser um xarope, adicionado de gás carbônico e de aditivos alimentares, fornece apenas
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calorias. No entanto, o consumo diário de sucos de frutas apresentou-se insatisfatório, quando
o consumo ideal é de 3 a 5 porções diárias (as mesmas para o consumo de frutas).
Grande parte do grupo em estudo (84%) consome alimentos de rua, hábito bastante
comum nos dias atuais. Entretanto, deste percentual, 38,10% afirmaram que consomem
raramente esses alimentos. Vários fatores podem estar contribuindo para essa baixa
freqüência, dentre eles o poder aquisitivo deste grupo. Por outro lado, a baixa freqüência do
consumo pode ser vista positivamente se for considerado que os alimentos comercializados
nas ruas são freqüentemente veículos de doenças gastrointestinais, configurando em risco para
a saúde do/a consumidor/a. Dentre outros fatores, a falta de tempo configurou-se como o
principal motivo alegado por 80,95% das/os estudantes para o consumo de alimentos
comercializados nas ruas.
No que se refere à substituição das principais refeições por lanches rápidos, 52% do
público afirmaram que raramente adotam essa prática, outro fator positivo do perfil alimentar
desse grupo. A substituição das refeições por lanches é uma prática muito comum nos campus
universitários, uma vez que na maioria deles não há estabelecimentos comerciais ou
institucionais que ofereçam refeições de qualidade, a preços acessíveis às/aos estudantes.
Outro aspecto a ser considerado é o fator econômico. Muitas vezes, os lanches rápidos são
mais baratos do que as refeições comercializadas em restaurantes e/ou barracas, o que
geralmente propicia tal hábito.
Além de responder a questões referentes ao consumo diário de diversos tipos de
alimentos, as/os alunas/os efetuaram uma auto-avaliação de seus hábitos alimentares,
atribuindo nota que variou de 0 a 10, além de justificar a nota atribuída. A maioria das/dos
estudantes (56%) considerou que possui bons hábitos alimentares, pois atribuiu notas entre
6,0 e 7,9. Ao justificar a sua resposta, as/os estudantes revelaram ter conhecimento da
importância de adotar hábitos alimentares saudáveis, porém, fatores econômicos e a falta de
tempo contribuem para consumirem quantidades diárias insuficientes de frutas e sucos,
tubérculos, cereais, hortaliças e ovos.
A maioria dos/as estudantes apresentou IMC na faixa de 18,5 e 24,9 kg/m2, podendo
ser classificada, segundo a Organização Mundial da Saúde, como indivíduos eutróficos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). O restante da população (40%) encontra-se distribuída
nas categorias de baixo peso (10%), sobrepeso (16%) e obesidade (14%). A prevalência de
sobrepeso e obesidade nesse grupo (30%) começa a ser preocupante, portanto, medidas
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devem ser adotadas com vistas a não ampliar este percentual, uma vez que a incidência deste
transtorno alimentar na população brasileira é crescente.
No que se refere a alguns indicadores da qualidade de vida, pôde-se verificar que 44%
das/os discentes afirmaram nunca ter consumido suplementos alimentares; 54% alegaram
nunca consumir bebidas alcoólicas e 100% afirmaram não serem fumantes, nem nunca terem
sido. Evidencia-se, portanto, que as/os estudantes pesquisadas/os não possuem dois hábitos
bastante prejudiciais à saúde. Quanto à prática de atividades físicas, 66% afirmaram não
realizar nenhuma atividade, e quando se auto-avaliaram neste aspecto, 36% alegaram ser
sedentárias/os devido, principalmente, à falta de tempo.
5 CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, evidenciou-se que o perfil alimentar das/os estudantes
do curso de graduação em Economia Doméstica da UFRPE apresenta-se inadequado no que
se refere à ingestão de frutas e sucos, hortaliças, tubérculos, cereais e ovos. As/os estudantes
compreendem a importância e a necessidade da ingestão diária desses alimentos, porém,
atribuem à inadequação do número de porções ingeridas a fatores econômicos e à falta de
tempo. Os demais parâmetros avaliados revelaram que estas/es alunas/os adotam um bom
estilo de vida, sendo deficitárias/os no que se refere às atividades físicas. A inadequação da
dieta e o sedentarismo evidenciado na população estudantil pesquisada estão refletidos na
prevalência detectada do sobrepeso e obesidade (30%) que pode ser considerada preocupante.
Assim, se faz necessário efetuar mudanças, principalmente, em relação aos hábitos
alimentares e à prática de exercícios físicos regulares, visando à promoção da saúde e
melhoria da qualidade de vida desse público.
REFERÊNCIAS
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8
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PHILIPPI, S. T; LATTERZA, A. R.;CRUZ, A. T. R; RIBEIRO, L. C. Pirâmide alimentar
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