4º P23- SP Esta prova contém M 5 B 23/10/09 questões. INSTRUÇÕES: Verifique se sua prova está completa. Preencha corretamente todos os dados solicitados no cabeçalho. Resoluções e respostas somente a tinta, azul ou preta. Utilize os espaços determinados para respostas, não ultrapassando seus limites. Evite rasuras e o uso de corretivos. Resoluções com rasuras ou corretivo não serão revisadas. Resoluções e respostas que estiverem a lápis não serão corrigidas. Boa prova! TODAS AS QUESTÕES VALEM DOIS PONTOS TEXTO PARA AS QUESTÕES 1 e 2 Fanatismo [Florbela Espanca] Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver ! Não és sequer a razão do meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida ! Não vejo nada assim enlouquecida ... Passo no mundo, meu Amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida ! "Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..." Quando me dizem isto, toda a graça Duma boca divina fala em mim ! E, olhos postos em ti, digo de rastros : "Ah ! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: Princípio e Fim ! ..." 1 – Leia o soneto e responda: a) [1,0 ponto] – Quais traços formais presentes no poema de Florbela Espanca já antecipam o Modernismo? b) [1,0 ponto] – Quanto à maneira com que aborda o tema, o que há de diferente entre a poesia de Florbela Espanca e a de seus antecessores simbolistas em Portugal? 2 – Responda: a) [1,0 ponto] – Explique a oposição contida nos dois últimos tercetos. b) [1,0 ponto] – Qual verso evidencia plenamente o “fanatismo”, título do poema? TEXTO PARA As QUESTÕES 3 E 4 Na madrugada de 21 desenhou-se no extremo da várzea o agrupamento dos jagunços... Um coro longínquo esbatia-se na mudez da terra ainda adormida, reboando longamente nos ermos desolados. A multidão guerreira avançava para Uauá, derivando à toada vagarosa dos kyries, rezando. Parecia uma procissão de penitência, dessas a que há muito se afeiçoaram os matutos crendeiros para abrandarem os céus quando os estios longos geram os flagícios das secas. O caso é original e verídico. Evitando as vantagens de uma arrancada noturna, os sertanejos chegavam com o dia e anunciavam-se de longe. Despertavam os adversários para a luta. Mas não tinham, ao primeiro lance de vistas, aparências guerreiras. Guiavamnos símbolos de paz: a bandeira do Divino e, ladeando-a, nos braços fortes de um crente possante, grande cruz de madeira, alta como um cruzeiro. Os combatentes armados de velhas espingardas, de chuços de vaqueiros, de foices e varapaus, perdiam-se no grosso dos fiéis que alteavam, inermes, vultos e imagens dos santos prediletos, e palmas ressequidas retiradas dos altares. Alguns, como nas romarias piedosas, tinham à cabeça as pedras dos caminhos e desfiavam rosários de coco. Equiparavam aos flagelos naturais, que ali descem periódicos, a vinda dos soldados. Seguiam para a batalha rezando, cantando – como se procurassem decisiva prova às suas almas religiosas. Euclides da Cunha – “Os Sertões” 3 – Ainda sobre o poema, responda: a) [1,0 ponto] – No aspecto formal, o que distingue a parte da qual foi extraída o texto acima das outras duas restantes de “Os Sertões”? O que, na linguagem de Euclides da Cunha, ainda não é moderno? b) [1,0 ponto] – Qual foi a conclusão formada por Euclides da Cunha acerca da Guerra de Canudos? 4 – Responda: a) [1,0 ponto] – No contexto do Pré-Modernismo, qual era a diferença entre os tipos de personagens presentes nas obras de Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto e Graça Aranha? b) [1,0 ponto] – Segundo o autor, o que representava a guerra para os sertanejos? O texto também aponta uma outra tormenta de que eram vítimas frequentes, expliquea. TEXTO PARA A QUESTÃO 5 Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando os braços estendidos, a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite em que se não toma pé e nunca se encontra o fundo. Depois, como se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, em seguida sapateava, miúdo e cerrado freneticamente, erguendo e baixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra titilando. Aluísio Azevedo, in: “O Cortiço” 5 – Ainda sobre o texto, responda: a) [1,0 ponto] – Por que a descrição feita por Aluísio Azevedo no texto acima pode ser entendida como tipicamente naturalista? Comparando Rita Baiana com as demais mulheres de sua época, aponte uma diferença fundamental entre esta personagem e suas contemporâneas. b) [1,0 ponto] – Quanto ao comportamento, qual é a principal diferença entre Bertoleza e Rita Baiana? Qual elemento típico das narrativas naturalistas pode ser observado na caracterização da companheira de João Romão? Espaço para a resposta da questão 1: (2,0) 0,5 1,0 1,5 2,0 Espaço para a resposta da questão 2: (2,0) 0,5 1,0 1,5 2,0 Espaço para a resposta da questão 3: (2,0) 0,5 1,0 1,5 2,0 Espaço para a resposta da questão 4: (2,0) 0,5 1,0 1,5 2,0 Espaço para a resposta da questão 5: (2,0) 0,5 1,0 1,5 2,0