Capítulo 8
A taxa de câmbio no longo prazo
Problema

Como se processa o ajustamento,
duma economia no médio prazo, a
choques económicos e alterações de
política económica?
Dois Modelos


O modelo IS-LM-BOP centra a sua
atenção no lado da procura da economia.
Um dos pressupostos deste modelo é
que as empresas respondem sempre ao
aumento da procura com mais oferta a
preços constantes;
A introdução do ajustamento do nível de
preços necessita que incorporemos o
lado da oferta sem ajustamento
automático, isto é reflectindo as decisões
das empresas e dos trabalhadores.
Moeda e Equilíbrio de Longo Prazo

Equilíbrio de Longo Prazo com
Câmbios Flexíveis:
Moeda e produto real;
 Moeda e nível de preços;
 Moeda e taxa de câmbio

Moeda e Equilíbrio de Longo Prazo

Qual o efeito no produto de longo prazo
dum aumento permanente de M?


Qual o efeito na taxa de juro de longo
prazo dum aumento permanente de M?


Nenhum, devido à neutralidade da moeda;
Nenhum;
Qual o efeito no nível de preços de longo
prazo dum aumento permanente de M?


Uma variação nos preços proporcional à
variação no stock monetário.
O nível de preços ajusta-se para manter o
stock monetário real constante (M/P).
A curva de procura agregada com câmbios flexíveis
e perfeita mobilidade de capital




Se i =i*
E a curva LM= kY-hi
Então Y=h/k i* + 1/k M/P
Logo
1 M
Y 
k

P
M

 m 
P
Y   (m   )
Inflação
45º
Crescimento Médio Anual de M
19
97
19 Se
98 t
19 Ab
98 r
19 No
99 v
20 Ju
00 n
20 Ja
00 n
20 Ag
01 o
20 Ma
01 r
20 Ou
02 t
20 M
02 a i
D
20 ez
03
20 Ju
04 l
20 Fe
04 v
20 Se
05 t
20 Ab
05 r
N
ov
Variação de M3(%)-Zona Euro
3%
3%
2%
2%
1%
1%
0%
-1%
-1%
Equilíbrio de Longo Prazo no Mercado Monetário
i
Mº/Pº=M1/P1
iº
M/P
Moeda e Taxa de Câmbio

No longo prazo uma aumento no
stock monetário provoca uma
desvalorização proporcional na
divisa doméstica
e
e0
SFX
D(i0,i*0,ee1)
D(i0,i*0,ee0
Quantidade de Depósitos em
Divisas
Paridade do Poder de Compra

A lei do preço único:






Bem idênticos vendem-se a um preço único
independentemente da moeda em que o preço é
denominado;
Arbitragem de preços assegura que sem custos de
transporte, barreiras ao comércio, monopólios ou outras
restrições a lei do preço único vigora.
O grau da relação entre preços depende das
características do bem.
Exemplo: comparar preços dum mesmo bem num site da
Internet
Para bens não transaccionáveis a lei do preço único
verifica-se de forma mais ténue;
Paridade do Poder de Compra

A teoria da paridade do poder de compra estende a lei do
preço único ao nível geral de preços
Teoria da paridade do poder de compra


A teoria da paridade absoluta do poder
de compra postula que a taxa de câmbio
de equilíbrio entre duas divisas é igual ao
rácio de preços dos dois países;
A teoria da paridade relativa prevê que a
variação na taxa de câmbio num
determinado período deve ser
proporcional à variação dos preços
relativos dos dois países.
Paridade Absoluta




PUS= e *PF
Se R= P/eP* então com PPP:
R=1
Se Paridade Relativa então



Txa Var.P= Txa Var. e + Txa Var.P*
Inflação Doméstica = Txa Var e+
Inflação Externa
Ou Txa Var e=Txa Var P- Txa Var P*
Paridade Relativa do poder de compra

A versão da paridade relativa assegura
que a taxa de câmbio se ajusta em
função do diferencial de inflação entre
duas economias;


e=P-P*
A versão relativa da PPP não exige que se
verifique a lei do preço único, não exige
que os mercados funcionem em
concorrência perfeita, nem que o cabaz
de bens seja o mesmo nos dois países.
Versão generalizada

Se

E

P  PT  (1   ) PN
P*  P *T (1   ) P *N
P *N

 ´(1  

PT
P 
S
PN
P*
  (1   ) P
T







Versão generalizada da PPP




A expressão que integra os preços dos bens não
transaccionáveis sintetiza a versão generalizada
da PPP;
Nela a evolução da taxa de câmbio passa a
depender dos preços dos bens não
transaccionáveis;
Um aumento do preço relativo dos bens não
transaccionáveis num país levará à apreciação da
sua moeda considerando tudo o resto constante;
Ou seja as alterações das da taxa de câmbio
devido a alterações no preço relativo entre os
bens transaccionáveis e não transaccionáveis
traduzem-se em alterações na taxa de câmbio
real.
BIG MAC INDEX

Burgernomics is based on the theory of
purchasing-power parity, the notion that a dollar
should buy the same amount in all countries.
Thus in the long run, the exchange rate between
two countries should move towards the rate that
equalises the prices of an identical basket of
goods and services in each country. Our "basket"
is a McDonald's Big Mac, which is produced in
about 120 countries. The Big Mac PPP is the
exchange rate that would mean hamburgers cost
the same in America as abroad. Comparing actual
exchange rates with PPPs indicates whether a
currency is under- or overvalued.
Fast food and strong currencies


ITALIANS like their coffee strong and their
currencies weak. That, at least, is the conclusion
one can draw from their latest round of grumbles
about Europe's single currency. But are the
Italians right to moan? Is the euro overvalued?
Our annual Big Mac index (see table) suggests
they have a case: the euro is overvalued by 17%
against the dollar. How come? The euro is worth
about $1.22 on the foreign-exchange markets. A
Big Mac costs €2.92, on average, in the euro zone
and $3.06 in the United States. The rate needed
to equalise the burger's price in the two regions is
just $1.05. To patrons of McDonald's, at least, the
single currency is overpriced.
PPP e Câmbios Flexíveis



The Big Mac index, which we have compiled since 1986, is based on the notion that a
currency's price should reflect its purchasing power. According to the late, great
economist Rudiger Dornbusch, this idea can be traced back to the Salamanca school in
16th-century Spain. Since then, he wrote, the doctrine of purchasing-power parity
(PPP) has been variously seen as a “truism, an empirical regularity or a grossly
misleading simplification.”
Economists lost some faith in PPP as a guide to exchange rates in the 1970s, after the
world's currencies abandoned their anchors to the dollar. By the end of the decade,
exchange rates seemed to be drifting without chart or compass. Later studies showed
that a currency's purchasing power does assert itself over the long run. But it might
take three to five years for a misaligned exchange rate to move even halfway back into
line.
Our index shows that burger prices can certainly fall out of line with each other. If he
could keep the burgers fresh, an ingenious arbitrageur could buy Big Macs for the
equivalent of $1.27 in China, whose yuan is the most undervalued currency in our
table, and sell them for $5.05 in Switzerland, whose franc is the most overvalued
currency. The impracticality of such a trade highlights some of the flaws in the PPP idea.
Trade barriers, transport costs and differences in taxes drive a wedge between prices in
different countries.
Não Transaccionáveis e PPP


More important, the $5.05 charged for a Swiss Big Mac helps to pay
for the retail space in which it is served, and for the labour that serves
it. Neither of these two crucial ingredients can be easily traded across
borders. David Parsley, of Vanderbilt University, and Shang-Jin Wei, of
the International Monetary Fund, estimate that non-traded inputs,
such as labour, rent and electricity, account for between 55% and
64% of the price of a Big Mac*.
The two economists disassemble the Big Mac into its separate
ingredients. They find that the parts of the burger that are traded
internationally converge towards purchasing-power parity quite
quickly. Any disparity in onion prices will be halved in less than nine
months, for example. But the non-traded bits converge much more
slowly: a wage gap between countries has a “half-life” of almost 29
months.


Seen in this light, our index provides little comfort to Italian critics of
the single currency. If the euro buys less burger than it should,
perhaps inflexible wages, not a strong currency, are to blame.
Limitações da teoria PPP


Segundo Balassa e Samuelson (1964) o
rácio dos preços de bens não
transaccionáveis e dos bens
transaccionáveis é sistematicamente
maior nos países desenvolvidos.
Os salários no sector de não
transaccionáveis é sistematicamente
mais alto relativamente aos outros
sectores nos países desenvolvidos.
Teoria Monetária da Determinação da Taxa
de câmbio



Esta teoria assume que o papel principal da taxa
de câmbio é igualar as quantidades procuradas e
oferecidas das várias moedas e divisas;
A visão monetarista assume que o produto real
está ao nível de pleno emprego e que produto e
preços de factores se ajustam rapidamente aos
seus níveis de equilíbrio de longo prazo;
O modelo monetário de preços flexíveis considera
que a taxa de câmbio é determinada pela massa
monetária, pelo produto real e pela taxa de juro.
Teoria Monetária da Determinação da Taxa de
câmbio: modelo monetário de preços flexíveis

Assim o modelo assume:


Existem 2 países: doméstico e estrangeiro;
As funções de procura de moeda são convencionais
p  m  y  i
p*  m * y * i *


Verifica-se a condição de paridade dos juros;
Verifica-se a condição de paridade do PPP:
e  (m  m*)   ( y  y*)   (i  i*)
E se i-i*=pe-p*e então
e  (m  m*)   ( y  y*)   ( pe  p *e )
Modelo monetário dos preços flexíveis

Assim se admitirmos que


i-i*=pe-p*e
E que
e  (m  m*)  ( y  y*)   ( pe  p *e )


No longo prazo um aumento da inflação
esperada de um país, ceteris paribus,
levará à depreciação da moeda nacional
O mecanismo deste efeito de longo
prazo é o aumento da taxa de juro
nominal provocado pelas expectativas
inflacionistas.
Modelo Monetário de preços Flexíveis
Variável
Efeito na taxa de Câmbio
Stock Doméstico Nominal de
Moeda
M
Aumenta
+
Diminui
Stock Internacional de
Moeda
Aumenta
Diminui
-
Desvalorização Doméstica
Valorização Doméstica
M*
+
-
Valorização Doméstica
Desvalorização Doméstica
Modelo Monetário de preços Flexíveis
Variável
Procura doméstica de Moeda
Efeito na Taxa de Câmbio
L
Produto Doméstico
Aumenta
+
Diminui
-
Taxa de Juro Doméstica
i
Aumenta
Diminui
+
-
Valorização doméstica
Desvalorização doméstica
Desvalorização doméstica
Valorização doméstica
Modelo de preços viscosos de Dornbusch




Existem 2 países: doméstico e estrangeiro;
Verifica-se a condição de paridade dos juros;
 e=i-i*
Existe perfeita mobilidade de capitais;
 i=i*
Os agentes económicos formulam as expectativas
para a taxa de câmbio de uma forma regressiva;

et 1 

et
 (1 
 )e
Verifica-se a condição de paridade do PPP:
 e=p-p*
Taxa de câmbio efectiva


É um indicador da tendência do
movimento geral duma divisa
relativamente às outras;
As várias estimativas da taxa
efectiva variam consoante o valor
dos factores de agregação.
Variação Relativa do Produto Afecta Taxa de Câmbio Real
R
RS1
RSo
R1
Ro
Q1/Q1*
Qo/Qo*
Q/Q*
Causas da Variação na taxa de câmbio real


Um aumento na procura relativa por
produto doméstico causa uma valorização
e uma diminuição da procura doméstica
relativa provoca uma desvalorização;
Variações no produto relativo também
provocam alterações na taxa de juro real.
Um aumento relativo do produto externo
causa uma valorização da moeda
doméstica.
Paridade de juros

A condição de paridade de juros
representa a relação entre taxas de
juro e taxas de câmbio que requer
que o diferencial nas taxas de juro
seja igual à taxa esperada de
desvalorização:
e e
e
i  i* 
ê
e
e
Condição de paridade de PPP

Se PPP explica o comportamento
das taxas de câmbio no longo prazo
a taxa de desvalorização é igual à
diferença entre as taxas de inflação
ê  p  p*
ê p p *
e
e
e
i  i*  p e  p e *
Resumo

Se PPP explica o comportamento das
taxas de câmbio no longo prazo a taxa
de desvalorização é igual à diferença
entre as taxas de inflação;
ê  p  p*

Na visão monetarista a taxa de câmbio
é determinada pela oferta e procura de
moeda e pela taxa de juro
e  (m  m*)   ( y  y*)   (i  i*)
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Capitulo 8-Equilíbrio de Longo Prazo