NOVA METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DA DOSE ACUMULADA EM CRISTAIS DE QUARTZO Elcio Liberato Pires1,Sonia Hatsue Tatumir2 1,2 Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP) [email protected], [email protected] desvio padrão. Tendo em mãos os valores de DA e de 1. Introdução P, as idades das amostras foram calculadas segundo a Neste trabalho foi desenvolvida uma nova equação I=P/DA. metodologia para determinação da dose acumulada (P) em sedimentos. Estas amostras são sedimentos 3. Resultados Obtidos provenientes da ilha do Marajó (Estado do Pará), e A Figura 1 mostra um exemplo de distribuição da P fazem parte do projeto “Integração de dados Biológicos obtido neste trabalho. Com esse novo método o valor de e Geológicos no Baixo Tocantins – Ilha do Marajó: P é encontrado levando em conta o formato da Chave na Análise da Biodiversidade”; coordenado pela freqüência de P fornecido por cada amostra. No método geóloga e Dra. Dilce de Fátima Rossetti, INPE – São José dos Campos (SP). A determinação da dose antigo o valor de P é encontrado através do valor médio acumulada (P) pela radiação ionizante em cristais é da amostra. necessária para a datação dos mesmos pelo método da Termoluminescência (TL). A idade da amostra é calculada através da divisão de P pela taxa anual de dose radiação incidente na amostra, portanto a determinação precisa do valor de P se faz necessária. A TL vem sendo utilizada na datação como confirmadora dos resultados obtidos nos métodos que Paleodose (Gy) Paleodose utilizam a Luminescência Opticamente Estimulada (LOE), principalmente em amostras que tiveram sua Figura 1 – Distribuição da paleodose (amostra MR422 e idade “zero” atingida pela queima, como cerâmicas, MR424) cinzas de fogueiras, lavas vulcânicas, etc... . 8 MR422 (TL) 10 MR424 (TL) 7 6 Freqüência Freqüência 8 6 4 2 gaussianas: f (x ) = 2 2 1 e −( x−µ ) / 2σ e o valor de P σ 2π foi escolhido como sendo µ, onde x é a dose e σ é o 3 2 0 4 30 As amostras foram manuseadas na sala escura, onde os tubos foram abertos e cada amostra separada em duas partes. A primeira parte foi utilizada para as medições de espectroscopia-γ, que serviram como base para os cálculos das concentrações dos elementos radioativos e posterior determinação da dose anual recebida pela amostra. A segunda parte foi submetida a um tratamento químico com reagentes, a fim de separar os cristais de quartzo dos demais minerais e das substâncias orgânicas contidas nas amostras. Posteriormente, foram divididas novamente, sendo parte destinada à medição das intensidades da TL natural e a outra destinada à medição das intensidades de amostras irradiadas em laboratório com radiação-γ. As medições das curvas de emissão TL, foram feitas em uma leitora da Daybreak Nuclear System Inc. A partir dos gráficos de emissão da TL foram feitas curvas de calibração da intensidade máxima de TL, das alíquotas irradiadas, em função de suas respectivas doses. Os pontos experimentais foram ajustados com suas margens de incertezas. Os valores das intensidades das alíquotas naturais foram colocados nas curvas de calibração em forma de retas. Com os pontos de intersecção das retas com as curvas de calibração foram determinados os valores de P. Com esses valores foram construídos histogramas que mostram a distribuição de P (Figura 1). Os histogramas foram ajustados com 4 1 0 2. Parte experimental 5 35 40 45 50 5 6 7 8 9 55 A Tabela abaixo mostra os valores das idades calculadas para cada uma das quatro amostras. Tabela I – Valores das P, DA e idades de cada amostra. P ± σP Pgauss Dose Anual Idade Amostra (Gy) (Gy/kano) (kanos) (Gy) MR417 MR422 (5,0 ± 1,7) (38,8 ± 5,7 1,70 3,35 37,7 0,51 73,92 4,5) MR424 (6,6 ± 1,3) 7,4 0,87 8,51 MR155 (2,1 ± 1,3) 2,8 1,16 2,41 4. Conclusões Segundo a Tabela 1 podemos notar que os valores de Pgauss estão dentro da faixa de incerteza de P . Entretanto, como os valores de Pgauss levam em conta a distribuição de P, acreditamos que estes são os mais próximos dos valores reais. Para compararmos estas idades está sendo desenvolvido o método que usa alíquotas únicas (SAR), onde obteremos de 15 a 20 idades de cada amostra, desta forma poderemos comparar os resultados encontrados neste trabalho. 1 Aluno de IC da FAPESP