Universidade Federal de São João del-Rei Coordenadoria do Curso de Química Métodos para determinação de avermectinas em diferentes matrizes Leila Suleimara Teixeira São João del-Rei – 2015 MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DE AVERMECTINAS EM DIFERENTES MATRIZES Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado no 1° semestre do ano de 2015 ao Curso de Química, Grau Acadêmico Bacharelado, da Universidade Federal de São João del-Rei, como requisito parcial para obtenção do título Bacharel em Química. Autor: Leila Suleimara Teixeira Docente Orientador: Keyller Bastos Borges Modalidade do Trabalho: Revisão Bibliográfica São João del-Rei – 2015 RESUMO As avermectinas (AVMs) são lactonas macrocíclicas derivadas da fermentação do fungo Streptomyces avermitilis, este grupo inclui abamectina, ivermectina, eprinomectina, doramectina, selamectina, e emamectina drogas quimicamente relacionadas e utilizadas na medicina veterinária e humana, como antiparasitários, e na agricultura. Atualmente encontram-se entre as drogas antiparasitárias mais utilizadas mundialmente, sobretudo devido ao seu amplo espectro de ação e boa margem de segurança. Apresenta como principais características físico-químicas alto peso molecular e elevada lipofilicidade, o que diminui a possibilidade de atravessarem a barreira hematoencefálica dos animais, minimizando os efeitos tóxicos e também aumenta persistência no organismo, sobretudo nas gorduras corpóreas. Contudo, o uso intensivo e inadequado desta droga leva a necessidade de métodos analíticos capazes de determinar e aperfeiçoar o grande potencial desse grupo. Nestas circunstâncias, o presente trabalho de conclusão de curso tem por objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre as metodologias de identificação/quantificação de AVMs em diferentes de tipos amostras (matrizes). A determinação das AVMs tem sido dada em especial pela cromatografia líquida de alta eficiência acoplada com diferentes tipos de detectores, como por exemplo, o espectrômetro de massas, detector de fluorescência e de absorbância no ultravioleta, além de diversas técnicas de preparo de amostras. Desta maneira, foi possível a identificação/quantificação de componentes semelhantes de amostras complexas, tais como: alimentos, plasma, soro, dejetos fecais, formulações farmacêuticas dentre outros. Palavras-chave: avermectina, métodos de separação, preparo de amostras, fluidos biológicos. ABREVIATURAS ABA: Abamectina LC-ES-MS: Cromatografia Líquida com Espectrometria de Massas com Ionização por Eletrospray ASE: Extração Acelerada por Solvente AVMs: Avermectinas LC–ESI-MS-MS: Cromatografia Líquida com Espectrometria de Massas Triplo Quadrupolo com Ionização por Eletrospray CE: Eletroforese Capilar CG: Cromatografia Gasosa LC–MS: Cromatografia Espectrometria de Massas CCD: Cromatografia em Camada Delgada com LC-MS-MS: Cromatografia Líquida com Espectrometria de Massas Triplo Quadrupolo CFS: Cromatografia com Fluido Supercrítico DOR: Doramectina LLE: Extração Líquido-Líquido EDTA: Ácido Etilenodiamino Tetracético LMs: Lactonas Macrocíclicas EMA: Emamectina LOD: Limite de Detecção EPR: Eprinomectina LOQ: Limite de Quantificação FIA: Análise por Injeção em Fluxo LTP: Purificação em Baixa Temperatura GABA: Ácido gama amino butírico MAE: Extração Assistida por Micro-ondas HF-SLM: Extração com Fibra Oca Suportada por Membrana HPLC: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência HPLC-DAD: Cromatografia Líquida Detecção por Arranjo de Diodos com HPLC-FL: Cromatografia Líquida de Eficiência com Detector de Fluorescência Alta Líquida MSPD: Dispersão da Matriz em Fase Sólida NIR: Espectrometria de Infravermelho Próximo NMIM: N-metilimidazol PLA: Polilactida HPLC-UV: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detector de Absorbância no Ultravioleta HPLC-MS: Cromatografia Espectrometria de Massas Líquida com IVR: Ivermectina LC-APCI-MS: Cromatografia Líquida com Espectrometria de Massas com Ionização Química à Pressão Atmosférica LC-APCI-MS-MS: Cromatografia Líquida com Espectrometria de Massas Triplo Quadrupolo com Ionização Química à Pressão Atmosférica PLE: Extração com Líquidos Pressurizados PP: Precipitação de Proteína PTFE: Politetrafluoretileno QqQ: Detector Triplo Quadrupolo QuEChERS: Quick, Easy, Cheap, Effective, Rugged, Safe SEL: Selamectina SFE: Extração de Fluidos Supercríticos SPE: Extração em Fase Sólida TFAA: Anidrido Trifluoroacético UV-vis: Ultravioleta Visível SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 2. OBJETIVOS 3 3. RESULTADOS 3 3.1. Alimentos 3 3.2. Plasma 10 3.3. Soro 11 3.4. Sangue 12 3.5. Dejetos Fecais 12 3.6. Formulações Farmacêuticas 13 3.7. Água/Solo/Sedimentos 14 3.8. Tecidos/Órgãos 16 3.9. Outros 17 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 18 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 1. INTRODUÇÃO As avermectinas (AVMs) são endectocidas que pertencem a uma família de compostos denominada lactonas macrocíclicas (LMs) com ação em nematódeos e artrópodes. Descobertas em 1975, são produzidas pela fermentação do fungo actomiceto Streptomyces avermitilis, detectado primeiramente no solo do Japão e depois da Itália, o grupo das AVMs é constituído por abamectina (ABA), ivermectina (IVR), eprinomectina (EPR), doramectina (DOR), selamectina (SEL) e emamectina (EMA) [1,2]. Através do processo de fermentação do S. avermitilis é gerada uma mistura de oito componentes: A1a, A1b, A2a, A2b, B1a, B1b, B2a e B2b, os quais se diferenciam conforme algumas características em suas estruturas: os compostos A apresentam ligado ao carbono 5 um grupo metoxi, ao passo que os compostos B apresentam um grupo hidroxila. Os compostos do tipo 1 possuem dupla ligação entre os carbonos 22 e 23 enquanto que os do tipo 2 apresentam ligações simples. Já os da série “a” têm ligado ao carbono 25 um grupo sec-butil e os da série “b” um radical isopropil [3,4]. Figura 1. Fórmulas estruturais das avermectinas naturais [4]. Devido à alta eficiência e ao amplo espectro parasiticida, as AVMs do tipo B1a são as mais importantes, e na indústria farmacêutica a separação dos grupos B1a e B1b ainda é inviável. Assim, os produtos comerciais são uma mistura de aproximadamente 90% dos compostos “a” e 10% dos compostos “b”, sendo quase similar as atividades biológicas destes dois grupos. A abamectina é um produto natural do processo de fermentação do S. 1 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 avermitilis, e serve de partida para a produção da 22,23 – dihidroavermectina B1, ou ivermectina, seu derivado sintético, a qual foi a primeira entre as LMs a ser comercializada [4,5]. O modo como as LMs se comportam no organismo depende da forma como foram administradas, formulação, tipo e estrutura física do animal. Dentre as principais características físico-químicas das AVMs estão o alto peso molecular e elevada lipofilicidade. Esses aspectos fazem com que haja um grande volume de distribuição com maior concentração no tecido adiposo, o qual apresenta vascularização reduzida fazendo com que sua retenção no plasma seja maior. A sua farmacodinâmica é muito complexa, não estando totalmente elucidada a via pela qual estes compostos atingem os parasitos gastrointestinais [2,6]. O modo de ação das AVMs é hipoteticamente resultado de sua grande afinidade com os receptores de glutamato. Quando se ligam a estes receptores, elas desenvolvem um incremento na permeabilidade dos íons cloreto, o que faz com que haja uma hiperpolarização da membrana celular, e com isso, abra os canais de cloreto controlados pelo ácido glutâmico e pelo ácido gama amino butírico (GABA), ou glutamato. Devido a isso, o fluxo de íons cloreto para dentro das sinapses nervosas em vermes, e no sistema neuromuscular em artrópodes, aumenta, de forma que leva a paralisia, resultando na morte de nematóides e artrópodes. Isto explica porque as AVMs não agem sobre cestódeos e trematódeos, uma vez que estes não possuem os receptores GABA. Já a baixa toxicidade para os mamíferos pode ser elucidada pela dificuldade de atravessar a barreira hematoencefálica, e desta forma não atingir tais receptores, os quais se encontram, quase que, exclusivamente no sistema nervoso central [4,5]. Apesar das LMs possuírem grande eficácia contra endo e ectoparasitos, além de evidenciarem certa segurança em relação a efeitos que possam afetar a tolerância física dos animais, uma dose elevada deste fármaco aumenta sua capacidade de penetrar a barreira hematoencefálica e assim afetar qualquer espécie causando intoxicação. Além disso, a excreção da droga, sobretudo nas fezes e urina e seu efeito tóxico sobre diferentes tipos de insetos encarregados da degradação dos depósitos fecais tem merecido interesse especial devido ao potencial de impacto ambiental destes fármacos. A eliminação através da glândula mamária de vacas em lactação também é um ponto importante [5,6]. Outra questão se dá devido ao uso intensivo das LMs nos últimos 30 anos para o controle principalmente de doenças parasitárias em ruminantes, levando ao surgimento de elevados níveis de resistência [8]. Portanto, surge a necessidade de métodos analíticos capazes de determinar o enorme potencial dessas LMs, uma vez que estas apesar de se 2 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 mostrarem muito eficientes podem apresentar certas adversidades em virtude de seu uso equivocado [6,7]. 2. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho consiste em fornecer uma revisão sobre as metodologias analíticas para determinação de AVMs em diferentes matrizes, tais como: alimentos, fluidos biológicos (soro, sangue, plasma, dejetos fecais), formulações farmacêuticas, solo, dentre outros. 3. RESULTADOS Esta revisão foca nos diferentes métodos de separação empregados para a determinação das AVMs, sobretudo, na técnica instrumental analítica de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) [9-11]. Este método é acoplado a diferentes tipos de detectores, principalmente ao detector de fluorescência e ao espectrômetro de massas [11,12]. A revisão foi dividida pela análise de AVMs em diferentes matrizes. 3.1. Alimentos Com a melhoria dos padrões de vida da população, cada vez mais atenção tem sido dada aos problemas de segurança alimentar e uma vez que a presença de AVMs na alimentação representa um risco para a saúde humana, o desenvolvimento de metodologias para sua determinação torna-se essencial [13]. As análises de AVMs em alimentos foram realizadas por diversos métodos. Borges et al. [3] determinaram resíduos de abamectina em abacates através da cromatografia líquida de alta eficiência com detecção por fluorescência (HPLC-FL). Foi realizada a derivatização dos analitos com anidrido trifluoroacético (TFAA) e N-metilimidazol (NMIM). A extração das amostras homogeneizadas de abacate foi feita duas vezes com acetonitrila: água (8: 2, v/v) e limpas com cartuchos C18 empregando a SPE. A fase móvel era composta por de água: metanol: acetonitrila (5: 47,5: 47,5 v/v/v) com vazão de 1 mL/min. Os valores de desvio padrão relativo (RSD) estavam abaixo de 13% e os LOD e LOQ foram de 0,001 e 0,003 mg/kg, respectivamente. Hernando et al. [7] elaboraram um método que permite uma análise rápida para a determinação de resíduos de abamectina, ivermectina, benzoato de emamectina e doramectina em produtos alimentares selecionados (músculo, salmão e pimenta) por 3 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 cromatografia líquida com espectrometria de massa triplo quadrupolo (LC-MS-MS). As amostras foram extraídas pelo processo de extração em fase sólida (SPE), utilizando acetonitrila e alumina para limpeza. As recuperações médias obtidas foram na faixa de 8095%. Huang et al. [13] determinaram abamectina e ivermectina em óleos comestíveis, como óleo de amendoim, óleo de oliva, banha, por meio de um método de purificação em baixa temperatura (LTP) acoplado a cromatografia líquida com espectrometria de massas triplo quadrupolo com ionização por eletrospray (LC-ESI-MS-MS). As amostras foram extraídas utilizando a técnica de extração líquido-líquido (LLE) seguidas por purificação através de precipitação de componentes interferentes a baixa temperatura, sem uma etapa de limpeza adicional. Os LOD e LOQ estavam na faixa de 0,1-0,4 µg/kg e 0,3-1,3 µg/kg, respectivamente. Vuik et al. [14] desenvolveram um método para determinação de traços de abamectina em alface e pepino utilizando a cromatografia líquida de alta eficiência com detecção de absorção no ultravioleta (HPLC-UV). A fase móvel era composta por metanol: água (90: 10, v/v) com vazão de 1,0 mL/min e detecção UV a 245 nm. As amostras foram homogeneizadas com acetato de etila e extraídas por meio da técnica de SPE. Diserens et al. [15] realizaram o desenvolvimento e a validação de um método de HPLC-FL para determinação de resíduos de abamectina em maças, peras e tomates. A fase móvel continha acetonitrila: água (94: 6, v/v). A vazão foi de 1.5 mL/min e volume de injeção 50 µL. O tempo de eluição foi de 8 min e 10 min para avermectina B1a e avermectina B1b, respectivamente. Os resíduos foram extraídos com acetonitrila através da SPE e derivatizados com ácido trifluoroacético e 1-metilimidazol. Valenzuela et al. [16] determinaram abamectina em laranjas por meio de cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas com ionização por eletrospray (LC-ES-MS) operada em modo positivo. A fim de identificar os principais íons para o analito foi utilizada a análise por injeção em fluxo (FIA). Adotaram como método de extração a técnica de dispersão da matriz em fase sólida (MSPD). A interface de ES-MS em modo positivo foi operada com temperatura do gás de 350 °C, fluxo de gás de secagem de 13,0 L/min, pressão do gás nebulizador de 30 p.s.i. e 4000 V de tensão capilar. A média global de recuperação para abamectina foi de 96%. Yoshii et al. [17] desenvolveram um método analítico para determinação simultânea de resíduos de emamectina, ivermectina e abamectina em culturas de vegetais. As amostras foram extraídas com acetona por SPE e derivatizadas com anidrido trifluoroacético e 1-metilimidazol em acetonitrila. A análise foi feita por cromatografia líquida de alta 4 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 eficiência com detecção por fluorescência (HPLC-FL), com vazão de 1,0 mL/min, volume de injeção de 5 µL. O solvente A foi acetonitrila e o solvente B água. As condições de eluição em gradiente foram inicialmente A: B (80: 20, v/v), depois por 5 min A: B (90: 10, v/v), nos 20 min seguintes A-B (93: 7, v/v) e por fim 100% de A ao longo 2 min. As amostras detectadas foram confirmadas LC-ES-MS. O limite de detecção por LC-ES-MS foi semelhante para o nível de detecção de fluorescência de 0,1-0,3 ppt. Valenzuela et al. [18] realizaram um estudo de comparação de alguns métodos cromatográficos líquidos para a análise de resíduos de avermectina em frutas cítricas após extração pela dispersão da matriz em fase sólida (MSPD), a qual se apresenta vantajosa em relação à simplicidade, menor consumo de solventes, maior precisão e menor interferência. Foram comparadas as técnicas de cromatografia líquida por detecção por UV, detecção por fluorescência e espectrômetro de massas com ionização por eletrospray. Destas a HPLC-FL e a LC-ES-MS obtiveram resultados comparáveis, entretanto a HPLC-FL apresenta a vantagem de ser econômica e de ter elevado grau de especificidade e boa sensibilidade, resultante da forte fluorescência do derivado. Além disso, pode ser utilizado para quantificar o isômero geométrico da abamectina. Pollmeier et al. [19] desenvolveram um método para determinar resíduo de eprinomectina B1a no leite bovino. A extração de eprinomectina B1a foi feita com acetonitrila, após a adição de um padrão interno. O extrato contendo os analitos foi evaporado até à secura e reconstituído numa solução contendo 30% de 1-N-metilimidazol em acetonitrila. A análise das amostras foi realizada por HPLC-FL de fase reversa com fase móvel constituída por metanol, acetonitrila, água, trietilamina e ácido fosfórico. A recuperação global de extração de eprinomectina B1a é de 94%. Pozo et al. [20] trabalharam com um método por LC-ESI-MS-MS para a determinação de resíduos de azadiractina e abamectina em amostras de laranja. As amostras foram extraídas com acetonitrila e nelas adicionado acetato de sódio, obtendo de forma eficiente os adutos de sódio [M+Na]+, íons precursores que atribuem ao método maior sensibilidade. Sheridan et al. [21] desenvolveram um método utilizando extração líquido-líquido (LLE) e LC-ES-MS-MS para determinação de cinco AVMs (abamectina, doramectina, emamectina, eprinomectina, ivermectina) e uma milbemicina (moxidectina) no leite. Os analitos foram extraídos a partir de leite integral em acetonitrila com uma subsequente troca de solvente para metanol-água. Sannino et al. [22] descreveram um método para a determinação de abamectina e outras duas lactonas macrocíclicas em purê de maçã, suco de limão concentrado, purê de 5 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 tomate e ervilhas enlatadas. O procedimento analítico envolve uma extração com acetona e partição líquido-líquido com acetato de etila e cicloexano combinados em um só passo. Os extratos foram analisados por LC-ES-MS-MS em fase reversa e por gradiente sem qualquer passo adicional de limpeza. Para fase móvel: solvente A era 10 mM de formato de amônio aquoso, pH 3.9 e o solvente B acetonitrila. Iniciou-se a eluição com A: B (70: 30, v/v), em seguida A: B (10: 90, v/v) durante 4 min e por fim A: B (50: 50, v/v) por 7 min. Wang et al. [23] desenvolveram um método para a determinação de resíduos de abamectina, ivermectina, doramectina e eprinomectina em vários produtos alimentares de origem animal, tais como o músculo de porco, fígado de porco, peixe e leite. As amostras foram homogeneizadas, extraídas e desprotonadas por acetonitrila e limpas em duas etapas, primeiro utilizando colunas do SPE com C18 e depois cartuchos de alumina. Os resíduos foram separados e determinados por LC-ESI-MS-MS. Os parâmetros de validação analisados, como linearidade, recuperação, precisão e estabilidade apresentaram-se dentro dos limites estabelecidos na literatura. Frenich et al. [24] realizaram um estudo de comparação de quatro métodos de extração para a determinação de drogas veterinárias, dentre elas as AVMs, em ovos por LCMS-MS. Os métodos de extração por solventes, extração em fase sólida (SPE), a dispersão de matriz em fase sólida (MSPD) e procedimento QuEChERS modificado foram comparados em termos de recuperação e número de medicamentos veterinários extraídos. O procedimento de extração por solvente com uma etapa de clean-up proporcionou melhores resultados do que os outros procedimentos testados. O procedimento QuEChERS foi mais simples e mais rápido, mas extraiu menos compostos do que extração por solvente. MSPD não extraiu tetraciclinas e quinolonas, enquanto tetraciclinas e macrólidos não foram extraídos por SPE. O procedimento de extração por solvente foi validado e obteve recuperação entre 60 - 119%. Giannetti et al. [25] desenvolveram um método analítico qualitativo de HPLC-FL para determinação simultânea de ivermectina, abamectina, moxidectina, eprinomectina, doramectina e emamectina em gêneros alimentícios, musculares, ovos e leite. As amostras foram extraídas com acetonitrila, purificadas através da LLE e derivatizadas com anidrido trifluoroacético (TFAA) em presença de 1-metilimidazol e ácido acético. A precisão variou entre 9,2 - 17,1% para o músculo, 9,9 - 16,6% para o leite e 9,4-17,4% para os ovos. Xie et al. [26] descreveram um método de HPLC-FL em fase reversa para a determinação de resíduos de abamectina em vegetais e frutas. Os resíduos de abamectina foram extraídos com acetonitrila e derivatizados diretamente sem necessidade de clean-up. 6 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 A fase móvel foi filtrada utilizando um filtro de 0,22 µm e era composta de acetonitrila: água (95: 5, v/v). Os LOD e LOQ foram respectivamente 0,0005 e 0,002 mg/g. Liu et al. [27] desenvolveram um método para quantificação de resíduos de abamectina e ivermectina em vegetal. O processo foi realizado pela derivatização por acilação química que inicialmente utiliza N-metilimidazol e anidrido trifluoroacético e, em seguida, reage com a hidroxila de abamectina para gerar um resíduo fluorescente. A análise foi realizada por HPLC-FL com fase móvel de acetonitrila: água (95: 5, v/v), vazão de 0,4 mL/min e volume de injeção de 0,2 mL. A separação cromatográfica ocorreu em 3 min. Kauffman et al. [28] operaram um método para a determinação de alguns fármacos anti-helmínticos e fenilbutazona no leite e no músculo. Foi realizado um procedimento de extração e evaporação simples, e posteriormente o extrato foi injetado em diferentes sistemas de cromatografia líquida. A partir deste estudo pode-se concluir que os analitos com propriedades fracas de fragmentação podem ser mais facilmente quantificados por espectrometria de massas de alta resolução do que pela espectrometria de massa empregando triplo quadrupolo. Ruiz et al. [29] desenvolveram um procedimento para determinação de pesticidas naturais, dentre eles a abamectina, em matrizes de frutas. Para extração das amostras foi utilizado o método de preparo de amostras conhecido por QuEChERS. A análise dos extratos foi feita por LC-ESI-MS-MS. A abamectina obteve como melhor íon precursor o aduto de sódio [M+Na]+. A fase móvel, eluída em gradiente, era composta por A: água contendo 0.1% de ácido fórmico e 5 mM de formato de amônio e B: acetonitrila contendo 2mM de acetato de sódio. Rezzae et al. [30] descreveram um método para a determinação de abamectina em frutas cítricas utilizando a técnica de SPE combinada com microextração dispersiva líquidolíquido e detecção por HPLC-UV. Neste estudo as amostras das frutas foram extraídas pelo método de extração assistida por ultrassom seguida de SPE. Posteriormente a SPE, a microextração dispersiva líquido-líquido para consecutiva purificação e enriquecimento da abamectina foi empregada. Os efeitos dos parâmetros sobre a eficácia da extração do método proposto foram investigados e otimizados. Um deles foi a linearidade que apresentou valores adequados, obtendo um coeficiente de correlação de 0.998 para abamectina B1a e 0.991 para B1b. Pérez et al. [31] realizaram a análise de medicamentos veterinários, dentre eles a abamectina, em queijos por meio da técnica de LC-MS-MS. A extração dos resíduos de medicamentos veterinários no queijo foi realizada através do QuEChERS, que foi baseado 7 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 numa extração simples com acetonitrila e posterior adição de EDTA para facilitar a extração das diferentes classes de medicamentos analisados. A Tabela 1 apresenta alguns parâmetros da determinação de AVMs em alimentos. Tabela 1. Alguns trabalhos sobre análise de AVMs em alimentos. Analitos Técnica de análise Técnica de extração % RSD ou CV Recuperação (%) ABA HPLC-FL ABA, EMA, DOR, IVR ABA, IVR LC-MS-MS SPE 13 87-98 SPE < 15 80-95 LLE 3,2-10,3% 71,1-119,3 ABA LC-ESI-MSMS HPLC-UV SPE - 76-109 ABA HPLC-FL SPE - 88-106 ABA LC-ES-MS MSPD 3-5 94-99 EMA, IVR, ABA ABA HPLC-FL/LCES-MS HPLC-UV/ HPLC-FL/ LCES-MS HPLC-FL SPE - 80-110 0,01-10 mg/kg - MSPD 0,5-4,3 94 LLE 3-4,3 94 SPE 9-34% > 80 LLE - 99,6-128 SPE 3-20 70-100 SPE 4,7-13,8 62,4-104,5 LLE/ SPE/MSPD/ QuEChERS LLE 8,8-22 57,1-120 9,2-17,4 63-89 EPR ABA IVR, DOR, ABA,EPR, EMA ABA ABA, IVR, DOR, EPR AVMs IVR, DOR, ABA,EPR, EMA ABA LC-ESI-MSMS LC-ESI-MSMS LC-ESI-MSMS LC-ESI-MSMS LC-MS-MS HPLC-FL Faixa Linear LOD LOQ Ref . - 0,001mg/kg 0,003 mg/kg 3 1-500 µg/kg 5-1000 µg/L 0,054- 0.54 mg/kg - 0,05-1,0 µg/kg 7 0,1-0,4 µg/kg 0,15-5,0 µg/kg 0,3-1,3 µg/kg 13 40 µg/kg - 14 1 µg/kg 15 12 pg 0,002-0,005 mg/kg 0,0025 mg/kg 0,1-0,3 ppt - 17 - 0,5-50 pg 0,005 - 0,03 mg/kg 18 2,3-51 ng/mL 0,01-0,1 mg/kg - 0,25 ng/mL 2 ng/mL 19 < 0,007 mg/kg 0,001 mg/kg 20 0,016-1,0 ng/mL - 21 - 1-10 µg/kg 22 0,05-0,68 µg/kg 23 - 0,17-2,27 µg/kg 0,1-5 µg/kg 5-200 µg/kg - - 25 0,0005 µg/g 0,002 µg/g 26 2,5-100 µg/kg 2,5-200 µg/kg - 16 24 HPLC-FL LLE < 16,7 83,2-123,7 ABA,IVR HPLC-FL LLE 2,48-10 78,5- 110,2 0,001-5 µg/mL - - - 27 ABA, IVR LLE - - - - - 28 ABA LC-MS-MS/LCMS LC-ESI-MS-MS QuEChERS 20 70-110 - - 29 ABA HPLC-UV SPE 11 87-96% 10-100 µg/kg 0,005-10 mg/kg 10,5 µg/kg 0,001-0,008 mg/kg 3,1 µg/kg (ABA)/1,6 µg/kg (IVR) 14 µg/L - 30 10,5 µg/kg (ABA)/5,5 µg/kg (IVR) 46,7 µg/L 31 ABA, IVR LC-MS-MS QuEChERS < 25 70-110 LLE 1.01 90-94 DOR HPLC-FL ABA HPLC-FL SPE < 10.1 86-100.4 50,0-1000 µg/L - 0,001 µg/kg 0,003 µg/kg 33 ABA, DOR, IVR IVR, DOR, ABA,EPR, EMA IVR, DOR, ABA,EPR, EMA HPLC-FL LLE < 7.5 72,4-106,5 - 0,04-0,05 µg/kg 34 36 LC–ESI-MS-MS QuEChERS 3,714,1 74-102 - - 0,12-0,16 µg/kg - HPLC-FL QuEChERS 14 83-112 0,2-22,5 µg/L 0,4-3,2 µg/L 0,2-10 µg/L 32 35 8 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 Maia et al. [32] produziram um método de derivatização para determinação de doramectina em leite bovino usando espectroscopia de fluorescência. Embora a capacidade fluorescente seja uma função da estrutura molecular, o solvente também pode ter um efeito forte sobre ele. Entre os solventes estudados, como etanol, acetonitrila, acetona e isopropanol, o que apresentou maior rendimento quântico de fluorescência foi o etanol. Às soluções etanólicas de doramectina foi adicionado hidróxido de sódio 0,25 mol/L e posterior aquecimento, o que produziu sinais fluorescentes 1000 vezes mais elevados do que a solução etanólica original. Miao et al. [33] desenvolveram um método para a determinação de resíduos de abamectina em óleos comestíveis por HPLC-FL. tetrahiOs resíduos foram extraídos usando vórtex com acetonitrila e em seguida derivatizado com anidrido trifluoroacético e Nmetilimidazol. Foi utilizado metanol como fase móvel. O método apresentou LOD e LOQ de 0,001 mg/kg e 0,003 mg/kg, respectivamente, além de recuperação e precisão satisfatórias. Macedo et al. [34] desenvolveram e validaram um método analítico para a determinação simultânea de quatro lactonas macrocíclicas: abamectina, doramectina, moxidectina e ivermectina em manteiga, utilizando HPLC-FL. A extração das amostras foram feitas através do método de LLE aquecido e uma mistura de acetonitrila, acetato de etila e água, com a pré-concentração e derivatização, a fim de produzir derivados fluorescentes estáveis. As separações das amostras foram realizadas em aproximadamente 12,5 min através de uma eluição em gradiente de acetonitrila e água com vazão de 1,2 mL/min e volume de injeção de 20 µL. Rúbies et al. [35] elaboraram um método baseado na técnica de preparo de amostra QuEChERS seguido de LC–ESI-MS-MS para determinação de ivermectina, abamectina, emamectina, eprinomectina, doramectina e moxidectina em carne. O método permite a análise de AVMs em concentração de até 2,5 µg/kg e também proporciona alto rendimento da amostra. Furlani et al. [36] desenvolveram um método analítico para determinar ivermectina, abamectina, doramectina, eprinomectina e moxidectina em produtos lácteos. Para extração das amostras foi utilizado o método de preparo QuEChERS. O extrato foi derivatizado com 200 mL de 1-metilimidazole: acetonitrila (1: 1, v/v), 200 mL de anidrido trifluoroacético: acetonitrila (1: 2, v/v) e 5 mL de ácido acético a 65 °C durante 30 min. Após arrefecido e filtrado o extrato foi analisado por HPLC-FL com fase móvel composta por acetonitrila, metanol e ácido acético a 2% com vazão de 1,2 mL/min. 9 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 3.2. Plasma Rabel et al. [37] realizaram um estudo para melhorias na sensibilidade da detecção para determinação de ivermectina no plasma do cão, utilizando cromatografia líquida de alta eficiência. O aperfeiçoamento da sensibilidade de detecção para análise da ivermectina foi observado por meio da utilização de detecção de fluorescência induzida por laser com derivatização automatizada e por manipulação das condições cromatográficas. Cada amostra foi derivatizada através da adição de 100 µL de N-metilimidazol: acetonitrila (1: 1, v/v) seguido por 150 µL de anidrido trifluoroacético: acetonitrila (1: 2, v/v). As amostras foram extraídas por meio da técnica de extração em fase sólida (SPE). Fischer et al. [38] desenvolveram e validaram um método para a determinação de ivermectina no plasma bovino, através da HPLC-UV com SPE on-line. A média de recuperação do fármaco a partir do plasma é de 76,4%. A concentração mínima detectável de ivermectina no plasma foi 0,8 ng/mL e o LOQ foi de 2 ng/mL. Antonian et al. [39] desenvolveram um ensaio automatizado para quantificação de eprinomectina em plasma bovino. Este ensaio determinou a concentração de eprinomectina em plasma por HPLC-FL em fase reversa. No preparo das amostras foi realizada a extração líquido-líquido (LLE) seguida de SPE. Cada coluna C18 da SPE foi condicionada sequencialmente com 4 mL de acetonitrila, 4 mL de acetonitrila: clorofórmio contendo 0,1% de 1-metilimidazol, 4 mL de acetonitrila e 4 mL de tampão de fosfato de sódio 0,1 M. A Tabela 2 apresenta alguns parâmetros da determinação de AVMs em plasma de diferentes trabalhos. Tabela 2. Alguns trabalhos sobre análise de avermectinas em plasma. Analitos Técnica de análise Técnica de extração % RSD ou CV Recuperação (%) Faixa Linear LOD LOQ Ref. 0,06-0,60 ng/mL 2-100 ng/mL 0,05-200 ng/mL 1,0-200 ng/mL 1,0-30 ng/mL - - 37 0,8 ng/mL 0,01 ng/ mL 2 ng/L - 0,05 ng/mL 39 - - 40 0,3 ng/mL - 41 - - 42 - - 43 IVR HPLC-FL SPE - - IVR HPLC-UV SPE 3,8-6,7 76,4 EPR HPLC-FL SPE 10 > 84,9 SEL HPLC-FL SPE 1.3-17 101-118 IVR CE-UV - - 81.8-87.1 IVR LC-ESI-MS-MS PP 0,09-81,7 76-97 IVR HPLC-FL 2,3-6,1 > 80 SPE 0,2-200 ng/mL 38 Walker et al. [40] desenvolveram um método analítico para selamectina no plasma do cão e do gato. O método envolve SPE e derivatização química utilizando trietilamina e anidrido trifluoroacético. As amostras foram analisadas através de técnica de HPLC-FL com 10 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 uma fase móvel de acetonitrila: água: tetrahidrofurano (67: 17: 15, v/v/v), com vazão de 0,5 mL/min. Kowalski et al. [41] determinaram ivermectina no plasma do porco e do cavalo por meio de um método de eletroforese capilar (CE). O método foi validado por meio de avaliações de uma série de fatores, como a linearidade, seletividade, precisão, exatidão e sensibilidade. Obteve-se um intervalo linear de 1 a 30 ng/mL, com coeficientes de correlação superiores a 0,999. O limite de detecção (LOD) foi de 0,3 ng/mL e o limite de quantificação (LOQ) de 1 ng/mL, utilizando um tamanho de amostra de 0,5 mL. Os melhores resultados foram obtidos utilizando uma solução tampão composta por 25% (v/v) de metanol e 75% (v/v) de tetraborato de sódio decahidratado (pH 9,26, 10 mM), dihidrogenofosfato de sódio (pH 5,73; 10 mM) e ácido bórico (pH 6,94; 10 mM). Pereira et al. [42] utilizaram um método de cromatografia líquida com espectrometria de massas com ionização por eletrospray (LC-ESI-MS-MS) operada em modo positivo para a determinação de ivermectina no plasma humano e de rato. A emamectina foi utilizada como o padrão interno. O preparo de amostra envolveu a precipitação de proteína e filtração do plasma fortificado. O método apresentou boa precisão e exatidão. Kitzman et al. [43] desenvolveram um método para a quantificação de ivermectina no plasma humano, a droga foi extraída a partir de 0,2 mL de plasma utilizando cartuchos de extração em fase sólida. Após extração foi feita a reação dos derivados fluorescentes de ivermectina com anidrido trifluoroacético e N-metilimidazol. As análises foram feitas pela técnica de HPLC-FL com fase móvel composta por tetrahidrofurano: água: acetonitrila (40: 38: 22, v/v/v). As recuperações de ivermectina foram maiores do que 80%. 3.3. Soro Sams et al. [44] utilizaram um método para análise de AVMs em soro bovino que possibilitou um aumento na sensibilidade de detecção por meio da desidratação do anel dihidroxiciclohexano empregando anidrido acético: piridina (1: 3, v/v) e assim produzindo um derivado intensamente fluorescente com uma absorção máxima a 365 nm e emissão a 475 nm. As amostras foram extraídas pela técnica de SPE utilizando acetato de etila após o tratamento do soro com dois volumes de etanol: água (1: 1, v/v). As amostras foram analisadas por meio da técnica HPLC-FL e detectadas em concentrações menores que 1,0 ng/mL. Taylor et al. [45] realizaram um estudo sobre a detecção de ivermectina no soro de gado por CCD após derivatização da droga através de uma reação com anidrido trifluoroacético e 1-metilimidazol. As placas pré-revestidas de sílica-gel possuíam 0,2 mm de 11 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 espessura e foram desenvolvidas à temperatura ambiente com uma mistura de hexano: acetona: decano: metanol (59: 30: 10: 1, v/v/v/v). Através desse método simples é possível detectar ivermectina no soro do gado durante três a quatro semanas após tratamento subcutâneo. 3.4. Sangue Gupta et al. [46] realizaram um estudo para determinar resíduos de selamectina no sangue do cão e em luvas usadas para acariciar cães após a aplicação de RevolutionTM. As análises foram realizadas utilizando a técnica de HPLC-UV, com fase móvel de acetonitrila: tetrahidrofurano: água (68: 17: 15, v/v/v) e vazão de 1 mL/min. A recuperação de selamectina das luvas e do sangue foi de 98% e 96%, respectivamente. 3.5. Dejetos Fecais Uma das principais formas de excreção de AVMs do corpo do animal, independentemente da via de administração é pelas fezes [6]. Floate et al. [47] descreveram um método qualitativo baseado em cromatografia de camada delgada (CCD) para detecção de ivermectina como um derivado fluorescente em extratos de estrume de gado. O limite de detecção (LOD) foi de aproximadamente 40 ng/g de esterco molhado. Os resíduos foram detectados em fezes frescas depositadas por animais tratados com uma dose tópica de ivermectina, 500 mg/kg de peso corporal 10 dias antes da análise. Kolar et al. [48] determinaram abamectina e doramectina em fezes de ovelha. As AVMs foram extraídas a partir dos excrementos com acetonitrila, utilizando SPE. As análises realizadas por HPLC-FL após derivatização com N-metilimidazol. O método apresentou uma boa recuperação na faixa de 66,4 - 80,8% para abamectina e 67,7 - 85,5% para doramectina, além de um baixo LOD e LOQ de 1,0 ng/g e 2,5 ng/g, respectivamente. A Tabela 3 apresenta três trabalhos para a determinação de AVMs em dejetos fecais. Tabela 3. Alguns trabalhos sobre análise de avermectinas em fezes. Analitos Técnica de análise Técnica de extração % RSD ou CV Recuperação (%) Faixa Linear LOD LOQ R ef. ABA, DOR EPR HPLC-FL SPE - 66,4-85,5 - 1,0 ng/g 2,5 ng/g 48 HPLC-FL SPE - 79,5 - HPLC-FL SPE < 15 85-89 - 0,0036 mg/kg - 49 EPR 0,0018 mg/kg 2,5 ng/g 50 12 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 Halley et al. [49] realizaram um estudo para determinar se haveria quaisquer efeitos nas minhocas a partir de fezes de gado tratado com a formulação comercial de eprinomectina (EPRINEX®). O extrato inicial foi evaporado até à secura, reconstituído em cloreto de metileno e diluído com hexano. A análise foi efetuada através da HPLC-FL. A recuperação global foi de 79,5%. Litskas et al. [50] desenvolveram um método de HPLC-FL para determinação quantitativa de eprinomectina (EPM) nas fezes do gado e no solo. A EPM foi extraída com acetona e acetonitrila a partir do solo e das fezes do gado, respectivamente. Foram realizadas a SPE e a reação de derivatização com N-metilimidazol, na presença de anidrido trifluoroacético e ácido acético. A recuperação global foi de 89% no solo e 85% em fezes do gado. Além disso, o método apresentou baixos LOD e LOQ e boa reprodutibilidade. 3.6. Formulações Farmacêuticas Abend et al. [51] desenvolveram um método de controle de ivermectina em HEARTGARD CHEWABLES®, tratamento contra vermes a base de carne. A determinação da substância ativa foi feita por meio de HPLC-UV de fase inversa, em modo isocrático. O método consiste na extração automática de ivermectina a partir da formulação à base de carne, em condições de temperatura e pressão elevadas, conhecida como extração acelerada por solvente (ASE). Webster et al. [52] propuseram um método rápido de espectrometria de infravermelho próximo (NIR) para determinações quantitativas de selamectina e umidade em formulações para cães e gatos. Os dados foram gerados utilizando um espectrômetro de módulo de transporte de amostra de transmitância e um aquecimento de 30 °C. Os espectros foram obtidos usando uma célula de quartzo ao longo de um intervalo de comprimento de onda de 400-2500 nm. O funcionamento do instrumento, bem como o recolhimento e posterior manipulação dos espectros, foi controlado. Este método produz resultados de ensaio não significativamente diferente dos cromatográficos. A Tabela 4 mostra alguns parâmetros para a determinação de IVM em formulação farmacêutica. Tabela 4. Trabalho sobre análise de ivermectina em formulação farmacêutica. Analitos IVR Técnica de análise HPLC-UV Técnica de extração % RSD ou CV - - Recuperação (%) Faixa Linear LOD LOQ Ref. 99,98 27,01-81,02 µg/mL 0,07 µg/mL 0,20 µg/mL 53 13 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 Shurbaji et al. [53] propuseram o desenvolvimento e a validação de um método por HPLC-UV em fase reversa para determinação simultânea de triclabendazol e ivermectina em formulação farmacêutica. A fase móvel era composta por acetonitrila: metanol: água: ácido acético (56,0: 36,0: 7,5: 0,5, v/v/v/v) com vazão de 1 mL/min. Foram analisados vários parâmetros de validação, como linearidade, precisão, recuperação, LOD, LOQ, robustez, estabilidade. Para a ivermectina a curva de calibração foi linear no intervalo de 27,01 – 81,02 µg/mL com r = 0,9999, LOD e LOQ foi de 0,07 e 0,20 µg/mL, respetivamente. Precisão intra-dia 100,79% e RSD 0,73% e inter-dia 100,55% e RSD 0,59%. 3.7. Água, solo e sedimentos Brewer et al. [54] utilizaram cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas triplo quadruplo com ionização química à pressão atmosférica (LC-APCI-MS-MS) para a separação e a determinação dos isómeros de avermectina em amostras de solo. O solvente A era água e o solvente B acetonitrila. O gradiente de eluição utilizado foi inicialmente A: B (80: 20, v/v) durante 1 min, em seguida A: B (50: 50, v/v), e durante 14 min um gradiente convexo de A: B (5: 95, v/v) e posterior a isso o gradiente foi invertido para reduzir o tempo de equilíbrio. A vazão foi de 1,0 mL/min. Raich-Montiu et al. [55] fizeram um estudo de um método com base na extração com fibra oca suportada por membrana (HF-SLM) seguido por HPLC-MS-MS para determinar ivermectina em águas ambientais. A fase móvel A continha acetonitrila: metanol: 10 mM do tampão formiato de amônio, pH 4 (43: 34: 23, v/v/v) e B acetonitrila (100%). O gradiente consistiu em 100% de A de 0 a 20 min, 50% A e 50% B de 20 para 25 min e 100% de A novamente de 25 a 30 min. O volume de injeção foi de 10 µL. Krogh et al. [56] desenvolveram um método analítico para a determinação de seis AVMs (abamectina, doramectina, ivermectina, benzoato de emamectina, eprinomectina e selamectina) e uma milbemicina (moxidectina) na água, sedimentos e amostras de superfície do solo. Todas as amostras foram extraídas através da extração com líquido pressurizado (PLE) seguido por uma extração em fase sólida (SPE), com exceção das amostras aquosas em que a extração foi feita apenas utilizando SPE. Todos os compostos foram analisados usando cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas com ionização química à pressão atmosférica (LC-APCI-MS-MS). Raich-Montiu et al. [57] propuseram um método analítico para a análise de abamectina, doramectina e ivermectina em solos. As análises foram realizadas pela técnica de HPLC-MS. Os analitos foram extraídos através da extração assistida por micro-ondas (MAE) da seguinte maneira: 5 mL de acetonitrila: água (90: 10, v/v) foi adicionada a 1 g de 14 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 amostra de solo num vaso de extração de 35 mL de PTFE. Após 15 min de irradiação de micro-ondas a 120 oC os vasos foram arrefecidos a ar e seu conteúdo foi centrifugado a 1500 g durante 15 min. Em seguida o extrato foi devidamente tratado para ser analisado. Park et al. [58] realizaram um estudo para desenvolver um método analítico para a determinação de multiresíduos das AVMs: abamectina, ivermectina, e doramectina e, da milbemicina, moxidectina em amostras de solo. As amostras foram extraídas pela técnica de extração de fluido supercrítico (SFE) usando CO2 supercrítico modificado com etanol e analisadas por HPLC-MS-MS. As principais condições para extração foram temperatura de 80 °C, pressão a 300 kg/cm2 e tempo de extração de 40 min. A linearidade das curvas de calibração foi excelente e apresentou os coeficientes de correlação entre 0,998 - 0,999, numa faixa linear de 1,5 - 500 ng/g. Islam et al. [59] desenvolveram um método de HPLC-MS-MS para determinação de anti-helmínticos no solo e na água, incluindo a eprinomectina. O preparo de amostras envolveu a técnica de SPE, sendo que no preparo das amostras de solo houve a etapa de clean-up enquanto nas amostras de água não. O LOQ para eprinomectina foi de 20 µg/L. A Tabela 5 mostra alguns parâmetros para a determinação de algumas AVMs em águas, solos e sedimentos. Tabela 5. Alguns trabalhos sobre análise de avermectinas em águas, solos e sedimentos. Analitos Técnica de análise Técnica de extração % RSD ou CV Recuperação (%) Faixa Linear LOD LOQ Ref. ABA LC-APCI-MS-MS SPE - - - - - 54 IVR HPLC-MS/MS HF-SLM < 15 - 13 µg/L 43 µg/L 55 IVR, DOR, ABA,EPR, EMA, SEL ABA, DOR, IVR ABA,DOR, IVR EPR LC-APCI-MS/MS PLE/SPE 9-26 38-88 13-7500 µg/L - - - 56 HPLC-MS/MS MAE 3,6-11 88-91 - 18-25 ng/g - 57 HPLC-MS/MS SFE - 82,5-96,2 1,5 ng/g 5 ng/g 58 HPLC-MS/MS SPE - 35,4-125,1 1,5-500 ng/g - - 20 µg/kg 59 IVR LC-APCI-MS/MS SPE - 88-96 -- 20 ng/g 60 Löffler et al. [60] produziram um método analítico para determinação de fármacos ácidos, antibióticos e ivermectina em sedimentos de um rio utilizando, no caso da ivermectina, cromatografia líquida acoplada à LC-APCI-MS-MS no modo para íons negativos. Para extração da ivermectina foram misturados 500 mL de sedimento aquoso a 25 mL de tampão acetato de amônio (1 mol/L, pH 4,0). A SPE foi realizada em cartuchos de vidro preenchidos com 250 mg LiChrolute® EN (40-120 µm). Em seguida, os cartuchos foram eluídos com 4 x 1 mL de acetato de etila. Os eluatos foram reduzidos até à secura 15 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 sob uma corrente suave de azoto e os resíduos foram dissolvidos em 500 µL de uma mistura de tampão de acetato de amónio (15 mmol L-1, pH 4,0) e acetonitrila (90: 10, v/v). 3.8. Tecidos e órgãos Samsonova et al. [61] desenvolveram um biosensor óptico para detectar resíduos de ivermectina no fígado bovino. A extração da ivermectina ocorreu da seguinte forma: as amostras de fígado foram homogeneizadas e pesadas (20 ± 0,1 g). As amostras de fígado foram misturados com 25 mL das soluções de ivermectina em tampão HBS-EP (0,01 M HEPES, 0,15 M NaCl, 3 mM EDTA, 0,005% polissorbato 20, pH 7,4). Após incubação, 4 mL de acetonitrila foi adicionada a cada amostra que após agitação passou por centrifugação. A 3 mL de sobrenadante adicionou-se 7 mL de água destilada e 20 mL de trietanolamina. As soluções foram aplicadas em colunas C8 de SPE previamente pré-condicionadas por 3 mL de acetonitrila, seguido por 3 mL de acetonitrila: água (30: 70, v/v) contendo 0,1% de trietanolamina. A ivermectina foi eluída utilizando 3 mL de acetonitrila. Os eluatos foram evaporados até à secura sob uma corrente de azoto e transferidos para tubos após adição de etanol. Shi et al. [62] desenvolveram um teste de ELISA (do inglês, Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) para detectar resíduos de AVMs, incluindo abamectina, ivermectina e eprinomectina em fígado bovino. Os tampões utilizados no ELISA foram o tampão de revestimento de 0,05 M de carbonato (pH 9,6); o tampão de ensaio foi de solução de tampão fosfato, contendo 0,01 M de fosfato (pH 7,2) e 0,145 M de NaCl; o tampão de lavagem foi o tampão fosfato contendo 0,05% de polissorbato 20; o tampão de bloqueamento consistia de tampão de revestimento e 0,5% de caseína. As recuperações destas drogas variaram de 53,8% a 80,6%. A Tabela 6 mostra alguns parâmetros para a determinação de algumas AVMs em tecidos e órgãos. Tabela 6. Alguns trabalhos sobre análise de avermectinas em tecidos e órgãos. Analitos Técnica de análise IVR Biossensor SPE ELISA LLE ABA,IVR, EPR ABA, IVR, DOR ABA, IVR, EPR, DOR, EMA Técnica de extração % RSD ou CV Recuperação (%) Faixa Linear LOD LOQ Ref. - 82 - 3,4-17,9 53,8-80,6 - 19,1 ng/g - 61 - 1,06 ng/mL 62 HPLC-FL SPE - 72-81 - - 1 µg/kg 63 LC-ESI-MS/MS LLE 1,5-8,4 87,9-99,8 - 0,07-1,8 ng/g 0,2-10 ng/g 64 16 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 Wang et al. [63] por meio da técnica de HPLC-FL determinaram simultaneamente abamectina, ivermectina e doramectina no fígado do boi. As amostras foram extraídas utilizando acetonitrila e limpeza feita sobre uma coluna SPE de alumina. Realizou-se a derivatização com anidrido trifluoroacético. O LOQ para as três AVMs analisadas foi aproximadamente 1 µg/kg. A especificidade do método foi determinada por comparação dos cromatogramas de amostras do plasma bovino livre de drogas com o cromatogramas das amostras com as AVMs. Inoue et al. [64] desenvolveram um método analítico para a quantificação das AVMs: abamectina B1a, abamectina 8,9-Z isômero B1a, benzoato de emamectina B1a, benzoato de emamectina 8,9-Z isômero B1a, ivermectina, eprinomectina B1a, doramectina em tecidos bovinos, como músculo, fígado e tecido adiposo por meio de LC-ESI-MS/MS em modo de íon positivo. A fase móvel consistia em acetonitrila e solução aquosa de formato de amónio 0,1 mM contendo 0,1% de ácido fórmico (v/v) com uma vazão de 0,2 mL/min. As extrações das amostras foram feitas através da técnica de extração liquido-liquido (LLE) utilizando isooctano. O método apresentou-se linear com r2 variando na faixa entre 0,997–0,999. 3.9. Outros Brimer et al. [65] desenvolveram um método in vitro para determinação do efeito acaricida da ivermectina no gel de ágar utilizando o artrópode Sarcoptes scabiei var. suis como organismo teste. O método se baseia na capacidade de migração e sobrevivência do artrópode sobre a superfície do gel que comporta a ivermectina. Foi utilizada a técnica de HPLC com detecção por UV-Vis. Zangh et al. [66] realizaram um estudo de preparação e caracterização físico-química de microcápsulas biodegradáveis de benzoato de emamectina. A preparação e caracterização físico-química das microcápsulas foram estudadas pelo método de evaporação/extração de solvente modificado utilizando polilactida (PLA) como material da parede. Foi examinada a influência das composições de solvente orgânico na fase interna aquosa e na externa em diâmetro, extensão, carga de pesticida e taxa de retenção das microesfera. De acordo com os resultados o processo de extração de solvente e a formação das microcápsulas podem ser acelerados por adição de solventes orgânicos miscíveis com a água tais como éter etílico, acetona, acetato de etilo, ou n-butanol em fase orgânica e fase aquosa interna externa. Pietruk et al. [67] propuseram um procedimento analítico para determinação de ivermectina em ração medicada no nível recomendado de 2,0 mg/kg. O analito foi extraído de amostras de rações moídas com acetonitrila e derivatizado com N-metilimidazol e 17 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 anidrido trifluoroacético. Os extratos foram analisados por HPLC-FL em condições isocráticas utilizando acetonitrila, metanol, água e tetrahidrofurano. O tempo total de análise foi de 10 min. Garric et al. [68] desenvolveram um estudo para avaliar a toxicidade da ivermectina para dois organismos de água doce, o cladócero Daphnia magna e a alga verde Pseudokirchneriella subcapitata. A toxicidade crônica de ivermectina para D. magna foi extremamente elevada: com 0,001 e 0,0003 ng/L, mostrando haver possível risco de intoxicação por ivermectina para os ecossistemas aquáticos. A Tabela 6 apresenta alguns trabalhos da determinação de AVMs em diferentes matrizes. Tabela 6. Alguns trabalhos sobre análise de avermectinas em diferentes matrizes. Analitos Técnica de análise Técnica de extração % RSD ou CV Recuperação (%) Faixa Linear LOD LOQ Ref. IVR HPLC-UV SPE - 91 50-100 ng/mL 0,5-5 mg/kg - - 65 0,03 mg/kg 0,5 mg/kg 67 IVR 4. HPLC-FL SPE <8 70-110 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após uma análise dos artigos revisados foi possível verificar uma grande variedade de metodologias para a determinação de AVMs em diferentes matrizes. Foram realizadas diversas técnicas de análise e diferentes métodos de preparo de amostra. Alguns métodos descritos empregam mais de uma técnica de preparo de amostras, isto se deve ao fato de algumas matrizes serem muito difíceis de trabalhar. A Figura 2 mostra uma relação entre número de artigos publicados no período de 1991 a 2015 associando tipos de matrizes, técnicas instrumentais e técnicas de preparo de amostras. Na Figura 2A, nota-se um maior número de determinação de AVMs em matrizes de alimentos, uma vez que a preocupação com os possíveis danos a saúde causados por resíduos destes fármacos vem aumentando com o crescimento da qualidade de vida da população em geral. 18 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 Figura 2. (A) Número de artigos versus os tipos de matrizes; (B) Número de artigos versus as técnicas instrumentais; (C) Número de artigos versus os métodos técnicas de preparo de amostra no período de 1991 a 2015. 19 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 A técnica analítica instrumental mais utilizada nas metodologias para a determinação de AVMs é a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), particularmente aquelas acopladas a detectores de fluorescência (FL) e de espectrometria de massas (MS), como se observa na Figura 2B. A grande seletividade e sensibilidade dos métodos analíticos desenvolvidos podem ser constatadas por meio das tabelas apresentadas no decorrer do trabalho. Outra importante etapa para a determinação das AVMs foi a técnica de preparo de amostras, que teve como técnicas mais utilizadas a extração em fase sólida (SPE), a extração líquido-líquido (LLE) e QuEChERS, como pode ser visto na Figura 2C. Além dessas relações associadas aos tipos de matrizes, técnicas instrumentais e técnicas de preparo de amostras empregadas, também foi realizada uma análise dos tipos de avermectinas mais determinadas nos métodos revisados, sendo a IVR seguida pela ABA os fármacos mais utilizados do grupo, como pode ser observado na Figura 3. Figura 3. Número de artigos versus os tipos de avermectinas. Finalmente, as AVMs são fármacos muito potentes em suas atividades antiparasitárias e necessitam de pequenas doses para obter eficácia, o que leva a sua ampla utilização. Entretanto, seu uso indiscriminado pode ocasionar danos à saúde e até mesmo ao ambiente. Desta maneira, a busca por metodologias baratas e eficientes que apresentem, dentre outras características, maior sensibilidade e seletividade, levam a crer em estudos promissores para as AVMs em diferentes matrizes, o que poderá solucionar diferentes problemas nas áreas envolvidas nesta temática. 20 Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ -2015 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [8] Lloberas, M.; Alvarez, L.; Entrocasso, C.; Virkel, G.; Ballent, M.; Mate, L.; Lanusse, C.; Lifschitz, A.; [1] Danaher, M.; Howell, L. C.; Crooks, S. R. H.; Comparative tissue pharmacokinetics and efficacy Flajs, V. C.; O’Keeffe M.; Review of methodology for of moxidectin, abamectin and ivermectin in lambs the determination of macrocyclic lactone residues in infected with resistant nematodes: Impact of drug biological matrices. Journal of Chromatography B, treatments on parasite P-glycoprotein expression. 844 (2006) 175–203. International Journal for Parasitology: Drugs and [2] Santos, P. S. 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