Uma publicação da Academia de Letras de Taguatinga-DF Fones: 3201-1745/9328-1839 • Cx. Postal 05308, CEP: 72001-490 • Taguatinga-DF Ano II • Setembro de 2011 • Taguatinga, DF no 5 Literatura ► Psicologia ► Educação ► Filosofia ► Teatro ► Eventos Culturais ► Cinema ► Política ► Utilidade Pública O novo presidente da ALT-DF, Gustavo Dourado, fala de seus planos Eleito por aclamação para presidir a ALT-DF, o poeta Gustavo Dourado destaca que pretende estreitar cada vez mais os laços da instituição com os jovens, os pensadores e artistas. “Junto com a minha equipe, composta pelos acadêmicos titulares, os colaboradores, os beneméritos e os honorários, temos a vontade e o dever de democratizar a academia e resgatar o papel dos acadêmicos”, destaca Dourado. Segundo ele, a academia é um ambiente de homens e mulheres inteligentes e criativos. “Estamos aqui para sermos exemplo para a sociedade. Desde a época de Platão, uma academia de letras era o exemplo mais alto”, completa ele em entrevista. Veja também como foi a posse do presidente da ALT-DF. Páginas de 3 a 6 Foto: Marcelo Velasco Beneméritos da ALT-DF Reinauguração da Praça do Relógio Homens e mulheres do mais alto prestígio agora fazem parte do quadro de beneméritos da Academia de Letras de Taguatinga. A posse ocorreu em 23 de julho. Escritores, poetas, educadores, artistas e pessoas com afinidade aos objetivos da ALT-DF vêm participar desse grande mutirão pela valorização da arte, da cultura e do saber universais. Mais de 200 pessoas prestigiaram a posse dos novos beneméritos. A entidade dá boas-vindas! Página 15 A Academia de Letras de Taguatinga marcou presença na reinauguração da Praça do Relógio, a convite do administrador Antônio Sabino Vasconcelos. Na ocasião, o novo presidente da ALT-DF, Gustavo Dourado, recitou o cordel para Taguatinga, acompanhado pelo músico Aneir Adriano. Estiveram presentes Antônio Ahmad (diretor da DRET), o deputado Chico Vigilante, Maria Augusta Ribeiro (diretora do Sinpro), Wílon Wander Lopes, Adirson Vasconcelos, Pedro Gomes, José Filho, Joana Barboza, José Orlando Pereira da Silva, Emanuel Lima, Donato Epifânio de Oliveira, entre outros. Poesia no Parque A diretoria da ALT-DF promove, no dia 18 de setembro, das 8h às 12h, uma atividade cultural no Parque de Águas Claras, com lançamento de livros e recital poético. O evento contará com a participação especial da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Página 9 2 Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 EDITORIAL EXPEDIENTE O filósofo grego Platão fundou uma escola nos jardins que, anteriormente, pertenceram ao herói Akademus. Assim, surgiu a Academia de Platão, escola que valorizava o pensamento, a sapiência, o questionamento, o debate e o enriquecimento intelectual. Hoje, as academias figuram como guardiãs das letras e do que há de mais digno no espírito humano, e devem-se inspirar nesse ideal, sempre em busca da preservação dos mais altos valores humanos. Assumimos a Academia de Letras de Taguatinga (ALT-DF) com este espírito, inspirado na filosofia universal dos valores da fraternidade, justiça social, liberdade, solidariedade e humanidade. Nosso objetivo é valorizar o saber, as artes, as letras, a cultura de um modo geral. Nossa política é, portanto, a de universalizar nossa academia, entidade tradicional do Distrito Federal, levando à sociedade grande contribuição sociocultural de nossos acadêmicos e acadêmicas, escritores, pro- MOÇÃO DE APOIO Gustavo Dourado, presidente da Academia de Letras de Taguatinga - DF fessores, criadores, pensadores e formadores de opinião. Em nossa gestão, iremos prestigiar e valorizar o acadêmico, de modo que participe de lançamentos de livros, eventos, palestras, debates, reuniões, e encontros com a sociedade, numa sinergia de grande valor para a cultura regional, nacional e mundial. Temos como um dos projetos educacionais a proposta de levar os escritores às escolas, em atendimento, inclusive, à Lei Orgânica do DF. Nosso jornal será um dos meios de comunicação com a sociedade. Nele, criaremos um classificado literário e seus espaços estarão sempre abertos para a divulgação do pensamento e ideias dos escritores, dos artistas e de ativistas culturais. Na parte mais administrativa, pretendemos consolidar a sede da academia. Negociamos, também, com promotores de serviços, todos os pagamentos pendentes, decorrentes de dívidas deixadas pela gestão anterior. E já nos primeiros dias conseguimos obter um saldo significativo com o apoio dos acadêmicos e dos beneméritos. Iniciamos negociações em torno de parcerias com o poder público, em especial com o Governo do Distrito Federal, a Administração de Taguatinga e a Diretoria Regional de Ensino. Todas voltadas para projetos de fomento da cultura, das artes e das letras em Taguatinga e no Distrito Federal. A nova diretoria da ALT conclama a todos os acadêmicos e acadêmicas para a realização desse grande mutirão em favor da cultura, da ética e dos mais altos princípios humanos, voltados para a valorização da educação, da arte, do conhecimento. Moção de apoio ao presidente da ALT-DF e vereador comunitário da CVCT, Gustavo de Castro Dourado, considerando os bons serviços prestados a esta Câmara Comunitária e à Academia de Letras de Taguatinga. Considerando o livre trânsito conquistado pelo presidente da ALT-DF e vereador desta Casa, em todos os níveis: sócio, político e cultural de Taguatinga e em todo Distrito Federal. Considerando, que, em parceria com esta Câmara, encaminhou projeto de melhoria do Espaço Cultural, aceito pela Administração Regional, para criação de um calçadão cultural, resgatando, assim, o local para as famílias taguatinguenses, com a construção de um posto policial, recuperação das luminárias e calçada, instalação de um posto bancário e quiosques destinados à venda de produtos artesanais, a exemplo da Torre de TV. Considerando o profícuo trabalho que vem realizando na Academia de Letras de Taguatinga, universalizando-a, recuperando suas finanças, trazendo de volta ao sodalício acadêmicos afastados, priorizando o lançamento de obras dos acadêmicos da ALT. Considerando que a sua presença na Academia e na Câmara criou boas expectativas para outras realizações, a CVCT confere-lhe esta moção de apoio. Joana D´Arc Barboza Presidente da Câmara de Vereadores Comunitários de Taguatinga-DF. Presidente Gustavo Dourado Secretária Geral Margarida Drumond Primeiro Tesoureiro Emanuel Magalhães Lima Segundo Tesoureiro Donato Epifânio de Oliveira Secretários Ad Hoc José Bezerra de Melo Filho e Joana Barboza Secretário Gestor Administrativo José Orlando Pereira da Silva Secretários Gestor Cultural Custódia Wolney e Hézio Barbosa Sabino Horta Secretária de Comunicação e Divulgação Maria Félix Fontele Secretários Gestor de Bibl. e Arquivo Aydson Oliveira Cruz e José Aureliano dos Reis CONSELHO FISCAL Titulares: Hélio Soares Pereira, José Aureliano dos Reis e Nara Nascimento e Silva Suplentes: Porfírio (Popó) Magalhães, Pedro Gomes e Tenório dos Reis E-mails [email protected] [email protected] [email protected] Diretor Gustavo Dourado Editora chefe Maria Félix Fontele (RP 302/0352V/GO) Conselho Editorial Maria Félix Fontele, Gustavo Dourado, José Orlando Pereira da Silva, Emanuel Magalhães Lima, Margarida Drumond, Donato Epifânio de Oliveira, Heron Luiz e José Bezerra Filho Projeto Gráfico e Diagramação Fernando Brandão Revisão Mário Fontes Impressão Palavra Comunicação Tiragem 5.000 exemplares Email: [email protected] Telefone: 9328.1839 Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 3 POSSE Gustavo Dourado é o novo presidente da ALT-DF Entre as suas metas estão a regulamentação da profissão de escritor e a criação da Estante do Escritor nas Escolas e Bibliotecas do DF Gustavo Dourado, Margarida Drummond, Emanuel Lima e Donato Epifânio de Oliveira: a nova diretoria tação da profissão de escritor, regulamentação da literatura brasiliense nas escolas, dinamização do Jornal Alternativus, a valorização constante dos acadêmicos e criação de um projeto educacional para a academia. Gustavo Dourado pretende ainda criar a Estante do Escritor nas Escolas e Bibliotecas do DF, formular o Fórum Permanente de Escritores da ALT, organizar palestras, debates e lançamentos de livros. Foto: Marcelo Velasco são: MargariP r o f e s s o r, Da redação da Drummond poeta, corde(secretárialista e pesqui-geral), Emanuel Lima (tesousador, Gustavo Dourado é aureiro) e Donato Epifânio (setor de 13 livros. Sua obra foi gundo tesoureiro). Os titulares objeto de tese de mestrado na do Conselho Fiscal são os escriUniversidade Federal de Ouro tores Nara Nascimento e Silva, Preto e de doutorado na SorJosé Aureliano dos Reis e Hélio bonne e na Universidade FedeSoares Pereira. Na ocasião, os ral da Paraíba. Ele faz parte do presentes comemoraram os 53 Grupo da Memória da Educaanos de Taguatinga e o Jubileu ção do DF (UnB/SEEDF). Entre de Prata da Academia de Letras seus projetos à frente da ALT de Taguatinga. estão a luta pela regulamenFoto: Marcelo Velasco E leito por aclamação, o professor Gustavo Dourado, 50 anos, é o novo presidente da Academia de Letras de Taguatinga – Distrito Federal (ALT-DF), uma das instituições culturais mais tradicionais do DF, com 25 anos de atividades ininterruptas. Sua posse ocorreu no dia 4 de junho, com a participação de vários artistas, poetas e autoridades do Distrito Federal. Os demais nomes que fazem parte da nova diretoria Custódia Wolney, José Orlando Pereira da Silva, Emanuel Lima, Aydson Cruz e Gustavo Dourado 4 Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 Foto: Marcelo Velasco POSSE História A posse foi prestigiada por membros da ALT, intelectuais e autoridades do Distrito Federal Coral Alegria: apresentações durante a posse da nova diretoria da ALT Foto: Marcelo Velasco A Academia de Letras de Taguatinga (ALT) foi fundada em 9 de abril de 1986 e, a partir de então, passou a desenvolver atividades e eventos culturais, com programas e projetos voltados para a área social, em integração com a comunidade. É reconhecida pelo Ministério da Justiça como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Sua atuação empreendedora a qualifica como a academia de letras mais atuante no DF. Para estreitar a relação com a comunidade, tem em seus quadros a categoria de membros voluntários, dentre os quais alunos das duas redes de ensino do DF. A ALT abriga 160 acadêmicos, sendo 40 titulares. A ALT foi fundada em 9 de abril de 1986 e, a partir de então, passou a desenvolver atividades e eventos culturais, com programas e projetos voltados para a área social, em integração com a comunidade. Aos 53 anos, Taguatinga é conhecida como a capital econômica do Distrito Federal. Com cerca de 350 mil habitantes, tem o maior número de empresas da região: mais de 12 mil, distribuídas em shoppings e em suas principais avenidas, sendo o principal polo de atração de investimentos do DF. Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 5 Foto: Jenaide FOTOS DA POSSE Foto: Marcelo Velasco Foto: Jenaide POSSE Foto: Jenaide Foto: Marcelo Velasco Foto: Marcelo Velasco Mais de 200 pessoas assistiram à solenidade de transmissão de cargo. A nova diretoria pretende realizar parcerias com o poder público, em especial com o Governo do Distrito Federal, Administração de Taguatinga e Diretoria Regional de Ensino, a fim de valorizar a literatura e as artes em Taguatinga e no Distrito Federal. Foto: Marcelo Velasco Foto: Marcelo Velasco Foto: Marcelo Velasco A nova política da ALT é a de prestigiar os acadêmicos, com lançamentos de livros, eventos, palestras, debates e encontros. Foto: Marcelo Velasco Membros da academia, intelectuais, profissionais liberais, estudantes e autoridades do Distrito Federal prestigiaram a posse de Gustavo Dourado. Outro projeto é o de consolidação da sede administrativa da ALT, com a incorporação das salas da ASTE. 6 Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 Foto: Jenaide ENTREVISTA // GUSTAVO DOURADO Por Heron Luiz ALTERNATIVUS – Como surgiu a indicação do seu nome para presidir a ALT? ALTERNATIVUS – Como será o seu trabalho à frente da instituição? GUSTAVO – Vou trabalhar em conjunto com a diretoria eleita, composta pelos escritores Emanuel Lima, Donato Epifânio de Oliveira e Margarida Drummond, Com os secretários gestores e com os titulares do Conselho Fiscal, os escritores Nara Nascimento e Silva, José Aureliano dos Reis e Hélio Soares Pereira, além dos suplentes. Pretendemos universalizar o processo cultural da academia. Faremos uma parceria com os jovens, estudantes e professores de Taguatinga, com o movimento cultural, Tribo das Artes, Diretoria Regional de Ensino (DRET) e pes- Presidente pretende universalizar o processo cultural da entidade soas experientes, como jornalistas, escritores, pensadores e formadores de opinião. Queremos contar com o apoio da SEEDF e da Administração Regional de Taguatinga (ART). É imprescindível essa parceria, com a participação importante da comunidade. ALTERNATIVUS – Como você pretende solucionar a questão entre ALT-DF e a clínica privada ASTE que ocupam praticamente o mesmo espaço? GUSTAVO – Vou lutar junto com os companheiros para ter uma posição efetiva, por intermédio do GDF e da Administração Regional, para que possamos, por meio de uma parceria, ocupar todo esse espaço onde a academia está instalada. O movimento cultural de Taguatinga precisa ter um seu espaço só seu. O meu primeiro objetivo é a negociação. Sou um homem que dialoga, sou um diplomata, quero sentar e conversar. Acho que a estupidez, a ignorância e a guerra não levam a nada. Temos que trabalhar com o diálogo e construir tijolo por tijolo. Com esse espaço, vamos erguer o Centro Cultural de Taguatinga. Levaremos para frente as propostas da ALT-DF, de universalizar o processo cultural. A Administração Regional tem que vestir a camisa da cidade, apoiando os seus movimentos culturais e dando o auxilio necessário. Sabemos das dificuldades financeiras e de outros aspectos que existem. Mas creio que a Administração tem a melhor das intenções, como a Secretaria de Educação, de fazer uma parceria com a academia e com o movimento cultural de Taguatinga. Foto: Marcelo Velasco GUSTAVO – Na verdade, eu nunca tive o propósito de ser candidato a nada. Mas as pessoas, alguns emissários acadêmicos, me procuraram no sentido de saber se eu poderia me candidatar à presidência da ALT. Fiquei muito honrado com essa sugestão e assumi o compromisso, sendo eleito por unanimidade. Tive como incentivadores os acadêmicos José Orlando Pereira da Silva, Emanuel Lima e outros que são atuantes na ALT-DF. Vi que a academia não poderia ficar acéfala. Era importante que alguém experiente viesse para comandar o timão do barco. Estou na casa há mais de uma década. Sou membro da ALT-DF desde 1997. Tomei posse no dia 17 de maio daquele ano e, de lá para cá, participei de várias atividades. Não só da ALT-DF, mas também da presidência do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal (Sindescritores) durante três mandatos. Fui também coordenador e gerente de projetos na Secretaria de Cultura, no governo do Cristovam Buarque, quando assessorei o secretário Sílvio Tendler. ALTERNATIVUS – Como será desenvolvida a universalização do trabalho da ALT? GUSTAVO – Pretendemos estreitar cada vez mais os laços entre os estudantes, jovens, pensadores, mestres e os artistas. Junto com a minha equipe, composta pelos acadêmicos titulares, suplentes, correspondentes, colaboradores, beneméritos e os honorários, temos essa vontade e esse dever de democratizar a academia, resgatar o papel dos acadêmicos e acadêmicas na comunidade. Queremos trazer de volta os membros que saíram. A academia é um ambiente de homens e mulheres inteligentes e criativos. Estamos aqui para sermos exemplo para a sociedade. Desde a época de Platão, uma academia de letras era o exemplo mais alto. Temos que ser os melhores exemplos para os jovens. Queremos desenvolver projetos culturais, atividades em parceria com as entidades citadas. Pretendemos melhorar o nosso jornal, a revista, o site, o blog e interagir com os estudantes. Precisamos fazer concursos literários, publicações, cineclube, dar espaço para novas divulgações, efetivar os projetos e as propostas que forem eleitas. Temos um plano de gestão a ser desenvolvido. ALTERNATIVUS – A nova diretoria pretende arrumar também a parte física da academia? GUSTAVO – O prédio da academia está em estado deplorável. Devemos pensar também na infraestrutura. Temos aqui milhares de livros que não podem ficar em um local sem segurança. Quando chove, temos problemas. Precisamos reformar o banheiro, arrumar a estrutura de um modo geral. Quero contar com a sociedade, com o poder público e com cada membro da ALT-DF. Já tivemos a doação de um sofá novo, de um computador também novo, de tapete. Em breve, faremos as reformas necessárias. Temos que trazer pessoas de alto nível para a academia. Receberemos pessoas ilustres e, portanto, temos que trabalhar em local limpo e bem cuidado. Viva a ALT-DF. Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 7 Foto: Arquivo ALT-DF Um conto cinematográfico >> José Orlando Pereira da Silva* G raça Vitória, diretora do filme “A Orientação Jurídica”, inconformara-se ao ver seu script modificado. O diretor substituto, Ramalho Endrigo, na ausência dela, fizera modificações no roteiro original, embora tivesse instruções para executá-lo sem qualquer alteração. A discussão foi acirrada, dosada de impublicáveis palavrões, dedo em riste e até promessa de rompimento da parceria. Endrigo invocou sua própria história de diretor, arrematando que as modificações feitas foram para o aperfeiçoamento das cenas. Tinha essa competência. Nos idos de 1960, frequentara a escolinha de cinema Lindoarte Noronha, onde os estudantes do Liceu completavam a cultura. Trouxe à baila o nome de Petrônio Carvalho, amigo histórico daqueles tempos, hoje jornalista e setentão, enfatizando que, recentemente, ele se interessara em escrever o roteiro de “O Destino de Abreu”, livro que Graça tivera dificuldade de colocar em linguagem cinematográfica. A lembrança contribuiu também para os arrogos da discussão, em especial porque prometera a Endrigo filmá-lo em Cabaceiras, cenário real, onde outros títulos foram rodados, inclusive o “Auto da Compadecida”. Evidentemente, o roteiro de Petrônio seria mais modesto. Vejam o valor histórico das coisas – enfatizou -, aquela experiência de quase 40 anos, hoje servia a Endrigo para escrever artigos sobre cinema, entre estes os mais recentes: “A Heroina” e o “Sacerdote”, ambos editados no jornal Terceiro Milênio (periódico endereçado mensalmente à Vitória, por ser amiga da cultura e virtual candidata à benemerência do sodalício). Na realidade, o que Endrigo fez foi renominar as personagens escolhidos por Vitória, nessa ordem: Selma, Kleber, Moacyr, Ramalho, e a própria diretora. Apenas, an passant, recoloriu algumas cenas... Depois de amainados os ânimos, Graça retomou a cadeirinha de diretora e comandou a filmagem do seu jeito. Na primeira cena, o menino bateu na porta, papel representado por Kleber. Endrigo atendeu. O guri produziu sua fala: – Sou filho de Selma, ela quer falar com o Sr. Ele respondeu que sim. Em seguida, a própria Selma apareceu ostentando sua elegância, Ramalho cumprimentou-a e ofereceu-lhe o melhor assento. Lamentou recebê-la assim de bermuda e sandálias havaianas. Ela quis contar o que acontecera na escola, onde ocorrera o fato, mas já não era preciso, fora orientada pela internet... Minutos depois, o segundo menino, protagonizado por Moacyr, entra em cena trazendo doce e queijo para Ramalho, guloseimas aceitas com muita alegria e agradecimento. A gentileza da criança se traduzia em um prêmio celestial. O papel, adredemente preparado por Vitória (e não modificado por Endrigo), foi um exemplo, o gesto de entrega do presente se ergueu perfeito e a fala do garoto parecia natural, embora reiteradamente ensaiada. Graça suspirou quando percebeu a perfeição do quadro. Na cena seguinte, a diretora fez sua entrada triunfal. A exemplo de Alfred Hitchcock, ela dirigia e representava. Esta fora uma das cenas modificada por Endrigo, a mais nobre de seu filme e, por isso, achasse uma ousadia dele tê-la modificado. Talvez o motivo maior de sua inconformação. A cena era sua e, se necessário, repetiria à exaustão até que chegasse à beira da perfeição. Prevaleceu a austeridade de Vitória. Os argumentos de Endrigo flutuaram, até o mais aceitável, de que, em cinema, o silêncio da imagem vale mais do que as palavras e a cena alterada, como a emenda de um soneto, sempre ficará pior do que o filme... Ela dirigiu a cena do jeito que quis... Em sua fala e representação, Endrigo enfatizou apenas que uma testemunha tem de limitar-se a responder sucintamente as perguntas do inquiridor, recomendando-se não contar histórias, esse papel é do indiciado (alguns juízes deixam rolar a conversa e pinçam o essencial), o que poderia ser checado por outro advogado (uma terceira opinião o é sempre boa, coisa que se incorpora ao piloto automático de cada um). P´ra que construir um álibi? Não havia gravidade para isso... Mas... Na penúltima cena, Ramalho elogiou a iniciativa de Selma, sem temores ela comparecera à audiência, dissera a verdade, no que fez muito bem, agora, podia conciliar a insônia do dia anterior, embora não acreditasse muito que a orientação tivesse alguma serventia... Finalmente, Graça juntou as personagens numa só fotografia e bateu a claquete. A obra fora concluída como ela queria, a satisfação brilhava em seu rosto. Talvez tivesse a consciência de que todo empreendimento humano é imperfeito; talvez soubesse que sua criação só teria boa conseqüência, para os aficionados em cinema, se ela optasse em saboreá-la sem deleite... O segredo do sucesso – lembrou Endrigo - é a dose de humildade contida na obra e a capacidade de seu autor transcender o ego... A isso Milan Kundera denominou de “leveza do ser”. Nesse estado, o homem andará sobre o papel fino de arroz sem rasgá-lo, como o fazem os místicos tibetanos, ou flutuará sobre as águas, como fez Jesus Cristo. Em off, outras falas sucederam, coisas ligadas à nossa purgação cósmica (os estigmas sempre são amargados antes de chegarmos às estrelas, profetizara Ramatis)... Falou-se sobre a tragédia de Realengo, que escandaliza todo dia! A opinião de Vitória era coincidente. Endrigo lembrou que os jovens atuais estão sem bandeira e, por isso, aderem a qualquer pseudo-líder; amam as grifes; são agnósticos e materialistas; desconhecem a compaixão; as vezes admiram símbolos que não deviam, alguns têm a suástica como amuleto ideológico, achando explicável a barbarie dos nazistas na 2ª. Guerra Mundial; para imitar-lhes a pose bélica ou a conhecida brutalidade deles, até sonham em possuir uma pistola Luger (arma de guerra usada pelos oficiais alemães), com esse modelo eliminaram muitos inocentes, talvez Olga, a mulher de Prestes, tenha morrido assim, no “Campo de Concentração de Ravensbruck; o assassino de Realengo, na pele de um xiita insano, preferiu o letal 38 e, de quebra, um 32... Não é preciso recordar a tragédia, todos sabem o que aconteceu, uma loucura que não a normalidade não explica! Talvez Padilha se interesse em contar na telona essa história triste, aí será outro filme... * José Orlando Pereira da Silva é acadêmico da ALT-DF 8 Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 Nova chance – Meu jovem o que está fazendo? O que diria para aquela pobre senhora? Se dissesse a verdade seria acusado de louco e provavelmente iria parar em um hospício. A senhora continuava esperando por uma resposta e como não conseguiu inventar nada que satisfizesse a curiosidade dela foi obrigado a dizer a verdade. – Pretendo dar um fim nessa tortura que chamam de vida. Respondeu de forma amarga. Ela ficou repetindo silenciosamente aquela palavra ao vento ate ficar perdida em sua boca e não pronunciar mais nada. – Então é para isso que esta com essa pedra? – Sim! É exatamente isso, eu não aguento mais! Ela o olhou tristemente tentando imaginar sua dor. – Conte-me tudo. – Pois bem. Tenho uma vida miserável e medíocre, já não me resta mais nada, amigos, dinheiro, esposa, família, casa, sorte, saúde. Perdi tudo de forma tão trágica e cruel que até mesmo um demônio derramaria uma lágrima de sangue. Então para que viver? Minha vida não tem mais sentido, tudo que um ser humano necessita para viver me foi tirado. Só me resta atirar de braços abertos para aquela que me aguarda. Ela ouviu tudo atentamente e não proferiu uma única palavra, não o criticou, não tentou confortá-lo com palavras baratas, mas também não foi embora como se não estivesse acontecendo nada. Ele ficou esperando alguma resposta e ela simplesmente disse: – Então pule. Ele ficou espantando com a resposta e frieza que disse, ela realmente não faria nada para detê-lo? Simplesmente iria ficar parada e deixar tudo acontecer? – Você vai deixar? Ela deu um sorriso doce. – Meu filho quem sou eu para dar palpites na vida dos outros. A escolha é sua, você deve traçar seu próprio destino e não se deixar influenciar pelos outros. Se decidir viver será uma tremenda alegria, mas Foto: Daniel Meneses Aproximou-se do enorme precipício já com a pedra amarrada à coxa, guiando-se de forma insípida para a morte. Sua viagem não terá o que com frutos de esforço físico deve devolver, será grátis e sem retorno. Caminhou poucos centímetros para olhar a paisagem que em breve ele fará parte como uma pintura acrescentada de última hora no quadro ou o tempero que dará o gosto final ao prato. Sucumbiu ao medo, desviou o olhar, suas pernas fraquejaram, seu coração acelerou, não podia olhar de forma alada para o futuro, mas também não podia voltar para o presente. Tomou o máximo de fôlego que seus pulmões permitiam, não precisava ter medo. Em breve tudo iria acabar. A dor da morte não se comparava à dor da vida. A morte nada mais é do que o merecido sono que fúria alguma pode interromper. Mas por que ainda está vivo? Por que ainda respira? Se não fosse tão covarde já teria por certo dado um fim em sua existência. Como acabar com aquela agonia? A resposta estava a poucos passos. Perto dali passava uma senhora em que as marcas das chibatas do tempo tatuavam-lhe o rosto e o corpo. A pequena senhora passava todos os dias por este caminho para fazer seu passeio matinal e como sempre ver o nascer do Sol. Coincidentemente nosso pré suicida passou a fazer parte de seu campo de visão. Estranhando aquela cena e almejando saber o que se passava, chamou pelo homem, sua voz soou fraca e cansada, mas o vento finalmente conseguiu levar o chamado até o homem que, assustado, olha em todas as direções para descobrir quem o chamara. A senhora aproximou-se sob passos lentos, comparáveis aos de uma tartaruga, quando estava a poucos metros dele perguntou ao rapaz: Natália Helena dos Santos* *Natália Helena dos Santos é aluna do Colégio Marista Champagnat /DF 2º ano do 2° grau se escolher se atirar respeitarei sua vontade. Ele sentiu algo estranho na conversa dela, mas já estava decidido. – Certo. Voltou sua direção para o precipício, mas novamente aquela sensação de medo o dominou. Ele não podia pular. Estava com muito medo. Culpou a si próprio por sua fraqueza. A senhora se aproximou dele e lhe deu um abraço caloroso e reconfortante. – Meu filho percebe isso? A morte não o quer e a vida o ama. Ainda possui muito chão pela frente. Não desperdice tudo por decepções passadas o que importa realmente é o presente e o que fazemos com ele, nenhum ser vivo foi criado para sofrer. Ele baixou a cabeça no ombro dela e entrou em lamentação. – Sou um covarde. Falou mais para si do que para os dois. – Não, não é não. Não desista nunca, a vida sempre nos traz suas surpresas sejam elas boas ou ruins. Ele soltou-se do abraço dela e olhou novamente para o precipício e não conseguia mais se imaginar morto. Pegou uma faca que guardava no cinto e cortou a corda que prendia sua coxa na pedra. – Nunca havia pensado nesse ponto de vista, obrigado por clarear minha mente. – Às vezes passamos por situações difíceis e só enxergamos o problema, esquecemos que a vida não gira somente em torno desse problema. Ele ficou pensativo com o que ela disse, mas seus pensamentos se desviaram, pois o Sol finalmente havia surgido no horizonte e seus raios já iluminavam o cenário. O homem olhou para o horizonte juntamente com a mulher que inicialmente havia ido ver o amanhecer e os dois puderam apreciar essa bela paisagem. Agora ele iria começar tudo de novo, do ponto zero, sua vida havia começado de novo como aquele belo amanhecer. Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 9 Foto: Arquivo ALT-DF O trabalho Leitura e Cidadania: projetos literários desenvolvidos no Distrito Federal, participantes do Fórum Brasília, capital das leituras, a ser apresentado pela escritora Dinorá Couto Cançado, foi aceito pela comissão científica do IX Jogo do Livro e III Fórum Ibero-Americano de Letramentos e Aprendizagens para ser apresentado nas sessões de comunicação oral. O evento será realizado no período de 26 a 28 de outubro de 2011, na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Dinorá é professora, pedagoga, dinamizadora de bibliotecas e incentivadora de leituras. Participa ativamente de congressos e seminários nacionais e internacionais, sempre levando as experiências de leituras do Distrito Federal e divulgando os talentos locais. Dinorá Couto Cançado é acadêmica da ALT-DF A MARATONA DE MARGARIDA Desde que lançou o livro Dom Luciano, especial dom de Deus, em julho de 2010, que a acadêmica Margarida Drumond tem se desdobrado, em verdadeira maratona, para atender à demanda de leitores. Ela já participou dos seguintes lançamentos do livro: em julho, 9 e 10, em Abre Campo; dias 30 e 31, Tocantins; em agosto, 6 e 7, em Viçosa; dias 26, Mariana; 27 e 28, Itabirito; em setembro, 3 e 4, Cataguases; 17 e 18, Ubá; 22, UnilesteMG – Cel. Fabriciano. Muitos outros lançamentos estão na pauta da agenda desta escritora que, criativa e determinada, não pára. Dom Luciano, especial dom de Deus é um documentário biográfico de 1022 páginas, escrito a partir de solicitação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Margarida efetuou pesquisas no Brasil, Colômbia e Itália, regiões de referência na vida do arcebispo jesuíta, registrando também a vida da Igreja Católica do período do Papa Pio XII a Bento XVI. Dom Luciano Mendes de Almeida teve, no último dia 26, em Mariana, o anúncio solene das atividades em prol da abertura do processo de sua beatificação. Sibipiruna: uma das árvores do parque entre outros. Apoio: Eu Lírico - www.eulirico.art.br Natalício de JK Foto: Valter Campanato/ABr LEITURA E CIDADANIA mento e Silva, Kátya Chamma, Aglaia Souza, Donato Epifânio de Oliveira, João Henrique Serra Azul, Áureo Melo, Stella Rodopoulos, Madellon, Diniz Félix, Geraldo Eustáquio, Antonio Garcia Muralha, Ely Costa, José Teixeira Pacheco, lldefonso de Sambaiba, José Bezerra de Melo Filho, Olimpio Pereira Neto, Luiz Gonzaga da Rocha, Adalberto Duarte de Oliveira, Admário Luiz de Almeida, Divina Maria Correa, Abdon Henrique de Araújo, Manuel Bonfim Ribeiro, Adirson Vasconcelos, Aurora Martins Campos, Argemiro José Cardoso, Gacy Simas, Raul Canal, Eliane Silvestre, Foto: Arquivo ALT-DF A Diretoria da Academia de Letras de Taguatinga (ALT), com sua política de prestigiar acadêmicos e acadêmicas, convida a todos para a exposição de suas obras em 18/9/2011, das 8h às 12h, no Parque Águas Claras, na Administração do Parque. Confirme sua participação pelos e-mails: [email protected] e [email protected]. O evento contará com a participação Especial da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Foram listados os seguintes au- tores e autoras: Dinorá Couto Cançado, J. Simões, Vera Lúcia Damásio Simões, Custódia Wolney, José Orlando Pereira da Silva, Astrogildo Miag, Lúcia Emília, Emanuel Lima, Vera Lúcia (Milhênia), José Aureliano dos Reis, Sérgio Waldeck de Carvalho, João Ferreira, Hilda Mendonça, Gustavo Dourado, Hélio Soares Pereira, Popó Magalhães, Adison do Amaral, Heron Luiz, Aydson Cruz, Pedro Rodrigues, Pedro Gomes, Wílon Wander Lopes, Joana Barbosa, Sônia Vieira Rios, Hézio Teixeira, Margarida Drumond, André Ferreira, José da Silva Brandão, Nara Nasci- Foto: Marcelo Lopes Poesia no parque de Águas Claras O Clube dos Pioneiros promoveu, em 16 de setembro, uma festa em homenagem aos 109 anos do inesquecível presidente JK. Na ocasião, o presidente da ALT-DF, Gustavo Dourado, recebeu do Cicesp o certificado de Guardião do Cinquentenário de Brasília. 10 Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 Os frequentadores dos parques Águas Claras e Olhos D’Água respiram poesia, exposta em suportes metálicos, impressas em lonas e ilustradas com imagens sempre condizentes com o poema. A iniciativa do agente cultural Hezio Teixeira (poeta Sabino Horta), de implantar uma exposição permanente de poesia nos parques e em outros locais públicos do Distrito Federal premia a comunidade com poemas variados e prestigia os poetas da língua portuguesa. “Queremos tirar os poemas das gavetas e incentivar as pessoas, principalmente os estudantes, a produzir, ler e analisar poesia”, afirma Hezio. A exposição é fixa nos parques, mas os poemas são itinerantes. Os poemas que entram num parque, quando substituídos vão para outro parque e assim sucessivamente. A proposta inicial foi aceita pelo Ibram (instituto Brasília Ambiental) de instalar a exposição em oito dos mais de 70 parques da cidade, administrados pelo Instituto (Olhos d’Água – Asa Norte, Águas Claras, Saburo Onoyama - Taguatinga Sul, Jequitibás - Sobradinho, Urbano - Paranoá, Três Meninas – Samambaia, Veredinhas – Brazlândia e Uso Múltiplo – Lago Norte). A exposição aceita o trabalho de qualquer poeta, ficando a seleção das obras a publicar focada na qualidade poética e no bom uso da língua. Os poetas podem mandar poemas de sua autoria ou de poeta consagrado. Assim, o leitor encontrará um poeta totalmente anônimo ao lado de um consagrado ou um brasileiro ao lado de um angolano, já que o projeto acata obras de todos os países lusófonos. Para cadastrar seu poema, entre no site www.eulirico.art.br e acesse “Clique aqui para cadastrar seu poema”. Alguém espera para ler sua obra. Hezio Teixeira (poeta Sabino Horta) Concurso literário Comunidade sem dengue A Diretoria Regional de Ensino Taguatinga lança o concurso literário Educação ambiental-comunidade sem dengue, em parceria com a Academia de Letras de Taguatinga e a Administração Regional. As inscrições serão gratuitas e efetuadas na escola em que o aluno estiver matriculado, no período de 23 de setembro a 31 de outubro, mediante a entrega dos textos na Coordenação Pedagógica ou Secretaria, conforme a escola definir, em horário comercial. Cada escola deverá fazer uma pré-seleção, com base em critérios de qualidade artística, adequação de conteúdo e linguagem, entregando à DRET/Protocolo, com no máximo 30 textos ou desenhos de cada categoria e nível, até o dia 12 de novembro de 2011. No ato da inscrição, o aluno deve apresentar, além dos textos e desenhos concorrentes, um envelope lacrado, inviolável, contendo: títulos dos textos ou desenhos inscritos; nomes completos dos autores; nome da escola, gênero, nível e modalidade do texto, e pseudônimo dos autores. O concurso terá quatro níveis: Educação Infantil, com produção de desenhos alusivos ao tema; Ensino Fundamental – 1º ao 5º anos – redação escolar, poema e trova; Ensino Fundamental – 6º ao 9º anos – redação escolar, dissertação, poema e trova; Ensino Médio – dissertação, poema e trova. De acordo com o regulamento, todos os trabalhos concorrentes deverão ser inéditos. Serão premiados os três primeiros colocados, das quatro categorias, com certificação de participação e medalhas para todos os classificados. Os primeiros classificados de cada categoria ganharão medalha de ouro. Os segundos classificados, medalhas de prata. Os em terceiro lugar receberão medalhas de bronze. Serão concedidas menções honrosas ao quarto e quinto colocados de cada categoria. Para o item Educação Infantil será premiada apenas a modalidade desenho. Para o Ensino Fundamental e Médio haverá premiação para três gêneros: Prosa (dissertação para o Ensino Médio e Redação Escolar para o Ensino Fundamental), Verso (poema, sem estipulação de estilo ou modalidade) e Trova (literária ou popular). Podem participar do concurso, individualmente, todos os alunos matriculados em escolas públicas e privadas de Taguatinga. Cada interessado poderá participar com até três textos. Foto: Divulgação/Eulirico Projeto EuLírico Brasília cidade poesia Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 Projeto Tagualer Descreve as estratégias de atuação como proposta de integração educativo-cultural, de natureza social, propostos pela ALT. É uma realização executiva da ALT, em parceria e/ou apoio da RAdo professor e do aluno, bem -III, da Secretaria de Educação como do público em geral, por /GRET e da Secretaria de Culmeio de palestras, seminários, tura do DF. Realizará atividades mesas-redondas, apresentadiversificadas, sempre buscanções e representações artístido integração com a comucas, lançamentos e exnidade, em defesa da posições de livros, educação literária “O grande beneficiado quadros, gravuras, e da cultura do esculturas, etc. DF. Será viaserá Taguatinga, Além da homepor meio de sua história bilizado econagem enaltenomicamente e sua gente, especialmente cedora à data por meio de por alavancar as comemorativa, patrocínios, procurará valoridoações, subpossibilidades zar a educação e a venções, apoios turísticas locais” arte no DF, numa imlogísticos, mão de plementação da parceria obra voluntária. Ofereentre Educação e Cultura, como cerá aos patrocínios e apoios, principais instrumentos e foralém da contrapartida social e mação sociocultural capazes de das divulgações acerca do próproporcionar o estado de cidaprio evento nos objetos produdania. zidos e a divulgação formal nas Foto: Arquivo ALT-DF III Semana Literária de Taguatinga José Ferreira Simões - J. Simões T rata-se de um projeto de atividades integradas de leitura, produção de textos e atividades artísticas paralelas e afins, ainda sem data especificada, mas proposta para o final de outubro de 2011 ou para março de 2012. Em ambos os casos, que passe a ser atividade permanente e integrante do calendário artístico-cultural e turístico de Taguatinga. Este projeto é um evento agregador de atividades integradas que visem enlevar a imagem da cidade, servindo-se do escritor, Nossos escritores Adotando esse título, abrimos esta seção em nosso jornal da ATL com o objetivo precípuo de homenagear nossos escritores e suas obras em prosa ou verso. Cremos que agora, mais do que nunca, im- Foto: Arquivo ALT-DF Sérgio Waldeck põe-se o culto de nossos artistas da palavra que lutam pela preservação de nossa memória e de nossa identidade cultural. Desde a segunda metade do século XX, com a Escola de Frankfurt, na Alemanha, com a participação de Adorno (1903 – 1969) e Horkheimer (1895 – 1973) focalizaram eles os efeitos sociais e ideológicos da cultura e das comunicações de massa. Cunharam a expressão indústria cultural com o objetivo de indicar o processo de industrialização da cultura. Daí para frente a sociedade contemporânea caracteriza-se por grande prática consumis- 11 atividades e eventos empreendidos, além do acesso às mídias que noticiarão o projeto, bem como os benefícios fiscais das Leis de Incentivo Cultural, educacional e Social vinculados à Lei 9.790/99 que regulamenta as OSCIPs. O grande beneficiado será Taguatinga, por meio de sua história e sua gente, especialmente por alavancar as possibilidades turísticas locais. Preliminarmente, para 2011, estima-se que os custos girem em torno de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Porém, se não houver recursos, o evento ocorrerá com base no voluntariado e na adesão de escolas públicas e privadas, com custos minimizados. A proposta efetiva, via Orçamento Participativo, é para 2012 e, aí, sim, preconiza-se o orçamento oficial de 150.000,00 (cento e cinquenta) mil reais, mais os patrocínios privados para as grandes atividades artísticas, especialmente os grandes shows musicais. ta que visa a nivelar os gostos, a padronizar os comportamentos. Consomem-se não só bens materiais, mas também ideias e valores. A globalização da vida ameaça a perda da identidade do ser. Por tudo isso é deveras importante situar o papel da arte e da literatura, em nossas reflexões atuais. Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 A face mística do Catetinho como precursor do pioneirismo Juscelino Kubitschek ao idealizar a construção da nova capital do País, elaborou um Plano de Metas específicas, com trinta itens para cumprir e resolveu acrescentar como Meta-Síntese: “Povoar o Planalto Central” porque dois terços do Território Nacional ainda eram virgens da presença humana, chamados na época pelos sociólogos como os vazios demográficos! Esse Plano de Metas trazia também, um objetivo principal: a interiorização da Capital do País, amparado por ideias que surgiram na época da Inconfidência Mineira, atingindo o fim da era Colonial, os dois reinados e os sessenta e seis anos da República até 1955, chegou ao dispositivo constitucional e produziu resultados assustadores, pois em pouco mais de três anos, surgiu uma metrópole moderna e urbanisticamente revolucionária “Brasília”! Foto: José Cruz/ABr Acho importante destacar que no dia 10/11/1956 foi projetado um marco histórico na evolução da construção da cidade, brilhou a primeira luz no Planalto Central, era tênue, com pouco poder de irradiação, produzida por um pequeno gerador, levado da cidade de Araxá, mas foi criada pela mão do homem, veio somar o clarão dos astros e marcou o início da conquista do coração do Brasil. O início da construção de Brasília exigia constantemente a presença de Juscelino Kubitschek no local, porém, o seu retorno era obrigatório no mesmo dia pela inexistência de habitação para seu pernoite! Surgiu então a figura de João Milton Prates, aviador que atendeu JK quando governador de Minas Gerais e lançou a ideia genial para um grupo de amigos dizendo; “vamos dar uma casa ao presidente?” A aceitação foi imediata e unâ- New York A cidade que não dorme Um dos fatores que atrai turistas a Nova York é a sua fama de “capital do mundo”. Sim, é. “The city”, como é chamada a famosa Manhhatan pelos “locals”; cobre uma área de 780 quilômetros quadrados, com sua diversificada arquitetura, cultura, e raças. Parte da estrutura arquitetônica, belissimamente já assentada, contrasta com os novos empreendimentos destes últimos dois séculos. Temos que dar um viva ao romanticismo, que, como todos sabemos, desde o século XVIII estabeleceu não só o trivial do dia a dia, como transcendeu os valores da existência humana com seus conceitos. A Escola do romanticismo criou e projetou a arquitetura de Nova York. Tudo o que desfrutamos hoje foi minuciosamente projetado, todavia dentro de uma guerra competitiva. Seu espaço, sua economia e sua cultura continuam latentes. E veteranos de guerra como Foto: Arquivo ALT-DF 12 Jupyra Ghedini* nime e naquela noite decidiram que seria uma casa simples e de madeira para abrigar o presidente, pois no Planalto Central não havia tijolos e nem pedras. Oscar Niemeyer compunha o grupo e ali mesmo fez o croqui da casa e deu-lhe o nome de Palácio de Tábuas. Os recursos financeiros obtidos por empréstimo bancário, pelo Banco de Minas Gerais e a madeira, engenheiros e operários chegaram de Araxá. A correria foi grande. Foram instalados o gerador, serviço de radiotelegrafia, radiofônica. Técnicos da Panair ergueram os radiofaróis, no campo de pouso. Foi instalada a rádio transmissora a qual com voz precária anunciou ao País que a semente da metrópole havia sido plantada. As primeiras comunicações foram feitas com o Palácio do Catete no Rio, Anápolis, Goiânia, Araxá e Belo Horizonte. Veio o piso de cerâmica São Caetano, à noite a pintura e no décimo dia o palácio estava concluído. Niemeyer, Juca Chaves e César Prates cuidaram dos móveis e somente então surgiu a ideia do nome “Catetinho” uma réplica em madeira do Foto: Arquivo ALT-DF Val Beauchamp* os arquitetos Howard Roark (Daily News Building), Richard Morris (Carnigie Hall e o Metropolitan Museum of Art), John McComb Jr. e Joseph François Mangin (o City Hall [prefeitura], obra neoclassica), Cass Gilbert (New York Life Insurance Bldg e US Court House, Carrere & Hasting (New York Public Library), entre outros mil, nos presentearam com esta cidade maravilhosa. Para qualquer direção que se caminhe, estamos sempre cercados por que existia no Rio de Janeiro – “Palácio Catete”. Nele JK realizou o primeiro despacho com a presença do cunhado Júlio Soares, Cel. Lino Teixeira, deputado Renato Azevedo, cel. Dilermano Silva, e o jornalista José Morais. A comemoração chegou à noite com a serenata, os pioneiros entoando o Peixe Vivo, o canto da nova capital e a palavra candango ainda não existia. O Catetinho constituiu um símbolo, a flama inspiradora que arrastou todo o pessimismo, a descrença e a oposição de milhões de pessoas que não aceitavam a ideia da transferência da sede do governo. A construção do Catetinho, fruto do idealismo de um grupo de amigos pela grandiosidade do título recebido, Palácio de Tábuas e demonstração de amizade, ele adquiriu uma característica mística e precursora consubstanciada em pioneirismo, contagiou JK, o País inteiro e favoreceu o milagre da construção de uma metrópole revolucionária, em três anos e dez meses. * Jupyra B. Ghedini é comendadora e chanceler e benemérita da ALT-DF um maravilhoso cartão postal. As avenidas foram traçadas paralelas entre o Leste e o Oeste, sendo divididas pela Quinta Avenida. E suas ruas as cortando em sentido contrário ligando o Norte ao Sul da Ilha. Dentro desta estrutura a cidade oferece de tudo. Um passeio ao Central Park ao Botanic Garden ou ao Bronx Zoo, por exemplo, nos transporta a outra realidade. Creio ser fácil ao turista de Nova York se encontrar perdido dentro das expectativas de suas buscas nesta cidade tão diversificada. * Val Beauchamp é membro Associação Nacional de Escritores ( ANE) e International Women Writers Guild (IWWG/USA) Transporte coletivo: ontem e hoje >> Emanuel Lima Reforma Tributária O Palácio do Planalto quer dar prioridade política à tão aguardada reforma tributária, de vital importância ao desenvolvimento das empresas e a consequente geração de empregos. O novo texto deverá ser encaminhado para o Congresso e o empenho do governo será essencial para que o processo possa prosperar em sua tramitação. São dois problemas cruciais: as reformas tributária e política. Teoricamente fáceis, mas difíceis na prática. Em relação à reforma tributária, o governo acredita que haja consenso. Porém há o receio de mudanças que podem pôr em risco o atual patamar de arrecadação de tributos. Tais receitas são imprescindíveis neste momento para a manutenção do funcionamento da máquina governamental. Ainda mais porque não se vê um esforço para alterar o cenário atual e reduzir gastos públicos. O objetivo central desta reforma é fazer um imposto nacional, com legislação uniforme e poucas alíquotas, a simplificação do sistema e o fim da guerra fiscal travada por estados e municípios. O povo espera que desta vez a reforma realmente saia do papel. É preciso acabar com a impiedosa carga tributária, que impede o crescimento da Nação. A reforma política também é essencial com a adoção de regras mais rígidas, para evitar escândalos. Emanuel Lima é acadêmico da ALT-DF 13 R odoviária via: Velhacap, IAPI, IAPB, IAPC, IAPM, IAPTEC, IAPFESP. Todos que chegaram aqui no início da construção e andavam de ônibus, ainda se lembram desta música. Não faz tanto tempo que a ouvíamos muito. Essa era uma música muito cantada pelos divertidos trocadores. Isso mesmo! Trocadores. No início de Brasília, os coletivos não eram dotados desta incômoda, porém justificável, roleta de hoje e os trocadores percorriam todo o coletivo, trocando fichas e papeletas por dinheiro; por esta razão eram chamados de trocadores. Toda vez que o ônibus encostava em uma parada, ele aproximava-se de uma das janelas e cantava: Rodoviária via Velhacap, IAPI, IAPB, IAPC, IAPM, IAPTEC, IAPFESP ou então: Cidade Livre via IAPFESP, IAPTEC, IAPM, IAPC, IAPB, IAPI, Velhacap. A ordem poderia não ser essa, mas o que importa isto agora? Já que os IAPs foram agrupados em um só instituto e os cobradores não precisam cantar (e não falam) o itinerário a seguir. Hoje, os cobradores são realmente cobradores. Percorrem todo o percurso, sentados em suas cadeiras (quase sempre a mais alta), com visão am- Pedro Gomes da Silva* Foto: Arquivo ALT-DF SETEMBRO 2011 Foto: Kleber Sampaio Foto: Arquivo ALT-DF Academia de Letras de Taguatinga-DF pla sobre o recinto, só que não vêem nada (com raras exceções) e com a única função: cobrar. Cobram a passagem, cobram a gorjeta através do troco não devolvido, cobram o dinheiro trocado, porém não muito trocado e cobram a paciência dos passageiros. Naquela época, as linhas de ônibus eram poucas e havia concorrência entre as empresas. O número de empresas era maior. Vejamos: ANTES Expresso Brasil; Viação Alvorada; Viação Meireles; Viação Pioneira; Viação Planeta; Viação São Sebastião e HOJE Viação Alvorada; Viação Pioneira; Viação Planalto-VIPLAN; Viação Planeta e Transportes Coletivos de Brasília-TCB. Atualmente, a população aumentou, o número de linhas também, entretanto o número de empresas diminuiu e a concorrência desapareceu. Talvez, por ser prejudicial neste tipo de empreendimento. Quem sabe? H o u v e progresso, melhoramentos, mas as paradas estão lotadas, as filas enormes. É certo que somente em determinadas horas. O saudosismo é próprio da natureza humana; ... IAPI; IAPB; IAPM;... * Pedro Gomes é acadêmico da ALT-DF. Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 Francisco Roza Xicão* Antigamente a missa era celebrada em latim. O padre permanecia a missa inteira de costas para os fiéis e a hóstia consagrada não podia ser tocada por ninguém, a não ser pelo próprio padre que oferecia a comunhão. As agências bancárias mantinham um enorme contingente de pessoas responsáveis pelas ações dos caixas, quando o banco fechava não se podia “retirar” dinheiro, somente com a ajuda do bancário. O recém nascido ao vir ao mundo, depois de um parto, geralmente feito por uma parteira, ficava num quarto escuro e só abriria os olhos depois de sete dias transcorridos após seu nascimento. Ora as rotinas acima descritas eram bem diferentes das de hoje utilizadas MARGARIDA DRUMOND Na retomada das edições deste jornal, inicio uma coluna com o título “Eu conto pra você”, a partir do qual trarei até você temas diversos, e agora o faço com o subtítulo referente à minha publicação mais recente, Dom Luciano, especial dom de Deus. Neste mês de agosto, quando as vocações receberam especial atenção, alegra-nos sobremaneira um importante registro. A Igreja Católica, por meio da Arquidiocese de Mariana, anunciou em nossos cotidianos. E vejam que foi na década de 60 e 70 e que apenas 40 ou 50 anos nos separam. Já pensou no ano de 2060 como estará sendo executadas essas rotinas? Atualmente a missa tem outra dinâmica. O padre mais canta do que fala e é tudo em português. Convém lembrar que é o próprio fiel quem pega a hóstia e a confissão agora é comunitária. As agências bancárias estão caracterizadas pela existência de máquinas eletrônicas que fazem o papel do “bancário”, até cheque que você deseja, a máquina eletrônica imprime. Qualquer dia e/ou hora podemos “pegar” dinheiro, porque existe o famoso cartão eletrônico. Quanto aos recém nascidos, poucos choram ao nascer, na verdade ficam é rindo no primeiro minuto de vida, e os olhos estão abertos no primeiro minuto de vida. Foto: Elza Fiuza/ABr Sala de aula: mudar é preciso E a sala de aula dos anos 60 e 70 o que mudou em relação aos dias atuais? Quase nada: o professor continua falando e/ou escrevendo o tempo todo, do mesmo jeito que antigamente. Enquanto isso o aluno fica ouvindo seu “fone” de ouvido ou vendo as funções de seu telefone celular. O quadro que o professor usa para escrever, só mudou a cor, antigamente era preto agora é verde ou branco dependendo da escola e usa-se além do giz o pincel. Quanto a disposição dos alunos na sala de aula, continua um atrás do outro (impedin- Um servo, em nome de Jesus solenemente ao final da Celebração Eucarística na Catedral da Sé, no dia 26, o início dos trabalhos pela abertura do Processo da Beatificação de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida. Passados cinco anos do falecimento do saudoso arcebispo jesuíta, 27 de agosto de 2006, cumpre acalentar o clamor que já ecoara, quando do sepultamento, dia 30: “Dom Luciano, Santo já!”, apelo que brotou repetidas vezes do coração de inúmeras pessoas, dentre a grande multidão de fiéis que lotavam a praça em frente à Catedral da Sé. Ao ser ordenado em 1958, o jovem presbítero Luciano mostrou quanto amava Jesus e que para ser testemunha d’Ele viveria o que buscou Inácio de Loyola e os seus seguidores jesuítas: a maior glória de Deus; o maior serviço, Foto: Divulgação Foto: Arquivo ALT-DF 14 a missão mais urgente da Igreja, e tudo com obediência e discreta caridade, conforme relatei em Dom Luciano, especial dom de Deus (pág. 64). Luciano Mendes escolheu ser jesuíta e viveu o amor na radicalidade, doando-se todo aos que dele precisassem. Deixava irradiar de si uma intensa vida espiritual e paz interior. Como frisou o professor Nielsen de Paula, em pales- do assim a interação tão desejada). Em algumas ocasiões o professor provoca um círculo para o debate. O diário de classe continua do mesmo jeito de outrora, colocando-se pontinhos ou no campo próprio e reproduzindo a transcrição dos conteúdos e procedimentos nos diversos diários das turmas que for titular. Mas está chegando a hora de o professor usar as tecnologias utilizadas (moodle, Paulo Freire, etc) para fazer face às atividades. O quadro deverá ser trocado pela lousa eletrônica e a chamada será feita pela impressão digital do aluno, logo que ele adentra à escola. * Francisco Roza Xicão é professor e acadêmico benemérito da ALT-DF tra na Universidade de Brasília, “o sacerdócio emanava de todo o seu ser. O ideal da vocação de um jesuíta estava sempre vivo e latente na pessoa do então padre Mendes: radicalidade e ausência de limites para a prática da caridade (pág. 75). Anos depois, em 1976, o presbítero Luciano é ordenado bispo pelas mãos do arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, tornando-se Bispo Auxiliar da grande metrópole, cabendo-lhe o pastoreio da Região Episcopal Belém. Oportunamente, trago uma das preciosas falas que ele mesmo nos deixou: “A primeira coisa para amar o outro, como Jesus ama, é ser parecido com o outro. Ninguém consegue manter privilégios e querer amar o outro”. E mais: “Não vim para ser servido, mas para servir. Jesus serviu a vida inteira e eu venho para servir, em nome de Jesus”. *Margarida Drumond de Assis é membro da Academia de Letras de Taguatinga – ALT-DF e da Associação Nacional de Escritores, dentre outros organismos culturais no país. Contatos com Margarida Drumond: Tel.:(61) 9252-5916 (claro)ou (31) 9336-2823 (tim). E-mail: [email protected]. Site: www.margaridadrumond.xpg. com.br Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 15 Foto: Marcelo Velasco Posse dos beneméritos da ALT-DF Personalidades do DF passam a contribuir com a instituição Em grande estilo, a nova diretoria da Academia de Letras de Taguatinga (ALT-DF) empossou, em 23 de julho, seus novos beneméritos. São homens e mulheres do mais alto conceito e estima social, que vêm contribuir com a instituição. São escritores, poetas, educadores, artistas e pessoas com afinidade aos objetivos da ALT-DF. Todos, a partir de então, estão unidos aos nossos princípios, de valorizar a arte, a cultura e o saber universais. A entidade dá as boas-vindas. Antônio Sabino Vasconcelos Neto – Administrador de Taguatinga, dirigente do Partido dos Trabalhadores, militante político. Paulo Fayad – Escritor, jornalista e empresário. Cloves José da Silva – Advogado, escritor, pioneiro de Taguatinga. Esposo da escritora Nara Nascimento e Silva. Antônio Ahmad Yusuf Dames – Professor, doutor em Educação, militante político e sindical, diretor da Diretoria Regional de Ensino de Taguatinga, representado por Aneir Adriano. Heron Luiz – jornalista e escritor. Autor de várias reportagens e de alguns livros. Maria Coeli Vasconcelos – Professora, cineasta, atriz. Participou do filme “Taguatinga em Pé de Guerra”, de Armando Lacerda. Stella Rodopoulos – Escritora, pioneira de Brasília, empresária, membro da Academia de Letras de Brasília, da Academia de Letras e Música do Brasil, Cidadã Honorária de Taguatinga, Cidadã Honorária de Brasília. Membro do Sindicato dos escritores do Distrito Federal. Raimundo Nonato Silva – Escritor, servidor público, mestre de cerimônias. Eliane Silvestre – Escritora, produtora cultural, atriz, empreendedora, artista e consultora financeira. Jupyra Ghedini – Professora escritora, empreendedora, comendadora, representada por Luiz Carlos de Oliveira Cerqueira, presidente da Casa do Poeta de Brasília. Diretora do Clube dos Pioneiros e da Associação Brasil-China. Maria Augusta Ribeiro – Professora, escritora, sindicalista, diretora do Sindicato dos Professores, dirigente do PT. Danieli Scapin – Educadora, empresária, representada na cerimônia pela Dra Ruimarisa. Áureo Mello – Escritor, contista, poeta, cronista, romancista, procurador, senador, membro da Academia de Letras de Brasília, do Instituto Histórico e Geográfico do DF e da Academia de Letras e Música do Brasil Neyse Fernandes – Professora, psicóloga clínica, terapeuta familiar e escritora. Marcos Freitas – Escritor, servidor público e produtor cultural. Washington Dourado – Escritor e funcionário público federal Joana Barbosa – Escritora, produtora, presidente da CVCT - Câmara de Vereadores Comunitários de Taguatinga. Kátya Chamma – Escritora, cantora, produtora cultural. Artista premiada em várias categorias culturais. Sérgio Waldeck de Carvalho – PHD, professor da UnB e da SEDF, escritor, linguista, consultor do Senado, empreendedor, produtor educacional. Francisco Roza Filho – Professor, escritor, militante político. Foi Diretor da DRET – Diretoria Regional de Ensino de Taguatinga. Alessandra dos Santos – Empresária e livreira. Hézio Teixeira – Poeta, jornalísta e produtor cultural. Ariovaldo Pereira de Souza – Escritor, professor, oficial do Exército e historiador. Maria Félix Fontele – Jornalista, escritora, editora, membro da Academia de Letras do DF, do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Escritores. Foi editora e coordenadora do Correio Braziliense, Jornal de Brasília e Jornal da Comunidade. Atuou como Secretária Adjunta de Comunicação do GDF e coordenadora de Comunicação da Câmara Legislativa do DF. 16 Academia de Letras de Taguatinga-DF SETEMBRO 2011 PROSOEMA PRAÇA DI Pedro Rodrigues (a um amigo) No banco da praça sentado estava Sentia-me só, relendo o livro teu, Bela e elegante senhora passava Cantada sutil e torpe me deu. Exultantes em meio a tal tristeza, as flores, dos flamboiantes, em chamejantes ardores, dos ipês amarelos, roxos e rosados, Fração de minuto a gentil retorna, Meu pensamento e controle transtorna; Porém, educada e com cortesia, Para mim voltou e perguntou quem era; Mudo fiquei – ENTRE leitura e paquera, Eu, na verdade, escolher não sabia! Aureo Mello Eu sou teu anjo, sim, anjo da guarda, Anjo adiposo, mas de olhos sagazes, Que os teus problemas resolver não tarda, Atento sempre a tudo o que tu fazes. Considero-me um desses grandes ases Que a natureza cria e até resguarda E cujas asas, quanto mais capazes, Mais crescem e por ti nada acovarda. É pensamento e amor que assim constrói Um tosco cidadão em quase herói, Transtornado de sonho e de ideal, Assumindo a postura dos cruzados, Cavalgando ginetes reblindados, Para assim proteger seu santo Graal. A atitude de recomeçar é todo dia, é toda hora “A problemática que envolve nossas crianças e adolescentes, é mais que sentimental, é uma realidade MORAL E SOCIAL”. Sirlene Mendes Assistente social Mês de agosto em Brasília. A seca abre seu manto sobre a vegetação esgotada, torcida. Brilham fortes clarões neste céu de amaranto, como tinta pintando a tarde esmaecida. As plantas encardidas choram pela vida, esperando o momento das primeiras águas, trazendo um novo alento à terra ressequida, aquecida no fogo das imensas fráguas. Revidei educado, ausente a ternura, Ela apressada, na esquina virou, Esta importante e serena figura, Meu meditar e leitura parou. ANJO FLORES DA SECA >> Josélia Costandrade emolduram jardins, com invulgar beleza, numa bênção gentil da amada natureza, resguardando a doçura e a força dos cerrados. CORDEL DA IMPUNIDADE Gustavo Dourado Perdeu-se o sentido da Lei: Falta legitimidade.... A corrupção impera: O povo fica na saudade... Pra lamento par lamento: Campeia a imoralidade.... Roubam à luz do dia: Via tv publicidade... Furtam a consciência: Com a vã imunidade... Assaltam a cidadania: Chega de impunidade... www.gustavodourado.com.br A VIDA É UMA CONSTANTE PROCURA... DE VOCÊ MESMO! (Aydson O. Cruz – Acadêmico ALT) Procuro Uma tarde daquelas, Em que o vento Sopra leve O pano das velas... Procuro... Um lugar perfeito, Onde só eu possa ver, Nunca ser visto. Procuro, Ao fluxo da “bomba”, Escondida no peito Entender no meu DEUS, Meus acertos e erros... E, assim, Portanto, Marco o difícil encontro, Comigo mesmo... Procuro sempre navegar, no misterioso mar do meu compreensível! procuro sempre carregar o peso certo do meu admissível ! Procuro sempre admitir erros e acertos do meu falível ! Procuro sempre pisar, no seguro porto do meu impossível ! Procuro sempre antever as claras razões do meu invisível ! para depois, enfim, seguir na vida, simplesmente... AURORA Irei sempre gritar por você no romper da aurora, pessoas adoráveis são lembradas nessa hora. Sonia Rios QUARTETO Stella Rodopoulos Eu me encontro com o universo. Os sinos batem na hora exata. Os ventos se multiplicam e habitam nas ondas crespas. Mistério! Amor! Reencontro. Criação! Quatro seres. Nossos filhos. Nossa imagem Poema completo Perfeito! Ternura. Quarteto – escultura Nossos tesouros Meu infinito Nele habito. (Aos meus quatro filhos, jóias do meu coração: Aristos, Marina, Heleni e Pavlos)