Uma publicação da Academia de Letras de Taguatinga-DF
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Ano II • Setembro de 2011 • Taguatinga, DF
no 5
Literatura ► Psicologia ► Educação ► Filosofia ► Teatro ► Eventos Culturais ► Cinema ► Política ► Utilidade Pública
O novo presidente da ALT-DF,
Gustavo Dourado, fala de seus planos
Eleito por aclamação para presidir a ALT-DF, o poeta Gustavo Dourado destaca que pretende estreitar cada vez mais os laços da instituição com os jovens, os pensadores e artistas. “Junto com a
minha equipe, composta pelos acadêmicos titulares, os colaboradores, os beneméritos e os honorários, temos a vontade e o dever de democratizar a academia e resgatar o papel dos acadêmicos”,
destaca Dourado. Segundo ele, a academia é um ambiente de homens e mulheres inteligentes e criativos.
“Estamos aqui para sermos exemplo para a sociedade. Desde a época de Platão, uma academia de letras era
o exemplo mais alto”, completa ele em entrevista. Veja também como foi a posse do presidente da ALT-DF.
Páginas de 3 a 6
Foto: Marcelo Velasco
Beneméritos da ALT-DF Reinauguração da Praça do Relógio
Homens e mulheres do mais alto prestígio agora fazem parte
do quadro de beneméritos da Academia de Letras de Taguatinga.
A posse ocorreu em 23 de julho. Escritores, poetas, educadores,
artistas e pessoas com afinidade aos objetivos da ALT-DF vêm
participar desse grande mutirão pela valorização da arte, da cultura e do saber universais. Mais de 200 pessoas prestigiaram a
posse dos novos beneméritos. A entidade dá boas-vindas!
Página 15
A Academia de Letras de Taguatinga marcou presença na reinauguração da Praça do Relógio,
a convite do administrador Antônio Sabino Vasconcelos. Na ocasião, o novo presidente da ALT-DF, Gustavo Dourado, recitou o
cordel para Taguatinga, acompanhado pelo músico Aneir Adriano. Estiveram presentes Antônio
Ahmad (diretor da DRET), o deputado Chico Vigilante, Maria Augusta Ribeiro (diretora do Sinpro), Wílon Wander Lopes, Adirson Vasconcelos, Pedro Gomes, José Filho, Joana Barboza, José Orlando Pereira da Silva, Emanuel Lima, Donato Epifânio de Oliveira, entre outros.
Poesia no Parque
A diretoria da ALT-DF promove, no dia 18 de setembro, das 8h às 12h, uma
atividade cultural no Parque de Águas Claras, com lançamento de livros e
recital poético. O evento contará com a participação especial da Orquestra
Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro.
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Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
EDITORIAL
EXPEDIENTE
O
filósofo grego Platão
fundou uma escola nos jardins que,
anteriormente, pertenceram ao herói Akademus.
Assim, surgiu a Academia de
Platão, escola que valorizava
o pensamento, a sapiência, o
questionamento, o debate e
o enriquecimento intelectual.
Hoje, as academias figuram
como guardiãs das letras e
do que há de mais digno no
espírito humano, e devem-se
inspirar nesse ideal, sempre
em busca da preservação dos
mais altos valores humanos.
Assumimos a Academia de
Letras de Taguatinga (ALT-DF) com este espírito, inspirado na filosofia universal dos
valores da fraternidade, justiça social, liberdade, solidariedade e humanidade. Nosso
objetivo é valorizar o saber,
as artes, as letras, a cultura
de um modo geral. Nossa política é, portanto, a de universalizar nossa academia, entidade tradicional do Distrito
Federal, levando à sociedade
grande contribuição sociocultural de nossos acadêmicos e
acadêmicas, escritores, pro-
MOÇÃO DE APOIO
Gustavo Dourado, presidente
da Academia de Letras de
Taguatinga - DF
fessores, criadores, pensadores e formadores de opinião.
Em nossa gestão, iremos
prestigiar e valorizar o acadêmico, de modo que participe de lançamentos de livros,
eventos, palestras, debates,
reuniões, e encontros com a
sociedade, numa sinergia de
grande valor para a cultura
regional, nacional e mundial.
Temos como um dos projetos
educacionais a proposta de
levar os escritores às escolas,
em atendimento, inclusive, à
Lei Orgânica do DF. Nosso jornal será um dos meios de comunicação com a sociedade.
Nele, criaremos um classificado literário e seus espaços
estarão sempre abertos para
a divulgação do pensamento e
ideias dos escritores, dos artistas e de ativistas culturais.
Na parte mais administrativa, pretendemos consolidar a sede da academia.
Negociamos, também, com
promotores de serviços, todos
os pagamentos pendentes, decorrentes de dívidas deixadas
pela gestão anterior. E já nos primeiros dias conseguimos
obter um saldo significativo
com o apoio dos acadêmicos
e dos beneméritos. Iniciamos
negociações em torno de parcerias com o poder público,
em especial com o Governo
do Distrito Federal, a Administração de Taguatinga e a
Diretoria Regional de Ensino. Todas voltadas para projetos de fomento da cultura,
das artes e das letras em Taguatinga e no Distrito Federal. A nova diretoria da ALT
conclama a todos os acadêmicos e acadêmicas para a realização desse grande mutirão
em favor da cultura, da ética
e dos mais altos princípios
humanos, voltados para a
valorização da educação, da
arte, do conhecimento.
Moção de apoio ao presidente da ALT-DF e vereador comunitário da CVCT, Gustavo de Castro Dourado, considerando os
bons serviços prestados a esta Câmara Comunitária e à Academia de Letras de Taguatinga. Considerando o livre trânsito
conquistado pelo presidente da ALT-DF e vereador desta Casa, em todos os níveis: sócio, político e cultural de Taguatinga e em
todo Distrito Federal. Considerando, que, em parceria com esta Câmara, encaminhou projeto de melhoria do Espaço Cultural,
aceito pela Administração Regional, para criação de um calçadão cultural, resgatando, assim, o local para as famílias taguatinguenses, com a construção de um posto policial, recuperação das luminárias e calçada, instalação de um posto bancário e
quiosques destinados à venda de produtos artesanais, a exemplo da Torre de TV. Considerando o profícuo trabalho que vem
realizando na Academia de Letras de Taguatinga, universalizando-a, recuperando suas finanças, trazendo de volta ao sodalício
acadêmicos afastados, priorizando o lançamento de obras dos acadêmicos da ALT. Considerando que a sua presença na Academia e na Câmara criou boas expectativas para outras realizações, a CVCT confere-lhe esta moção de apoio.
Joana D´Arc Barboza
Presidente da Câmara de Vereadores Comunitários de Taguatinga-DF.
Presidente
Gustavo Dourado
Secretária Geral
Margarida Drumond
Primeiro Tesoureiro
Emanuel Magalhães Lima
Segundo Tesoureiro
Donato Epifânio de Oliveira
Secretários Ad Hoc
José Bezerra de Melo Filho e
Joana Barboza
Secretário Gestor Administrativo
José Orlando Pereira da Silva
Secretários Gestor Cultural
Custódia Wolney e
Hézio Barbosa Sabino Horta
Secretária de Comunicação e
Divulgação
Maria Félix Fontele
Secretários Gestor de Bibl. e Arquivo
Aydson Oliveira Cruz e
José Aureliano dos Reis
CONSELHO FISCAL
Titulares: Hélio Soares Pereira, José
Aureliano dos Reis e Nara Nascimento
e Silva
Suplentes: Porfírio (Popó) Magalhães,
Pedro Gomes e Tenório dos Reis
E-mails
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Diretor
Gustavo Dourado
Editora chefe
Maria Félix Fontele (RP 302/0352V/GO)
Conselho Editorial
Maria Félix Fontele, Gustavo Dourado, José
Orlando Pereira da Silva, Emanuel Magalhães
Lima, Margarida Drumond, Donato Epifânio
de Oliveira, Heron Luiz e José Bezerra Filho
Projeto Gráfico e Diagramação
Fernando Brandão
Revisão
Mário Fontes
Impressão
Palavra Comunicação
Tiragem
5.000 exemplares
Email: [email protected]
Telefone: 9328.1839
Os artigos assinados são de responsabilidade
de seus autores.
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
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POSSE
Gustavo Dourado é o novo
presidente da ALT-DF
Entre as suas metas estão a regulamentação
da profissão de escritor e a criação da Estante
do Escritor nas Escolas e Bibliotecas do DF
Gustavo Dourado, Margarida Drummond, Emanuel Lima e
Donato Epifânio de Oliveira: a nova diretoria
tação da profissão de escritor,
regulamentação da literatura
brasiliense nas escolas, dinamização do Jornal Alternativus, a valorização constante
dos acadêmicos e criação de
um projeto educacional para
a academia. Gustavo Dourado
pretende ainda criar a Estante
do Escritor nas Escolas e Bibliotecas do DF, formular o Fórum Permanente de Escritores
da ALT, organizar palestras, debates e lançamentos de livros.
Foto: Marcelo Velasco
são: MargariP r o f e s s o r,
Da
redação
da Drummond
poeta, corde(secretárialista e pesqui-geral), Emanuel Lima (tesousador, Gustavo Dourado é aureiro) e Donato Epifânio (setor de 13 livros. Sua obra foi
gundo tesoureiro). Os titulares
objeto de tese de mestrado na
do Conselho Fiscal são os escriUniversidade Federal de Ouro
tores Nara Nascimento e Silva,
Preto e de doutorado na SorJosé Aureliano dos Reis e Hélio
bonne e na Universidade FedeSoares Pereira. Na ocasião, os
ral da Paraíba. Ele faz parte do
presentes comemoraram os 53
Grupo da Memória da Educaanos de Taguatinga e o Jubileu
ção do DF (UnB/SEEDF). Entre
de Prata da Academia de Letras
seus projetos à frente da ALT
de Taguatinga.
estão a luta pela regulamenFoto: Marcelo Velasco
E
leito por aclamação, o
professor Gustavo Dourado, 50 anos, é o novo presidente da Academia de Letras
de Taguatinga – Distrito Federal
(ALT-DF), uma das instituições
culturais mais tradicionais do
DF, com 25 anos de atividades
ininterruptas. Sua posse ocorreu no dia 4 de junho, com a
participação de vários artistas,
poetas e autoridades do Distrito
Federal. Os demais nomes que
fazem parte da nova diretoria
Custódia Wolney, José Orlando Pereira da Silva, Emanuel Lima, Aydson
Cruz e Gustavo Dourado
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Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
Foto: Marcelo Velasco
POSSE
História
A posse foi prestigiada por membros da ALT, intelectuais e autoridades do Distrito Federal
Coral Alegria: apresentações durante a posse da nova diretoria da ALT
Foto: Marcelo Velasco
A Academia de Letras de Taguatinga (ALT) foi fundada em
9 de abril de 1986 e, a partir
de então, passou a desenvolver atividades e eventos culturais, com programas e projetos
voltados para a área social, em
integração com a comunidade.
É reconhecida pelo Ministério da Justiça como uma Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público (Oscip).
Sua atuação empreendedora a
qualifica como a academia de
letras mais atuante no DF. Para
estreitar a relação com a comunidade, tem em seus quadros a
categoria de membros voluntários, dentre os quais alunos das
duas redes de ensino do DF. A
ALT abriga 160 acadêmicos,
sendo 40 titulares.
A ALT foi fundada em 9 de
abril de 1986 e, a partir
de então, passou a
desenvolver atividades
e eventos culturais, com
programas e projetos
voltados para a área
social, em integração
com a comunidade.
Aos 53 anos, Taguatinga é conhecida como
a capital econômica do Distrito Federal. Com
cerca de 350 mil habitantes, tem o maior número de empresas da região: mais de 12 mil,
distribuídas em shoppings e em suas principais avenidas, sendo o principal polo de atração de investimentos do DF.
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
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Foto: Jenaide
FOTOS DA POSSE
Foto: Marcelo Velasco
Foto: Jenaide
POSSE
Foto: Jenaide
Foto: Marcelo Velasco
Foto: Marcelo Velasco
Mais de 200 pessoas assistiram à solenidade de transmissão de cargo.
A nova diretoria pretende realizar parcerias com o poder público,
em especial com o Governo do Distrito Federal, Administração de
Taguatinga e Diretoria Regional de Ensino, a fim de valorizar a literatura
e as artes em Taguatinga e no Distrito Federal.
Foto: Marcelo Velasco
Foto: Marcelo Velasco
Foto: Marcelo Velasco
A nova política da ALT é a de
prestigiar os acadêmicos, com
lançamentos de livros, eventos,
palestras, debates e encontros.
Foto: Marcelo Velasco
Membros da academia,
intelectuais, profissionais
liberais, estudantes e autoridades
do Distrito Federal prestigiaram a
posse de Gustavo Dourado.
Outro projeto é o de consolidação da sede administrativa
da ALT, com a incorporação das salas da ASTE.
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Academia de Letras de Taguatinga-DF
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Foto: Jenaide
ENTREVISTA // GUSTAVO DOURADO
Por Heron Luiz
ALTERNATIVUS – Como surgiu a indicação do seu nome para presidir a ALT?
ALTERNATIVUS – Como será o seu trabalho à frente da instituição?
GUSTAVO – Vou trabalhar em conjunto com a diretoria eleita, composta pelos escritores Emanuel Lima,
Donato Epifânio de Oliveira e Margarida Drummond, Com os secretários gestores e com os titulares do
Conselho Fiscal, os escritores Nara
Nascimento e Silva, José Aureliano
dos Reis e Hélio Soares Pereira, além
dos suplentes. Pretendemos universalizar o processo cultural da academia. Faremos uma parceria com
os jovens, estudantes e professores
de Taguatinga, com o movimento
cultural, Tribo das Artes, Diretoria
Regional de Ensino (DRET) e pes-
Presidente pretende universalizar o processo cultural da entidade
soas experientes, como jornalistas,
escritores, pensadores e formadores
de opinião. Queremos contar com
o apoio da SEEDF e da Administração Regional de Taguatinga (ART). É
imprescindível essa parceria, com a
participação importante da comunidade.
ALTERNATIVUS – Como você pretende
solucionar a questão entre ALT-DF e a
clínica privada ASTE que ocupam praticamente o mesmo espaço?
GUSTAVO – Vou lutar junto com os
companheiros para ter uma posição efetiva, por intermédio do GDF
e da Administração Regional, para
que possamos, por meio de uma
parceria, ocupar todo esse
espaço onde
a
academia
está instalada.
O movimento
cultural de Taguatinga precisa ter um seu
espaço só seu.
O meu primeiro objetivo é
a negociação.
Sou um homem que dialoga, sou um
diplomata, quero sentar e conversar. Acho que a estupidez, a ignorância e a guerra não levam a nada.
Temos que trabalhar com o diálogo
e construir tijolo por tijolo. Com
esse espaço, vamos erguer o Centro
Cultural de Taguatinga. Levaremos
para frente as propostas da ALT-DF,
de universalizar o processo cultural.
A Administração Regional tem que
vestir a camisa da cidade, apoiando
os seus movimentos culturais e dando o auxilio necessário. Sabemos das
dificuldades financeiras e de outros
aspectos que existem. Mas creio que
a Administração tem a melhor das
intenções, como a Secretaria de Educação, de fazer uma parceria com a
academia e com o movimento cultural de Taguatinga.
Foto: Marcelo Velasco
GUSTAVO – Na verdade, eu nunca
tive o propósito de ser candidato a
nada. Mas as pessoas, alguns emissários acadêmicos, me procuraram
no sentido de saber se eu poderia
me candidatar à presidência da
ALT. Fiquei muito honrado com
essa sugestão e assumi o compromisso, sendo eleito por unanimidade. Tive como incentivadores os
acadêmicos José Orlando Pereira
da Silva, Emanuel Lima e outros
que são atuantes na ALT-DF. Vi que
a academia não poderia ficar acéfala. Era importante que alguém
experiente viesse para comandar
o timão do barco. Estou na casa há
mais de uma década. Sou membro
da ALT-DF desde 1997. Tomei posse no dia 17 de maio daquele ano
e, de lá para cá, participei de várias
atividades. Não só da ALT-DF, mas
também da presidência do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal (Sindescritores) durante três
mandatos. Fui também coordenador e gerente de projetos na Secretaria de Cultura, no governo do
Cristovam Buarque, quando assessorei o secretário Sílvio Tendler.
ALTERNATIVUS – Como será desenvolvida a universalização do trabalho da ALT?
GUSTAVO – Pretendemos estreitar
cada vez mais os laços entre os estudantes, jovens, pensadores, mestres e
os artistas. Junto com a minha equipe,
composta pelos acadêmicos titulares,
suplentes, correspondentes, colaboradores, beneméritos e os honorários, temos essa vontade e esse dever
de democratizar a academia, resgatar
o papel dos acadêmicos e acadêmicas na comunidade. Queremos trazer
de volta os membros que saíram. A
academia é um ambiente de homens
e mulheres inteligentes e criativos.
Estamos aqui para sermos exemplo
para a sociedade. Desde a época de
Platão, uma academia de letras era o
exemplo mais alto. Temos que ser os
melhores exemplos para os jovens.
Queremos desenvolver projetos culturais, atividades em parceria com as
entidades citadas. Pretendemos melhorar o nosso jornal, a revista, o site,
o blog e interagir com os estudantes.
Precisamos fazer concursos literários, publicações, cineclube, dar espaço para novas divulgações, efetivar
os projetos e as propostas que forem
eleitas. Temos um plano de gestão a
ser desenvolvido.
ALTERNATIVUS – A nova diretoria pretende arrumar também a parte física
da academia?
GUSTAVO – O prédio da academia
está em estado deplorável. Devemos
pensar também na infraestrutura.
Temos aqui milhares de livros que
não podem ficar em um local sem
segurança. Quando chove, temos
problemas. Precisamos reformar o
banheiro, arrumar a estrutura de um
modo geral. Quero contar com a sociedade, com o poder público e com
cada membro da ALT-DF. Já tivemos a
doação de um sofá novo, de um computador também novo, de tapete. Em
breve, faremos as reformas necessárias. Temos que trazer pessoas de alto
nível para a academia. Receberemos
pessoas ilustres e, portanto, temos
que trabalhar em local limpo e bem
cuidado. Viva a ALT-DF.
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
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Foto: Arquivo ALT-DF
Um conto cinematográfico
>> José Orlando Pereira da Silva*
G
raça Vitória, diretora do
filme “A Orientação Jurídica”, inconformara-se ao ver
seu script modificado. O diretor
substituto, Ramalho Endrigo, na
ausência dela, fizera modificações
no roteiro original, embora tivesse instruções para executá-lo sem
qualquer alteração. A discussão
foi acirrada, dosada de impublicáveis palavrões, dedo em riste e até
promessa de rompimento da parceria. Endrigo invocou sua própria
história de diretor, arrematando
que as modificações feitas foram
para o aperfeiçoamento das cenas. Tinha essa competência. Nos idos
de 1960, frequentara a escolinha
de cinema Lindoarte Noronha,
onde os estudantes do Liceu completavam a cultura. Trouxe à baila
o nome de Petrônio Carvalho, amigo histórico daqueles tempos, hoje
jornalista e setentão, enfatizando
que, recentemente, ele se interessara em escrever o roteiro de “O
Destino de Abreu”, livro que Graça
tivera dificuldade de colocar em
linguagem cinematográfica. A lembrança contribuiu também para os
arrogos da discussão, em especial
porque prometera a Endrigo filmá-lo em Cabaceiras, cenário real,
onde outros títulos foram rodados,
inclusive o “Auto da Compadecida”. Evidentemente, o roteiro de
Petrônio seria mais modesto. Vejam o valor histórico das coisas
– enfatizou -, aquela experiência
de quase 40 anos, hoje servia a
Endrigo para escrever artigos sobre cinema, entre estes os mais
recentes: “A Heroina” e o “Sacerdote”, ambos editados no jornal
Terceiro Milênio (periódico endereçado mensalmente à Vitória, por
ser amiga da cultura e virtual candidata à benemerência do sodalício). Na realidade, o que Endrigo
fez foi renominar as personagens
escolhidos por Vitória, nessa ordem: Selma, Kleber, Moacyr, Ramalho, e a própria diretora. Apenas, an passant, recoloriu algumas
cenas...
Depois de amainados os ânimos, Graça retomou a cadeirinha
de diretora e comandou a filmagem do seu jeito.
Na primeira cena, o menino bateu na porta, papel representado
por Kleber. Endrigo atendeu. O
guri produziu sua fala: – Sou filho
de Selma, ela quer falar com o Sr.
Ele respondeu que sim.
Em seguida, a própria Selma
apareceu ostentando sua elegância, Ramalho cumprimentou-a e
ofereceu-lhe o melhor assento. Lamentou recebê-la assim de bermuda e sandálias havaianas. Ela quis
contar o que acontecera na escola,
onde ocorrera o fato, mas já não
era preciso, fora orientada pela internet...
Minutos depois, o segundo menino, protagonizado por Moacyr,
entra em cena trazendo doce e
queijo para Ramalho, guloseimas
aceitas com muita alegria e agradecimento. A gentileza da criança
se traduzia em um prêmio celestial. O papel, adredemente preparado por Vitória (e não modificado por Endrigo), foi um exemplo,
o gesto de entrega do presente se
ergueu perfeito e a fala do garoto
parecia natural, embora reiteradamente ensaiada. Graça suspirou
quando percebeu a perfeição do
quadro.
Na cena seguinte, a diretora fez
sua entrada triunfal. A exemplo
de Alfred Hitchcock, ela dirigia e
representava. Esta fora uma das
cenas modificada por Endrigo, a
mais nobre de seu filme e, por
isso, achasse uma ousadia dele
tê-la modificado. Talvez o motivo
maior de sua inconformação. A
cena era sua e, se necessário, repetiria à exaustão até que chegasse à beira da perfeição. Prevaleceu
a austeridade de Vitória. Os argumentos de Endrigo flutuaram, até
o mais aceitável, de que, em cinema, o silêncio da imagem vale mais
do que as palavras e a cena alterada, como a emenda de um soneto,
sempre ficará pior do que o filme... Ela dirigiu a cena do jeito que
quis...
Em sua fala e representação, Endrigo enfatizou apenas que
uma testemunha tem de limitar-se a responder sucintamente as
perguntas do inquiridor, recomendando-se não contar histórias,
esse papel é do indiciado (alguns
juízes deixam rolar a conversa e
pinçam o essencial), o que poderia
ser checado por outro advogado
(uma terceira opinião o é sempre
boa, coisa que se incorpora ao piloto automático de cada um). P´ra
que construir um álibi? Não havia
gravidade para isso... Mas... Na penúltima cena, Ramalho
elogiou a iniciativa de Selma, sem
temores ela comparecera à audiência, dissera a verdade, no que fez
muito bem, agora, podia conciliar
a insônia do dia anterior, embora
não acreditasse muito que a orientação tivesse alguma serventia...
Finalmente, Graça juntou as
personagens numa só fotografia e
bateu a claquete. A obra fora concluída como ela queria, a satisfação brilhava em seu rosto. Talvez
tivesse a consciência de que todo
empreendimento humano é imperfeito; talvez soubesse que sua
criação só teria boa conseqüência,
para os aficionados em cinema,
se ela optasse em saboreá-la sem
deleite... O segredo do sucesso
– lembrou Endrigo - é a dose de
humildade contida
na obra e a capacidade de seu autor transcender
o ego... A isso
Milan Kundera denominou
de “leveza do
ser”. Nesse estado, o homem andará sobre o papel fino de arroz sem rasgá-lo, como o fazem os
místicos tibetanos, ou flutuará sobre as águas, como fez Jesus Cristo.
Em off, outras falas sucederam,
coisas ligadas à nossa purgação
cósmica (os estigmas sempre são
amargados antes de chegarmos
às estrelas, profetizara Ramatis)...
Falou-se sobre a tragédia de Realengo, que escandaliza todo dia! A
opinião de Vitória era coincidente. Endrigo lembrou que os jovens
atuais estão sem bandeira e, por
isso, aderem a qualquer pseudo-líder; amam as grifes; são agnósticos e materialistas; desconhecem
a compaixão; as vezes admiram
símbolos que não deviam, alguns
têm a suástica como amuleto ideológico, achando explicável a barbarie dos nazistas na 2ª. Guerra Mundial; para imitar-lhes a pose bélica
ou a conhecida brutalidade deles,
até sonham em possuir uma pistola Luger (arma de guerra usada pelos oficiais alemães), com esse modelo eliminaram muitos inocentes,
talvez Olga, a mulher de Prestes, tenha morrido assim, no “Campo de
Concentração de Ravensbruck; o
assassino de Realengo, na pele de
um xiita insano, preferiu o letal 38
e, de quebra, um 32... Não é preciso recordar a tragédia, todos sabem o que aconteceu, uma loucura
que não a normalidade não explica! Talvez Padilha se interesse em
contar na telona essa história triste, aí será outro filme...
* José Orlando Pereira da Silva
é acadêmico da ALT-DF
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Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
Nova chance
– Meu jovem o que está
fazendo?
O que diria para aquela
pobre senhora? Se dissesse a verdade seria acusado
de louco e provavelmente
iria parar em um hospício.
A senhora continuava esperando por uma resposta e
como não conseguiu inventar nada que satisfizesse a curiosidade dela foi obrigado a dizer a
verdade.
– Pretendo dar um fim nessa tortura que chamam de vida.
Respondeu de forma amarga.
Ela ficou repetindo silenciosamente aquela palavra ao vento ate
ficar perdida em sua boca e não
pronunciar mais nada.
– Então é para isso que esta com
essa pedra?
– Sim! É exatamente isso, eu não
aguento mais!
Ela o olhou tristemente tentando
imaginar sua dor.
– Conte-me tudo.
– Pois bem. Tenho uma vida miserável e medíocre, já não me resta
mais nada, amigos, dinheiro, esposa,
família, casa, sorte, saúde. Perdi tudo
de forma tão trágica e cruel que até
mesmo um demônio derramaria uma lágrima de sangue. Então para que viver?
Minha vida não tem mais
sentido, tudo que um ser humano necessita para viver
me foi tirado. Só me resta
atirar de braços abertos
para aquela que me aguarda.
Ela ouviu tudo atentamente e
não proferiu uma única palavra, não
o criticou, não tentou confortá-lo
com palavras baratas, mas também
não foi embora como se não estivesse acontecendo nada.
Ele ficou esperando alguma resposta e ela simplesmente disse:
– Então pule.
Ele ficou espantando com a resposta e frieza que disse, ela realmente não faria nada para detê-lo?
Simplesmente iria ficar parada e
deixar tudo acontecer?
– Você vai deixar?
Ela deu um sorriso doce.
– Meu filho quem sou eu para
dar palpites na vida dos outros. A
escolha é sua, você deve traçar seu
próprio destino e não se deixar influenciar pelos outros. Se decidir viver será uma tremenda alegria, mas
Foto: Daniel Meneses
Aproximou-se do enorme precipício já com a pedra amarrada à
coxa, guiando-se de forma insípida
para a morte. Sua viagem não terá o
que com frutos de esforço físico deve
devolver, será grátis e sem retorno.
Caminhou poucos centímetros para
olhar a paisagem que em breve ele
fará parte como uma pintura acrescentada de última hora no quadro ou
o tempero que dará o gosto final ao
prato. Sucumbiu ao medo, desviou o
olhar, suas pernas fraquejaram, seu
coração acelerou, não podia olhar de
forma alada para o futuro, mas também não podia voltar para o presente. Tomou o máximo de fôlego que
seus pulmões permitiam, não precisava ter medo. Em breve tudo iria
acabar. A dor da morte não se comparava à dor da vida. A morte nada
mais é do que o merecido sono que
fúria alguma pode interromper. Mas
por que ainda está vivo? Por que ainda respira? Se não fosse tão covarde
já teria por certo dado um fim em
sua existência. Como acabar com
aquela agonia? A resposta estava a
poucos passos.
Perto dali passava uma senhora em que as marcas das chibatas
do tempo tatuavam-lhe o rosto e o
corpo. A pequena senhora passava
todos os dias por este caminho para
fazer seu passeio matinal e como
sempre ver o nascer do Sol. Coincidentemente nosso pré suicida passou a fazer parte de seu campo de
visão. Estranhando aquela cena e
almejando saber o que se passava,
chamou pelo homem, sua voz soou
fraca e cansada, mas o vento finalmente conseguiu levar o chamado
até o homem que, assustado, olha
em todas as direções para descobrir
quem o chamara. A senhora aproximou-se sob passos lentos, comparáveis aos de uma tartaruga, quando
estava a poucos metros dele perguntou ao rapaz:
Natália Helena dos Santos*
*Natália Helena dos Santos é aluna do Colégio Marista Champagnat /DF
2º ano do 2° grau
se escolher se atirar respeitarei sua
vontade.
Ele sentiu algo estranho na conversa dela, mas já estava decidido.
– Certo.
Voltou sua direção para o precipício, mas novamente aquela sensação
de medo o dominou. Ele não podia
pular. Estava com muito medo. Culpou a si próprio por sua fraqueza. A
senhora se aproximou dele e lhe deu
um abraço caloroso e reconfortante.
– Meu filho percebe isso? A morte não o quer e a vida o ama. Ainda
possui muito chão pela frente. Não
desperdice tudo por decepções
passadas o que importa realmente
é o presente e o que fazemos com
ele, nenhum ser vivo foi criado
para sofrer.
Ele baixou a cabeça no ombro
dela e entrou em lamentação.
– Sou um covarde.
Falou mais para si do que para os
dois.
– Não, não é não. Não desista
nunca, a vida sempre nos traz suas
surpresas sejam elas boas ou ruins.
Ele soltou-se do abraço dela e
olhou novamente para o precipício
e não conseguia mais se imaginar
morto. Pegou uma faca que guardava no cinto e cortou a corda que
prendia sua coxa na pedra.
– Nunca havia pensado nesse
ponto de vista, obrigado por clarear
minha mente.
– Às vezes passamos por situações
difíceis e só enxergamos o problema,
esquecemos que a vida não gira somente em torno desse problema.
Ele ficou pensativo com o que
ela disse, mas seus pensamentos
se desviaram, pois o Sol finalmente
havia surgido no horizonte e seus
raios já iluminavam o cenário.
O homem olhou para o horizonte
juntamente com a mulher que inicialmente havia ido ver o amanhecer e os dois puderam apreciar essa
bela paisagem.
Agora ele iria começar tudo de
novo, do ponto zero, sua vida havia começado de novo como aquele
belo amanhecer.
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
9
Foto: Arquivo ALT-DF
O trabalho Leitura e Cidadania: projetos literários desenvolvidos no
Distrito Federal, participantes do Fórum Brasília, capital das leituras,
a ser apresentado pela
escritora Dinorá Couto
Cançado, foi aceito pela comissão científica
do IX Jogo do Livro e III Fórum Ibero-Americano de Letramentos e Aprendizagens para
ser apresentado nas sessões de comunicação oral. O evento será realizado no período
de 26 a 28 de outubro de 2011, na Faculdade de Educação da Universidade Federal
de Minas Gerais, em Belo Horizonte, Minas
Gerais. Dinorá é professora, pedagoga, dinamizadora de bibliotecas e incentivadora
de leituras. Participa ativamente de congressos e seminários nacionais e internacionais, sempre levando as experiências de
leituras do Distrito Federal e divulgando os
talentos locais.
Dinorá Couto Cançado é acadêmica da ALT-DF
A MARATONA DE
MARGARIDA
Desde que lançou o livro Dom Luciano,
especial dom de Deus, em julho de 2010,
que a acadêmica Margarida Drumond
tem se desdobrado, em verdadeira maratona, para atender à demanda de leitores.
Ela já participou dos seguintes lançamentos do livro: em julho, 9 e 10, em Abre
Campo; dias 30 e 31, Tocantins; em agosto, 6 e 7, em Viçosa; dias 26, Mariana; 27 e 28, Itabirito; em setembro, 3 e 4,
Cataguases; 17 e 18, Ubá; 22, UnilesteMG – Cel. Fabriciano.
Muitos outros lançamentos estão na pauta da agenda desta
escritora que, criativa e determinada, não pára. Dom Luciano, especial dom de Deus é um documentário biográfico de
1022 páginas, escrito a partir de solicitação da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Margarida efetuou
pesquisas no Brasil, Colômbia e Itália, regiões de referência
na vida do arcebispo jesuíta, registrando também a vida da
Igreja Católica do período do Papa Pio XII a Bento XVI. Dom
Luciano Mendes de Almeida teve, no último dia 26, em Mariana, o anúncio solene das atividades em prol da abertura
do processo de sua beatificação.
Sibipiruna: uma das árvores do
parque
entre outros. Apoio: Eu Lírico
- www.eulirico.art.br
Natalício de JK
Foto: Valter Campanato/ABr
LEITURA
E CIDADANIA
mento e Silva, Kátya Chamma,
Aglaia Souza, Donato Epifânio de Oliveira, João Henrique
Serra Azul, Áureo Melo, Stella
Rodopoulos, Madellon, Diniz
Félix, Geraldo Eustáquio, Antonio Garcia Muralha, Ely Costa,
José Teixeira Pacheco, lldefonso de Sambaiba, José Bezerra
de Melo Filho, Olimpio Pereira
Neto, Luiz Gonzaga da Rocha,
Adalberto Duarte de Oliveira,
Admário Luiz de Almeida, Divina Maria Correa, Abdon Henrique de Araújo, Manuel Bonfim
Ribeiro, Adirson Vasconcelos,
Aurora Martins Campos, Argemiro José Cardoso, Gacy Simas,
Raul Canal, Eliane Silvestre,
Foto: Arquivo ALT-DF
A
Diretoria da Academia
de Letras de Taguatinga
(ALT), com sua política
de prestigiar acadêmicos e acadêmicas, convida a todos para
a exposição de suas obras em
18/9/2011, das 8h às 12h, no
Parque Águas Claras, na Administração do Parque. Confirme
sua participação pelos e-mails:
[email protected] e
[email protected].
O evento contará com a
participação Especial da Orquestra Sinfônica do Teatro
Nacional Cláudio Santoro. Foram listados os seguintes au-
tores e autoras: Dinorá Couto
Cançado, J. Simões, Vera Lúcia Damásio Simões, Custódia
Wolney, José Orlando Pereira
da Silva, Astrogildo Miag, Lúcia Emília, Emanuel Lima, Vera
Lúcia (Milhênia), José Aureliano dos Reis, Sérgio Waldeck de
Carvalho, João Ferreira, Hilda
Mendonça, Gustavo Dourado, Hélio Soares Pereira, Popó
Magalhães, Adison do Amaral,
Heron Luiz, Aydson Cruz, Pedro Rodrigues, Pedro Gomes,
Wílon Wander Lopes, Joana
Barbosa, Sônia Vieira Rios,
Hézio Teixeira, Margarida Drumond, André Ferreira, José
da Silva Brandão, Nara Nasci-
Foto: Marcelo Lopes
Poesia no parque de Águas Claras
O Clube dos Pioneiros
promoveu, em 16 de setembro, uma festa em homenagem aos 109 anos do
inesquecível presidente JK.
Na ocasião, o presidente da
ALT-DF, Gustavo Dourado,
recebeu do Cicesp o certificado de Guardião do Cinquentenário de Brasília.
10
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
Os frequentadores dos parques Águas Claras e Olhos D’Água
respiram poesia, exposta em
suportes metálicos, impressas
em lonas e ilustradas com imagens sempre condizentes com
o poema. A iniciativa do agente cultural Hezio Teixeira (poeta Sabino Horta), de implantar
uma exposição permanente de
poesia nos parques e em outros
locais públicos do Distrito Federal premia a comunidade com
poemas variados e prestigia os
poetas da língua portuguesa.
“Queremos tirar os poemas das
gavetas e incentivar as pessoas,
principalmente os estudantes, a
produzir, ler e analisar poesia”,
afirma Hezio.
A exposição é fixa
nos
parques, mas
os poemas
são itinerantes. Os
poemas
que entram
num parque, quando substituídos vão
para outro parque e assim sucessivamente.
A proposta inicial foi aceita
pelo Ibram (instituto Brasília
Ambiental) de instalar a exposição em oito dos mais de 70 parques da cidade, administrados
pelo Instituto (Olhos d’Água –
Asa Norte, Águas Claras, Saburo
Onoyama - Taguatinga Sul, Jequitibás - Sobradinho, Urbano - Paranoá, Três Meninas – Samambaia, Veredinhas – Brazlândia e
Uso Múltiplo – Lago Norte).
A exposição aceita o trabalho
de qualquer poeta, ficando a seleção das obras a publicar focada
na qualidade poética e no bom
uso da língua.
Os poetas podem mandar
poemas de
sua autoria
ou de poeta
consagrado.
Assim, o leitor encontrará um
poeta totalmente anônimo ao
lado de um consagrado ou um
brasileiro ao lado de um angolano, já que o projeto acata obras
de todos os países lusófonos.
Para cadastrar seu poema, entre no site www.eulirico.art.br e
acesse “Clique aqui para cadastrar seu poema”. Alguém espera
para ler sua obra.
Hezio Teixeira
(poeta Sabino Horta)
Concurso literário Comunidade sem dengue
A Diretoria Regional de Ensino Taguatinga lança o concurso literário Educação ambiental-comunidade sem dengue, em parceria
com a Academia de Letras de Taguatinga e a Administração Regional. As inscrições serão gratuitas e efetuadas na escola em que o
aluno estiver matriculado, no período de 23 de setembro a 31 de
outubro, mediante a entrega dos textos na Coordenação Pedagógica ou Secretaria, conforme a escola definir, em horário comercial.
Cada escola deverá fazer uma pré-seleção, com base em critérios
de qualidade artística, adequação de conteúdo e linguagem, entregando à DRET/Protocolo, com no máximo 30 textos ou desenhos de cada categoria e nível, até o dia 12 de novembro de 2011.
No ato da inscrição, o aluno deve apresentar, além dos textos e desenhos concorrentes, um envelope lacrado, inviolável, contendo: títulos dos textos ou desenhos inscritos;
nomes completos dos autores; nome da escola, gênero, nível e
modalidade do texto, e pseudônimo dos autores. O concurso terá
quatro níveis: Educação Infantil, com produção de desenhos alusivos ao tema; Ensino Fundamental – 1º ao 5º anos – redação escolar, poema e trova; Ensino Fundamental – 6º ao 9º anos – redação
escolar, dissertação, poema e trova; Ensino Médio – dissertação,
poema e trova. De acordo com o regulamento, todos os trabalhos concorrentes deverão ser inéditos. Serão premiados os três
primeiros colocados, das quatro categorias, com certificação de
participação e medalhas para todos os classificados. Os primeiros classificados de cada categoria ganharão medalha de ouro. Os
segundos classificados, medalhas de prata. Os em terceiro lugar
receberão medalhas de bronze. Serão concedidas menções honrosas ao quarto e quinto colocados de cada categoria. Para o item
Educação Infantil será premiada apenas a modalidade desenho.
Para o Ensino Fundamental e Médio haverá premiação para três
gêneros: Prosa (dissertação para o Ensino Médio e Redação Escolar para o Ensino Fundamental), Verso (poema, sem estipulação
de estilo ou modalidade) e Trova (literária ou popular).
Podem participar do concurso, individualmente, todos os alunos matriculados em escolas públicas e privadas de Taguatinga.
Cada interessado poderá participar com até três textos.
Foto: Divulgação/Eulirico
Projeto EuLírico Brasília cidade poesia
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
Projeto Tagualer
Descreve as estratégias de atuação como
proposta de integração educativo-cultural, de natureza social, propostos pela
ALT. É uma realização
executiva da ALT, em
parceria e/ou apoio da RAdo professor e do aluno, bem
-III, da Secretaria de Educação
como do público em geral, por
/GRET e da Secretaria de Culmeio de palestras, seminários,
tura do DF. Realizará atividades
mesas-redondas,
apresentadiversificadas, sempre buscanções e representações artístido integração com a comucas, lançamentos e exnidade, em defesa da
posições de livros,
educação literária
“O
grande
beneficiado
quadros, gravuras,
e da cultura do
esculturas, etc.
DF. Será viaserá Taguatinga,
Além da homepor meio de sua história bilizado econagem enaltenomicamente
e
sua
gente,
especialmente
cedora à data
por meio de
por
alavancar
as
comemorativa,
patrocínios,
procurará valoridoações, subpossibilidades
zar a educação e a
venções, apoios
turísticas locais”
arte no DF, numa imlogísticos, mão de
plementação da parceria
obra voluntária. Ofereentre Educação e Cultura, como
cerá aos patrocínios e apoios,
principais instrumentos e foralém da contrapartida social e
mação sociocultural capazes de
das divulgações acerca do próproporcionar o estado de cidaprio evento nos objetos produdania.
zidos e a divulgação formal nas
Foto: Arquivo ALT-DF
III Semana Literária
de Taguatinga
José Ferreira Simões - J. Simões
T
rata-se de um projeto de
atividades integradas de
leitura, produção de textos e atividades artísticas paralelas e afins, ainda sem data especificada, mas proposta para
o final de outubro de 2011 ou
para março de 2012. Em ambos
os casos, que passe a ser atividade permanente e integrante
do calendário artístico-cultural
e turístico de Taguatinga. Este
projeto é um evento agregador
de atividades integradas que
visem enlevar a imagem da cidade, servindo-se do escritor,
Nossos
escritores
Adotando esse título,
abrimos esta seção em
nosso jornal da ATL com
o objetivo precípuo de
homenagear nossos escritores e suas obras em
prosa ou verso.
Cremos que agora,
mais do que nunca, im-
Foto: Arquivo ALT-DF
Sérgio Waldeck
põe-se o culto de nossos
artistas da palavra que lutam pela preservação de
nossa memória e de nossa
identidade cultural.
Desde a segunda metade
do século XX, com a Escola de Frankfurt, na Alemanha, com a participação de
Adorno (1903 – 1969) e
Horkheimer (1895 – 1973)
focalizaram eles os efeitos
sociais e ideológicos da
cultura e das comunicações
de massa. Cunharam a expressão indústria cultural
com o objetivo de indicar
o processo de industrialização da cultura. Daí para
frente a sociedade contemporânea caracteriza-se por
grande prática consumis-
11
atividades e eventos empreendidos, além do acesso às mídias
que noticiarão o projeto, bem
como os benefícios fiscais das
Leis de Incentivo Cultural, educacional e Social vinculados à
Lei 9.790/99 que regulamenta
as OSCIPs.
O grande beneficiado será
Taguatinga, por meio de sua história e sua gente, especialmente
por alavancar as possibilidades
turísticas locais. Preliminarmente, para 2011, estima-se
que os custos girem em torno
de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Porém, se
não houver recursos, o evento
ocorrerá com base no voluntariado e na adesão de escolas
públicas e privadas, com custos minimizados. A proposta
efetiva, via Orçamento Participativo, é para 2012 e, aí, sim,
preconiza-se o orçamento oficial de 150.000,00 (cento e
cinquenta) mil reais, mais os
patrocínios privados para as
grandes atividades artísticas,
especialmente os grandes shows musicais.
ta que visa a nivelar os
gostos, a padronizar os
comportamentos. Consomem-se não só bens
materiais, mas também
ideias e valores. A globalização da vida ameaça a
perda da identidade do
ser.
Por tudo isso é deveras
importante situar o papel
da arte e da literatura, em
nossas reflexões atuais.
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
A face mística do Catetinho como
precursor do pioneirismo
Juscelino Kubitschek ao idealizar a construção
da nova capital do
País, elaborou um
Plano de Metas
específicas, com
trinta itens para
cumprir e resolveu acrescentar
como Meta-Síntese: “Povoar o Planalto
Central” porque dois terços do Território Nacional ainda eram virgens da
presença humana, chamados na época
pelos sociólogos como os vazios demográficos!
Esse Plano de Metas trazia também, um objetivo principal: a interiorização da Capital do País, amparado
por ideias que surgiram na época da
Inconfidência Mineira, atingindo o fim
da era Colonial, os dois reinados e os
sessenta e seis anos da República até
1955, chegou ao dispositivo constitucional e produziu resultados assustadores, pois em pouco mais de três
anos, surgiu uma metrópole moderna
e urbanisticamente revolucionária
“Brasília”!
Foto: José Cruz/ABr
Acho
importante destacar que no dia
10/11/1956 foi
projetado um
marco histórico
na evolução da
construção da
cidade, brilhou
a primeira luz no
Planalto Central, era tênue, com pouco
poder de irradiação, produzida por um
pequeno gerador, levado da cidade de
Araxá, mas foi criada pela mão do homem, veio somar o clarão dos astros e
marcou o início da conquista do coração do Brasil.
O início da construção de Brasília
exigia constantemente a presença de
Juscelino Kubitschek no local, porém, o
seu retorno era obrigatório no mesmo
dia pela inexistência de habitação para
seu pernoite!
Surgiu então a figura de João Milton
Prates, aviador que atendeu JK quando
governador de Minas Gerais e lançou a
ideia genial para um grupo de amigos
dizendo; “vamos dar uma casa ao presidente?” A aceitação foi imediata e unâ-
New York
A cidade que não dorme
Um dos fatores que atrai turistas a Nova York é a sua fama de “capital do mundo”.
Sim, é. “The city”, como é chamada a famosa Manhhatan pelos
“locals”; cobre uma área de 780
quilômetros quadrados, com sua
diversificada arquitetura, cultura,
e raças. Parte da estrutura arquitetônica, belissimamente já assentada, contrasta com os novos
empreendimentos destes últimos
dois séculos.
Temos que dar um viva ao romanticismo, que, como todos sabemos,
desde o século XVIII estabeleceu não
só o trivial do dia a dia, como transcendeu os valores da existência humana com seus conceitos. A Escola
do romanticismo criou e projetou a
arquitetura de Nova York. Tudo o que
desfrutamos hoje foi minuciosamente projetado, todavia dentro de uma
guerra competitiva. Seu espaço, sua
economia e sua cultura continuam
latentes. E veteranos de guerra como
Foto: Arquivo ALT-DF
12
Jupyra Ghedini*
nime e naquela noite decidiram que seria uma casa simples e de madeira para
abrigar o presidente, pois no Planalto
Central não havia tijolos e nem pedras.
Oscar Niemeyer compunha o grupo e ali
mesmo fez o croqui da casa e deu-lhe o
nome de Palácio de Tábuas. Os recursos
financeiros obtidos por empréstimo
bancário, pelo Banco de Minas Gerais
e a madeira, engenheiros e operários
chegaram de Araxá. A correria foi grande. Foram instalados o gerador, serviço
de radiotelegrafia, radiofônica. Técnicos da Panair ergueram os radiofaróis,
no campo de pouso. Foi instalada a rádio transmissora a qual com voz precária anunciou ao País que a semente da
metrópole havia sido plantada. As primeiras comunicações foram feitas com
o Palácio do Catete no Rio, Anápolis,
Goiânia, Araxá e Belo Horizonte. Veio o
piso de cerâmica São Caetano, à noite
a pintura e no décimo dia o palácio estava concluído. Niemeyer, Juca Chaves
e César Prates cuidaram dos móveis e
somente então surgiu a ideia do nome
“Catetinho” uma réplica em madeira do
Foto: Arquivo ALT-DF
Val Beauchamp*
os arquitetos Howard Roark (Daily
News Building), Richard Morris (Carnigie Hall e o Metropolitan Museum
of Art), John McComb Jr. e Joseph
François Mangin (o City Hall [prefeitura], obra neoclassica), Cass Gilbert
(New York Life Insurance Bldg e US
Court House, Carrere & Hasting (New
York Public Library), entre outros
mil, nos presentearam com esta cidade maravilhosa.
Para qualquer direção que se caminhe, estamos sempre cercados por
que existia no Rio de Janeiro – “Palácio
Catete”. Nele JK realizou o primeiro despacho com a presença do cunhado Júlio
Soares, Cel. Lino Teixeira, deputado Renato Azevedo, cel. Dilermano Silva, e o
jornalista José Morais. A comemoração
chegou à noite com a serenata, os pioneiros entoando o Peixe Vivo, o canto da
nova capital e a palavra candango ainda
não existia. O Catetinho constituiu um
símbolo, a flama inspiradora que arrastou todo o pessimismo, a descrença e
a oposição de milhões de pessoas que
não aceitavam a ideia da transferência
da sede do governo.
A construção do Catetinho, fruto do
idealismo de um grupo de amigos pela
grandiosidade do título recebido, Palácio de Tábuas e demonstração de amizade, ele adquiriu uma característica
mística e precursora consubstanciada
em pioneirismo, contagiou JK, o País inteiro e favoreceu o milagre da construção de uma metrópole revolucionária,
em três anos e dez meses.
* Jupyra B. Ghedini é comendadora e
chanceler e benemérita da ALT-DF
um maravilhoso cartão postal. As
avenidas foram traçadas paralelas entre o Leste e o Oeste, sendo
divididas pela Quinta Avenida. E
suas ruas as cortando em sentido
contrário ligando o Norte ao Sul da
Ilha. Dentro desta estrutura a cidade oferece de tudo. Um passeio
ao Central Park ao Botanic Garden
ou ao Bronx Zoo, por exemplo,
nos transporta a outra realidade.
Creio ser fácil ao turista de Nova
York se encontrar perdido dentro
das expectativas de suas buscas
nesta cidade tão diversificada.
* Val Beauchamp é membro Associação Nacional de Escritores ( ANE) e
International Women Writers Guild
(IWWG/USA)
Transporte coletivo:
ontem e hoje
>> Emanuel Lima
Reforma Tributária
O Palácio do Planalto quer dar prioridade
política à tão aguardada
reforma tributária, de
vital importância ao desenvolvimento das empresas e a consequente
geração de empregos.
O novo texto deverá ser
encaminhado para o
Congresso e o empenho
do governo será essencial para que o processo possa prosperar em sua tramitação.
São dois problemas cruciais: as reformas tributária e política.
Teoricamente fáceis, mas difíceis na prática. Em relação à reforma tributária, o governo acredita que haja consenso. Porém
há o receio de mudanças que podem pôr em risco o atual patamar de arrecadação de tributos.
Tais receitas são imprescindíveis neste momento para a manutenção do funcionamento da máquina governamental. Ainda mais porque não se vê um esforço para alterar o cenário
atual e reduzir gastos públicos.
O objetivo central desta reforma é fazer um imposto nacional, com legislação uniforme e poucas alíquotas, a simplificação do sistema e o fim da guerra fiscal travada por estados e
municípios. O povo espera que desta vez a reforma realmente
saia do papel.
É preciso acabar com a impiedosa carga tributária, que impede o crescimento da Nação. A reforma política também é essencial com a adoção de regras mais rígidas, para evitar escândalos.
Emanuel Lima é acadêmico da ALT-DF
13
R
odoviária via: Velhacap,
IAPI, IAPB, IAPC, IAPM,
IAPTEC, IAPFESP. Todos que chegaram aqui no início da construção e andavam de
ônibus, ainda se lembram desta música. Não faz tanto tempo
que a ouvíamos muito. Essa era
uma música muito cantada pelos
divertidos trocadores. Isso mesmo! Trocadores. No início de
Brasília, os coletivos não eram
dotados desta incômoda, porém
justificável, roleta de hoje e os
trocadores percorriam todo o
coletivo, trocando fichas e papeletas por dinheiro; por esta
razão eram chamados de trocadores. Toda vez que o ônibus
encostava em uma parada, ele
aproximava-se de uma das janelas e cantava: Rodoviária via
Velhacap, IAPI, IAPB, IAPC, IAPM,
IAPTEC, IAPFESP ou então: Cidade Livre via IAPFESP, IAPTEC,
IAPM, IAPC, IAPB, IAPI, Velhacap.
A ordem poderia não ser essa,
mas o que importa isto agora? Já
que os IAPs foram agrupados em
um só instituto e os cobradores
não precisam cantar (e não falam) o itinerário a seguir.
Hoje, os cobradores são realmente cobradores. Percorrem
todo o percurso, sentados
em suas cadeiras (quase sempre a
mais
alta),
com visão am-
Pedro Gomes da Silva*
Foto: Arquivo ALT-DF
SETEMBRO 2011
Foto: Kleber Sampaio
Foto: Arquivo ALT-DF
Academia de Letras de Taguatinga-DF
pla sobre o recinto, só que não
vêem nada (com raras exceções)
e com a única função: cobrar.
Cobram a passagem, cobram a
gorjeta através do troco não devolvido, cobram o dinheiro trocado, porém não muito trocado
e cobram a paciência dos passageiros.
Naquela época, as linhas de
ônibus eram poucas e havia concorrência entre as empresas. O
número de empresas era maior.
Vejamos: ANTES Expresso Brasil;
Viação Alvorada; Viação Meireles;
Viação Pioneira; Viação Planeta;
Viação São Sebastião e HOJE Viação Alvorada; Viação Pioneira; Viação Planalto-VIPLAN;
Viação Planeta e Transportes Coletivos de Brasília-TCB.
Atualmente, a população aumentou, o número de linhas também, entretanto o número de empresas diminuiu e a concorrência
desapareceu. Talvez, por ser prejudicial neste tipo de empreendimento. Quem sabe? H o u v e
progresso, melhoramentos, mas
as paradas estão lotadas, as filas
enormes. É certo que somente em
determinadas horas.
O saudosismo é próprio da
natureza humana; ... IAPI; IAPB;
IAPM;...
* Pedro Gomes é acadêmico da ALT-DF.
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
Francisco Roza Xicão*
Antigamente a missa era celebrada
em latim. O padre permanecia a missa
inteira de costas para os fiéis e a hóstia
consagrada não podia ser tocada por
ninguém, a não ser pelo próprio padre
que oferecia a comunhão. As agências
bancárias mantinham um enorme contingente de pessoas responsáveis pelas
ações dos caixas, quando o banco fechava não se podia “retirar” dinheiro,
somente com a ajuda do bancário.
O recém nascido ao vir ao mundo,
depois de um parto, geralmente feito
por uma parteira, ficava num quarto escuro e só abriria os olhos depois de sete
dias transcorridos após seu nascimento. Ora as rotinas acima descritas eram
bem diferentes das de hoje utilizadas
MARGARIDA DRUMOND
Na retomada das edições deste jornal, inicio uma coluna com
o título “Eu conto pra você”, a
partir do qual trarei até você temas diversos, e agora o faço com
o subtítulo referente à minha
publicação mais recente, Dom
Luciano, especial dom de Deus.
Neste mês de agosto, quando
as vocações receberam especial
atenção, alegra-nos sobremaneira um importante registro. A
Igreja Católica, por meio da Arquidiocese de Mariana, anunciou
em nossos cotidianos. E vejam que foi
na década de 60 e 70 e que apenas 40
ou 50 anos nos separam. Já pensou no
ano de 2060 como estará sendo executadas essas rotinas?
Atualmente a missa tem outra dinâmica. O padre mais canta do que fala e
é tudo em português. Convém lembrar
que é o próprio fiel quem pega a hóstia
e a confissão agora é comunitária. As
agências bancárias estão caracterizadas pela existência de máquinas eletrônicas que fazem o papel do “bancário”,
até cheque que você deseja, a máquina
eletrônica imprime. Qualquer dia e/ou
hora podemos “pegar” dinheiro, porque existe o famoso cartão eletrônico.
Quanto aos recém nascidos, poucos
choram ao nascer, na verdade ficam é
rindo no primeiro minuto de vida, e os
olhos estão abertos no primeiro minuto
de vida.
Foto: Elza Fiuza/ABr
Sala de aula: mudar é preciso
E a sala de aula dos anos 60 e 70
o que mudou em relação aos dias atuais? Quase nada: o professor continua
falando e/ou escrevendo o tempo todo,
do mesmo jeito que antigamente. Enquanto isso o aluno fica ouvindo seu
“fone” de ouvido ou vendo as funções
de seu telefone celular. O quadro que o
professor usa para escrever, só mudou
a cor, antigamente era preto agora é
verde ou branco dependendo da escola
e usa-se além do giz o pincel. Quanto a
disposição dos alunos na sala de aula,
continua um atrás do outro (impedin-
Um servo, em nome de Jesus
solenemente ao final da Celebração Eucarística na Catedral da Sé,
no dia 26, o início dos trabalhos
pela abertura do Processo da Beatificação de Dom Luciano Pedro
Mendes de Almeida.
Passados cinco anos do falecimento do saudoso arcebispo
jesuíta, 27 de agosto de 2006,
cumpre acalentar o clamor que já
ecoara, quando do sepultamento,
dia 30: “Dom Luciano, Santo já!”,
apelo que brotou repetidas vezes
do coração de inúmeras pessoas,
dentre a grande multidão de fiéis
que lotavam a praça em frente à
Catedral da Sé.
Ao ser ordenado em 1958, o jovem presbítero Luciano mostrou
quanto amava Jesus e que para
ser testemunha d’Ele viveria o
que buscou Inácio de Loyola e os
seus seguidores jesuítas: a maior
glória de Deus; o maior serviço,
Foto: Divulgação
Foto: Arquivo ALT-DF
14
a missão mais urgente da Igreja, e tudo com obediência e discreta caridade, conforme relatei
em Dom Luciano, especial dom de
Deus (pág. 64).
Luciano Mendes escolheu ser
jesuíta e viveu o amor na radicalidade, doando-se todo aos que dele
precisassem. Deixava irradiar de
si uma intensa vida espiritual e
paz interior. Como frisou o professor Nielsen de Paula, em pales-
do assim a interação tão desejada). Em
algumas ocasiões o professor provoca um círculo para o debate. O diário
de classe continua do mesmo jeito de
outrora, colocando-se pontinhos ou
no campo próprio e reproduzindo a
transcrição dos conteúdos e procedimentos nos diversos diários das turmas que for titular.
Mas está chegando a hora de o professor usar as tecnologias utilizadas
(moodle, Paulo Freire, etc) para fazer
face às atividades. O quadro deverá ser
trocado pela lousa eletrônica e a chamada será feita pela impressão digital
do aluno, logo que ele adentra à escola.
* Francisco Roza Xicão é professor e
acadêmico benemérito da ALT-DF
tra na Universidade de Brasília,
“o sacerdócio emanava de todo
o seu ser. O ideal da vocação de
um jesuíta estava sempre vivo e
latente na pessoa do então padre
Mendes: radicalidade e ausência
de limites para a prática da caridade (pág. 75).
Anos depois, em 1976, o presbítero Luciano é ordenado bispo
pelas mãos do arcebispo de São
Paulo, cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, tornando-se Bispo
Auxiliar da grande metrópole,
cabendo-lhe o pastoreio da Região Episcopal Belém.
Oportunamente, trago uma
das preciosas falas que ele mesmo nos deixou: “A primeira coisa
para amar o outro, como Jesus
ama, é ser parecido com o outro.
Ninguém consegue manter privilégios e querer amar o outro”. E
mais: “Não vim para ser servido,
mas para servir. Jesus serviu a
vida inteira e eu venho para servir, em nome de Jesus”.
*Margarida Drumond de Assis é membro da Academia de Letras de Taguatinga – ALT-DF e da Associação Nacional de Escritores, dentre outros organismos culturais no país.
Contatos com Margarida Drumond: Tel.:(61) 9252-5916 (claro)ou (31) 9336-2823 (tim). E-mail: [email protected]. Site: www.margaridadrumond.xpg. com.br
Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
15
Foto: Marcelo Velasco
Posse dos beneméritos da ALT-DF
Personalidades do DF passam a contribuir com a instituição
Em grande estilo, a nova diretoria da Academia de Letras de Taguatinga (ALT-DF) empossou, em 23 de julho, seus novos beneméritos. São homens e mulheres do mais alto
conceito e estima social, que vêm contribuir
com a instituição. São escritores, poetas,
educadores, artistas e pessoas com afinidade aos objetivos da ALT-DF. Todos, a partir
de então, estão unidos aos nossos princípios, de valorizar a arte, a cultura e o saber
universais. A entidade dá as boas-vindas.
Antônio Sabino Vasconcelos Neto – Administrador de Taguatinga, dirigente do Partido dos Trabalhadores, militante político.
Paulo Fayad – Escritor, jornalista e
empresário.
Cloves José da Silva – Advogado, escritor, pioneiro de Taguatinga. Esposo da
escritora Nara Nascimento e Silva.
Antônio Ahmad Yusuf Dames – Professor, doutor em Educação, militante
político e sindical, diretor da Diretoria
Regional de Ensino de Taguatinga, representado por Aneir Adriano.
Heron Luiz – jornalista e escritor. Autor
de várias reportagens e de alguns livros.
Maria Coeli Vasconcelos – Professora,
cineasta, atriz. Participou do filme “Taguatinga em Pé de Guerra”, de Armando
Lacerda.
Stella Rodopoulos – Escritora, pioneira
de Brasília, empresária, membro da Academia de Letras de Brasília, da Academia de Letras e Música do Brasil, Cidadã
Honorária de Taguatinga, Cidadã Honorária de Brasília. Membro do Sindicato
dos escritores do Distrito Federal.
Raimundo Nonato Silva – Escritor, servidor público, mestre de cerimônias.
Eliane Silvestre – Escritora, produtora
cultural, atriz, empreendedora, artista e
consultora financeira.
Jupyra Ghedini – Professora
escritora, empreendedora, comendadora, representada por
Luiz Carlos de Oliveira Cerqueira,
presidente da Casa do Poeta de
Brasília. Diretora do Clube dos
Pioneiros e da Associação Brasil-China.
Maria Augusta Ribeiro – Professora, escritora, sindicalista, diretora do
Sindicato dos Professores, dirigente
do PT.
Danieli Scapin – Educadora, empresária, representada na cerimônia pela Dra
Ruimarisa.
Áureo Mello – Escritor, contista, poeta,
cronista, romancista, procurador, senador, membro da Academia de Letras de
Brasília, do Instituto Histórico e Geográfico do DF e da Academia de Letras e
Música do Brasil
Neyse Fernandes – Professora, psicóloga clínica, terapeuta familiar e escritora.
Marcos Freitas – Escritor, servidor público e produtor cultural.
Washington Dourado – Escritor e funcionário público federal
Joana Barbosa – Escritora, produtora,
presidente da CVCT - Câmara de Vereadores Comunitários de Taguatinga.
Kátya Chamma – Escritora, cantora,
produtora cultural. Artista premiada em
várias categorias culturais.
Sérgio Waldeck de Carvalho – PHD,
professor da UnB e da SEDF, escritor,
linguista, consultor do Senado, empreendedor, produtor educacional.
Francisco Roza Filho – Professor, escritor, militante político. Foi Diretor da
DRET – Diretoria Regional de Ensino de
Taguatinga.
Alessandra dos Santos – Empresária
e livreira.
Hézio Teixeira – Poeta, jornalísta e
produtor cultural.
Ariovaldo Pereira de Souza – Escritor, professor, oficial do Exército e historiador.
Maria Félix Fontele – Jornalista, escritora, editora, membro da Academia
de Letras do DF, do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Escritores.
Foi editora e coordenadora do Correio Braziliense, Jornal de Brasília e Jornal
da Comunidade. Atuou como Secretária Adjunta de Comunicação do GDF e
coordenadora de Comunicação da Câmara Legislativa do DF.
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Academia de Letras de Taguatinga-DF
SETEMBRO 2011
PROSOEMA
PRAÇA DI
Pedro Rodrigues
(a um amigo)
No banco da praça sentado estava
Sentia-me só, relendo o livro teu,
Bela e elegante senhora passava
Cantada sutil e torpe me deu.
Exultantes em meio a tal tristeza, as flores,
dos flamboiantes, em chamejantes ardores,
dos ipês amarelos, roxos e rosados,
Fração de minuto a gentil retorna,
Meu pensamento e controle transtorna;
Porém, educada e com cortesia,
Para mim voltou e perguntou quem era;
Mudo fiquei – ENTRE leitura e paquera,
Eu, na verdade, escolher não sabia!
Aureo Mello
Eu sou teu anjo, sim, anjo da guarda,
Anjo adiposo, mas de olhos sagazes,
Que os teus problemas resolver não tarda,
Atento sempre a tudo o que tu fazes.
Considero-me um desses grandes ases
Que a natureza cria e até resguarda
E cujas asas, quanto mais capazes,
Mais crescem e por ti nada acovarda.
É pensamento e amor que assim constrói
Um tosco cidadão em quase herói,
Transtornado de sonho e de ideal,
Assumindo a postura dos cruzados,
Cavalgando ginetes reblindados,
Para assim proteger seu santo Graal.
A atitude de
recomeçar é todo
dia, é toda hora
“A problemática que envolve
nossas crianças e adolescentes,
é mais que sentimental, é uma
realidade MORAL E SOCIAL”.
Sirlene Mendes
Assistente social
Mês de agosto em Brasília. A seca abre seu manto
sobre a vegetação esgotada, torcida.
Brilham fortes clarões neste céu de amaranto,
como tinta pintando a tarde esmaecida.
As plantas encardidas choram pela vida,
esperando o momento das primeiras águas,
trazendo um novo alento à terra ressequida,
aquecida no fogo das imensas fráguas.
Revidei educado, ausente a ternura,
Ela apressada, na esquina virou,
Esta importante e serena figura,
Meu meditar e leitura parou.
ANJO
FLORES DA SECA >> Josélia Costandrade
emolduram jardins, com invulgar beleza,
numa bênção gentil da amada natureza,
resguardando a doçura e a força dos cerrados.
CORDEL DA IMPUNIDADE
Gustavo Dourado
Perdeu-se o sentido da Lei:
Falta legitimidade....
A corrupção impera:
O povo fica na saudade...
Pra lamento par lamento:
Campeia a imoralidade....
Roubam à luz do dia:
Via tv publicidade...
Furtam a consciência:
Com a vã imunidade...
Assaltam a cidadania:
Chega de impunidade...
www.gustavodourado.com.br
A VIDA É UMA CONSTANTE PROCURA... DE VOCÊ MESMO!
(Aydson O. Cruz – Acadêmico ALT)
Procuro
Uma tarde daquelas,
Em que o vento
Sopra leve
O pano das velas...
Procuro...
Um lugar perfeito,
Onde só eu possa ver,
Nunca ser visto.
Procuro,
Ao fluxo da “bomba”,
Escondida no peito
Entender no meu DEUS,
Meus acertos e erros...
E, assim,
Portanto,
Marco o difícil encontro,
Comigo mesmo...
Procuro sempre navegar,
no misterioso mar
do meu compreensível!
procuro sempre carregar
o peso certo
do meu admissível !
Procuro sempre admitir
erros e acertos
do meu falível !
Procuro sempre pisar,
no seguro porto
do meu impossível !
Procuro sempre antever
as claras razões
do meu invisível !
para depois, enfim,
seguir na vida,
simplesmente...
AURORA
Irei sempre gritar por você no
romper da aurora,
pessoas adoráveis são lembradas
nessa hora.
Sonia Rios
QUARTETO
Stella Rodopoulos
Eu me encontro
com o universo.
Os sinos batem
na hora exata.
Os ventos se multiplicam
e habitam
nas ondas crespas.
Mistério!
Amor!
Reencontro.
Criação!
Quatro seres.
Nossos filhos.
Nossa imagem
Poema completo
Perfeito!
Ternura.
Quarteto – escultura
Nossos tesouros
Meu infinito
Nele habito.
(Aos meus quatro filhos, jóias do meu
coração: Aristos, Marina, Heleni e Pavlos)
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O novo presidente da ALT-DF, gustavo Dourado, fala de seus planos