ÁFRICA: BERÇO DA HUMANIDADE E DO CONHECIMENTO VALE DA FENDA Foi aqui que as linhagens do macaco e do homem se separaram. Há 2 milhões de anos, essa era a única área habitada por nossos ancestrais. O Homo Erectus partiu para a Europa e a Ásia, mas os que continuaram nessa região se transformaram em Sapiens, que posteriomente povoaram o mundo. Império de Monomotapa Hábeis criadores de animais e comerciantes, as pessoas que pertenciam a esse império importavam tecidos e cobre de outras regiões africanas, pérolas e porcelanas da China. E exportavam marfim e ouro. Estado Zulu Povo guerreiro e com exército forte, os zulus eram especialistas em atividades de guerra e em armas. Os adivinhos, feiticeiros e oráculos em geral participavam ativamente de atividades bélicas, para determinar os melhores momentos para guerrear ou para proteger os soldados. A África é o berço da humanidade. O homem surgiu na região entre a Etiópia, o Quênia e a Tanzânia há cerca de 2 milhões de anos. A África possui 30,27 milhões de quilômetros quadrados de terras, parte no hemisfério Norte e parte no Sul. Na antiguidade grandes civilizações surgiram às margens do rio Nilo. Império Egípcio; Kush (região da Núbia) que foi conquistado pelos egípcios em 1530 a.C., mas em 657 a.C conquistou o Egito dando origem aos faraós negros, os quais usavam como símbolo duas serpentes para mostrar que reinavam sobre os dois reinos. Eles ordenaram a construção das pirâmides como túmulos. Pirâmides núbias O complexo de Meroe foi a capital do Reino de Kush durante vários séculos. Hoje, suas areias têm quase 100 pirâmides. As mulheres tiveram grande poder e influência na sociedade cuxita. As tradições matrilineares eram praticas em diversos reinos africanos e também ocorria em Meroe, uma das capitais desse reino. A mãe do rei, a senhora Kush ou candace (rainha-mãe), desfrutava de grande poder e influência no reino. As mulheres podiam ocupar cargos de liderança no reino, entre as várias funções podemos apontar a de sacerdotisa. A sociedade cuxita possuía escravos temporários, prisioneiros de guerra. As causas do declínio Kush, talvez tenha sido a perda das rotas comerciais, base de sustentação de seu poder, para outros reinos da região centro-sul. REINO DO CONGO REINO DO CONGO Já no final do século 16, os habitantes dessa região eram especialistas em forjar ferro e cobre para a produção de ferramentas. Introduziram na nossa lavoura a enxada, uma espécie de arado e diversos tipos de machados, que serviam tanto para cortar madeira como para uso em guerras. Eram agricultores, ao contrário dos berberes (povos nômades do deserto). Viviam da caça, da pesca, conheciam a metalurgia, criavam animais e praticavam o artesanato e o comércio. O comércio era feito na base do escambo, ou com o uso de conchas (nzimbu) como moedas, encontradas na região de Luanda. No século XIII, viviam em aldeias comandadas pelo manicongo (rei) que cobrava impostos. Com essa arrecadação o manicongo sustentava seu exército e um corpo de funcionários. Os habitantes do Congo acreditavam que o manicongo possuía poderes sagrados que influenciava nas colheitas, nas guerras e na saúde do povo. A principal cidade era Mbanza (capital); O Reino do Congo foi destruído quando os europeus, portugueses e holandeses, começaram a disputar o controle do tráfico de escravos e a posse da feitoria no litoral. Reino Gana de IMPÉRIO DE GANA Entre os séculos 4 e 11, era conhecido como o império do ouro. Seu povo dominava técnicas de mineração e usava instrumentos como a bateia, importante para o avanço do ciclo do ouro no Brasil. O clima úmido da região favorecia o desenvolvimento da agricultura e da pecuária. Gana foi formada no século III, atingindo sua maior expansão no século XI. Foi um importante ponto de passagem para as caravanas que partiam do interior da África ‘negra’, subsaariana, em direção ao norte, região conhecida como África ‘branca’ e na direção norte-sul. África “branca”: Argélia, Dijbuti, Egito, Eritréia, Etiópia, Líbia, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Saara ocidental, Somália, Sudão e Tunísia. África “Negra”: Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Togo, Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Rep. CentroAfricana, Rep. Dem.do Congo, São Tomé e príncipe, Chade, Burundi, Quênia, Ruanda, Tanzânia, Uganda, África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbábue. Em Gana, os artesãos produziam muitas jóias, máscaras, objetos de ouro, cobre, estanho e marfim. Sua sociedade era hierarquizada. O rei era considerado o elo de ligação entre os homens e os deuses; abaixo do rei vinham os sacerdotes (feiticeiros), nobres e funcionários. O povo em geral dedicava-se à agricultura, ao comércio e ao artesanato. Os prisioneiros de guerra tornavam-se escravos por um determinado período. O reino de Gana entrou em decadência quando as invasões muçulmanas dos chamados Almorávidas começaram. A partir de então, os reinos de Mali, Sosso e Songhai disputaram a região. Tapeçaria em Gana Homem pensante – Gana http://3.bp.blogspot.com/_IdSM6cDlP3s/TBz0F3HZ4dI/AAAAAAAAAB8/JLHFPEwuZVY/s 1600/37.+Figura+sentada+Mali.jpg O Reino de Mali Império de Mali Expandiu-se por volta do século 12. As cidades de Tumbuctu, Gao e Djene eram importantes centros universitários e culturais. O povo Dogon, que habitava a região, registrou em monumentos as luas de Júpiter, os anéis de Saturno e a estrutura espiral da Via - Láctea, observações feitas a partir do século 17, na Europa. Na área do rio Níger, século III, surgiram grandes reinos negros. Mali (capital era Tombuctu) Surgiu no século XI e foi unificado por Sundiata Keita (1222). No reinado de Mansa Moussa ocorreu a expansão do território e o reino de Mali atingiu seu apogeu, no século XIV. O Império Mali controlava as rotas comerciais transsaarianas da costa Sul ao norte. Produtos comercializados: ouro, marfim, sal, peixe, cobre, couro de animais, noz de cola, cavalos e escravos para abastecer os Estados muçulmanos do norte, do oriente Médio e da península ibérica. Nós de cola A noz de cola é o fruto do colateiro (cola acuminata) planta parecida com o cacau, originado da África tropical e da América Latina. A noz de cola é apreciada por seu gosto amargo e ardente e apreciada sobretudo por suas propriedades medicinais e afrodisíacas. Mas seu principal valor é cultural. Ela constitui junto com o vinho de palma (e o galo) os presentes que são oferecidos aos”bakulu” (antepassados), nos casamentos e aos estrangeiros (os que visitam os membros do clã) Distribui-se entre os convidados em todas as cerimônias em sinal de amizade. O Império Mali sucumbiu por volta de 1400 com as invasões dos povos vindos do Saara e as rebeliões de povos que haviam conquistado. Hoje, os territórios do antigo império malinês correspondem ao Mali e a Burkina Faso entre outros países. Muito do que se conhece desse reino foi preservado pelas histórias dos Griots, que realizaram a transmissão oral dos mais velhos aos mais jovens. POVO MANDINGA Vários povos africanos vieram como escravos para o Brasil, no século XVI, como os da Guiné, do Congo e de Angola, entre outros. E também vieram os Mandingas Povo de uma tribo na costa africana onde hoje é a Etiópia. Estes negros eram mulçumanos, religião que se baseia no alcorão e, eram instruídos e sabiam ler e escrever na língua arábica e, cumpriam a risca os mandamentos do alcorão: rezar virado pra Meca 6 vezes ao dia, etc… também eram submissos aos seus patrões pois entediam que deveriam cumprir o destino a eles destinado por Alá… ganhavam a confiança dos feitores das fazendas e tinham mais liberdades que os outros escravos e eram sempre galgados ao posto de Capitão do mato, caçador de escravos fujões. Estes “Mandingas” carregavam uma pequena bolsa de pano pendurado ao pescoço que davam o nome de “Patuá”, e dentro dessa bolsa havia uma página do alcorão. daí advém a célebre frase “quem não pode com mandinga, não carrega patuá”. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão de obra escrava nos engenhos de açúcar do nordeste e na mineração. Era uma escravidão comercial, diferente das existentes na África, onde normalmente os cativos eram prisioneiros de guerra ou por dívida. Na forma comercial de escravidão os povos vencidos eram vendidos aos comerciantes portugueses. Os próprios africanos vendiam escravos aos portugueses, em troca de armas de fogo, aguardente, fumo, tecidos e búzios. Quem comprava e conduzia os escravos do interior até as feitorias, no litoral africano, eram os pombeiros (comerciantes de escravos que negociavam com os soberanos africanos). Quatro milhões de pessoas foram trazidos da África para o Brasil como escravos. Império de Songai Nos séculos 14 e 15, se sobrepôs ao Império de Mali. Técnicas de plantio e de irrigação por canais foram aperfeiçoadas e vieram para o Brasil juntamente com os negros escravizados. Esses saberes favoreceram a expansão da agricultura, principalmente durante os ciclos da cultura de cana-de açúcar e do café. Reino de Achanti Primeiro ponto do Golfo da Guiné descoberto pelos portugueses, em 1481. Depois, vários países europeus estabeleceram bases no local. Por lá passara as principais rotas de escravos de ouro e de nozes de cola (fruto estimulante, de onde se extrai a matéria prima dos refrigerantes à base cola). Banco Achanti Estatueta Achanti Reino de Abomé Foi importante cetro de tráfico de escravos no século 18, por ter acesso direto ao mar. O rei tinha poderoso exército, responsável pela expansão das fronteiras e pela captura de escravos. Reino Ioruba Desenvolveu-se a partir do século 11. Os povos dominavam as técnicas de olaria, tecelagem, serralheria e metaljurgia do bronze, utilizando a técnica da cera perdida (molde de argila que serve de receptáculo para o metal incandescente). A capital, Oyo Benin, era dividida em quarteirões especializados (curtume, fundição etc). Adaptado de: Texto: “A África e a escravidão”, Professora Maria Elena da Silva. http://revistaescola.abril.com.br/img/his toria/187-africa.jpg http://civilizacoesafricanas.blogspot.co m/2010/06/existe-um-sudao-da-paz.html http://vodunabeyemanja.blogspot.com/ 2010/01/obi-noz-de-cola.html Grupo de Estudos Boiadeiro Rei. http://grupoboiadeirorei.blogspot.com/2 010/12/quem-nao-pode-com-mandiganao-carrega.html Fim.