DOSIMETRIA DE NEUTRONS PARA DETERMINAR A IDADE ATRAVÉS DO MÉTODO DE TRAÇOS DE FISSÃO Soares1, C. J., Tello, C. A. S., Dias, A. N. C., Novaes, F. P. Oliveira, R.D, Selmini M.C, Ana Maria Osório Araya Balan. UNESP-Departamento de Física, Química, e Biologia - Presidente Prudente [email protected]; [email protected] 1. Introdução Alguns minerais contêm urânio como impureza, na ordem de algumas p.p.m. O U-238, isótopo mais abundante do urânio natural, tem uma certa probabilidade de fissionar espontaneamente, o que produz um desarranjo na estrutura cristalina do mineral devido à grande energia, massa e carga de seus fragmentos de fissão. Esta região chama-se traço latente e fica registrada no mineral durante sua história geológica. Para que se possa realizar a datação, é necessária uma irradiação em um reator nuclear para induzir as fissões do U235 (235U + nêutron) por nêutrons térmicos. Neste caso, a irradiação destas amostras deve ser realizada juntamente com um vidro dopado com urânio. Com isto pode-se obter a quantidade de nêutrons recebidos. Ou seja, com este vidro obtemos a dosimetria de nêutrons. Para obter a razão Th/U, também é colocado um filme fino de tório. A equação da idade é dada por: (ρS ρI ) λ T = ln 1 + 238 λ (ε ε I ) λF 1 RM C238 (1) onde: ρS (I) é a densidade de traços fósseis (Induzidos) λ é a constante de decaimento alfa do U-238 λf é a constante de decaimento por fissão espontânea do U-238 C238 é a concentração isotópica do U-238 ε (ε238 ) é um fator de eficiência que representa a razão entre o número de traços de fissão induzida (espontânea), observados por unidade de superfície e o número de fissões induzidas (espontâneas) ocorridas dentro do mineral, por unidade de volume. Por outro lado temos que: RM = RU + N Th RTh NU ( 2) Consideramos o valor de Rm igual ao de RU ρV RU = V U V NU ε (3) Na equação (3), ρV U é a densidade de traços induzidos na mica acoplada aos vidros dopados com urânio (CN-1 e CN-5) e NV U εV é um fator de calibração obtido usando filmes de urânio natural [1]. 2. Procedimentos Experimentais A figura 1(a e b) ilustra as acoplagens das micas ao vidro dopado com urânio e ao filme de tório, respectivamente. Na figura 2, mostramos a montagem para a irradiação. Nelas estão acopladas as amostras e os dosímetros devidamente posicionado. Figura 1. Acoplagem das micas aos vidros dopados com urânio (a) e ao filme fino de Tório (b). Figura 2 . Montagem para irradiação de amostras para datação. 3. Resultados Os valores das densidades obtidas nas micas acopladas aos vidros dopados com urânio, presentes na extremidade da montagem (A e B), são estatisticamente compatíveis, ou seja, (4,7 ± 0,16) x 105 em A e (4,6 ± 0,15) x 105 em B. Isto implica que a quantidade de nêutrons térmicos, que chega a montagem durante a irradiação, é uniforme. Ou seja, não há gradiente no fluxo de nêutrons. Quando há gradiente temos que fazer uma correção das densidades. 4. Conclusões Caso exista um gradiente do fluxo de nêutrons, a montagem receberia nêutrons térmicos e epitérmicos. Estes últimos podem fissionar os núcleos de Th das amostras. Neste caso as densidades deveriam ser corrigidas. 5. Referências [1] Iunes, P.J., G. Bigazzi, J.C. Hadler N., C.A. Tello S., S. Guedes O., S.R. Paulo, M.L. Balestrieri, P. Norelli, M. Oddone, A. M. Osório A. and A. Zuñiga G. (2002b). Radiation Measurements, 35: 195-201. Agradecimentos Os autores agradecem a FAPESP pelo apoio e suporte financeiro. 1 Aluno de IC -Bolsista FAPESP (Proc. 05/56322-0)