Sinais Auscultatórios Relevantes em Valvopatia Residente: Cristiano Faria Pisani Orientador: Dr Roney Sampaio Julho 2003 CFP Sons Cardíacos • São caracterizados por intensidade, frequência e timbre e localizados no tempo – B1 – B2 – Sons: • Proto, meso e telessistólicos • Proto, meso e tele (pré-sistólicos) diastólicos CFP Sons Cardíacos • Primeira Bulha (B1) – 2 componentes – mitral e tricúspide • Desdobramento: – BRD – BRE B1 única – Intensidade • Maior abertura válv mitral, aum FC, PR curto, FA, estenose mitral com folheto móvel CFP Sons Cardíacos - Sons sistólicos • Protosistólicos – Sons ejeção aórtico e pulmonar • Alta frequência • Aórticos Não variam com respiração • Meso e Telesistólicos – Prolapso de val Mitral – “Click” – Mais precoce com diminuição volumes cardíacos CFP Sons Cardíacos - Segunda Bulha A2 e P 2 Desdobramentos: – Variações de capacitância no leito pulmonar atrasam P2 – Diminuições de volume de ejeção – A2 precoce • Desdobramento fisiológico – Mais audível no 2EICE • Desdobramentos anormais – Ausência persistente – Desdobramento persistente – fixo ou não fixo – Paradoxal Intensidade – A2 aumentada: dilatação aorta, tronco pulm ausente CFP– P2 – Hipertensão pulmonar Sons Cardíacos – Sons Diastólicos • Sons protodiastólcos: – Estalido de abertura – Mixoma atrial – Movimentos de próteses • Sons Meso e telediastólicos – Enchimento de VE – Terceira e Quarta bulhas Terceira Bulha – Frequência baixa – VE e VD – Originado devido a coluna de sangue em câmara dilatada Quarta Bulha – Contração atrial – Hipertensão arterial sistêmica – Isquemia – Ventrículo endurecido CFP Sopros Cardíacos • Tempo e duração – São mais longos que os sons cardíacos – Sistólicos (proto, meso, tele, holo), diastólicos (proto, meso, tele, holo) ou contínuos • Intensidade – Grau I: apenas audível em sala silenciosa – Grau II: silencioso mas audível claramente – Grau III: intensidade moderada – Grau IV: intensos, associados com frêmito – Grau V: muito intensos, frêmito facilmente palpável – Grau VI: muito intensos, audíveis com estetoscópio sem contato com tórax, frêmito palpável e visível CFP Sopros Cardíacos • Frequência – Alta, média e baixa • Configuração (Forma) Crescendo Decrescendo Crescendodecrescendo Em faixa CFP Sopros Cardíacos • Qualidade – Piante, rude, rolar, musical • Local de maior intensidade – Local onde o sopro se origina • Irradiação – Reflete a intensidade do sopro e a direção do fluxo sanguíneo • Variação com manobras – Respiração – Posição – Manobras CFP Estenose Mitral Obstáculo ao fluxo do átrio para o ventrículo esquerdo sobrecarga pressão AE hipertensão venocapilar e arterial pulmonar • Primeira Bulha: – B1 hiperfonética Folhetos são flexíveis – Intervalo Q-B1: correlação com pressão em AE e excursão dos folhetos – Calcificação e espessamento da válvula – Diminuição da amplitude de B1 • Segunda Bulha: – P2 acentua-se conforme aumenta a pressão em AP – Desdobramento de B2 estreita com HAP CFP Estenose Mitral • Hipertensão Pulmonar – Sopro ejetivo pulmonar – Insuficiência tricúspide – Sopro Graham-Steel: Regurgitação pulmonar – B4 de VD • Estalido de Abertura Mitral – Tensão súbita dos folhetos – EA mais tardio que P2 – Válvula não é completamente rígida – A-EA mais curto quanto mais severa a EM CFP Estenose Mitral - Sopro diastólico • Características – Em rolar com reforço pré-sistólico – Irradiado para axila e borda esq do esterno – Gravidade da estenose não é relacionada com intensidade do sopro • Reforço pré-sistólico – Desaparece com FA • Duração – Inicia após EA – Aparece qdo gradiente >3mmHg – Correlação entre duração e gravidade de EM • EM silenciosa – Grande aumento de VD CFP Estenose Mitral • Ausculta dinâmica – Sopro e EA diminuem intensidade com inspir – A-EA aumenta com inspiração • A2-P2-EA – Manobras Valsalva – intensifica sopro • Sopro Carey-Coombs – Febre reumática aguda – Sopro diastólico suave de alta freqüência – Variação diária CFP Estenose Mitral CFP Insuficiência Mitral Passagem anômala de sangue do VE p/ o AE durante a sístole ventricular • Bulhas – – – – – B1 diminuída B2 desdobrada A2 precoce IMi com HP imp. P2 > A2 A2 normal ou obscurecida - progressão B3 + IMi não é sinal de ICC • Sopro – – – – CFP Início logo após B1, extendendo-se até A2 Apex Irradiação Severidade da valvopatia relacionado com duração • Telesistólico – Holossistólico Insuficiência Mitral • Ausculta Dinâmica – Pouca variação com respiração – Amil nitrito – Diminui sopro – Valsalva – diminui sopro – Vasopressores: aumenta sopro • Ruptura de cordoalha: sopro piante, intenso • Folheto posterior: Sopro irradiado para focos da base • Folheto anterior: coluna • Diagnóstico Diferencial – CIV – Insuf tricúspide – Estenose Aórtica CFP Insuficiência Mitral CFP Prolapso Mitral • Click “estalido” sistólico – logo após B1 – tensão das cordas e folhetos prolapsados • Tempo estalido apresenta grande variabilidade – Impedância – Volume VE – Contratilidade • Sopro sistólico inicia logo após click • Prolapso severo – click mais próximo de B1 – Sopro holossistólico • Diag diferen: Mioc Hipert Obstrutiva – sopro aumenta com valsalva CFP Estenose Aórtica Obstrução em nível valvar do fluxo do VE Aorta Hipertrofia miocárdica • Bulhas: – Primeira: Normal ou suave – Quarta bulha: proeminente – Segunda bulha: • Única (Valv calcificada -> A2 inaudível) • P2 – Desdobramento Paradoxal-> Disf VE • Congênita: A2 acentuada – Som Ejetivo (0,06s após B1): EAo congênita • Valv móvel CFP Estenose Aórtica • Sopro Mesosistólico – Sopro Ejetivo, rude, impuro – Pico variável – Mais audível focos da base – Transmitido para carótidas e apex – Forma diamante simétrico – Término antes A2 • Fenômeno de Gallavardin – Sopro alta frequência irradiado para apex – “Puro, musical” – “Área de Silêncio” esterno – Pode ser mais intenso que o sopro ejetivo CFP Estenose Aórtica • Quanto mais tardio é o pico do sopro mais severo é o grau de estenose • Disfunção de VE – Sopro mesossistólico mais suave • Pode desaparecer • EAo oculta: EAo crítica – ICC Intratável • Diagnóstico Diferencial – Hipertrofia sub-aórtica • A2 normal ou diminuída • 4 EICE • Esclerose aórtica degenerativa – musical • Ausculta Dinâmica – DD Eao-IMi: Eao – sopro varia cada sístole na FA – Intensifica no agachamento – Diminui na manobra Valsalva CFP Insuficiência Aórtica Refluxo de sangue para VE durante diástole Sobrecarga de Volume Hipertrofia e dilatação Aumento de PD2 de VE • Bulhas – B1: suave – A2: normal ou acentuada – P2: diminuída pelo sopro – Som ejetivo aórtico • Distensão aorta por aumento volume ejeção – B3: Aumento do Volume do VE IAo Importante CFP Insuficiência Aórtica • Sopro: – Alta frequência – Inicia logo após A2 – Precoce – Protodiastólico – Aspirativo, decrescente – Mais audível com paciente encostado para frente com expiração prolongada, 3 EICE – Correlação Severidade x Duração • Leve: protodiastólico alta frequencia • Severa: holodiastólico – rude – Sopro musical “cooing dove” – perfuração ou eversão – IAO severa – equilíbrio pressões – desaparece CFP Insuficiência Aórtica • Sopro Austin-Flint – Rolar diastólico apical medio ou telessistólico – Semelhante a Estenose mitral – Orifício valvar mitral estreitado – PD2 maior – AF precoce • Etiologia IAO: – Valvar primária: sopro mais audível em 3EICE – Dilatação aorta: borda esternal direita • Sopro médiossistólico – Aumento volume ejeção • Ausculta dinâmica – Aumenta qdo senta-se para frente – Diminui com dim PA sist – Austin-Flin comporta-se como Insuf mitral CFP Insuficiência Aórtica Aguda – – – – – – CFP Endocardite Infecciosa, dissecção aorta ou trauma B1 suave ou inaudível Insuficiência mitral P2 B3 B4 Austin-flint curto Sopro protodiastólico curto – gradienet baixo Estenose Tricúspide • Sopro diastólico (mesodiast ou pré-sistólico) • Estalido de abertura após EA mitral • 4 EICE • Intensifica com inspiração • Em ruflar CFP Insuficiência Tricúspide • Secundária • Sopro Pansistólico – 4 EICE ou subxifóide – Se associado a HP P2 aumentada – RT leve – sopro curto – Ausência HP – baixa intensidade e protosistólico – VD aumentado – mais proeminente apex – Aumentado na Inspiração (Rivero-Carvallo) – Aumento após lib man Valsalva (overshoot), diminui durante CFP Veias Pulmonares • Estenose Pulmonar – Sopro Sistólico – “áspero”, crescendo-decrescendo – mais intenso na BEE (2°. EIE) – intensidade, duração e pico correlacionam-se c/ grau estenose • Regurgitação pulmonar – Desdobramento B2 alargado – B3 e B4 de VD frequentes – Ausência HP – Sopro baixa frequencia – Começa logo após P2 – Forma de diamante • Graham-Steel – Regur Pulm + PSAP>55mmHg – Regurgitação alto-fluxo – Alta frequência – Piante – decrescendo – Após P2 2-4EICE CFP Próteses Valvares CFP CFP