Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa MESTRADO EM GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 2000/2001 FUNDAMENTOS DE INTERNET Resolução do Teste de Avaliação LET’S BROWSE: a collaborative browsing agent Docente: Professor Doutor Jorge Louçã Realizado por: João Nascimento Lisboa, 18 de Abril de 2001 Apreciação Crítica ao artigo O presente artigo descreve uma experiência realizada no âmbito da navegação corporativa baseada num agente com capacidade para sugerir conteúdos internet, a partir do conhecimento de certas características comuns a cada um dos elemento de um grupo. Sendo um artigo de investigação, aborda o tema numa perspectiva prática, descrevendo, talvez muito resumidamente, uma experiência nesta área. A explicação deveria ter sido um pouco mais exaustiva, na medida em que se limita a descrever e a fazer comparações com outras a tecnologias e, por último, a exemplificar com pessoas que, em princípio, nem sequer participaram na experiência. Serviram apenas para ilustrar a ideia. Em termos estruturais, o artigo apresenta-se algo confuso, já que lhe falta uma introdução mais consistente. Apesar de levantar bem a questão no Abstract sobre a navegação em conjunto, fazendo o paralelismo com outras tecnologias de informação, deveria fazer, logo de seguida, o enquadramento do tema. Coisa que, aliás, refere ligeiramente nos dois primeiros tópico - “Collaborative Browsing” e “The initial Let’s Browse experiment” -, mas que deveria ter complementado com outros trabalho já desenvolvidos, que apenas refere no último tópico – “Related Work”. De positivo vejo o facto de apresentar ideias para futuros trabalhos quando apresenta, no tópico “Results”, uma incógnita sobre o resultado da experiência similar efectuada sobre um grupo de elementos que já tivesse um conhecimento interpessoal de longa data. As regras das referências bibliográficas foram seguidas exemplarmente, colocando chamadas no interior do texto sempre que foi necessário referir obras de outros autores, ou produtos similares. A utilização de diagramas explicativos é positivo. No entanto, deveria ser aplicada também à situação concreta da experiência em análise. Desta forma teria ajudado a clarificar o ambiente em que se desenvolveu o estudo alvo do artigo. Opinião pessoal sobre o tema A navegação corporativa (em grupo) não tem utilidade, a não ser puramente académica, no sentido de testar mais uma aplicação dos agentes. A argumentação feita no artigo de que o acto de ver Televisão é uma actividade social, ou seja, feita normalmente em grupo, parece-me uma falsa questão. Em primeiro lugar porque se trata de entretenimento, enquanto a tecnologia apresentada supostamente (pelo que nos é dito no artigo) é mais aplicada a ambientes empresariais (foi aliás o meio utilizado para exemplificar). Em segundo lugar, sendo aplicado a nível familiar, a comparação com a televisão não é feliz, pois cada vez mais as pessoas gostam de ver televisão isoladamente. No passado, essa tendência verificava-se devido ao limitado número de canais disponíveis e ao elevado custo dos aparelhos. Nessa altura, com um único aparelho em casa e com apenas um canal de televisão, não existia alternativa. Com a evolução mais canais se tornaram disponíveis e então duas coisas poderiam ocorrer: existia um elemento familiar predominante que definia a programação (programas a visualizar) e os restantes teriam de se sujeitar, ou, em famílias mais democráticas, a programação era definida conjuntamente. Hoje em dia, com a proliferação de canais e com os aparelhos a descerem de valor, é frequente existirem vários receptores por habitação (um na sala, outro na cozinha, no quarto dos filhos, no quarto dos país...), ou até por divisão. Deste modo, é difícil o mesmo programa agradar a todos, logo os elementos tendem a isolar-se. A excepção verifica-se quanto a alguns programas desportivos e, quando falamos assistência constituída por elementos interfamiliares. Aí, de facto pode existir um interesse comum no mesmo momento. Na internet, a questão da unicidade de recursos (um só site), nunca se deu. O que verificamos desde o início (a partir do momento em que se vulgarizou) é a proliferação de conteúdos. Quem já experimentou assistir a uma cena de navegação conjunta em que apenas um dos elementos tem controlo sobre o computador (ou dispositivo de acesso) e outros se limitam a estar sentados ao lado, verificou certamente que não dura muito tempo. Tudo começa bem mas, de repente haverá alguém que teria preferido seguir outro link. Apesar de o caminho seguido ter sido do agrado de todos, não tardará muito até que a quantidade de sites com potencial interesse não visitados acumulam já uma frustração insustentável. Quem não experimentou já a fazer uma viagem de carro no lugar ao lado, ou a sensação de frustração equivalente de ver outra pessoa jogar o nosso jogo de computador favorito. É talvez por esta sensação que os autores concordam que o tempo de espera admissível para utilizadores em grupo é menor do que para consultas em ambiente privado. A possível aplicação que esta tecnologia poderia ter, seria a de tornar o acesso à internet mais rápido, já que poderia colocar à disposição de vários utilizadores de uma rede de computadores, com interesses definidos e comuns, um conjunto de sites apropriados. Uma vez encontrados estes sites, far-se-ia a captura e armazenamento, num momento em que os utilizadores estivessem off-line, para um local de mais fácil acesso a partir da rede local. Sempre que um dos utilizadores solicitasse informações, era feita proposta, consistindo numa lista de sites relacionados com a solicitação e a informação disponibilizada com muito maior rapidez. Por último, o facto de mostrar uma justificação de sugerir a navegação pelas páginas seleccionadas e não outras, penso que prova a aplicação académica de verificar se o algoritmo (agente) está a actuar correctamente. Certamente que, se alguém procura uma informação, não estará interessado na razão que o levou a uma determinada página mas, isso sim, apenas no seu conteúdo. Resumindo, a tecnologia apresentada, para já, não convence.