Tópicos da Lei 11.638/07 Demonstração do Valor Adicionado(DVA) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e Ajuste a Valor Presente de Ativos e Passivos Profa. Roberta Alencar ([email protected] / [email protected]) Julho/2008 Agenda • Demonstração do Valor Adicionado – Conceito Econômico x Contábil – Modelos – Exemplos • Demonstração dos Fluxos de Caixa – Conceitos – Métodos: Direto x Indireto – Exemplos • Ajuste a Valor Presente Demonstração do Valor Adicionado(DVA) Demonstração do Valor Adicionado • Evidencia a riqueza gerada pela empresa e sua distribuição, para: – Empregados – Governo – Fornecedores de Capital – Proprietários • Obrigatória para as Companhias Abertas a partir do exercício findo em 2008. Antecedentes • Responsabilidade Social • Foco nos stakeholders. – Em suas interações com clientes e fornecedores a empresa adiciona valor – E distribui para: Investidores, empregados, credores, governo DVA em outros países • • • • (Scherer, 2007) Surgimento Europa Primeira tentativa estruturada – Inglaterra (1975) EUA – Praticamente desconhecida Também publicam (não obrigatória): •França •Alemanha •África do Sul •Dinamarca •Suíça •Itália •Reino Unido •Holanda •Suécia •Noruega •Cingapura O que é Valor Adicionado? • Conceito empregado pela Economia, relacionado ao cálculo do Produto Nacional “Denomina-se valor adicionado em determinada etapa de produção, à diferença entre o valor bruto da produção e os consumos intermediários nessa etapa. Assim o produto nacional pode ser concebido com a soma dos valores adicionados em determinado período de tempo, em todas as etapas dos processos de produção do país”. (Simonsen, 1975, p. 83) Valor Adicionado – Exemplo (De Luca: 1998, p.30) • Considere uma economia na qual as únicas transações ocorridas foram as seguintes: – Agricultor: venda de algodão em rama para a Indústria Têxtil por $ 1.000 – Indústria Têxtil: venda de tecido de algodão para a Indústria de Confecções por $ 1.400 – Indústria de Confecções: venda de camisas para os consumidores finais por $1.700 • Qual foi o valor adicionado em cada operação? Valor Adicionado (Aplicação em Empresas) • Suponha-se que uma empresa venda toda sua produção em um certo período e obtenha receita total de $ 100.000,00 para isto, a empresa efetuou compra de materiais de outras empresas no valor de $ 60.000,00 e pagou $ 10.000,00 a seus funcionários. – Qual o valor adicionado dessa empresa? – E se a empresa só vendesse a produção no período seguinte, haveria valor adicionado no período? Valor Adicionado – Conceitos (MORLEY, 1979) RC = RV – M – S – J – I - Dep Em que: RC = Resultado Contábil RV = Receita de Vendas de Mercadorias, Produtos ou Serviços M = Materiais e Serviços Consumidos S = Salários J = Juros e Aluguéis I = Impostos Dep = Depreciações, Amortizações e Exaustões Valor Adicionado – Conceitos (MORLEY, 1979) LR = RV – M – S – J – I – Dep - Div Em que: LR = Lucros Retidos RV = Receita de Vendas de Mercadorias, Produtos ou Serviços M = Materiais e Serviços Consumidos S = Salários J = Juros e Aluguéis I = Impostos Dep = Depreciações, Amortizações e Exaustões Div = Dividendos Valor Adicionado – Conceitos (MORLEY, 1979) Reorganizando a Equação: LR = RV – M – S – J – I – Dep - Div Temos: LR+ S+ J+ I +Dep +Div = (RV – M) Ou: Valor Adicionado Bruto LR+ S+ J+ I +Div = (RV – M - Dep) Valor Adicionado Líquido Distribuição do Valor Adicionado Petrobrás 11% 19% 11% 59% Pessoal Governo Financiadores Acionistas/Lucros Retidos Distribuição do Valor Adicionado Vale 12% 24% 54% 10% Pessoal Governo Financiadores Acionistas/Lucros Retidos Distribuição do Valor Adicionado Souza Cruz 4% 13% 6% 77% Pessoal Governo Financiadores Acionistas/Lucros Retidos Impostos na DVA – Exemplo com ICMS • Uma empresa comercial varejista sediada em Maceió (AL), adquiriu em 02 de janeiro, de uma empresa comercial atacadista situada em Vitória (ES) mercadorias para revenda no valor de R$ 12.000,00. Sobre tais mercadorias incidiu ICMS à alíquota de 12%. • O comerciante varejista revendeu, no mesmo mês, todas as mercadorias que havia comprado por R$ 18.000,00, para um consumidor final residente na mesma cidade. O ICMS devido para tais operações, quando dentro do estado de Alagoas, é de 17%. Impostos na DVA – Exemplo com ICMS • Apuração do imposto pelo comerciante varejista: Entradas Base de Cálculo Alíquota ICMS R$ 12.000,00 12% R$ 1.440,00 Saídas Base de Cálculo Alíquota ICMS R$ 18.000,00 17% R$ 3.060,00 Saldo a Recolher (R$ 3.060,00 – R$ 1.440,00) R$ 1.620,00 Impostos na DVA – Exemplo com ICMS • Registros contábeis ignorando a presença de outros impostos • Aquisição de mercadoria para revenda: Débito Estoque de Mercadorias R$ 10.560,00 Débito ICMS a Recuperar R$ 1.440,00 Crédito Fornecedores R$ 12.000,00 • Operação de Venda: Débito Duplicatas a Receber R$ 18.000,00 Crédito Receita de Vendas de Mercadorias R$ 18.000,00 • ICMS incidente sobre a operação de venda: Débito Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas/ ICMS R$ 3.060,00 Crédito ICMS a Recolher R$ 3.060,00 • Registro do Custo da Mercadoria Vendida: Débito Custo da Mercadoria vendida R$ 10.560,00 Crédito Estoque de Mercadorias R$ 10.560,00 • Redução do montante a recuperar do imposto devido: Débito ICMS a Recolher Crédito ICMS a Recuperar R$ 1.440,00 R$ 1.440,00 Demonstração de Resultado Venda de Mercadorias (-) ICMS s/ Vendas (=) Vendas Líquidas (-) Custo M. Vendidas (=) Lucro Bruto R$ 18.000,00 R$ 3.060,00 R$ 14.940,00 R$ 10.560,00 R$ 4.380,00 % RB 100,0 17,0 83,0 58,7 24,3 Impostos na DVA – Exemplo com ICMS Valor Adicionado e Distribuição Venda de Mercadorias (-) Insumos adq. terceiros (=) Valor Adicionado R$ 18.000,00 R$ 12.000,00 R$ 6.000,00 Distribuição do Valor Adicionado: Impostos, Taxas e Contribuições R$ 1.620,00 Lucros Retidos R$ 4.380,00 27% 73% Valor Adicionado – na contabilidade • Adaptação do conceito econômico: – produção x venda – conciliação com a DRE • Alguns itens polêmicos ou adaptações: – Provisão para perdas com créditos de liquidação duvidosa (PDD) – Depreciação – Contribuições à Seguridade Social incidentes sobre itens da Folha de Pagamento – Resultado de Equivalência Patrimonial DVA – Existe um modelo? •IASB - DVA não integra o conjunto de demonstrações de que trata o IAS 1 – Presentation of Financial Statements. •Conselho Federal de Contabilidade - Resolução CFC nº 1.010/05 aprovou a NBC T 3.7 – Demonstração do Valor Adicionado. •FIPECAFI –Exame Melhores e Maiores http://www.fipecafi.com.br/consultoria/projetos_melhores_ maiores_questionario.aspx NBC T 3.7 • Informações extraídas da contabilidade • Base no princípio contábil da competência • Consistente com a DRE e conciliada em registros auxiliares mantidos pela entidade • Caso a entidade elabore Demonstrações Contábeis Consolidadas, a Demonstração do Valor Adicionado deve ser elaborada com base nas demonstrações consolidadas, e não pelo somatório das Demonstrações do Valor Adicionado individuais. NBC T 3.7 • Apresentada de forma comparativa • Em notas explicativas (não era obrigatória) • Deve evidenciar : – receita bruta e as outras receitas; – os insumos adquiridos de terceiros; – os valores retidos pela entidade; – valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras entidades; – valor total adicionado a distribuir; e – distribuição do valor adicionado. NBC T 3.7 1-RECEITAS 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 3 - RETENÇÕES 4 -VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (1-23) 5 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (4-5) 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.1. Empregados 7.2. Tributos 7.3. Financiadores 7.4. Juros sobre capital próprio e dividendos 7.5. Lucros retidos/prejuízo do exercício NBC T 3.7 1-RECEITAS 1.1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços • vendas de mercadorias, produtos e serviços (valor bruto) deduzidas as devoluções, os abatimentos incondicionais e os cancelamentos; • outras receitas decorrentes das atividades afins 1.2. Provisão para devedores duvidosos • constituição (reversão) de provisão para créditos duvidosos; NBC T 3.7 1-RECEITAS 1.3. Resultados não-operacionais • resultados não-decorrentes das atividades-fim, como: ganhos ou perdas na baixa de imobilizado, investimentos, etc., exceto os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras entidades NBC T 3.7 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 2.1. Materiais consumidos • materiais consumidos incluídos no custo dos produtos, mercadorias e serviços vendidos (incluídos tributos) 2.2. Outros custos de produtos e serviços vendidos • demais custos dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, exceto gastos com pessoal próprio e depreciações, amortizações e exaustões; (incluídos tributos) NBC T 3.7 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 2.3. Energia, serviços de terceiros e outras despesas operacionais • despesas operacionais incorridas com terceiros, tais como: materiais de consumo, telefone, água, serviços de terceiros, energia; (incluídos tributos) 2.4. Perda na realização de ativos • valores relativos a perdas de ativos, como perdas na realização de estoques ou investimentos, etc. NBC T 3.7 3 - RETENÇÕES 3.1. Depreciação, amortização e exaustão NBC T 3.7 5 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 5.1. Resultado de equivalência patrimonial e dividendos de investimento avaliado ao custo • resultado positivo ou negativo de equivalência patrimonial • dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo NBC T 3.7 5 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 5.2. Receitas financeiras • aos valores registrados como receitas financeiras relativos a quaisquer operações com instituições financeiras, entidades do grupo ou terceiros, exceto para entidades financeiras que devem classificá-las no grupo das Receitas 5.3. Aluguéis e royalties • quando se tratar de entidade que não tenha como objeto essa atividade. NBC T 3.7 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.1. Empregados (*) – Salários e encargos (exceto INSS) – Comissões sobre vendas – Honorários da diretoria – Participação dos empregados nos lucros – Planos de aposentadoria e pensão (*) Valores incluídos no Custo dos Produtos ou Serviços Vendidos, e Despesas NBC T 3.7 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.2. Tributos (*) – Federais – Estaduais – Municipais – Menos: incentivos fiscais (destaque não mais necessário após Lei 11.638/07 (*)Valores devidos ou pagos menos impostos recuperáveis somados no item 2 – Insumos Adquiridos de Terceiros NBC T 3.7 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.3. Financiadores Despesas financeiras relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos com instituições financeiras, entidades do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo os custos e despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros, exceto para entidades financeiras que devem classificá-las como Insumo Adquirido de Terceiros NBC T 3.7 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.4. Juros sobre capital próprio e dividendos 7.5. Lucros retidos/prejuízo do exercício Os juros sobre o capital próprio apropriados ou transferidos para contas de reservas no patrimônio líquido devem constar do item "Lucros retidos” Exemplos Prestadora de Serviços (SANTOS:2003, p.56 a 63) Exemplo 1 – Empresa de Prestação de Serviços Balanço Patrimonial - 20X0 Ativo Circulante Caixa/Bancos Total do Ativo Passivo + PL Patrimônio Líquido 15.000 Capital 15.000 Total do Passivo 15.000 15.000 Durante o exercício social de 20X1, realizou as seguintes operações: 1. Prestação de serviços por R$ 10.000,00, com incidência de 5% de ISS 2. Parte do custo dos serviços prestados corresponde ao valor de R$ 4000,00 gastos com mãode-obra e é composta por R$ 750,00 da parcela de contribuições devidas pela empresa ao INSS e R$ 3.250,00 relativos a salários, férias, 13º salário, FGTS, etc. 3. Despesas administrativas (água, energia elétrica e materiais de escritório ) no valor de R$ 1.500,00 4. Pagamento de aluguel de equipamentos (integrante do custo) no valor de R$ 600,00 5. O imposto de Renda e a Contribuição social são calculados à alíquota de 33% sobre o lucro líquido. Exemplo 1 – Empresa de Prestação de Serviços Demonstração de Resultados - 20X1 Receita Bruta (-) ISS sobre vendas (=) Vendas Líquidas (-) Custo dos Serviços Vendidos (=) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Despesas Administrativas (=) Lucro antes do IR/CS (-) IR/CS (33%) (=) Lucro Líquido R$ 10.000 (500) 9.500 (4.600) 4.900 (1.500) 3.400 (1.122) 2.278 Balanço Patrimonial - 20X1 Ativo Circulante Caixa/Bancos Total do Ativo Passivo + PL Circulante 18.900 ISS a Pagar IR/CS a Pagar Patrimônio Líquido Capital Lucros Acumulados 18.900 Total do Passivo 500 1.122 15.000 2.278 18.900 Exemplo 1 – Empresa de Prestação de Serviços DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DO EXERCÍCIO DE 20X1 1-RECEITAS 1.1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços 1.2. Provisão para devedores duvidosos 1.3. Resultados não-operacionais 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 2.1. Materiais consumidos 2.2. Outros custos de produtos e serviços vendidos 2.3. Energia, serviços de terceiros e outras despesas operacionais 2.4. Perda na realização de ativos 3 - RETENÇÕES 3.1. Depreciação, amortização e exaustão 4 -VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE 5 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 5.1. Resultado de equivalência patrimonial e dividendos de investimento avaliado ao custo 5.2. Receitas financeiras 5.3. Aluguéis e royalties 6 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.1. Empregados 7.2. Tributos 7.3. Financiadores 7.4. Juros sobre capital próprio e dividendos 7.5. Lucros retidos/prejuízo do exercício 10.000 10.000 1.500 1.500 8.500 - 8.500 8.500 3.250 2.372 600 2.278 % 100,0% 38,2% 27,9% 7,1% 0,0% 26,8% Empresa Comercial (SANTOS: 2003: p.72 a76) Exemplo 2 – Empresa Comercial Balanço Patrimonial - 20X0 Ativo R$ Circulante Caixa/Bancos Total Passivo + PL R$ Patrimônio Líquido 20.000 Capital 20.000 20.000 Total 20.000 Exemplo 2 – Empresa Comercial Durante o exercício social de 20X1, realizou as seguintes operações: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Aquisição à vista de mercadorias no valor de R$ 6.000 com incidência de 18% de ICMS. Assim, o valor do ICMS é de R$ 1.080 e o das compras líquidas é de R$ 4.920. Venda total das mercadorias por R$ 14.000, destacando-se, o ICMS (alíquota de 18%) de R$ 2.520, ou seja, o valor das vendas líquidas ´de R$ 11.480. Gastos com pessoal no valor de R$ 2,400. Sendo R$ 390 referente a contribuições devidas ao INSS, e R$ 2.010 referente a salários, férias, 13o. Salário, FGTS, etc. Despesas administrativas correspondem ao consumo de energia elétrica, água e materiais de materiais de escritório no valor de R$ 600. \por simplificação, não será considerada a existência de impostos recuperáveis nesta operação O Imposto de Renda e a Contribuição Social são calculados à alíquota de 33% sobre o lucro líquido. Exemplo 2 – Empresa Comercial Demonstração de Resultado - 20x1 Receita Bruta (-) ICMS s/Vendas (=) Vendas Líquidas R$ 14.000 (2.520) 11.480 (-) Custo das mercadorias vendidas (=) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Salários e encargos Administrativas (=) Lucro Antes do IR/CS (-) IR/CS (=) Lucro Líquido (4.920) 6.560 Ativo R$ Balanço Patrimonial - 20X0 Passivo + PL Circulante Caixa/Bancos (2.400) (600) 3.560 (1.175) 2.385 R$ Circulante 25.000 ICMS a pagar 1.440 IR/CS a Pagar 1.175 Patrimônio Líquido Capital Lucros Acumulados Total 25.000 Total 20.000 2.385 25.000 Demonstração do Valor Adicionado Exemplo 2 – Empresa Comercial DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DO EXERCÍCIO DE 20X1 1-RECEITAS 1.1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços 1.2. Provisão para devedores duvidosos 1.3. Resultados não-operacionais 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 2.1. Materiais consumidos 2.2. Outros custos de produtos e serviços vendidos 2.3. Energia, serviços de terceiros e outras despesas operacionais 2.4. Perda na realização de ativos 3 - RETENÇÕES 3.1. Depreciação, amortização e exaustão 4 -VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE 5 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 5.1. Resultado de equivalência patrimonial e dividendos de investimento avaliado ao custo 5.2. Receitas financeiras 5.3. Aluguéis e royalties 6 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.1. Empregados 7.2. Tributos 7.3. Financiadores 7.4. Juros sobre capital próprio e dividendos 7.5. Lucros retidos/prejuízo do exercício 14.000 14.000 6.600 6.000 600 7.400 - 7.400 7.400 2.010 3.005 2.385 % 100,0% 27,2% 40,6% 0,0% 0,0% 32,2% Empresa Comercial (SANTOS: 2003: p.76 a 80) Exemplo 3 – Empresa Comercial Balanço Patrimonial - 20X0 Ativo R$ Circulante Caixa/Bancos Estoques Total Passivo + PL R$ Patrimônio Líquido 20.000 2.460 22.460 Capital Lucros Acumulados Total 19.500 2.960 22.460 Exemplo 2 – Empresa Comercial Durante o exercício social de 20X1, realizou as seguintes operações: 1. 2. 3. 4. 5. Aquisição à vista de mercadorias no valor de R$ 6.000 com incidência de 18% de ICMS. Assim, o valor do ICMS é de R$ 1.080 e o das compras líquidas é de R$ 4.920. Venda de 70% dos estoques por R$ 12.000, destacando-se, o ICMS (alíquota de 18%) de R$ 2.160, ou seja, o valor das vendas líquidas de R$ 9.840. Gastos com pessoal no valor de R$ 1.700. Sendo R$ 276 referente a contribuições devidas ao INSS, e R$ 1.424 referente a salários, férias, 13o. Salário, FGTS, etc. Despesas administrativas correspondem ao consumo de energia elétrica no valor de R$ 800. Por simplificação, não será considerada a existência de impostos recuperáveis nesta operação O Imposto de Renda e a Contribuição Social são calculados à alíquota de 33% sobre o lucro líquido. Exemplo 2 – Empresa Comercial Demonstração de Resultado - 20x1 Receita Bruta (-) ICMS s/Vendas (=) Vendas Líquidas R$ 12.000 (2.160) 9.840 (-) Custo das mercadorias vendidas (=) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Salários e encargos Administrativas (=) Lucro Antes do IR/CS (-) IR/CS (=) Lucro Líquido (5.166) 4.674 Ativo R$ Balanço Patrimonial - 20X0 Passivo + PL Circulante Caixa/Bancos Estoques (1.700) (800) 2.174 (717) 1.457 R$ Circulante 23.500 2.214 ICMS a pagar IR/CS a Pagar 1.080 717 Patrimônio Líquido Capital Lucros Acumulados Total 25.714 Total 19.500 4.417 25.714 Exemplo 2 – Empresa Comercial Movimentação da conta Estoque Vr Bruto ICMS Vr Líquido Saldo Inicial 3.000 540 2.460 (+) Compras 6.000 1.080 4.920 (=) Disponível para venda 9.000 1.620 7.380 (-) CMV (70%) 6.300 1.134 5.166 (=) Saldo Final 2.700 486 2.214 Valor a ser adicionado ao CMV para evidenciação no Item 2 da DVA Exemplo 3 – Empresa Comercial DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DO EXERCÍCIO DE 20X1 1-RECEITAS 1.1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços 1.2. Provisão para devedores duvidosos 1.3. Resultados não-operacionais 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 2.1. Materiais consumidos 2.2. Outros custos de produtos e serviços vendidos 2.3. Energia, serviços de terceiros e outras despesas operacionais 2.4. Perda na realização de ativos 3 - RETENÇÕES 3.1. Depreciação, amortização e exaustão 4 -VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE 5 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 5.1. Resultado de equivalência patrimonial e dividendos de investimento avaliado ao custo 5.2. Receitas financeiras 5.3. Aluguéis e royalties 6 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.1. Empregados 7.2. Tributos 7.3. Financiadores 7.4. Juros sobre capital próprio e dividendos 7.5. Lucros retidos/prejuízo do exercício 12.000 12.000 7.100 6.300 800 4.900 - 4.900 % 4.900 100,0% 1.424 29,1% 2.019 41,2% 0,0% 0,0% 1.457 29,7% Empresa Industrial (SANTOS: 2003: p.86 a 89) Exemplo 3 – Empresa Industrial Balanço Patrimonial - 20X0 Ativo R$ Circulante Passivo + PL R$ Patrimônio Líquido Caixa/Bancos 10.000 Capital 10.000 Total 10.000 Total 10.000 Exemplo 3 – Empresa Industrial Durante o exercício social de 20X1, realizou as seguintes operações: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Aquisição a vista de matéria prima no valor total de R$ 1.650, destacando-se o IPI (alíquota de 10%) de R$ 150 e o ICMS (18%) de R$ 270. Assim, o valor líquido de impostos é de R$ 1.230 Aquisição a vista de materiais para produção por R$ 330, com incidência de ICMS (18%) e IPI (10%), ou seja: R$ 54 de ICMS, R$ 30 de IPI e R$ 246 o valor da matéria prima líquida de impostos. Gastos com mão de obra direta (parte integrante do CPV) no valor de R$ 4.000. Sendo R$ 650 referente a contribuições devidas ao INSS, e R$ 3.350 referente a salários, férias, 13o. Salário, FGTS, etc. Aluguel de máquinas (integrante do CPV) R$ 1.200. Todo o estoque de materiais adquirido foi utilizado noa produção Venda de total dos estoques por R$ 16.500 a vista, com incidência de 18% de ICMS e 10% de IPI, O Imposto de Renda e a Contribuição Social são calculados à alíquota de 33% sobre o lucro líquido Exemplo3 – Empresa Industrial Demonstração de Resultado - 20x1 Faturamento Bruto (-) IPI s/Vendas (-) ICMS s/Vendas (=) Vendas Líquidas (-) Custo do Produtos Vendidos Mão de Obra Direta Matéria Prima Materiais Aluguel de Máquinas (=) Lucro Antes do IR/CS (-) IR/CS (=) Lucro Líquido R$ 16.500 (1.500) (2.700) 12.300 (6.676) 4.000 1.230 246 1.200 5.624 (1.856) 3.768 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DO EXERCÍCIO DE 20X1 1-RECEITAS 1.1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços 1.2. Provisão para devedores duvidosos 1.3. Resultados não-operacionais 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 2.1. Materiais consumidos 2.2. Outros custos de produtos e serviços vendidos 2.3. Energia, serviços de terceiros e outras despesas operacionais 2.4. Perda na realização de ativos 3 - RETENÇÕES 3.1. Depreciação, amortização e exaustão 4 -VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE 5 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 5.1. Resultado de equivalência patrimonial e dividendos de investimento avaliado ao custo 5.2. Receitas financeiras 5.3. Aluguéis e royalties 6 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 7.1. Empregados 7.2. Tributos 7.3. Financiadores 7.4. Juros sobre capital próprio e dividendos 7.5. Lucros retidos/prejuízo do exercício 16.500 16.500 1.980 1.650 330 14.520 - 14.520 14.520 3.350 6.202 1.200 3.768 % 100,0% 23,1% 42,7% 8,3% 0,0% 26,0% Em resumo..... • Demonstração “mais democrática” • Obrigatória apenas para as Companhias Abertas • Melhor de demonstração da carga tributária suportada pela empresa • Consistente com a DRE e conciliada em registros auxiliares mantidos pela entidade Duvidas? Referências Bibliográficas • CFC. Resolução CFC nº 1.010/05. Aprova a NBC T 3.7 – Demonstração do Valor Adicionado. • DE LUCA, Márcia M. M. Demonstração do valor adicionado: docálculo da riqueza gerada pela empresa ao valor do PIB. São Paulo: Atlas,1998. • MORLEY, Michael. The Value Added Statement in Britain. The Accounting Review, v 54. pag 618-629. Sarasota: 1979. • SANTOS, Ariovaldo. Demonstração do Valor Adicionado: Como Elaborar e Analisar a DVA. São Paulo: Atlas, 2003. • SCHERER, Luciano M. Valor Adicionado: Análise empírica de sua relevância para as companhias abertas que publicam a Demonstração do Valor Adicionado. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis) FEA-USP. São Paulo: 2007 • SIMONSEN, Mário Henrique. Macroeconomia. Rio de Janeiro: APEC, 1975. p.83. Demonstração dos Fluxos de Caixa(DFC) Demonstração dos Fluxos de Caixa • Demonstra o efeito das transações que afetaram o caixa e equivalentes de caixa classificando-as em: – Atividades Operacionais; – Atividades de Investimento; e – Atividades de Financiamento • Obrigatórias para: – Companhias abertas – Companhias fechadas com Patrimônio Líquido superior a 2 milhões de reais na data do Balanço. Antecedentes • Por que a Demonstração dos Fluxos de Caixa substituiu a DOAR? Utilidade • Permite aos investidores, credores e outros usuários avaliar: – – – – a capacidade de gerar fluxos futuros de caixa; a capacidade de saldar obrigações e pagar dividendos; a flexibilidade financeira da empresa; a taxa de conversão do lucro em caixa; Utilidade • Permite que investidores, credores e outros usuários avaliem: – o desempenho operacional de diferentes empresas, por eliminar efeitos de critérios contábeis distintos para um mesmo tipo de transação ou evento; – O grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa; – Os efeitos sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimento e financiamento. DFC – Posição dos Órgãos reguladores • Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 03 – encerrada audiência pública. • IASB – IAS 7 • Banco Central – ainda sem regulamentação. • IBRACON – NPC no. 20 DFC – Visão Geral • Definições: – Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. – Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. – Fluxos de Caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. DFC – Visão Geral • Definições: – Atividades Operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes das de financiamento e investimento. – Atividades de investimento são as referentes a aquisição e venda de ativos de longo prazo e investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. – Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e endividamento da entidade. DFC – Visão Geral • Movimentos entre caixa e equivalentes de caixa – Não são atividades operacionais, de investimento ou financiamento. – Não saõ apresentados na DFC, pois representam políticas de gerenciamento da liquidez (caixa) da empresa: Ex: A empresa retira R$ 10 milhões da sua conta bancária e aplica em Títulos de Curto Prazo DFC – Visão Geral • Equivalentes de Caixa: – Títulos de longo prazo – em função da data de aquisição – FASB - Evidenciação, em Notas Explicativas, dos critérios considerados pela empresa na definição de suas aplicações em equivalentes-caixa. – IASC - Descrição das próprias aplicações em Notas Explicativas. DFC – Visão Geral ATIVO •Caixa •Ativos Circulantes PASSIVO Passivos Circulantes Passivos Não Circulantes •Ativos Não Circulantes PATRIMÔNIO LÍQUIDO Caixa + AC + ANC = PL + PC + PNC Caixa = PL + PC + PNC - AC - ANC Então, Caixa = PL + PC + PNC - AC - ANC LL – dividendos + aumento de capital DFC- Visão Geral • Atividades operacionais – Pagamento a fornecedor – Recebimento de clientes – Pagamento de Salários, etc • Atividades de Investimento – Compra/Venda de Imobilizado – Aplicações Financeiras de Longo Prazo – Compra/Venda de Investimento em Coligada, etc • Atividades de Financiamento – Empréstimos/Financiamentos de Longo Prazo obtidos – Emissão de Debêntures – Aumento de capital em dinheiro, etc Ativos Operacionais Passivos Operacionais Ativos Financeiros de LP e Ativos Permanentes Passivos Financeiros Patrimônio Líquido DFC – Visão Geral (forma de apresentação) Empresa Exemplo S/A Demonstração dos Fluxos de Caixa 01.01.XX a 31.12.XX Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Entradas e saídas de caixa provenientes das operações Pode ser demonstrado por dois métodos: direto e indireto Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento Entradas e saídas de caixa originadas de ativos de longo prazo e investimento Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento Entradas e saídas de caixa oriundas dos financiamentos (=) Variação Líquida de Caixa (+) Saldo inicial de Caixa (=) Saldo final de Caixa DFC – Visão Geral (forma de apresentação) Souza Cruz R$ Milhões Resumo da Demonstração dos Fluxos de Caixa 1. Fluxos de Caixa das Operações 2006 854,7 2007 1.132,3 2. Fluxos de Caixa dos Investimentos (160,4) (170,9) 3. Fluxos de Caixa dos Financiamentos 4. Aumento/diminuição de caixa e equivalentes (1+2+3) 5. Caixa e Equivalentes no Início do Período 6. Caixa e Equivalentes no Final do Período (4+5) (864,5) (1.719,7) (170,2) 1.547,9 (758,3) 1.377,7 1.377,7 619,4 DFC – Visão Geral (forma de apresentação) Vale R$ Milhões Resumo da Demonstração dos Fluxos de Caixa 1. Fluxos de Caixa das Operações 2006 2007 13.929 20.347 (37.496) (18.777) 30.642 (9.220) 4. Aumento/diminuição de caixa e equivalentes (1+2+3) 7.075 (7.650) 5. Caixa e Equivalentes no Início do Período 2.703 9.778 6. Caixa e Equivalentes no Final do Período (4+5) 9.778 2.128 2. Fluxos de Caixa dos Investimentos 3. Fluxos de Caixa dos Financiamentos Classificação das Operações • Os normativos permitem tratamento alternativo em relação a alguns itens (ex: juros pagos podem ser classificados como atividades de financiamento ou operacional ) • A empresa deve escolher com cautela as categorias de classificação • A classificação deve ser consistente de ano para ano • Uma única transação pode originar duas classificações diferentes para os fluxos de caixa dela decorrentes: – Ex: o pagamento de dívidas pode ter dois componentes: • Pagamento de principal Atividade de Financiamento • Pagamento de Juros Atividade de Financiamento ou Operacional Classificação das Operações • Juros e Dividendos: – IAS 7 (Norma Internacional) • Juros e dividendos recebidos podem ser classificados nas atividades operacionais ou de investimento. • Juros e dividendos pagos podem ser classificados nas atividades operacionais ou de financiamento. Classificação das Operações • Juros e Dividendos: – FAS95 (Norma norte-americana) • Juros e dividendos recebidos são classificados nas atividades operacionais • Juros pagos são classificados nas atividades operacionais, mas quando capitalizados são classificados nas atividades de financiamentos. • Dividendos pagos são classificados nas atividades de financiamento. Classificação das Operações • Juros e Dividendos: – CPC 03 • Segue a norma internacional (IAS7) • Tratamento dos Juros sobre Capital Próprio é idêntico aos dividendos. Classificação das Operações • Impostos: – Normalmente classificados como atividades operacionais. – Quando for possível identificar diretamente com atividades de financiamento ou investimento, o fluxo de impostos pagos poderá ser classificado nestas atividades. Classificação das Operações • Transações de financiamento e investimento que afetaram a posição patrimonial da empresa, mas não tiveram impacto no fluxo de caixa : – Detalhadas em Notas Explicativas (IAS7 e CPC 03) • Ex: – Integralização de capital em bens – Conversão de dívida em PL Classificação das Operações • Empresa A: Capital integralizado de R$ 11.000 em dinheiro e aquisição à vista de terreno por R$ 10.000 • Empresa B: Capital Integralizado de R$ 11.000, sendo R$ 1.000 em dinheiro e R$ 10.000 em terreno. • As DFCs dessas duas empresas devem ser iguais? Classificação das Operações Resumo da Demonstração dos Fluxos de Caixa 1. Fluxos de Caixa das Operações 2. Fluxos de Caixa dos Investimentos 3. Fluxos de Caixa dos Financiamentos 4. Aumento/diminuição de caixa e equivalentes (1+2+3) 5. Caixa e Equivalentes no Início do Período 6. Caixa e Equivalentes no Final do Período (4+5) Empresa A Empresa B - - (10.000) 11.000 1.000 1.000 1.000 - 1.000 A empresa B deverá detalhar em NE a integralização de capital com terreno 1.000 Notas Explicativas • Devem constar em Notas Explicativas: – Transações de financiamento e investimento que afetaram a posição patrimonial da empresa, mas não tiveram impacto no fluxo de caixa. – Saldos de caixa e equivalentes de caixa que não estejam disponíveis para uso pelo grupo, em demonstrações consolidadas. – Linhas de crédito obtidas, mas não utilizadas, que podem estar disponíveis para futuras atividades operacionais e para satisfazer compromissos de capital, indicando restrições, se houver, sobre o uso de tais linhas de crédito. Métodos de Elaboração • Diz respeito à apresentação do fluxo de caixa das atividades operacionais: – Método direto • Descreve recebimentos e pagamentos • Mais simples de ser entendido • Recomendado pelo IAS7 e CPC03 • Não exige conciliação do lucro com o caixa operacional – Método indireto • fluxo de caixa das atividades operacionais calculado a partir do resultado (lucro ou prejuízo) ajustado para evidenciar a geração de caixa no período Método direto • Classes principais de recebimentos e pagamentos: – Caixa recebido de clientes – Juros e dividendos recebidos – Pagamentos a empregados e fornecedores – Juros pagos – Impostos pagos – Outros recebimentos e pagamentos operacionais em caixa. Pode ser tratado como Atividades de Investimento Pode ser tratado como Atividades de Financiamento Método Indireto • fluxo de caixa líquido das atividades operacionais é determinado a partir do resultado (lucro ou prejuízo) do período • Objetivo: demonstrar qual a parcela do resultado que teve impacto financeiro • Como? Método Indireto Resultado Líquido do Exercício (+/-) Despesas/Receitas que não representam saídas/entradas de caixa – Ex: depreciação, Resultado da Equivalência Patrimonial (+/-) Variações de Ativos e Passivos Operacionais – Ex: (-) aumento de duplicatas a receber (+) diminuição de estoques (+) aumento de fornecedores (+/-)Despesas/Receitas classificadas como Atividades de Financiamento/Investimento. Exemplos Exemplo 1 Ativo Circulante Disponível Duplicatas a Receber Total Passivo + PL Patrimônio Líquido Capital Lucros Acumulados Total x0 x1 100 150 250 x0 120 200 320 x1 200 50 250 240 80 320 Demonstração do Resultado Receita de Serviços 1.500 (-) Custo dos Serviços Prestados (1.470) (=) Lucro Líquido 30 Exemplo 1 Entradas e Saídas de Caixa Entradas (provenientes de): Recebimento de Serviços Aumento de Capital Total das Entradas 1.450 40 1.490 Saídas (pagamentos): Gastos relativos a serviços prestados 1.470 Total das Saídas 1.470 Aumento de Caixa 20 (+) Saldo Inicial 100 (=) Saldo Final 120 Exemplo 1 DFC – Método Direto 1. Fluxos de Caixa das Operações Recebimentos de Serviços 1.450 Gastos relativos aos serviços prestados (1.470) Caixa Gerado (consumido) nas Atividades Operacionais (20) 2. Fluxos de Caixa dos Investimentos 3. Fluxos de Caixa dos Financiamentos Aumento de Capital 40 Caixa Gerado (consumido) nas Atividades de Financiamento 4. Aumento/diminuição de caixa e equivalentes (1+2+3) 20 5. Caixa e Equivalentes no Início do Período 100 6. Caixa e Equivalentes no Final do Período (4+5) 120 Exemplo 1 DFC – Método Indireto 1. Fluxos de Caixa das Operações Lucro do Período 30 (-) Aumento de Duplicatas a Receber (50) Caixa Gerado (consumido) nas Atividades Operacionais (20) 2. Fluxos de Caixa dos Investimentos 3. Fluxos de Caixa dos Financiamentos Aumento de Capital 40 Caixa Gerado (consumido) nas Atividades de Financiamento 4. Aumento/diminuição de caixa e equivalentes (1+2+3) 20 5. Caixa e Equivalentes no Início do Período 100 6. Caixa e Equivalentes no Final do Período (4+5) 120 Exemplo 2 Ativo Circulante Disponível Duplicatas a Receber Total x0 Passivo + PL Passivo Circulante Fornecedores x0 Patrimônio Líquido Capital Lucros Acumulados Total x1 100 370 470 220 300 520 x1 200 240 150 120 250 150 130 520 Demonstração do Resultado Receita de Serviços 1.000 (-) Custo dos Serviços Prestados (990) (=) Lucro Líquido 10 Exemplo 2 Entradas e Saídas de Caixa Entradas (provenientes de): Recebimento Vendas 1.000 Total das Entradas 1.000 Saídas (pagamentos): Pagamentos de Compras (Fornecedores) (880) Total das Saídas (880) Aumento de Caixa 120 (+) Saldo Inicial 100 (=) Saldo Final 220 Exemplo 2 DFC – Método Direto 1. Fluxos de Caixa das Operações Recebimentos de Serviços 1.000 Gastos relativos aos serviços prestados (880) Caixa Gerado (consumido) nas Atividades Operacionais 120 2. Fluxos de Caixa dos Investimentos 3. Fluxos de Caixa dos Financiamentos 4. Aumento/diminuição de caixa e equivalentes (1+2+3) 120 5. Caixa e Equivalentes no Início do Período 100 6. Caixa e Equivalentes no Final do Período (4+5) 220 Exemplo 2 DFC – Método Indireto 1. Fluxos de Caixa das Operações Lucro do Período 10 (+) Redução de Estoques 70 (+) Aumento de Fornecedores 40 Caixa Gerado (consumido) nas Atividades Operacionais 120 2. Fluxos de Caixa dos Investimentos 3. Fluxos de Caixa dos Financiamentos 4. Aumento/diminuição de caixa e equivalentes (1+2+3) 120 5. Caixa e Equivalentes no Início do Período 100 6. Caixa e Equivalentes no Final do Período (4+5) 220 Exemplo completo Relembrando.... • Ajustes ao Lucro Líquido – Provisões para perdas em crédito de liquidação duvidosa – Depreciações e Amortizações – Ajuste ao valor de mercado de TVM – Resultado da Equivalência Patrimonial – Juros de longo prazo apropriados – Lucros/Prejuízos na venda de imobilizado e/ou investimento Balanço 31/12/2006 31/12/2007 Variação Caixa 100 100 - Bancos 500 5.000 4.500 Aplicações Financeiras 5.000 12.200 7.200 Duplicatas a Receber 10.000 15.000 5.000 (-) PDD (1.000) (1.500) (500) Estoques 12.000 15.000 3.000 Despesas pagas antecipadamente (seguros) 3.000 5.000 2.000 Imobilizado 30.000 35.000 5.000 (-) Depreciação Acumulada (6.000) (4.500) 1.500 Total do Ativo 53.600 85.800 32.200 Fornecedores 10.000 23.000 13.000 IR e CSLL a pagar 2.000 1.300 (700) Salários a pagar 15.000 8.000 (7.000) Empréstimo 20.000 30.000 10.000 Capital 5.000 15.000 10.000 Reservas 1.600 4.000 2.400 Total do Passivo + PL 53.600 81.300 27.700 Demonstração das Mutações do PL Capital Saldo em 31/12/2006 5.000 Aumento de Capital 10.000 LPA Reservas - 1.600 Total 6.600 10.000 Lucro Líquido 3.900 3.900 Dividendos Pagos (1.500) (1.500) Destinação para reservas (2.400) Saldo em 31/12/2007 15.000 - 2.400 4.000 19.000 DRE Vendas 40.000 Custo das mercadorias vendidas (20.000) Lucro Bruto 20.000 Despesa de Salários (14.000) Depreciação (1.500) Despesas Financeiras (1.000) Despesa PDD (1.000) Despesas com Seguros (600) Receitas Financeiras 300 Lucro na venda de Imobilizado 3.000 Lucro antes do IR/CSLL 5.200 IR e CSLL Lucro Líquido (1.300) 3.900 Outras Informações: • Imobilizado vendido: – Custo de Aquisição 15.000 – Depreciação acumulada (3.000) – Valor Contábil 12.000 • despesas financeiras foram pagas no período • créditos considerados incobráveis foram baixados contra a conta de PDD • aplicações financeiras correspondem a Fundos de Investimento com liquidez diária. Método Direto Atividades Operacionais Recebimento de Clientes Recebimento de Juros Pagamentos a Fornecedores Pagamentos a Empregados Prêmios de seguros pagos antecipadamente 34.500 300 (10.000) (21.000) (2.600) 1.200 Pagamento de impostos Pagamento de Juros Caixa Líquido consumido nas atividades operacionais Atividades de Investimento Recebimento pela Venda de Imobilizado Pagamento pela Compra de Imobilizado Caixa Líquido consumido nas atividades de investimento Atividades de Financiamento Aumento de Capital Empréstimo Pagamento de Dividendos Caixa Líquido gerado nas atividades de investimento Aumento Líquido das disponibilidades (2.000) (1.000) (1.800) 15.000 (20.000) (5.000) 10.000 10.000 (1.500) 18.500 11.700 Método Indireto Atividades Operacionais Lucro Antes do IR e CSLL Mais: depreciação Mais: despesas de juros Menos: lucro na venda de imobilizado 5.200 1.500 1.000 (3.000) Aumento em Duplicatas a Receber (líquido de PDD) Aumento em Estoques Aumento em Despesas pagas antecipadamente Aumento em Fornecedores Redução em Salários a pagar (4.500) (3.000) (2.000) 13.000 (7.000) Impostos pagos Juros pagos (2.000) (1.000) Caixa Líquido consumido nas atividades operacionais 1.200 (1.800) Atividades de Investimento Recebimento pela Venda de Imobilizado Pagamento pela Compra de Imobilizado Caixa Líquido consumido nas atividades de investimento 15.000 (20.000) Atividades de Financiamento Aumento de Capital Empréstimo Pagamento de Dividendos Caixa Líquido gerado nas atividades de investimento 10.000 10.000 (1.500) Aumento Líquido das disponibilidades 4.700 (5.000) 18.500 11.700 Em resumo..... • Utilidade.... • Limitações • Diferença entre métodos Duvidas? Referências Bibliográficas • Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC03 (em fase de análise) Disponível em http://www.cpc.org.br/pronunciamentos.htm. • FIPECAFI - Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7. ed. São Paulo : Atlas, 2007. • FIPECAFI - Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de contabilidade das sociedades por ações (suplemento) São Paulo : Atlas, 2008. Ajuste a Valor presente de ativos e passivos Ajuste a Valor Presente Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: III – as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Valor Presente x Valor Futuro • Empréstimo de R$ 100, com taxa de juros de 10% a.m., ao final do segundo mês o saldo devedor será: VF VP(1 i) n VF 100(1 0,10)2 VF 121 Valor Presente é.... • O valor equivalente na data presente, de um montante a receber no futuro, utilizando-se uma determinada taxa de desconto. VF VP (1 i ) n Valor Presente de um fluxo futuro • O valor equivalente na data presente, de montantes a receber no futuro, em datas diferentes, utilizando-se uma determinada taxa de desconto. VF1 VF2 VP ... n1 n2 (1 i) (1 i) Como ficam o Balanço / DRE? Balanço Patrimonial - 20X0 Ativo R$ Circulante Passivo + PL R$ Patrimônio Líquido Caixa/Bancos 10.000 Capital 10.000 Total 10.000 Total 10.000 Venda de Serviços para recebimento a Longo Prazo – 15 meses na data do balanço de 31/12/x1 – R$ 30.000 Gastos com serviços prestados (pagos à vista) R$ 9.000 Balanço / DRE antes dos ajustes Ativo Circulante Caixa / Bancos Realizável a L.Prazo Duplicatas a Receber Total Balanço Patrimonial - 20X1 R$ Passivo + PL Patrimônio Líquido 1.000 Capital 20.000 21.000 R$ 10.000 Lucros Acumulados 11.000 Total 21.000 Demonstração do Resultado Receita de Serviços 20.000 (-) Custo dos Serviços Prestados (9.000) (=) Lucro Líquido 11.000 Cálculo do Ajuste a valor presente • Taxa de desconto? – 1% a.m. • Cuidado: taxa e prazo têm de estar na mesma medida 20.000 VP 15 (1,01) VP 17.227 • Ajuste a valor presente: R$ 2.773 (R$20.000,00 – 17.227) Balanço / DRE após ajustes (extra-contábeis) Ativo Circulante Caixa / Bancos Realizável a L.Prazo Duplicatas a Receber Ajuste a VP Total Balanço Patrimonial - 20X1 R$ Passivo + PL Patrimônio Líquido 1.000 Capital Lucros Acumulados 20.000 2.773 18.227 Total R$ 10.000 8.227 18.227 Demonstração do Resultado Receita de Serviços 20.000 Ajuste a Valor Presente (2.773) (-) Custo dos Serviços Prestados (9.000) (=) Lucro Líquido 8.227 O conceito de valor presente também fundamenta... • Registro de bens arrendados • Teste de recuperabilidade de valor de ativos (impairment) • Cálculo do valor justo de títulos e valores mobiliários destinados à negociação imediata ou disponíveis para venda futura Qual taxa de desconto usar? • Pronunciamento CPC 01: – A taxa (ou as taxas) de desconto deve(m) ser a taxa (ou as taxas) antes dos impostos, que reflita(m) as avaliações atuais de mercado: • • – do valor da moeda no tempo; e dos riscos específicos do ativo para os quais as futuras estimativas de fluxos de caixa não foram ajustadas. Uma taxa que reflita avaliações atuais de mercado do valor da moeda no tempo e os riscos específicos do ativo é o retorno que os investidores exigiriam se eles tivessem que escolher um investimento que gerasse fluxos de caixa de montantes, tempo e perfil de risco equivalentes àqueles que a entidade espera extrair do ativo. Qual taxa de desconto usar? • Pronunciamento CPC 01: – Como ponto de partida para realizar essa estimativa, e apenas para iniciar o estudo da taxa de desconto a utilizar, a entidade pode começar a análise pelas seguintes taxas: • o custo de capital médio ponderado da entidade, apurado por meio de técnicas como o Modelo de Avaliação de Ativos Financeiros • a taxa de empréstimo incremental da entidade • outras taxas de empréstimo de mercado. Duvidas? Contato: [email protected] [email protected]