HAMILTON DESERTOS Jean-Yves Leloup [email protected] HAMILTON Deserto, vazio, imensidão e silêncio, tempestades de areia, calor abrasador, oásis e repouso: “Anuncia-lhes Que a água deve ser bebida por diversas sedes, a maior e a menor, não avalies a bondade da água pelo tamanho da tua bilha a parte prometida a parte permitida a cada um, é aquela que pode caber na palma de suas mãos, anuncia-lhes ainda que a água só é viva para aqueles que têm sede...” Jean-Yves Leloup, em “Deserto, Desertos" HAMILTON HAMILTON - Desertos – Existe a bondade da água, e existe a palma das mãos... O deserto nos situa fora dos acontecimentos do tempo e do espaço onde o tempo é abolido, o espaço perde os limites onde o espaço não tem limites, o tempo é abolido assim o deserto nos conduz às fronteiras do tempo-espaço a sede do dia pouca coisa interessa ao caminhante salvo o encontro com a fonte. HAMILTON NO DESERTO você não se deita duas vezes sobre a mesma duna o sangue a pulsar nas veias os pés-de-vento nas areias o tempo tudo transforma, tudo modifica o mundo que está vindo a ser Já não é mais o que era antes chega-se ao deserto no dia em que se descobre que sempre se esteve ali , e o que nos escondia o deserto? Um certo conforto um certo esquecimento mas lá estava ele FIEL, E TENAZ HAMILTON Partir para o deserto é partir para o mais longe de si mesmo e dali depois voltar para o mais perto adereços e ornamentos , dispensáveis não têm vez no deserto, pois, para atravessá-lo, apenas do essencial não se deve prescindir e, nessa travessia, o que vem a ser essencial? HAMILTON Essencial é recordar a lição da flor de lótus, que, em meio ao lamaçal do pântano, emerge límpida e resplandecente. Essencial é cultivar um coração puro e radiante, tal qual a flor de lótus. O essencial em geral tem a ver com a simplicidade, estando ao alcance de quem o queira buscar. Simplicidade como beber água direto na nascente, com a concha formada pela palma das mãos vazias. Mãos limpas e abertas são necessárias àqueles que almejam alcançar a Fonte. Essencial é a sede espiritual. A água límpida da Nascente vivifica, dignifica, purifica... HAMILTON Essencial é compartilhar os bens e os dons com os quais fomos agraciados pela Vida. Compartilhar o nosso excedente com aquele que se encontra privado do necessário. “Não se enriquece sendo miserável; ninguém empobrece sendo generoso.” antigo ditado oriental Essencial é respeitar e proteger a vida, em todas as suas manifestações. Essencial é buscar o conhecimento, o saber. Essencial é o amor. Amar tem mais a ver com “encontrar” do que com “escolher”. E ao se compartilhar sonhos e anseios, dores e alegrias, o mundo se torna mais leve. Essencial é a família. HAMILTON Não nos é dado escolher a família onde nascemos..., ...mas está nas nossas mãos o cultivo de relações familiares harmoniosas, amando, quando possível, perdoando, sempre que necessário. “Uma família feliz nada mais é que o paraíso antecipado.” Essencial é recordar que, apesar de todas as aparentes diferenças, - de raça, credo, idioma... ...pertencemos todos a uma única família, - a família humana..., ...e que todos compartilhamos os mesmos anseios por dignidade, liberdade e uma vida plena. Somos todos raios de uma mesma Luz, ecos de uma mesma Voz..., ...navegantes do mesmo mar da Vida. Essencial é proteger a infância. Essencial é garantir as condições necessárias para que toda criança desenvolva seu pleno potencial, físico, mental, emocional, social, espiritual... H A M I L T O N Essencial é recordar que as crianças têm muito mais para ensinar do que aprender, Essencial é saber ver, querer ouvir. Essencial é o devido respeito aos idosos. Essencial é fazer sábio uso do vigor da juventude... Essencial é amparar o enfermo, socorrer o necessitado. Essencial é não permitir que a rotina nos torne alheios aos mistérios e encantos que a vida entesoura. Antes das tantas cidades erguidas, o que havia, senão o deserto? Essencial é não esquecer as lições do deserto. HAMILTON A lição de seguir adiante, de não se deixar abater diante do vento abrasador, do calor escaldante, das noites sem luar. A lição da fugacidade e da fragilidade da existência humana, a nos recordar a todo instante de quão delicada e breve é a nossa passagem terrena. A busca por sentido por algo que transcenda as cores e as formas efêmeras, por algo maior do que as miudezas do dia-a-dia “O que é o homem?”, “O que é o mundo?”, Perguntavam-se os antigos povos do deserto. -“Uma gota de orvalho na borda de um cântaro” Diria mais tarde o profeta Isaías. HAMILTON Uma gota de orvalho que se desvanece mais célere ainda sob o sol do deserto. O deserto nos ensina a ver a claridade que há no olhar da criança, e a luminosidade, no olhar do ancião. Uma luz que viu e atravessou a noite, uma inocência que nada ignora das durezas e dos esplendores da existência. O caminhante que resolve percorrer a imensidão e o silêncio do deserto, em direção ao Infinito, não embarca numa empreitada de aniquilamento. Antes, haverá de reatar os laços com aquilo que o ser humano tem de Eterno, e que se achavam velados pelas ocupações e preocupações do tempo. HAMILTON HAMILTON “O mundo é a extremamente pesada presença das coisas, onde se sente por vezes a demasiadamente viva ausência de Deus...” “O deserto é a extremamente dura ausência das coisas, onde se sente às vezes a demasiadamente doce presença de Deus” Jean-Yves Leloup HAMILTON Hamilton Slide Formatação Hamilton Música Chris Issac Twin Peaks Theme Facilitador: http://www.powermensagens.com