Aulão
de
Literatura
- Valéria Lima -
Geração
do
deserto
- Guido Wilmar Sassi -
O AUTOR
• Guido Wilmar Sassi nasceu na cidade de Lages e foi
criado em Campos Novos (SC), tendo posteriormente
residido nas capitais paulista e carioca.
• No contexto da obra sua posição é amarga,
registrando o inconformismo de um escritor sensível
aos maléficos passos do homem na trilha da
destruição da natureza e dos seres que dela
dependem.
Geração do Deserto
AUTOR: Guido Wilmar Sassi
ESCOLA LITERÁRIA: Literatura Contemporânea
Catarinense
ANO DE PUBLICAÇÃO: 1964
GÊNERO: Romance
TEMA: Guerra do Contestado
NARRAÇÃO: 3ª pessoa
Geração do Deserto
PERSONAGENS
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São João Maria de Agostinho – o monge
Juca Tavares – defensor dos direitos de Santa Catarina
Elias de Morais – comerciante
Tavinho – o cego
Tibúrcio Ribas – leproso e abandonado pela família
São José Maria – encarnação de São João Maria –
Miguel Lucena de Boaventura
José de Souza – fugitivo da cadeia – “Urgel de Danoa”
Negro Vitorino – agregado do coronel Tidico
Gasparino Melo – serralheiro – “Jofre”
Rosinha – esposa de Gasparino
Deco – filho de Rosinha
Geração do Deserto
PERSONAGENS
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Mané Rengo – manquitola e corcunda
Luzia – esposa de Mané Rengo
Delminda - parteira
Coronel Ananias – desonrou Natalina, filha de Delminda
Lauro – rapaz que ficou aos cuidados da velha Delminda
Chico Ventura – amigo de Tavares
O coronel Medeiros
Aparício Borges – Coco – “Oliveiros”
Aristides Mota – “Ricarte Branco”
Lauro Machado de Oliveira – “Oliveiros”
O negro Vitorino – “Ricarte Preto”
Coronel Henriquinho de Almeida – compadre do monge
Rosinha
Geração do Deserto
PERSONAGENS
• Barnabé – antigo amigo de José Maria
• Euzébio Ferreira dos Santos – amigo de José Maria
• A velha Zeferina Papuda e o filho Nenê– caçadores de
tesouro
• Euzébio Ferreira dos Santos – amigo do monge
• Teodora – filha de Euzébio
• Manuel Ferreira dos Santos – filho de Euzébio
• D. Rocha Alves – fazendeiro
• Júlia
• Daniel – Pares de São José Maria
• Gegé – Pares
• Carolina – esposa de Gegé
Geração do Deserto
ESTRUTURA DA OBRA
•
O autor aborda na narrativa a conhecida Guerra do
Contestado, evento ocorrido entre 1912 e 1916,
envolvendo aproximadamente 20 mil caboclos (pelados),
contra as forças constituídas do Governo Federal e
Estadual (peludos). A batalha recebeu esse nome por ter
sido travada na região de disputa territorial entre os
Estados do Paraná e Santa Catarina, sendo que cidades
como Caçador, Lages e Canoinhas (SC), ainda guardam
vestígios do conflito.
Geração do Deserto
ESTRUTURA DA OBRA
• Prólogo: - Esboça o contexto histórico do Contestado,
em que expõe o início da construção da ferrovia
- A obra foi concluída em 1910 e compreendia os
trechos entre os rios Iguaçu e Uruguai,
seguindo pela bacia do Rio do Peixe.
- Para a exploração da madeira ao longo da linha,
a empresa americana criou a Southern Brazil
Lumber Company.
- Aos trabalhadores eram prometidos
casa, comida e alto salário.
- Promessa não cumprida, muitos se juntaram ao
monge José Maria.
Geração do Deserto
ESTRUTURA DA OBRA
Prólogo - A obra apresenta o confronto entre o homem
e o homem.
- Isto é: não mais o homem e a natureza
somente, mas o homem e as estruturas sociais que
manipulam a natureza em favor dos detentores de um
poder
econômico, revertendo-a em prejuízo e
sofrimento para o mais fraco.
- Há a reconstrução de um espaço físico e de
um homem que se incorpora a este espaço,
conscientemente estrutura os elementos que anulam os
limites geográficos e determinam a aproximação entre
todas as criaturas de qualquer lugar, destituídas de
poder econômico e vítimas da exploração.
Geração do Deserto
ESTRUTURA DA OBRA
A exploração das classes populares pelos grupos
sociais detentores do poder, bem como o
envolvimento com o problema da extração da
madeira, aí configurado como elemento que
proporciona os principais conflitos abordados no
romance.
• Montando o painel narrativo a partir de pequenos
blocos, a elaboração ficcional da Guerra do
Contestado conforme o traçado registrado pela
historiografia.
• A obra se torna, ao lado do anterior, uma espécie de
documento historiográfico.
•
Geração do Deserto
ESTRUTURA DA OBRA
• As multinacionais têm sido responsáveis por grandes
crises econômicas e sociais ocorridas em território
nacional. Destruindo a estabilidade do ritmo natural da
evolução social, alteram o sistema de vida das comunidades
e, no caso do Contestado, geram a revolta dos caboclos,
uma vez que passam a competir com eles na exploração da
madeira, explorando-os e os destruindo.
• A obra traz o conflito social de caráter messiânico,
liderado por José Maria, revelando a memória dos fatos
que são desagradáveis à história política do estado e do
país.
Geração do Deserto
ESTRUTURA DA OBRA
• As personagens do romance conservam seus nomes
históricos, mas o tratamento ficcional que recebem
denuncia sua individualidade e revela os interesses pessoais
que as fazem agir em função do grupo.
• Desvela os interesses particulares de cada personagem,
revelando os abusos do autoritarismo, as torturas e as
violências praticadas em benefício próprio, mas sob o manto
da religião e da causa.
•Igualmente relevante é a importância que o espaço
geográfico assume a narrativa, não apenas como o habitat
ao qual se ajustam os personagens mas também como polo
de convergência destas personagens.
Geração do Deserto
Narrativa
• A obra é dividida em quatro partes:
• 1ª parte – IRANI
•O aparecimento e sumiço do monge São João Maria
•As fronteiras entre os Estados de Paraná e Santa Catarina
trazem desordem na cidade.
•Construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande
•Concessão de terras que o Governo fez à Companhia
Lumber
•A vinda do suposto irmão de São João Maria, José Maria.
•Formação dos Pares de França.
• A morte do monge José Maria.
Geração do Deserto
Narrativa
• 2ª parte – TAQUARUÇU
•O povo seguiu para Taquaruçu em busca de esperança.
•A escolha de um novo chefe Manuel Ferreira dos Santos.
•Deposto Manuel, a escolha de um novo Imperador dos
jagunços, D. Rocha Alves.
•Chegada de armas, munições, mantimentos,
roupas...chegada a hora da luta.
Geração do Deserto
Narrativa
• 3ª Parte – CARAGUATÁ
•A chegada dos fugitivos em Caraguatá.
•Elias é reconhecido pelos fanáticos como um chefe único,
guardião dos livros.
•A virgem Ana.
•A rivalidade de Gegé e Daniel.
•A angústia de Ricarte Branco.
•O ataque contra Caraguatá
Geração do Deserto
Narrativa
• 4ª parte – SANTA MARIA
•Os fugitivos procuraram abrigo e esperança em Santa
Maria.
•Os peludos faziam pressão ao norte de Santa Maria.
•Tavinho e Tibúrcio
•E recomeça a guerra...
Geração do Deserto
CRITICA
• A natureza é espectadora de tais conflitos humanos.
•Guido Wilmar Sassi recria a mentalidade dos caboclos,
seus hábitos, crenças e atividades.
• Recupera um homem típico do oeste catarinense, porém
num momento crítico, o que amplia sua complexidade devido
às dimensões sociais e econômicas dos problemas que vive.
Geração do Deserto
LINGUAGEM - TEMPO
• A pesquisa e a fidelidade da história comandam o
percurso do episódio bélico narrado, mas acima disto está a
elaboração estética que, numa linguagem objetiva,
obediente a uma cronologia linear.
•A despeito de alguns flashbacks - e à fragmentação
operada pela montagem de cenas curtas em que se alternam
pontos de vista diferentes, determina efeitos ficcionais.
Geração do Deserto
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