Tingimento sem água - Parte 1
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Tingimento sem água - Parte 1
Publicada a: 30/01/2014
Fonte: just-style.com
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A pressão dos grupos ambientalistas para reduzir os enormes volumes de água utilizados no tingimento
têxtil tem levado a uma série de desenvolvimentos na tecnologia de tingimento sem água. Com Nike e
Adidas entre os primeiros a adotar o novo processo, permanecem as dúvidas sobre esta solução.
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Sediado em Banguecoque, o The Yeh Group, produtor de malhas e de sportswear, é considerado a
primeira empresa a lançar uma gama tingida pelo processo de tingimento sem água há mais de três anos
atrás. A tecnologia substitui a água por CO2 reciclável, reduzindo assim o consumo de energia e
eliminando a necessidade de produtos químicos adicionais.
De acordo com Jay Bolus, vice-presidente de operações técnicas na McDonough Braungart Design
Chemistry, o processo funciona colocando o dióxido de carbono a uma pressão de 1.100 Psi (75,8 bar),
transformando-o em CO2 supercrítico. Isto significa que passa a possuir as propriedades de um líquido e
um gás.
A tecnologia já existia há algum tempo antes dos lançamentos de produtos pela Adidas e a Nike, mas os
problemas relacionados com a adequabilidade das matérias corantes, elevados níveis de consumo de
energia e eficiência de tingimento tinham travado a evolução.
No entanto, as vantagens do novo processo estão a tornar-se evidentes. Quando o CO2 arrefece e regressa
ao seu estado gasoso, 95% pode ser reciclado. A tecnologia também produz até 50% a 75% menos
emissões de dióxido de carbono, sem a necessidade de aditivos adicionais e o vestuário seca mais
rapidamente. E, claro, não é utilizada água no processo e há quase zero resíduos. O tingimento sem água
também poderá levar a uma menor pegada de carbono – de acordo com a Adidas, é necessário um Mar
Mediterrâneo a cada dois anos para tingir a roupa do mundo.
Para o poliéster em particular, material para o qual a tecnologia está atualmente limitada, um tecido requer
100 a 150 litros de água por quilograma no tingimento. Segundo a Nike, as suas fábricas têxteis
subcontratadas consomem cerca de 11,4 mil milhões de litros de água por ano para processar o poliéster e
o algodão para os seus produtos e a própria Nike gasta 1.230,3 milhões de litros de água adicionais.
Não é de admirar, portanto, que duas das maiores empresas de vestuário de desporto globais estejam
ansiosas por implementar esta tecnologia nos seus sistemas de produção, a fim de economizar água,
energia e contrariar as alterações climatéricas. Estar na linha da frente em termos de inovação é crucial
para as empresas deste porte, mas a pressão de grupos ambientalistas como a Greenpeace – para eliminar
a descarga de produtos químicos perigosos ao longo das cadeias de aprovisionamento – tornou-se também
uma prioridade.
A Adidas foi a primeira marca a introduzir o DryDye em 2012, com uma coleção limitada de 50.000
t-shirts e, desde então, tem vindo a ampliar as gamas e categorias de produtos. Em junho de 2013, a marca
germânica revelou ter utilizado mais de 0,9 milhões de metros de tecido DryDye, produzido pelo Yeh
Group na Tailândia tingido pelo processo sem água.
A Nike, que segundo divulgou tem vindo a explorar esta tecnologia ao longo dos últimos oito anos,
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juntou-se à holandesa DyeCoo Textile Systems em 2012 e, em dezembro de 2013, anunciou planos para
lançar, no início deste ano, produtos de sportswear fabricados através do processo ColorDry. O tecido está
a ser produzido numa nova tinturaria isenta de água, que foi inaugurada em Taiwan no passado mês de
dezembro.
Por detrás desta tecnologia encontra-se a Huntsman Textile Effects. Esta empresa de soluções têxteis
estabeleceu uma parceria com a DyeCoo Textile Systems em outubro de 2012 para desenvolver e
fomentar a tecnologia. Ian Burnell, diretor de alianças tecnológicas na Huntsman, fez questão de destacar
os benefícios do processo. Burnell descreveu-o como uma revolução, não existindo até à data sistemas
como este no mercado. «Do ponto de vista da inovação, para nós, é uma excelente oportunidade para
trabalhar novos químicos, que estão focalizados atualmente em torno do poliéster, mas, em seguida, serão
trabalhados no sentido da poliamida e do algodão», acrescentou.
A segunda parte deste artigo analisa as desvantagens e as dúvidas que persistem sobre a utilização da
tecnologia de tingimento sem água.
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