XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012
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FORMAÇÃO DE PROFESSORES COM BASE EM CENÁRIOS PARA INCLUSÃO
DE LAPTOPS EDUCACIONAIS EM UMA ESCOLA PÚBLICA
FLÁVIA LINHALIS ARANTES
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
RESUMO
Neste artigo apresento uma dinâmica para inclusão de laptops educacionais em uma escola
pública do município de Campinas. A dinâmica foi voltada para formação dos professores
da escola, com base em cenários educacionais propostos pelos próprios professores
considerando o uso do laptop XO. Os cenários buscaram aliar o uso e aprendizado técnico
do laptop XO aos propósitos pedagógicos dos professores. A realização da dinâmica com
base nos cenários permitiu aos professores vislumbrar questões técnicas e pedagógicas,
bem como dificuldades e perspectivas para iniciar os trabalhos com os laptops em sala de
aula.
PALAVRAS-CHAVE
laptop,
cenários
educacionais,
formação
de
professores
INTRODUÇÃO
Muitos governos ao redor do mundo já distribuíram ou têm como objetivo
disseminar laptops para crianças em escolas. Em algumas escolas particulares, o tablet já
faz parte da lista de material escolar. A compra de laptops e tablets para alunos do ensino
básico é talvez o mais recente exemplo do entusiasmo com a inclusão de Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs) no ambiente escolar.
Os números apresentados pelos governos sobre a inserção de laptops educacionais
em escolas públicas são expressivos, como a compra de: 500.000 unidades pelo governo
português para uso no Projeto Magalhães; 513.204 unidades no Peru para uso no âmbito do
Programa Una Laptop por Nino; e 150.000 unidades do laptop XO no Uruguai (Kraemer et.
al., 2009). O projeto que, de certo modo, inspirou este movimento – One Laptop Per Child
(OLPC, 2012) – não tem a escola como espaço privilegiado para o uso de seu laptop,
conhecido como laptop XO.
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No Brasil, a inserção de laptops de baixo custo tem sido feita através de um projeto
do governo federal chamado Um Computador por Aluno (UCA, 2012). O UCA começou
como um Pré-Piloto em cinco escolas dispersas pelo país, sendo que duas utilizaram o
laptop ClassMate (representado pela empresa brasileira Positivo), uma utilizou o laptop
Mobilis (representado pela Encore, Índia), e duas outras utilizaram o laptop XO. A segunda
fase começou em Maio de 2010 – chamada de fase Piloto – e envolveu a distribuição de
150.000 ClassMate para 300 escolas ao redor do país. Em uma sequência dessa fase, seis
cidades receberam laptops para todas as suas escolas públicas (chamadas UCA-total).
Além das escolas supramencionadas, outras quatro receberam laptops XO através de
acordos ou doações. Até meados de 2011, 3.013 unidades do laptop XO já haviam sido
distribuídas para os projetos em seis escolas: duas no estado de São Paulo, duas no Rio
Grande do Sul, uma em Santa Catarina, e uma no Ceará. Dados atualizados sobre doações
dos laptops XO no Brasil podem ser consultados em: http://www.olpc.org.br.
Os esforços dos governos e das escolas para a inclusão dessas TICs no ambiente
escolar demanda atenção para novas práticas pedagógicas com impactos no aprendizado
dos alunos. O Projeto XO (XO Unicamp, 2012), já em andamento no IC (Instituto de
Computação) e no NIED (Núcleo de Informática Aplicada à Educação) da UNICAMP,
considera uma metodologia social, com participação de toda a comunidade da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Padre Emílio Miotti, no município de Campinas (SP),
para a inclusão do laptop XO nas práticas pedagógicas da referida escola.
A comunidade escolar é representada em diferentes momentos por estudantes, seus
pais, professores e funcionários da escola. Os membros dessa comunidade participam
ativamente no processo de criação de soluções para inserção dos laptops na escola, partindo
do contexto de uso da tecnologia na escola e na comunidade. Neste artigo, uma dinâmica
realizada no contexto do Projeto XO é apresentada. Os pesquisadores do projeto
desenvolveram a dinâmica em meio a outras atividades voltadas para formação dos
professores, com base em cenários educacionais propostos pelos próprios professores
considerando o uso do laptop XO.
Este artigo está organizado da seguinte maneira: Primeiramente apresento a
definição dos cenários educacionais, que aconteceu durante uma oficina de trabalho do
Projeto XO. Em seguida, descrevo a realização de uma dinâmica com base nos cenários,
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com o objetivo de promover a formação dos professores visando o uso dos laptops em sala
de aula. O contato dos professores com o laptop para realização dos cenários é avaliado
pelos professores, com o objetivo de identificar possíveis dificuldades para usar essa
tecnologia com os alunos. Por fim, descrevo as impressões dos professores depois do
primeiro contato dos laptops com seus alunos; e como a dinâmica de formação com base
nos cenários ajudou nesse primeiro contato.
DEFINIÇÃO DOS CENÁRIOS PELOS PROFESSORES
A metodologia adotada no Projeto XO (Baranauskas, 2009) endereça a construção de
significados de uma maneira participativa, integrada à comunidade escolar. A análise
inicial do contexto organizacional e social do Projeto, obtida por meio de artefatos
utilizados nas primeiras oficinas na escola (Baranauskas, 2009; Amiel et. al., 2011),
apontou a necessidade de situar o uso dos laptops na realidade socio-educacional da
comunidade. Por essa razão, os pesquisadores do projeto solicitaram que a comunidade
escolar imaginasse um cenário educacional – incluindo o laptop – com definição dos atores,
localização, ações e objetivo do cenário. Como resultado, oito cenários potenciais para uso
educacional do XO foram criados, considerando restrições da escola, recursos e objetivos
pedagógicos. Os cenários foram propostos pelos professores e buscaram aliar o uso e
aprendizado técnico da operação do XO aos seus propósitos pedagógicos.
Os pesquisadores analisaram os oito cenários propostos pela comunidade escolar e
sugeriram trabalhar quatro deles em uma dinâmica para formação dos professores, com o
objetivo de preparar os professores para trabalhar os cenários com os alunos. Os cenários
escolhidos para a dinâmica foram: “O Bairro na Cidade”; “Explorando o Ambiente da
Escola”; “Casa do Aluno Consumo” e “Oficina de Locutores de Rádio”.
Os quatro cenários selecionados foram discutidos com os professores. Como a
comunidade escolar ainda estava insegura sobre deixar os estudantes levarem os laptops
para fora da escola, os professores decidiram não trabalhar o cenário “O Bairro na Cidade”
naquele momento, pois o mesmo implicava que os alunos poderiam levar os laptops para
fora da escola. Ficou decidido que os outros três cenários seriam explorados em uma
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dinâmica na oficina seguinte. A seguir é apresentado um resumo de objetivos operacionais
de cada cenário (C1, C2 e C3):
− C1: O objetivo desse cenário era tirar fotos dos ambientes da escola, da fauna e da flora
existentes nas áreas externas da escola. Os alunos do 1o ao 3o ano do ensino básico
deveriam escrever frases ou textos sobre os animais e plantas fotografados, enquanto os
alunos dos 4os e 5os anos deveriam discutir regras sobre o uso das áreas comuns da
escola.
− C2: O objetivo deste cenário era a análise da composição dos produtos industrializados
disponíveis nas casas dos alunos (dando prioridade a gêneros alimentícios). Atenção
especial seria dada à terminologia em inglês disponível na composição dos produtos.
Em posse dos dados, os alunos criariam um documento com a foto do produto, texto
explicativo e traduções dos termos.
− C3: O objetivo desse cenário era trabalhar alguns aplicativos, de forma integrada. A
ideia era que ao final da oficina os professores tivessem produzido um documento que
contivesse texto, planilha, gráficos e imagens.
Duas semanas antes da realização da oficina com a dinâmica dos cenários, a escola
recebeu seus primeiros 50 laptops (sendo 30 para os professores explorarem livremente) do
lote total de 512 unidades.
FORMAÇÃO DOS PROFESSORES COM BASE NOS CENÁRIOS
Participaram da oficina 28 professores da escola, além de 8 pesquisadores do NIED.
A dinâmica para formação dos professores com base dos cenários ocorreu, resumidamente,
da seguinte forma: os participantes foram distribuídos nos três diferentes cenários,
conforme planejamento dos próprios professores para trabalho futuro com seus alunos.
Cada grupo contou com a mediação de um pesquisador e foi auxiliado por outros
pesquisadores facilitadores. A Tabela 1 resume informação sobre essa distribuição de
cenários.
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Antes da realização da oficina, os pesquisadores propuseram um roteiro para cada
cenário com o objetivo de antecipar e documentar os possíveis desafios técnicos e
pedagógicos que poderiam ser encontrados durante a condução da oficina. Durante a
execução do roteiro no momento da dinâmica, os professores foram encorajados a ensinar
uns aos outros e a pedir ajuda do facilitador – um pesquisador do Projeto – apenas se não
conseguissem realizar a tarefa. O roteiro para o cenário 1, por exemplo, foi o seguinte:
1) Ir para o pátio da escola.
2) Fotografar algumas plantas e animais.
3) Criar um novo documento de texto.
4) Criar uma tabela.
5) Inserir as fotos na tabela com textos explicativos.
6) Compartilhar os documentos em duplas, utilizando a rede do XO.
7) Salvar o documento no pen drive.
Os demais cenários também tiveram suas atividades descritas em roteiros, que podem ser
encontrados em Miranda et. at. (2011a).
Ao final da realização da dinâmica de formação com base nos cenários, os
pesquisadores passaram um questionário para ser respondido por todos os professores que
participaram da formação. A breve avaliação continha 5 perguntas fechadas e 4 abertas. A
primeira parte teve como objetivo capturar um “marco zero” para o projeto, em relação ao
uso de tecnologias de informação e comunicação pelos envolvidos, avaliando a frequência
de uso do computador pelos professores e o nível de conforto inicial dos mesmos com o
XO. A segunda parte teve como objetivo avaliar a dinâmica em si, proporcionando
subsídios e ideias para futuras oficinas. O questionário pode ser obtido na íntegra em
Miranda et. at. (2011a).
São apresentadas primeiramente análises específicas para o cenário 1 de acordo com
os questionário respondido pelos professores, apresentando depois uma análise da oficina
como um todo. As análises dos demais cenários, bem como as respostas ao questionário,
podem ser obtidas em Miranda et. at. (2011a).
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ANÁLISE DO CENÁRIO 1
Ao iniciar as atividades propostas para o cenário 1, dados os limites de tempo da
oficina, os professores disseram que preferiam tirar fotos deles próprios nos ambientes da
escola, ao invés de fotografar as plantas e os animais pelo entorno da escola.
A maioria dos professores não havia explorado o XO individualmente em atividades
formais anteriormente e, por isso, não sabiam realizar a maior parte das atividades
operacionais propostas para o cenário. Eles realizaram as atividades em duplas e ensinaram
uns aos outros o uso da câmera e do editor de textos. Somente pediam ajuda ao mediador
quando não conseguiam realizar a atividade. Com ajuda mútua, todos os professores
conseguiram tirar uma foto, criar um documento e importar a foto para o documento.
Poucos conseguiram editar um documento colaborativamente na rede do laptop XO.
A colaboração entre os participantes foi apontada como o elemento mais importante
da oficina. A falta de tempo foi apontada como o elemento mais negativo. Segundo os
professores, a maior barreira para realizar o cenário com os alunos é o fato de existir apenas
um professor em sala de aula para sanar as dúvidas de cerca de 30 alunos; a falta de
domínio das ferramentas e a lentidão do XO também foram apontadas como possíveis
dificuldades para realizar o cenário com os alunos. A falta de familiaridade com o sistema
operacional do XO (Sugar), com os aplicativos do XO e a falta da tecla "Caps lock" no
teclado foram apontadas como possíveis dificuldades dos alunos.
Durante a execução do cenário, muitas máquinas travaram devido ao excesso de
atividades abertas (cinco ou mais). Outra dificuldade técnica se deu no momento de
localizar os colegas na rede, praticamente todos os professores se confundiam por não
conseguirem identificar o nome e as cores dos demais companheiros. Por fim, houve
dificuldade para salvar os resultados no pen-drive, apenas um resultado foi salvo com
sucesso.
Depois da dinâmica, as principais recomendações apontadas pelos professores para
a realização do cenário 1 com os alunos foram as seguintes:
− Iniciar um FAQ com as principais dúvidas dos professores e distribuí-lo impresso.
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− Investigar a possibilidade de utilizar a funcionalidade “CAPS-LOCK” no XO, pois as
crianças em fase de alfabetização utilizam muito as letras maiúsculas.
− Evitar o uso de múltiplos programas ao mesmo tempo. Incluir no FAQ a recomendação
de “PARAR” programas que não estão em uso, e explicar como verificar quais
programas estão rodando.
− Explicar detalhadamente como gravar dados no pen-drive.
− Fazer um tutorial sobre como entrar na rede do XO, identificar os ícones dos colegas na
rede e como iniciar uma atividade colaborativa no editor de textos.
ANÁLISE DOS RESULTADOS DA OFICINA
Houve muita dificuldade para utilizar a rede do laptop XO – a maioria dos
professores nunca havia compartilhado um documento. Alguns laptops descarregaram e
tiverem que ser carregados durante a dinâmica. As réguas (para carregamento das baterias
dos laptops) não estavam próximas aos professores, o que dificultou o carregamento.
As avaliações foram completadas por professores nos últimos minutos da oficina.
Um total de 21 docentes responderam ao questionário. Os dados apontam que a maioria dos
docentes havia explorado anteriormente o XO por menos de 3 horas sozinho (N=14). O
número diminui (N=8) quando se pergunta sobre exploração com outro professor(a), sendo
que a maioria (N=13) indicou não ter feito uso algum do XO com outros professores
anteriormente. Somente um docente indicou ter feito breve (1-3 horas) uso com alunos. A
quase totalidade de docentes indicou fazer uso do XO com outras pessoas sendo que
metade indiciou usá-lo por 1-3 horas (N=10) e a outra metade (N=10) por 4-6 horas.
Como os docentes já tinham acesso aos computadores por aproximadamente duas
semanas, se esperava maior experimentação individual ou coletiva do XO. Os dados
referentes à utilização com terceiros (por exemplo, em casa) apontam para um interesse em
compartilhar o computador com membros da comunidade. A Figura 1 mostra o resultado
do nível de conforto dos professores com relação a usar o XO com seus alunos. Espera-se
que o nível de conforto com o laptop cresça à medida que os docentes façam uso
continuado ou sistemático do mesmo.
A Figura 2 mostra o quanto os professores haviam praticado o uso do laptop
(estimado, em horas) em quatro categorias: sozinhos, com outro professor(a), com
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alunos(as), ou com outras pessoas (em casa, etc.). Os professores indicam fazer pouco uso
do laptop, sendo que na maior parte o fizeram sozinhos: pouco menos de 70% relataram ter
feito uso por 1-3 horas. Não se esperava que os professores tivessem feito uso do laptop
com os alunos, já que as atividades até então foram exploratórias (um docente relatou ter
feito uso do computador com alunos). Por último podemos ressaltar que pouco mais da
metade dos professores fez uso do laptop com outros professores e em casa, indicando uma
colaboração incipiente entre docentes, e uma exploração do laptop com pessoas fora do
ambiente escolar.
ATIVIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS COM ALUNOS
Na semana seguinte à oficina descrita na seção anterior, a escola recebeu mais 120
laptops, os quais foram utilizados para os professores realizarem os cenários com os alunos.
O objetivo desta seção é relatar as impressões dos professores sobre o primeiro contato dos
alunos com o laptop, bem como apresentar suas dificuldades e expectativas.
De acordo com os professores, os alunos ficaram bastante motivados, inclusive
aqueles que apresentavam problemas de disciplina/comportamento. São descritos, a seguir,
os principais pontos positivos, dificuldades e perspectivas futuras dos professores nesse
primeiro momento de uso dos laptops em sala de aula. Resultados detalhados desses usos
estão disponíveis em Miranda et. al. (2011b; 2011c):
Dificuldades: os professores encontraram alguns problemas operacionais, tais como a
grande quantidade de laptops e o carregamento das baterias dos mesmos. A lentidão do
XO, o travamento de alguns programas e a dificuldade para salvar documentos também
atrapalharam a realização de algumas atividades. Os professores disseram que o
conhecimento sobre as possibilidades da máquina ainda é pequeno e precisa ser mais
explorado.
Pontos positivos: os professores acharam que a dinâmica dos cenários e a forma como foi
conduzida pelos pesquisadores foi de fundamental importância para seu envolvimento e
motivação. Os professores também apontaram a presença e participação de um estagiário
de informática na escola, durante a realização das atividades, como muito importante para
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seu bom andamento. Ter começado com poucos laptops também facilitou o trabalho. Outro
ponto que merece destaque foi a troca de experiência e conhecimento entre alunos e
professores nas atividades com os laptops. Os professores começaram a vislumbrar o que
pode ser trabalhado com o uso dos laptops.
Perspectivas: Os professores e a direção propuseram uma sistematização de tempo para
planejamento coletivo do trabalho a ser realizado com os laptops. Eles pretendiam ampliar
as propostas de trabalho pedagógico, bem como incluir atividades com as famílias e outros
profissionais da escola. A regularização do acesso à Internet na escola e melhorias das
condições operacionais para uso dos laptops também foram assuntos em pauta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A metodologia participativa que está sendo utilizada no Projeto XO (Amiel et. al.,
2011) conduziu a um entendimento compartilhado com a comunidade escolar, i.e.,
professores, alunos, pais, direção e funcionários da escola, o que permitiu identificar
algumas das necessidades e soluções dessa comunidade para o uso dos laptops. Um
exemplo disso foi a identificação compartilhada dos cenários, que permitiu vislumbrar
questões técnicas e pedagógicas, para iniciar os trabalhos com os laptops em sala de aula.
A realização dos cenários mostrou à equipe de pesquisadores que a apropriação do
laptop XO como tecnologia educacional está acontecendo conforme o projeto avança, de
uma maneira a articular questões técnicas e educacionais. Por exemplo, a capacitação dos
professores está acontecendo em conjunto com as atividades com os alunos e outros
interessados, ou seja, não há um momento anterior isolado para formação como observado
em outros projetos. Esta abordagem gradual e interconectada pode facilitar o uso efetivo
dos laptops por todos.
Além disso, foi identificado um nível crescente de reciprocidade – apoio mútuo –
entre professores e alunos, no que tange o projeto XO, conforme relatado pelos próprios
professores. Foi possível observar, informalmente, que a inserção do XO dentro da escola
está transformando relações entre professores e alunos, o que merece maior investigação no
futuro.
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Não existem modelos prontos e comprovados para a implementação de TICs no
ambiente escolar. Ao apresentar a abordagem dos cenários, ressalto que a mesma poderia
ser empregada para outras tecnologias educacionais, incluindo outros projetos de integração
tecnológica.
Por fim, acredito que a socialização dos resultados desse trabalho pode contribuir
com o intercâmbio de ideias com projetos semelhantes que vem sendo desenvolvidos na
América do Sul e ao redor do mundo, estendendo o alcance da discussão dentro e fora da
comunidade de Informática na Educação.
REFERÊNCIAS
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XO
na
Escola
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Fora
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http://www.nied.unicamp.br/xounicamp. Acesso em: 10/02/2012.
Disponível
em:
Tabela 1. Distribuição dos três cenários trabalhados durante a oficina.
Cenários Descrição
Participantes
Número de
Participantes
professores
o Ambiente Professores do 1o ao 12
5o ano
C1
Explorando
da Escola
C2
Casa do Aluno Consumo
C3
Oficina de Locutores de Professores do 7o ano 05
Rádio
Professores
dos 6º, 8º e 9º ano
11
Figura 1. Gráfico mostrando o quanto os professores se sentiam confortáveis para usar o
laptop ao final da oficina (Miranda et. at., 2011a).
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Figura 2. Horas dedicadas a explorar o laptop pelos professores, no período de duas
semanas, até o início da oficina (Miranda et. at., 2011a).
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