Escola de Comunicações e Artes - USP Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais Profª. Drª. Maria Christina Rizzi ENTREVISTA COM IVETA MARIA BORGES ÁVILA FERNANDES, POR RADAMÉS ALVES ROCHA “Sonho que se sonha só É um sonho que se sonha só Mas, sonho que se sonha junto, é realidade.” Prelúdio, Raul Seixas Motivados pela temática “Formação de Professores da Rede Pública”, escolhemos para a entrevista a professora arte-educadora Maria Iveta Borges Ávila Fernandes, a qual coordenou o educativo da 24ª Bienal de Arte Contemporânea de São Paulo, em 1998. Encontramo-nos em sua residência acolhedora, numa linda tarde de sol paulistana deste 07 de agosto de 2010. Relatando o seu primeiro contato com a arte se tomou de uma imagem poética da infância, as brincadeiras de músicas, onde a lembrança mais marcante foi Margarida está no Castelo. Demonstrando assim, que nossas raízes estão na cultura brasileira. Durante muito tempo, lecionou na rede pública como professora de Educação Artística e o trabalho de formação com os professores iniciou nas atividades dentro da 14ª delegacia de ensino como assistente pedagógica, realizando parcerias com o MAC, aprendeu e apreendeu através do espaço expositivo a lidar com as Artes Visuais. A priori, o convite para o projeto da 24ª Bienal foi de negação, pois nunca se tinha pensado em trabalhar em um espaço que não fosse dentro da Educação Pública. Mas depois de algumas insistências, tudo passou a ser construído em cima de um sonho expressado por uma simples pergunta à diretora do educativo Evelyn: “– Eu posso sonhar com o que eu quiser sem me preocupar com o preço de nada? Eu posso pensar o que achava que devo?” E o pode como sim, foi motivador de uma euforia de construir sonhos em realidade dentro da educação, marcando de tal maneira que não conseguia expressar tamanha alegria. A professora Iveta convida então para conceber este sonho as amigas Maria Silvia Mastrocolla de Almeida e Maria Grazzy Viena Porapolo, e então escrever todo o projeto de educação pública para a 24ª Bienal. Entre várias conversas, partiu a proposta do projeto não ser só para os professores de Arte, precisava pensar também nos assistentes pedagógicos porque eles fazem toda a relação com os outros professores das escolas, como Trabalho desenvolvido na disciplina CAP 5083 sob orientação da Profª. Drª. Maria Christina Rizzi - Coordenadora da Licenciatura em Artes Plásticas e Docente do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, ECA-USP. 1º. Semestre de 2010 Escola de Comunicações e Artes - USP Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais Profª. Drª. Maria Christina Rizzi também o professor de primeira fase do ensino fundamental. Então com o apoio da direção da Bienal, foi criado o Projeto de Educação Pública em duas vertentes. A vertente A, destinado as autoridades, diretores e assistentes pedagógicas das delegacias de ensino e a vertente B, diretamente com os professores de Arte e os de 1ª à 4ª série. A Secretaria do Estado de São Paulo possibilitou que os assistentes pedagógicos viessem à capital fazer o curso em três etapas que concluía com a visita à Bienal. Outro momento importante foi a vídeo-conferência pela cultura junto à educação organizada por várias delegacias de ensino e a Sala Educação. A Sala Educação foi o forte da 24ª Bienal, devido o espaço educativo conquistado dentro do espaço físico. Pensado em ser um lugar para acolher o professor dentro da Bienal onde ele pudesse pesquisar, para isto foi construído um pequeno acervo de doações de algumas editoras e uma videoteca, com televisão para exposição de vídeos. Alguns professores que participaram do curso foram convidados como voluntários para trabalhar na Sala Educação, como também alunos do Instituto de Artes da UNESP e da Faculdade de Educação da USP. Foi dada a possibilidade de sonhar, e só duas coisas não se realizaram. O desejo de continuidade do trabalho educativo então construído, frente ao fim da edição de uma bienal, e a ajuda de custo que não se efetivou aos colaboradores da sala educação. Sonhando e ainda acreditando, a professora Iveta vê a possibilidade nesta 29ª Bienal com a curadoria educativa coordenada pela Stella Barbieri, de perspectiva para continuidade do processo educativo pós-bienal. Vê esta concretização acontecer, porque o sonho de Stella está em conjunto com a professora Christina Rizzi de continuidade, de registro, de metas, de historiador é próprio do professor, do educador somado a muitos outros através deste projeto de memória dos educativos das bienais de arte contemporânea de São Paulo. Radamés Alves Rocha da Silva Na conclusão da Bienal, através da tabulação dos resultados foi identificado através do livro de visitas que a Salão Educação tinha atingido todo o Brasil e até mesmo outros países. O sonho aconteceu porque era uma diretoria de educação que articulava escola-bienal, e não apenas uma equipe voltada para as visitas monitoradas, como era o foco das edições anteriores. Trabalho desenvolvido na disciplina CAP 5083 sob orientação da Profª. Drª. Maria Christina Rizzi - Coordenadora da Licenciatura em Artes Plásticas e Docente do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, ECA-USP. 1º. Semestre de 2010