O D IÁLOGO
Feverei ro 2015
4ª Série, Número 14
Boletim do Centro de Recuperação do Centro de Apoio Social de Oeiras - IASFA
Fevereiro: mês dos Namorados
Corações executados por: Carlos Campos, Maria de Lourdes Costa e Maria Luísa Ramos
Nesta edição:
Editorial…………………………………….……….…..1
Línguas afiadas………………………………………..2
Perspetivas…………..……..………………………….3
Memórias……………………….……………………...4
Dia dos Namorados...…………………………….…..8
Aniversário do Sr. Capelão....…….……...…………11
Albúm Fotográfico……………………………………13
Edição:
Ana Cristina Farinha (Terapeuta Ocupacional)
Colaboração:
Cátia Gameiro (Psicóloga); Paula Duarte (Terapeuta
Ocupacional)
Contributos:
Acácio Santos (3ºpiso); Adelina Gonçalves (2ºpiso); Antónia
Bernardo (3º piso); António Graça (3ºpiso); António Matos
(3ºpiso);Armando Salavessa (2ºpiso); Carlos Campos (2º piso);
Clotilde Romão (2º piso); Emília Martins (3ºpiso); Ermelinda
Matos (3º piso); Isabel Fiúza (3ºpiso); João Freitas (3º piso); Luís
Spínola (3ºpiso);Manuel Vicente (3ºpiso); Maria de Lourdes Costa
(2ºPiso); Maria Luisa Ramos (2ºpiso); Maria Rosa Mateus
(2ºpiso); maria Celeste Mascarenhas Santos (UF1)
Colaboração especial: Lídia Saldanha da Cruz (UF1)
O Diálogo
Página 2
Línguas Afiadas
Por: João Freitas
Como se arranja dinheiro para a televisão
Não há mal que não acabe e nem bem que sempre dure, isto refirome imaginamos a quê?! Refiro-me precisamente à televisão. Em tempos,
andou-se com polémicas por causa da televisão e agora temos televisão
em todos os cantos e sítios. Até parece que estamos a navegar num mar
de rosas em que tudo é maravilha e refiro-me efetivamente, àqueles
concursos que ninguém ganha mas que toda a gente joga, dizem!
Podem-me abrir a cabeça milhares de vezes que nunca vou
compreender aquele concurso que existe em todos os canais, isto não faz
sentido num país que há um mês não tinha dinheiro para se governar.
Se o país tem tanto dinheiro, porque é que não resolvem o problema
de tantos desempregados? Parece que anda tudo doido. O Salazar não
fazia isto, por muito pouco democrático que fosse, ele não fazia isto de
certeza. Andam a enganar o pobre do desgraçado que não tem dinheiro
nem para comer. Continuo sem perceber, mas a verdade é que também
ninguém perde tempo a explicar sobre um concurso em que basta ligar
para ganhar coisa nenhuma. Devo ser muito irracional porque não consigo
ver a virtude desses programas, não acredito efetivamente, que as
pessoas ganhem alguma coisa apenas por fazerem uma chamada
telefónica.
As pessoas gostam mesmo é de ser enganadas e o povo também.
Há coisas que só sendo explicadas meia dúzia de vezes é que a pessoa
consegue compreender. De qualquer das maneiras não faz mal, porque é
o povo que paga a taxa.
O Diálogo
Página 3
Perspetivas
Nicolau Maquiavel
(por Capitão Acácio Santos)
Maquiavel, estadista, publicista, historiador e político, escreveu sobre a “arte de reinar”, de
dirigir os povos.
Deixou uma obra que ainda hoje é seguida, em muitos dos seus conselhos e advertências,
porquanto mantém toda a sua frescura, apesar de volvidos cinco séculos.
Na época atual, se a “arte de reinar” é menos complexa, uma vez que as “testas coroadas” vão
desaparecendo do mapa, até ficarem reduzidas aos quatro reis do naipe de cartas, nem por isso
a arte de dirigir os povos, mas sim, os políticos de má-fé, deixam de merecer cuidados, de
originar desgostos, frustrações e causar insónias àqueles que dia a dia vão sendo enganados.
Abstraindo da obra de Maquiavel aquilo que ela possa encerrar de enganoso, e aproveitando-a
dentro da clara visão que o seu autor tinha dos homens, das suas paixões e vícios, dos seus
pontos fracos, da conveniência de os lisonjear nas suas vaidades, a par do cuidado em lhes
talhar os limites das suas ambições, temos de concordar em que o meio político está a ser um
magnífico campo para aplicação de tais doutrinas.
O Diálogo
Página 4
Memórias da vida
profissional
Entrei para a Marinha de Guerra Portuguesa em 1946. Eu
gostei de pertencer à Marinha, porque conheci muitos
países e aprendi muito com a Marinha Portuguesa. Tirei 4
cursos, eu gostava de andar nos cursos, sentia-me bem,
pois não tinha negativas e em 2 dos cursos fui o primeiro!
Naveguei muito, mas pensava bastante na família. Era
muito chato e difícil, mas é assim mesmo, quem vai para a
Marinha tem de andar no mar. A Marinha é bem organizada,
o último curso que tirei foi o de Sargento.
António Matos, 3º piso
Fui oficial do ramo de Infantaria e o pior que recordo foi a guerra do
Ultramar, na qual andei 4 anos. Agora imaginem o número de dias e de
operações pelos quais eu tive de passar… O mais assustador foi numa
embarcação de desporto na Índia que ia afundando, o mastro caiu. As
pessoas até começaram a pensar que eu já não me safava, mas fui
salvo, porque viram o colete salva-vidas de outro rapaz que também
tinha naufragado. O melhor da minha vida militar foi ter conseguido
convencer os terroristas do meu subsector a apresentarem-se sem
armas. Nunca antes tinha existido assim uma guerra subversiva, sem
tiros, foi uma grande conquista! Consegui arranjar alimentação, abrigo e
vestuário para todos eles.
António Graça, 3º piso
O Diálogo
Página 5
Era doméstica. Gostava de
fazer tudo em casa.
Adelina Gonçalves, 2º piso
Era empregada dos CTT e
gostava muito do que fazia,
gostava de tudo.
Isabel Fiúza, 3º piso
Eu fui eletricista na Marinha. Era um ofício com coisas muito
engraçadas, mas não eram só coisas boas, havia coisas mais
arriscadas. Ainda cheguei a apanhar choques, os chamados
esticões!
Carlos Campos, 2º piso
O que recordo com mais saudade da minha vida militar é o curso de
Estado Maior das Forças Armadas, foi muito importante para mim.
Marcou-me bastante porque definiu toda a minha vida futura daí por
diante, pela progressão da carreira e pelas funções que desempenhei. O
menos bom foi quando estava em Moçambique numa missão e os
políticos entregaram tudo de “mão beijada”, como se costuma dizer. Os
próprios terroristas ficaram admirados como é que Portugal tinha entregue
aquilo, nomeadamente, Samora Machel.
Armando Salavessa, 2º piso
Era doméstica de profissão. O que gostava mais e recordo com mais
saudade era de cozinhar. Na cozinha gostava de fazer tudo. Gostava
muito de fazer papas, sobretudo de farinha de milho com mel!
Antónia Bernardo, 3º piso
O Diálogo
Página 6
Fui doméstica mas fiz pouco ou nada. Estive em Nampula e Lourenço
Marques onde tinha mainatos muito bons. Eu só cozinhava, tive muita sorte,
foram os melhores anos da minha vida! Sempre fui muito mimada, porque
tinha pessoas a trabalhar para mim. Também tive uma mercearia durante 10
anos. Nas horas livres gostava muito de fazer crochet.
Emília Martins, 3º piso
Fui dona de casa e fazia tanta coisa que nem
sei! Fazia a vida de casa e criei 5 filhos.
Ermelinda Matos, 3º piso
Já lá vão tantos anos que nem sei bem o que mais me
marcou. Foi muito duro porque fui para missões em
Guiné e Angola sem arma.
Manuel Vicente, 3º piso
O que gostei mais foi da experiência da Força Aérea, porque é sempre uma coisa
nova. O que me marcou mais foram as 3 guerras em que estive presente. Uma
guerra nunca é justa, por isso a partir daí, tudo é injusto numa guerra. Durante as
guerras troquei correspondência com 56 mulheres diferentes!
João Freitas, 3º piso
O Diálogo
Página 7
Eu fazia tudo no campo e em casa, mas o que eu
gostava mais era de ceifar trigo, cevada e aveia e
também gostava muito de fazer pão, broa e migas de
bacalhau. Não gostava nada era de estar parada!
Clotilde Romão, 2º piso
Recordo-me com muita saudade do trabalho em alta costura, o fazer
vestidos e outras peças. Eu fazia coisas muito bonitas, por exemplo, de
mangas de camisa fazia fatinhos para bebé. No Abel Pereira de
Fonseca tinha de pegar em 3 garrafões de vidro empalhados em cada
braço, não era nada fácil, era um trabalho pesado, mas também gostei
de lá trabalhar.
Maria Rosa Mateus, 2º piso
Fui músico da banda do Exército e o que recordo com mais saudade foi o facto de
tocar para os ministros em cerimónias de honra.
Luís Spínola, 3º piso
Página 8
O Diálogo
Dia dos Namorados
No SASOC, após um almoço “decorado” com
referencias aos lenços de namorados nas mesas e sacos
de talheres, a Tuna do CASO ofereceu um pequeno
concerto de músicas românticas a que assistiram
muitos beneficiários e colaboradores
O Diálogo
Página 9
Na UF2…
Os festejos do dia dos namorados começaram na véspera.
Cerca de uma dezena de utentes acompanhados pelas Terapeutas
Ocupacionais juntaram-se à Dietista e a uma cozinheira (D. Sílvia)
no 1ºpiso, para confecionarem biscoitos em forma de coração que
iriam ser servidos à sobremesa do dia seguinte.
Durante toda a atividade
foi visível o entusiasmo
com que se recordaram
outros tempos.
O Diálogo
Página 10
No dia 14 foram saboreados os biscoitos, admirados
os marcadores que decoravam as mesas do almoço e
à tarde houve Cinema.
A “Música no Coração” foi do agrado de todos os que
se deslocaram ao 1ºpiso.
O Diálogo
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ANIVERSÁRIO DO SR. CAPELÃO
Com a colaboração Sra. D. Lídia Saldanha da Cruz
“ Apesar do Aniversário do Senhor Capelão ter sido em 11 de Fevereiro, só foi festejado no dia
13 e dia 16 de Fevereiro pois, como é usual, só na 5ª Feira e Domingo, ele vem celebrar Missa.”
5ªFeira
Missa na UF2
Missa de Domingo na Capela
“A Capela estava cheia de Residentes,
Famílias e Convidados o que tornou esta
Missa cantada numa inesperada e grande
emoção para o Senhor Capelão.”
“Foi durante a Celebração do dia 16 de
Fevereiro, abrilhantada pela presença do Senhor
Director e dos membros do Coro do Casoeiras
dirigido pelo Senhor Maestro, que julgámos
apresentar uma Imagem do Menino Jesús.”
O Diálogo
Página 12
MEU DEUS
Hoje vimos agradecer-TE
Pela graça que nos deste
Pondo o Capelão Teixeira
No nosso caminho.
A sua alegria de viver contagia-nos
Aquece-nos a alma, de tal maneira
Que nos ajuda a esquecer
Tristezas e amarguras
E a encarar cada dia
Com mais esperança
Mesmo nas horas mais difíceis e duras.
Conhece-nos a todos pelo nome
E tem para todos nós
As palavras certas
Plenas de compreensão e de conforto
Que nos fazem acreditar
Que não estamos sós!
Reconhecemos nele
O amparo e o guia
Da nossa vida espiritual
E também o amigo e confidente
Que nos ouve e compreende
Sem nunca nos julgar mal
.
A sua generosidade é imensa
Para com todos os necessitados
Quer estejam perto ou longe
Ela atravessa oceanos
E chega a locais perdidos
Em longínquos continentes
Onde vivem
Outros irmãos carentes
Que nunca, por ele, são esquecidos.
Agradecemos SENHOR e pedimos pelo Padre Teixeira
Nosso grande Amigo
Que nunca o abandones
E que lhe dês Amor,
Força, coragem e Fé
Para resistir à adversidade
Que sob a TUA LUZ
Ele possa continuar a sua Missão
Amando o próximo
E divulgando a VERDADE
Que ele esteja sempre Contigo
Durante toda a sua vida
Até à ETERNIDADE!
(Maria Celeste Mascarenhas Santos)
Homenagem ao senhor Padre Teixeira
Pelo seu aniversário
Oeiras,11 de Fevereiro de 2014
HISTÓRIA RECENTE DA IMAGEM DO MENINO
JESÚS
(Por: Lídia Saldanha da Cruz)
Corria o Ano do Senhor de 2013, quando no dia 13 de
Junho – DIA DE SANTO ANTÓNIO - esta linda Imagem
do Menino Jesús, foi encontrada muito maltratada, na
Capela do Lar Académico,
num recanto onde
eventualmente existiria uma Pia Baptismal, pela Senhora
D- Maria Elvira Martins – Residente neste Centro Social
de Oeiras -.
Possuia, esta Imagem a cabeça rachada, os braços
partidos bem como os deditos das mãos e dos pés. A
coroa que possuia sobre a cabeça estava muito amolgada
e negra.
Consideramos ter sido uma Milagre de Santo António que
peregrinou neste Mundo com o Menino Jesús ao colo.
Por tal, decidimos (Senhoras Voluntárias deste Centro)
que deveríamos tentar recuperar esta Imagem e dar-lhe
toda a Dignidade que LHE é devida pois, representa o
MENINO JESÚS .
Contactámos o Instituto Ricardo Espírito Santo que
orçamentou a recuperação num valor muito alto e longe
das nossas possibilidades… Eis senão quando, surgiu
uma Amiga de outra Amiga que se prestou a colocar o
seu melhor saber e arte nesta recuperação- A Senhora D.
Maria de Lurdes Alegre – (foto em baixo). A ourivesaria
Pereira da Silva ofereceu a recuperação da coroa que é de
prata antiga preciosamente cinzelada!
Como temos Boas Vontades, lá fóra e neste Centro de
Apoio Social, foi possível vestir a Imagem com um
simples mas lindo vestidinho.
Por fim, para evitar futuros maus tratos, decidimos
entregar esta Imagem do MENINO JESÚS à Protecção
do NOSSO CAPELÃO FREI ANTÓNIO TEIXEIRA,
em 16 de Fevereiro de 2014.
O Diálogo
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Album fotográfico
Terapia Ocupacional de Grupo – 2ºpiso
Treino de destreza manual (terapia ocupacional)
Confeção de biscoitos
NO PRÓXIMO NÚMERO:
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