A INCREDULIDADE DE SCHOPENHAUER SOBRE O ENSINO DE
FILOSOFIA
Guilherme dos Santos
Orientador. Prof. Dr. Arlei de Espínola
RESUMO
O que não dizer de um filósofo notório por suas críticas ao ensino de filosofia
na universidade que num primeiro momento, devido a sua crise financeira,
pediu um posto de monitor na universidade de Berlim, valendo-se de seu título
de doutor? O que não pensar de Schopenhauer, num segundo momento, após
abandonar o ensino na universidade de Berlim por não aceitar ser menos
assistido do que o prestigiado professor Hegel que em suas aulas lotavam o
auditório? E mesmo após abandonar o ensino de filosofia, Schopenhauer
retoma a tentativa fracassada de ensinar. Diante dessa sua experiência, alguns
podem até criticá-lo em virtude de sua postura; outros elogiá-lo por entender
que, sem tal experiência, talvez não fosse possível a elaboração do seu ensaio
filosófico, intitulado Sobre a filosofia universitária. Esse trabalho se propõe
investigar a incredulidade de Schopenhauer quando à possibilidade do ensino
de filosofia nos meios acadêmicos tendo em vista o que é a verdadeira filosofia,
segundo sua perspectiva.
Palavras chave: Schopenhauer; Ensino; Filosofia
679
Embora a teologia possa ser de grande valor,
Conheço algo que ainda é sempre mais
valioso, a saber,
A honestidade – a honestidade, tanto no modo
de vida como
No pensar e ensinar: eu não a venderia por
nenhuma teologia.
(Schopenhauer
–
Sobre
a
Filosofia
Universitária)
INTRODUÇÃO
O que não dizer de um filósofo notório por suas críticas ao
ensino de filosofia na universidade que num primeiro momento, devido a sua
crise financeira, pediu um posto de monitor na universidade de Berlim, valendose de seu título de doutor? O que não pensar de Schopenhauer, num segundo
momento, após abandonar o ensino na universidade de Berlim por não aceitar
ser menos assistido do que o prestigiado professor Hegel que em suas aulas
lotavam o auditório? E mesmo após abandonar o ensino de filosofia,
Schopenhauer retoma a tentativa fracassada de ensinar. Diante dessa sua
experiência, alguns podem até criticá-lo em virtude de sua postura; outros
elogiá-lo por entender que, sem tal experiência, talvez não fosse possível a
elaboração do seu ensaio filosófico, intitulado Sobre a filosofia universitária.
Esse trabalho se propõe investigar a incredulidade de Schopenhauer quando à
possibilidade do ensino de filosofia nos meios acadêmicos tendo em vista o
que é a verdadeira filosofia, segundo sua perspectiva.
A pesquisa logo abaixo gira em torno da questão: Como é
possível o ensino de Filosofia por um órgão patrocinado pelo Estado? Já que o
ensino de filosofia esta sendo ministrado em escolas e universidades, de que
forma ela tem sido realizada? Os professores de filosofia são realmente
filósofos ou não? Isso é o que veremos um pouco nas linhas que seguem logo
abaixo.
680
1 O ENSINO DE FILOSOFIA PARA SCHOPENHAUER
O texto de Schopenhauer, Sobre a Filosofia Universitária integra
a obra Parerga e Paralipomena1chegando ao conhecimento do público em
1851 quando foi publicada, e tem como alvo de suas críticas os filósofos Fichte,
Schelling e Hegel, mas, sobretudo, sua crítica recai sobre a forma de como é
praticado o ensino de filosofia nas universidades alemãs. (WEBER, 2011, p.
127).
Para Schopenhauer o estado acaba inibindo de forma coercitiva
a liberdade necessária para o pensamento filosófico, ao ponto que um
funcionário do estado não poderia exercer irrestritamente sua liberdade, caso
houvesse, poderia perder seu cargo (SCHOPENHAUER,2001,p. XI). Tal
conhecimento torna-se lúcido quando observamos o comentarista Márcio
Suzuki dizer:
De acordo com o código geral prussiano de
1794,
universidades
e
escolas
eram
instituições estatais que só podiam ser
estabelecidas com permissão oficial. As
universidades
eram
financiadas
e
administradas pelos vários ministros da cultura.
O código geral da Prussia e a lei disciplinar de
1852 permitiam que o professor, enquanto
funcionário do governo (ordentlicher professor),
fosse processado, se tivesse, “tanto na vida
pública
como
na
vida
privada,
um
comportamento indigno de sua profissão” (Ibid,
p.XIV).
A experiência catedrática de Schopenhauer na universidade de
Berlim tornou mais vívida essa percepção negativa do ensino de filosofia no
meio acadêmico. Torna-se necessário adiantar que, entenderemos melhor sua
1
Parerga e Paralipomena: pequenos escritos filosóficos, título que pode ser traduzido aproximadamente
por “ornatos e complementos”(1851), é um conjunto de ensaios, fragmentos e aforismos que contém
diversos complementos e ilustrações da filosofia de Schopenhauer exposta em sua obra O mundo como
vontade e representação. Publicada em dois volumes, esta obra é responsável pela celebridade que
Schopenhauer alcançou na segunda metade do século XX. (Schopenhauer. Sobre a Filosofia e seu
Método, trad. Flamarion C. Ramos. – São Paulo: Hedra, 2010, p. 5).
681
ótica a respeito da distinção de um filósofo para um professor de filosofia logo
mais a frente quando abordarmos o assunto.
Schopenhauer abre seu ensaio sobre a filosofia universitária
assumindo ser benéfico para a filosofia o seu ensino nas universidades,
despertando o interesse em estudá-la pelas mentes jovens, mas avisa que
existem muitas outras vias que nos levam conhecê-la. Ao enfatizar o
conhecimento da filosofia por aqueles que têm aptidão em encontrá-la por
outras vias, Schopenhauer diz: “Qualquer livro de um filósofo autêntico que
caia nas mãos de tal pessoa será para ela um estímulo mais forte e eficaz que
a conferência de um filósofo de cátedra, tal como se apresenta hoje em dia”
(SCHOPENHAUER, 2001, p.3). Schopenhauer não deprecia um bom texto
filosófico e até recomenda como veremos mais a frente.
Schopenhauer
sugere que Platão deveria ser uma leitura
obrigatória no ginásio ou no ensino secundário para despertar o espírito
filosófico, apesar de não partilhar da mesma concepção filosófica que Platão.
Eu só estou destacando esse entendimento devido à relevância dada por
Schopenhauer no que diz respeito a importância do contato com os textos
filosóficos. Ainda sobre esse assunto, num artigo intitulado: “O diálogo com os
clássicos”, Guido confirma a dica schopenhauriana sobre a importância dos
textos filosóficos e diz:
O uso do texto elucida as diferentes tarefas
que foram atribuídas à filosofia, pois, se o
saber da verdade é algo que não é corrompido
pelo tempo, a aproximação na direção desse
saber só é feita com recorrência as várias
representações da verdade que o passado
guarda. O texto filosófico deve ser o estímulo
para as atividades docentes e discentes,
servindo de base para a determinação da
tarefa da filosofia no momento real vivido. O
texto não substitui a inquietação e a
curiosidade do professor e do aluno, ao
contrário, ele é o gerador da busca metódica
682
do saber, é a expressão do desenvolvimento
da razão no mundo. (GUIDO, 2010, p. 59).
O texto filosófico tem mais liberdade de alcance, ele não esta
amarrado aos entraves de uma instituição escolar ou universitária onde o
professor de filosofia esta restrito em sua docência a uma grade curricular, e a
uma série de questões que implica em uma pratica docente tendenciosa e
viciada conforme nos apresenta a critica feita por Arthur Schopenhauer na
filosofia universitária. O texto filosófico é importante porém é apenas um dos
caminhos que leva ao conhecimento filosófico:
Longe da resposta definitiva a história da
filosofia e o texto filosófico oferecem a certeza
de que as formas aparentes e superficiais de
saberes muito particulares não são expressões
acabadas da verdade. As diferentes definições
daquilo que é a filosofia e da sua tarefa são
estímulos para quem se dedica à investigação
filosófica. (Ibid, p. 75).
Ser filósofo não é a mesma coisa que ser leitor de textos de
filosofia, e nem muito menos é filósofo quem escreve textos sobre filosofia, o
que Schopenhauer esta nos chamando a atenção é que ser filósofo e a
verdadeira filosofia não esta limitada a esses dois domínios, instituições
educacionais e publicações de textos filosófico, mas dentre os dois, o texto
filosófico tem um apreço e uma supremacia sobre o ensino de filosofia nas
universidades e escolas. Vamos escutar mais uma vez sua crítica:
Acima de tudo, porém, fui levado pouco a
pouco à opinião de que a mencionada utilidade
da filosofia de cátedra é superada pela
desvantagem que a filosofia como profissão
traz à filosofia como livre investigação da
verdade, ou que a filosofia a serviço do
governo traz à filosofia a serviço da natureza e
da humanidade. (SCHOPENHAUER, 2001,
p.3).
683
Livre investigação da verdade é o papel da filosofia que deixa a
desejar através de uma filosofia como profissão, Platão mesmo não deixou
passar despercebida essa idéia, no livro VI da República, quando discutia com
Gláucon sobre a natureza dos filósofos, sobre quem era filósofo e quem não
era filósofo, ao que responde em seu diálogo o que caracteriza a natureza do
filósofo: “ – A aversão à mentira e a recusa em admitir voluntariamente a
falsidade, seja como for, mas antes odiá-la e pregar a verdade.” (PLATÃO,
485c).
Haja vista, que essa crítica contundente de Platão a falsidade
filosófica, condiz muito bem com a crítica schopenhaueriana, todavia, no que
diz respeito ao ensino de filosofia através da cátedra, vamos ver o que ele diz:
Mas o que pode fazer diante dessa demanda
uma marionete de cátedra nervis alienis
móbile2? O que mais se alcançará com a
outorgada filosofia de fiandeiras3 ou com ocas
construções de palavras, ou mesmo com as
verdades mais comuns e compreensíveis,
transformadas
pela
verborragia,
em
inapreensíveis flores da retórica que nada
dizem? (SCHOPENHAUER, 2001, p.18).
2 O ESTADO E O ENSINO DE FILOSOFIA
É importante lembrar aqui o desdém de Schopenhauer a
respeito de Hegel. Tal crítica em seu ensaio filosófico sobre a filosofia
universitária encontra em Hegel seu alvo principal, tendo em vista que, Hegel é
o filósofo profissional a serviço do Estado. Ao nos ajudar nessa compreensão
schopenhaueriana Weber tece o seguinte comentário:
2
“Movida por fios alheios.” Löhneysen indica que a expressão é de Horácio, Sermones,2,7,82.(N. dos T.)
Em alemão: Rockenphilosophie. Refere-se ironicamente ao saber prático das velhas que fiavam nas
ruas. Provém do título de Pretonius Philosophiacolus (1662). (N. dos T.)
3
684
O filósofo profissional é, antes de mais nada,
um funcionário. Continuará pensando quando o
que pensa contraria os princípios do Estado,
seu patrão? Mais do que isso: conseguirá
pensar com hora marcada? Nesta dimensão,
situa-se a famosa máxima schopenhaueriana
segundo a qual o filósofo profissional, antes de
promover a filosofia, dificulta o seu livre
desenvolvimento. . (WEBER, 2011, p. 128).
Essas e muitas outras perguntas giravam em torno da cabeça
de Schopenhauer, mesmo que ele também assumiu uma cátedra em Berlim,
fracassando em sua concorrência as prestigiadas aulas de Hegel, tal fato não
desmerece sua posição, além de sua filosofia ser tremendamente diferente da
filosofia de Hegel, outra diferença também era que Schopenhauer não recebia
salário (Ibid, 2011, p. 128), ademais, essa experiência frustrada do ponto de
vista docente o credencia pensar dessa forma. Analisando a posição do
professor de filosofia sobre a tutela do Estado, nosso filósofo faz o seguinte
comentário:
Se deve haver em geral uma filosofia, ou seja,
se deve ser permitido ao espírito humano
poder dirigir suas forças mais altas e nobres
para o problema incomparavelmente mais
importante de todos, isso só poderá ocorrer
com sucesso quando a filosofia ficar livre de
toda influência do Estado. (SCHOPENHAUER,
2001, p.69).
A posição de Schopenhauer é um tanto chocante e acaba
incomodando aqueles que pensavam ser filósofo ao assumir o professorado de
filosofia, mas ele não está sozinho sobre esse ponto de vista, Popper também
teceu críticas contundente contra Hegel, o filósofo do Estado e é importante
lembrar aqui, porque nos deixa uma grande contribuição para a execução
desse trabalho. No pensamento de Karl Popper o Estado Hegeliano manifesta
com uma autoridade que suprime totalmente a liberdade do indivíduo, Popper
diz que, para Hegel “ Estado é tudo e, o indivíduo, nada, pois deve tudo ao
Estado, tanto sua existência física como espiritual” (POPPER, 1987, p.37-38).
685
Torna-se legível que o ensino de filosofia como profissão do Estado é passível
de dúvidas. Casper também contribui nesse sentido ao dizer:
“As
universidades, entretanto, não costumam ser a instituição ideal para tornar o
ensino acessível a todos” (CASPER, 2003, p. 56). Seguindo essa mesma linha
de raciocínio que estamos percorrendo, ao falar da autonomia da ciência na
universidade, Humboldt definiu o limite do estado e disse que o estado deveria
saber que sem a sua intervenção a universidade avançaria muito mais,
Humboldt preocupa-se com a maior autonomia das universidades e para isso
deveria de haver mais liberdade em relação a política sobre a questão do
ensino. Embora haja muito mais liberdade hoje do que no passado, o ensino
nas universidades ainda é refém de muita burocracia estatal que acaba inibindo
a iniciativa das universidades. (HUMBOLDT,2003,p. 44-45). Com mais esse
comentário, abre-nos ainda mais a visão de como é problemático o ensino de
filosofia na universidade.
Torna-se importante enfatizarmos aqui, sobre a incredulidade
schopenhaueriana, quanto ao ensino de filosofia, esta não esta apenas
engedrada ao Estado, mas também sobre o que é a essência da filosofia, esse
saber cria problemas quanto ao seu ensino, vejamos:
Mas é um verdadeiro absurdo permitir que
professores ensinem uma ciência que nem
mesmo ainda existe, que ainda não atingiu seu
alvo nem conhece com segurança seu
caminho, e cuja possibilidade ainda é
contestada. A consequência natural disso é
que todo professor acredita ser sua vocação
constituir a ciência que ainda está faltando,
deixando de considerar que tal vocação só
pode ser concedida pela natureza, e não pelo
Ministério de Instrução Pública. Assim, o
professor tenta fazer isso da melhor maneira,
coloca seu aborto no mundo o mais depressa
possível e o vende como a sophia longamente
desejada. (SCHOPENHAUER, 2001, p.69-70).
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Nosso filósofo vai argumentar que tais professores não são
verdadeiros filósofos, “por isso, esses senhores, justamente porque vivem da
filosofia, tornam atrevidos a ponto de se nomearem a si mesmos filósofos, de
também pressuporem que lhes cabem a última palavra e a decisão nos
assuntos da filosofia” (Ibid, p. 70).
3 O FILÓSOFO E A FILOSOFIA VERDADEIRA
Antes da conclusão desse trabalho não poderia deixar de figurar
aqui algumas idéias de Schopenhauer sobre quem é o filósofo genuíno e o que
é a filosofia verdadeira.
Para Schopenhauer o filósofo verdadeiro não esta preso aos
ditames e ao serviço de um Estado que representa os interesses da maioria
como vimos acima, e sim, buscar a sabedoria e não moldar o conhecimento
segundo o seus próprios interesses como o faz o professor de filosofia tendo
uma receptividade passiva de um determinado sistema filosófico, o comentário
sobre o pensamento schopenhaueriano de Márcio Suzuki esclarece: “ A
principal tarefa do filósofo verdadeiro (wirklicher Philosoph) é o estímulo para o
pensar” (Ibid, p. VIII). Já a filosofia verdadeira é marcada pela incompletude
diferenciando-se assim das demais ciências enquanto um conhecimento pronto
e acabado e sendo assim a filosofia não pode ser ensinada ou transmitida
como as demais ciências (Ibid, p. VIII). Schopenhauer diferencia entre filosofia
pura e filosofia universitária por ele chamado de filosofia aplicada, ele diz:
A filosofia pura não conhece nenhum outro fim
a não ser a verdade; donde se poderia concluir
que outro fim visado por seu intermédio é para
ela pernicioso. Sua meta superior é a
satisfação da nobre carência, por mim
chamada de carência metafísica, que é sentida
íntima e vivamente pela humanidade em todos
os tempos ... (SCHOPENHAUER, 2001, p.17).
687
A idéia schopenhaueriana sobre o filósofo é a de que ele deve
causar um empacto, uma verdadeira revolução na maneira de pensar, e o
conhecimento filosófico não pode se deter nas cercanias institucionais, cada
indivíduo deve aprender a verdade por si só, ele deve estar aberto ao saber,
mas para isso ele deve estar preparado para ser chocado pela filosofia a ponto
de também causar um empacto ao seus ouvintes e leitores, veja:
A obra do filósofo quer revolucionar toda a
maneira de pensar do leitor e dele exige que
considere um erro tudo aquilo que aprendera
até então e acreditava como correto, que aceite
como perdido todo o tempo e o esforço que ele
fez para adquirir tal conhecimento e que
comece de novo a partir no início.
(SCHOPENHAUER,2010,p.35).
A partir dessa leitura não podemos ser leigos quanto a
inviabilidade da transmissão da filosofia através da cátedra de filosofia, no
máximo o que se pode fazer é dar um estudo sobre a história da filosofia, isso
ficou bem claro através do pensamento de Schopenhauer.
CONCLUSÃO
O ensaio sobre pequenos escritos filosóficos – Parerga e paralipomena
de Schopenhauer Sobre a Filosofia Universitária, causou um grande rebuliço
na Alemanha e rompeu com o silêncio em torno da sua obra O Mundo como
Vontade e Representação tornando Schopenhauer conhecido. Até hoje
sentimos e eco dos efeitos da sua crítica ao ensino de filosofia, pode-se
argumentar que hoje o Estado não é tão rigoroso como na época de Hegel e
que suas críticas perderam o vigor hoje em dia, mas será mesmo?
Schopenhauer mudaria seu discurso ao entrar nas universidades de hoje e ver
como estão as coisas? Sinceramente claro que não, talvez ele até
intensificasse ainda mais, haja vista tamanha indiferença e desinteresse tanto
por parte do aluno quanto por parte dos professores, sem falar do sistema
caótico em que se encontra a educação contemporânea, onde se diz
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“privilegiado” quem tem a oportunidade de se assentar nos bancos de uma
universidade.
689
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Tradução de Johannes Kretschmer. 2º ed. Rio de Janeiro. EDUE-RJ, 2003.
HENNING, Leoni M. P. Pesquisa, ensino e extensão no campo filosóficoeducacional: debate contemporâneo sobre a educação filosófica. In.
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2º ed. São Paulo, Martins Fontes, 2001.
PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da R. Pereira. 9º edição.
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POPPER, Sir Karl R. A sociedade aberta e seus inimigos. Tradução de Miltom
Amado. 3º ed. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo, EDUSP, 1987. Tomo 2.
WEBER, José Fernandes. Formação (Bildung), educação e experimentação
em Nietzsche. Londrina, Eduel, 2011.
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