UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO MANEJO DE CÃES COM UROLITÍASE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Roberta do Nascimento Ferreira RIO DE JANEIRO 2007 Roberta do Nascimento Ferreira MANEJO DE CÃES COM UROLITÍASE Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de pósgraduado em especialista, Curso de clinica e cirurgia de pequenos animais. Orientador: Professora Débora Gondim RIO DE JANEIRO 2007 II AGRADECIMENTOS Agradeço à Deus, porque Ele me deu forças para continuar nesta caminhada, Ao meu marido Marcos Voto, que compreendeu minha ausência quando necessário, porque desta ausência dependia o meu futuro. A meus pais,Valeria e Renato, porque tudo que sou devo a eles. A meu querido irmão Bernard que sempre estive me ajudando para que eu chegasse até aqui. Aos meus tios, primos, e minha avo pois estão sempre comigo para mostrar que tudo pode ser melhor. A todos os meus amigos e pessoas que estimo que colaboraram para o meu sucesso. III DEDICATÓRIA “Aos meus Pais, pela vida, pelo carinho e apoio incondicional e perene; Aos amigos que estiveram ao meu lado nos momentos mais difíceis; Ao meu DEUS, que me deu a inspiração, a esperança e a fé.” IV EPÍGRAFE A vida só pode ser compreendida olhandose para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente. Soren Kierkegaard V RESUMO Este presente trabalho de cunho monográfico e bibliográfico vem ressaltar o tema manejo de cães com urolitíase. Os urólitos ocorrem com freqüência em cães e se formam, normalmente, na bexiga e uretra. Os cálculos localizados nos rins são bem mais raros. A formação do cálculo se dá a partir do aparecimento de cristais na urina. Esses cristais podem ter diversas composições (uratos, oxalato de cálcio, fosfato triplo, sílica e cistina). Por fatores ainda não totalmente conhecidos, os cristais começam a se agrupar formando o cálculo. VI SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ______________________________________________ 10 2 A UROLITÍASE EM PERSPECTIVA __________________________________ 12 2.1 Definição de urolitíase ____________________________________________ 12 2.2 Incidência______________________________________________________ 18 2.3 Sinais Clínicos e diagnostico _______________________________________ 19 2.4 Tratamento clínico _______________________________________________ 21 2.5 Relato de caso __________________________________________________23 3 A ALIMENTAÇÂO E A UROLITÍASE _________________________________ 25 3.1 A questão alimentar na urolitíase em cães ____________________________ 25 CONCLUSÃO ______________________________________________ 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS ____________________________________ 32 VII LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Previsão da composição mineral dos urolitos ___________________ 16 VIII 1- INTRODUÇÃO Este presente estudo de cunho monográfico e bibliográfico vem ressaltar o tema manejo alimentar de cães com urolitíase. Pontua-se que o estudo atual da patogênese da urolitíase, nos últimos cinco anos, sobre os fatores mais importantes envolvidos na litogênese, com ênfase nos cálculos de oxalato de cálcio e os distúrbios clínico-metabólicos associados a urolitíase. Estudos recentes revelam e sugerem que os cristais de oxalato de cálcio monoidratados se ligam à superfície apical da célula epitelial renal, podendo ser internalizados. A adesão dos cristais à célula renal epitelial é inibida por ânions específicos, como glicosaminoglicanos, uropontina, nefrocalcina e citrato, que se ligam à superfície do cristal. Estudos sobre a identificação de moléculas no líquido tubular e na superfície celular, que modulam a interação cristal-célula, assim como seu mecanismo de ação são fundamentais para uma melhor compreensão da patogênese da urolitíase. Pontua-se que a formação do cálculo se dá a partir do aparecimento de cristais na urina. Esses cristais podem ter diversas composições (uratos, oxalato de IX cálcio, fosfato triplo, sílica e cistina). Por fatores ainda não totalmente conhecidos, os cristais começam a se agrupar formando o cálculo. Menciona-se que alguns cães têm predisposição em formar os urólitos, existem fatores que contribuem para o aparecimento deles, entre eles estão: infecções urinárias, deficiência de vitamina A, dieta alimentar e retenção de urina. Neste último caso, cães que não urinam dentro de casa devem ser levados para a rua pelo menos três vezes ao dia para que não retenham a urina por muitas horas. Nesta perspectiva, este presente estudo analisará a importância do manejo dos cães para a prevenção da urolitíase, que como qualquer doença, pode afetar diretamente a qualidade de vida do animal. X 2- A UROLITÍASE EM PERSPECTIVA 2.1 Definição de Urolitíase Para Smith et al (2000) os cálculos do trato urinário podem ser originários de placas de Randall situadas no revestimento dos ductos coletores nas papilas renais1, que podem se destacar e ser eliminadas ou formar cálculos, alojados freqüentemente na região das papilas e cálices. Os cálculos tendem a ser assintomáticos até causarem obstrução, com sintomas típicos de cólica renal ou ureteral.2 Nos ureteres, o local mais comum de seu depósito é a junção uretero-vesical, ou acima desta, na porção pélvica do ureter3. A litíase urinária (urolitíase) é a formação de cálculos (urólitos) nos rins, nos ureteres ou na bexiga. Os urólitos são concreções policristalinas compostas principalmente por cristalóides orgânicos ou inorgânicos (90-95%) e uma pequena quantidade de matriz orgânica (5-10%) e formam-se no interior das vias excretoras. Para melhor compreensão cristais refere-se 1 à presença de precipitados SMITH, RC, Varanelli M. Diagnosis and management of acute ureterolithiasis: CT is truth. AJR 2000; 175:3–6. 2 LEVINE, JA, Neitlich J, Verga M, Dalrymple N, Smith RC. Ureteral calculi in patients with flank pain: correlation of plain radiography with unenhanced helical CT. Radiology 1997;204:27–31. 3 LEE, FF Jr, Thornbury JR. O trato urinário. In: Juhl JH, Crummy AB, Kuhlman JE, eds. Paul & Juhl Interpretação radiológica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000. XI microscópicos e urólitos (cálculos) refere-se à presença de precipitados macroscópicos.4 A urolitíase pode se apresentar como nefrolitíase, cálculo urinário, cálculo renal e pode ser entendida como o depósito de sais minerais e na maioria das vezes, estes urólitos são formados por cálcio. Este cálculo pode passar através do ureter. Os principais fatores que causam cálculo renal são: elevados níveis urinários de cálcio, oxalato, e ácido úrico. Isto pode ocorrer em conseqüência de uma dieta rica nesses elementos. As anormalidades do metabolismo também exerce um papel no desenvolvimento de cálculos, assim como a diminuição de inibidores na urina de cálculo renal. O citrato e o magnésio, que se encontram normalmente na urina, melhora esta função. A diminuição ou aumento dos níveis dessas substâncias leva à formação de cálculos. Outro fator de risco é a baixa ingestão de líquidos que resulta em urina concentrada. Este é o principal fator da formação dos cálculos. A formação dos cálculos urinários comporta duas etapas: a formação de um núcleo cristalino e o crescimento do núcleo cristalino, que determinará o tamanho do cálculo. Várias teorias têm sido propostas para explicar o início da formação dos urólitos: teoria da precipitação-cristalização; teoria da matriz de nucleação e teoria dos inibidores da cristalização. Ressalta-se a teoria da precipitação-cristalização, esta teoria envolve a supersaturação dos cristalóides urinários, a qual facilita a precipitação dos cristais e permite a constituição de um núcleo e o crescimento do cálculo. A formação seria independente da presença de uma matriz pré-formada ou de inibidores da cristalização. 4 LEE, FF Jr, Thornbury JR. O trato urinário. In: Juhl JH, Crummy AB, Kuhlman JE, eds. Paul & Juhl Interpretação radiológica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000. XII Na teoria dos inibidores, uma matriz orgânica pré-formada representa o determinante primário da litogênese e as substâncias da matriz seriam promotores da nucleação. A matriz orgânica afeta a litogênese por atuar como local da formação de cristais (nucleação heterogênea); servir como molde para a organização e modificação do cristal; servir como agente ligador que une os vários cristais e promove a sua retenção; providenciar proteção que previne o crescimento dos cristais. Diferentes proteínas são susceptíveis de constituir o primeiro elemento do núcleo: proteína de Tamm-Horsfall, albumina, alfa e beta-globulina, uromucóide, detritos celulares, bactérias e corpos estranhos (ex: fios de sutura) podem também ter um papel iniciador da litogênese. A Teoria dos Inibidores da cristalização indica que uma redução ou ausência de inibidores orgânicos ou inorgânicos da cristalização são os determinantes primários da cristalização. Potenciais inibidores da cristalização são: citratos, pirofosfatos; difosfonatos; glicosaminoglicanos. (SAMPAIO et al, 2000). Os urólitos podem ser classificados em função de: localização – nefrólitos; renólitos; ureterólitos; urocistólitos; uretrólitos; forma – lisos; facetados; piramidais; laminados; "mullberry"; "jack-stone"; "stag horn"; ramificados; composição mineral – fosfato amoníaco magnesiano (estruvita); oxalato de cálcio; fosfato de cálcio; uratos; cistina; etc. A urolitíase no cão representa cerca de 0.4 a 2% das patologias mais comuns na clínica médica veterinária. 5 __________________________________ 5 LEE, FF Jr, Thornbury JR. O trato urinário. In: Juhl JH, Crummy AB, Kuhlman JE, eds. Paul & Juhl Interpretação radiológica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000. XIII A natureza dos cálculos não pode ser determinada unicamente pelo exame da cristalúria e é necessário cautela na sua interpretação, pois pode ser alterada por fatores, como: alterações na temperatura, evaporação, alterações no pH e técnica de preparação da amostra. Como os cristais apenas ocorrem na urina supersaturada com substâncias calculogênicas, representam um fator de risco para a urolitíase. A formação de cálculos é em parte inibida pelo fato de os cristais serem eliminados à mesma velocidade que a urina. Num cão normal (trato urinário anatômica e funcionalmente normal) existe cristalúria fisiológica que não justifica a terapêutica. A análise urinária constitui uma ajuda ao diagnóstico. A detecção de hematúria pode corroborar o diagnóstico e a medição do pH pode ajudar a prever a presença de infecção do trato urinário (urina fortemente alcalina) e o tipo de cálculos (urina ácida sugere litíase de ácido úrico, oxalatos, cistina ou sílica e urina alcalina sugere litíase de estruvita ou de fosfato de cálcio). O exame bacteriológico da urina deve, em teoria, ser realizado em todos os casos de urolitíase. No entanto, a sua interpretação deve ser baseada no método de colheita utilizado (cistocentese, cateterização, compressão da bexiga ou micção voluntária). O único método que permite determinar a natureza dos cálculos é a sua análise quantitativa. Aqueles devem ser recolhidos em recipientes limpos e secos e sem o uso de conservantes ou outras soluções que alterem as propriedades físicas dos minerais ou dissolvam os cristais superficiais. XIV A composição mineral do núcleo cristalino pode ser ou não idêntica à composição da restante porção do cálculo. Cálculos compostos são formados por diferentes camadas constituídas por diferentes minerais. Cálculos mistos são formados por diferentes minerais misturados no cálculo. O núcleo dos urólitos deve, então, ser analisado separadamente das camadas exteriores, uma vez que a sua composição pode indiciar a causa inicial da urolitíase. Aconselha-se o envio de uma amostra de urina e/ou dos próprios cálculos a um laboratório especializado para determinação da natureza dos cálculos. Tipo de urolito Densidade radiográfica pH urinário usual Infecção urinária Predisposição sexual Raças mais afetadas Idade (anos) mais comum Anomalias clinicopatológicas (1.0 – 3.0) Fosfatoamoníacomagnesiano (estruvita) 2.53 Neutro a alcalino Muito comum, especialmente bactérias produtoras de urease (ex. Staphylococcus, proteus) Fêmeas (>80%) Schnauzer miniatura, Bichon, Coccker Spaniel, Caniche miniatura 1-8 Geralmente nenhuma Oxalato de cálcio 3.0 Ácido a neutro Rara Machos (>70%) Schnauzer miniatura, Caniche miniatura, Yorkshire Terrier, Lhasa Apso, Bichon, ShiTzu, Cairn Terrier 5-12 Ocasionalmente hipercalcemia Urato 1.0 Ácido a neutro Incomum Machos (>90%) Dálmata, Buldogue Inglês, Schnauzer miniatura, Yorkshire Terrier 1-4 Redução do azoto ureico e albumina, concentrações pré e pósprandiais anormais de ácidos biliares em cães com shunt portosistémico Cistina 1.5 Ácido Rara Machos (>95%) Teckel, Basset Hound, Buldogue Inglês, Yorkshire Terrier, Irish Terrier, Rottweilers, Chihuahua, 1-7 Geralmente nenhuma XV Mastiff, Spaniel Tibetano Silicato 2.5 Ácido a neutro Incomum Machos (>95%) Pastor Alemão, Golden Retriever, Labrador Retriever, Old English Sheepdog 4-9 Geralmente nenhuma Tabela 1 – Previsão da composição mineral dos urolitos (extraída de Small Animal Internal Medicine , Richard W. Nelson e C. Guillermo Couto, Mosby, 3ª edição) A causa mais comum de cálculos de oxalato de cálcio é a hipercalciúria idiopática (aumento dos níveis de cálcio urinário sem aumento do cálcio sérico). Os mecanismos envolvidos na hipercalciúria estão relacionados a um aumento na absorção intestinal de cálcio (hipercalciúria absortiva), perda renal de cálcio ou aumento da desmineralização óssea. Outras causas de hipercalciúria incluem: hiperparatireoidismo primário, doenças granulomatosas, feocromocitoma, uso de glicocorticóides, hipertireoidismo, hipocitratúria, hiperuricosúria e hiperoxalúria. Já os cálculos compostos de estruvita (fosfato amôniomagnesiano) são relacionados à infecção urinária por germes produtores de urease, principalmente Proteus mirabilis e Klebsiella. Representam o tipo mais comum de cálculo coraliforme. A presença de urease promove a hidrólise da uréia, que por sua vez produz uma base (amônia) que não é completamente neutralizada. Este fato provoca aumento do pH urinário e deposição dos cristais de estruvita. A litíase de ácido úrico está relacionada a pH urinário baixo, pouca ingestão de líquidos e hiperuricemia, geralmente secundária a dieta rica em purinas ou a distúrbios metabólicos, como gota. Quando não estão associados a oxalato de cálcio, os cálculos de ácido úrico são radiotransparentes. XVI Quando a cristalúria é acompanhada de urolitíase, geralmente os cristais e os cálculos têm a mesma composição. A exceção pode surgir quando a infecção por bactérias produtoras de urease secundária à presença de oxalatos promove a alcalinização da urina e precipitação de estruvita. (SAMPAIO et al, 2000). Os cálculos de cistina ocorrem em pacientes com cistinúria, que é uma doença autossômica recessiva relacionada ao transporte intestinal e renal da cistina. 2.2 Incidência Parisi (2006) chama atenção que a idade em que os cálculos aparecem com maior freqüência está entre 1 e 6 anos, nos machos e normalmente esta localizado na bexiga e na uretra. Atualmente, estima-se que mais de 21 % dos cães levados a Médicos Veterinários estão afetados, sendo algumas raças mais atingidas do que outras: Chihuahua, Yorkshire, Caniche, Teckel e, principalmente, Dálmata. Esta raça é, na verdade, geneticamente predisposta a determinados cálculos. Sampaio et al (2000) que os Cálculos de oxalato de cálcio é o tipo mais comum de cálculo renal, isolado ou associado a fosfato, correspondendo a mais de 65% de todos os cálculos renais. XVII A maioria (90%) dos cálculos urinários no cão encontra-se no aparelho urinário inferior (cerca de 50-73% na bexiga). Cerca de 5 a 10% têm localização renal ou multicêntrica (rim, uretere, bexiga). 2.3 Sinais clínicos e diagnóstico Uma vez formado o cálculo, o animal pode apresentar um ou mais sinais clínicos. Como sinais clínicos; Berstein (2004) menciona: a Hematúria, polaciúria, disúria, estrangúria, a lambedura da genitália freqüente e pode ter incontinência ocasional. Uma das principais conseqüências clínicas das urolitíases é a cistite devido a fricção que o cálculo causa na parede do órgão levando ao sangramento e até o bloqueio parcial ou total do fluxo urinário. Dependendo da causa da inflamação, a cistite pode ser tratada através de diversos métodos. A cistite pode gerar um grande número de sintomas urinários. Alguns cães têm dificuldade para urinar, outros urinam com maior freqüência e alguns se tornam incontinentes. Os cães geralmente se recuperam com uma certa facilidade, mas animais que desenvolveram cistite em decorrência de tumores têm um prognóstico reservado. A análise de urina quanto às suas características físico-químicas, exame do sedimento e cultura bacteriana com identificação e antibiograma são XVIII imprescindíveis a um diagnóstico completo. A colheita de urina deverá ser efetuada por cistocentese (após os cuidados de assepsia exigidos) ou por algaliação ou esvaziamento manual por compressão da bexiga. Na obstrução urinária a bexiga pode estar distendida sob tensão e a parede lesionada é mais susceptível de ruptura. Assim, a cistocentese é o método de eleição para a colheita de urina. A interpretação dos resultados das análises de urina deve ser cuidadosa, pois certos fatores podem influenciar os resultados: método de colheita (colheita não asséptica pode dar falsos positivos de infecção urinária); alterações de temperatura (idealmente a análise deve ser feita à temperatura corporal); evaporação da amostra (pode alterar a densidade urinária e a concentração dos constituintes); alterações no pH (pode alterar a solubilidade dos cristais); técnica de preparação (centrifugação ou não). A análise da urina avalia problemas como a presença de sangue, bactéria, cristais minerais, células cancerosas, proteínas e focos inflamatórios. Muitas vezes é necessária uma cultura de urina para determinar com precisão se há bactérias presentes e, em caso positivo, quais os antibióticos mais eficazes para o tratamento. O diagnóstico dos cálculos urinários pode ser feito pela simples palpação da bexiga (diagnóstico de cálculos grandes) no exame físico e pelo histórico do animal. Radiografias abdominais, algumas vezes com uso de contraste, são úteis na visualização da estrutura da bexiga e na determinação da presença de cálculos. Outra ferramenta que pode ser útil para o diagnóstico é a ultra-sonografia do XIX conteúdo da bexiga. Este procedimento também permite que se faça a medição da espessura da parede da bexiga. (BERSTEIN, 2004) 2.4 Tratamento clínico Para Algood (1983) nem todos os pacientes portadores de urolitíase urinária devem realizar alguma forma de investigação e tratamento adicional. O índice de recidiva de doença renal com calculo situa-se em torno de 50%. Na maioria dos casos, apenas medidas simples como o aumento da ingestão hídrica e modificação dos hábitos alimentares são necessárias. A avaliação metabólica tem como objetivo verificar se existe algum distúrbio metabólico responsável pelo aparecimento da urolitíase. Deve incluir: exames de sangue - hemograma completo, uréia, creatinina, dosagem de proteínas séricas, eletrólitos (sódio, potássio, cloro, bicarbonato, cálcio, magnésio e fósforo), dosagem de paratormônio e vitamina D; Urina - Elementos anormais, sedimentoscopia e urinocultura; Urina de 24 horas - Volume, “clearance” de creatinina, sódio e potássio urinários, dosagem de cálcio, magnésio, fosfato, oxalato, citrato e ácido úrico; Análise mineralográfica do cálculo quando possível.5 Quando não for possível o tratamento clinico devido ao tamanho do cálculo, o tratamento de eleição é o cirúrgico, pois normalmente, o cálculo é muito grande, neste caso o animal apresenta uma obstrução completa das vias urinárias ou há uma grande quantidade de cálculos vesicais. Após retirado, o cálculo deve ser 5 Algood CB, Sood N, Fairchild T, Mayo ME. Experimental study of ureteral calculus disease: effects of calculus size, obstruction, and hydration. J Urol 1983;130:999–1004. XX analisado para se conhecer a sua composição. A partir daí, vai se instituir uma terapia para prevenção do reaparecimento de novos urólitos. O pH urinário deve ser ajustado (dependendo da composição do urólito), a dieta controlada e a ingestão de água deve ser estimulada para que sempre haja um grande fluxo de urina, evitando-se assim a chance dos cristais se unirem novamente. Antibióticos também são usados. Os animais que já tiveram cálculos ou são predispostos ao seu aparecimento (apresentam cristais na urina) devem fazer o tratamento preventivo e serem monitorados através de exames de urina freqüentes. A questão dietética seria relativamente simples, se existisse apenas um único e mesmo tipo de cálculo no cão, mas este não é, infelizmente, o caso: cálculos de estruvita (fosfato de amoníaco e magnésio), oxalatos, uratos (no Dálmata), de cisteína (caso do Teckel), silicatos, carbonatos, entre outros.6 Também podemos minimizar significativamente a cristalúria aumentando o volume urinário, com mudanças dietéticas e drogas apropriadas. Quando diminuímos a quantidade de magnésio da alimentação, reduzimos a probabilidade de formação de cálculos de estruvita (fosfato amoniomagnesiano). 7 Existem alimentos no mercado que promovem um aumento moderado do teor de sódio permitindo associar a diluição da urina à sua acidificação. Permitem assim combater de forma eficaz os cálculos de estruvita evitando simultaneamente criar condições favoráveis para a formação de cálculos de oxalato de cálcio. O baixo nível de magnésio evita o aparecimento de cálculos de estruvita (fosfato amôniomagnesiano), o aumento do volume urinário reduz simultaneamente a saturação da urina com oxalato de cálcio e estruvita. Trata6 ROYAL CANIN. As pertubações urinárias. E:\Roberta\As perturbações urinárias.htm Acedido em março de 2007. 7 TILLEY, LARRY P. , SMITH, FRANCIS W.K. Consulta veterinária em 5 minutos, segunda edição 2003 , editora Manole XXI se de uma abordagem preventiva global face aos dois principais tipos de urolitíase e promovem a acidificação urinária que é desfavorável ao crescimento bacteriano e inibe a precipitação dos cristais de estruvita por diminuição da disponibilidade dos íons fosfatos. 2.5 Relato de caso Guérios et al (1998) analisaram um cão da raça Poodle miniatura, do sexo masculino, com 10 anos de idade foi atendido no HV da UFPR, em outubro de 1998, com histórico de polaquiúria, distensão e dor abdominal, e diagnóstico de urolitíase sem análise laboratorial. O paciente já havia sido submetido a duas cistotomias no ano de 1997 e no início de 1998 para a remoção de urólitos. Durante este período vinha sendo tratado para urolitíase de estruvita. Após o exame físico, procedeu-se a urinálise, bacterioscopia de urina, bioquímica sérica e análise da composição química do urólito removido na última cistotomia, além de avaliação ultrasonográfica. Os resultados da bioquímica sérica e do hemograma apresentaram-se dentro da normalidade. A bacterioscopia foi negativa e a urinálise parcial revelou células do epitélio renal, cilindros granulosos e cristais de oxalato de cálcio. O urólito enviado para análise apresentava coloração marrom, forma amorfa, superfície irregular, consistência pétrea, 720 mg de peso e composição química de oxalato de cálcio. O exame ultrasonográfico revelou presença de múltiplos urólitos radiodensos na bexiga urinária. XXII Devido aos riscos cirúrgico e anestésico, idade do animal, intervenções anteriores, possibilidade de remoção incompleta dos urólitos, persistência de causas primárias predisponentes e principalmente os tamanhos diminutos dos urólitos, optou-se por procedimentos terapêuticos menos invasivos (GUÉRIOS et al, 1998). Procedeu-se à desobstrução uretral através da urohidropropulsão, procedimento que se constituiu da introdução de um cateter uretral, distalmente ao urólito, para aplicação de solução salina estéril, enquanto a uretra foi ocluída através de compressão digital pelo reto. Uma vez dilatada a uretra, a compressão digital foi removida permitindo que o urólito se deslocasse à bexiga urinária. Adicionalmente, instituiu-se a fluidoterapia para restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico. Tendo em vista não dispormos de um tratamento para a dissolução dos urólitos de oxalato de cálcio, como medida terapêutica coadjuvante, foi recomendada dieta litolítica (Hill's prescription diet canine u/d) a qual induz a polidipsia, pois contém altos níveis de NaCl. O objetivo desta descrição visou enfatizar a importância da análise química dos cristais envolvidos nas urolitíases, para instituir-se a terapia adequada, relatando a composição do urólito, pois os de oxalato de cálcio são mais raros, predominando os de estruvita.7 3- A ALIMENTAÇÃO E A UROLITÍASE 7 GUÉRIOS . Urolitíase de oxalato de cálcio: Relato de caso. calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/veterinary/article/view/3853/3093 Acedido em março de 2006. XXIII 3.1 A questão alimentar na urolitíase em cães A alimentação dos animais de companhia também passou por uma evolução visível nas últimas décadas. Na década de oitenta a maioria deles ainda era alimentada com os restos de comida de seus proprietários, e poucas indústrias de rações existiam e investiam no Brasil. Neste ponto, dois fatores contribuíram para a expansão do segmento, o aumento do poder aquisitivo da população dos grandes centros e a sofisticação dos padrões de consumo. Por outro lado, a evolução dos hábitos em favor dos alimentos industriais está associada a um conjunto de fatores cada vez mais difundidos: alimentação sadia, equilibrada e com grande variedade de produtos disponíveis no mercado e, principalmente, a praticidade (PetBR, 2007).8 A ANFAL-PET pontua que o Brasil é o primeiro mercado produtor de alimentos balanceados para animais de estimação na América Latina e o terceiro no mundo. O país perde apenas para os EUA e China. Atualmente são 3,2 milhões de toneladas ao ano. Com a grande gama de produtos alimentícios para animais de companhia disponíveis para o consumidor, os proprietários começaram balanceados, a escolher entre oferecessem aqueles vantagem que, alem adicionais de como nutricionalmente palatabilidade e qualidade de matéria prima, ausência de aditivos químicos condenados na alimentação humana, corantes alimentícios, etc. Para atender a estes consumidores, surgiram os alimentos diferenciados, denominados prêmium e superprêmium.9 8 PETBR, A força dos nutrientes. Disponível em: http://www.petbrasil.com.br, Acesso em março de 2007. 9 PETBR, A força dos nutrientes. Disponível em: http://www.petbrasil.com.br, Acesso em março de 2007. XXIV A indústria da alimentação animal está tão afinada a indústria de alimentação humana que a denominação “ração”, largamente utilizada para expressar “dieta balanceada” em outras produções animais, como aves e suínos, é substituída, neste segmento, pela expressão “alimentos completos”, ou “alimentos especiais”. Esta denominação foi oficializada pelo Ministério da Agricultura (2002), através da Instrução Normativa nº 8, de 11 de outubro de 2002, que fixa padrões de identidade e qualidade de alimentos completos e de alimentos especiais destinados a cães e gatos. A qualidade da indústria de alimentação animal no preparo dos alimentos balanceados é tão exigente quanto à fabricação de alimentos para o consumo humano. Todo o processo é estudado para oferecer um produto que satisfaça plenamente a um mercado sempre exigente. Quando a matéria-prima chega à fábrica, técnicos examinam a qualidade dos cereais, carnes e peixes e já iniciam a separação os produtos de acordo com a análise de suas características nutricionais, bacteriológicas e de digestibilidade predominantes. Tudo deve passar por um controle rigoroso que vai determinar se as matérias-primas estão de acordo com as exigências para entrar na composição dos produtos. As linhas de produção são totalmente automatizadas e asseguram a precisão na dosagem dos ingredientes, eliminado o risco de erro humano e evitando também o contato físico com os ingredientes. Além do controle sanitário oficial, as indústrias mantêm seu próprio sistema de análise em diferentes fases do processo de produção (PetBr, 2006).10 10 PETBR, A força dos nutrientes. Disponível em: http://www.petbrasil.com.br, Acesso em março de 2007. XXV Na formulação dos alimentos premium e superpremium existem uma série de substâncias e componentes que fazem desse grupo uma alimentação super balanceada e saudável, com casa vez mais inovações para melhor adaptação para cada tipo, idade e diferentes raças de animais. Dentre esses componentes estão: os prebióticos, os oligossacarídeos, betacarotenos, vitamina E, vitamina C e fontes de proteína animal de altíssima absorção. Gibson e Roberfroid (1995), definem prebiótico como ingredientes nutricionais não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro, estimulando seletivamente o crescimento e atividade de uma ou mais bactérias benéficas intestinais, melhorando a saúde do seu hospedeiro. Para uma substância ser classificada como prebiótico, ela não pode ser hidrolizada ou absorvida na parte superior do trato gastrointestinal, e deve ser um substrato seletivo para um limitado número de bactérias comensais benéficas do cólon, as quais terão crescimento e/ou metabolismo estimulados, sendo capaz de alterar a microflora intestinal favorável e induzir a efeitos benéficos intestinais ou sistêmicos, ao hospedeiro. (Dionizio et al, 2002)11 No intestino delgado os oligossacarídeos (FOS) são resistentes à ação das enzimas intestinais e pancreáticas. Neste local os FOS têm um efeito osmótico por sua capacidade de retenção água. Estas moléculas de oligossacarídeos que não são digeridas nem absorvidas no intestino delgado, alcançam o intestino grosso onde são fermentados pelas bactérias anaeróbias que compõem a flora intestinal, 11 GIBSON G.R., ROBERFROID M. B. (1995) Dietary Modulation of the Human Colonic Microbiota: Introducing the Concept of Prebiotics. J.Nutr.,125:1401-12. XXVI produzindo grandes quantidades de ácidos graxos voláteis, como o ácido acético, ácido propiônico e ácido butírico, além de gás carbônico, amônia e hidrogênio. Como resultado, o pH no lume do intestino grosso torna-se bastante ácido (Otero, 2003).12 A microflora intestinal desempenha inúmeras funções no organismo humano e animal, muitas das quais ainda estão sendo desvendadas; mas são consideráveis as evidências de seu desempenho na proteção do organismo contra infecções e outras doenças, por bloquear a colonização de microrganismos patógenos e estimular a resposta imunológica local. Além disso, efetua diversas atividades enzimáticas, contribui para o fornecimento de vitaminas e minerais e participa no metabolismo de substâncias que fazem parte da circulação enterohepática, facilitando a digestão e, provavelmente, induzindo à regularização dos movimentos peristálticos. (Oliveira e Batista, 1999).13 O beta-caroteno é um dos muitos carotenóides precursores da vitamina A e, por isso, é designado pró-vitamina A, transportado no sangue primariamente pelas LDL. Antioxidante, lipossolúvel, é um potente seqüestrador do oxigênio singlet (uma molécula altamente reativa capaz de ocasionar enormes danos celulares.), principalmente em baixas pressões de oxigênio (Batlouni, 1997). 12 OTERO, R. M. L., Oligosacáridos Como Ingredientes Funcionales: Prebióticos.Disponível em: http://www.icofma.es, Acesso em março de 2007. 13 OLIVEIRA, S. C. M., BARBOSA, J. F. MALUF, W. R. Tupinambor (helianthus tuberosus) - a alcachofra que adoça a sua vida UFLA, Boletim Técnico de Hortaliças No 40, 1a edição Novembro 1999. XXVII A vitamina E, cuja forma mais prevalente e ativa é o alfa-tocoferol, é o antioxidante lipossolúvel predominante nos tecidos. Estudos laboratoriais demonstraram que a vitamina E é um antioxidante extremamente potente, que captura os radicais peroxila, interrompendo a cadeia de peroxidação lipídica. Protege os lipídeos poliinsaturados da lesão pelos radicais livres e parece essencial à proteção das lipoproteínas circulantes e ao funcionamento adequado das membranas celulares (Batlouni, 1997).14 Além de prevenir a peroxidação lipídica, a vitamina E parece exercer outros efeitos nos fatores de risco cardiovasculares. Reduz a adesão e a agregação plaquetária, inibe os fatores de coagulação dependentes de vitamina K pela porção oxidada da vitamina E2-quinona, bem como a estimulação da produção de endotelina e atenua a inibição da produção de óxido nítrico mediada pela LDL oxidada (LDL-ox). Uma propriedade da vitamina E, compartilhada pelo probucol, é a inibição da secreção de Interleucina-1 (IL-1) pelos monócitos, inibindo a proteína quinase C, enzima importante nos eventos precoces da ativação celular. A IL-1 está envolvida na proliferação de células musculares lisas e na diferenciação de monócitos, e seus níveis estão acentuadamente aumentados nas lesões arteroscleróticas. (Batlouni, 1997).15 Em cães, a vitamina E talvez seja o antioxidante mais estudado. Segundo o fornecimento mínimo recomendado de vitamina E, para se obter o benefício do efeito antioxidante é necessário uma complementação de 5 a 6 vezes mais do que a quantidade recomendada pela AAFCO (1994), que é em torno de 50 mg por quilo de matéria seca. 14 BATLOUNI M. Hipótese Oxidativa da Aterosclerose e Emprego dos Antioxidantes Na Doença Arterial Coronária. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 68: 1997 . 15 BATLOUNI M. Hipótese Oxidativa da Aterosclerose e Emprego dos Antioxidantes Na Doença Arterial Coronária. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 68: 1997 . XXVIII Dzanis (2003) cita que as doses efetivas de vitamina E para cães e gatos ainda não estão bem estabelecidas. Segundo Dzanis (2003), estudos em curtos períodos mostraram que a suplementação de vitamina C para cães e gatos, em dosagens de 0,3 a 0,5 g dia, por animal, respectivamente, não mostraram nenhum efeito adverso, entretanto, a utilização por longos períodos pode aumentar o risco de urolitíase por cálculos de oxalato de cálcio. CONCLUSÃO Observou-se neste presente estudo a importância do manejo dos cães para o tratamento da urolitíase, salientando que embora alimentos funcionais tenham comprovação científica quanto à efetividade de seus efeitos benéficos para cães, precisam ser avaliados em ensaios de curta e longa duração. Já o aumento da diluição urinária e a redução do magnésio da alimentação tem um resultado excelente na redução de incidências dos dois principais tipos de cálculos urinários, o de oxalato e o de estruvita. Se levarmos em conta a predisposição genética que aumenta muito as chances do aparecimento da urolitíase, podemos prevenir o aparecimento dos cálculos proporcionando uma alimentação balanceada e práticas saudáveis de rotina do animal, como saídas mais freqüentes para evitar a concentração da urina. Para os animais que já apresentam o problema ou tenham recidivas, devemos fazer uma alimentação especial com rações que já existe no mercado e acompanhamento periódico pelo médico veterinário com exames de urina. XXIX REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALGOOD CB, Sood N, Fairchild T, Mayo ME. Experimental study of ureteral calculus disease: effects of calculus size, obstruction, and hydration. J Urol 1983;130:999–1004. BATLOUNI M. Hipótese Oxidativa da Aterosclerose e Emprego dos Antioxidantes Na Doença Arterial Coronária. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 68: 1997 . BERSTEIN. Inflamação da bexiga, Inflamação urinária. Disponível em: E:\Roberta\_Veterinaria Online - Especialidades Médicas.htm. Acedido em março de 2007. DZANIS, D. A. Scientific evaluations of popular novel ingredients, Part I e II. In: Production Symposium Trade Show – Pet Food Forum, Chicago – Illinois, p 11 a 20. 2003 GIBSON G.R., ROBERFROID M. B. (1995) Dietary Modulation of the Human Colonic Microbiota: Introducing the Concept of Prebiotics. J.Nutr.,125:1401-12. XXX TILLEY, LARRY P. , SMITH, FRANCIS W.K. Consulta veterinária em 5 minutos, segunda edição , Rio de Janeiro - Editora Manole, 2003 GUÉRIOS . Urolitíase de oxalato de cálcio: Relato de caso. calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/veterinary/article/view/3853/3093 Acedido em março de 2006. LEVINE, JA, Neitlich J, Verga M, Dalrymple N, Smith RC. Ureteral calculi in patients with flank pain: correlation of plain radiography with unenhanced helical CT. Radiology 1997;204:27–31. LEE, FF Jr, Thornbury JR. O trato urinário. In: Juhl JH, Crummy AB, Kuhlman JE, eds. Paul & Juhl Interpretação radiológica. 7ª ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 2000. PARISI. Cálculos Urinários. em:http://www.vidadecao.com.br/cao/index2.asp?menu=calculos.htm Disponíveis Acesso em março de 2007. PETBR, A força dos nutrientes. Disponível em: http://www.petbrasil.com.br, Acesso em março de 2007. XXXI ROYAL CANIN. As pertubações urinárias. http://www.royalcanin.com.br \As perturbações urinárias.htm Acesso em março de 2007. SAMPAIO et al. Cálculo coraliforme. Urol Contemp. 2000; 4: 125-7. SMITH, RC, Varanelli M. Diagnosis and management of acute ureterolithiasis: CT is truth. AJR 2000; 175:3–6. XXXII