A Ilha do Vulcão Era uma vez um Capitão chamado João que adorava pilotar a sua nave espacial. Certo dia, numa das suas viagens, foi surpreendido pela falta de combustível. Olhando para baixo, viu uma pequena ilha no meio do vasto oceano e assustado gritou: - Socorro, que faço??? Sem que tivesse tempo de pensar, deparou-se com a sua nave a mergulhar no mar. De súbito, viu aproximar-se um ser marinho que lhe disse: - Olá, eu sou o Saylam, precisas de ajuda? O capitão, algo surpreendido, replicou: - Devo estar a sonhar, pois estou a falar com uma cobra marinha! O Saylam apressou-se a responder-lhe: - Não te preocupes, pois consigo falar a tua língua. E num ápice, iniciou o reboque da nave em direcção à pequena ilha. Quando tinham a praia próxima, Saylam disse ao Capitão: - Mantêm-te dentro da nave porque vamos submergir… 2 O Capitão, assustadíssimo, trancou-se a sete chaves dentro da nave. Quando, algum tempo depois, ouviu bater ferozmente no vidro decidiu, finalmente, aproximar-se da janela e observar a paisagem. Apercebeu-se, então, que a sua nave flutuava numa imensa lagoa, rodeada por uma densa floresta de árvores muito grandes. Ao tentar abrir a porta, para sair, percebeu que estava trancado no interior da sua nave. Saylam, esperta como era, entendendo que a porta se tinha danificado devido à pressão do mergulho, apressou-se a chamar ajuda para retirar o Capitão de dentro da nave: - TAAGUUS….podes trazer uma pedra do teu Vale das Pedras? – gritou a enorme serpente. Tagus que andava distraído a cortar pedra, para as suas construções, correu imediatamente para junto da lagoa. Ao chegar acalmou Saylam e o Capitão dizendo-lhe: - Capitão, num instante tiro-o daí, tenho uma pontaria e uma visão especial…afaste-se da janela! E dito isto, lançou uma pedra em direcção ao vidro da janela da nave. O Capitão podia finalmente sair em liberdade, colocou-se às costas da cobra marinha e daí a instantes encontrava-se a salvo na margem. 3 Após um breve descanso e agradecimento, aos seus mais recentes amigos, lamentou o estado da sua nave: - Com os diabos, está feita numa sucata!! Como vou voltar para o meu deserto encantado?! - Deserto? Vens de um deserto, Capitão? – perguntou Tagus. - Sim, de um deserto cheio de areia…e esta ilha, como se chama? - Ilha do Vulcão – respondeu Saylam. Tagus convidou, então, o Capitão para o acompanhar numa visita à ilha. Dirigiram-se para a floresta assombrada, onde vivia a menina chorona. Assim que os viu aproximarem-se a menina, escondida entre as árvores, correu para falar com eles, iniciando as suas lamentações. - Sou uma menina muito triste que vive sem família, aqui abandonada sem ninguém… O Capitão decidiu convidá-la a ir com eles: - Vem connosco! Assim terás oportunidade de conhecer a ilha. Seguiram, então, os três com destino à casa de Tagus, no Vale das Pedras. 4 No caminho passaram perto do Vulcão, e quando estavam prestes a alcançar o Vale das Pedras, sentiram a presença do Dragão Ferno, que os sobrevoava. Ferno era um velho amigo de Tagus. - Olá velho amigo, há muito tempo que não te via por estas bandas. Quem são os teus companheiros de viagem? - Este é o Capitão João, e esta é a menina chorona que vive na floresta assombrada. O capitão e a menina cumprimentaram o Dragão. - Vamos até minha casa, tomar um sumo e preparar umas mochilas para a viagem à ilha. Queres acompanhar-nos? – Acrescentou Tagus. - Claro que sim, irei voando sempre a acompanhar-vos – replicou Ferno. Os amigos decidiram passar a noite em casa de Ferno e partiram na manhã seguinte. Passadas duas horas de caminhada avistaram ao longe um Castelo. Ferno informou os companheiros de que o Castelo pertencia ao príncipe Rafael. Com a bonita vista dos montes e vales verdejantes, fizeram um piquenique à beira de um ribeiro. 5 - Vamos ao castelo? – perguntou o Tagus. - Sim claro, o príncipe Rafael é muito simpático de certeza que nos vai receber bem! Caminhando calmamente foram-se aproximando do Castelo. O Príncipe Rafael avistouos da sua janela e rapidamente mandou abrir as postas do Castelo. Os quatro amigos entraram e deliciaram-se com um belo banquete que o príncipe mandou preparar. De seguida, mostrou-lhes a sua espada de fogo que havia usado para assustar os inimigos da ilha, explicando ao Capitão que era o guardião da ilha. Depois de passarem a noite nos lindíssimos aposentos do castelo, os quatro amigos despediram-se do príncipe e partiram em direcção ao jardim que existia do outro lado da ilha. 6 Passeando por entre as clareiras e campos floridos do imenso jardim, viram surgir à sua frente um anão saltitante e uma vaca. - Olá amigos, eu sou a vaca Rute! – disse-lhes a vaca. A menina chorona ao ver a vaca, esfomeada como era, perguntou-lhe: - Tens leite para eu beber? - Tenho sim…! O anão mostrou as suas habilidades e ordenhou a vaca, oferecendo leite a todos. Rute sentia-se muito satisfeita e orgulhosa por oferecer o seu leite. O anão Daniel não parava de saltar, explicando aos amigos que andava a treinar para um campeonato inter-ilhas. Tratava-se de um campeonato de saltos sobre molas, especial para anões, e ele era campeão há três anos seguidos, não queria perder o título por nada. 7 Daniel encaminhou os viajantes para a casa das gémeas Diana e Dalila. Estas meninas viviam numa casa feita numa árvore e cuidavam do grande jardim que ocupava todo o Nordeste da ilha. Os companheiros de viagem foram encontrá-las num canteiro de floresde-natal. As flores estavam lindíssimas e João, ao olhá-las, lembrou-se que era Dezembro, o mês do Natal. - Olá Daniel, como estas? – Perguntou Diana. - Muito bem, obrigado. – Respondeu-lhe o anão saltitante. - Estamos a acompanhar estes amigos numa viagem à ilha, e o nosso passeio não ficaria completo sem vos vir visitar. – Acrescentou Tagus, que também conhecia as meninas. - Estamos a tratar destas flores-de-natal, queremos ter o jardim bonito para a quadra natalícia! – Disse com entusiasmo uma das gémeas. - Colocámos um cristal especial, na terra, que faz as flores crescerem mais rápido, e ficarem muito mais bonitas. – Acrescentou a Diana. 8 - Parece que a minha viagem pela ilha está quase concluída, gostei muito de vos conhecer, mas agora que me apercebo que estamos quase no Natal….gostaria muito de voltar à minha terra. – Lamentou o Capitão João. O grande Dragão Ferno aterrou nesse preciso momento, assustando Castanho e Riscas, o cão e o gato das gémeas. Dalila fez-lhe cara feia, um dragão daquele tamanho aterrado no seu jardim não era nada boa ideia. - Cuidado com as flores! – Gritou-lhe Dalila. Mas Ferno nem a ouviu, queria muito dirigir-se ao Capitão. - Tenho vindo exactamente a pensar nisso, caro Capitão. Tenho uma ideia para o ajudar a voltar para casa. - Ah sim?! – Retorquiu admirado o Capitão. - Todos nós podemos ajudá-lo a concertar a sua nave e conheço um sítio de onde pode descolar. - Estas a pensar no Feroz?! – Disse, em pânico, Tagus. Feroz era irmão de Ferno, vivia numa nuvem por cima do vulcão e estava zangado com os restantes habitantes da ilha há muitos anos. 9 - O meu irmão tem os seus dias difíceis, mas não recusará ajudar o Capitão! Eu e o meu irmão podemos rebocar a sua nave até à nuvem e de lá tenta descolar. Assim foi, o grupo despediu-se das gémeas, do anão e da vaca Rute e voltaram à lagoa. Ao chegarem, reencontraram Saylam que se prontificou a ajudar na reconstrução da nave. Enquanto os trabalhos decorriam, Ferno voo até à nuvem de Feroz, tiveram uma conversa de dragão para dragão e Feroz, ainda que mal-humorado, aceitou ajudar o Capitão. Feroz desceu à ilha acompanhando o irmão e iniciaram a operação de elevação da nave. 10 João despediu-se de todos dizendo: - Queridos amigos, obrigado por tudo e Feliz Natal a todos! Trancou-se dentro da nave e preparou-se para o voo preliminar até à nuvem de Feroz. Já na nuvem, ligou as turbinas, verificou os painéis de navegação e lançou um ligeiro adeus aos Dragões, antes de partir. Cá em baixo, a menina chorona voltava à sua floresta, chorando de emoção ao ver a nave descolar. Tagus, acenou uma última vez ao Capitão e Saylam seguiu a nave com o olhar, viu-a ficar do tamanho de um berlinde e finalmente desaparecer no céu. 11 Plano de Leitura Turma 1 Uma História por… Alexandre Pereira, Alexandre Jorge, Daniel Bettencourt, Elisa Bettencourt, Gonçalo Gambão, João Duarte, Maria Cesaltina Teixeira, Mariana Ventura, Patrícia Dias, Rute Pereira e Stefany Mendes Com a ajuda da professora… 3º Ano Sónia Bombico EB1 de Velas Dezembro de 2009