0 ANTONIO HENRIQUE DE OLIVEIRA GOMES PROPOSTA DE EVENTOS PARALELOS AO EVENTO CAMPEONATO AMADOR DE SKATE VERTICAL – VERT IN ROÇA, VISANDO O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO REGIONAL E O AUMENTO DA PERMANÊNCIA DO TURISTA DE EVENTOS ESPORTIVOS. FLORIANÓPOLIS 2006 1 ANTONIO HENRIQUE DE OLIVEIRA GOMES PROPOSTA DE EVENTOS PARALELOS AO EVENTO CAMPEONATO AMADOR DE SKATE VERTICAL – VERT IN ROÇA, VISANDO O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO REGIONAL E O AUMENTO DA PERMANÊNCIA DO TURISTA DE EVENTOS ESPORTIVOS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo – Gestão do Turismo da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo. Orientador: Prof.º João Geraldo C. Campos, Msc. FLORIANÓPOLIS 2006 2 Dedico este momento aqueles que sempre se dedicaram para a minha formação de caráter, meus pais. Uma dedicação especial a uma pessoa também especial, minha mãe. Pessoa determinada e de um caráter enorme que, com muito esforço, conseguiu proporcionar um estudo digno e de qualidade para nos, eu e meu irmão. Dedico também ao meu irmão e minha namorada por estarem sempre dispostos a me incentivar a não desistir diante das dificuldades que a vida nos impõe. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais, Humberto e Ana Lúcia, que me proporcionaram uma vida digna, com muito amor e carinho. Agradeço ao meu irmão por me apoiar nas minhas decisões e me incentivar em meus desânimos. Um agradecimento sincero a minha namorada Lizandra Bomtempo, que sempre esteve ao meu lado, principalmente nas horas mais difíceis, nos momentos em que ficamos distantes um do outro, juntos ou não, ela sempre esteve presente, me apoiando, incentivando e na maioria das vezes me ensinando a ser uma pessoa melhor. Agradeço também a todos os meus familiares, amigos de infância, os amigos de estudo e os amigos que aqui me acolheram de uma forma calorosa e amigável, me proporcionando sentir a sensação de estar em casa. E por fim aos professores da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, especialmente ao João Geraldo Campos que, além de um ótimo professor e orientador, tornou-se um grande amigo. Meu muito obrigado a todos! 4 OLIVEIRA, A. H. – PROPOSTA DE EVENTOS PARALELOS AO EVENTO CAMPEONATO AMADOR DE SKATE VERTICAL – VERT IN ROÇA, VISANDO O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO REGIONAL E O AUMENTO DA PERMANÊNCIA DO TURISTA DE EVENTOS ESPORTIVOS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo – Gestão do Turismo da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, 2006. RESUMO Objetivou-se com este estudo apresentar propostas de eventos paralelos ao evento, campeonato de skate amador vertical – VERT IN ROÇA, realizado no município de Florianópolis, com o intuito de fomentar o turismo na região. Neste sentido, foram pesquisadas as diversas literaturas na área de turismo, eventos, eventos esportivos, esportes na natureza e esportes radicais – skate, na qual fundamentaram tal estudo. Os procedimentos metodológicos para o desenvolvimento do trabalho, se apresentaram segundo Dencker (1995) como uma pesquisa exploratória, bibliográfica e de campo, na qual a população foi composta pelos organizadores e participantes de eventos – campeonatos de skate sediados na cidade de Florianópolis. No âmbito bibliográfico apresentou-se uma análise da história do turismo e seus conceitos e definições, a importância e a capacidade de proporcionar uma melhor distribuição de renda, uma melhora na qualidade de vida e geração de divisas para a região sediadora do evento. Apresenta também a grande importância dos eventos esportivos dentro do turismo, contribuindo com a geração de empregos diretos e indiretos, divulgação do destino turístico e incentivo ao esporte profissional. Os esportes radicais – no caso o skate -, vem crescendo e ganhando adeptos pelo país. Desta maneira o skate torna-se capaz de fomentar o turismo em uma região. A história do skate no Brasil revela o crescimento e a importância da modalidade no cenário nacional. As considerações finais trazem à relação dos conteúdos apresentados e analisados com os objetivos específicos, como também, a comprovação de que os eventos se tornam realmente atrativos turísticos em determinado momento, demonstrando a possibilidade de aumento da permanência do turista, como também, agregar valor ao evento principal. Palavras-chave: Turismo, Eventos, Eventos Esportivos e Esportes Radicais. 5 OLIVEIRA, A. H. – PARALLEL EVENTS PROPOSAL FOR THE EVENT – AMATEUR VERTICAL SKATE CHAMPIONSHIP – VERT IN ROÇA, LOOKING AT DEVELOPMENT OF THE REGIONAL TOURISM AND THE ENLARGEMENT OF SPORTING EVENTS TOURIST REMAINIG. Final Work for Tourism Undergraduate Course – Tourism Management of Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, 2006. ABSTRACT This study presents a parallel events proposal for the event – amateur vertical skate championship – VERT IN ROÇA, to be consummate in the Florianópolis municipal district, with the intention to foment tourism in the area. With this purpose, was searched so many bibliography about tourism, events, sporting events, nature sporting and radical sporting – skate, of which established this study. The methodology proceedings for the work development, presented its by Dencker (1995) as exploitation search, bibliography and in the field, of which the population was compound by events organizers and participants – skate championships happened in the city of Florianópolis. In the bibliography ambit was presented a history analysis of tourism and your conceptions and definitions, the importance and the capacity of provide a better gains distribution, an improvement in the live quality and a generation exchange value for the area where the event happen. Presents too the great importance of the sporting events in the tourism, collaborating with direct and indirect job generation, divulgation of the tourist destination and incentive the professional sport. The radical sports – skate in the case –, come increasing and gain adepts in the country. This way the skate comes able to foment the tourism in one region. The skate history in Brazil exposes the increase and the importance of modality in the national set. The finals considerations bring the report of the presented contents and analyzed whit specifics objectives, as well as, the proof so that events become really tourist attractive in determined moment, showing the possibility of permanence enlarging of the tourist, as well as, to add value at main event. Key-words: Tourism, Events, Sporting Events and Radical Sports. 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 08 1.1 Contextualização do Problema.......................................................................................... 09 1.2 Justificativa....................................................................................................................... 11 1.3 Objetivos........................................................................................................................... 14 1.3.1 Objetivo geral........................................................................................................... 14 1.3.2 Objetivos específicos............................................................................................... 15 1.4 Delimitação de Estudo...................................................................................................... 15 1.5 Limitação de Estudo.......................................................................................................... 15 1.6 Definições de Termos....................................................................................................... 16 2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 17 2.1 Turismo: Conceitos e Definições...................................................................................... 17 2.2 Eventos.............................................................................................................................. 22 2.3 Eventos Esportivos............................................................................................................ 26 2.4 Esporte na Natureza (AFAN)............................................................................................ 28 2.4.1 Ambiente físico........................................................................................................ 30 2.4.2 Ambiente pessoal..................................................................................................... 31 2.4.3 Atividades................................................................................................................ 32 2.4.4 Valorização ético-ambiental..................................................................................... 33 2.5 Esportes Radicais – Skate................................................................................................. 35 2.5.1 História do skate no Brasil – 3 décadas................................................................... 42 7 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................... 53 3.1 Delineamento de Pesquisa................................................................................................ 53 3.2 População, Amostra e Coleta de Dados............................................................................ 54 3.3 Tratamento de Dados........................................................................................................ 54 4 APRESENTAÇÃO DO EVENTO – CAMPEONATO BRASILEIRO AMADOR DE SKATE VERTICAL – VERT IN ROÇA................................................................................................................. 56 4.1 Campeonato Brasileiro Amador de Skate Vertical........................................................... 56 4.2 O Evento............................................................................................................................ 57 5 PROPOSTA DE EVENTOS PARALELOS A SEREM DESENVOLVIDOS ANTES DO EVENTO PRINCIPAL........................... 62 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 68 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 70 ANEXO................................................................................................................................... 73 GLOSSÁRIO........................................................................................................................... 74 8 1 INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta propostas de eventos paralelos ao evento campeonato brasileiro de skate amador vertical – “VERT IN ROÇA” a ser realizado, visando o desenvolvimento do turismo regional. É o resultado de pesquisas bibliográficas e exploratórias relacionadas ao turismo, eventos, turismo de eventos e esportes de aventura. Este primeiro capítulo apresenta os seguintes tópicos: contextualização do problema, justificativa, objetivos, delimitação de estudo, limitação de estudo e definições de termos. O segundo capítulo apresenta a pesquisa bibliográfica que embasa o trabalho cientifico em questão. Abordando temas sobre turismo, eventos, eventos esportivos, esportes de aventura e esportes radicais - skate. Na seqüência são apresentados os procedimentos metodológicos seguido da apresentação do evento campeonato brasileiro amador de skate vertical – “VERT IN ROÇA” e da apresentação de eventos paralelos a serem realizados antes do evento principal. 9 1.1 Contextualização do Problema Diante da falta de estudos científicos em relação aos eventos esportivos de skate, surgiu a necessidade de analisar de forma geral, as vantagens da realização de campeonatos no município receptor. De acordo com Torres e Rispoli (2003, p. 49) os eventos possuem inúmeros objetivos que visam à questão econômica da divulgação de imagens, a venda de produtos e desenvolvimento da cidadania e integração social e demais valores que não estão contemplados nos objetivos. Segundo Watt (2004) para que os eventos sejam eficazes, é necessário que estes aconteçam no contexto de um plano organizacional, devendo haver um resultado benéfico, como parte de um plano estratégico. É essencial estabelecer uma meta muito clara, ou um conjunto delas, para qualquer evento, desde o início. Existem centenas de exemplos possíveis; como: atrair mais visitantes, estimular a participação local em esportes, promover o destino turístico, situar o município no cenário nacional. Atualmente, reconhece-se que os eventos esportivos nacionais e internacionais são um importante componente do processo geral de acréscimo e regeneração econômica da cidade. O autor ainda cita o caso de Sheffield (cidade do Reino Unido). “Além do campeonato mundial de sinuca e das partidas ocasionais de futebol profissional, até 1990 a cidade tinha pouco envolvimento com eventos esportivos nacionais ou internacionais”. Assim, não desenvolvia um mercado de eventos como acontecia com Birmingham, Edimburgo, Gateshead e Londres. Entretanto, a Universíade (World Student Games, WSG) de 1991, o maior evento multiesportivo já realizado neste país, havia mudado essa situação. O exemplo da cidade de Sheffield nos mostra alguns dos principais benefícios causados pela prática de eventos esportivos na região. Florianópolis também tem um grande potencial na área 10 de eventos esportivos. Já realiza alguns eventos internacionais como o WCT (World Championship Tour) que é o maior e mais famoso campeonato de surf profissional do mundo, como também é sede do IRON MAN, competição de triatlon que inclui natação, ciclismo e corrida, na qual estes eventos são desenvolvidos fora da temporada de verão. Possibilita um aumento da ocupação hoteleira, dos serviços de alimentação, de turismo, movimentando a economia e o próprio destino turístico no período de baixa temporada, potencializando assim a imagem do destino como uma localidade com potencial para o desenvolvimento para os diversos seguimentos turísticos, já que Florianópolis é bastante conhecida por oferecer turismo de sol e praia. Mas essa modalidade de turismo sofre bastante com a sazonalidade, devido às condições climáticas da região que torna inviável o turismo de sol e praia na época mais fria do ano, aproveitando-se atividade poucos meses durante o ano. Sendo assim, desta forma o turismo de eventos, incluindo os esportivos, possibilitam a diminuição dos efeitos da sazonalidade em épocas do ano em que o turismo sol e mar tornam-se inviável devido ao clima. Desta forma apresenta-se a seguinte pergunta-problema deste trabalho. “Que tipo de eventos, paralelos a um campeonato nacional de skate, podem ser desenvolvidos para aumentar a permanência dos turistas de eventos esportivos na localidade?” 11 1.2 Justificativa O fato de o turismo estar em evidência nos dias atuais e no mundo, se dá pela importância que ele nos remete. É a esperança da modificação dos conceitos humanos em relação à necessidade de preservação do meio-ambiente, à capacidade da atividade turística em gerar receitas, tributos, divulgar o destino turístico, reverter à tendência atual do desemprego, principalmente nos países emergentes fazem com que sua ação seja fundamental para qualquer localidade. De acordo com Torres e Rispoli (2003, p.17), o turismo é responsável por uma espécie de efeito multiplicador, fenômeno que se caracteriza pela disseminação de riquezas e de postos de trabalho dentro da comunidade. Uma vez remunerados, tanto os empregados diretos da atividade turística quanto os indiretos passam a consumir bens e serviços na comunidade, gerando ali os empregos necessários ao bom funcionamento da economia. Em oposição a essa terrível tendência do desemprego encontra-se o turismo, que gera empregos diretos, indiretos e temporários. Watt (2004) apresenta o exemplo de Sheffield visando ilustrar a importância do turismo de eventos esportivos quando mostra que em meados dos anos 1980, havia grande redução de emprego nos setores tradicionais de aço e engenharia pesada, devido à introdução de novas tecnologias de automação. Essa situação deixou abandonada uma série de espaços fabris necessitando de investimento estratégico. No final da década, parte das propostas para Sheffield – Inglaterra no ano de 2000 estava relacionada ao desenvolvimento do setor de lazer de última geração, e os eventos esportivos internacionais eram considerados como parte disso, sendo identificados como uma forma de redefinir o perfil da cidade e promove-la, além de estimular a economia local. 12 O desenvolvimento de uma estratégia para a coordenação de eventos esportivos nacionais e internacionais era essencial para maximizar a eficiência da operação da unidade de eventos de Sheffield. Esta estratégia também oferece orientação e dá um sentido de propósito, o que facilita a melhor articulação entre as metas e objetivos identificados. A definição dessas metas e objetivos, e os critérios pelos quais os eventos são avaliados, eram um pré-requisito para a formulação da estratégia. A premissa básica subjacente à recepção de eventos esportivos nacionais e internacionais era a qualificação do perfil da cidade (marketing da cidade) e o estímulo à economia local por intermédio dos efeitos multiplicadores. As metas que foram desenvolvidas para o evento que serve de exemplo, foram as seguintes: (a) transformar a imagem da cidade de Sheffield nacionalmente e qualificar seu perfil no plano internacional, ampliando o espaço para o esporte e lazer no mercado como parte de uma base econômica diversificada criada pela cidade e também uma maneira de atrair investimento, demonstrando que a expressão “Made in Sheffield”, embora aplicada a outro contexto, continua válido como sinônimo de qualidade e realização; (b) estimular a comunidade local a colaborar e integrar-se aos esportes e, assim, ampliar a utilização de toda a estrutura esportiva da cidade. Já, os objetivos: (a) entrar em contato com os principais organismos esportivos e promotores de eventos, enfatizando o potencial da cidade Sheffield como um importante centro esportivo; (b) trabalhar próximo ao recém-formado Grupo de Apoio a Eventos Importantes (Major Events Support group), do Conselho de Esportes, para garantir uma abordagem coordenada pela cidade, especialmente com relação a eventos de grande porte; (c) estimular o desenvolvimento do turismo e o estímulo subseqüente para que os turistas pernoitem no local; (d) maximizar a visibilidade nacional e internacional da cidade de Sheffield (marketing da cidade) incentivando a cobertura de seus principais eventos esportivos pela televisão e outros meios de comunicação; (e) desenvolver oportunidades de participação para aqueles que não tem acesso a esportes; (f) 13 promover oportunidades para que organizações esportivas se transfiram para Sheffield e enfatizar o potencial da cidade como uma importante base para atividades associadas (seleções nacionais, treinamentos, seminários, conferências, etc.). O projeto Sports Sheffield e a Destination Sheffield são dois mecanismos pelos quais isso pode ser viabilizado; (g) capitalizar e aproveitar totalmente a disponibilidade de financiamento externo para fazer frente aos custos dos eventos, tanto nos estágios de planejamento quanto nas operações dos eventos propriamente ditas; (h) desenvolver uma tentativa de diluir a carga e os riscos associados à atração de eventos, para incluir todos aqueles que possam se beneficiar de sua realização na cidade; (i) aumentar a penetração do atual mercado de eventos e ampliar este mercado para uma área regional, além de diversificar os grupos de consumidores; (j) incentivar o desenvolvimento de esportes e de iniciativas comunitárias de recreação para maximizar as oportunidades e garantir a melhor utilização dos recursos disponíveis; (k) explorar oportunidades para a hospitalidade corporativa como forma de gerar renda para fazer frente aos custos de promoção de eventos; (l) incluir eventos culturais e artísticos na programação, de forma que as atividades esportivas e culturais se complementem; (m) realizar o evento dentro do orçamento previsto. De acordo com Torres e Rispoli (2003, p. 47) ninguém tem dúvida do quanto é pujante e bilionário o mercado de eventos em nível mundial. Países como Cuba, Espanha, Itália, Estados Unidos entre outros arrebanham cifras vultosas com a realização de eventos. Independente se macro, médios ou pequenos eventos, o universo é gigantesco e gera dignidade a expressivo número de cidadãos. Vários são os benefícios do turismo de eventos para o destino receptor do evento. Possibilidades de serem consolidadas como destino turístico, geração de empregos, geração de tributos, construção e manutenção da infra-estrutura básica, como: sistema viário, saneamento 14 básico, segurança, além das vantagens da construção de templos esportivos, centro de convenções, habitações, que permanecem após a realização dos eventos esportivos de alto nível. Ainda, segundo Torres e Rispoli (2003, p.17), para romper com o mal do desemprego, urgem ações concisas, incisivas e bem planejadas pelas entidades competentes do turismo e do lazer. Saber potencializar o setor de eventos e o turismo receptivo, investirem em projetos nacionais e possibilitar capacitação são os grandes desafios técnicos da área e representam, sem dúvida, a saída para o problema do desemprego. Neste sentido e corroborando com as afirmações apresentadas acima, este trabalho se justifica, no momento que visa o desenvolvimento de propostas de eventos paralelos a um evento esportivo – campeonato – de skate em nível nacional, visando aumentar a permanência dos competidores e turistas. 1.3 Objetivos Para a elaboração deste trabalho foram propostos os seguintes objetivos: 1.3.1 Objetivo Geral Apresentar propostas de eventos paralelos ao evento campeonato amador de skate vertical – “VERT IN ROÇA”, visando o desenvolvimento do turismo de eventos esportivos no que tange a modalidade skate, como também, agregar valor a este, e, ainda, fomentar uma maior permanência do turista de eventos esportivos no destino de desenvolvimento da competição. 15 1.3.2 Objetivos Específicos Levantar aspectos teóricos em turismo, eventos e esporte de aventura; Apresentar os benefícios de eventos esportivos nacionais; Apresentar propostas de eventos paralelos ao campeonato amador de skate vertical – VERT IN ROÇA, no município de Florianópolis. 1.4 Delimitação de Estudo A proposta deste estudo limita-se ao evento VERT IN ROÇA, como base para o desenvolvimento de eventos paralelos no município de Florianópolis, potencializando o turismo. 1.5 Limitação de Estudo As limitações encontradas para o desenvolvimento do trabalho foram: (a) falta de bibliografia específica relacionada ao skate; (b) a informalidade da associação de skate do município; (c) a organização não profissional dos eventos de skate; (d) a falta de materiais relacionados aos eventos; (e) a falta de dados numéricos relacionados aos eventos. 16 1.6 Definições de Termos Turismo: Segundo Fuster (apud MONTEJANO, 2001, p.25) a origem etimológica do termo vem do latim, do substantivo tornus, torno, e/ou do verbo tornare, tornear, que em latim vulgar significa girar. Em ambos está implícita a idéia de viagem circular, de volta ao ponto de parida. Eventos: Goldblatt (apud WATT, 2004, p.15) cita que um evento especial reconhece um momento único no tempo, com cerimônia e ritual, para satisfazer necessidades específicas. Esporte: Para Bruhns (2000), é uma prática social e que deve ser contextualizada nas diferentes sociedades nas quais se desenvolveu. Mas algo de especial há nele, pois em vários países transformou-se na principal atividade de lazer esportivo da população. Esporte de aventura: Para Betrán (apud CAMPOS E FIGUEIREDO, 2006, p.36) as ações físicas são as origens dos esportes de aventura atuais porque antes mesmo das práticas destes esportes nos dias de hoje o homem já desenvolvia relações de aventura com a natureza. Turismo de eventos: Segundo De Rose (2002), é aquele praticado por quem deseja participar de acontecimentos promovidos para a discussão de assuntos de interesse comum (profissionais, de entidades associativas, culturais) ou para expor ou lançar novos produtos no mercado. 17 2 REVISÃO DE LITERATURA Neste capítulo serão abordados por meio de uma revisão bibliográfica, assuntos concernentes sobre Turismo, Eventos e Esportes na Natureza, visando dar sustentação teórica para a formulação da proposta. 2.1 Turismo: Conceitos e Definições O turismo atualmente é a atividade do setor terciário que mais cresce no mundo, podendo ser praticado ou vivenciado de inúmeras formas. Hoje as pessoas e as empresas em geral já estão se conscientizando da necessidade de momentos de lazer, para isto organizam-se para realizar o turismo. A Organização Mundial do Turismo (OMT 2001, pág. 38) define o turismo como: “atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras”. 18 Para Dias (2005, p.12) é importante diferenciarmos as viagens de modo geral do turismo. E para isso temos que entender primeiramente como surgiu as palavras turismo e turista. No decorrer do tempo foram criados novos conceitos sobre turismo. E diante dos vários conceitos, observa que possuem elementos comuns ou parcialmente diferentes entre eles, mas com a característica deslocamento sendo a mais comum entre todas as definições existentes sobre turismo. O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde saem do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultura. (DE LA TORRE, apud BARRETO, 1995, p. 13). Segundo Montejano (2001), o turismo pode ser definido como a teoria e a prática de todas as atividades relacionadas com a atração, prestação de serviços e satisfação das necessidades do turista. O turismo é fundamentalmente um conjunto de técnicas baseadas em princípios científicos que tem como finalidade prestar uma série de serviços à pessoa que dedica seu tempo livre para viajar, convertendo-se em turista ou excursionista. Posteriormente, definiu-se o turismo como: “os deslocamentos curtos e temporais das pessoas para destinos fora do lugar de residência e de trabalho e as atividades empreendidas durante a estada nesses destinos”. (Burkart e Medlik, 1981). Mathieson e Wall (apud MONTEJANO 2001), por sua vez, utilizaram uma definição muito semelhante à anterior, ainda que, com algumas modificações: turismo é o movimento provisório das pessoas, por períodos inferiores a um ano, para destinos fora do lugar de residência e de trabalho, as atividades empreendidas durante a estada e as facilidades são criadas para satisfazer as necessidades dos turistas. 19 Segundo Oliveira (2001, p. 36), denomina-se turismo “o conjunto de resultados de caráter econômico, financeiro, político, social e cultural, produzidos numa localidade, decorrentes da presença temporária de pessoas que se deslocam de seu local habitual de residência para outros, de forma espontânea e sem fins lucrativos”. Tendo como base os conceitos apresentados pelos diversos autores, entende-se por turismo, o resultado da soma de relações e serviços gerados pelo deslocamento de pessoas de seu local de moradia para destinos que contemplem suas necessidades de lazer, negócio, saúde, conhecimento entre outras. E estas atividades necessitam de uma regulamentação oriunda de organismos oficiais que possibilitam o desenvolvimento da atividade turística. Segundo Scafuto (2005), no Brasil o Organismo Oficial do Turismo (OOT) é formado pelo Ministério do Turismo e subordinados a ele estão a Secretaria Nacional do Turismo e o Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR. Existem algumas das principais organizações turísticas do Brasil, são elas: OMT: Organização Mundial do Turismo foi criada em 1975 com a missão de assessorar o turismo mundial. Tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico, social e cultural do turismo e as viagens em espaço mundial; realizar programas de cooperação entre países e organizações; elaborar e difundir informações e estatísticas; promover cursos, seminários e congressos e a compreensão internacional e a paz e ainda a observação dos direitos humanos por meio do turismo; EMBRATUR: o instituto brasileiro do turismo foi criado em 1966, que atualmente atua em cinco principais áreas: geração de indicadores para o turismo; realização de estudos e pesquisas; avaliação do impacto do turismo na economia; indução de investimento; e disseminação de informação (anuário, boletins e rede nacional de informação turística); 20 Ministério do Turismo: representado pelo Ministro Walfrido dos Mares Guia, tem como missão desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável com papel relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. Inova na condução de políticas públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico; SANTUR: Santa Catarina Turismo S/A é uma empresa de economia mista criada em 28 de junho de 1977, que tem como objetivo o fomento e divulgação da política estadual de turismo, encontrando-se vinculada a Secretaria de Estado da Organização do Lazer – já extinta. Tem como missão promover e fomentar as indústrias do lazer e do entretenimento com qualidade, visando o desenvolvimento socioeconômico gerado pelo turismo. É responsável pela promoção, divulgação e comercialização dos produtos turísticos catarinenses, de acordo com a política estadual do lazer, definida pela Secretaria de Estado da Organização do Lazer; C&VB (Convention & Visitors Bureau). É uma cooperativa que reúne associações e empresas do trade turístico, sendo responsável pela captação de eventos. Em 2005 o Brasil alcançou a receita cambial turística de US$ 3,86 bilhões, superior em 19,83% ao ano de 2004 (US$ 3,22 bilhões), atingindo a marca de 34 meses consecutivos de crescimento, desde março de 2003. Analisando a série histórica mensal, entre janeiro de 2002 e dezembro de 2005, observa-se um crescimento consistente da receita cambial turística e, ainda, que em todos os meses de 2004 e 2005, houve aumento de gastos de estrangeiros no Brasil, em relação ao mesmo período observado em 2003 e 2004, respectivamente, com recordes registrados pelo BC (Banco Central), que desde 1969 faz essa estatística. Em agosto e dezembro de 2005 21 chegou-se ao resultado de US$ 360 milhões no mês. (Ministério do Turismo - Turismo no Brasil – 2007/2010, junho de 2006). Há alguns aspectos positivos gerados pela atividade turística na economia de um país que pode ser enumerado. A contribuição do turismo para o equilíbrio da balança de pagamentos – o turismo representa a oportunidade de obter, de maneira rápida, as divisas necessárias que equilibram a balança nacional de pagamentos. Contribuição do turismo ao Produto Interno Bruto (PIB) – o significado dos gastos turísticos na economia de um país pode ser avaliado por meio de sua contribuição ao PIB. Contribuição do turismo para a criação de empregos – o turismo é uma atividade que depende, em grande parte, do fator humano, pois favorece a criação de emprego. O turismo como propulsor da atividade empresarial – devido as suas múltiplas conexões com os demais setores da economia. O turismo é composto por um grupo heterogêneo de empresas, dependendo umas das outras para suprirem-se, pois o crescimento da atividade turística estimulará o crescimento da demanda de bens locais e de níveis econômicos do destino em geral. Contribuição da atividade turística para o aumento e a distribuição da renda – não só o aumento da renda, mas, também a melhora de sua distribuição, tanto em termo de população como em termos da contribuição ao equilíbrio regional de um país. (OMT, 2001) Segundo Mathieson e Wall (apud OMT, 2001) em relação à criação de empregos, distinguem-se em três tipos: Direto – resultado dos gastos dos visitantes em instalações turísticas, como os hotéis; Indireto – ainda no setor turístico, mas não como resultado direto dos gastos turísticos; e Induzido – resultado dos gastos dos moradores devido às entradas procedentes do turismo. O surgimento do turismo de eventos se deu com os eventos científicos e técnicos que aconteceram pelo mundo. Com o advento da Revolução Industrial, houve um grande impulso na atividade comercial, que já acontecia desde a idade media a feira. Tornando organizações 22 comerciais planejadas passou a motivar pessoas a se deslocarem em busca de informações e trocas de produtos, apresentando também interesse profissional. Em 1896, foram reavivados os Jogos Olímpicos, a primeira versão dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. (MATIAS, 2002) Ainda segundo Matias, (2002, p. 15) o turismo de eventos para se desenvolver não necessita somente de espaços que possibilitam a realização dos eventos, mas também de meios de hospedagem e transportes, que são à base de sustentação da atividade turística. Essa base é estimulada em todas as categorias de porte dos eventos, é claro que, quanto maior o evento, maior será a necessidade de utilização dessa base de sustentação do turismo. Portanto, um evento campeonato de skate também utiliza de hospedagem e transporte, mesmo que em pequena escala, mas, com possibilidades amplas de tornar um mega evento e aumentar a demanda dos serviços turísticos da região sediadora do evento. 2.2 Eventos Cerca de 40% do movimento turístico internacional acontecem em função da realização de eventos. O turismo de eventos é o tipo de turismo mais disputado pelos países, porque nessas ocasiões os produtos turísticos são vendidos por atacado. Passagens aéreas, rodoviárias, diárias de hotéis, refeições, suvenires e serviços em geral são consumidos em larga escala (OLIVEIRA 2001, p. 75). Além de ser um bom negócio para os locais receptivos, esse tipo de turismo independe dos fatores climáticos desde que o destino turístico e os locais que são desenvolvidos os eventos tenham uma boa infra-estrutura. 23 Como a organização, divulgação e inscrições nos eventos são realizadas com antecedência, os interessados reservam suas presenças também com antecedência. Para cidades balneárias como Florianópolis, em Santa Catarina, a instabilidade do clima pode impedir a utilização do principal produto turístico, as praias, na qual a realização do turismo de eventos apresenta-se como uma das possibilidades de desenvolvimento de outros tipos de turismo. Diversas definições são encontradas para os eventos, de acordo com a atividade e o interesse de quem os define. Não só os profissionais de marketing lançam mão dos eventos para contemplar os objetivos de suas atividades. Na literatura encontrada sobre o assunto, as maiorias dos conceitos explanam acerca dos eventos como instrumentos de comunicação, persuasão ou cunho mercadológico perante um público-alvo, como define Cesca (apud GIMENES 2003, p. 149): “Evento é a execução do projeto devidamente planejado de um acontecimento, com o objetivo de manter, elevar ou recuperar o conceito de uma organização junto ao seu público de interesse”. Oliveira (2001, p. 75) cita que o turismo de eventos é praticado por quem deseja participar de acontecimentos promovidos com o objetivo de discutir assuntos de interesses comuns (profissionais, entidades associativas, culturais, desportivas) ou para expor ou lançar novos artigos no mercado. Estão divididos nas categorias regional, nacional, internacional. Os eventos são fenômenos que sofrem influência de várias outras áreas que podem gerar oportunidades de negócios, como também, de lazer; uma vez que no turismo de eventos, as pessoas aproveitam para conhecer o município-sede do evento, seus atrativos turísticos, efetuar compras, utilizar bens e serviços de outros setores da economia e até conhecer municípios ou atrativos do entorno da cidade-evento. Percebe-se então que os eventos fomentam oportunidades e geram atratividades para pessoas de diferentes localidades, já que, segundo Torres e Rispoli (2003, p. 43) a indústria do lazer 24 ocupa o segundo posto em arrecadação de cifras no que se refere ao ranking de segmentos, tendendo a ser a maior arrecadadora nas próximas décadas. Ainda, segundo Torres e Rispoli (2003) os eventos podem ser classificados em pequenos, médios, grandes e macro-eventos ou mega-eventos. Temáticos, esportivos, religiosos, culturalartísticos, atualização/científicos, sociais/confraternização, de negócios (feiras e afins), gastronômicos, políticos e de lazer. São raros os produtos ou novidades que não sejam lançados em eventos ou quem sabe não sejam o patrocinador de determinados eventos. Os eventos geram tributos, que são significativos e deveriam ser otimizados na consolidação do turismo de eventos e melhor aplicados na manutenção e construção de espaços públicos voltados ao atendimento das empresas realizadoras de eventos, no que se refere a centros de convenções e similares. E no caso específico do presente trabalho a criação de pistas públicas para a prática de esportes, no caso o skate. Uma empresa ao realizar um evento dependendo do porte, mantém contato ou poderá fazer interfaces com quase todos os campos do conhecimento humano. O mercado de eventos gera empregos diretos e indiretos, temporários ou fixos nos ramos comerciais, industriais ou na prestação de serviços. Toda vez que uma cidade é sede de um mega-evento inúmeras são as benesses que ficam para as cidades. Além da chance de serem consolidadas como destino turístico, milhares de empregos poderão ser gerados e tributos serem recolhidos. De acordo com Torres e Rispoli (2003, p.47) em nosso país, em especial no sudeste, o mercado de eventos caminha a passos largos, sendo São Paulo a cidade latino-americana que mais realiza eventos. O universo de empresas, centros de convenções, associações representativas 25 e empreendimentos do ramo hoteleiro que atuam de forma integrada, a transformaram na capital brasileira dos eventos. Cabe ressaltar que em comum acordo estabelecido, o trade turístico e o governo em parceria, têm articulado estratégias e efetuados estudos com a pretensão de na próxima década ampliar de forma significativa o universo de eventos nesta gigantesca cidade. Nas demais regiões destacamse a região sul e nordeste que com esforços tem possibilitado a entrada de montas polpudas aos cofres dos empreendedores e estado. O norte e o centro-oeste caminham a passos menos velozes em decorrência de aspectos relativos à gestão ou até mesmo a falta de políticas públicas ou de assuntos pertinentes à infra-estrutura. O mercado é amplo e cresce velozmente. Para obtermos sucesso precisamos afastar os fantasmas da falta de capacitação e da ausência de bons planejadores. Não se pode mais explorar o mercado de forma amadora e com planejamentos pouco fundamentados. As pesquisas de situação e interesses são passos lógicos e imprescindíveis. Conforme Simões (apud MATIAS, 2002, p. 61) “evento é um acontecimento criado com a finalidade específica de alterar a história da relação organização-público, em face das necessidades observadas. Caso esse acontecimento não ocorresse, a relação tomaria rumo diferente e certamente, problemático”. Para Giácomo (apud MATIAS, 2002, p. 61) “evento é um componente do mix da comunicação, que tem por objetivo minimizar esforços, fazendo uso da capacidade sinérgica da qual dispõe o poder expressivo no intuito de engajar pessoas numa idéia ou ação”. Como instrumento de marketing é considerado um dos mais importantes acessórios na composição dos planejamentos e táticas de ação. Grandes marcas regularmente tornam-se conhecidas após a realização de eventos, na qual as mesmas foram expostas ao contato com a 26 massa. Estrategistas planejam com cunho científico o como inserir e manter a marca em evidência no mercado. Florianópolis possui grandes potencialidades para o turismo, tendo em vista a vocação do turismo balneário e dos eventos que poderão ampliar e desenvolver o turismo. 2.3 Eventos Esportivos Empiricamente observa-se que o público busca espetáculos esportivos de médio e grande porte e prefere ver seus ídolos e equipes como estrelas de grandes eventos. Muitas empresas já estão abandonando a prática do patrocínio individual de atletas e de clubes. Cada vez mais cresce o número de empresas que buscam investir em eventos. A ênfase no patrocínio de eventos em detrimento do patrocínio individual surge como um novo paradigma das empresas investidoras no esporte. Tal fato vem reforçar ainda mais o papel de evento esportivo, como fator de alavancagem do marketing esportivo e da indústria esportiva. Segundo Oliveira (2001, p. 80) os países ou cidades que sediam os eventos esportivos agregam as suas imagens destaques institucionais que não são obtidos pelos meios tradicionais de marketing. Se citar a Austrália e a cidade de Florianópolis como dois exemplos opostos. A Austrália recebeu três prêmios pela campanha global de promoção dos Jogos Olímpicos de Sydney ocorridos em julho de 2000. O primeiro foi conferido pelo desenvolvimento da estratégia denominada Movimento Olímpico, que ajudou o país a alcançar 1,6 milhões de visitantes; foram aplicados US$ 6,5 bilhões de dólares. O segundo foi conferido ao Programa Olímpico de Relações com a Imprensa, que obteve um retorno de US$ 6,6 bilhões em publicidade. E o terceiro 27 foi o prêmio concedido à Australian Tourist Commission (ATC) pelo sucesso de uma campanha publicitária de US$ 1 milhão desenvolvida em parceria com a Qantas Airways. O resultado de todo esse esforço foi que o crescimento de turistas latino-americano atingiu 31% de um ano para o outro; o Brasil foi o principal emissor da região. Florianópolis, ao contrário, passou a ser mais conhecida e agregou valores a sua imagem a partir do momento em que um de seus “filhos”, o tenista Gustavo Kuerten, transformou-se em destaque internacional. A imprensa, ao dar uma notícia sobre Guga, como é conhecido, refere-se sempre à cidade de origem do grande campeão. Florianópolis, na carona do “grande campeão”, alcança fronteiras que jamais alcançaria por meio de folhetos, campanhas publicitárias que quisesse utilizar. Os campeonatos internacionais de tênis que já ocorreram em Florianópolis foram única e exclusivamente em razão da imagem de Guga. Esses dois exemplos servem para demonstrar como o turismo desportivo é capaz de produzir efeitos promocionais sobre os lugares onde são realizados. Portanto a necessidade de criarmos novos atletas profissionais, dando-lhes a oportunidade de mostrarem seus talentos através dos eventos esportivos e junto trazendo benefícios ao município na divulgação do mesmo pelos canais de informação. Segundo Melo Neto (1999, p. 34) o binômio marketing esportivo/promoção de eventos constitui o que denominamos de “base de sustentação de desenvolvimento da indústria esportiva”. Atletas e equipes somente ganham espaço publicitário e valorizam suas conquistas quando participam de eventos esportivos bem planejados e executados. 28 2.4 Esportes na Natureza (AFAN) Segundo o autor Betrán (apud MARINHO e BRUHNS 2003, p.163) as atividades físicas de aventura na natureza (AFAN) é um conjunto de práticas recreativas surgidas na década de 1970 com desenvolvimento na década seguinte e consolidada na de 1990 sob novos hábitos e gostos da sociedade pós-industrial. As AFAN são práticas individuais que se fundamentam geralmente no deslizamento sobre superfícies naturais como: na terra (skateboard, snowboard, mountain bike, escalada livre), na água (surfboard, rafting, windsurf) e no ar (queda livre em pára-quedas, asa-delta, parapente). O equilíbrio dinâmico para evitar as quedas e a velocidade de deslocamento, aproveitando as energias da natureza (eólica, das ondas, dos cursos fluviais ou a força da gravidade), constitui os diversos níveis de risco controlado nos qual a aventura se baseia. O elemento risco é um fator mais aparente que real e depende basicamente de duas condições: do nível de expectativas gerado pelo praticante, o qual configura um quadro simbólico de sensações e emoções, fazendo parte do conceito de aventura e da incerteza que a natureza implica. A incerteza própria do meio natural é um fator de risco intrínseco para essas atividades e, consequentemente, um notável incentivo para a diversão arriscada num meio natural semiestruturado pela oferta empresarial. O prazer, a natureza, a emoção, a diversão e a aventura ao alcance de todos, porém filtrados de maneira individualizada, ainda que geralmente em companhia de outros e inclusive em cooperação, sem distinção de gênero, idade ou nível, são elementos essenciais que fazem parte da identidade das AFAN. Não obstante, é a tecnologia que converte tais atividades em inegáveis práticas pós-modernas, possibilitando que qualquer ser humano possa deslizar pelo ar, pela água 29 e pela superfície terrestre, desenvolvendo grande parte dos sonhos que o homem tinha desde tempos imemoráveis. Na atualidade, as práticas corporais de caráter recreativo consolidaram-se como a principal forma de aproveitamento do ócio ativo das pessoas pertencentes aos países desenvolvidos do Ocidente. Essa realidade lúdica forma parte importante da denominada indústria do ócio, que tem uma participação crescente no Produto Interno Bruto (PIB) de cada país e na criação de postos de trabalho, concentrando, por sua vez, um alto nível de demandas sociais de transcendência cultural, social e política. Esse incremento foi espetacular nos países mais desenvolvidos e está diretamente relacionado com a democratização do ócio entre as classes populares, a implantação da sociedade de consumo, o predomínio do setor terciário (serviços) nos setores produtivos, o reequilíbrio social, a redução das jornadas de trabalho, o aumento do tempo livre e a constante mecanização que o estilo de vida urbano comporta. Ainda, segundo Betran (apud CAMPOS e FIGUEIREDO, 2006) os esportes de aventura na sociedade pós-industrial, urbanizada e muito tecnológica representam uma ruptura dos padrões estabelecidos, visto que, as acrobacias, o risco, a aventura constitui-se no inovador, no temido e no admirado. A classificação dos esportes de aventura na natureza desenvolveu-se baseados em critérios divididos em cinco divisões, na qual são compostos pelo ambiente físico, ambiente pessoal, atividades, valorização ético-ambiental e o ambiente social. 30 2.4.1 Ambiente Físico O ambiente físico faz referência ao lugar ou ecossistema no qual são realizadas as atividades, diferenciando em três critérios de seleção do espaço, sendo o primeiro partindo-se do meio na qual se realizam: ar, terra e água; já, o segundo critério se baseia no plano que ocupa horizontal ou vertical, de acordo com o percurso que desenvolve durante a atividade; grau de incerteza apresenta-se como o último critério, sendo estáveis ou não. Plano horizontal: as atividades aéreas assinalam-se como horizontais, visto que, a trajetória descendente provocada pelo efeito da gravidade é menor ou mais suave, proporcionando ao praticante a sensação de estar voando. As atividades desenvolvidas em lagos e mares também podem ser consideradas como horizontais devido ao deslizamento que estas ações provocam, e, por fim, as atividades desenvolvidas em um espaço terrestre em um plano horizontal também são caracterizadas. Plano vertical: as atividades relacionadas ao plano vertical diferenciam-se pela queda com velocidade uniformemente acelerada contra o solo, podendo ser relacionada como as atividades ascendentes ou descendentes desafiando a força da gravidade. Já no espaço aquático, as fluviais por seu curso descendente da montanha até sua desembocadura em outro rio ou no mar ou lago, podem ser classificadas como verticais. Ambiente instável: considera-se um espaço instável aquele que pode gerar incertezas quando os fatores externos podem interferir nas atividades. Os níveis de incertezas podem estar relacionados aos fatores meteorológicos, como a umidade, a temperatura e pressão e aos fenômenos meteorológicos, como o vento, a chuva, a neve, as tempestades ou geadas. Também podem ser considerados espaços instáveis aqueles ambientes na quais as 31 características do relevo são desconhecidas, na qual podem ser destacados o rafting e o mountain bike. Ambiente Estável: consideram-se as condições mais adequadas à prática das atividades com o menor nível de risco possível para o praticante. 2.4.2 Ambiente Pessoal Os critérios previstos no ambiente pessoal estão relacionados à análise psicológica do ponto de vista do praticante com relação as suas emoções, ou seja, as sensações, e vivências pessoais no desenvolvimento de cada atividade. Esta pode estar relacionada com o tipo de aventura a ser experimentada, na qual a dimensão emocional, a sensação e os recursos biotecnológicos, estão diretamente ligados. Dimensão Emocional: valorização das emoções experimentadas pelos praticantes, na qual a conduta hedonista está relacionada a um esforço físico pequeno e a geração de prazer e bem-estar. Já as atividades ascéticas caracterizam-se pela necessidade de uma condição física mínima, variando o esforço físico de acordo com cada atividade. Sensação: o prazer e o descanso são considerados quando os participantes sentem certa paz e harmonia de forma prolongada, que lhe permita contemplar o ambiente de maneira tranqüila. Quando a atividade é geradora de estresse, a sensação vivenciada pode ser gerada como vertigem/risco. Recursos Biotecnológicos: o praticante emprega ao realizar as atividades, sendo divididos em quatro tipos: artefatos mecânicos/tecnológicos – aparelhos idealizados e adaptados ao 32 homem para a realização de uma determinada tarefa (energia e habilidade humana para o seu funcionamento); artefatos de motor (energia e propulsão para funcionar). 2.4.3 Atividades Segundo Betrán (apud CAMPOS 2006), as atividades foram selecionadas como representante de cada um dos grupos, sendo agrupadas em um segundo nível em relação as diferentes categorias que foram surgindo, diferenciados pelo meio terrestre, aquático ou aéreo. Sendo as seguintes atividades: Aéreas: ultraleve, asa-delta/parapente, pára-quedismo, bunge jump, vôo livre; Terrestres: ciclo turismo, trekking, caminhada de orientação, espeleologia, cavalgada, trenó, 4x4, motos, skate, mountain bike, esqui extremo, espeleologia vertical, escalada/alpinismo, rappel; Aquáticos: mergulho, vela, jet ski, surf, rafting, descidas de cascatas ou cachoeiras. 33 2.4.4 Valorização ético-ambiental A filosofia que inclui o gosto das pessoas por tais atividades desenvolvidas no ambiente natural, indica um retorno no homem à natureza. Este retorno faz com que o homem venha a desfrutar de tais atividades, visto a possibilidade de esgotamento do meio natural, já que, mesmo as atividades desenvolvidas como forma de ação lúdica – lazer e turismo – gera impactos, alterando o equilíbrio do meio ambiente. Os impactos são proporcionalmente gerados de acordo com as especificidades de cada atividade a ser realizada, na qual as principais causas de impactos ao meio ambiente estão relacionadas: Tipo de atividade: nas modalidades relacionadas ao esporte de aventura na natureza a atividade está dividida em duras e suaves: nas primeiras a energia é autogerada e não provoca impactos importantes porque não utiliza nenhum tipo de máquina. As modalidades duras podem provocar impactos graves sobre o meio ambiente, pois são desenvolvidas com o auxílio de máquinas. Intensidade (densidade) da prática; Duração da atividade em um determinado lugar; Estação do ano na qual a atividade é pratica; Momento do dia; Vulnerabilidade intrínseca das espécies que vivem na região; Comportamento dos praticantes com relação ao meio ambiente. 34 A modalidade skate representa este esporte de aventura em todas as características propostas pelo autor acima citado. No ambiente físico o skate trabalha tanto no plano horizontal quanto vertical. Há duas modalidades básicas de prática do skate que são: - “Street” – modalidade praticada nas ruas, nos centros urbanos, que aos poucos vai sendo transferido para as pistas criadas simulando os obstáculos da rua; - Vertical – é a prática feita em uma pista chamada “half-pipe” (pista em formato de “U”), no qual proporciona manobras aéreas, realizadas verticalmente. Considera-se ambiente instável no skate a prática em ambientes abertos, tornando inviável a prática em dias chuvosos e ambientes estáveis, a prática em lugares construídos especialmente para o skate e cobertos. No ambiente pessoal o skate traz muita diversão, prazer, exercício físico, emoções, e sensações de liberdade, principalmente nas manobras radicais realizadas no ar. O skate é composto basicamente por quatro partes, que o torna viável economicamente. O skate é composto basicamente por quatro partes. São elas: shape, truck, rolamento e roda. O shape é a tábua de madeira na qual o “skatista” apóia os pés. Hoje em dia a evolução dos modelos proporciona maior equilíbrio e facilidade na hora de dar as manobras. Geralmente os shapes são iguais dos dois lados, aumentando a variedade de manobras. A lixa é colocada sobre a parte superior e prende o pé do “skatista”. O truck funciona como um elo entre o shape e as rodas. Ele é preso ao shape e tem grande importância. Os melhores são os que apresentam grande resistência e flexibilidade. O rolamento é essencial para um bom desempenho do skate e quem determina a velocidade que o mesmo irá ter. Geralmente um rolamento mais resistente é utilizado para o street e os mais rápidos para o half pipe. Por último vêm as rodas. São elas que têm todo o contato com o chão e 35 proporcionam a estabilidade além da velocidade ao atleta. Uma boa qualidade das rodinhas faz muita diferença na hora de andar. A prática do skate, mesmo que praticado em diferente espaço, está muito ligado ao surf, principalmente pelo fato do skate ter surgido devido à inconstância das ondas para a prática do surf. Esse vínculo faz com que os praticantes de ambos os esportes tenham características comuns como música, vestimenta, linguagem e também a preocupação com a natureza e a necessidade de preservação ambiental. 2.5 Esportes Radicais - Skate Uvinha (2001, p. 90) cita a história da modalidade baseado no relato de “skatistas” experientes. Segundo os “skatistas”, a modalidade foi inventada por surfistas da Califórnia – EUA, no final da década de 1950, quando, descontentes com o mar flat 1 que se prolongava por vários verões, resolveram desmontar os patins utilizando os eixos e as rodinhas embaixo de uma tábua de madeira (com o tamanho aproximado de uma pequena prancha de surf). Com esse equipamento, deslizavam pelo asfalto como se estivessem “surfando”, procurando uma “radicalidade” nas manobras semelhante à encontrada no surf (aliás, praticavam tais “brincadeira” descalços, justamente para simular ainda mais a situação encontrada no surf). Estava criado o skate, que, com o passar dos anos, foi sofrendo transformações em termos de tamanho, formato e durabilidade dos materiais utilizados. Além de andar de skate nas ruas, desviando de obstáculos (movimentos estes que acabaram por criar posteriormente o estilo “street”), na década de 1970, os então “skatistas” da Califórnia 1 Na linguagem usada pelos surfistas, mar flat é quando está liso, sem boas condições para a prática do surf. 36 começaram a praticar a modalidade utilizando também piscinas arredondadas vazias, de onde surgiu o estilo “vert” e, consequentemente, “pistas” que contemplassem tal estilo. Agora no século XXI, com a globalização, a informação e o desenvolvimento tecnológico, um mundo diferente, onde os equipamentos e os terrenos estão expandindo, há uma grande necessidade de incentivo e apoio para a expansão também destes esportes e seus atletas super “radicais”. Segundo Uvinha (2001, p.21) a palavra “radical” geralmente sugere dois entendimentos: extremismo, quando aplicada ao campo da política (como por exemplo, na manchete: “Eleição libanesa: radicais vencem no sul”, folha de São Paulo, 11-09-96) e raiz, quando se busca a origem de algo, freqüentemente utilizado, por exemplo, no campo da filosofia. Já na modernidade a palavra radical assume um outro significado quando se trata de esporte. Essa nova modalidade de esportes radicais vem tendo um incremento considerável no número de adeptos desde a década de 1980, quando começa a ganhar expressão no Brasil. Esses esportes têm em comum o gosto pelo risco e pela aventura, muitos com a proposta de se engajar também em causas de preservação ecológica. A cada mês parece ser inventado um novo tipo de esporte radical (a maioria nos Estados Unidos e na Europa), tal a velocidade com que chegam ao nosso país. Tais esportes variam quanto ao custo de seus equipamentos, atingindo um público diferenciado conforme o seu potencial econômico. Entre todos os esportes radicais, o skate receberá um tratamento especial, em virtude dos objetivos traçados neste trabalho. Uvinha (2001, p. 22) procurando investigar como se daria o elemento radical na modalidade terrestre skate, obteve respostas de alguns “skatistas” do ABC paulista que poderiam aguçar o entendimento dessas práticas. 37 Entre as respostas, estão a do “skatista” Lima e de Maurício Hube, o Chileno, de 28 anos, “skatista” e fabricante de shapes (tábua de madeira do skate, onde os “skatistas” apóiam seus pés) na região do ABC paulista: Radical é aquela manobra mais difícil, mais complicada. (Lima) O cara sai voando muito alto, bate o skate na borda da pista, pá, a pista já tem três metros e trinta (referindo-se ao half-pipe - uma pista em formato de “U”, onde o “skatista” ganha muita velocidade, o que possibilita uma fase aérea, perdendo momentaneamente o contato com o chão e podendo realizar, no ar, várias manobras) e o cara sai mais três metros e trinta, quer dizer o cara tá então seis e sessenta do chão, entendeu? É radical, transmite emoção, o coração bate mais forte. (Chileno) Uvinha (2001, p. 23) comenta que, no relato desses “skatistas”, percebe-se que os praticantes de esportes radicais, de uma forma geral, jogam a todo o momento com o risco de uma queda, de um afogamento, ou qualquer outra ocorrência que possa até custar a vida. Sobre o assunto, Renatinha também deu sua opinião: Radical é aquele que dá perigo, que oferece perigo, né? Acho que no skate você pode cair e machucar. (Renatinha) Os esportes radicais poderiam estar inseridos no que Parlebás (apud UVINHA 2001, p. 24), ao citar as relações do praticante com o meio físico, classifica como práticas em ambiente “selvagem e não condicionado”, já que nessa categoria as ações sofrem um ajustamento à 38 novidade e procuram superar ante costumeiros imprevistos. Em obra anterior, Parlebás já havia ressaltado que “o praticante se mantém, quando num meio recheado de incógnitas e imprevistos, em constante diálogo com as propriedades do espaço motor, determinantes de suas condutas motrizes”. Sobre este encontro com o “imprevisto”, Pociello (apud UVINHA 2001, p. 24) defende que: poder-se-á brincar de sentir medo no ar e no mar, sobre a onda ou sobre o rochedo, nas subidas ou nas descidas, no vazio que beira a catástrofe, de forma a experimentar realmente as sensações excitantes dos sonhos de vôo, o saborear essa dinâmica mais modesta do salto. Conforme Neto (apud UVINHA 2001, p. 25), os esportes radicais sugerem “um novo paradigma de ação, ao explorarem o sentido do limite físico e simbólico do corpo”. Pelo fato do esporte radical ser uma atividade que oferece adrenalina, emoção, aventura, risco, medo, pode-se pensar que essa prática é de exclusividade da adolescência, da juventude, alguma coisa como “típica da idade”. Entretanto não são apenas estes os praticantes de tais esportes e sim pessoas de todas as idades, possivelmente movidas por certo “espírito ou sentimento de jovialidade”. Uvinha (2001, p. 25) ao falar de uma “cultura jovem”, pensa que adolescentes de distintas épocas, lugares e ambientes sociais procuram constantemente dar às suas ações um estilo de vida que lhes seja peculiares, estilo este muitas vezes caracterizado pela inovação, pela negação dos valores considerados tradicionais, e tais características se aproximam de uma forma bastante expressivas das atitudes deferidas pelos praticantes de esportes radicais. Conforme aponta Pais (apud UVINHA 2001, p. 26), 39 entre as jovens gerações o que encontramos é um gosto crescente e renascido pela aventura, pelo risco, pela descoberta: a descoberta de si próprio por referência aos outros, e nessa descoberta as dimensões sociabilísticas da vida são preferencialmente eleitas. Uma pesquisa realizada na cidade de São Paulo em 19952 constatou que os paulistanos de 14 a 21 anos preferem o skate e o surf no âmbito dos esportes radicais. Tal pesquisa demonstra a relevância dessas modalidades no contexto esportivo. Segundo Uvinha (2001, p. 27) a modalidade skate pode simbolizar como prática vivenciada pelo adolescente, uma busca da identidade pessoal e uma forma de evidenciar sua cultura perante a sociedade, aproximando-se da colocação de Leif & Brunelle de que “a adolescência, sempre de aparência enganadora, talvez não passe de um grande jogo”. Assim, é possível registrar depoimentos como o de Chileno, Renatinha e Giuliana sobre a importância da prática da modalidade: O skate para mim é a forma que eu encontrei para viver, é o equilíbrio, uma terapia, eu esqueço os problemas. Você vê o skate e fica fascinado: você quer andar de manhã, de tarde, à noite. É muito legal, cara! (Chileno) O skate, pra dizer a verdade, faz parte da minha vida desde os 14 anos; não consegui parar, ta na veia, não tem jeito, não tem como parar, sinto falta, é como um vício pra mim. (Renatinha) O skate na minha vida é tudo; a minha vida hoje em dia é o skate. (Giuliana) 2 Publicada na revista Tribo Skate, nº. 17, em dezembro do mesmo ano. 40 Uvinha (2001, p. 27) conversa também, durante a realização do 8º Torneio em São Caetano, com o “skatista” profissional Rodrigo Menezes, de 19 anos de idade, o Digo, campeão mundial de skate na Alemanha em 1996. Digo falou sobre a ligação do esporte que pratica com a juventude: O skate é bem ligado à juventude, tipo o Orelha, vai. Tem uma idade aí e a gente olha pro cara e pensa: se o cara não estivesse andando de skate, pô, a gente ia tirar o cara de tiozinho, né? Mas o cara vem com o skate na mão e a gente pensa: o que será que ta acontecendo? É bom pra caramba, eu acho legal, é um lance de juventude. Eu me considero jovem também, você olha pro skatista: é molecão, boné pra trás. É muito legal, cara. (Digo) Os depoimentos desses “skatistas” comprovam que o skate além de uma prática esportiva, constitui a oportunidade de contato com um novo grupo, um novo linguajar, um novo tipo de se vestir, de se comportar e se expressar perante o mundo em que estão inseridos. Uvinha (2001, p. 30) constata ainda que como exemplo de esporte radical de alto custo, há o pára-quedismo, para o qual apenas um salto, após curso teórico para iniciantes, dificilmente sai por menos de R$ 250,00 no Estado de São Paulo. Já o skate, segundo seus praticantes, é uma modalidade considerada de baixo custo: Não é caro praticar skate, dá pra comprar numa boa. (Seu Madruga) O skate não é caro porque não precisa repor peça a toda hora. (Lima) Antigamente, era muito mais caro que hoje, já que hoje é mais fácil adquirir um skate de nível bom e ainda nacional. Antes era tudo importado. (Limpa) 41 O crescimento da atividade esportiva no Brasil e o desenvolvimento tecnológico contribuíram para que as empresas investissem na fabricação de equipamentos nacionais com ótima qualidade e com preços mais acessíveis do que os importados. Outro fator a ser analisado é que o skate é uma atividade que lembra “rua”, que é realizado na “rua” e com características tipicamente urbanas. Conforme apontam Santos et al. (apud UVINHA 2001, p. 30 e 31), referindo-se aos jovens que têm majoritariamente na rua suas experiências de lazer: o fato de estarem nas ruas não significa que estejam fora do sistema de valores que regem as relações entre os homens; não estão excluídos das regras de convivência, de etiqueta, do exercício da autoridade. Uvinha também colhe o depoimento de Gyrão sobre essa característica da modalidade. O skate é um passo para a rua; é a conquista da rua. (Gyrão) Assim, o elemento rua se aproximaria das características pertinentes ao skate, como bem explicita Rushkoff (apud UVINHA 2001, p. 31): “o skateboard verdadeiro, de rua, é um exercício de conquista do terreno urbano que resiste à linearidade dos percursos”. Magnani (apud UVINHA 2001, p. 31) ressalta que, quando abordamos o elemento “rua”, não podemos nos limitar “à materialidade” que isso evoca quanto a um “elemento físico constante da 42 paisagem urbana”, mas sim nos remetermos “a um conjunto definido de normas, direitos, deveres, costumes, comportamentos e expectativas”. Portanto a modalidade skate representa, neste estudo, as atividades esportivas consideradas radicais, com adeptos de todas as idades que tenham “espírito ou sentimento de jovialidade”. Utilizam o espaço urbano específico para prática, ou seja, as pistas de skate e também as ruas no qual revestem de significados, colaborando para “colorir” tal espaço. Os praticantes de skate também fazem dessa experiência urbana um importante espaço de expressão, de busca de valores. Identificam-se no mundo onde estão inseridos através da música, da linguagem ou pela forma de se vestirem, características da formação dos grupos na busca dos “iguais”. 2.5.1 História do skate no Brasil – 3 décadas Segundo (BRITTO, [199-?] o skate chegou ao Brasil na década de 1960, com uma turma que começava a “surfar” por aqui, influenciada pelos anúncios na revista Surfer. Na época o nome era “surfinho”, era feito de patins pregado numa madeira qualquer, sendo as rodas de borracha ou de ferro. Na América o skate caiu no esquecimento, e o mesmo aconteceu por aqui, até que, em 1974, o engenheiro químico Frank Nashworthy, acidentalmente, descobriu o uretano, material de que são feitas as rodas de skate e que viria a revolucionar todo o esporte. As novas rodas eram silenciosas e mais aderentes, fazendo assim com que os skates fossem mais velozes e seguros. Com o uretano surgiu o primeiro “boom” do skate. Com o desenvolvimento do skate, o próximo passo foi o aperfeiçoamento do terreno, já que desde o início o skate era praticado nas ruas, calçadas, estacionamentos, quadras esportivas, etc. Era necessário se criar áreas específicas para a 43 prática deste novo esporte. E assim foram surgindo os skateparks, que rapidamente tornaram-se uma febre em todo o mundo. O primeiro skatepark a ser construído no Brasil – e na América Latina – foi o de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, em 1976, com dois bowls. E ainda está lá, com mais de 24 anos de serviços prestados ao skate. Em julho de 1977 aconteceu em Nova Iguaçu, RJ, o primeiro campeonato de pista do Brasil. Na véspera de Natal de 1977 mais um capítulo da história do skate nacional estava sendo escrito. No Clube de Regatas do Flamengo acontecia à primeira “demo” de skate do Brasil. O primeiro grande campeonato, que contou com um público de cerca de 2.500 pessoas, ocorreu no início de 78. Mais uma grande mudança viria a ocorrer no skate nacional. O foco desta mudança estava na Avenida Santo Amaro, em São Paulo. Lá foi construído a Wavepark, por Charles Putz, um adolescente americano que morava no Brasil e estava empolgado com skate. Com a proliferação das pistas e dos equipamentos, acontecia o 2º crescimento do skate. Em 1978, Alberto Pecegueiro, hoje à frente da Globosat e um dos responsáveis pelo skate ter migrado para a TV a cabo, lançou a Brasil Skate, uma revista própria para o esporte que crescia a olhos vistos. Acontecia o Campeonato Brasileiro em Florianópolis, na pista de Jurerê – construída ladeira abaixo. Pistas eram construídas por todo o Brasil. Com a evolução natural do esporte, o skate também foi se modificando. Os shapes foram ficando mais largos e as rodas cônicas. Tudo para facilitar as manobras verticais. A cena no Sul do país também dava sinais de amplo desenvolvimento com a realização do Campeonato Brasileiro, no Swell Skatepark, em Viamão, Rio Grande do Sul. Toda euforia e esforços realizados no final da década de 1970, começavam a se dissolver e se desgastar como rodas não trocada depois de várias semanas de sessions. No início dos anos 80 os poucos praticantes eram divididos entre as modalidades estilo livre, o freestyle, e o vertical. 44 Como o estilo livre não necessitava de uma pista específica para a prática, mas apenas de uma área plana e lisa, manteve os seus praticantes mais fiéis e conseguiu cativar novos adeptos. Por outro lado, com o fechamento gradativo das importantes pistas dos anos 70, como a famosa Wave Park, e outras como a Franete e a Cash, a esperança surgiu com a construção da bem–estruturada pista Wave Cat, em São Bernardo do Campo, com um complexo até então inédito de bowl/banks/half/free-style, tudo integrado em uma só pista. Foi quase o suficiente para suprir as necessidades dos praticantes de vertical, que rapidamente se adaptaram à novidade, que era sucesso nos Estados Unidos: o kidney pool (bowl em formato de feijão). Logo no começo de 1981 os paulistas são presenteados com a inauguração da pista pública de São Bernardo do Campo. Outras pistas são construídas nesse ano. Em Belo Horizonte – MG, em Guaratinguetá – SP. Em 1984 surge a grande novidade na indústria americana: o primeiro vídeo de skate da marca Powell-Peralta é lançado em grande escala no mercado. Foi então que o skate tomou um novo rumo. Andar de skate era se informar das novas manobras que estavam surgindo mundo afora. O skate não tinha um veículo próprio de divulgação, sempre dividindo espaço com publicações de outros esportes. Fábio Bolota propõe ao fotógrafo e freestyler Jair Borelli a produção de uma matéria especial para divulgar o street. Essa matéria foi o germe da primeira revista de skate dos anos 80 e a primeira editada em São Paulo, a Overall. A partir daí o esporte ganha mais cores e começa a mostrar a sua cara para o país inteiro. Em 1986 surge a revista Yeah!, com uma linguagem mais de fanzine, elaborando o lado mais underground do skate nacional. O street skate definitivamente invadia as ruas, trazendo novos adeptos a cada dia. Os campeonatos começavam a se proliferar aqui e ali. O ano de 1987 começa forte e mantém a mesma atividade intensa do ano anterior, ou seja, crescendo. Logo no início de 1988, a cidade do Guarujá festeja a inauguração da Straight Up Skatepark, de frente pra praia da 45 Enseada e logo em Fevereiro acontece o Circuito Revelação Vertical Amador que destacou vários “skatistas” que viriam a ser a grande força do “vert” nacional. A cada dia mais e mais “skatistas” surgiam nos quatro cantos. Sentindo esse forte termômetro, acontece um marco na história do skate: em Abril rola o maior evento de todos os tempos, o Sea Club Overall Skate Show. Montado dentro do Projeto SP (enorme casa de shows), o campeonato aconteceu no maior halfpipe até então construído no país. Essa enorme popularidade pode ser comprovada em Maio, no 1º GP Brasil de Skate, que aconteceu no ginásio do Corinthians. Eram tantos inscritos no amador que o evento entrou madrugada adentro nas eliminatórias. Em Junho o esporte sofre o primeiro grande baque: o skate é proibido no Parque do Ibirapuera. Por ordem do então prefeito polêmico, Jânio Quadros. Com isso o skate passou a integrar manchetes de jornais e telejornais, mas só regressou ao seu ápice com a posse da sucessora, a prefeita Luiza Erundina. Nesse ano surge a UBS (União Brasileira de Skate) e a Festjovem 88 acontece com as demonstrações dos americanos John Gibson e Dave Duncan no half-pipe. O vertical passa a ter uma rápida evolução com uma estrutura de responsabilidade e um half-pipe de madeira. O último ano da década começa com um dos mais audaciosos e grandiosos eventos já realizados no país: a Copa Itaú, em Janeiro, com a presença dos americanos Micke Alba, Ken Park, Mark “Gator” e Joe Johnson. O evento foi realizado na mesma arena do vôlei de praia. Dinho leva nas areias de Ipanema o campeonato de “vert” e mais a prova de aéreo com um vôo de 2,40 metros. Segue uma delegação de peso para a Europa, para participar do mundial na Alemanha, em Munster. A década termina com o skate a todo o vapor, com muitas promessas e revelações. E era isso o que todos esperavam e desejavam. No ano de 1990, com o bloqueio das contas bancárias, pôs fim nos planos dos “grandes” empresários do skate, e com eles afundou também o sonho de vário profissionais do skate. Resistiram apenas aqueles que, com muito sacrifício, determinação e principalmente amor pelo 46 “carrinho”, não abandonaram a idéia e o prazer de andar. Junto com alguns remanescentes, uma nova geração, estava nascendo garotos, que não mais se inspiravam em antigos pros, mas jovens que viam, em seus companheiros de idade, espelhos para decolarem. Enquanto as transformações econômicas e sociais ocorriam, o skate brasileiro ainda tinha fôlego, e em Janeiro deste ano ocorria a 2ª edição da Copa Itaú, megacampeonato de vertical, nas areias ensolaradas de Ipanema, espetáculo que culminou com um dos maiores confrontos do skate nacional, o Mauro Mureta e o jovem Lincoln Ueda, vitória apertada para Mureta. Surge a ABESK (Associação Brasileira dos Empresários do Skate). Em Julho no mundial da Alemanha – o Munster Monster Mastership, os brasileiros Mauro Mureta (15° vert), Léo Kakinho (15° street), Cris Mateus e Ricardo Mikuim representam à força dos brasileiros. A nossa mídia já era passado, informações apenas boca-a-boca, quem sobreviveu a este ano entrava para a década de 90 quase sem esperança, movidos apenas por muito “skate na veia” (a melhor frase para definir estes heróis da resistência). O ano de 1991 foi movimentado por tentativas de consolidar a ABESK e a retomada da UBS. O skate estava caminhando com as próprias pernas, devagar, mas sempre, até que em Setembro remanescentes de antigas publicações, com a colaboração de alguns “skatistas”, juntam-se e lançam a revista Tribo Skate. A UBS vai até Londrina – PR e atrai um dos maiores públicos que o skate já tinha presenciado num evento de street – mais de 5.000 pessoas se espremiam para assistir a vitória do Marcelo Just no street e Rogério Antigo no freestyle. Estava se formando uma nova geração de profissionais, garotos que não estavam para brincadeira: Tarobinha, Chupeta, entre outros. Quanto ao freestyle, modalidade que segurou o skate no início dos anos 1980, estava quase desaparecendo, apenas uns poucos praticantes ainda a cultuavam. Na verdade não desapareceu, mas incorporou-se ao streetskate. 47 Em 1992 o skate perdeu a velocidade, as manobras se transformaram, parecia que a garotada estava querendo criar um novo skate, voltado apenas para eles, sem direito a veteranos. A molecada assumiu uma postura radical, contra qualquer intromissão de old schools. Eles sabiam de tudo, não aceitavam regras pré-determinadas, a maioria dos profissionais não tinha nem 17 anos de idade, mas eles queriam reinventar tudo, muito inspirados em fitas e revistas estrangeiras (americanas). Rodas pequenas (torneadas) em shapes mais ou menos finos. O visual estava sendo tomado por roupas cada vez mais largas com cores fortes (azul royal, laranja), os tênis de cano alto foram cortados para dar mais mobilidade aos pés, na cabeça em vez de cabelos longos todos exibiam agora reluzentes carecas ou cabelos pintados de cores estranhas como azul, violeta, vermelho ou qualquer outra cor extravagante. O “vert” sobrevive com muita vontade, mas com poucos adeptos. Muitos motivos faziam com que o skate declinasse: falta de pista, de equipamentos, de proteção... . Curiosamente, nessa época aconteceu o fato de alguns “skatistas” adotarem uma postura anti-profissional, não querendo ser fotografados, além de acharem que não estava bom o que lhes eram oferecidos. Nesses tempos era assim, tentavam ser o mais independente e individual possível. Apesar dessas implicâncias a mídia se solidificava e o skate dava sinais de vida. Em 1993 os praticantes começam a abandonar as pistas e invadem as ruas. Do vertical para as ruas, misturando as bases. O street vai se popularizando por todo o país e a mídia pouco a pouco enfocam o “carrinho” em programas de várias emissoras de Tevê, mas sempre visto com ares de descrédito, brincadeira de criança que não tem o que fazer. O visual x-large dos skaters é adotado pelas melhores grifes do mundo, mas quase nunca se referindo ao skate como principal divulgador desta “moda” de vestir-se. Os tênis nacionais começam a ser produzidos de cano baixo, algumas marcas do eixo Curitiba e São Paulo dão fortes sinais de crescimento, o que impulsionou a realização de mais um circuito UBS – desta vez com apenas três etapas – e de 48 tantos outros campeonatos amadores de Norte a Sul. Em São Paulo acontece o primeiro campeonato de melhor manobra. Em 1994 houve um fato que sem dúvida impulsionou o skate nacional, um garoto chamado Robert Bob, foi o desembarque do editor da revista americana Thrasher, junto com outros profissionais estrangeiros. Em julho, como de costume, outra delegação vai competir na Europa, e os estrangeiros começam a sentir o potencial dos brasileiros. Os “skatistas” entram numa fase de auto-conhecimento sobre a palavra “profissionalismo”, afinal ninguém mais quer “andar de graça”, questionam quanto ao valor das premiações e remunerações. Alguns profissionais se juntaram e deram início ao: “O Movimento”. Estava dado o “drope” inicial para a nova fase profissional do skate nacional. O ano de 1995 trouxe presságios de uma nova era, o momento em que todos os skaters do mundo se curvariam diante dos “skatistas” brasileiros, quando as paredes verticais – quase raras por aqui – seriam o palco para coroar duas das maiores conquistas do skate mundial: Vancouver Slam City Jam (Canadá) e Munster Monster Mastership (Alemanha). Surge mais uma publicação para divulgar o esporte: a 100% Skate, editada pelo skater Alexandre Vianna. Em 1996, a praia Mole em Florianópolis – SC, cedia o 1° UBS – Drop Dead Vertical 96, realizado num half-pipe construído sobre a areia e o campeão foi Lincoln Ueda. O ano começava em alto estilo. Reaparecem os longboards, com novos designs e com isso os surfistas redescobrem a sensação de “dropar” uma ladeira. O sonho americano cada vez mais envolve os “skatistas” brasileiros, tanto que alguns profissionais partem para os EUA, e passam a competir como amadores, para obter nome e reconhecimento. No ano seguinte a mídia começa a reconhecer alguns estilos de vida, pessoas que levam a vida unida pelo skate. No Rio de Janeiro acontece a feira Sport Drink e nela um campeonato de vertical, com a presença do americano Andy Macdonald, que obtém a 2ª colocação, atrás do 49 campeão Digo. Cada vez mais “skatistas” brasileiros invadem a Argentina para desfrutar de umas sessions locais. Numa dessas investidas o gaúcho Guilherme Gnomo traz para casa a 1ª colocação num campeonato amador. O fotógrafo Shin Shikuma, num de seus trabalhos pela América Latina, flagrou e registrou a cena local dos “skatistas” de Lima – Peru, ou seja, o intercâmbio entre “skatistas” da América do Sul estava apenas começando. A rede de TV a cabo ESPN realiza uma versão brasileira do X-Games norte americano, chamado Fera Brasil. Um evento de impacto para o público, mas a organização geral deixou o skate meio de lado, apesar de que mais de 80% do público que se aglomerava nas arquibancadas queria ver o “carrinho”. Desta vez a festa foi dupla para o Bob, que ganhou no street e vert. “Skatista” brasileiro residente nos Estados Unidos, sendo apontado como um dos melhores skaters do mundo. Bob é sinônimo de vitórias e não deixa por menos, vence o Triple Crown3. Para fechar, é eleito o “skatista” do ano pelos leitores da Thrasher. O longboard vem fazendo novos adeptos: no Rio a Estrada das Paineiras é o reduto dos longs. No ano de 1998 começa a surgir um novo panorama no esporte: alguns atletas vivem exclusivamente de seus salários como profissionais do skate. Com isso continua a divulgação do skate pelas marcas, pelos eventos e pela música que esteve sempre ligada ao skate. Música e o skate sempre estiveram muito ligados, e essas duas coisas se fundiram com a explosão da banda Charlie Brown Jr., liderada pelo vocalista/ “skatista”, Chorão, que empunha o skate como uma bandeira, levando-o para programas de televisão – vide o antológico “Jô Onze e Meia”. Seus clips são recheados de manobras e em seus shows não pode faltar uma mini ramp. O especial da Globo “Criança Esperança” teve a abertura com skate, e para isso alguns profissionais foram contratados (Fábio Sleiman, Biano, Magrão, Ari, Rogerinho Rageb). Campeonato realizado em três etapas diferentes, denominado de Triple Crown (Três Coroas). O campeão das três etapas é considerado o campeão da Triple Crown. 3 50 O skate profissional chega ao Centro-Oeste brasileiro. Brasília, acostumada a tanta inflamação, desta vez acolheu os “skatistas” que foram conferir a melhor área até então montada para uma competição. 1999, a fase de estruturação, tanto por parte das empresas que tendem a ficar cada vez mais sólidas e criativas, quanto por parte dos “skatistas”, que procuram uma carreira mais séria e competitiva. A internet marca forte presença e vários sites são criados. Campeonatos são transmitidos ao vivo pela rede. Mais e mais vídeos nacionais são editados. Emissoras de TV a cabo vão abrindo suas portas. Muito espaço para o “carrinho” progredir. A Expansão Skatepark (SP), pista indoor, inovou com um banks de madeira. Outra pista que chamou a atenção na área foi a Tent Beach, em Santo André (SP), com um half-pipe enorme e uma mini ramp de madeira. O Longboard e o speed voltam a ser cultuados por uma galera bastante eclética, tanto que surge o Clube do Skate Grandão. Anjo dos Becos, umas das bandas que mais acompanharam o skate no início dos anos 90, está de volta com o irreverente Pirata. Crail World Cup Skateboard Contest, última etapa do Circuito Mundial, no ginásio do Ibirapuera que se tornou o centro do skate mundial por quatro dias de competições. Circuitos no Brasil: Nordeste Circuito Nordestino Mylly’s Circuito Sergipano Circuito Baiano Circuito Norte Rio Grandense Circuito Maranhense de Skate 51 Minas Gerais Circuito Mineiro Twister / VGS Rio de Janeiro Circuito Rio Skate Circuito New Skate Circuito Plasma Radical & Skate Park Circuito de Skate do Estado de São Paulo Circuito Estadual de Skate Circuito Play de Street Skate Circuito CEU Butantã II Circuito Municipal de Skate Circuito Escolar de São Bernardo do Campo Circuito Vicentino de Skate São Vicente (SP) São Paulo Mato Grosso Circuito Matogrossense AMA Skate Circuito Drop Dead Skate Park Circuito Paranaense Circuito Gomma Arte Skate Escola Paraná 52 Circuito Shipments Amador Rio Grande do Sul Circuito Gaúcho Circuito Freeday 53 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS No capítulo que se inicia apresentam-se tópicos referentes aos procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho que são os seguintes: tipo de pesquisa, população, amostra, instrumento de pesquisa, coleta de dados e tratamento de dados. 3.1 Delineamento de Pesquisa A classificação da pesquisa segundo a taxonomia proposta por Dencker (1998) pode ser quanto aos fins e quanto aos meios de investigação. Quanto aos fins, a pesquisa apresenta-se de cunho exploratório, na qual segundo a autora citada acima, essa tipologia possui como característica um planejamento flexível envolvendo em geral levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas experientes e analise de exemplos similares. Neste sentido parte do levantamento teórico especificar com os seus temas vinculados aos campeonatos nacionais de skate, como sendo um evento capaz de proporcionar um fluxo turístico regional, no caso o município de Florianópolis. Quanto aos meios de investigação, ainda segundo Dencker (1998), a pesquisa caracterizase como bibliográfica e documental, pois a fundamentação do trabalho baseou-se na investigação 54 de assuntos, vinculado ao projeto do evento “VERT IN ROCA” a ser realizado no município de Florianópolis e com o apoio da Associação de Skate da Ilha de Santa Catarina (ASISC). 3.2 População, Amostra e Coleta de Dados A população foi composta pelas obras bibliográficas relacionadas a turismo, turismo esportivo, eventos, eventos esportivos, skate, existentes nas bibliotecas da Universidade do Sul de Santa Catarina. Segundo Dencker (1998) a amostra é caracterizada como não probabilística por julgamento, na qual, o especialista seleciona o que acredita ser a melhor parcela da população para o desenvolvimento do estudo. Que no âmbito bibliográfico apresentou as seguintes etapas: a) Levantamento bibliográfico sobre: turismo, turismo esportivo, eventos, eventos esportivos, skate; b) Seleção das referências bibliográficas adequadas às necessidades do estudo; c) Seleção dos conteúdos das referências bibliográficas selecionadas anteriormente; d) Análise dos conteúdos e posterior redação do referencial teórico deste estudo. 3.3 Tratamento de Dados O tratamento dos dados obtidos por intermédio da ação do pesquisador e tendo como base os dados coletados na amostra, possibilitou a descrição destes de acordo com as necessidades do estudo sendo estas norteadas pelos objetivos específicos do trabalho. 55 Sendo assim, os dados foram tratados e organizados de maneira que compusessem o referencial teórico e a proposta. 56 4 APRESENTAÇÃO DO EVENTO “CAMPEONATO BRASILEIRO AMADOR VERTICAL – VERT IN ROÇA” Os dados apresentados abaixo foram obtidos na Associação de Skate da Ilha de Santa Catarina (ASISC). 4.1 Campeonato Brasileiro Amador de Skate Vertical Campeonato de skate vertical com apresentação de bandas, dj´s, tatuadores, arte em grafite, telão, mini feira, área vip e gastronomia. A Associação de Skate da Ilha de Santa Catarina (ASISC) e UNDERMUSIC Records apresentam: VERT IN ROÇA. Atrações que farão um sábado e domingo muito especial para a galera. Dois dias para serem lembrados. O mundo do surf, skate e música estarão reunidos em um super evento para atletas do skate, na modalidade Vertical, em meio a Mata Atlântica e próximo da nascente do Rio Tavares. Contamos com toda a estrutura necessária para eventos de nível internacional, além de um halfpipe coberto e iluminado que é um dos melhores do Brasil, contamos também com um banks cinco estrelas. 57 Campeonato Brasileiro de Vertical Amador; Campeonato de Aéreo mais alto; Best performance no banks. Além da exibição de alguns dos melhores profissionais do Brasil, espaço para expositores de produtos e trabalhos artísticos, tatoo, área VIP com gastronomia comandada pelo Chef Loco... e a galera! 4.2 O Evento Depois de três etapas disputadas em Guaratinguetá – SP, está chegando à hora dos melhores “skatistas” de vertical amador do Brasil, decidirem o título. Um circuito inédito no Brasil! Caracterizado pelo ambiente de fazenda com direito a mato, boi, rio, muito verde e um half-pipe instalado no meio disso tudo. O VERT IN ROÇA finalizará sua última etapa em Florianópolis – SC. Acampados neste clima, os competidores dessa vez vão poder mesclar o lado rural com o urbano, pois o lugar do evento está a dois kilômetros da praia e a seis kilômetros do centro. Outra grande atração será o banks da Hi Adventure que fará parte do evento trazendo uma boa premiação para quem explorar melhor a pista. Um fim de semana com muita adrenalina na decisão do título, nos desafios e muita diversão com as bandas, dj´s, festa e muito skate. Cronograma: Final do Circuito Vert in Roça; Campeonato de melhor aéreo; 58 Best run banks e festa de encerramento. O campeonato vertical amador. Local – CT Pedro Barros Data – 16/12/2006 às 14:00h Premiação Iniciantes: troféu, medalhas e equipamentos; Amador: troféu, medalhas, equipamentos e dinheiro (R$ 300,00 para os dez finalistas); Primeiro lugar no circuito categoria amador: passagem para Tampa – USA; Aéreo mais alto: R$ 500,00. Banks Local – banks da Hi Adventures Data – 17/12/2006 às 14:00h Melhor volta: R$ 1.000,00 em equipamentos. O banks Desde 1998 o banks da Hi Adventures faz parte do cenário mundial de skate. Com aparições em revistas, vídeos e até vídeo games por todo o mundo, essa pista de skate já teve os melhores “skatistas” do planeta presente. Contando com um pequeno estúdio de música no estabelecimento, o banks da Hi Adventures já foi presenciado com bandas internacionais e nacionais, tais como, Planet Hemp, Raimundos, United Jacksons, Sepultura e outros. Proposta Patrocínio oficial – uma cota; Co-patrocínio – uma cota; 59 Apoio – três cotas. Valores Patrocínio oficial: R$ 30.000,00 Co-patrocínio: R$ 10.000,00 (fechado com a Drop Dead) Apoio: R$ 1.500,00 em premiação ou uma passagem para Tampa – USA. Contato – [email protected] Fone: (48) 3238-2254 ou 9932-5312 André Barros Retorno de mídia do centro de treinamento Pedro Barros em 2005/2006 Sport TV – Zona de Impacto; RBS – Patrola; RBS – Toque do Teço; Vinte Vê – Canal 20 da NET – Florianópolis; Tribo Magazine; 100% Skate Magazine; Jornal Solto; Tablas (revista do Chile); SkateMag (revista da Espanha); Pé na Tábua e Fé em Deus – Vídeo da Drop Shoes, que segundo a revista Fluir: “... um dos melhores filmes nacionais de surf e skate dos últimos tempos...”; Todos os sites especializados em skate; TV Record – X Sport 60 Importantes marcas utilizam nosso espaço como cenário para propagandas, divulgando nossos parceiros indiretamente; É neste ambiente que se reúnem atletas, empresários, repórteres e formadores de opinião deste esporte e do nosso mundo. Aqui surgem novas tendências, opiniões e comportamentos; Revista SKT; ESPN Brasil. Plano de mídia Cobertura confirmada da mídia especializada: ESPN Brasil. Novo filme da Garden Groove Produtora que será lançado em 2007. Cobertura completa da Revista SKT. 40 chamadas na rádio Atlântida. 1.500 cartazes. Chamada nos principais sites especializados. Nos últimos cinco anos desenvolvemos excelente relacionamento junto à mídia especializada em surf, skate e comportamento. Já participamos de diversas matérias, que geraram visibilidade aos nossos patrocinadores. As matérias já estão programadas para este evento. Aproveite! Espaço no novo filme da produtora Garden Groove, que será lançado no início de 2007. Possibilidade de transmissão ao vivo pela ESPN Brasil ou Sportv. O público do evento Presença de atletas profissionais e amadores. Fotógrafos e filmakers da mídia especializada. 61 Os praticantes de skate. Recebemos diversas personalidades que se identificam com nosso estilo de vida, como: Léo Kakinho, Binho Nunes, Marcelo Kosaki, Pinquim, Urina, família Golveia, Igor e Derek do Sepultura, Uirá da Underground Records, Marcelo Trekinho, Sorriso, Ferrugem, Os Raimundos, Marcelo D2 e Planet Hemp, entre outros. Além dos curiosos, amigas e amigos. 62 5 PROPOSTA DE EVENTOS PARALELOS A SEREM DESENVOLVIDOS ANTES DO EVENTO. Eventos paralelos a serem realizados dois dias antes do evento principal – Campeonato Amador de Skate Vertical – “VERT IN ROÇA”. Evento Proposto: Exibição de filmes de esportes radicais e de skate . Possíveis Locais: teatro, cinema ou casa de cultura. Descrição do Evento: Serão exibidos filmes de alguns esportes radicais, durante a parte da manhã, com início as 8:00h., do segundo dia antes do evento VERT IN ROÇA, com sessões até as 14:00h. do mesmo dia, sendo que o ingresso será a camiseta do evento e o ticket, que serão vendidos no próprio local, ficando livre a permanência e a escolha dos filmes a serem assistidos. Evento Proposto: Clínica de skate (aulas e empréstimo de material). Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: Destina-se à realização de atividades relacionadas ao skate durante duas horas, das 14h00min, as 16h00min, do segundo dia antes do evento, com todos os equipamentos necessários. Os ministrantes da clínica, que serão atletas/competidores, desenvolverão temas 63 como: montagem, manutenção e técnicas de prática e manobras do skate. Após, espaço aberto na pista para a apresentação dos participantes da clínica, com premiação da melhor manobra (best trick), tendo como prêmio um shape autografado por um “skatista” profissional que fará apresentações durante o evento. Evento Proposto: Mostra de desenhos desenvolvidos pela técnica de grafite. Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: Consiste na montagem de uma exposição destinada à arte de grafite, com artistas das ruas, com o objetivo de divulgar e vender suas artes. Essa mostra beneficiará os artistas e o público que poderão comprar trabalhos personalizados em camisetas, bonés, shapes, painéis, etc. Serão exibidos os desenhos durante todos os dias de pré-evento e do evento principal. Evento Proposto: Espaço livre em um half-pipe. Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: Das 16h00min até as 20h00min dos dois dias anteriores ao evento, será destinado ao público a pista half-pipe, com direito a uma volta de um minuto, no caso de queda passa a vez para o próximo participante, obedecendo a uma seqüência dos interessados em participar, com a realização de sorteios de brindes a todos os participantes e premiação de equipamentos de skate para os que realizarem a melhor manobra, o aéreo mais alto e o melhor desenvolvimento da performance durante o tempo estipulado (um minuto por volta), sendo julgados por juízes especializados que participarão do evento VERT IN ROÇA. 64 Evento Proposto: Bungee Jump. Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: Será promovido, um dia antes do evento VERT IN ROÇA, saltos de bungee jump, com todos os equipamentos necessários para a segurança no salto, tais como: Fitas tubulares de nylon 2000KN (safety line) · Bungee cords = cabos construídos com 3 a 6 mil fios de elásticos paralelos com uma safety line ligando as extremidades usando o sistema zig-zag; Mosquetões de aço (qualquer outro tipo de material é proibido, por não ser resistente a impactos); Seat harness (cadeirinha de alpinismo); Ankle harness (tirantes especialmente desenvolvidos para fixar os tornozelos dos saltadores ao cabo elástico); Cabos de aço ou cordas estáticas 16 mm para ancoragem; Cordas estáticas 12 mm para resgate; Freio “Rack” para resgate; Fitas tubulares de nylon para resgate; Faca; Kit de primeiros socorros; Rádios de comunicação pessoal. Com pessoas treinadas e capacitadas para o apoio na preparação do material no saltador. Saltos que serão oferecidos gratuitamente a todos os participantes do evento com o auxílio de um guindaste com altura aproximada de 20 metros. Mas, como em qualquer outra prática esportiva existem alguns pré-requisitos básicos: estar bem física e mentalmente, livre do efeito de álcool ou 65 qualquer outro tipo de drogas; não possuir problemas cardíacos e de coluna; não ter sofrido nenhum tipo de cirurgia, no período mínimo de 2 anos; alongar antes do salto (dores abdominais são freqüentes após o salto em pessoas sedentárias ou que não se preocupam com o alongamento); para as mulheres é expressamente proibido o salto de gestantes. Evento Proposto: Parede de escalada. Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: As paredes de escalada são utilizadas como entretenimento para o público de todas as idades. Será um atrativo a mais para o público do evento VERT IN ROÇA, assim como o bungee jump, a parede de escalada também será gratuita um dia antes do evento, com criação de jogos e desafios e premiações de camisetas e bonés do campeonato de skate para os ganhadores. A parede de escalada também serve de exposição da marca do patrocinador nas suas partes laterais. Pintura na superfície da parede = 2,20m x 7,00m e banners de 2,80m x 1,00 na área superior. Dados técnicos: espaço necessário = 40 m2; altura do equipamento = 10 m; equipe operacional = 5 pessoas; capacidade de atendimento = 30 pessoas/hora. Evento Proposto: Demonstrações de profissionais. Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: Na parte da tarde do dia anterior ao campeonato VERT IN ROÇA, haverá apresentação dos profissionais e competidores do evento, com o objetivo de reconhecimento de pista, divulgação e incentivo ao esporte profissional. 66 Será destinado duas horas da parte vespertina do dia para tal demonstração, com distribuição de autógrafos. Evento Proposto: Mini feira de produtos e acessórios para esportes radicais. Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: Haverá algumas tendas divulgando e vendendo equipamentos e acessórios para o skate e esportes radicais, com novidades e tendências de evolução desses esportes, além de espaços para mídia especializada, revistas, jornais, cyber spaces (para acesso à internet, com sugestões de vários sites especializados nos esportes em questão). Evento Proposto: Escola de circo. Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: Serão oferecidos, em uma tenda montada na área do evento VERT IN ROÇA, nos dois dias anteriores ao campeonato, cursos livres de malabaristas, trapezistas, palhaços, equilibristas, atores, músicos, ilusionistas, contadores de história, contorcionistas e acrobatas. Os alunos podem optar por participar das modalidades específicas que são: acrobacia aérea (tecido acrobático, trapézio fixo, lira e corda indiana); acrobacia de solo (saltos, rondada); malabarismo (truques com bolinhas, claves, diabolôs, devil sitck). Evento Proposto: Estúdio de tatuagem e colocação de piercing. Possíveis Locais: o próprio local onde será realizado o evento principal. Descrição do Evento: Área destinada a quem deseja fazer tatuagens e/ou colocação de brincos e piercings. Com profissionais e equipamentos adequados e esterilizados para a segurança e 67 conforto dos interessados. Funcionará durante os dois dias antes do evento e durante o campeonato VERT IN ROÇA. Evento Proposto: City tour do skate. Possíveis Locais: pistas de skate no município de Florianópolis e entorno. Descrição do Evento: Saída com grupo de “skatistas” para um passeio na cidade de Florianópolis e entorno, passando por pistas de skate, com paradas de meia hora para uma sessão de skate em cada pista, sendo estabelecido entre os praticantes à escolha da melhor pista e repetição da sessão de meia hora na mesma. Evento Proposto: Aula de surf no Costão do Santinho. Possíveis Locais: Resort Costão do Santinho, no Santinho. Descrição do Evento: Destinado aos competidores do campeonato VERT IN ROÇA, será oferecida uma atividade de descontração, nos dois dias anteriores ao evento, que consiste em aula de surf na Escola de Surf do Costão do Santinho. Evento Proposto: Festa de abertura com concurso musical. Possíveis Locais: casas de shows, boates, estádios esportivos, ginásios esportivos. Descrição do Evento: E por último, na noite anterior ao campeonato, haverá uma festa de abertura do mesmo, com concurso de música que elegerá a melhor banda de Hip Hop da região, e a banda ganhadora participará, apresentando-se durante o evento VERT IN ROÇA. 68 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do apresentado neste trabalho o desenvolvimento de eventos paralelos a um evento principal, com o intuito de fomentar o turismo na região sediadora do evento, através de hospedagem, transporte, alimentação, atividades que são a base do trade turístico, é bastante relevante. Neste sentido, os objetivos específicos desse trabalho foram alcançados quanto ao levantamento bibliográfico referente ao turismo, eventos, eventos esportivos, esportes na natureza e esportes radicais – skate, primeiro objetivo específico no qual foi apresentado no referencial teórico desse estudo. O segundo objetivo específico – apresentar os benefícios de eventos esportivos nacionais - foi exposto na revisão de literatura, por meio de exemplos citados em outras localidades, que desenvolveram a região através dos eventos esportivos. No último objetivo - apresentar propostas de eventos paralelos a um evento principal, no caso o campeonato brasileiro de skate vertical – VERT IN ROÇA, foram apresentados propostas de eventos que visam à vinda antecipada e/ou a retenção do público alvo na região sediadora do evento, estendendo a permanência de tempo no destino, possibilitando uma maior oportunidade de desenvolvimento de turismo no local. 69 Esta proposta pode servir como base para os organizadores de eventos, no intuito que esses, possam elaborar eventos paralelos, visando obter um aumento de tempo de permanência do público alvo e oferecendo maiores opções de aproveitamento do destino por parte dos participantes, maximizando os gastos no comércio em geral e o uso da infra-estrutura turística. 70 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BARRETTO, Margarita – Manual de iniciação ao estudo do turismo / Margarita Barretto – Campinas, S.P. – Papirus, 1995. BRASIL. Turismo no Brasil: 2007 – 2010. [Brasília, SN] 2006. 128 p. BRITTO, Eduardo. A onda dura: 3 décadas de skate no Brasil. São Paulo: Parada Inglesa NPL, [199-?]. 71 CAMPOS, João Geraldo Cardoso – Turismo de esporte e aventura: livro didático / João Geraldo Cardoso Campos, Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo; design instrucional Carmem Maria Cipriani Pandini.. – Palhoça: UnisulVirtual, 2006. DE ROSE, Alexandre Turatti – Turismo: planejamento e marketing. São Paulo: Manole, 2002. DIAS, Reinaldo. Introdução ao turismo. / Reinaldo Dias. São Paulo: Atlas, 2005. GIACAGLIA, Maria Cecília. Organização de eventos: teoria e prática. / Maria Cecília Giacaglia – São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. MATIAS, Marlene – Organização de eventos: procedimentos e técnicas. 2.ed. São Paulo: Manole, 2002. MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing em eventos. Rio de Janeiro, SPRINT, 2 ed. 1999. MONTANER MONTEJANO, Jordi. Estrutura do mercado turístico. / Jordi Montaner Montejano / tradução de Andréa Favano. 2. ed. São Paulo: Roca, 2001. Título original: Estructura del mercado turístico. OLIVEIRA, Antonio Pereira. Turismo e desenvolvimento: planejamento e organização. / Antonio Pereira Oliveira – 3 ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2001. 72 OMT - Introdução ao turismo. / direção e redação Amparo Sancho; traduzido por Dolores Martin Rodriguez Córner. São Paulo: Roca, 2001. (Vários colaboradores). Oportunidades e investimentos em turismo. / Maria Henriqueta Sperandio G. Gimenes, organizadora. São Paulo: Roca, 2003. SCAFUTO, Isabel Cristina – Trabalho de Conclusão do Curso de Turismo – 2005. Temas sobre o lazer / Heloisa Turini Bruhns (organizadora). – Campinas, SP: Autores Associados, 2000. TORRES, Raul da Rocha / RISPOLI Reginaldo. A força econômica do turismo e o pujante mercado de eventos. Brasília: Redgraf, 2003 – (Turismo e Eventos). Turismo, lazer e natureza. Alcyane Marinho (org.), Heloísa Turini Bruhns (org.). Barueri, São Paulo: Manole, 2003. UVINHA, Ricardo Ricci. Juventude, lazer e esportes radicais. / Ricardo Ricci Uvinha, 1 ed. 2001, Manole. WATT, David C. - Gestão de eventos em lazer e turismo / David C. Watt; trad. Roberto Cataldo Costa. – Porto Alegre: Bookman, 2004. 73 ANEXO 74 GLOSSÁRIO AFAN: atividades físicas de aventura na natureza. Banks: espaço apropriado para a prática do skate, construído geralmente de concreto. Bowls: pistas de skate arredondadas, em formato de vaso, tigela, concha. Bungee jump: atividade esportiva na qual o praticante salta de certa altura, amarrado por um elástico de segurança que evita com que o mesmo caia se chocando com a base. Carrinho: gíria usada para especificar o skate. Chef: mestre de cozinha. City tour: volta pela cidade. Demo: abreviação da palavra demonstração. Designs: palavra inglesa que significa desenho, modelo. Dropar: derivação brasileira da palavra inglesa Drop, que significa queda, declive, descida, declínio; ato de executar o Drop. Drope: derivação brasileira da palavra inglesa Drop. Esportes radicais: esportes de aventura no qual despertam bastante adrenalina, emoção. Filmakers: pessoas que produzem filmes. Flat: palavra usada pelos “surfistas” quando o mar encontra-se sem ondas para a prática do surf. Freestyle: estilo livre. Freestyler: pessoa que pratica o estilo livre. Half-pipe: pista em formato de “U”. 75 Indoor: palavra inglesa que significa feito portas a dentro, interno, de salão. Kidney pool: bowl em formato de feijão. Longboard: skate grande. Longs: abreviação de longboard. Mini ramp: pista de skate em formato de “U”, porém em tamanho reduzido. Mountain bike: prática de ciclismo em montanhas. Old schools: referência aos veteranos do skate. Rafting: descida em rios dentro de botes infláveis. Sessions: sessões de skate. Shape: parte de madeira do skate, onde o praticante coloca os pés. Skateboard: palavra inglesa usada para designar o skate. Skateparks: locais específicos para a prática do skate. Skatista: pessoa que pratica o skate. Snowboard: atividade parecida com o skate, porém praticada na neve. Speed: modalidade de prática do skate, usualmente na prática do skate longboard. Street: modalidade de prática do skate, utilizando a estrutura arquitetônica da cidade. Streetskate: prática do skate na cidade. Surfar: ato de praticar o surf. Surfboard: atividade esportiva utilizando uma prancha e as ondas do mar. Surfinho: referência ao primeiro skate, feito de patins pregado numa madeira qualquer, sendo as rodas de borracha ou de ferro. Tatoo: abreviação de tatuagem. Truck: peça usada no skate, parafusada no shape, onde são colocadas as rodas. 76 Vertical: modalidade de prática do skate utilizando uma pista que tenha paredes verticais, possibilitando manobras aéreas. Visual x-large: estilo de vestimenta, geralmente utilizado pelos praticantes de skate. Windsurf: atividade esportiva utilizando uma prancha com uma vela, impulsionado pelo vento.