OLEIROS
www.jornaldeoleiros.com
Director e Fundador
Paulino B. Fernandes
· Ano 3, Nº 19, Novembro/Dezembro de 2011 • Preço: 0,01€ (inclui IVA) • Edição Bimestral
Jornal de
Influente na região do Pinhal Interior Sul, Beira Interior Sul e Cova da Beira
“ARCOleiros”
também no FutSal
Dando expressão ao Clube e
afirmando-se dia-a-dia mais eclético,
o “ARCOleiros” passou a ter uma
equipa de FutSal.
É uma boa notícia que comprova a
“revolução” positiva que está a ser
conduzida pela Direcção do “ARCO”,
inegável e que muito saudamos.
Recordamos que na 1ª jornada,
na deslocação a Alcaria, o “ARCO”
venceu por 2-3 criando expectativa
para o desenrolar do campeonato
agora iniciado.
Editorial
Paulino B. Fernandes
página 2
“De olho na
Educação”
Dra. Manuela Marques
página 2
“ARCO”
Associação Recreativa
e Cultural de Oleiros
- 35º Aniversário Esta importante Instituição celebrou
em 12 de Novembro, 35 anos.
Catalizadora da juventude de Oleiros,
interveniente em diferentes domínios,
do futebol à pesca desportiva, justifica
o nosso aplauso. Ao Presidente e
Amigo Ramiro Roque enviamos um
abraço e votos de sucesso continuado.
Jornal de Oleiros
O Director e restantes Colaboradores desejam aos nossos Assinantes,
Leitores e Amigos um NATAL tranquilo, com expectativas, com união e
solidariedade, hoje mais do que nunca necessária.
Acreditem, PORTUGAL tem futuro.
JORNAL de OLEIROS
Convívio de Professores
Turismo
Sustentável
Dr. Fernando Carvalho
página 6
Isabel
Domingues Uma referência
página 16
Oleiros em
Movimento
LOURANTUNES, Lda
Telefone /Fax: 272 682 464
Telemóveis: 966092649 e 964785156
Vários acontecimentos
marcantes
página 8
páginas 3, 4 e 16
2
Jornal de OLEIROS
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
De “Olho” na Educação
EDITORIAL
Só Medidas
de Poupança…
Manuela Marques
“País de mão estendida”
Após a apresentação do OE,
e a discussão na Assembleia da
República, não subsistem dúvidas da “miséria” que vai invadir
o País.
O Governo, foi implacável na
discussão e, o que parecia possível – renegociar alguns parâmetros do acordo com a TROIKA,
nomeadamente o alargamento
do prazo de aplicação, foi recusado e o País empurrado para
uma situação que será insustentável.
A República instalada no País,
não cumpriu as expectativas que
criou – defraudou-as mesmo – e
os Portugueses não têm motivos
para qualquer celebração.
A classe política, com as excepções honrosas que sempre existem, tornou-se um “abcesso que
deve ser estirpado” – em eleições
livres, por isso um VOTO ainda na Democracia que defendemos – não no REGIME que
lastimamos consequentemente.
Há alternativas.
Os Portugueses um dia terão
de decidir e obrigar por REFERENDO, a escolha de REGIME
em que querem viver.
“ Um Jornal que cumpre o
seu ESTATUTO EDITORIAL
Nascemos para defender a região, para divulgar a cultura, para
criar condições de mobilização da
população para a importância de
defender o que nos une.
Temos resistido, mesmo a incompreensões iniciais, a vaidades
que tentaram aproveitar-se sem
êxito – nunca o conseguirão – de
um ESTATUTO de independência de que nunca abdicaremos,
consolidámos aquilo que é um
PROJECTO COLECTIVO, agregando todos no mesmo esforço.
Foi possível juntar tantos Oleirenses, sem preocupações políticas,
fazendo-os convergir num esforço
colectivo em defesa da região.
Todos sabem a quem nos referimos com orgulho acentuado e
crescente.
• Um NATAL menos brilhante
• Mas não necessáriamente
menos solidário, este um apelo
que aqui deixamos a terminar,
com os VOTOS de FESTAS FELIZES em Família, com os Amigos,
em prol da nossa terra.n
Director
Email: [email protected].
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–Cabeleireiro–Manicure–Pedicure–
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Praça da República - Oleiros
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FAÇA
A SUA
ASSINATURA
«Quando questionado sobre se
o ensino em Portugal tem professores a mais, o ministro é taxativo:
“É preciso dizer isto com clareza:
não estamos em época de contratar
mais professores do que o estritamente necessário. Isto significa que
vamos ter uma grande contenção
na contratação de professores.”
Numa entrevista centrada sobre
os cortes previstos na educação
para 2012, e as opções para os alcançar, são também abordados,
entre outros temas, a futura contenção na contratação de professores, a escolaridade obrigatória até
aos 18 anos, as obras de Parque Escolar, o financiamento e a racionalização da rede das instituições do
ensino superior…» (fonte http://
www.publico.pt/Educação/entrevista)
Se as duas últimas legislaturas
ficaram conhecidas pela perseguição que estabeleceram aos docentes deste país, esta, sem dúvida,
ficará conhecida como a da poupança…Poupa aqui, poupa ali,
não importa como, quando, onde,
só os números interessam. No entanto, tanta poupança, e compreendemos bem, nós cidadãos, os
tempos que correm, não vai levar a
lado nenhum, muito menos a boas
políticas.
Quanto, a situação em que nos
encontramos, europeus, me faz
pensar no sábio e douto Padre António vieira e no seu celebérrimo
Sermão de Santo António aos Peixes, no momento em que no discurso refere, falando daqueles que
devem dar o exemplo porque têm
uma posição que lhes inculca responsabilidades (neste caso falando
dos pregadores; embora me pareça um símile aplicável a outros níveis…): «Vós, …sois o sal da terra:
e chama-lhes sal da terra, porque
quer que façam na terra o que faz
o sal. O efeito do sal é impedir a
corrupção; mas quando a terra se
vê tão corrupta como está a nossa,
havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode
ser a causa desta corrupção? Ou é
porque o sal não salga, ou porque
a Terra se não deixa salgar.» Pois
a mim parece-me que neste nosso
mundo, nesta nossa contemporaneidade, o sal não salga e a terra
também não está interessada em
deixar-se salgar… Vivemos uma
época do – cada um por si e ninguém pelos outros – e nós educadores, sentimos que o sal já não
consegue evitar a corrupção, que
se alastrou qual doença infeciosa.
E essa doença leva-nos a contenções de despesa que nos entram
nos bolsos a toda a hora: não temos
culpa desse vírus que alguém “soltou” no mundo, fugido da caixa de
Pandora, mas ele devassa-nos com
tal sofreguidão que não vemos
cura nenhuma para esta maleita.
Como viver, então, nos dias que
correm? Como trabalhar com brio,
com profissionalismo e ensejo de
mudança, quando os nossos trabalhos, que ainda há pouco se apostava certos e seguros, estão agora
ameaçados, na iminência de além
dos subsídios perdermos também
parte do ordenado? …
Os tempos para a educação estão
trilhados em caminhos sinuosos,
tempestuosos, embora não seja
apenas nesta pasta que nos aguardam dias menos felizes, mas as
novas medidas que o ministro terá
de tomar e algumas que manterá
com poucas alterações (a avaliação
de professores é um exemplo) em
nada virão ajudar o sistema.
Penso e atrevo-me a opinar que
assim dificilmente conseguiremos
alguma vez sair da crise ou efetivamente aplicar medidas concretas e frutíferas que possam servir
de motor ao desenvolvimento económico, mas também ao desenvolvimento e formação do cidadão.
Cortar em tudo, gastar menos, não
pode ser uma única política de
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Ficha nesta edição
na pag 14
Foto: Miguel Manso
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orientação para este país. Como
cortar nas despesas de uma escola? No material? Os alunos deixarão de ter acesso aos considerados
“produtos de primeira necessidade” na sala de aula? Contratar
menos professores, de que forma?
Mandar uns quantos embora? Suponho que ainda vamos chegar a
entrar nas salas de professores e
salas de aula das escolas e encontrar as velhinhas “salamandras” a
lenha para nos aquecermos, tendo de transportar a cavaquinha
de casa, apanhada no pinhal (que
muitos bem precisam de uma limpeza e embora se atribuam rendimentos sociais e apoios a este e
àquele, a verdade é que não se põe
ninguém a trabalhar, a produzir,
pelo contrário deixa-se “criar barriga ao sol” e as matas aí estão ao
abandono e mercê dos incêndios)
e levar o lanchinho e a marmita
como se fazia antigamente. Provavelmente, nem tudo poderá ser
mau, quem sabe se no cerne do
mais denso pessimismo, nascerá
uma semente de esperança. É preciso passar pelo mau, para dar valor e saber reconhecer e trabalhar
para o bem.
Talvez seja preciso isso mesmo:
um regresso ao passado dos nossos avós, bisavós e certamente a
pobreza, a necessidade conluirão
para que mudem as mentalidades
e se comece a pensar que afinal
o consumismo, o desperdício, a
corrupção, a futilidade são males
a erradicar da sociedade e, então,
talvez o sal volte a cumprir a sua
função e todos se deixem “salgar”. n
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Jornal de OLEIROS
3
A Fonte do Vilar Fundeiro
tem um novo telheiro e um jardim
Alda Barata Salgueiro
(Este artigo não segue o novo acordo ortográfico)
O Vilar dos Condes começa a
revitalizar-se graças à vontade dos
seus moradores e à ajuda da autarquia que, em conjunto, ergueram
um novo alpendre na fonte do Vilar Fundeiro.
Há cerca de dois anos alguns
dos filhos da terra, que a visitam
regularmente, reuniram-se e pensaram, eles próprios, em reabilitar o Largo da Fonte. O primeiro
passo seria substituir o coberto do
lavadouro público por madeira e
telha; só que concluíram tratar-se
de uma tarefa não propriamente
para amadores; resolveram então
recorrer ao presidente da junta
de freguesia da Madeirã. Depois
de esclarecido, este apresentou o
projecto à câmara de Oleiros que
o aprovou. Finalmente, nos inícios de Outubro, o novo coberto
ficou pronto, e sinceramente ficou muito bem enquadrado e é
bonito, mas o mais inesperado e
até comovente é ver, ao lado do
lavadouro, o jardim da Tia Maria!
Ou seja a Tia Maria tinha ali um
espaço onde, durante dezenas de
anos fez o seu estendal. Como já
ultrapassou os 80 e as forças lhe
vão faltando para grandes lavagens, resolveu colaborar com a
iniciativa da reabilitação do largo: Reuniu todos os seus vasos no
espaço onde estendia a roupa fez
um jardim e, para rematar em sintonia, restaurou uma velha escada
de madeira que habilidosamente
pendurou na parede. Um dos seus
familiares, achando graça à iniciativa da criativa senhora, gravou
numa placa de xisto, que ali fixou:
«O jardim da Tia Maria».
Esta notícia não é mais do que
um” fait divers”, mas a informação nela contida, é um bom exemplo de otimismo e de solidariedade. Quem passa olha, gosta e acha
graça, mas olhar não é a mesma
coisa que ver. O Importante é ver
XII Passeio Turístico de TT
“Trilho do Estreito”
- Um enorme sucesso Celebrando o Ano Internacional
das Florestas, a Associação Trilhos
do Estreito associou-se a esta efeméride tendo levado a efeito no
pretérito dia 26 de Novembro o
seu 12.º Passeio Turístico de Todo o
Terreno “Trilho do Estreito”. Com
um apontamento especial nesta
edição, o qual pretendeu apelar à
valorização da floresta, palco deste
já mítico evento, houve lugar para
o concurso de fotografia “Foto Síntese” onde em jeito de síntese da
jornada, cada participante pode registar fotograficamente a paisagem
florestal percorrida durante o Pas-
seio. A participação neste concurso
foi facultativa, pelo que os adeptos
do TT interessados em concorrer
apenas tiveram de munir-se previamente da sua máquina fotográfica. As melhores fotografias serão
premiadas. Mais informações em
www.trilhosdoestreito.pt n
Atletas Oleirenses destacados
no Campeonato de Natação
do Pinhal Interior Sul
A equipa de Pequenos Grandes Nadadores
das Piscinas Municipais de Oleiros destacou-se
no Campeonato de Natação do Pinhal Interior
Sul com 3 medalhas de Bronze, 1 medalha de
Prata e 1 medalha de Ouro.
Parabéns à equipa dos Pequenos Grandes Nadadores (José Pedro Graça, Ricardo Mateus, Alexandra Mateus e Maria Regina).
e perceber o sentimento que esteve subjacente à atitude.
Há muitas aldeias, por esse país
fora, a precisarem da Fé destas
Tias Marias!
Agradecemos à junta de freguesia da Madeirã e à câmara de
Oleiros o bom acolhimento que
nos tem dedicado e agradecemos
também à Tia Maria o seu (e agora também nosso) belo jardim do
Largo da Fonte - cartão-de-visita
Noite Medronha
em Oleiros
Aproveitando a celebração do
Dia das Bruxas, coincidindo este
ano com um dos dias da V Mostra do Medronho e da Castanha,
teve lugar em Oleiros, na noite
de 31 de Outubro, no recinto
fechado onde decorreu a Mostra de Produtos Locais, a Noite
Medronha.
A iniciativa só foi possível
graças ao empenho do Bar Calado e do Amigo Pedro, o qual
também estava representado na
Mostra com a divulgação, entre
outros, do Caipironho.
A ideia passou pela recriação
de uma tradição com origem
Celta, segundo a qual uma bruxa serve uma bebida alcoólica
elaborada essencialmente com
aguardente de medronho queimada e açúcar, denominandose “Queimada do Outro Mundo”.
Segundo a tradição, existe
um esconjuro para pronunciar
aquando da sua elaboração e reza
EXPORTAR É UMA EXIGÊNCIA
Portugueses, residentes no mundo, particularmente na Europa, desejam conhecer industriais
portugueses, produtores que desejem expandir os seus negócios aproveitando sinergias de
portugueses instalados no mundo.
. Diga-nos o que fabrica e o que pretende exportar;
. Descreva capacidades prévias iniciais;
. Garantimos a privacidade da informação;
Escreva-nos para: [email protected]
do Vilar Fundeiro.
Para que o Largo da Fonte fique
perfeito será preciso o presidente
da Junta, o senhor Isidro Farinha,
reunir-se com os donos dos muros circundantes à fonte, que se
encontram totalmente desfeitos, e
encontrar um consenso no sentido de os refazer, pois, se não for
ainda no atual mandato, estou em
crer que nunca virão a ser reconstruídos, e seria uma pena. n
a história que protege contra feitiços e mantém afastados de quem
bebe os espíritos e demais seres
do mal. n
4
Jornal de OLEIROS
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Medronho e Castanha
em tournée - Cooperação
entre Bibliotecas do Distrito
A peça de teatro produzida pela
equipa da Biblioteca Municipal de
Oleiros (BMO) “Sementes Mágicas: o
Medronho e a Castanha” acaba de se
lançar numa tournée por algumas Bibliotecas do Distrito de Castelo Branco. Após uma actuação em Penamacor, no passado dia 8 de Novembro,
a equipa da BMO prepara-se agora
para levar a peça ao palco da Biblioteca Municipal de Vila de Rei, no próximo dia 7 de Dezembro. Recorde-se
que esta peça resulta de um trabalho
de equipa que começa assim a sua
digressão além fronteiras. Com este
acontecimento, solidifica-se a cooperação existente entre as várias Bibliotecas Municipais da região.
Esta iniciativa revelou-se um sucesso e contou com o apoio de todos
os elementos que fazem parte desta
Vai ter lugar no dia 15 de Dezembro, nas Piscinas Municipais
de Oleiros, uma Mega-aula de Hiinfra-estrutura municipal, revelando um trabalho de grupo cuidado
aproveitando o talento colectivo que
se verifica. O argumento desta peça
é uma adaptação da autoria de Tel-
ma Veríssimo, estando a cenografia
a cargo de Sónia Castanheira, o figurino da autoria de Helena Lopes e a
representação da responsabilidade
de Ana Luzia Martins. n
“Cambio” em Espanha
Mariano Rajoy cumpre velho sonho
Não por mérito próprio, Mariano Rajoy várias vezes tentou e
nunca conseguiu ser Presidente do
Governo em Espanha. A crise europeia, ajudo-o a cumprir este velho
sonho, uma crise que obriga a mudanças para dar alguma satisfação
aos povos - que acreditam e devem
acreditar – que estas mudanças podem ser favoráveis.
Rajoy teve sempre a pesar sobre
si a figura de José Maria Aznar, tal
como Zapatero teve Filipe Gonzalez e, ambos, nunca conseguiram
libertar-se destas figuras tutelares,
um pouco como em Portugal com
os casos de Mário Soares ou Francisco Sá Carneiro.
Mas, enfim, resta a esperança,
num momento de grande turbulência e expectativa. Conseguirão a
Espanha e a Itália com o peso de
serem a 3ª e 4ª economias da Europa evitar o fim da União Europeia
e do Euro?
É o que veremos em breve.
Mega-aula
de Hidroginástica
droginástica gratuita, destinada a
toda a população que queira experimentar esta modalidade.n
Hora do Conto na
Biblioteca Municipal
A Biblioteca Municipal de Oleiros leva a efeito nos próximos meses
a sua iniciativa Hora do Conto com as histórias “Os Ovos Misteriosos
(dia 23 de Novembro) e “O país da Música” (dia 7 de Dezembro).
Esta é uma iniciativa que se destina aos alunos do Ensino Pré-Escolar do Concelho. n
I Concurso de Montras
da Vila de Oleiros
(e Concurso de Árvores de Natal)
A Junta de Freguesia de Oleiros está a promover o I Concurso
de Montras da Vila de Oleiros, o
qual decorrerá de 24 de Dezembro a 1 de Janeiro e é destinado
ao comércio local. n
Nesta “batalha” em que Portugal e Grécia já nada contam e os
caminhos que estão a seguir prenunciam um “desastre imenso”,
ficamos com a esperança (temos de
ter…) que algum novo líder apareça com a capacidade de decisão e
ideias que levem Merkel e Sarko-
zy a mudar de rumo, tardiamente,
mas ainda a tempo.
Voltando a Espanha, vemos um
PSOE varrido para percentagens
inusitadas, sacrificando Rubalcaba numa derrota que Zapatero não
desejou sofrer, saindo antes do desaire anunciado. n
Sítio das Plantas
Comercialização de Plantas, Lda.
Venda
ao Público
e Revenda
Dispomos de serviço de Restaurante e Residencial Pôr do Sol 2
com Salas para todos os tipos de eventos (incluindo casamentos e batizados)
Sítio dos Poços, EN n.º 366, Azambuja, 2050 -145 Aveiras de Cima
4ELFs&AXs%MAILPLANTAS SAPOPT
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Jornal de OLEIROS
5
ruralidades
Cultura de Montanha
Inês Martins
Engenheira Agrónoma
A 11 de Dezembro assinala-se o
Dia Internacional das Montanhas,
instituído em 2002, pela Organização das Nações Unidas, com o objectivo de consciencializar a opinião
pública para a importância da sua
preservação. O Geopark Naturtejo,
um projecto intermunicipal que
engloba seis concelhos, assinalou
esta efeméride pela primeira vez,
no ano passado, em Oleiros.
Mas como se definem as montanhas? Estas representam os
ecossistemas terrestres mais ricos
do planeta, com grande biodiversidade de fauna e flora e com paisagens sublimes. Por este e outros
motivos, desempenham uma importante função na vida de todos
nós. Refira-se, a título de exemplo,
que as montanhas e terras altas co-
brem 25% da superfície terrestre e
que armazenam um elemento vital: a água doce.
A estas zonas correspondem populações com um modo de vida
assente na chamada cultura de montanha, a qual se enquadra normalmente em áreas com muito verde,
ar puro e um clima típico. Esta envolvente associa-se a bonitas paisagens, algum romantismo e muito desporto de natureza, atributos
muito importantes para os adeptos
do turismo de montanha, muito
em voga hoje em dia. Este tipo de
turismo pratica-se tendo em vista
o bem-estar, a simples observação
de paisagens ou prática de modalidades desportivas como o alpinismo, a escalada, a caminhada ou o
esqui.
Contabilidade . Salários . IRS/IRC . Pocal
Rua Cabo da Devesa, 6160-412 Oleiros
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Apesar de serem regiões tão apetecíveis turisticamente, estas são
classificadas como zonas desfavorecidas às quais de associam fenómenos de despovoamento e desertificação. Diversificar as fontes
de rendimento destas populações
é um imperativo para garantir a
sobrevivência e a recuperação das
áreas montanhosas.
Por norma, estas são zonas ideais para pastagens (onde o mosaico agro-silvo-pastoril deve ser
uma opção estratégica), ao mesmo
tempo que oferecem produtos diferenciados de elevada qualidade
que se traduzem numa mais-valia
para os territórios.
Sabendo que a montanha se define como a “evasão da rotina”, esta
poderá representar um importan-
te vector de atracção de turistas
oriundos dos grandes centros urbanos, os quais procuram este tipo
de destinos para alguns dias de
descanso e lazer. Desta forma rea-
bilitam-se os territórios, ao mesmo
tempo que se garante a sua humanização e animação por períodos
mais alargados de tempo. n
6
Jornal de OLEIROS
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
O FAROL
Quem não tem dinheiro
Nota: O presente texto não segue as regras do novo acordo ortográfico
António Graça
Não tem auto-estradas sem portagens, não tem saúde grátis, não tem
educação grátis, etc., etc.
Nos anos que se seguiram ao 25
de Abril, foi incutido no pensamento
dos portugueses que só tinham direitos, liberdades e garantias, quanto a
deveres… nada!
Assim, tiveram o direito de entregar o país aos interesses dos partidos,
que tiveram a liberdade de eleger,
e de lhes confiar o futuro da nação,
sem terem, contudo, a garantia de serem bem governados.
Após a entrada na União Europeia,
e a partir dos governos de Cavaco Silva (inclusive), começaram a pensar,
como, aliás lhes foi transmitido, que
passariam a ter o mesmo nível de
vida dos restantes povos da Comunidade, tal ilusão foi sendo aumentada através da política do betão; mais
auto-estradas, IC’s, centros culturais,
estádios de futebol, etc.., obras que
os portugueses, na sua boa fé, acreditaram que os igualariam ao nível de
vida dos restantes europeus.
Mais recentemente, começaram a
construir-se auto-estradas e outras
vias nas quais não circulam veículos, ou circulam tão poucos que não
justificam os elevados investimentos
feitos, aeroportos onde não aterram
aviões, estádios de futebol sem utilização.
Durante o último governo, só a
loucura ou os interesses pessoais de
alguns dos seus membros, permite
explicar a obstinação demonstrada
em construir várias linhas de TGV,
um novo aeroporto, mais auto-estradas e na multiplicação das tristemente célebres PPP( Parcerias PúblicoPrivadas).
O facto é que, desde Abril de 74 e
com particular relevo, nos últimos
seis anos, o orçamento do Estado tem
sido sempre deficitário, ou seja, os
eleitos para governar andam há décadas a acumular dívidas para o país,
agindo como governantes de um país
produtor de petróleo. O acumular,
por si só, não seria trágico, trágica é a
dimensão a que se chegou.
Esta falsa prosperidade, teria de
ter um final desagradável, porque,
quer queiram ou não, nada do que se
consome ou utiliza é gratuito, tudo
tem um preço a ser pago, mais cedo
ou mais tarde.
Esse final parece ter chegado e,
obviamente, obriga a um esforço
monumental para tentar equilibrar
as contas do país.
Nesse sentido, e, para que o país
possa honrar os seus compromissos
internos e externos, são necessárias
medidas estruturais, por vezes duras, mas, medidas que contribuam
efectivamente para tirar o país da
espiral negativa para a qual foi empurrado
O actual governo, que não é, claramente, responsável pela situaçãocaótica que herdou, anunciou um
conjunto de medidas a executar no
Orçamento de 2012, medidas essas
que, em nosso entender, pecam pela
falta de um plano de desenvolvimento da economia, ainda que limitado pelas condições impostas pelo
programa de assistência financeira
assinado com a “troika”.
A austeridade e os cortes, só por si,
não resolvem quase nada, antes podem vir a agravar a situação.
Uma das alavancas para o crescimento da economia, seria o aumento
das exportações e a internacionalização das empresas portuguesas.
Pretendendo traçar uma estratégia para o estafado tema da internacionalização das empresas nacionais,
o governo nomeou uma comissão de
seis sábios, entre os quais se contavam os ministros das finanças e da
economia.
Os sábios reuniram-se e, o mais
que conseguiram produzir foi um relatório, no qual descreveram o bom
ambiente das reuniões e os almoços
que tiveram, ao que parece de boa
qualidade. Quanto à estratégia…
NADA? Consta que não conseguiram chegar a um consenso sobre o
assunto. É triste. Mas, este episódio
é apenas mais uma prova de que o
Estado não deve meter-se onde não
é chamado e de que os sábios não
sabem dar respostas às questões do
dia-a-dia.
De facto, quem exporta e quem
deve projectar as estratégias de internacionalização são as empresas.
Portanto, as estratégias empresariais
deverão ser definidas por pessoas ligadas às empresas, nomeadamente
às PME. O Estado deverá funcionar
apenas como facilitador dessas estratégias.
Para onde vai o nosso dinheiro?
Veio recentemente a público a
questão das subvenções vitalícias
dos políticos, que custam actualmente aos portugueses cerca de 8
milhões de euros/ano.
Questão sem dúvida polémica,
agravada pelos sacrifícios enormes
que estão a ser impostos aos portugueses.
Os valores em causa são, no actual
contexto do país, escandalosamente
elevados, e injustificáveis, se atendermos a que uma boa parte dos
beneficiários, que abrangem todos
os partidos representados na AR(
excepto o BE), aufere outros rendimentos elevadíssimos por cargos
que ocupam em empresas privadas,
a maior parte delas com ligações
aos cargos que desempenharam em
funções governamentais. Parece que
o actual governo, apesar de todas
as dificuldades que já se apregoam,
quer pôr fim à acumulação destes
rendimentos. Aguardemos.
Outra questão polémica é a dos
subsídios de alojamento. Levantada
questão, o ministro Miguel Macedo afirmou que renunciaria a esse
subsídio, mas que o mesmo é um
direito que lhe assiste. Mas, já dizia
Cícero:”Nem tudo o que é lícito é
honesto”.
Pergunto ao Senhor Ministro: E os
subsídios de férias e de Natal? Não
são direitos que assistem aos trabalhadores?
Haja decência.
Estas situações mostram que a
“sociedade civil”, como paternalmente lhe chamam os políticos,
tem de ter uma capacidade de intervenção e fiscalização para além
dos actos eleitorais. Seria do maior
interesse, e deixamos aqui o desafio,
a constituição de um Movimento de
Defesa dos Contribuintes, estrutura completamente apartidária, cuja
missão será, em termos genéricos,
alertar publicamente os cidadãos
para os actos que possam vir a lesar
as suas expectativas enquanto contribuintes
Até breve n
Turismo Sustentável – evolução do conceito
Fernando Carvalho
Nos últimos artigos publicados
neste jornal tem sido abordado o
tema do Turismo, na sua vertente
“sustentável”, cujo conceito será
pertinente desenvolver para melhor
compreensão e enquadramento.
Assim, fazendo uma breve perspectiva histórica, é possível identificar a seguinte evolução, nomeadamente na segunda metade do século
passado:
- A primeira fase coincidiu com
a crise económica da década de setenta, que colocou o Ocidente mais
desenvolvido perante a realidade da
escassez dos recursos, das desigualdades sociais, dos desequilíbrios territoriais na distribuição da riqueza e
do perigo da dependência externa.
Podemos identificar, como referência histórica, a realização da primeira Cimeira da Terra, no âmbito
da ONU, em Estocolmo/1972.
- No início da década de oitenta,
a ONU retomou o debate sobre o
tema. Nesse sentido, a primeiraministra da Noruega, Harlem Brundtland foi mandatada para chefiar
a Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, que
elaborou um documento chamado
“Nosso Futuro Comum”, também
conhecido como “Relatório Brundtland” e publicado em 1987.
Este trabalho define, sucintamente, o desenvolvimento sustentável
como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades actuais, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades”.
- Na década de noventa, com base
nas mesmas preocupações, surge,
pela primeira vez, o conceito de “Turismo Sustentável” na declaração
emanada pela “Conferência do Rio
– Agenda XXI”, realizada pela ONU
em 1992 no Rio de Janeiro. O mesmo
conceito viria a ser adoptado pela
União Europeia, através das políticas de integração do ambiente nos
sectores chave da economia, decorrentes do 5º Programa de Ambiente
“Em Direcção a um Desenvolvimento Sustentável”.
Estas fases são facilmente identificadas nos países mais desenvolvidos do Ocidente, nomeadamente
na Europa do Norte e Central. Nos
países europeus do Sul, caracterizados por uma evolução económica e
social mais lenta e procurados por
um tipo de turismo de massas (“Sol
e Praia”), o conceito de “sustentável” só começa a ganhar alguma evidência nos últimos anos, após vários
erros cometidos nos locais de acolhimento (excesso de oferta e descaracterização dos destinos), começando
a afirmar-se destinos alternativos,
com uma oferta diferenciada.
Com efeito, só durante a última
década começaram a surgir no nosso país estratégias regionais planeadas em que o turismo “sustentável”
assume um papel importante na
óptica do desenvolvimento local.
Trata-se de uma actividade que faz
uso de recursos locais, pouco aproveitados e com fracas potencialidades económicas, possibilitando uma
exploração mais eficiente desses recursos. O seu efeito multiplicador na
economia promove a dinamização e
modernização de outros sectores
produtivos, tem reflexos na cultura,
na gastronomia e no artesanato, e
proporciona as condições necessárias à criação de infra-estruturas e
equipamentos.
Através desta breve perspectiva
histórica é possível concluir que se
trata de uma tendência consistente,
já consolidada em países mais desenvolvidos e com bons exemplos
em alguns locais do nosso país.
Turismo Sustentável
e o Concelho
Tal como na generalidade das
regiões do interior do nosso país, é
urgente inverter a tendência que se
tem vindo a verificar nas últimas décadas, relativamente ao decréscimo
da população residente, com todas
as consequências advenientes. E, no
actual contexto económico, o turismo
sustentável pode representar uma
excelente oportunidade para o concelho de Oleiros. Trata-se de uma região
com potencial considerável, que não
sofreu os excessos do “crescimento”
e manteve a grande maioria das suas
características genuínas.
Contudo, como tem sido referido,
esta vertente do turismo está correlacionada com diversas actividades
locais, a montante e a jusante, interdependentes entre si, que são imprescindíveis no processo.
O sector primário da economia,
que inclui actividades produtivas
como a agricultura, a pecuária e a
pesca, é determinante para que se
possa falar em sustentabilidade.
Terá, por isso, que se organizar no
sentido de dar resposta às necessidades de consumo locais. De facto,
neste modelo sustentável, não parece razoável “importar” o que é
possível produzir no concelho, dispondo-se das condições necessárias
para esse efeito.
Aliás, “produzir local e consumir local” é um dos princípios da sustentabilidade, defendido por todas as organizações que se preocupam com o
tema. Para além das vantagens ecológicas e económicas óbvias, é a úni-
ca forma de garantir a genuinidade
dos produtos gastronómicos que
dão hoje notoriedade ao concelho. E
a genuinidade, em termos turísticos,
é um factor crítico de sucesso!
É verdade que isso implica uma
organização diferente da exploração agrícola, nomeadamente porque
há aspectos fiscais e de segurança
alimentar a ter conta. São, contudo,
ultrapassáveis e economicamente
viáveis, desde que garantam a qualidade necessária e a quantidade que
o mercado é capaz de absorver. A hotelaria, a restauração, o comércio, as
instituições de saúde, assistenciais e
os estabelecimentos de ensino representam já uma procura relevante.
A recente realização da “Mostra
de Produtos Locais”, incluída na 5ª
Mostra do Medronho e da Castanha
promovida pela Câmara Municipal,
comprova a existência de uma estratégia de desenvolvimento integrado
do concelho. Os produtos apresentados, de excelente qualidade, genuínos e inovadores, justificam a aposta
e comprovam que é possível seguir
por esse caminho.
São, contudo, ainda insuficientes
para que Oleiros se possa afirmar
como destino turístico sustentável.
Mas representam já uma boa amostra, são um incentivo e um convite
aos empreendedores (que sempre
surgem nas épocas de crise como a
que vivemos...). n
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Jornal de OLEIROS
7
CRÓNICAS DE LISBOA
Os Agitadores
Serafim Marques
Economista
A democracia é uma doutrina
política, por oposição a outras,
assente numa forma de governação em que os “gestores da coisa
pública” são mandatados pelos
cidadãos eleitores, gozando da
soberania democrática. Se para
muitos cidadãos a sua intervenção
demovrática cinge-se às eleições,
muitos outros e não só os políticos
e governantes, vão expressando
opiniões que, assentes no valor da
pluralidade, podem ser muito divergentes. Contudo, se todos podem opinar sobre a vida pública,
no exercício do direito à diferença,
nem todos terão o saber e o talento
para o fazer, para não dizer “terem
moral”. No exercício da democracia
todos são iguais? Pura utopia, porque no estado actual de desenvolvimento da humanidade tal igualdade
não existe. Muitas são as diferenças
e se assim é, as opiniões serão sempre o reflexo do desenvolvimento
intelectual e cívico de cada um, para
alem dos seus interesses partidários,
corporativos ou classistas de quem
as emite.
Em período de crise como aquela que vivemos e que ainda se
agravará mais com as medidas de
austeridade para 2012, adquire especial importância a informação
e o esclarecimento à população,
quer da situação (herdada do passado e com reflexos no presente e
no futuro) e também das medidas
escolhidas para combater a crise.
Se assim não for, os portugueses
sentem que os sacrifícios exigidos
são uma “vingança” deste governo
e que, afinal, são piores do que o
governo anterior. Ironia do nosso
destino.
Infelizmente e como é próprio das
democracias, logo surgem os “fazedores de opinião” que em vez de
esclarecerem e unirem os portugueses em torno dos sacrifícios que nos
libertem, no futuro, destas crises estruturais, acabam por nos dividir com
as suas opiniões que embora sejam
fruto da sua liberdade de opinião,
são, muitas delas, envenenadoras e
agitadoras. Face às duras medidas
de austeridade anunciadas pelo
Governo, de todos os quadrantes
surgiram agitadores, muitos deles
com enormes responsabilidades
passadas ou actuais, pelos cargos
que desempenham ou exerceram.
Temos assistido, assim, a uma
catadupa de críticas, incluindo
também o incitamento a acções
de contestação e protesto. Se nos
surpreendem as opiniões públicas
divergentes vindas de figuras da
área dos partidos do governo, já
aquelas vindas de responsáveis do
PS deveriam encher de vergonha os
seus autores, porque esquecem-se
que este partido tem muita responsabilidade pelo estado a que o nosso
país chegou e que exigiu deste governo que tomasse estas medidas tão
impopulares e que , garantidamente,
não o fez por vingança. Falam para
contentar os seus militantes, sendo nesse aspecto pouco diferentes
dos partidos mais à esquerda (PCP
e BE) e agora ainda mais depois
da “ajuda” dada pelo senhor Presidente da República, por este ter
criticado, pública e inoportunamente, uma das medidas do Governo, enfraquecendo-o e acabando por “dar razão” a estes e aos
outros agitadores.
Dos sindicatos e centrais sindicais, não seria de esperar outras
atitudes, porque estas instituições
precisam deste tipo de acções, para
se manterem vivas, mesmo que essas reivindicações não sejam oportunas e muito menos as greves que
se anunciam. Afinal, se o país está
mal, as greves ainda agravarão mais
a nossa economia, como são os tristes exemplos e imagens que nos têm
chegado da Grécia.
Se os responsáveis da Igreja católica têm sido prudentes nas críticas, mas sem esquecer as chamadas
de atenção para as consequências
nos mais desprotegidos, já o Bispo
das Forças Armadas D. Januário
Torgal Ferreira tem assumido, em
público (e em pleno altar no dia do
exército, por exemplo) e através da
imprensa, afirmações e atitudes
de apelo e quase incitamento à agitação social. Ficou-lhe muito mal a
linguagem utilizada (por exemplo
“terrorismo político”)!
Contudo, a mais radical crítica e
atitude partiu dum “capitão de Abril
(Vasco Lourenço) que não se coibiu de usar termos (por exemplo
chamar “bando de mentirosos” aos
governantes democraticamente eleitos) e dizer que o país está a viver um
“PREC de direita” (lembrando-se, talvez do PREC de 1975, de má memória
para os portugueses!) e incitar à desobediência das forças armadas (“se
as manifestações de protesto forem
reprimidas, os militares devem pôrse ao lado das populações” – disse).
É (muito) preocupante quem ainda
pense assim, decorridos estes anos
todos desde o 25 de Abril!
Que responsabilidades têm todos estes (tipos de) agitadores,
muitos deles que tiveram o poder
para evitar que o nosso país tenha chegado a este estado e nada
fizeram? Contudo, a “autoridade” das suas palavras (não diria
moral), veiculadas pelos canais
" Orçamento de estado
para 2012 "
de comunicação de grande audiência, exerce uma forte influência no povo que ouve e lê essas
críticas e opiniões divergentes e,
porque é menos entendido nestas
questões de défice, dívida, endividamento, etc., fica confuso e revoltado. Ande-se pela rua e oiça-se o
“zé povinho”, aquele que de tudo
sabe e de tudo gosta de opinar,
em vez de fazer um esforço para
aprender. É, por isso, facilmente
influenciável por tudo que vai ouvindo ou lendo, muitas vezes de
forma avulsa e, sem a preparação
necessária para entender a gestão
pública, sente-se desconfortável
com os políticos, mesmo com
aqueles que elegeu.
Os verdadeiros homens (sejam políticos, sindicalistas, etc) distinguemse pela grandeza das acções que praticam, mas também pelas palavras
que proferem e a sua oportunidade.
Sem a coragem para resolver os problemas dos país, com medidas que,
infelizmente , são muito duras, mas
sem alternativas, o nosso futuro continuará adiado e ameaçado, mas só
unidos, num grande consenso nacional que o País necessita neste período da nossa história, nós portugueses, venceremos os enormes desafios
que temos pela frente. Que cada um
cumpra a sua missão! n
Apontamentos
Henrique Martins Lemos
Miguel Marques
Nas próximas semanas muito
vamos ouvir sobre o Orçamento
de Estado (OE) para 2012. O OE
consiste na alocação das receitas
do Estado às várias despesas/investimentos, como por exemplo
educação (custo de operação das
escolas e universidades, salários de
professores, etc.), saúde (despesas
dos hospitais e centros de saúde,
salários de médicos e enfermeiros,
etc.) ou segurança (custos com esquadras, salários de polícias, etc.).
A desagregação do OE pelas
diferentes rúbricas é similar, em
termos conceptuais, ao que fazemos nas nossas casas. Quer seja
conscientemente ou não, todos nós
temos que alocar as nossas receitas
(tipicamente o nosso salário) aos
custos que suportamos: a escola
das crianças, a renda da casa, despesas com alimentação, transporte
e outras despesas.
Entre outros aspectos, na discussão do OE importa principalmente
perceber a dimensão das receitas e
dos custos e investimentos em que
o Estado incorrerá.
É fundamental avaliar correctamente os efeitos das alterações propostas no OE. A título de exemplo,
o eventual aumento do IVA para
a restauração deve ter em atenção
que, se por um lado a taxa de IVA
aumenta, por outro lado o número de restaurantes e de refeições a
poderá diminuir significativamente, resultando em ultima análise
numa possível perda efectiva de
receitas com o IVA.
No final, tal como em nossa casa,
é necessário equilibrar os custos incorridos com as receitas do Estado.
Assim como em nossa casa, existe
sempre a hipótese de recorrer ao
cartão de crédito. Infelizmente as
condições que os financiadores do
Estado requerem hoje em dia são
muito penalizadoras, uma vez que
existe a percepção que o Estado
apresenta progressivamente mais
risco.
O OE deve ser entendido como
um instrumento de importância
vital, pois dele dependerá, entre
outros aspectos, o rendimento
disponível das famílias, os impostos que teremos que pagar, a
evolução da taxa de desemprego
e os incentivos para investir em
Portugal.
Há quem defenda que o melhor
ministro das finanças, o responsável último pelo OE, independentemente de qual seja a cor do governo, deveria ser uma mãe de família
portuguesa, dada a sua enorme
experiencia, sobretudo nos últimos
anos, de fazer maravilhas com os
escassos rendimentos de que dispõe. Fica a ideia / sugestão. n
AUSTERIDADE! Qual o significado desta palavra que de
um momento para o outro entrou sem avisar no vocabulário
dos portugueses?
Trata-se de um substantivo do
género feminino que significa
severidade, dureza e penitência.
Tudo palavras pouco simpáticas com as quais os portugueses
terão que lidar nos próximos
tempos.
A situação do país é grave?
Muitíssimo grave. São necessárias medidas rigorosas, duras e
impopulares para tentar dar a
volta à crise e fazer a economia
voltar a crescer.
Porém, o que realmente interessa e que os portugueses
legitimamente questionam é se
serão estas as medidas que vão
resolver a crise.
O Estado é demasiado gordo. Existe um sem número de
empresas do Estado, empresas
municipais e gestores públicos
a gastarem balúrdios. Assim,
as medidas a tomar terão que
passar por fundir organismos e
reduzir ordenados chorudos.
Os sacrifícios tem que ser repartidos por todos os cidadãos,
vivemos todos no mesmo país
e passamos todos pela mesma
crise.
Temos que acreditar que os
Romanos não tinham razão
quando diziam que “lá para
os lados da Ibéria há um povo
que não se governa nem se deixa governar”. n
8
Jornal de OLEIROS
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Oleiros revela os seus
estupendos produtos locais
A Mostra de Produtos Locais
que decorreu em Oleiros, de 29 de
Outubro a 1 de Novembro revelou
uma vez mais os produtos do concelho, de onde se destaca o genuíno artesanato local, tudo “made in
Oleiros”.
À entrada da tenda, para além
do Cantinho dos Petiscos, com genuínas iguarias de Oleiros, onde
não faltaram as castanhas assadas;
a Associação Recreativa e Cultural
de Vale do Souto (ARCVASO) exibia um alambique a destilar aguardente de medronho ao vivo, numa
iniciativa bastante pedagógica que
fez as delícias de quem visitou esta
V Mostra do Medronho e da Castanha.
No interior da tenda, os expositores exibiam alguns produtos
locais como os GeoDoces comercializados pela Padeirinha do Pinhal, licores, geleias; o Caipironho
do Bar Calado; peças em linho
das Tecedeirinhas do Orvalho e
de Carminda Alves; artesanato
em madeira do Ti Mário Antunes;
cerâmica e pintura decorativa de
Rosa Afonso; os “tropeços” (bancos de cortiça típicos produzidos
por João Mendes da Gaspalha;
casas em xisto de Isidro Farinha;
rodilhas feitas por Maria Neves;
castanheiros, medronheiros e outras plantas da Planta Verde; licores da Comissão de Melhoramentos da Gaspalha; peças fiadas em
lã de ovelha de Lynn Halstead da
freguesia da Madeirã, aguardente
de medronho da Silvapa; a afamada Broa da Isna e outros produtos
como castanhas, bolos fintos, mel,
pãezinhos caseiros, todos promovidos pela Associação Isna Sport
Convívio
de
Professores
Ana Neves
[email protected]
Realizou-se no passado dia
três de Outubro, no restaurante
Maria Pinha, o almoço anual dos
professores aposentados que leccionaram no nosso Concelho.
É num ambiente muito agradável que se mencionam episódios
marcantes na vida de cada um.
São lembradas vivências muito diferentes das actuais, onde
tentando transpor horizontes limitados se despertavam nos alu-
nos interesses e competências,
num desafio que cada um tentava superar da melhor forma.
São homenageados ainda os
que partiram e entre eles, o Delegado Escolar Professor Francisco Matos que a todos acolhia
com afabilidade e pedagogia nos
primeiros passos da docência.
Deixaram todos muito de si
nas nossas terras e gentes.
Até para o ano! n
“Homenagem
ao Padre Manuel
Antunes”
Clube Alvélos.
Na ocasião, para além da representação da Associação de
Produtores de Alvélos e Moradal,
também o Rali Rota do Medronho,
organizado pela Escuderia de Castelo Branco, teve honras de destaque com a promoção da sua próxima edição, agendada para os dias
10 e 11 de Março de 2012.
Durante aqueles dias, a animação foi uma aposta e este ano esteve a cargo de Tiago Silva, Abí-
lio Alves, Sociedade Filarmónica
Oleirense, Amigos da Concertina
e Rancho Folclórico e Etnográfico
de Oleiros.
Para além do envolvimento do
comércio local nesta iniciativa, outra nota positiva será o surgimento
de novos produtos locais, os quais,
ano após ano, começam a “dar frutos” e a demonstrar que em Oleiros se produz com qualidade e inovação - acrescentando nós, Oleiros
tem futuro. n
vila de rei
Município de Vila de Rei
aloja mais cinco famílias
A Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Irene Barata,
procedeu, no dia 8 de Novembro,
à entrega das chaves às novas cinco
famílias, que irão habitar nos 36 fogos a custos controlados.
No decorrer da cerimónia, realizada no edifício dos Paços do Concelho, Irene Barata referiu que “a
Autarquia de Vila de Rei continua
com o seu objectivo de proporcionar aos seus Munícipes as melhores
condições de habitabilidade. Desta
forma, ao conseguirmos dar alojamento a custos controlados aos Vilarregenses e aos que trabalham no
nosso Concelho, esperamos ainda
combater o despovoamento do Interior.”
Os 36 fogos a Custos Controlados
vêm oferecer habitação condigna a
famílias com parcos rendimentos
que não possuíam as melhores condições de habitação e a jovens que
procuram a sua primeira residência, sendo a sua atribuição realizada
através de hasta pública. n
O Padre Manuel Antunes, jesuíta e ilustre pedagogo, foi ontem homenageado em Lisboa, na
Casa da Comarca da Sertã (CCS).
O jantar de homenagem contou
com a presença de diversos amigos, antigos alunos e admiradores do Padre Manuel Antunes e
da sua obra, entre sócios da CCS
e família, sendo o Município da
Sertã representado pela Vereadora Claudia André.Na ocasião foi
apresentada a “Obra Completa
do Padre Manuel Antunes”, editada em 14 volumes pela Fundação Calouste Gulbenkian, cuja
coordenação geral esteve a cargo
do Doutor José Eduardo Franco,
Presidente da Direcção do Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes.Usaram da palavra o Prof. Doutor
Marcelo Rebelo de Sousa, o Prof.
Doutor Manuel José do Carmo
Ferreira (Presidente da Sociedade
Científica da Universidade Católica Portuguesa), o Prof. Doutor
Raul Miguel Rosado Fernandes
e o Padre António Vaz Pinto, Di-
rector da revista Brotéria.A iniciativa foi abrilhantada pela participação da banda de música de
investigação “Ai Deus e u é”, do
CLEPUL - Centro de Literaturas
e Culturas Lusófonas e Europeias
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, composta
por Florentino Franco na guitarra, Luiz Eduardo Oliveira na guitarra e voz, Ana Catarina Rocha
na voz e melódica, Marta Marecos Duarte no adufe, sintetizador
e voz, com participação especial
de Susana Alves, na voz.Doutor
Honoris Causa pela Faculdade
de Letras da Universidade de
Lisboa, onde leccionou, o Padre
Manuel Antunes nasceu na Sertã
a 3 de Novembro de 1918 e faleceu a 18 de Janeiro de 1985, em
Lisboa. No 20° aniversário da sua
morte realizou-se um Congresso Internacional subordinado
ao tema Padre Manuel Antunes:
Interfaces da Cultura Portuguesa
e Europeia, tendo a Casa da Comarca da Sertã participado activamente na sua organização. n
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Jornal de OLEIROS
Juntas de Freguesia de Oleiros
desejam FESTAS FELIZES
Álvaro
amieira
cambas
estreito
isna
oleiros
madeirã
(antina Igreja Matriz)
mosteiro
orvalho
sobral
sarnadas s. simão
vilar do barroco
9
10
Jornal de OLEIROS
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Com o pecado nasceu a cultura
A ruptura é o princípio do progresso
António Justo
O cinismo hodierno quer-se branquear apresentando o pecado como
algo fora de moda e que o reconhecêlo constituiria um acto opressor. Pensa que ao destruir a consciência da
culpa se livra dela. Vê no Deus criador um velho desmancha-prazeres.
Por isso faz guerra a Deus no equívoco de que acabando com Ele acabam
com a culpa, com o mal. Ainda acredita, com Rousseau, que o Homem
no seu estado natural é bom e que só
a cultura o estragou e corrompeu. “O
homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe” , dizia ele.
Esta visão corresponde à atitude regressiva de Adão que, depois de seguir o acto racional da companheira
Eva, teve remorsos e para evitar o incómodo do medo quis desculpar-se
para voltar à “visão beatífica” animal
de que gozava antes de seguir a racionalidade de Eva. Revela-se imaturo para assumir a coragem da culpa,
aquela que o tornou Homem.
Sem culpa/dívida não temos homem nem cultura. A culpa torna-se
numa dívida à vida transmitida e
quem acordou o Homem para a
cultura foi Eva, através dum acto
proibido. Por isso o parceiro ainda
sonâmbulo terá que a seguir sempre,
na esperança duma natureza desperta. O Homem no estado natural
não passaria do tempo em que era
hominídeo, sem cortar o cordão umbilical com a natureza. Ignora o salto
do animal irracional para o animal
racional, na alegoria de Eva, que ao
distanciar-se da natureza se descobriu como ser diferente do ambiente
que a circundava. Ao descobrir-se
diferente reconheceu o criador que
a projecta para lá do horizonte da
mãe terra e a ajuda a evoluir e a distanciar-se da irmandade hominídea
para a reconhecer e seguir o próprio
caminho. Já não lhe chega o tecto das
estrelas sobre a cabeça; à imagem do
criador que criou a terra, o Homem
cria a cultura e com ela um tecto metafísico que o distingue dos irmãos
animais e o ajuda a orientar-se nela.
A natureza precisa duma atmosfera
que a protege e o Homem precisa
duma metafísica que lhe dá perspectiva. Como o Sol no céu da natura as-
sim Deus no céu da cultura. O Verbo
criou o mundo e o Homem criou a
palavra, seu horizonte. Todos falam
mas no falar é que se distinguem. No
que entendemos sobre a natureza e
as coisas é que está a diferença. Esta
identifica-nos mas não é suficiente
para nos definir; implica a outra parte de nós que é a diferença que nos
torna diferentes. Fatal é o facto da
teoria da evolução se ficar pela diferenciação. Aqui parece que Rousseau
não compreendeu que a maldade/
culpa humana é natural, que não é
mais que a dívida da razão à natureza irracional. A tarefa está em reconhecer natura e cultura como metáfora, como a chance de, com elas, nos
tornarmos nós com o todo.
Hoje reconhecemos a dependência mútua do bem e do mal que fazemos. O cristianismo aponta para o
aparente hiato entre natura e cultura
que se realiza na irmanação de espírito e matéria na encarnação. Tem
sempre presente a relação eu-tu-nós,
não se limitando ao eu e ao outro. No
cristianismo, pecado é a perturbação
da relação com Deus, isto é a perturbação da relação comunitária do
eu-tu-nós. A crença em Deus é uma
procura dele, o direccionar-se do embrião humano para o ser em botão.
A verdade acontece na procura e não
no saber. Este serve só a individuação, como se viu em Eva. O problema
da árvore do conhecimento do bem e
do mal, penso que estará no facto de
só se terem ficado pela dicotomia do
saber. Ao comer da maça (da razão)
descobrem-se nus, abrem os olhos. A
proibição acentua a liberdade de poder transgredir. A História da cultura humana passa a ser um processo
contínuo de tentativa e erro numa
dinâmica de procura-tentativa-errodecisão e assim por diante. Deus
criou o mundo e o homem e com este
criou a cultura e com ela a sua perspectiva. Em Adão e Eva encontra-se
a “pré-história” e a “história” na passagem do inconsciente para o consciente. A criança é desculpada (vive
de graça, não peca, não tem culpa)
enquanto não comer do fruto proibido, enquanto não alcançar o” uso da
razão”. Em Eva a humanidade alcan-
ça a consciência de indivíduo. Esta
experiência é dura como podemos
ler nos Géneses, porque a individualidade da pessoa se reconhece na
desobediência a Deus, na dívida do
indivíduo ao todo. A consciência do
“pecado original” pressupõe a visão
realista do ser humano e da natureza, uma natureza na tensão de saberse separada para se poder unir.
Com Caim a humanidade alcança
um outro grau de consciência, a consciência do poder. Também este estado
de consciência é doloroso e associado à culpa porque se adquire à custa
do assassínio de seu irmão Abel. Se
um progresso humano acontece no
distanciamento de Deus o progresso
social dá-se na culpa de se afirmar à
custa do irmão. Caim (agricultor) desenvolve a consciência de ser político
reconhecendo os conflitos de interesses entre os seus interesses de agricultor e os interesses de Abel (pastor) e
o mundo da mãe. Para se afirmar na
sociedade rural e pastorícia, age egoisticamente matando o irmão Abel.
O pecado original (rebelião contra
Deus – consciência da individuação)
de Adão e Eva associa-se, depois, ao
desenvolvimento da consciência de
sociedade, o pecado social (político)
de Caim e Abel (rebelião contra o
Irmão, contra o grupo social). O Homem sente-se de princípio condicionado ao mal ao pecado/culpa. Para ser
ele corta a relação com Deus e depois
dessolidariza-se socialmente matando
o irmão e consequentemente abandonando a mãe. O progresso pressupõe
o abandono do seio materno e da tradição que o protegia; deixa de ser uma
comunidade solidária. Daí o seu sentimento de culpa. Perde a inocência
de pertencer a um todo harmonioso
e indivisível. A inveja leva-o a assumir
o poder. Culpa é uma dívida à vida
transmitida. A razão procura dar um
sentido ao caos. Para isso divide e separa para distinguir e afirmar-se.
O pecado é uma
estrada para a verdade
A religião honesta não ameaça
porque sabe que o que se encontra
dentro também se encontra fora. Reconhece na pessoa que o último juiz
está nela, para os cristãos na sua
natura de Cristo. O afirmar da luz
não justifica a negação da sombra
nem vice-versa. O Sol no seu trajecto (movimento que ele provoca
fora dele – na sua periferia) implica
a noite. Do Sol surgiu a noite dos
seres, a sua sombra; esta é mais que
a sua (dele) expressão, mais que o
brilho que dele reflecte.
As estações do ano constituem
uma parábola da vida revelada no
livro (tempo) da vida. Sem as purgações (a tempestade e a escuridão)
do Outono e do Inverno, sem o descanso que a noite dá ao dia, a vida
desapareceria tal como as cores no
branco. Somos mais que força direccionada. Toda a comunidade, toda a
instituição tem um conteúdo (valores, experiência) a transmitir através
duma pedagogia, duma didáctica.
Identificar o conteúdo com a pedagogia seria equívoco ou maldade.
Já o apóstolo Paulo dizia “Oh
feliz culpa” alertando assim as pessoas para os bons frutos a colher
do erro. O erro é a estrada para a
verdade. A religião estimula a consciência a procurar e quer questionar
para na espiritualidade experimentar o inefável.
O espírito crítico é muito importante para todo o desenvolvimento
desde que se aplique para nós o
mesmo critério que se aplica para
os outros, desde que integrado
num processo de responsabilidade.
O adolescente tem a impressão que
os pais (a religião) proíbem tudo.
Este sentimento está ao serviço da
sua individuação e sem ele não se
tornaria adulto. Uma imperfeição
não justifica a outra, mas, no mundo feito de imperfeições, é legítima
a aspiração a uma imperfeição mais
adequada. Problemático seria se o
adolescente, para se afirmar, tivesse
de rejeitar os pais. Na arena pública
digladiam-se embriagados da própria razão. Tudo na fuga à culpa
que liberta. Tudo peca contra o outro. Ninguém se confessa.
Verdade e falsidade são dois
polos do mesmo problema que
passam pela opinião, pela percepção intelectual. Os livros sagrados
procuram expressar experiências
de vida e do sagrado em letras,
num código de regras, como se vê
nos dez mandamentos. Revelam
também o perigo que as normas
também têm, o perigo de esconderem horizontes novos. “O Homem
não foi feito para o Sábado, mas o
Sábado para o Homem”, advertia o
Mestre de Nazaré.
Há que ter em conta a realidade
do pecado e da culpa não se fixando
nele. O facto da jerarquia eclesiástica
ser constituída por pessoas (limitadas) não nos isenta das próprias
limitações na crítica ou louvor que
façamos. (Abstenho-me de referir
aqui os pecados da instituição Igreja porque esta já é o bombo da festa
dos de má consciência e de grupos
intolerantes organizados que dominam a praça pública). O óptimo é
inimigo do bom; ele tornaria a vida
insuportável e negá-la-ia. Verdade é
que sem partidos não há democracia
por muito imperfeitos e repartidos
que estes se encontrem e por muito
inteiros que a perfeição os queira.
As instituições, como o indivíduo, correm o risco de, ao fugirem
do perigo, caírem na armadilha do
medo ou de abusarem da sua situação. O medo não está na religião
mas no sistema sensorial do cérebro,
no sistema mais arcaico do cérebro.
Ao contrário, a oração e a meditação
mobilizam reservas cerebrais libertadoras dos medos artificiais. O erro, o
mal são elementos essenciais à evolução e ao desenvolvimento. (A tarefa do consciente será descobrir jogos
que o contorne sem o provocar). O
Criador embutiu alguns erros na
natureza para podermos fazer o mal
quando fazemos o certo…
Só vemos o que os nossos olhos
permitem ver; o que é grave é identificarmos o que se vê com a realidade como se esta não fosse mais
ampla. Deus definiu-se como o
“tornar-se” e nós, “feitos à sua imagem” se nos definimos só como “o
ser” (a crosta) limitamo-nos a ser a
tinta da palavra escrita mas não a
Palavra/acontecer. n
O Que Se Vê Daqui
António Mendes
[email protected]
Com o fim de semana grande do
final de Outubro, muitas foram as
Associações que aproveitaram para
realizar actividades, algumas delas
inseridas na V Mostra do Medronho
e da Castanha. Esta situação levanta,
em minha opinião, duas questões. A
primeira é que é importante que as
Associações integrem as actividades
que o Município organiza, e desta
forma quero enaltecer a Sociedade
Filarmónica Oleirense, o Rancho
Folclórico e Etnográfico de Oleiros e
a Pinhal Total, que com a sua participação engrandeceram ainda mais a V
Mostra do Medronho e da Castanha.
A segunda, é que parece-me importante que as Associações cooperem umas com as outras, não só em
organizações conjuntas de actividades como também em tentar fazer
com que as actividades de uma Associação não coincidam com as de
outra. Aqui parece-me mesmo um
ponto essencial, pois tentamos sempre fazer coincidir as nossas activida-
des com fins de semana maiores ou
em alturas festivas, de modo a ter o
maior número de pessoas nas nossas
organizações.
Exista outra situação, que já aqui
referi, que são as Assembleias Gerais de aprovação dos Relatórios
de Contas. Penso que consta dos
Estatutos das mais variadas Associações, que se deve realizar uma
Assembleia Geral Ordinária em
cada ano para esse efeito, e como os
Estatutos são as regras que as Associações devem seguir, espanta-me
que os Presidentes da Assembleia
Geral não façam cumprir esses Es-
tatutos, e caso a Direcção não peça
para marcar essa Assembleia Geral,
devem fazer cumprir esses mesmos
Estatutos. Não vejo grande sentido
em passar um mandato inteiro sem
apresentar as contas aos sócios bem
como também não faz sentido aprovar dois e três Relatórios de Contas
na mesma Assembleia Geral. Penso
que os sócios dessas Associação têm
direito a saber das contas e merecem
esse respeito por parte dos Órgãos
Sociais, isto para além de ser uma
obrigação.
Quero dar os Parabéns à Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Oleiros pelo seu 63º
Aniversário, assim como à Sociedade
Filarmónica Oleirense pelo seu 117º
Aniversário. Às duas, muitas Felicidades e muitos anos de Vida.
Uma palavra também de Parabéns à equipa de Pesca Embarcada
ao Achigã da ARCO, pelo excelente
resultado alcançado no Campeonato
Nacional, bem como o desejo de uma
boa participação no Campeonato do
Mundo.
A terminar, e como já só vos devo
voltar a escrever no próximo ano,
quero desejar um excelente Natal e
um Bom Ano de 2012 para todos. n
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Jornal de OLEIROS
J. P. Sá Couto cresce no mundo
Portugueses que vencem
e criam futuro
Há 22 anos a desenvolver e a distribuir Soluções Tecnológicas, a JP
Sá Couto é líder de uma iniciativa
de referência global, sendo pioneira na Educação baseada nas novas
tecnologias.
Como o maior OEM mundial a
implementar plataformas educativas
(Intel Learning Series), podemos dizer que trabalhamos com tecnologias,
mas o nosso produto final vai muito
mais além. A parte mais importante
do que fazemos não se prende com a
distribuição de computadores portáteis pelas crianças, mas com a criação
de projectos integrados de Educação.
No ensino e na aprendizagem, procuramos potenciar o desenvolvimento humano, num mundo que cresce
cada vez mais rápido, ao ritmo da
evolução tecnológica.
Estamos presentes em mais de
20 países, e cada um deles pode
comprovar que criamos produtos
e serviços personalizados para
cada contexto educativo, em plena sala de aula. Trabalhamos no
sentido de reduzir o fosso digital
na área da Educação entre países
e em cada país, para que assim se
promova a igualdade de acesso
às melhores ferramentas pedagógicas. A cada nova parceria, caminhamos para o sucesso de um
Plano Tecnológico Global, com literacia informática para as populações e computadores para todas
as necessidades.
Operando directamente ou através dos nossos parceiros locais em
cada país, alcançámos este ano um
marco importante: mais de 3 milhões de computadores Magalhães
distribuídos em todo o mundo.
Também em 2011, a JP Sá Couto
foi distinguida como o Parceira do
Ano da iniciativa Microsoft “Shape
The Future”. Este projecto pretende orientar os Governos e levá-los
a investir nas Tecnologias da Educação, reforçando a posição da JP
Sá Couto no desenvolvimento de
oportunidades para as novas gerações.
A série documental de 4 episódios baseia-se na adaptação do
livro Viagem ao Tecto do Mundo
(Editorial Presença), da autoria de
Joaquim Magalhães de Castro, o
qual retrata a ida dos primeiros ocidentais ao Tibete, numa reveladora
viagem pelos mais sagrados locais
do planeta.
Os restantes três episódios serão
transmitidos, à mesma hora, nos
A Não perder
na “ISNA”
O ano de 2012 aproxima-se, e novos
projectos começam a definir-se.
O próximo grande passo da JP
Sá Couto será o lançamento de dois
novos produtos. Colocando o Magalhães 4 Convertível em destaque, a JP
Sá Couto pretende levar a Educação
três passos à frente, com um notebook,
um tablet e um leitor de e-books.
Tudo num só equipamento. n
Padre António de Andrade
em série documental na RTP 2
A impressionante viagem do Padre António de Andrade pelo Tibete (um importante contributo para
a História, com mais de 400 anos,
o qual foi relatado na época em 16
línguas), vai ser transmitida através
da série documental "Himalaias Viagem dos Jesuítas Portugueses",
cujo primeiro episódio será emitido
no dia 20 de Novembro, pelas 19,30
horas na RTP 2.
11
Domingos seguintes. Ou seja, dia
27 de Novembro e dias 4 e 11 de
Dezembro.
* O Jornal de Oleiros saúda a
impressionante capacidade de
dádiva e empenho da "nossa Escola de Oleiros". À Illma Directora, Dra Isabel e à Sua Equipa uma
saudação especial e o privilégio
que destamos de os contar como
Amigos. n
A Associação Isna Sport
Clube Alvélos (ISCA) tem
patente, na sua sede, durante o mês de Dezembro,
a exposição temática “A
Campanha da Resina”.
A produção está a cargo
do Centro de Ciência Viva
da Floresta. n
Nota de destaque
e congratulação
Os 7 restaurantes do concelho e
todo o comércio local que aderiu à
V Mostra do Medronho e da Castanha, com a realização da mostra
gastronómica e com a decoração das
suas montras, estão de parabéns pelo
empenho e criatividade revelados.
Todos demonstraram estar à altura do desafio, comprovando que
o saber-fazer de Oleiros atrai visitantes. Estão no bom caminho e merecem uma nota especial que deixamos com gôsto. n
Fonte: Opinião Pública em Oleiros
Pobre povo…aonde te levaram
Dr. António Moreira
Ao longo dos séculos o Povo
Português tem dado abundantes
provas de ser um dos mais generosos, laboriosos e solidários de todo
o mundo,
Desde o século XV, quando as
lideranças nacionais deliberaram
lançar-se na gesta heróica dos Descobrimentos.
Os nossos Marinheiros de então, os nossos HERÓIS DO MAR,
enfrentando sacrifícios e perigos
tremendos, entregaram-se, generosamente, de forma galante
e admirável, ao serviço da Pátria, cumprindo rigorosamente
as missões confiadas, levando o
nosso País aos quatro cantos do
Mundo.
Também os nossos soldados en-
tre 1961/1974, quando a Pátria os
chamou, confiando-lhes a missão
de virarem as armas contra os nossos Irmãos Africanos, tudo largaram para a servir.
Para trás deixaram os campos,
as enxadas, as fábricas, as famílias,
as escolas, para se apresentarem,
aos magotes, nas unidades de recrutamento, e mobilização para aí
receberem treino militar, um saco
cheio de nada, uma magra ração
de combate, um “pré” de miséria e
uma guia de marcha para uma das
frentes de guerra.
Aí, sendo obrigados, combateram, com galhardia, mas com Humanismo e nobreza de carácter,
tratando o nosso Inimigo de então,
aqueles nossos Irmãos, de forma
civilizada, abstendo-se sempre de
toda e qualquer violência desnecessária e gratuita.
Admirável é também o comportamento de todas as unidades militares e das forças de segurança,
GNR e PSP, em todas as missões a
que são chamadas por esse mundo
fora, desde os Balcãs, África, médio oriente, Afeganistão, etc.etc.
Como admirável é a qualidade
dos nossos trabalhadores e dos
nossos emigrantes, que obtêm reconhecimento, em todos os Países
que adoptaram para sua segunda
Pátria, e aí “ganharem as suas vidas”.
A solidariedade, aliás recíproca,
com todo o Mundo Lusófono é
uma realidade, dificilmente senti-
da por outras potências coloniais.
Quem poderá esquecer o nosso
abração fraterno e solidário aos
nossos Irmãos Timorenses, em
1999, quando estavam a ser esmagados pela Indonésia, levantandose toda a NAÇÃO PORTUGUESA
em massa, como uma onda gigante
em sua defesa, a que o Mundo não
mais pôde virar a cara.
Se assim é, como foi possível
chegarmos a este inicio da 2ª década do século XXI, tão pobres e
humilhados?
Hoje temos 700.000 desempregados mais de 2.000.000 de pobres,
mais de 300.000 nossos concidadãos a viver abaixo do limiar da
pobreza, isto é, na miséria absoluta. Infelizmente, hoje assistimos
ao triste espectáculo que é de ver
muitos Portugueses, pelas horas
da madrugada, para não serem
reconhecidos, à procura de alimentos em contentores do lixo,
em especial, nas grandes cidades,
Lisboa, Porto, Coimbra, Braga Setúbal, Faro, etc., uma tremenda humilhação para os próprios, e uma
vergonha para todos nós.
Paralelamente temos um elevado
e preocupante número de políticos
que enriqueceram brutal e rapidamente, como é público e notório, à
custa do erário público, que sugaram, com toda a espécie de tráfico
de influências, subornos, corrupção e outras jogadas de bastidor.
Afinal que País é este que estamos a construir? n
12
Jornal de OLEIROS
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
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2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Jornal de OLEIROS
13
As montanhas de Oleiros:
entre paisagens ricas de antiguidade
e as riquezas das entranhas da Terra
No próximo dia 11 de Dezembro o
Município de Oleiros celebra o Dia Internacional da Montanha. Esta é uma
oportunidade de chamar a atenção
para a importância das florestas para
a vida, de salientar as oportunidades
e fragilidades do desenvolvimento
das comunidades de montanha e de
estabelecer parcerias internacionais
que trarão uma mudança positiva
para estas comunidades, estratégias
que são imprescindíveis a Oleiros. O
tema proposto para este ano pela Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO) é
“Montanhas e Florestas”. Desta forma, faz-se a ligação com a celebração
do Ano Internacional das Florestas,
chamando a atenção para “a relevância das florestas de montanha e o seu
importante papel numa Economia
Verde e nas medidas de adaptação às
Alterações Climáticas”.
As montanhas de Oleiros são uma
referência na paisagem do Geopark
Naturtejo classificado pela UNESCO, que se começa a conhecer como
potenciadoras de distinção turística
e valorização da identidade dos oleirenses. Paisagens geológicas muito
antigas apreciadas, aproveitadas e
transformadas pelo Homem desde
há, pelo menos, 5000 anos. Do Calcolítico e Idade do Bronze chega-nos
a Arte Rupestre que se encontra no
alto das serras do Cabeço Rainha
e Vermelha, contornos dos pés de
viajantes ou habitantes que por aqui
passaram e desejaram deixar a sua
marca nas rochas para as gerações
vindouras. A justificação mais plausível para estes achados? As extensas
paisagens que daí se avistam e que
impressionaram, elevando à condição de espaço sagrado, quem aqui
sentiu a necessidade de o transmitir
à eternidade. Nestes altos suaves
cobertos de urze varrida pelo vento,
aparentemente desertos, quiseram
estes mesmos povos, pela justificação apresentada, sepultar os seus
mortos, celebrando-os na paisagem
com a alvura do quartzo leitoso que
constitui amontoados conhecidos
como mamoas. Destes monumentos
megalíticos, deve salientar-se a mamoa de Selada da Póvoa, pela sua
grande dimensão e a de Vale de Mós,
escavada e estudada, assim como a
Arte Rupestre, pela equipa de arqueólogos da Associação de Estudos do
Alto Tejo liderada por João Caninas e
Francisco Henriques.
A transformação da paisagem e o
aproveitamento dos recursos geológicos em Oleiros terão sido anteriores ao Período Romano. Da tese
de mestrado do arqueólogo Carlos
Batata identificam-se numerosas
minas, de atribuição difícil, algumas
lendárias, como a Cova da Moura
do cimo da Serra do Cabeço Rainha.
Os trabalhos mineiros chegaram ao
século 20 e têm o seu clímax formal
associado às duas grandes guerras,
centrando-se a acção agora nos vales,
em Álvaro, Borralhal e Fragas do Cavalo. Ainda se lembram da mina de
estanho que existiu nas margens do
Rio Zêzere na Barca de Álvaro, entre
1937 e 1944, das empreitadas de lavagem das areias nas “cales” ou “caleiras” e do transporte do minério para
Álvaro em cestos ou padiolas? Existirão fotos e testemunhos na primeira
pessoa destas práticas perdidas no
fundo da albufeira do Cabril, onde
se encontravam “algumas pepitas de
ouro de tamanho bastante apreciável”? No Borralhal restam silêncios,
amontoados de escombros à boca
das galerias e parte de uma vagoneta de minério corroída pelas águas
ácidas da mina. Esta era uma mina
de cobre. Concessionada em 1953,
chegou a ser explorada pela Companhia União Fabril até 1957. Do vasto
espólio, de máquinas e ferramentas
mineiras, inventariado em 1955, o
que restará para contar a sua história? Por fim, as Fragas do Cavalo.
Estas minas de volfrâmio foram descobertas em 1910 por João Cardoso,
farmacêutico de Cardigos. As duas
concessões existentes funcionaram
no seu apogeu até 1920, cruzando-se
a sua história com a das grandes minas da Panasqueira. Retomaram-se
os trabalhos em 1939, com a “febre do
ouro negro” que varreu toda a Beira
Interior. Ainda são impressionantes
os trabalhos desenvolvidos ao longo
da grande encosta, com numerosas
galerias distanciadas verticalmente
de 20 metros em comunicação com
chaminés verticais distanciadas de 30
metros, destinadas à ventilação e ao
reconhecimento do jazigo entre dois
pisos. O minério aparecia disperso na
ganga ou em bolsadas de volframite
em dois filões principais, de baixa
possança. A fragilidade do subsolo
era compensada com o escoramento
em pinho e rochas arrancadas do interior da terra, que ainda mantêm as
galerias desobstruídas. No outro lado
do barranco situa-se o que resta da
lavaria e escritórios da mina que,
decorrente do caos que se seguiu
à Revolução de Abril, foram queimados e saqueados, mas que ainda
demonstram bem a importância
das minas e as técnicas empregues
na sua exploração. Os trabalhos
pararam de vez em 1957, porque a
companhia de seguros se recusou a
fazer seguro ao pessoal em virtude
do flagelo da silicose. Que mais as
populações da área poderão contribuir para conhecer o contexto
das minas do Cavalo para uma importante página da história contemporânea de Portugal, que só agora se
começa a vislumbrar? No próximo
dia 11 de Dezembro, a visita a alguns
destes locais poderá trazer novas histórias e descobertas que enriquecem
Oleiros e as suas paisagens.
Para que os estudos em curso possam ter um maior sucesso, contamos
com o apoio de todos os Oleirenses,
das suas recordações e histórias, fotografias e objectos esquecidos que possamos conhecer para não deixar desaparecer esta memória colectiva. n
Carlos Neto de Carvalho
Joana Rodrigues
Geopark Naturtejo da Meseta Meridional
desporto
Equipa de Pesca Embarcada do “ARCOleiros”
apurada para o Mundial dos EUA
Realizou-se no fim de semana
15 e 16 de Outubro no Alqueva a
5ª e 6ª(s) jornadas do Campeonato
Nacional de Pesca Embarcada ao
Achigã e, a equipa de Oleiros saía
para estas 2 últimas provas no 5º
lugar do campeonato, mas devido ao pouco conhecimento desta
massa de àgua ao contrário de
muitas equipas previam-se muitas dificuldades para equipa do
“ARCOleiros”.
No 1º dia a equipa da ARCO
pesou 4.780kg (5 maiores exemplares) tendo conseguido neste
dia 2 peixes acima do kilo e meio
ficando neste dia em 9º lugar beneficiando das equipas da frente
não fazerem melhor. No 2ª dia a
dupla de Oleiros pesou 4.970kg e
um 7º lugar nesse dia.
De salientar que neste dia a
equipa pescou um peixe com perto de 3 kg o maior da prova.
Contas feitas a equipa da ARCO
somou 56 pontos equivalendo ao
3º lugar do campeonato, ganho
por Jaime Rica/Fernando Cruz de
Évora com 35 pontos, no 2º lugar
Jaime Sacadura/Joao Sacadura de
Lisboa com 43 pontos e, no 3º
posto a dupla Oleirense .
Esta classificaçao permite à dupla de Oleiros representar a Selecção Nacional no Campeonato do
Mundo do próximo ano a decorrer nos EUA ou na Venezuela.
Os atletas agradecem a total
abertura e disponibilidade da direcção da ARCO na participação
de uma equipa neste campeonato.
Nuno Mateus um dos atletas
pescadores da equipa realça o importante apoio da Camara Municipal, junta de freguesia, Pirotecnia
Oleirense , Pesca & Companhia e
a todos que de uma maneira ou
outra ajudaram na realizaçao deste campeonato.
“Não podia deixar de dar uma
palavra a minha esposa e filho os
grandes sacrificados com as ausencias prolongadas”, disse-nos
este Amigo.
O Jornal de Oleiros congratulase com esta importante classificação da Equipa do “ARCO” que
sempre mereceu o nosso apoio
entusiástico e felicita os campeões, desejando que a participação
no Campeonato do Mundo seja
auspiciosa. n
14
Jornal de OLEIROS
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Florestas
Associação Nacional
de Empresas Florestais,
Agrícolas e do Ambiente
ANEFA reúne com Grupos Parlamentares
ProDeR – o princípio do fim!
No passado mês de Outubro, a
ANEFA foi recebida pelos diversos Grupos Parlamentares, com
o objectivo de apresentar as suas
preocupações e visão para o sector florestal.
Da falta de sustentabilidade à
fraca capacidade de investimento, a Direcção da ANEFA realçou
a necessidade de implementar
medidas e políticas que visem
dinamizar e incentivar o sector
florestal em Portugal, potenciando o seu valor económico, social
e ambiental.
A redefinição da estratégia para
as Zonas de Intervenção Florestal,
e a realização do cadastro rústico,
foi tema transversal às várias reuniões, sendo a generalidade dos
deputados a favor da criação de
um registo único das propriedades, mais simples e funcional, indo
ao encontro da proposta já avançada pela ANEFA à nova tutela.
A problemática associada à expansão do Nemátodo da Madeira do Pinheiro, a necessidade da
criação de um alvará para trabalhos agro-florestais e a correcta
afectação das verbas do Fundo
Florestal Permanente, foram
igualmente assuntos abordados, e
alvo de várias críticas, face ao desinvestimento a que se assiste no
sector florestal.
Neste âmbito, a ANEFA apresentou ainda as suas preocupações relativas ao Programa de
Desenvolvimento Rural, tema
central destes encontros.
De acordo com declarações públicas do Governo, a taxa actual
de compromisso das verbas do
ProDeR é de 89%, dado que não
foi consensual nas diversas audiências com os Grupos Parlamentares. No entanto, uma questão
foi unânime: O ProDeR tem os
dias contados…no caso florestal,
mesmo antes de começar!
De facto, não se compreende
como no passado mês de Junho,
com 57% do ProDeR comprometido e 33% executado, tenha sido
solicitado o empenhamento de todos na realização de extensão florestal, incentivando as empresas
a promover a realização de projectos florestais, e agora, 4 meses
depois, se fale em 89% de taxa de
compromisso.
Sabendo das potencialidades
do sector, da sua importância na
economia e sociedade, e tendo em
consideração que parte das Medidas Florestais estão em candidatura apenas desde Junho do corrente ano, a ANEFA questiona-se
sobre as implicações destes cortes
no panorama económico nacional, e nas negociações de futuros
Quadros Comunitários.
Não será demais relembrar que
é a floresta que ajuda a cobrir o
défice nacional das importações
de bens alimentares no valor de
mais de 3,5 mil milhões de euros,
no entanto, a estratégia nacional
tem continuamente sido subjugada a lobbys que tendem a colocar
à margem as necessidades reais
do sector florestal.
Preocupada com esta questão
e sem um esclarecimento assertivo por parte dos Deputados
com quem reuniu, a Direcção
da ANEFA solicitou um pedido
de esclarecimento à Ministra da
Agricultura, sobre esta anunciada
negação ao desenvolvimento florestal, no entanto até à data não
teve qualquer resposta.
As questões continuam por responder.
A floresta como fileira estratégica que é, pode ser simplesmente
condenada e penalizada no seu
investimento?
E se 89% das verbas do ProDeR
estão comprometidas, o que poderá ser esperado nos próximos 2
anos ainda neste Quadro Comunitário? n
Joana Faria
Eng.ª Florestal
ANEFA - Associação Nacional de
Empresas Florestais, Agrícolas e do
Ambiente
www.anefa.pt
www.forural.com
Isna com melhor serviço
EDP Distribuição conclui
nova linha
A EDP Distribuição acaba de
concluir uma nova linha para
abastecimento a Isna, localidade
do concelho de Oleiros.
Segundo esta empresa, esta
nova saída da subestação ( SE )
de Oleiros, cuja linha beneficiou
do aumento da secção de 30 para
90 mm2, teve um custo na ordem
dos 65 mil Euros e contribui, significativamente, para a melhoria
da qualidade do serviço prestado
pela EDP Distribuição à zona de
Isna.
Até agora esta zona era alimentada através de uma linha com
um já razoável extenso período
de vida, estando esta, permanentemente, sujeita a condições climáticas extremamente adversas.
Ainda de acordo com a empresa
elétrica, essa constatação aconselhou à substituição dessa mesma
linha por uma outra, integralmente nova, com a aplicação de uma
tecnologia muito mais recente e
cujas potencialidades asseguram
uma maior e melhor capacidade
de resposta às previsíveis intem-
péries e, consequentemente, às
necessidades da população.
Refere a EDP Distribuição que,
paralelamente, a obra agora con-
cluída assegura, também, uma
melhor capacidade de resposta de
alimentação de energia elétrica à
Vila de Oleiros. n
Os primeiros
passos
de Passos
A queda do anterior governo
era quase inevitável.
A situação de pré-bancarrota
a que as finanças públicas chegaram impunha uma mudança
de política e de políticos e a definição de um novo rumo para o
país.
Pela boca de Passos Coelho
ouvimos o anunciar desse novo
rumo. Ganhou folgadamente as
eleições não apenas pelo facto
de todos já estarmos fartos do
anterior governo e da fantasia
que diariamente nos vendia,
mas também – concedamos-lhe
esse privilégio - pela coragem
de algumas afirmações que fez
durante a campanha eleitoral e
pelas mudanças que anunciou
introduzir e acreditámos ser capaz. Hoje, no entanto, decorridos alguns meses sobre a eleição
do novo governo os portugueses
começam já a interrogar-se, uma
vez mais, sobre que futuro os espera.
Ninguém de bom senso acreditaria que conseguiríamos sair
desta situação sem fazer alguns
sacrifícios. Apesar disso, o que
nos foi dito e prometido por Passos Coelho não tem correspondido ao que na realidade tem
feito.
Todos estávamos convencidos
que as verdadeiras “gorduras”
do Estado de que tanto falava
e às quais ia por termo, eram
as infindáveis parceria públicoprivadas, institutos e fundações
de duvidosa e mais que questionável utilidade pública, mordomias de determinados cargos
públicos, salários principescos
pagos por todos nós, etc, etc, etc.
Afinal não. Aquilo que Passos
Coelho entende ou, pelo menos
até agora, tem entendido por
“gorduras” resume-se, quase exclusivamente, aos funcionários
públicos e pensionistas.
Estes constituem a obesidade
do Estado que é necessário e urgente diminuir, ficando-se todas
as outras por “magrezas” perfeitamente aceitáveis que é conveniente manter.
Aquilo que há uns tempos
atrás Passos Coelho achava um
disparate (diminuição de salários e pensões, corte de subsídios de férias e Natal, aumento
generalizado dos impostos, e
por aí fora…) passou agora a ser
imprescindível para endireitar
as finanças do país. Tudo o resto
– aquilo que de facto deveria ser
anulado ou seriamente remodelado – fica para depois, se é que
há um depois…
Por certo que haveria e há outras alternativas. Mas prevaleceu
a tentação do mais fácil, e a falta
de coragem e vontade política
para romper de uma vez por todas com o passado e com tudo
aquilo que de injusto e iníquo se
encontra instalado.
Pretendendo, talvez, ser mais
papista que o Papa ou, por outras palavras, melhor aluno do
que lhe era exigido pela “Troika”, Passos Coelho foi mais e
mais adiante. Cabe-lhe receber,
enquanto aluno, o diploma de
passagem com distinção, tocando aos portugueses o pagamentos das propinas.
Parece, afinal, ter apenas havido uma mudança de políticos.
As políticas de exigir que sejam
sempre os mesmos a pagar os
erros da incompetência política
que temos tido mantiveram-se
e, tudo o leva a crer, estão para
ficar.
É perfeitamente legítimo que
nos indignemos com as opções
até agora tomadas, como legítimo é, sobretudo, que nos interroguemos se, ao menos, valerá a
pena. n
António Romão de Matos
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Jornal de OLEIROS
Canal internacional Euronews
pode deixar de emitir em português
O serviço de língua portuguesa
da Euronews está em risco. Foi no
dia 1 de Novembro de 1999 que a
aventura começou. Nesse ano, 16
jornalistas mudaram-se de armas e
bagagens para a cidade de Lyon, em
França. Actualmente são mais de 30
os profissionais portugueses que
trabalham regularmente na estação
de televisão que afirma produzir
informação com uma perspectiva
europeia.
O serviço português funciona 24
horas por dias, com noticiários todos os trinta minutos. Além da actualidade internacional, a programação inclui rubricas de economia,
desporto, ciência e cultura. Para os
jornalistas portugueses o mais importante é a visibilidade internacional que Portugal ganha com a sua
presença numa verdadeira babel
noticiosa.
A acção destes profissionais contribui para a difusão de inúmeras
reportagens sobre o nosso país, nas
mais diferentes áreas, e com os interlocutores lusófonos em fóruns
internacionais a pronunciarem-se,
geralmente, em português. Contrariamente a estações como a CNN
ou a BBC, que dispõem de diferentes serviços linguísticos independentes uns dos outros, a Euronews
difunde a mesma programação em
11 línguas diferentes. Ou seja, uma
reportagem sobre a Mariza ou a
Fundação Champalimaud pode ser
vista em alemão, árabe, espanhol,
francês, inglês, italiano, persa, por-
tuguês, russo, turco e ucraniano, e
ser recebida em 350 milhões de lares em 155 países.
Em Agosto, o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares,
Miguel Relvas, declarou em sede
parlamentar ter pedido à RTP para
“repensar” o contrato com a Euronews. O serviço de língua portuguesa custa cerca de 1,6 milhões de
euros anuais aos cofres do Estado,
enquanto os serviços mais recentes,
como o turco ou ucraniano, custam
aos respectivos países 5 a 6 milhões
de euros. O serviço de língua portuguesa é regido por um contrato entre a RTP e a Euronews. O vínculo
actual termina em Janeiro de 2013,
mas a estação pública portuguesa
pode denunciar o contrato antecipadamente se assumir o custo da
rescisão. O 12º aniversário da equipa portuguesa teve, assim, um sabor agridoce. Os “veteranos” estão,
no entanto, habituados a este tipo
de notícias. Não é a primeira vez
que o serviço se encontra ameaçado
em virtude de uma reestruturação
na RTP. Mas esta é a primeira vez
que tal acontece com Portugal a
viver uma crise financeira e dependente da ajuda externa.
De acordo com o European Media & Marketing Survey (Verão de
2011), produzido pelo Synovate
Research Group, a Euronews é a
estação internacional de notícias
mais conhecida dos portugueses, à
frente de marcas como a Sky News,
CNN e BBC, e também a mais vista.
CONTACTOS ÚTEIS
• Jornal de Oleiros - 922 013 273
• Agrupamento de Escolas
do concelho
de Oleiros – 272 680 110
• Bombeiros Voluntários de
Oleiros – 272 680 170
• Centro
de Saúde – 272 680 160
• Correios – 272 680 180
• G.N.R – 272 682 311
Farmácias
• Estreito – 272 654 265
• Farmácia
– Oleiros – 272 681 015
• Farmácia
– Orvalho – 272 746 136
Postos
de Abastecimento
• Galp (Oleiros) – 272 682 832
• Galp (Ameixoeira) – 272 654 037
• Galp (Oleiros) – 272 682 274
• António Pires Ramos
(Orvalho) – 272 746 157
Segundo a Euronews, o serviço em
língua portuguesa está disponível
em quase 100 milhões de lares em
todo o mundo: Europa (60M), África (22,6M), Médio Oriente (12,1M),
América Latina (1,6M), Austrália
(1M), Ásia (0,6M) e América do
Norte (0,2M). E claro, está presente
nos países lusófonos: Angola, Bra-
sil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
O futuro da língua portuguesa na
Euronews está em suspenso. Cabe
ao governo português a última palavra.
Por Susete Sampaio em Lyon,
França. n
[email protected]
desporto
INDEXBALL - um novo modelo
de futebol de mesa
Baseado no modelo Subbuteo,
o Indexball é um novo conceito de
Futebol de Mesa, assentando essencialmente na concepção do Management de uma equipa, privilegiando
assim os aspectos tácticos do jogo
aos aspectos estritamente técnicos,
presentes na concepção moderna do
Futebol de Mesa Subbuteo.
Na concepção moderna do Futebol de Mesa Subbuteo, o jogo assenta
basicamente num modelo defensivo,
baseado num elevado número de
figuras colocadas sob a linha defensiva, saindo-se para o jogo de ataque
com unicamente 2 a 3 figuras, para
além de que, na concepção moderna
do Futebol de Mesa Subbuteo, todas
as figuras são indiferenciadas, não
existindo portanto uma indexação
efectiva com o Futebol.
Na concepção Indexball, para além
de que todas as figuras obrigatoriamente terem que ser devidamente
identificadas, pois na concepção In-
15
Infra-Estruturas
• Câmara
Municipal – 272 680 130
• Piscinas Municipais/
/Ginásio – 272 681 062
• Posto de Turismo/Espaço net
– 272 681 008
• Casa da Cultura/
/Biblioteca – 272 680 230
• Campo
de Futebol – 272 681 026
• Pavilhão Gimnodesportivo
(Oleiros) – 272 682 890
Cupão de Assinatura
Desejo receber em minha casa, mensalmente, o Jornal de Oleiros
Ano 2011
q Nacional
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q Apoio
(valor livre)
q Europa
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Morada....................................................................................................
dexball todas as figuras estão indexadas a verdadeiros jogadores de futebol, permitindo assim ao seu técnico,
o Teamanager, dispô-las pelo campo
respeitando uma táctica e um modelo
de jogo em semelhança com o verdadeiro Futebol, tornando o modelo de
jogo mais “aberto” e emotivo, incrementando assim substancialmente a
dinâmica das partidas.
Ficha técnica
www.jornaldeoleiros.com
Naturalmente que esta nova concepção de jogo contempla algumas
alterações às regras base do Subbuteo,
essencialmente pelo facto de que, se a
linha defensiva ficar substancialmente diminuída, obriga ao incremento
substancial das dificuldades no jogo
na posição de atacante relativamente
às regras base Subbuteo. n
Saiba mais em www.indexball.com
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Data ......./............./...................
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Estoril • www.jornaldeoleiros.com • email da redacção: [email protected] • Telefone: 922 013 273 • Site: www.jornaldeoleiros.
com • Tiragem: 5 000 exemplares • Redacção: Oleiros • Distribuição: Massiva através dos CTT nas residências e postos de venda • Colaboradores: João H. Santos Ramos, Fernanda Ramos, Inês Martins, António Mendes, Manuela Marques, António Romão de Matos, Rui
Pedro Brás, Ana Maria Neves, Ivone Roque, Hugo Francisco, António Moreira, Miguel Marques, Soraia Tomaz, Augusto Matos, António
Lopes Graça, Cristina Ferreira de Matos, Cátia Afonso, Ana Faria, Carlos N de Carvalho, Nelson Leite- New Jersey - EUA • Correspondentes: Silvino Potêncio (Natal, Brasil) • Fernando Caldeira da Silva (África Austral) • Correspondente em Castelo Branco: Rui Manuel Almeida
Nunes (www.ruianunes.no.sapo.pt) • Catarina Fernandes (Lisboa) • Paginação e Impressão: Coraze, Oliveira de Azeméis
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Jornal de OLEIROS
2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO
Foi inaugurado o Centro
de Convívio da Freguesia
da Amieira
Realizou-se no passado dia
22 de Outubro a cerimónia
de inauguração do Centro
de Convívio da Freguesia da
Amieira, o qual funciona nas
instalações da antiga Esco-
la primária de Amieira, cujo
edifício foi alvo de obras de
requalificação.
Na ocasião estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Oleiros,
Comendador José Santos
Marques, o presidente da
Junta de Freguesia de Amieira, Francisco Rodrigues Mateus e a liga dos Amigos da
Freguesia da Amieira. n
ISABEL DOMINGUES,
referência a não perder
Isabel Domingues com 53
anos, nasceu em 9 de Abril
de 1958, é um exemplo de
capacidade de luta e afirmação que deve ser destacado.
Aos 12 anos integrava já
a Sociedade Filarmónica
Oleirense onde fez a estreia
em 8 de Dezembro de 1970
no Procissão da senhora da
Conceição.
O primeiro instrumento,
um trompete, foi adquirido
pelo pai, Celestino de Jesus
em Monfortinho, e com esta
prenda do pai se iniciou na
música.
Na altura, a Filarmónica
tinha cerca de 20 elementos
e ela era a única mulher.
Era um tempo difícil, por
isso, de festa em festa, pernoitavam em diferentes casas e ela tinha o privilégio
de o poder fazer também - o
pai sabia bem que a filha era
responsável - mesmo antes
de ter farda, já transportava
o estandarte da Filarmónica
com orgulho.
Pelo caminho foi também
dirigente por diversas vezes
e salienta "que a Filarmónica, pugnou sempre por
melhores condições para os
seus membros" e fala com
entusiasmo da nova sede já
em construção.
Trabalhando na Câmara,
criou os dois filhos que a
acompanharam mais tarde
nesta Sociedade e depois, o
Duarte (a estudar em Castelo Branco) nos Bombeiros, ou
seja - sempre ligados a tudo
o que em Oleiros é exemplo
a seguir -.
O Jornal de Oleiros envia
um abraço à Família Amiga
e, desta forma, cumpre o de-
sígnio de ligação à sociedade
Oleirense que tantos exemplos de dedicação possui e a
eles voltaremos sempre que
possível. n
Pinhal Total promoveu
com sucesso V Maratona
de BTT Rota do Medronho
A Associação Pinhal Total,
em parceria com o Município
de Oleiros, levou a efeito no
passado dia 30 de Outubro a
sua V Maratona de BTT Rota
do Medronho, uma iniciativa integrada na V Mostra
do Medronho e da Castanha,
promovida pelo Município
de Oleiros e Associação de
Desenvolvimento Local Pinhal Maior.
Este dia esteve reservado
ao desporto na floresta com
a realização desta actividade e da Caminhada "Rota da
Castanha", iniciativas que no
total reuniram cerca de 100
participantes. n
A Câmara de Oleiros deseja Festas Felizes e um Bom Novo Ano
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Edição de Novembro e Dezembro de 2011