OLEIROS www.jornaldeoleiros.com Director e Fundador Paulino B. Fernandes · Ano 3, Nº 19, Novembro/Dezembro de 2011 • Preço: 0,01€ (inclui IVA) • Edição Bimestral Jornal de Influente na região do Pinhal Interior Sul, Beira Interior Sul e Cova da Beira “ARCOleiros” também no FutSal Dando expressão ao Clube e afirmando-se dia-a-dia mais eclético, o “ARCOleiros” passou a ter uma equipa de FutSal. É uma boa notícia que comprova a “revolução” positiva que está a ser conduzida pela Direcção do “ARCO”, inegável e que muito saudamos. Recordamos que na 1ª jornada, na deslocação a Alcaria, o “ARCO” venceu por 2-3 criando expectativa para o desenrolar do campeonato agora iniciado. Editorial Paulino B. Fernandes página 2 “De olho na Educação” Dra. Manuela Marques página 2 “ARCO” Associação Recreativa e Cultural de Oleiros - 35º Aniversário Esta importante Instituição celebrou em 12 de Novembro, 35 anos. Catalizadora da juventude de Oleiros, interveniente em diferentes domínios, do futebol à pesca desportiva, justifica o nosso aplauso. Ao Presidente e Amigo Ramiro Roque enviamos um abraço e votos de sucesso continuado. Jornal de Oleiros O Director e restantes Colaboradores desejam aos nossos Assinantes, Leitores e Amigos um NATAL tranquilo, com expectativas, com união e solidariedade, hoje mais do que nunca necessária. Acreditem, PORTUGAL tem futuro. JORNAL de OLEIROS Convívio de Professores Turismo Sustentável Dr. Fernando Carvalho página 6 Isabel Domingues Uma referência página 16 Oleiros em Movimento LOURANTUNES, Lda Telefone /Fax: 272 682 464 Telemóveis: 966092649 e 964785156 Vários acontecimentos marcantes página 8 páginas 3, 4 e 16 2 Jornal de OLEIROS 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO De “Olho” na Educação EDITORIAL Só Medidas de Poupança… Manuela Marques “País de mão estendida” Após a apresentação do OE, e a discussão na Assembleia da República, não subsistem dúvidas da “miséria” que vai invadir o País. O Governo, foi implacável na discussão e, o que parecia possível – renegociar alguns parâmetros do acordo com a TROIKA, nomeadamente o alargamento do prazo de aplicação, foi recusado e o País empurrado para uma situação que será insustentável. A República instalada no País, não cumpriu as expectativas que criou – defraudou-as mesmo – e os Portugueses não têm motivos para qualquer celebração. A classe política, com as excepções honrosas que sempre existem, tornou-se um “abcesso que deve ser estirpado” – em eleições livres, por isso um VOTO ainda na Democracia que defendemos – não no REGIME que lastimamos consequentemente. Há alternativas. Os Portugueses um dia terão de decidir e obrigar por REFERENDO, a escolha de REGIME em que querem viver. “ Um Jornal que cumpre o seu ESTATUTO EDITORIAL Nascemos para defender a região, para divulgar a cultura, para criar condições de mobilização da população para a importância de defender o que nos une. Temos resistido, mesmo a incompreensões iniciais, a vaidades que tentaram aproveitar-se sem êxito – nunca o conseguirão – de um ESTATUTO de independência de que nunca abdicaremos, consolidámos aquilo que é um PROJECTO COLECTIVO, agregando todos no mesmo esforço. Foi possível juntar tantos Oleirenses, sem preocupações políticas, fazendo-os convergir num esforço colectivo em defesa da região. Todos sabem a quem nos referimos com orgulho acentuado e crescente. • Um NATAL menos brilhante • Mas não necessáriamente menos solidário, este um apelo que aqui deixamos a terminar, com os VOTOS de FESTAS FELIZES em Família, com os Amigos, em prol da nossa terra.n Director Email: [email protected]. WEB: www.jornaldeoleiros.com –Cabeleireiro–Manicure–Pedicure– –Depilação–Unhas de Gel– Praça da República - Oleiros www..gloss-cabeleireico.com Telefone 272 682 50 FAÇA A SUA ASSINATURA «Quando questionado sobre se o ensino em Portugal tem professores a mais, o ministro é taxativo: “É preciso dizer isto com clareza: não estamos em época de contratar mais professores do que o estritamente necessário. Isto significa que vamos ter uma grande contenção na contratação de professores.” Numa entrevista centrada sobre os cortes previstos na educação para 2012, e as opções para os alcançar, são também abordados, entre outros temas, a futura contenção na contratação de professores, a escolaridade obrigatória até aos 18 anos, as obras de Parque Escolar, o financiamento e a racionalização da rede das instituições do ensino superior…» (fonte http:// www.publico.pt/Educação/entrevista) Se as duas últimas legislaturas ficaram conhecidas pela perseguição que estabeleceram aos docentes deste país, esta, sem dúvida, ficará conhecida como a da poupança…Poupa aqui, poupa ali, não importa como, quando, onde, só os números interessam. No entanto, tanta poupança, e compreendemos bem, nós cidadãos, os tempos que correm, não vai levar a lado nenhum, muito menos a boas políticas. Quanto, a situação em que nos encontramos, europeus, me faz pensar no sábio e douto Padre António vieira e no seu celebérrimo Sermão de Santo António aos Peixes, no momento em que no discurso refere, falando daqueles que devem dar o exemplo porque têm uma posição que lhes inculca responsabilidades (neste caso falando dos pregadores; embora me pareça um símile aplicável a outros níveis…): «Vós, …sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a Terra se não deixa salgar.» Pois a mim parece-me que neste nosso mundo, nesta nossa contemporaneidade, o sal não salga e a terra também não está interessada em deixar-se salgar… Vivemos uma época do – cada um por si e ninguém pelos outros – e nós educadores, sentimos que o sal já não consegue evitar a corrupção, que se alastrou qual doença infeciosa. E essa doença leva-nos a contenções de despesa que nos entram nos bolsos a toda a hora: não temos culpa desse vírus que alguém “soltou” no mundo, fugido da caixa de Pandora, mas ele devassa-nos com tal sofreguidão que não vemos cura nenhuma para esta maleita. Como viver, então, nos dias que correm? Como trabalhar com brio, com profissionalismo e ensejo de mudança, quando os nossos trabalhos, que ainda há pouco se apostava certos e seguros, estão agora ameaçados, na iminência de além dos subsídios perdermos também parte do ordenado? … Os tempos para a educação estão trilhados em caminhos sinuosos, tempestuosos, embora não seja apenas nesta pasta que nos aguardam dias menos felizes, mas as novas medidas que o ministro terá de tomar e algumas que manterá com poucas alterações (a avaliação de professores é um exemplo) em nada virão ajudar o sistema. Penso e atrevo-me a opinar que assim dificilmente conseguiremos alguma vez sair da crise ou efetivamente aplicar medidas concretas e frutíferas que possam servir de motor ao desenvolvimento económico, mas também ao desenvolvimento e formação do cidadão. Cortar em tudo, gastar menos, não pode ser uma única política de O Seu Jornal de Oleiros à distância de um CLIC Clic em: www.jornaldeoleiros.com Acompanhe-nos diáriamente e promova junto de Amigos Apoie o Seu jornal. Ficha nesta edição na pag 14 Foto: Miguel Manso Escreva-nos também para: [email protected] orientação para este país. Como cortar nas despesas de uma escola? No material? Os alunos deixarão de ter acesso aos considerados “produtos de primeira necessidade” na sala de aula? Contratar menos professores, de que forma? Mandar uns quantos embora? Suponho que ainda vamos chegar a entrar nas salas de professores e salas de aula das escolas e encontrar as velhinhas “salamandras” a lenha para nos aquecermos, tendo de transportar a cavaquinha de casa, apanhada no pinhal (que muitos bem precisam de uma limpeza e embora se atribuam rendimentos sociais e apoios a este e àquele, a verdade é que não se põe ninguém a trabalhar, a produzir, pelo contrário deixa-se “criar barriga ao sol” e as matas aí estão ao abandono e mercê dos incêndios) e levar o lanchinho e a marmita como se fazia antigamente. Provavelmente, nem tudo poderá ser mau, quem sabe se no cerne do mais denso pessimismo, nascerá uma semente de esperança. É preciso passar pelo mau, para dar valor e saber reconhecer e trabalhar para o bem. Talvez seja preciso isso mesmo: um regresso ao passado dos nossos avós, bisavós e certamente a pobreza, a necessidade conluirão para que mudem as mentalidades e se comece a pensar que afinal o consumismo, o desperdício, a corrupção, a futilidade são males a erradicar da sociedade e, então, talvez o sal volte a cumprir a sua função e todos se deixem “salgar”. n 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Jornal de OLEIROS 3 A Fonte do Vilar Fundeiro tem um novo telheiro e um jardim Alda Barata Salgueiro (Este artigo não segue o novo acordo ortográfico) O Vilar dos Condes começa a revitalizar-se graças à vontade dos seus moradores e à ajuda da autarquia que, em conjunto, ergueram um novo alpendre na fonte do Vilar Fundeiro. Há cerca de dois anos alguns dos filhos da terra, que a visitam regularmente, reuniram-se e pensaram, eles próprios, em reabilitar o Largo da Fonte. O primeiro passo seria substituir o coberto do lavadouro público por madeira e telha; só que concluíram tratar-se de uma tarefa não propriamente para amadores; resolveram então recorrer ao presidente da junta de freguesia da Madeirã. Depois de esclarecido, este apresentou o projecto à câmara de Oleiros que o aprovou. Finalmente, nos inícios de Outubro, o novo coberto ficou pronto, e sinceramente ficou muito bem enquadrado e é bonito, mas o mais inesperado e até comovente é ver, ao lado do lavadouro, o jardim da Tia Maria! Ou seja a Tia Maria tinha ali um espaço onde, durante dezenas de anos fez o seu estendal. Como já ultrapassou os 80 e as forças lhe vão faltando para grandes lavagens, resolveu colaborar com a iniciativa da reabilitação do largo: Reuniu todos os seus vasos no espaço onde estendia a roupa fez um jardim e, para rematar em sintonia, restaurou uma velha escada de madeira que habilidosamente pendurou na parede. Um dos seus familiares, achando graça à iniciativa da criativa senhora, gravou numa placa de xisto, que ali fixou: «O jardim da Tia Maria». Esta notícia não é mais do que um” fait divers”, mas a informação nela contida, é um bom exemplo de otimismo e de solidariedade. Quem passa olha, gosta e acha graça, mas olhar não é a mesma coisa que ver. O Importante é ver XII Passeio Turístico de TT “Trilho do Estreito” - Um enorme sucesso Celebrando o Ano Internacional das Florestas, a Associação Trilhos do Estreito associou-se a esta efeméride tendo levado a efeito no pretérito dia 26 de Novembro o seu 12.º Passeio Turístico de Todo o Terreno “Trilho do Estreito”. Com um apontamento especial nesta edição, o qual pretendeu apelar à valorização da floresta, palco deste já mítico evento, houve lugar para o concurso de fotografia “Foto Síntese” onde em jeito de síntese da jornada, cada participante pode registar fotograficamente a paisagem florestal percorrida durante o Pas- seio. A participação neste concurso foi facultativa, pelo que os adeptos do TT interessados em concorrer apenas tiveram de munir-se previamente da sua máquina fotográfica. As melhores fotografias serão premiadas. Mais informações em www.trilhosdoestreito.pt n Atletas Oleirenses destacados no Campeonato de Natação do Pinhal Interior Sul A equipa de Pequenos Grandes Nadadores das Piscinas Municipais de Oleiros destacou-se no Campeonato de Natação do Pinhal Interior Sul com 3 medalhas de Bronze, 1 medalha de Prata e 1 medalha de Ouro. Parabéns à equipa dos Pequenos Grandes Nadadores (José Pedro Graça, Ricardo Mateus, Alexandra Mateus e Maria Regina). e perceber o sentimento que esteve subjacente à atitude. Há muitas aldeias, por esse país fora, a precisarem da Fé destas Tias Marias! Agradecemos à junta de freguesia da Madeirã e à câmara de Oleiros o bom acolhimento que nos tem dedicado e agradecemos também à Tia Maria o seu (e agora também nosso) belo jardim do Largo da Fonte - cartão-de-visita Noite Medronha em Oleiros Aproveitando a celebração do Dia das Bruxas, coincidindo este ano com um dos dias da V Mostra do Medronho e da Castanha, teve lugar em Oleiros, na noite de 31 de Outubro, no recinto fechado onde decorreu a Mostra de Produtos Locais, a Noite Medronha. A iniciativa só foi possível graças ao empenho do Bar Calado e do Amigo Pedro, o qual também estava representado na Mostra com a divulgação, entre outros, do Caipironho. A ideia passou pela recriação de uma tradição com origem Celta, segundo a qual uma bruxa serve uma bebida alcoólica elaborada essencialmente com aguardente de medronho queimada e açúcar, denominandose “Queimada do Outro Mundo”. Segundo a tradição, existe um esconjuro para pronunciar aquando da sua elaboração e reza EXPORTAR É UMA EXIGÊNCIA Portugueses, residentes no mundo, particularmente na Europa, desejam conhecer industriais portugueses, produtores que desejem expandir os seus negócios aproveitando sinergias de portugueses instalados no mundo. . Diga-nos o que fabrica e o que pretende exportar; . Descreva capacidades prévias iniciais; . Garantimos a privacidade da informação; Escreva-nos para: [email protected] do Vilar Fundeiro. Para que o Largo da Fonte fique perfeito será preciso o presidente da Junta, o senhor Isidro Farinha, reunir-se com os donos dos muros circundantes à fonte, que se encontram totalmente desfeitos, e encontrar um consenso no sentido de os refazer, pois, se não for ainda no atual mandato, estou em crer que nunca virão a ser reconstruídos, e seria uma pena. n a história que protege contra feitiços e mantém afastados de quem bebe os espíritos e demais seres do mal. n 4 Jornal de OLEIROS 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Medronho e Castanha em tournée - Cooperação entre Bibliotecas do Distrito A peça de teatro produzida pela equipa da Biblioteca Municipal de Oleiros (BMO) “Sementes Mágicas: o Medronho e a Castanha” acaba de se lançar numa tournée por algumas Bibliotecas do Distrito de Castelo Branco. Após uma actuação em Penamacor, no passado dia 8 de Novembro, a equipa da BMO prepara-se agora para levar a peça ao palco da Biblioteca Municipal de Vila de Rei, no próximo dia 7 de Dezembro. Recorde-se que esta peça resulta de um trabalho de equipa que começa assim a sua digressão além fronteiras. Com este acontecimento, solidifica-se a cooperação existente entre as várias Bibliotecas Municipais da região. Esta iniciativa revelou-se um sucesso e contou com o apoio de todos os elementos que fazem parte desta Vai ter lugar no dia 15 de Dezembro, nas Piscinas Municipais de Oleiros, uma Mega-aula de Hiinfra-estrutura municipal, revelando um trabalho de grupo cuidado aproveitando o talento colectivo que se verifica. O argumento desta peça é uma adaptação da autoria de Tel- ma Veríssimo, estando a cenografia a cargo de Sónia Castanheira, o figurino da autoria de Helena Lopes e a representação da responsabilidade de Ana Luzia Martins. n “Cambio” em Espanha Mariano Rajoy cumpre velho sonho Não por mérito próprio, Mariano Rajoy várias vezes tentou e nunca conseguiu ser Presidente do Governo em Espanha. A crise europeia, ajudo-o a cumprir este velho sonho, uma crise que obriga a mudanças para dar alguma satisfação aos povos - que acreditam e devem acreditar – que estas mudanças podem ser favoráveis. Rajoy teve sempre a pesar sobre si a figura de José Maria Aznar, tal como Zapatero teve Filipe Gonzalez e, ambos, nunca conseguiram libertar-se destas figuras tutelares, um pouco como em Portugal com os casos de Mário Soares ou Francisco Sá Carneiro. Mas, enfim, resta a esperança, num momento de grande turbulência e expectativa. Conseguirão a Espanha e a Itália com o peso de serem a 3ª e 4ª economias da Europa evitar o fim da União Europeia e do Euro? É o que veremos em breve. Mega-aula de Hidroginástica droginástica gratuita, destinada a toda a população que queira experimentar esta modalidade.n Hora do Conto na Biblioteca Municipal A Biblioteca Municipal de Oleiros leva a efeito nos próximos meses a sua iniciativa Hora do Conto com as histórias “Os Ovos Misteriosos (dia 23 de Novembro) e “O país da Música” (dia 7 de Dezembro). Esta é uma iniciativa que se destina aos alunos do Ensino Pré-Escolar do Concelho. n I Concurso de Montras da Vila de Oleiros (e Concurso de Árvores de Natal) A Junta de Freguesia de Oleiros está a promover o I Concurso de Montras da Vila de Oleiros, o qual decorrerá de 24 de Dezembro a 1 de Janeiro e é destinado ao comércio local. n Nesta “batalha” em que Portugal e Grécia já nada contam e os caminhos que estão a seguir prenunciam um “desastre imenso”, ficamos com a esperança (temos de ter…) que algum novo líder apareça com a capacidade de decisão e ideias que levem Merkel e Sarko- zy a mudar de rumo, tardiamente, mas ainda a tempo. Voltando a Espanha, vemos um PSOE varrido para percentagens inusitadas, sacrificando Rubalcaba numa derrota que Zapatero não desejou sofrer, saindo antes do desaire anunciado. n Sítio das Plantas Comercialização de Plantas, Lda. Venda ao Público e Revenda Dispomos de serviço de Restaurante e Residencial Pôr do Sol 2 com Salas para todos os tipos de eventos (incluindo casamentos e batizados) Sítio dos Poços, EN n.º 366, Azambuja, 2050 -145 Aveiras de Cima 4ELFs&AXs%MAILPLANTAS SAPOPT 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Jornal de OLEIROS 5 ruralidades Cultura de Montanha Inês Martins Engenheira Agrónoma A 11 de Dezembro assinala-se o Dia Internacional das Montanhas, instituído em 2002, pela Organização das Nações Unidas, com o objectivo de consciencializar a opinião pública para a importância da sua preservação. O Geopark Naturtejo, um projecto intermunicipal que engloba seis concelhos, assinalou esta efeméride pela primeira vez, no ano passado, em Oleiros. Mas como se definem as montanhas? Estas representam os ecossistemas terrestres mais ricos do planeta, com grande biodiversidade de fauna e flora e com paisagens sublimes. Por este e outros motivos, desempenham uma importante função na vida de todos nós. Refira-se, a título de exemplo, que as montanhas e terras altas co- brem 25% da superfície terrestre e que armazenam um elemento vital: a água doce. A estas zonas correspondem populações com um modo de vida assente na chamada cultura de montanha, a qual se enquadra normalmente em áreas com muito verde, ar puro e um clima típico. Esta envolvente associa-se a bonitas paisagens, algum romantismo e muito desporto de natureza, atributos muito importantes para os adeptos do turismo de montanha, muito em voga hoje em dia. Este tipo de turismo pratica-se tendo em vista o bem-estar, a simples observação de paisagens ou prática de modalidades desportivas como o alpinismo, a escalada, a caminhada ou o esqui. Contabilidade . Salários . IRS/IRC . Pocal Rua Cabo da Devesa, 6160-412 Oleiros email: [email protected] • Telefone 272 682 795 Agência de Oleiros Praça do Município, 30 Telefone 272680000 - Fax 272680007 Apesar de serem regiões tão apetecíveis turisticamente, estas são classificadas como zonas desfavorecidas às quais de associam fenómenos de despovoamento e desertificação. Diversificar as fontes de rendimento destas populações é um imperativo para garantir a sobrevivência e a recuperação das áreas montanhosas. Por norma, estas são zonas ideais para pastagens (onde o mosaico agro-silvo-pastoril deve ser uma opção estratégica), ao mesmo tempo que oferecem produtos diferenciados de elevada qualidade que se traduzem numa mais-valia para os territórios. Sabendo que a montanha se define como a “evasão da rotina”, esta poderá representar um importan- te vector de atracção de turistas oriundos dos grandes centros urbanos, os quais procuram este tipo de destinos para alguns dias de descanso e lazer. Desta forma rea- bilitam-se os territórios, ao mesmo tempo que se garante a sua humanização e animação por períodos mais alargados de tempo. n 6 Jornal de OLEIROS 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO O FAROL Quem não tem dinheiro Nota: O presente texto não segue as regras do novo acordo ortográfico António Graça Não tem auto-estradas sem portagens, não tem saúde grátis, não tem educação grátis, etc., etc. Nos anos que se seguiram ao 25 de Abril, foi incutido no pensamento dos portugueses que só tinham direitos, liberdades e garantias, quanto a deveres… nada! Assim, tiveram o direito de entregar o país aos interesses dos partidos, que tiveram a liberdade de eleger, e de lhes confiar o futuro da nação, sem terem, contudo, a garantia de serem bem governados. Após a entrada na União Europeia, e a partir dos governos de Cavaco Silva (inclusive), começaram a pensar, como, aliás lhes foi transmitido, que passariam a ter o mesmo nível de vida dos restantes povos da Comunidade, tal ilusão foi sendo aumentada através da política do betão; mais auto-estradas, IC’s, centros culturais, estádios de futebol, etc.., obras que os portugueses, na sua boa fé, acreditaram que os igualariam ao nível de vida dos restantes europeus. Mais recentemente, começaram a construir-se auto-estradas e outras vias nas quais não circulam veículos, ou circulam tão poucos que não justificam os elevados investimentos feitos, aeroportos onde não aterram aviões, estádios de futebol sem utilização. Durante o último governo, só a loucura ou os interesses pessoais de alguns dos seus membros, permite explicar a obstinação demonstrada em construir várias linhas de TGV, um novo aeroporto, mais auto-estradas e na multiplicação das tristemente célebres PPP( Parcerias PúblicoPrivadas). O facto é que, desde Abril de 74 e com particular relevo, nos últimos seis anos, o orçamento do Estado tem sido sempre deficitário, ou seja, os eleitos para governar andam há décadas a acumular dívidas para o país, agindo como governantes de um país produtor de petróleo. O acumular, por si só, não seria trágico, trágica é a dimensão a que se chegou. Esta falsa prosperidade, teria de ter um final desagradável, porque, quer queiram ou não, nada do que se consome ou utiliza é gratuito, tudo tem um preço a ser pago, mais cedo ou mais tarde. Esse final parece ter chegado e, obviamente, obriga a um esforço monumental para tentar equilibrar as contas do país. Nesse sentido, e, para que o país possa honrar os seus compromissos internos e externos, são necessárias medidas estruturais, por vezes duras, mas, medidas que contribuam efectivamente para tirar o país da espiral negativa para a qual foi empurrado O actual governo, que não é, claramente, responsável pela situaçãocaótica que herdou, anunciou um conjunto de medidas a executar no Orçamento de 2012, medidas essas que, em nosso entender, pecam pela falta de um plano de desenvolvimento da economia, ainda que limitado pelas condições impostas pelo programa de assistência financeira assinado com a “troika”. A austeridade e os cortes, só por si, não resolvem quase nada, antes podem vir a agravar a situação. Uma das alavancas para o crescimento da economia, seria o aumento das exportações e a internacionalização das empresas portuguesas. Pretendendo traçar uma estratégia para o estafado tema da internacionalização das empresas nacionais, o governo nomeou uma comissão de seis sábios, entre os quais se contavam os ministros das finanças e da economia. Os sábios reuniram-se e, o mais que conseguiram produzir foi um relatório, no qual descreveram o bom ambiente das reuniões e os almoços que tiveram, ao que parece de boa qualidade. Quanto à estratégia… NADA? Consta que não conseguiram chegar a um consenso sobre o assunto. É triste. Mas, este episódio é apenas mais uma prova de que o Estado não deve meter-se onde não é chamado e de que os sábios não sabem dar respostas às questões do dia-a-dia. De facto, quem exporta e quem deve projectar as estratégias de internacionalização são as empresas. Portanto, as estratégias empresariais deverão ser definidas por pessoas ligadas às empresas, nomeadamente às PME. O Estado deverá funcionar apenas como facilitador dessas estratégias. Para onde vai o nosso dinheiro? Veio recentemente a público a questão das subvenções vitalícias dos políticos, que custam actualmente aos portugueses cerca de 8 milhões de euros/ano. Questão sem dúvida polémica, agravada pelos sacrifícios enormes que estão a ser impostos aos portugueses. Os valores em causa são, no actual contexto do país, escandalosamente elevados, e injustificáveis, se atendermos a que uma boa parte dos beneficiários, que abrangem todos os partidos representados na AR( excepto o BE), aufere outros rendimentos elevadíssimos por cargos que ocupam em empresas privadas, a maior parte delas com ligações aos cargos que desempenharam em funções governamentais. Parece que o actual governo, apesar de todas as dificuldades que já se apregoam, quer pôr fim à acumulação destes rendimentos. Aguardemos. Outra questão polémica é a dos subsídios de alojamento. Levantada questão, o ministro Miguel Macedo afirmou que renunciaria a esse subsídio, mas que o mesmo é um direito que lhe assiste. Mas, já dizia Cícero:”Nem tudo o que é lícito é honesto”. Pergunto ao Senhor Ministro: E os subsídios de férias e de Natal? Não são direitos que assistem aos trabalhadores? Haja decência. Estas situações mostram que a “sociedade civil”, como paternalmente lhe chamam os políticos, tem de ter uma capacidade de intervenção e fiscalização para além dos actos eleitorais. Seria do maior interesse, e deixamos aqui o desafio, a constituição de um Movimento de Defesa dos Contribuintes, estrutura completamente apartidária, cuja missão será, em termos genéricos, alertar publicamente os cidadãos para os actos que possam vir a lesar as suas expectativas enquanto contribuintes Até breve n Turismo Sustentável – evolução do conceito Fernando Carvalho Nos últimos artigos publicados neste jornal tem sido abordado o tema do Turismo, na sua vertente “sustentável”, cujo conceito será pertinente desenvolver para melhor compreensão e enquadramento. Assim, fazendo uma breve perspectiva histórica, é possível identificar a seguinte evolução, nomeadamente na segunda metade do século passado: - A primeira fase coincidiu com a crise económica da década de setenta, que colocou o Ocidente mais desenvolvido perante a realidade da escassez dos recursos, das desigualdades sociais, dos desequilíbrios territoriais na distribuição da riqueza e do perigo da dependência externa. Podemos identificar, como referência histórica, a realização da primeira Cimeira da Terra, no âmbito da ONU, em Estocolmo/1972. - No início da década de oitenta, a ONU retomou o debate sobre o tema. Nesse sentido, a primeiraministra da Noruega, Harlem Brundtland foi mandatada para chefiar a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que elaborou um documento chamado “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como “Relatório Brundtland” e publicado em 1987. Este trabalho define, sucintamente, o desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades actuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades”. - Na década de noventa, com base nas mesmas preocupações, surge, pela primeira vez, o conceito de “Turismo Sustentável” na declaração emanada pela “Conferência do Rio – Agenda XXI”, realizada pela ONU em 1992 no Rio de Janeiro. O mesmo conceito viria a ser adoptado pela União Europeia, através das políticas de integração do ambiente nos sectores chave da economia, decorrentes do 5º Programa de Ambiente “Em Direcção a um Desenvolvimento Sustentável”. Estas fases são facilmente identificadas nos países mais desenvolvidos do Ocidente, nomeadamente na Europa do Norte e Central. Nos países europeus do Sul, caracterizados por uma evolução económica e social mais lenta e procurados por um tipo de turismo de massas (“Sol e Praia”), o conceito de “sustentável” só começa a ganhar alguma evidência nos últimos anos, após vários erros cometidos nos locais de acolhimento (excesso de oferta e descaracterização dos destinos), começando a afirmar-se destinos alternativos, com uma oferta diferenciada. Com efeito, só durante a última década começaram a surgir no nosso país estratégias regionais planeadas em que o turismo “sustentável” assume um papel importante na óptica do desenvolvimento local. Trata-se de uma actividade que faz uso de recursos locais, pouco aproveitados e com fracas potencialidades económicas, possibilitando uma exploração mais eficiente desses recursos. O seu efeito multiplicador na economia promove a dinamização e modernização de outros sectores produtivos, tem reflexos na cultura, na gastronomia e no artesanato, e proporciona as condições necessárias à criação de infra-estruturas e equipamentos. Através desta breve perspectiva histórica é possível concluir que se trata de uma tendência consistente, já consolidada em países mais desenvolvidos e com bons exemplos em alguns locais do nosso país. Turismo Sustentável e o Concelho Tal como na generalidade das regiões do interior do nosso país, é urgente inverter a tendência que se tem vindo a verificar nas últimas décadas, relativamente ao decréscimo da população residente, com todas as consequências advenientes. E, no actual contexto económico, o turismo sustentável pode representar uma excelente oportunidade para o concelho de Oleiros. Trata-se de uma região com potencial considerável, que não sofreu os excessos do “crescimento” e manteve a grande maioria das suas características genuínas. Contudo, como tem sido referido, esta vertente do turismo está correlacionada com diversas actividades locais, a montante e a jusante, interdependentes entre si, que são imprescindíveis no processo. O sector primário da economia, que inclui actividades produtivas como a agricultura, a pecuária e a pesca, é determinante para que se possa falar em sustentabilidade. Terá, por isso, que se organizar no sentido de dar resposta às necessidades de consumo locais. De facto, neste modelo sustentável, não parece razoável “importar” o que é possível produzir no concelho, dispondo-se das condições necessárias para esse efeito. Aliás, “produzir local e consumir local” é um dos princípios da sustentabilidade, defendido por todas as organizações que se preocupam com o tema. Para além das vantagens ecológicas e económicas óbvias, é a úni- ca forma de garantir a genuinidade dos produtos gastronómicos que dão hoje notoriedade ao concelho. E a genuinidade, em termos turísticos, é um factor crítico de sucesso! É verdade que isso implica uma organização diferente da exploração agrícola, nomeadamente porque há aspectos fiscais e de segurança alimentar a ter conta. São, contudo, ultrapassáveis e economicamente viáveis, desde que garantam a qualidade necessária e a quantidade que o mercado é capaz de absorver. A hotelaria, a restauração, o comércio, as instituições de saúde, assistenciais e os estabelecimentos de ensino representam já uma procura relevante. A recente realização da “Mostra de Produtos Locais”, incluída na 5ª Mostra do Medronho e da Castanha promovida pela Câmara Municipal, comprova a existência de uma estratégia de desenvolvimento integrado do concelho. Os produtos apresentados, de excelente qualidade, genuínos e inovadores, justificam a aposta e comprovam que é possível seguir por esse caminho. São, contudo, ainda insuficientes para que Oleiros se possa afirmar como destino turístico sustentável. Mas representam já uma boa amostra, são um incentivo e um convite aos empreendedores (que sempre surgem nas épocas de crise como a que vivemos...). n 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Jornal de OLEIROS 7 CRÓNICAS DE LISBOA Os Agitadores Serafim Marques Economista A democracia é uma doutrina política, por oposição a outras, assente numa forma de governação em que os “gestores da coisa pública” são mandatados pelos cidadãos eleitores, gozando da soberania democrática. Se para muitos cidadãos a sua intervenção demovrática cinge-se às eleições, muitos outros e não só os políticos e governantes, vão expressando opiniões que, assentes no valor da pluralidade, podem ser muito divergentes. Contudo, se todos podem opinar sobre a vida pública, no exercício do direito à diferença, nem todos terão o saber e o talento para o fazer, para não dizer “terem moral”. No exercício da democracia todos são iguais? Pura utopia, porque no estado actual de desenvolvimento da humanidade tal igualdade não existe. Muitas são as diferenças e se assim é, as opiniões serão sempre o reflexo do desenvolvimento intelectual e cívico de cada um, para alem dos seus interesses partidários, corporativos ou classistas de quem as emite. Em período de crise como aquela que vivemos e que ainda se agravará mais com as medidas de austeridade para 2012, adquire especial importância a informação e o esclarecimento à população, quer da situação (herdada do passado e com reflexos no presente e no futuro) e também das medidas escolhidas para combater a crise. Se assim não for, os portugueses sentem que os sacrifícios exigidos são uma “vingança” deste governo e que, afinal, são piores do que o governo anterior. Ironia do nosso destino. Infelizmente e como é próprio das democracias, logo surgem os “fazedores de opinião” que em vez de esclarecerem e unirem os portugueses em torno dos sacrifícios que nos libertem, no futuro, destas crises estruturais, acabam por nos dividir com as suas opiniões que embora sejam fruto da sua liberdade de opinião, são, muitas delas, envenenadoras e agitadoras. Face às duras medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, de todos os quadrantes surgiram agitadores, muitos deles com enormes responsabilidades passadas ou actuais, pelos cargos que desempenham ou exerceram. Temos assistido, assim, a uma catadupa de críticas, incluindo também o incitamento a acções de contestação e protesto. Se nos surpreendem as opiniões públicas divergentes vindas de figuras da área dos partidos do governo, já aquelas vindas de responsáveis do PS deveriam encher de vergonha os seus autores, porque esquecem-se que este partido tem muita responsabilidade pelo estado a que o nosso país chegou e que exigiu deste governo que tomasse estas medidas tão impopulares e que , garantidamente, não o fez por vingança. Falam para contentar os seus militantes, sendo nesse aspecto pouco diferentes dos partidos mais à esquerda (PCP e BE) e agora ainda mais depois da “ajuda” dada pelo senhor Presidente da República, por este ter criticado, pública e inoportunamente, uma das medidas do Governo, enfraquecendo-o e acabando por “dar razão” a estes e aos outros agitadores. Dos sindicatos e centrais sindicais, não seria de esperar outras atitudes, porque estas instituições precisam deste tipo de acções, para se manterem vivas, mesmo que essas reivindicações não sejam oportunas e muito menos as greves que se anunciam. Afinal, se o país está mal, as greves ainda agravarão mais a nossa economia, como são os tristes exemplos e imagens que nos têm chegado da Grécia. Se os responsáveis da Igreja católica têm sido prudentes nas críticas, mas sem esquecer as chamadas de atenção para as consequências nos mais desprotegidos, já o Bispo das Forças Armadas D. Januário Torgal Ferreira tem assumido, em público (e em pleno altar no dia do exército, por exemplo) e através da imprensa, afirmações e atitudes de apelo e quase incitamento à agitação social. Ficou-lhe muito mal a linguagem utilizada (por exemplo “terrorismo político”)! Contudo, a mais radical crítica e atitude partiu dum “capitão de Abril (Vasco Lourenço) que não se coibiu de usar termos (por exemplo chamar “bando de mentirosos” aos governantes democraticamente eleitos) e dizer que o país está a viver um “PREC de direita” (lembrando-se, talvez do PREC de 1975, de má memória para os portugueses!) e incitar à desobediência das forças armadas (“se as manifestações de protesto forem reprimidas, os militares devem pôrse ao lado das populações” – disse). É (muito) preocupante quem ainda pense assim, decorridos estes anos todos desde o 25 de Abril! Que responsabilidades têm todos estes (tipos de) agitadores, muitos deles que tiveram o poder para evitar que o nosso país tenha chegado a este estado e nada fizeram? Contudo, a “autoridade” das suas palavras (não diria moral), veiculadas pelos canais " Orçamento de estado para 2012 " de comunicação de grande audiência, exerce uma forte influência no povo que ouve e lê essas críticas e opiniões divergentes e, porque é menos entendido nestas questões de défice, dívida, endividamento, etc., fica confuso e revoltado. Ande-se pela rua e oiça-se o “zé povinho”, aquele que de tudo sabe e de tudo gosta de opinar, em vez de fazer um esforço para aprender. É, por isso, facilmente influenciável por tudo que vai ouvindo ou lendo, muitas vezes de forma avulsa e, sem a preparação necessária para entender a gestão pública, sente-se desconfortável com os políticos, mesmo com aqueles que elegeu. Os verdadeiros homens (sejam políticos, sindicalistas, etc) distinguemse pela grandeza das acções que praticam, mas também pelas palavras que proferem e a sua oportunidade. Sem a coragem para resolver os problemas dos país, com medidas que, infelizmente , são muito duras, mas sem alternativas, o nosso futuro continuará adiado e ameaçado, mas só unidos, num grande consenso nacional que o País necessita neste período da nossa história, nós portugueses, venceremos os enormes desafios que temos pela frente. Que cada um cumpra a sua missão! n Apontamentos Henrique Martins Lemos Miguel Marques Nas próximas semanas muito vamos ouvir sobre o Orçamento de Estado (OE) para 2012. O OE consiste na alocação das receitas do Estado às várias despesas/investimentos, como por exemplo educação (custo de operação das escolas e universidades, salários de professores, etc.), saúde (despesas dos hospitais e centros de saúde, salários de médicos e enfermeiros, etc.) ou segurança (custos com esquadras, salários de polícias, etc.). A desagregação do OE pelas diferentes rúbricas é similar, em termos conceptuais, ao que fazemos nas nossas casas. Quer seja conscientemente ou não, todos nós temos que alocar as nossas receitas (tipicamente o nosso salário) aos custos que suportamos: a escola das crianças, a renda da casa, despesas com alimentação, transporte e outras despesas. Entre outros aspectos, na discussão do OE importa principalmente perceber a dimensão das receitas e dos custos e investimentos em que o Estado incorrerá. É fundamental avaliar correctamente os efeitos das alterações propostas no OE. A título de exemplo, o eventual aumento do IVA para a restauração deve ter em atenção que, se por um lado a taxa de IVA aumenta, por outro lado o número de restaurantes e de refeições a poderá diminuir significativamente, resultando em ultima análise numa possível perda efectiva de receitas com o IVA. No final, tal como em nossa casa, é necessário equilibrar os custos incorridos com as receitas do Estado. Assim como em nossa casa, existe sempre a hipótese de recorrer ao cartão de crédito. Infelizmente as condições que os financiadores do Estado requerem hoje em dia são muito penalizadoras, uma vez que existe a percepção que o Estado apresenta progressivamente mais risco. O OE deve ser entendido como um instrumento de importância vital, pois dele dependerá, entre outros aspectos, o rendimento disponível das famílias, os impostos que teremos que pagar, a evolução da taxa de desemprego e os incentivos para investir em Portugal. Há quem defenda que o melhor ministro das finanças, o responsável último pelo OE, independentemente de qual seja a cor do governo, deveria ser uma mãe de família portuguesa, dada a sua enorme experiencia, sobretudo nos últimos anos, de fazer maravilhas com os escassos rendimentos de que dispõe. Fica a ideia / sugestão. n AUSTERIDADE! Qual o significado desta palavra que de um momento para o outro entrou sem avisar no vocabulário dos portugueses? Trata-se de um substantivo do género feminino que significa severidade, dureza e penitência. Tudo palavras pouco simpáticas com as quais os portugueses terão que lidar nos próximos tempos. A situação do país é grave? Muitíssimo grave. São necessárias medidas rigorosas, duras e impopulares para tentar dar a volta à crise e fazer a economia voltar a crescer. Porém, o que realmente interessa e que os portugueses legitimamente questionam é se serão estas as medidas que vão resolver a crise. O Estado é demasiado gordo. Existe um sem número de empresas do Estado, empresas municipais e gestores públicos a gastarem balúrdios. Assim, as medidas a tomar terão que passar por fundir organismos e reduzir ordenados chorudos. Os sacrifícios tem que ser repartidos por todos os cidadãos, vivemos todos no mesmo país e passamos todos pela mesma crise. Temos que acreditar que os Romanos não tinham razão quando diziam que “lá para os lados da Ibéria há um povo que não se governa nem se deixa governar”. n 8 Jornal de OLEIROS 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Oleiros revela os seus estupendos produtos locais A Mostra de Produtos Locais que decorreu em Oleiros, de 29 de Outubro a 1 de Novembro revelou uma vez mais os produtos do concelho, de onde se destaca o genuíno artesanato local, tudo “made in Oleiros”. À entrada da tenda, para além do Cantinho dos Petiscos, com genuínas iguarias de Oleiros, onde não faltaram as castanhas assadas; a Associação Recreativa e Cultural de Vale do Souto (ARCVASO) exibia um alambique a destilar aguardente de medronho ao vivo, numa iniciativa bastante pedagógica que fez as delícias de quem visitou esta V Mostra do Medronho e da Castanha. No interior da tenda, os expositores exibiam alguns produtos locais como os GeoDoces comercializados pela Padeirinha do Pinhal, licores, geleias; o Caipironho do Bar Calado; peças em linho das Tecedeirinhas do Orvalho e de Carminda Alves; artesanato em madeira do Ti Mário Antunes; cerâmica e pintura decorativa de Rosa Afonso; os “tropeços” (bancos de cortiça típicos produzidos por João Mendes da Gaspalha; casas em xisto de Isidro Farinha; rodilhas feitas por Maria Neves; castanheiros, medronheiros e outras plantas da Planta Verde; licores da Comissão de Melhoramentos da Gaspalha; peças fiadas em lã de ovelha de Lynn Halstead da freguesia da Madeirã, aguardente de medronho da Silvapa; a afamada Broa da Isna e outros produtos como castanhas, bolos fintos, mel, pãezinhos caseiros, todos promovidos pela Associação Isna Sport Convívio de Professores Ana Neves [email protected] Realizou-se no passado dia três de Outubro, no restaurante Maria Pinha, o almoço anual dos professores aposentados que leccionaram no nosso Concelho. É num ambiente muito agradável que se mencionam episódios marcantes na vida de cada um. São lembradas vivências muito diferentes das actuais, onde tentando transpor horizontes limitados se despertavam nos alu- nos interesses e competências, num desafio que cada um tentava superar da melhor forma. São homenageados ainda os que partiram e entre eles, o Delegado Escolar Professor Francisco Matos que a todos acolhia com afabilidade e pedagogia nos primeiros passos da docência. Deixaram todos muito de si nas nossas terras e gentes. Até para o ano! n “Homenagem ao Padre Manuel Antunes” Clube Alvélos. Na ocasião, para além da representação da Associação de Produtores de Alvélos e Moradal, também o Rali Rota do Medronho, organizado pela Escuderia de Castelo Branco, teve honras de destaque com a promoção da sua próxima edição, agendada para os dias 10 e 11 de Março de 2012. Durante aqueles dias, a animação foi uma aposta e este ano esteve a cargo de Tiago Silva, Abí- lio Alves, Sociedade Filarmónica Oleirense, Amigos da Concertina e Rancho Folclórico e Etnográfico de Oleiros. Para além do envolvimento do comércio local nesta iniciativa, outra nota positiva será o surgimento de novos produtos locais, os quais, ano após ano, começam a “dar frutos” e a demonstrar que em Oleiros se produz com qualidade e inovação - acrescentando nós, Oleiros tem futuro. n vila de rei Município de Vila de Rei aloja mais cinco famílias A Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Irene Barata, procedeu, no dia 8 de Novembro, à entrega das chaves às novas cinco famílias, que irão habitar nos 36 fogos a custos controlados. No decorrer da cerimónia, realizada no edifício dos Paços do Concelho, Irene Barata referiu que “a Autarquia de Vila de Rei continua com o seu objectivo de proporcionar aos seus Munícipes as melhores condições de habitabilidade. Desta forma, ao conseguirmos dar alojamento a custos controlados aos Vilarregenses e aos que trabalham no nosso Concelho, esperamos ainda combater o despovoamento do Interior.” Os 36 fogos a Custos Controlados vêm oferecer habitação condigna a famílias com parcos rendimentos que não possuíam as melhores condições de habitação e a jovens que procuram a sua primeira residência, sendo a sua atribuição realizada através de hasta pública. n O Padre Manuel Antunes, jesuíta e ilustre pedagogo, foi ontem homenageado em Lisboa, na Casa da Comarca da Sertã (CCS). O jantar de homenagem contou com a presença de diversos amigos, antigos alunos e admiradores do Padre Manuel Antunes e da sua obra, entre sócios da CCS e família, sendo o Município da Sertã representado pela Vereadora Claudia André.Na ocasião foi apresentada a “Obra Completa do Padre Manuel Antunes”, editada em 14 volumes pela Fundação Calouste Gulbenkian, cuja coordenação geral esteve a cargo do Doutor José Eduardo Franco, Presidente da Direcção do Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes.Usaram da palavra o Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, o Prof. Doutor Manuel José do Carmo Ferreira (Presidente da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa), o Prof. Doutor Raul Miguel Rosado Fernandes e o Padre António Vaz Pinto, Di- rector da revista Brotéria.A iniciativa foi abrilhantada pela participação da banda de música de investigação “Ai Deus e u é”, do CLEPUL - Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, composta por Florentino Franco na guitarra, Luiz Eduardo Oliveira na guitarra e voz, Ana Catarina Rocha na voz e melódica, Marta Marecos Duarte no adufe, sintetizador e voz, com participação especial de Susana Alves, na voz.Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou, o Padre Manuel Antunes nasceu na Sertã a 3 de Novembro de 1918 e faleceu a 18 de Janeiro de 1985, em Lisboa. No 20° aniversário da sua morte realizou-se um Congresso Internacional subordinado ao tema Padre Manuel Antunes: Interfaces da Cultura Portuguesa e Europeia, tendo a Casa da Comarca da Sertã participado activamente na sua organização. n 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Jornal de OLEIROS Juntas de Freguesia de Oleiros desejam FESTAS FELIZES Álvaro amieira cambas estreito isna oleiros madeirã (antina Igreja Matriz) mosteiro orvalho sobral sarnadas s. simão vilar do barroco 9 10 Jornal de OLEIROS 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Com o pecado nasceu a cultura A ruptura é o princípio do progresso António Justo O cinismo hodierno quer-se branquear apresentando o pecado como algo fora de moda e que o reconhecêlo constituiria um acto opressor. Pensa que ao destruir a consciência da culpa se livra dela. Vê no Deus criador um velho desmancha-prazeres. Por isso faz guerra a Deus no equívoco de que acabando com Ele acabam com a culpa, com o mal. Ainda acredita, com Rousseau, que o Homem no seu estado natural é bom e que só a cultura o estragou e corrompeu. “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe” , dizia ele. Esta visão corresponde à atitude regressiva de Adão que, depois de seguir o acto racional da companheira Eva, teve remorsos e para evitar o incómodo do medo quis desculpar-se para voltar à “visão beatífica” animal de que gozava antes de seguir a racionalidade de Eva. Revela-se imaturo para assumir a coragem da culpa, aquela que o tornou Homem. Sem culpa/dívida não temos homem nem cultura. A culpa torna-se numa dívida à vida transmitida e quem acordou o Homem para a cultura foi Eva, através dum acto proibido. Por isso o parceiro ainda sonâmbulo terá que a seguir sempre, na esperança duma natureza desperta. O Homem no estado natural não passaria do tempo em que era hominídeo, sem cortar o cordão umbilical com a natureza. Ignora o salto do animal irracional para o animal racional, na alegoria de Eva, que ao distanciar-se da natureza se descobriu como ser diferente do ambiente que a circundava. Ao descobrir-se diferente reconheceu o criador que a projecta para lá do horizonte da mãe terra e a ajuda a evoluir e a distanciar-se da irmandade hominídea para a reconhecer e seguir o próprio caminho. Já não lhe chega o tecto das estrelas sobre a cabeça; à imagem do criador que criou a terra, o Homem cria a cultura e com ela um tecto metafísico que o distingue dos irmãos animais e o ajuda a orientar-se nela. A natureza precisa duma atmosfera que a protege e o Homem precisa duma metafísica que lhe dá perspectiva. Como o Sol no céu da natura as- sim Deus no céu da cultura. O Verbo criou o mundo e o Homem criou a palavra, seu horizonte. Todos falam mas no falar é que se distinguem. No que entendemos sobre a natureza e as coisas é que está a diferença. Esta identifica-nos mas não é suficiente para nos definir; implica a outra parte de nós que é a diferença que nos torna diferentes. Fatal é o facto da teoria da evolução se ficar pela diferenciação. Aqui parece que Rousseau não compreendeu que a maldade/ culpa humana é natural, que não é mais que a dívida da razão à natureza irracional. A tarefa está em reconhecer natura e cultura como metáfora, como a chance de, com elas, nos tornarmos nós com o todo. Hoje reconhecemos a dependência mútua do bem e do mal que fazemos. O cristianismo aponta para o aparente hiato entre natura e cultura que se realiza na irmanação de espírito e matéria na encarnação. Tem sempre presente a relação eu-tu-nós, não se limitando ao eu e ao outro. No cristianismo, pecado é a perturbação da relação com Deus, isto é a perturbação da relação comunitária do eu-tu-nós. A crença em Deus é uma procura dele, o direccionar-se do embrião humano para o ser em botão. A verdade acontece na procura e não no saber. Este serve só a individuação, como se viu em Eva. O problema da árvore do conhecimento do bem e do mal, penso que estará no facto de só se terem ficado pela dicotomia do saber. Ao comer da maça (da razão) descobrem-se nus, abrem os olhos. A proibição acentua a liberdade de poder transgredir. A História da cultura humana passa a ser um processo contínuo de tentativa e erro numa dinâmica de procura-tentativa-errodecisão e assim por diante. Deus criou o mundo e o homem e com este criou a cultura e com ela a sua perspectiva. Em Adão e Eva encontra-se a “pré-história” e a “história” na passagem do inconsciente para o consciente. A criança é desculpada (vive de graça, não peca, não tem culpa) enquanto não comer do fruto proibido, enquanto não alcançar o” uso da razão”. Em Eva a humanidade alcan- ça a consciência de indivíduo. Esta experiência é dura como podemos ler nos Géneses, porque a individualidade da pessoa se reconhece na desobediência a Deus, na dívida do indivíduo ao todo. A consciência do “pecado original” pressupõe a visão realista do ser humano e da natureza, uma natureza na tensão de saberse separada para se poder unir. Com Caim a humanidade alcança um outro grau de consciência, a consciência do poder. Também este estado de consciência é doloroso e associado à culpa porque se adquire à custa do assassínio de seu irmão Abel. Se um progresso humano acontece no distanciamento de Deus o progresso social dá-se na culpa de se afirmar à custa do irmão. Caim (agricultor) desenvolve a consciência de ser político reconhecendo os conflitos de interesses entre os seus interesses de agricultor e os interesses de Abel (pastor) e o mundo da mãe. Para se afirmar na sociedade rural e pastorícia, age egoisticamente matando o irmão Abel. O pecado original (rebelião contra Deus – consciência da individuação) de Adão e Eva associa-se, depois, ao desenvolvimento da consciência de sociedade, o pecado social (político) de Caim e Abel (rebelião contra o Irmão, contra o grupo social). O Homem sente-se de princípio condicionado ao mal ao pecado/culpa. Para ser ele corta a relação com Deus e depois dessolidariza-se socialmente matando o irmão e consequentemente abandonando a mãe. O progresso pressupõe o abandono do seio materno e da tradição que o protegia; deixa de ser uma comunidade solidária. Daí o seu sentimento de culpa. Perde a inocência de pertencer a um todo harmonioso e indivisível. A inveja leva-o a assumir o poder. Culpa é uma dívida à vida transmitida. A razão procura dar um sentido ao caos. Para isso divide e separa para distinguir e afirmar-se. O pecado é uma estrada para a verdade A religião honesta não ameaça porque sabe que o que se encontra dentro também se encontra fora. Reconhece na pessoa que o último juiz está nela, para os cristãos na sua natura de Cristo. O afirmar da luz não justifica a negação da sombra nem vice-versa. O Sol no seu trajecto (movimento que ele provoca fora dele – na sua periferia) implica a noite. Do Sol surgiu a noite dos seres, a sua sombra; esta é mais que a sua (dele) expressão, mais que o brilho que dele reflecte. As estações do ano constituem uma parábola da vida revelada no livro (tempo) da vida. Sem as purgações (a tempestade e a escuridão) do Outono e do Inverno, sem o descanso que a noite dá ao dia, a vida desapareceria tal como as cores no branco. Somos mais que força direccionada. Toda a comunidade, toda a instituição tem um conteúdo (valores, experiência) a transmitir através duma pedagogia, duma didáctica. Identificar o conteúdo com a pedagogia seria equívoco ou maldade. Já o apóstolo Paulo dizia “Oh feliz culpa” alertando assim as pessoas para os bons frutos a colher do erro. O erro é a estrada para a verdade. A religião estimula a consciência a procurar e quer questionar para na espiritualidade experimentar o inefável. O espírito crítico é muito importante para todo o desenvolvimento desde que se aplique para nós o mesmo critério que se aplica para os outros, desde que integrado num processo de responsabilidade. O adolescente tem a impressão que os pais (a religião) proíbem tudo. Este sentimento está ao serviço da sua individuação e sem ele não se tornaria adulto. Uma imperfeição não justifica a outra, mas, no mundo feito de imperfeições, é legítima a aspiração a uma imperfeição mais adequada. Problemático seria se o adolescente, para se afirmar, tivesse de rejeitar os pais. Na arena pública digladiam-se embriagados da própria razão. Tudo na fuga à culpa que liberta. Tudo peca contra o outro. Ninguém se confessa. Verdade e falsidade são dois polos do mesmo problema que passam pela opinião, pela percepção intelectual. Os livros sagrados procuram expressar experiências de vida e do sagrado em letras, num código de regras, como se vê nos dez mandamentos. Revelam também o perigo que as normas também têm, o perigo de esconderem horizontes novos. “O Homem não foi feito para o Sábado, mas o Sábado para o Homem”, advertia o Mestre de Nazaré. Há que ter em conta a realidade do pecado e da culpa não se fixando nele. O facto da jerarquia eclesiástica ser constituída por pessoas (limitadas) não nos isenta das próprias limitações na crítica ou louvor que façamos. (Abstenho-me de referir aqui os pecados da instituição Igreja porque esta já é o bombo da festa dos de má consciência e de grupos intolerantes organizados que dominam a praça pública). O óptimo é inimigo do bom; ele tornaria a vida insuportável e negá-la-ia. Verdade é que sem partidos não há democracia por muito imperfeitos e repartidos que estes se encontrem e por muito inteiros que a perfeição os queira. As instituições, como o indivíduo, correm o risco de, ao fugirem do perigo, caírem na armadilha do medo ou de abusarem da sua situação. O medo não está na religião mas no sistema sensorial do cérebro, no sistema mais arcaico do cérebro. Ao contrário, a oração e a meditação mobilizam reservas cerebrais libertadoras dos medos artificiais. O erro, o mal são elementos essenciais à evolução e ao desenvolvimento. (A tarefa do consciente será descobrir jogos que o contorne sem o provocar). O Criador embutiu alguns erros na natureza para podermos fazer o mal quando fazemos o certo… Só vemos o que os nossos olhos permitem ver; o que é grave é identificarmos o que se vê com a realidade como se esta não fosse mais ampla. Deus definiu-se como o “tornar-se” e nós, “feitos à sua imagem” se nos definimos só como “o ser” (a crosta) limitamo-nos a ser a tinta da palavra escrita mas não a Palavra/acontecer. n O Que Se Vê Daqui António Mendes [email protected] Com o fim de semana grande do final de Outubro, muitas foram as Associações que aproveitaram para realizar actividades, algumas delas inseridas na V Mostra do Medronho e da Castanha. Esta situação levanta, em minha opinião, duas questões. A primeira é que é importante que as Associações integrem as actividades que o Município organiza, e desta forma quero enaltecer a Sociedade Filarmónica Oleirense, o Rancho Folclórico e Etnográfico de Oleiros e a Pinhal Total, que com a sua participação engrandeceram ainda mais a V Mostra do Medronho e da Castanha. A segunda, é que parece-me importante que as Associações cooperem umas com as outras, não só em organizações conjuntas de actividades como também em tentar fazer com que as actividades de uma Associação não coincidam com as de outra. Aqui parece-me mesmo um ponto essencial, pois tentamos sempre fazer coincidir as nossas activida- des com fins de semana maiores ou em alturas festivas, de modo a ter o maior número de pessoas nas nossas organizações. Exista outra situação, que já aqui referi, que são as Assembleias Gerais de aprovação dos Relatórios de Contas. Penso que consta dos Estatutos das mais variadas Associações, que se deve realizar uma Assembleia Geral Ordinária em cada ano para esse efeito, e como os Estatutos são as regras que as Associações devem seguir, espanta-me que os Presidentes da Assembleia Geral não façam cumprir esses Es- tatutos, e caso a Direcção não peça para marcar essa Assembleia Geral, devem fazer cumprir esses mesmos Estatutos. Não vejo grande sentido em passar um mandato inteiro sem apresentar as contas aos sócios bem como também não faz sentido aprovar dois e três Relatórios de Contas na mesma Assembleia Geral. Penso que os sócios dessas Associação têm direito a saber das contas e merecem esse respeito por parte dos Órgãos Sociais, isto para além de ser uma obrigação. Quero dar os Parabéns à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oleiros pelo seu 63º Aniversário, assim como à Sociedade Filarmónica Oleirense pelo seu 117º Aniversário. Às duas, muitas Felicidades e muitos anos de Vida. Uma palavra também de Parabéns à equipa de Pesca Embarcada ao Achigã da ARCO, pelo excelente resultado alcançado no Campeonato Nacional, bem como o desejo de uma boa participação no Campeonato do Mundo. A terminar, e como já só vos devo voltar a escrever no próximo ano, quero desejar um excelente Natal e um Bom Ano de 2012 para todos. n 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Jornal de OLEIROS J. P. Sá Couto cresce no mundo Portugueses que vencem e criam futuro Há 22 anos a desenvolver e a distribuir Soluções Tecnológicas, a JP Sá Couto é líder de uma iniciativa de referência global, sendo pioneira na Educação baseada nas novas tecnologias. Como o maior OEM mundial a implementar plataformas educativas (Intel Learning Series), podemos dizer que trabalhamos com tecnologias, mas o nosso produto final vai muito mais além. A parte mais importante do que fazemos não se prende com a distribuição de computadores portáteis pelas crianças, mas com a criação de projectos integrados de Educação. No ensino e na aprendizagem, procuramos potenciar o desenvolvimento humano, num mundo que cresce cada vez mais rápido, ao ritmo da evolução tecnológica. Estamos presentes em mais de 20 países, e cada um deles pode comprovar que criamos produtos e serviços personalizados para cada contexto educativo, em plena sala de aula. Trabalhamos no sentido de reduzir o fosso digital na área da Educação entre países e em cada país, para que assim se promova a igualdade de acesso às melhores ferramentas pedagógicas. A cada nova parceria, caminhamos para o sucesso de um Plano Tecnológico Global, com literacia informática para as populações e computadores para todas as necessidades. Operando directamente ou através dos nossos parceiros locais em cada país, alcançámos este ano um marco importante: mais de 3 milhões de computadores Magalhães distribuídos em todo o mundo. Também em 2011, a JP Sá Couto foi distinguida como o Parceira do Ano da iniciativa Microsoft “Shape The Future”. Este projecto pretende orientar os Governos e levá-los a investir nas Tecnologias da Educação, reforçando a posição da JP Sá Couto no desenvolvimento de oportunidades para as novas gerações. A série documental de 4 episódios baseia-se na adaptação do livro Viagem ao Tecto do Mundo (Editorial Presença), da autoria de Joaquim Magalhães de Castro, o qual retrata a ida dos primeiros ocidentais ao Tibete, numa reveladora viagem pelos mais sagrados locais do planeta. Os restantes três episódios serão transmitidos, à mesma hora, nos A Não perder na “ISNA” O ano de 2012 aproxima-se, e novos projectos começam a definir-se. O próximo grande passo da JP Sá Couto será o lançamento de dois novos produtos. Colocando o Magalhães 4 Convertível em destaque, a JP Sá Couto pretende levar a Educação três passos à frente, com um notebook, um tablet e um leitor de e-books. Tudo num só equipamento. n Padre António de Andrade em série documental na RTP 2 A impressionante viagem do Padre António de Andrade pelo Tibete (um importante contributo para a História, com mais de 400 anos, o qual foi relatado na época em 16 línguas), vai ser transmitida através da série documental "Himalaias Viagem dos Jesuítas Portugueses", cujo primeiro episódio será emitido no dia 20 de Novembro, pelas 19,30 horas na RTP 2. 11 Domingos seguintes. Ou seja, dia 27 de Novembro e dias 4 e 11 de Dezembro. * O Jornal de Oleiros saúda a impressionante capacidade de dádiva e empenho da "nossa Escola de Oleiros". À Illma Directora, Dra Isabel e à Sua Equipa uma saudação especial e o privilégio que destamos de os contar como Amigos. n A Associação Isna Sport Clube Alvélos (ISCA) tem patente, na sua sede, durante o mês de Dezembro, a exposição temática “A Campanha da Resina”. A produção está a cargo do Centro de Ciência Viva da Floresta. n Nota de destaque e congratulação Os 7 restaurantes do concelho e todo o comércio local que aderiu à V Mostra do Medronho e da Castanha, com a realização da mostra gastronómica e com a decoração das suas montras, estão de parabéns pelo empenho e criatividade revelados. Todos demonstraram estar à altura do desafio, comprovando que o saber-fazer de Oleiros atrai visitantes. Estão no bom caminho e merecem uma nota especial que deixamos com gôsto. n Fonte: Opinião Pública em Oleiros Pobre povo…aonde te levaram Dr. António Moreira Ao longo dos séculos o Povo Português tem dado abundantes provas de ser um dos mais generosos, laboriosos e solidários de todo o mundo, Desde o século XV, quando as lideranças nacionais deliberaram lançar-se na gesta heróica dos Descobrimentos. Os nossos Marinheiros de então, os nossos HERÓIS DO MAR, enfrentando sacrifícios e perigos tremendos, entregaram-se, generosamente, de forma galante e admirável, ao serviço da Pátria, cumprindo rigorosamente as missões confiadas, levando o nosso País aos quatro cantos do Mundo. Também os nossos soldados en- tre 1961/1974, quando a Pátria os chamou, confiando-lhes a missão de virarem as armas contra os nossos Irmãos Africanos, tudo largaram para a servir. Para trás deixaram os campos, as enxadas, as fábricas, as famílias, as escolas, para se apresentarem, aos magotes, nas unidades de recrutamento, e mobilização para aí receberem treino militar, um saco cheio de nada, uma magra ração de combate, um “pré” de miséria e uma guia de marcha para uma das frentes de guerra. Aí, sendo obrigados, combateram, com galhardia, mas com Humanismo e nobreza de carácter, tratando o nosso Inimigo de então, aqueles nossos Irmãos, de forma civilizada, abstendo-se sempre de toda e qualquer violência desnecessária e gratuita. Admirável é também o comportamento de todas as unidades militares e das forças de segurança, GNR e PSP, em todas as missões a que são chamadas por esse mundo fora, desde os Balcãs, África, médio oriente, Afeganistão, etc.etc. Como admirável é a qualidade dos nossos trabalhadores e dos nossos emigrantes, que obtêm reconhecimento, em todos os Países que adoptaram para sua segunda Pátria, e aí “ganharem as suas vidas”. A solidariedade, aliás recíproca, com todo o Mundo Lusófono é uma realidade, dificilmente senti- da por outras potências coloniais. Quem poderá esquecer o nosso abração fraterno e solidário aos nossos Irmãos Timorenses, em 1999, quando estavam a ser esmagados pela Indonésia, levantandose toda a NAÇÃO PORTUGUESA em massa, como uma onda gigante em sua defesa, a que o Mundo não mais pôde virar a cara. Se assim é, como foi possível chegarmos a este inicio da 2ª década do século XXI, tão pobres e humilhados? Hoje temos 700.000 desempregados mais de 2.000.000 de pobres, mais de 300.000 nossos concidadãos a viver abaixo do limiar da pobreza, isto é, na miséria absoluta. Infelizmente, hoje assistimos ao triste espectáculo que é de ver muitos Portugueses, pelas horas da madrugada, para não serem reconhecidos, à procura de alimentos em contentores do lixo, em especial, nas grandes cidades, Lisboa, Porto, Coimbra, Braga Setúbal, Faro, etc., uma tremenda humilhação para os próprios, e uma vergonha para todos nós. Paralelamente temos um elevado e preocupante número de políticos que enriqueceram brutal e rapidamente, como é público e notório, à custa do erário público, que sugaram, com toda a espécie de tráfico de influências, subornos, corrupção e outras jogadas de bastidor. Afinal que País é este que estamos a construir? n 12 Jornal de OLEIROS 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO APOIE OS BOMBEIROS DE OLEIROS Faça-se Sócio Carne de qualidade Praça do Município . Oleiros Telefone 962567362 Vilar Cimeiro - 6160-211 Madeirã Tlm: (+351) 968.632.907 email: [email protected] 39º 56’ O” N-8º 4’ O” W www.vilardoscondes.com Bar Calado: [email protected] Estr. Nac. 238, Alverca, Oleiros Telefone 936 355 742 (Frente à zona indústrial) e-mail: [email protected] Telef.: 272 688 058 Agora com pagamento de facturas domésticas e carregamento de telemóveis Direcção Técnica: Dra Maria Odete da Conceição Guerra Rua dos Bombeiros Voluntários - Oleiros Telefone 272 681 015 . Fax 272 681 016 Sobre Seguros, Mediação de Seguros, Lda Portela, nº 6, 6160-401 Oleiros email: [email protected] Telefone 272 682 090 - Fax 272 682 088 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Jornal de OLEIROS 13 As montanhas de Oleiros: entre paisagens ricas de antiguidade e as riquezas das entranhas da Terra No próximo dia 11 de Dezembro o Município de Oleiros celebra o Dia Internacional da Montanha. Esta é uma oportunidade de chamar a atenção para a importância das florestas para a vida, de salientar as oportunidades e fragilidades do desenvolvimento das comunidades de montanha e de estabelecer parcerias internacionais que trarão uma mudança positiva para estas comunidades, estratégias que são imprescindíveis a Oleiros. O tema proposto para este ano pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) é “Montanhas e Florestas”. Desta forma, faz-se a ligação com a celebração do Ano Internacional das Florestas, chamando a atenção para “a relevância das florestas de montanha e o seu importante papel numa Economia Verde e nas medidas de adaptação às Alterações Climáticas”. As montanhas de Oleiros são uma referência na paisagem do Geopark Naturtejo classificado pela UNESCO, que se começa a conhecer como potenciadoras de distinção turística e valorização da identidade dos oleirenses. Paisagens geológicas muito antigas apreciadas, aproveitadas e transformadas pelo Homem desde há, pelo menos, 5000 anos. Do Calcolítico e Idade do Bronze chega-nos a Arte Rupestre que se encontra no alto das serras do Cabeço Rainha e Vermelha, contornos dos pés de viajantes ou habitantes que por aqui passaram e desejaram deixar a sua marca nas rochas para as gerações vindouras. A justificação mais plausível para estes achados? As extensas paisagens que daí se avistam e que impressionaram, elevando à condição de espaço sagrado, quem aqui sentiu a necessidade de o transmitir à eternidade. Nestes altos suaves cobertos de urze varrida pelo vento, aparentemente desertos, quiseram estes mesmos povos, pela justificação apresentada, sepultar os seus mortos, celebrando-os na paisagem com a alvura do quartzo leitoso que constitui amontoados conhecidos como mamoas. Destes monumentos megalíticos, deve salientar-se a mamoa de Selada da Póvoa, pela sua grande dimensão e a de Vale de Mós, escavada e estudada, assim como a Arte Rupestre, pela equipa de arqueólogos da Associação de Estudos do Alto Tejo liderada por João Caninas e Francisco Henriques. A transformação da paisagem e o aproveitamento dos recursos geológicos em Oleiros terão sido anteriores ao Período Romano. Da tese de mestrado do arqueólogo Carlos Batata identificam-se numerosas minas, de atribuição difícil, algumas lendárias, como a Cova da Moura do cimo da Serra do Cabeço Rainha. Os trabalhos mineiros chegaram ao século 20 e têm o seu clímax formal associado às duas grandes guerras, centrando-se a acção agora nos vales, em Álvaro, Borralhal e Fragas do Cavalo. Ainda se lembram da mina de estanho que existiu nas margens do Rio Zêzere na Barca de Álvaro, entre 1937 e 1944, das empreitadas de lavagem das areias nas “cales” ou “caleiras” e do transporte do minério para Álvaro em cestos ou padiolas? Existirão fotos e testemunhos na primeira pessoa destas práticas perdidas no fundo da albufeira do Cabril, onde se encontravam “algumas pepitas de ouro de tamanho bastante apreciável”? No Borralhal restam silêncios, amontoados de escombros à boca das galerias e parte de uma vagoneta de minério corroída pelas águas ácidas da mina. Esta era uma mina de cobre. Concessionada em 1953, chegou a ser explorada pela Companhia União Fabril até 1957. Do vasto espólio, de máquinas e ferramentas mineiras, inventariado em 1955, o que restará para contar a sua história? Por fim, as Fragas do Cavalo. Estas minas de volfrâmio foram descobertas em 1910 por João Cardoso, farmacêutico de Cardigos. As duas concessões existentes funcionaram no seu apogeu até 1920, cruzando-se a sua história com a das grandes minas da Panasqueira. Retomaram-se os trabalhos em 1939, com a “febre do ouro negro” que varreu toda a Beira Interior. Ainda são impressionantes os trabalhos desenvolvidos ao longo da grande encosta, com numerosas galerias distanciadas verticalmente de 20 metros em comunicação com chaminés verticais distanciadas de 30 metros, destinadas à ventilação e ao reconhecimento do jazigo entre dois pisos. O minério aparecia disperso na ganga ou em bolsadas de volframite em dois filões principais, de baixa possança. A fragilidade do subsolo era compensada com o escoramento em pinho e rochas arrancadas do interior da terra, que ainda mantêm as galerias desobstruídas. No outro lado do barranco situa-se o que resta da lavaria e escritórios da mina que, decorrente do caos que se seguiu à Revolução de Abril, foram queimados e saqueados, mas que ainda demonstram bem a importância das minas e as técnicas empregues na sua exploração. Os trabalhos pararam de vez em 1957, porque a companhia de seguros se recusou a fazer seguro ao pessoal em virtude do flagelo da silicose. Que mais as populações da área poderão contribuir para conhecer o contexto das minas do Cavalo para uma importante página da história contemporânea de Portugal, que só agora se começa a vislumbrar? No próximo dia 11 de Dezembro, a visita a alguns destes locais poderá trazer novas histórias e descobertas que enriquecem Oleiros e as suas paisagens. Para que os estudos em curso possam ter um maior sucesso, contamos com o apoio de todos os Oleirenses, das suas recordações e histórias, fotografias e objectos esquecidos que possamos conhecer para não deixar desaparecer esta memória colectiva. n Carlos Neto de Carvalho Joana Rodrigues Geopark Naturtejo da Meseta Meridional desporto Equipa de Pesca Embarcada do “ARCOleiros” apurada para o Mundial dos EUA Realizou-se no fim de semana 15 e 16 de Outubro no Alqueva a 5ª e 6ª(s) jornadas do Campeonato Nacional de Pesca Embarcada ao Achigã e, a equipa de Oleiros saía para estas 2 últimas provas no 5º lugar do campeonato, mas devido ao pouco conhecimento desta massa de àgua ao contrário de muitas equipas previam-se muitas dificuldades para equipa do “ARCOleiros”. No 1º dia a equipa da ARCO pesou 4.780kg (5 maiores exemplares) tendo conseguido neste dia 2 peixes acima do kilo e meio ficando neste dia em 9º lugar beneficiando das equipas da frente não fazerem melhor. No 2ª dia a dupla de Oleiros pesou 4.970kg e um 7º lugar nesse dia. De salientar que neste dia a equipa pescou um peixe com perto de 3 kg o maior da prova. Contas feitas a equipa da ARCO somou 56 pontos equivalendo ao 3º lugar do campeonato, ganho por Jaime Rica/Fernando Cruz de Évora com 35 pontos, no 2º lugar Jaime Sacadura/Joao Sacadura de Lisboa com 43 pontos e, no 3º posto a dupla Oleirense . Esta classificaçao permite à dupla de Oleiros representar a Selecção Nacional no Campeonato do Mundo do próximo ano a decorrer nos EUA ou na Venezuela. Os atletas agradecem a total abertura e disponibilidade da direcção da ARCO na participação de uma equipa neste campeonato. Nuno Mateus um dos atletas pescadores da equipa realça o importante apoio da Camara Municipal, junta de freguesia, Pirotecnia Oleirense , Pesca & Companhia e a todos que de uma maneira ou outra ajudaram na realizaçao deste campeonato. “Não podia deixar de dar uma palavra a minha esposa e filho os grandes sacrificados com as ausencias prolongadas”, disse-nos este Amigo. O Jornal de Oleiros congratulase com esta importante classificação da Equipa do “ARCO” que sempre mereceu o nosso apoio entusiástico e felicita os campeões, desejando que a participação no Campeonato do Mundo seja auspiciosa. n 14 Jornal de OLEIROS 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Florestas Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente ANEFA reúne com Grupos Parlamentares ProDeR – o princípio do fim! No passado mês de Outubro, a ANEFA foi recebida pelos diversos Grupos Parlamentares, com o objectivo de apresentar as suas preocupações e visão para o sector florestal. Da falta de sustentabilidade à fraca capacidade de investimento, a Direcção da ANEFA realçou a necessidade de implementar medidas e políticas que visem dinamizar e incentivar o sector florestal em Portugal, potenciando o seu valor económico, social e ambiental. A redefinição da estratégia para as Zonas de Intervenção Florestal, e a realização do cadastro rústico, foi tema transversal às várias reuniões, sendo a generalidade dos deputados a favor da criação de um registo único das propriedades, mais simples e funcional, indo ao encontro da proposta já avançada pela ANEFA à nova tutela. A problemática associada à expansão do Nemátodo da Madeira do Pinheiro, a necessidade da criação de um alvará para trabalhos agro-florestais e a correcta afectação das verbas do Fundo Florestal Permanente, foram igualmente assuntos abordados, e alvo de várias críticas, face ao desinvestimento a que se assiste no sector florestal. Neste âmbito, a ANEFA apresentou ainda as suas preocupações relativas ao Programa de Desenvolvimento Rural, tema central destes encontros. De acordo com declarações públicas do Governo, a taxa actual de compromisso das verbas do ProDeR é de 89%, dado que não foi consensual nas diversas audiências com os Grupos Parlamentares. No entanto, uma questão foi unânime: O ProDeR tem os dias contados…no caso florestal, mesmo antes de começar! De facto, não se compreende como no passado mês de Junho, com 57% do ProDeR comprometido e 33% executado, tenha sido solicitado o empenhamento de todos na realização de extensão florestal, incentivando as empresas a promover a realização de projectos florestais, e agora, 4 meses depois, se fale em 89% de taxa de compromisso. Sabendo das potencialidades do sector, da sua importância na economia e sociedade, e tendo em consideração que parte das Medidas Florestais estão em candidatura apenas desde Junho do corrente ano, a ANEFA questiona-se sobre as implicações destes cortes no panorama económico nacional, e nas negociações de futuros Quadros Comunitários. Não será demais relembrar que é a floresta que ajuda a cobrir o défice nacional das importações de bens alimentares no valor de mais de 3,5 mil milhões de euros, no entanto, a estratégia nacional tem continuamente sido subjugada a lobbys que tendem a colocar à margem as necessidades reais do sector florestal. Preocupada com esta questão e sem um esclarecimento assertivo por parte dos Deputados com quem reuniu, a Direcção da ANEFA solicitou um pedido de esclarecimento à Ministra da Agricultura, sobre esta anunciada negação ao desenvolvimento florestal, no entanto até à data não teve qualquer resposta. As questões continuam por responder. A floresta como fileira estratégica que é, pode ser simplesmente condenada e penalizada no seu investimento? E se 89% das verbas do ProDeR estão comprometidas, o que poderá ser esperado nos próximos 2 anos ainda neste Quadro Comunitário? n Joana Faria Eng.ª Florestal ANEFA - Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente www.anefa.pt www.forural.com Isna com melhor serviço EDP Distribuição conclui nova linha A EDP Distribuição acaba de concluir uma nova linha para abastecimento a Isna, localidade do concelho de Oleiros. Segundo esta empresa, esta nova saída da subestação ( SE ) de Oleiros, cuja linha beneficiou do aumento da secção de 30 para 90 mm2, teve um custo na ordem dos 65 mil Euros e contribui, significativamente, para a melhoria da qualidade do serviço prestado pela EDP Distribuição à zona de Isna. Até agora esta zona era alimentada através de uma linha com um já razoável extenso período de vida, estando esta, permanentemente, sujeita a condições climáticas extremamente adversas. Ainda de acordo com a empresa elétrica, essa constatação aconselhou à substituição dessa mesma linha por uma outra, integralmente nova, com a aplicação de uma tecnologia muito mais recente e cujas potencialidades asseguram uma maior e melhor capacidade de resposta às previsíveis intem- péries e, consequentemente, às necessidades da população. Refere a EDP Distribuição que, paralelamente, a obra agora con- cluída assegura, também, uma melhor capacidade de resposta de alimentação de energia elétrica à Vila de Oleiros. n Os primeiros passos de Passos A queda do anterior governo era quase inevitável. A situação de pré-bancarrota a que as finanças públicas chegaram impunha uma mudança de política e de políticos e a definição de um novo rumo para o país. Pela boca de Passos Coelho ouvimos o anunciar desse novo rumo. Ganhou folgadamente as eleições não apenas pelo facto de todos já estarmos fartos do anterior governo e da fantasia que diariamente nos vendia, mas também – concedamos-lhe esse privilégio - pela coragem de algumas afirmações que fez durante a campanha eleitoral e pelas mudanças que anunciou introduzir e acreditámos ser capaz. Hoje, no entanto, decorridos alguns meses sobre a eleição do novo governo os portugueses começam já a interrogar-se, uma vez mais, sobre que futuro os espera. Ninguém de bom senso acreditaria que conseguiríamos sair desta situação sem fazer alguns sacrifícios. Apesar disso, o que nos foi dito e prometido por Passos Coelho não tem correspondido ao que na realidade tem feito. Todos estávamos convencidos que as verdadeiras “gorduras” do Estado de que tanto falava e às quais ia por termo, eram as infindáveis parceria públicoprivadas, institutos e fundações de duvidosa e mais que questionável utilidade pública, mordomias de determinados cargos públicos, salários principescos pagos por todos nós, etc, etc, etc. Afinal não. Aquilo que Passos Coelho entende ou, pelo menos até agora, tem entendido por “gorduras” resume-se, quase exclusivamente, aos funcionários públicos e pensionistas. Estes constituem a obesidade do Estado que é necessário e urgente diminuir, ficando-se todas as outras por “magrezas” perfeitamente aceitáveis que é conveniente manter. Aquilo que há uns tempos atrás Passos Coelho achava um disparate (diminuição de salários e pensões, corte de subsídios de férias e Natal, aumento generalizado dos impostos, e por aí fora…) passou agora a ser imprescindível para endireitar as finanças do país. Tudo o resto – aquilo que de facto deveria ser anulado ou seriamente remodelado – fica para depois, se é que há um depois… Por certo que haveria e há outras alternativas. Mas prevaleceu a tentação do mais fácil, e a falta de coragem e vontade política para romper de uma vez por todas com o passado e com tudo aquilo que de injusto e iníquo se encontra instalado. Pretendendo, talvez, ser mais papista que o Papa ou, por outras palavras, melhor aluno do que lhe era exigido pela “Troika”, Passos Coelho foi mais e mais adiante. Cabe-lhe receber, enquanto aluno, o diploma de passagem com distinção, tocando aos portugueses o pagamentos das propinas. Parece, afinal, ter apenas havido uma mudança de políticos. As políticas de exigir que sejam sempre os mesmos a pagar os erros da incompetência política que temos tido mantiveram-se e, tudo o leva a crer, estão para ficar. É perfeitamente legítimo que nos indignemos com as opções até agora tomadas, como legítimo é, sobretudo, que nos interroguemos se, ao menos, valerá a pena. n António Romão de Matos 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Jornal de OLEIROS Canal internacional Euronews pode deixar de emitir em português O serviço de língua portuguesa da Euronews está em risco. Foi no dia 1 de Novembro de 1999 que a aventura começou. Nesse ano, 16 jornalistas mudaram-se de armas e bagagens para a cidade de Lyon, em França. Actualmente são mais de 30 os profissionais portugueses que trabalham regularmente na estação de televisão que afirma produzir informação com uma perspectiva europeia. O serviço português funciona 24 horas por dias, com noticiários todos os trinta minutos. Além da actualidade internacional, a programação inclui rubricas de economia, desporto, ciência e cultura. Para os jornalistas portugueses o mais importante é a visibilidade internacional que Portugal ganha com a sua presença numa verdadeira babel noticiosa. A acção destes profissionais contribui para a difusão de inúmeras reportagens sobre o nosso país, nas mais diferentes áreas, e com os interlocutores lusófonos em fóruns internacionais a pronunciarem-se, geralmente, em português. Contrariamente a estações como a CNN ou a BBC, que dispõem de diferentes serviços linguísticos independentes uns dos outros, a Euronews difunde a mesma programação em 11 línguas diferentes. Ou seja, uma reportagem sobre a Mariza ou a Fundação Champalimaud pode ser vista em alemão, árabe, espanhol, francês, inglês, italiano, persa, por- tuguês, russo, turco e ucraniano, e ser recebida em 350 milhões de lares em 155 países. Em Agosto, o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, declarou em sede parlamentar ter pedido à RTP para “repensar” o contrato com a Euronews. O serviço de língua portuguesa custa cerca de 1,6 milhões de euros anuais aos cofres do Estado, enquanto os serviços mais recentes, como o turco ou ucraniano, custam aos respectivos países 5 a 6 milhões de euros. O serviço de língua portuguesa é regido por um contrato entre a RTP e a Euronews. O vínculo actual termina em Janeiro de 2013, mas a estação pública portuguesa pode denunciar o contrato antecipadamente se assumir o custo da rescisão. O 12º aniversário da equipa portuguesa teve, assim, um sabor agridoce. Os “veteranos” estão, no entanto, habituados a este tipo de notícias. Não é a primeira vez que o serviço se encontra ameaçado em virtude de uma reestruturação na RTP. Mas esta é a primeira vez que tal acontece com Portugal a viver uma crise financeira e dependente da ajuda externa. De acordo com o European Media & Marketing Survey (Verão de 2011), produzido pelo Synovate Research Group, a Euronews é a estação internacional de notícias mais conhecida dos portugueses, à frente de marcas como a Sky News, CNN e BBC, e também a mais vista. CONTACTOS ÚTEIS • Jornal de Oleiros - 922 013 273 • Agrupamento de Escolas do concelho de Oleiros – 272 680 110 • Bombeiros Voluntários de Oleiros – 272 680 170 • Centro de Saúde – 272 680 160 • Correios – 272 680 180 • G.N.R – 272 682 311 Farmácias • Estreito – 272 654 265 • Farmácia – Oleiros – 272 681 015 • Farmácia – Orvalho – 272 746 136 Postos de Abastecimento • Galp (Oleiros) – 272 682 832 • Galp (Ameixoeira) – 272 654 037 • Galp (Oleiros) – 272 682 274 • António Pires Ramos (Orvalho) – 272 746 157 Segundo a Euronews, o serviço em língua portuguesa está disponível em quase 100 milhões de lares em todo o mundo: Europa (60M), África (22,6M), Médio Oriente (12,1M), América Latina (1,6M), Austrália (1M), Ásia (0,6M) e América do Norte (0,2M). E claro, está presente nos países lusófonos: Angola, Bra- sil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O futuro da língua portuguesa na Euronews está em suspenso. Cabe ao governo português a última palavra. Por Susete Sampaio em Lyon, França. n [email protected] desporto INDEXBALL - um novo modelo de futebol de mesa Baseado no modelo Subbuteo, o Indexball é um novo conceito de Futebol de Mesa, assentando essencialmente na concepção do Management de uma equipa, privilegiando assim os aspectos tácticos do jogo aos aspectos estritamente técnicos, presentes na concepção moderna do Futebol de Mesa Subbuteo. Na concepção moderna do Futebol de Mesa Subbuteo, o jogo assenta basicamente num modelo defensivo, baseado num elevado número de figuras colocadas sob a linha defensiva, saindo-se para o jogo de ataque com unicamente 2 a 3 figuras, para além de que, na concepção moderna do Futebol de Mesa Subbuteo, todas as figuras são indiferenciadas, não existindo portanto uma indexação efectiva com o Futebol. Na concepção Indexball, para além de que todas as figuras obrigatoriamente terem que ser devidamente identificadas, pois na concepção In- 15 Infra-Estruturas • Câmara Municipal – 272 680 130 • Piscinas Municipais/ /Ginásio – 272 681 062 • Posto de Turismo/Espaço net – 272 681 008 • Casa da Cultura/ /Biblioteca – 272 680 230 • Campo de Futebol – 272 681 026 • Pavilhão Gimnodesportivo (Oleiros) – 272 682 890 Cupão de Assinatura Desejo receber em minha casa, mensalmente, o Jornal de Oleiros Ano 2011 q Nacional 10,00€ q Apoio (valor livre) q Europa 20,00€ Nome....................................................................................................... Morada.................................................................................................... dexball todas as figuras estão indexadas a verdadeiros jogadores de futebol, permitindo assim ao seu técnico, o Teamanager, dispô-las pelo campo respeitando uma táctica e um modelo de jogo em semelhança com o verdadeiro Futebol, tornando o modelo de jogo mais “aberto” e emotivo, incrementando assim substancialmente a dinâmica das partidas. Ficha técnica www.jornaldeoleiros.com Naturalmente que esta nova concepção de jogo contempla algumas alterações às regras base do Subbuteo, essencialmente pelo facto de que, se a linha defensiva ficar substancialmente diminuída, obriga ao incremento substancial das dificuldades no jogo na posição de atacante relativamente às regras base Subbuteo. n Saiba mais em www.indexball.com Localidade..................................... Código Postal .......... - ..................... Contr. nº. ...................................... Telefone ....................................... Data ......./............./................... Novo ...... Renovação............. Nº. Assinante................................... Quero pagar por: Numerário q Cheque q para o endereço abaixo Transferência bancária q para o NIB: 0045 4111 4023 172359 643 para o IBAN: PT50- 0045 4111 4023 172359643 Ass........................................................................................................... ______________________________________________________________ Enviar para: Rua 9 de Abril, 531, 1º Dtº, 2765-543 S. Pedro do Estoril E-mail: [email protected] Telefone: (00351) 922 013 273 Director: Paulino B. Fernandes • Fundador: Paulino B. Fernandes • Presidente do Conselho Editorial: Dra Manuela Marques Registo legal: ERC nº 125 751 • Proprietário: Paulino B. Fernandes • Periodicidade: Mensal • Sede: Rua 9 de Abril, 531, 1º Dtº., 2765-543 S. Pedro do Estoril • www.jornaldeoleiros.com • email da redacção: [email protected] • Telefone: 922 013 273 • Site: www.jornaldeoleiros. com • Tiragem: 5 000 exemplares • Redacção: Oleiros • Distribuição: Massiva através dos CTT nas residências e postos de venda • Colaboradores: João H. Santos Ramos, Fernanda Ramos, Inês Martins, António Mendes, Manuela Marques, António Romão de Matos, Rui Pedro Brás, Ana Maria Neves, Ivone Roque, Hugo Francisco, António Moreira, Miguel Marques, Soraia Tomaz, Augusto Matos, António Lopes Graça, Cristina Ferreira de Matos, Cátia Afonso, Ana Faria, Carlos N de Carvalho, Nelson Leite- New Jersey - EUA • Correspondentes: Silvino Potêncio (Natal, Brasil) • Fernando Caldeira da Silva (África Austral) • Correspondente em Castelo Branco: Rui Manuel Almeida Nunes (www.ruianunes.no.sapo.pt) • Catarina Fernandes (Lisboa) • Paginação e Impressão: Coraze, Oliveira de Azeméis 16 Jornal de OLEIROS 2011 NOVEMBRO/DEZEMBRO Foi inaugurado o Centro de Convívio da Freguesia da Amieira Realizou-se no passado dia 22 de Outubro a cerimónia de inauguração do Centro de Convívio da Freguesia da Amieira, o qual funciona nas instalações da antiga Esco- la primária de Amieira, cujo edifício foi alvo de obras de requalificação. Na ocasião estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Comendador José Santos Marques, o presidente da Junta de Freguesia de Amieira, Francisco Rodrigues Mateus e a liga dos Amigos da Freguesia da Amieira. n ISABEL DOMINGUES, referência a não perder Isabel Domingues com 53 anos, nasceu em 9 de Abril de 1958, é um exemplo de capacidade de luta e afirmação que deve ser destacado. Aos 12 anos integrava já a Sociedade Filarmónica Oleirense onde fez a estreia em 8 de Dezembro de 1970 no Procissão da senhora da Conceição. O primeiro instrumento, um trompete, foi adquirido pelo pai, Celestino de Jesus em Monfortinho, e com esta prenda do pai se iniciou na música. Na altura, a Filarmónica tinha cerca de 20 elementos e ela era a única mulher. Era um tempo difícil, por isso, de festa em festa, pernoitavam em diferentes casas e ela tinha o privilégio de o poder fazer também - o pai sabia bem que a filha era responsável - mesmo antes de ter farda, já transportava o estandarte da Filarmónica com orgulho. Pelo caminho foi também dirigente por diversas vezes e salienta "que a Filarmónica, pugnou sempre por melhores condições para os seus membros" e fala com entusiasmo da nova sede já em construção. Trabalhando na Câmara, criou os dois filhos que a acompanharam mais tarde nesta Sociedade e depois, o Duarte (a estudar em Castelo Branco) nos Bombeiros, ou seja - sempre ligados a tudo o que em Oleiros é exemplo a seguir -. O Jornal de Oleiros envia um abraço à Família Amiga e, desta forma, cumpre o de- sígnio de ligação à sociedade Oleirense que tantos exemplos de dedicação possui e a eles voltaremos sempre que possível. n Pinhal Total promoveu com sucesso V Maratona de BTT Rota do Medronho A Associação Pinhal Total, em parceria com o Município de Oleiros, levou a efeito no passado dia 30 de Outubro a sua V Maratona de BTT Rota do Medronho, uma iniciativa integrada na V Mostra do Medronho e da Castanha, promovida pelo Município de Oleiros e Associação de Desenvolvimento Local Pinhal Maior. Este dia esteve reservado ao desporto na floresta com a realização desta actividade e da Caminhada "Rota da Castanha", iniciativas que no total reuniram cerca de 100 participantes. n A Câmara de Oleiros deseja Festas Felizes e um Bom Novo Ano