FITOGEOGRAFIA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS PARA O NORDESTE DE MINAS GERAIS CHRISTIANNE RIQUETTI CORSINI 2008 CHRISTIANNE RIQUETTI CORSINI FITOGEOGRAFIA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS PARA O NORDESTE DE MINAS GERAIS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Mestrado em Engenharia Florestal, área de concentração em Ciências Florestais, para a obtenção do título de “Mestre”. Orientador: Prof. Dr. Antônio Donizette de Oliveira LAVRAS MINAS GRAIS - BRASIL 2008 Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA Corsini, Christianne Riquetti. Fitogeografia de fragmentos florestais para o nordeste de Minas Gerais / Christianne Riquetti Corsini. – Lavras : UFLA, 2008. 182 p. : il. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2008. Orientador: Antônio Donizette de Oliveira. Bibliografia. 2. Composição florística. 2. Grupos fitofisionômicos. 3. Análise multivariada. 4. Árvore de decisão. 5. Fitogeografia. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título. CDD – 634.95 CHRISTIANNE RIQUETTI CORSINI FITOGEOGRAFIA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS PARA O NORDESTE DE MINAS GERAIS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Mestrado em Engenharia Florestal, área de concentração em Ciências Florestais, para a obtenção do título de “Mestre”. APROVADA em 24 de setembro de 2008. Prof. Dr. José Roberto Soares Scolforo - UFLA Prof. Dr. José Márcio de Mello - UFLA Prof. Dr. Antônio Donizette de Oliveira UFLA (Orientador) LAVRAS MINAS GERAIS - BRASIL A minha irmã, Maria Carolina DEDICO AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus que me proporcionou saúde e força de vontade para a conclusão deste trabalho. À minha família pela paciência e apoio em todos os momentos. Ao meu orientador professor Donizette pelas devidas orientações e compreensão nos momentos difíceis. Aos professores José Márcio de Mello e José Roberto S. Scolforo pela confiança e sugestões que proporcionaram a melhoria deste trabalho. À FAPEMIG pela concessão da bolsa de estudo. Ao projeto Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais que proporcionou os dados trabalhados nesta dissertação, bem como às equipes de campo e profissionais envolvidos nesse projeto. Ao Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) pela viabilização do projeto. A Bete pela paciência com que sempre me tratou nos momentos em que sua ajuda era essencial para a conclusão da dissertação. Aos companheiros e amigos de sala Luiz Antônio e Francisco. Ao Evandro pelas explicações que tanto ajudaram na compreensão dos temas envolvidos neste estudo. E a todos que contribuíram, para a conclusão de mais uma etapa, em minha vida. Muito Obrigada. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................. i LISTA DE TABELAS..........................................................................................iii RESUMO GERAL ............................................................................................... vi GENERAL ABSTRACT....................................................................................viii CAPÍTULO 1 ...................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO GERAL....................................................................................... 1 1 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 3 1.1 Fragmentação florestal..................................................................................... 3 1.2 Diversidade e similaridade............................................................................... 4 1.3 Inter-relações espécie ambiente ....................................................................... 8 1.4 Análises multivariadas..................................................................................... 9 1.4.1 Análise de ordenação .................................................................................. 10 1.4.1.1 Análise de correspondência retificada (DCA) ......................................... 10 1.4.1.2 Análise de correlação canônica (CCA).................................................... 13 1.4.2 Análise de agrupamento.............................................................................. 14 1.4.2.1 TWINSPAN............................................................................................. 15 1.5 Fitogeografia................................................................................................. 17 1.6 Árvore de decisão .......................................................................................... 18 1.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 22 CAPÍTULO 2: Análise da composição florística, diversidade e similaridade de fragmentos florestais nativos nas bacias dos Rios Jequitinhonha, Pardo, ........... 32 Mucuri e São Mateus (MG) ................................................................................. 32 RESUMO............................................................................................................. 32 ABSTRACT ........................................................................................................ 34 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 35 2 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 37 2.1 Descrição da área de estudo........................................................................... 37 2.2 Procedimento de amostragem ........................................................................ 42 2.3 Coleta de dados.............................................................................................. 44 2.4 Definição dos grupos florísticos .................................................................... 44 2.4.1 Coeficiente de Sörensen (SO)..................................................................... 45 2.4.2 Jaccard (J) ................................................................................................... 46 2.5 Análise da diversidade e equabilidade entre os fragmentos .......................... 47 2.5.1 Índice de Simpson (S’) ............................................................................... 48 2.5.2 Índice de Shannon-Wiener (H’).................................................................. 48 2.5.3 Índice de eqüabilidade de Pielou (J’).......................................................... 49 2.6 Gradiente de diversidade ............................................................................... 49 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 51 3.1 Análise da composição florística das bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus................................................................................ 51 3.1.1 Floresta Estacional Semidecidual ............................................................... 57 3.1.2 Floresta Estacional Decidual....................................................................... 60 3.1.3 Cerrado sensu stricto .................................................................................. 62 3.1.4 Campo cerrado............................................................................................ 65 3.2 Definição dos grupos florísticos .................................................................... 66 3.2.1 Com base no coeficiente de Sorensen......................................................... 66 3.2.2 Com base no coeficiente de Jaccard ........................................................... 77 3.3 Análises de diversidade e equabilidade ......................................................... 83 3.3.1 Todas as bacias ........................................................................................... 83 3.3.2 Grupo florístico 1........................................................................................ 85 3.3.3 Grupo Florístico 2....................................................................................... 87 3.3.4 Grupo florístico 3........................................................................................ 87 3.3.5 Grupo florístico 4........................................................................................ 88 3.3.6 Grupo florístico 5........................................................................................ 88 3.3.6 Grupo Florístico 6....................................................................................... 89 3.3.7 Gradiente de diversidade nos grupos .......................................................... 89 5 CONCLUSÕES ................................................................................................ 93 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 94 CAPÍTULO 3: Fitogeografia de fragmentos florestais para o nordeste de Minas Gerais ........................................................................................................ 99 RESUMO .................................................................................................... 99 ABSTRACT .................................................................................................. 100 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 101 2 MATERIAL E MÉTODO .............................................................................. 103 2.1 Base de dados............................................................................................... 103 2.1.1 Construção das matrizes ........................................................................... 104 2.1.2 Seleção das espécies ................................................................................. 108 2.1.3 Construção da matriz de variáveis geoclimáticas ..................................... 108 2.3 Análises multivariadas................................................................................. 110 2.3.1 Análise de correspondência retificada (DCA) .......................................... 110 2.3.2 Análise divisiva (TWINSPAN) ................................................................ 110 2.3.3 Análise de correspondência canônica ....................................................... 111 2.4 Árvore de decisão ........................................................................................ 111 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 113 3.1 Seleção das espécies .................................................................................... 113 3.2 Técnicas multivariadas para agrupamento e ordenação............................... 116 3.2.1 Análise de correspondência destendenciada (DCA)................................. 116 3.2.3 TWINSPAN.............................................................................................. 118 3.3 Espécies potenciais para programas de revegetação.................................... 126 3.4 Análise de correlação canônica (CCA)o...................................................... 142 3.5 Árvore de decisão e mapa fitogeográfico .................................................... 158 4 CONCLUSÕES .............................................................................................. 162 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 163 ANEXOS ........................................................................................................... 166 LISTA DE FIGURAS FIGURA 2.1 – Localização das bacias hidrográficas amostradas no estado de Minas Gerais. ............................................................................. 38 FIGURA 2.2 – Classificação fitofisionômica dos fragmentos e sua localização dentro das bacias hidrográficas estudadas.................................. 40 FIGURA 2.3 – Dendrograma de similaridade florística, obtido por uma matriz de presença/ausência, das espécies presentes nos 26 Fragmentos, utilizando o método de médias ponderado por grupo (UPGMA) e o quociente de Sorensen.............................. 70 FIGURA 2.4 – Distribuição dos grupos de fragmentos de acordo com o coeficiente de similaridade de Sorensen .................................... 76 FIGURA 2.5 – Dendrograma de similaridade florística, obtido por uma matriz de presença/ausência, das espécies presentes nos 26 fragmentos, utilizando o método de medias ponderado por grupo (UPGMA) e o quociente de Jaccard. ............................... 79 FIGURA 2.6 – Distribuição dos grupos de fragmentos, de acordo com o coeficiente de similaridade de Jaccard ....................................... 82 FIGURA 3.1 – Gráfico de valor de cobertura aplicado a partir do IVC em escala logarítmica, para definir as espécies padrão de todas as fitosionomias estudadas............................................................ 114 FIGURA 3.2 – Análise gerada pela DCA, considerando os 26 fragmentos amostrados nas bacias, tendo como matriz base os valores de IVC logaritmizados. 1: Floresta Estacional Decidual; 2: Campo Cerrado; 3: Floresta Estacional Semidecidual e 4: Cerrado sensu stricto................................................................ 117 FIGURA 3.3 – Cladograma gerado pela TWINSPAN, a partir da matriz de IVC logaritimizada, com os grupos formados e os autovalores de cada divisão. ........................................................................ 119 FIGURA 3.4 – Análise de DCA associada à formação dos grupos de fragmentos pela Twinspan. Os valores indicados na legenda se referem ao grupo correspondente...............................................................120 FIGURA 3.5 – Distribuição geográfica dos grupos de fragmentos discriminados pela análise divisiva TWINSPAN. ................... 125 FIGURA 3.6 – Gráficos do comportamento das espécies dentro de cada grupo formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e utilizado como critério para indicar as espécies mais adequadas em programas de revegetação. ....................... 127 FIGURA 3.7 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 1 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala i logarítmica e retirando-se a espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne. do ranking. ...................................... 133 FIGURA 3.8 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 2, formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se a espécie Combretum leprosum Mart. do ranking....................................................................... 134 FIGURA 3.9 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 7 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se as espécies Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. e Rourea induta Planch do ranking............. 135 FIGURA 3.10 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 9 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se a espécie Mabea fistulifera Mart do ranking...................................................................................... 136 FIGURA 3.11 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 10 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se a espécie Byrsonima laxiflora Griseb do ranking..................................................................... 137 FIGURA 3.12 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 4 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se as espécies Metrodorea mollis Taubert e Maprounea guianensis Aubl. do ranking................. 138 FIGURA 3.13 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 5 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se as espécies Dalbergia miscolobium Benth. do ranking. .................................................................... 139 FIGURA 3.14 – Gráfico da CCA aplicada para o grupo de fragmentos selecionados pela TWINSPAN, correlacionando variáveis geoclimáticas a dados florísticos.............................................. 147 FIGURA 3.15 – Gráfico da CCA, mostrando a correlação entre as espécies selecionadas e as variáveis geoclimáticas, a partir da matriz de índice de valor de cobertura recalculado.................................. 151 FIGURA 3.16 – Árvore de decisão construída pelo algoritmo CART, para ser empregada na classificação das áreas não inventariadas das bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus, MG. .......................................................................................... 161 ii LISTA DE TABELAS TABELA 2.1 – Localização dos fragmentos amostrados.................................... 39 TABELA 2.2 – Caracterização dos fragmentos amostrados, ordenados em função da latitude ao longo de cada bacia.................................. 41 TABELA 2.3 – Informações a respeito dos fragmentos e da amostragem a que foram submetidas, ordenadas de forma decrescente, em função da área do fragmento. ................................................................. 43 TABELA 2.4 – Informações do levantamento florístico para as bacias hidrográficas estudadas. ............................................................. 51 TABELA 2.5 – Informações do levantamento florístico para todos os fragmentos, organizados em ordem decrescente de número de famílias....................................................................................... 53 TABELA 2.6 – Relação das espécies mais recorrentes nos fragmentos amostrados, com o número de indivíduos em que ocorreram em cada fragmento, ordenadas de forma decrescente conforme o número de locais de ocorrência............................................... 56 TABELA 2.7 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos. ............................................... 58 TABELA 2.8 – Espécies mais recorrentes entre os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, considerando as espécies exclusivas desta fitofisionomia.................................................................... 60 TABELA 2.9 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Floresta Estacional Decidual, ordenados de forma decrescente quanto ao número de indivíduos. ........................................................... 60 TABELA 2.10 – Espécies que ocorreram exclusivamente nos fragmentos de Floresta Estacional Decidual...................................................... 61 TABELA 2.11 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Cerrado sensu stricto, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos................................................................................... 63 TABELA 2.12 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Campo cerrado, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos................................................................................... 65 TABELA 2.13 – Espécies que ocorreram exclusivamente nos fragmentos de Campo cerrado ........................................................................... 67 TABELA 2.14 – Valores obtidos pelo Coeficiente de Sorensen, a partir de uma matriz florística, totalizando 210 combinações entre os fragmentos estudados. Quanto mais próximo o valor estiver de 1, maior a similaridade florística................................................ 69 iii TABELA 2.15 – Grupos de fragmentos formados com base no coeficiente de Sorensen ..................................................................................... 71 TABELA 2.16: Valores obtidos pelo coeficiente de Jaccard a partir de uma matriz florística, totalizando 210 combinações entre os fragmentos estudados. Quanto mais próximo o valor estiver de 1, maior a similaridade florística................................................ 78 TABELA 2.17 – Grupos de fragmentos formados com base no coeficiente de Jaccard........................................................................................ 80 TABELA 2.18 – Comportamento apresentado pelos índices de diversidade e equabilidade, nos fragmentos pertencentes às bacias estudadas, com sua respectiva intensidade amostral e área total............................................................................................. 83 TABELA 2.19 – Comparação dos índices de diversidade, para compor um gradiente decrescente de diversidade dentro de cada grupo de fragmentos formado com base no coeficiente de Sorensen........ 91 TABELA 2.20 – Matriz contendo todas as combinações possíveis, indicando sua significância de resultado ao aplicar-se o teste estatístico de Hutcheson, a 5% de probabilidade, para testar possíveis diferenças entre os índice de diversidade de Shannon de cada fragmento. ns - indica a não significativo e * significativo........ 93 TABELA 3.1 – Informações a respeito da amostragem empregada nos fragmentos e a classificação fitofisionômica de cada um. ....... 104 TABELA 3.2 – Dados ambientais e geográficos obtidos para os fragmentos amostrados, nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus (MG). ................................................................. 109 TABELA 3.3 – Número de espécies após o corte realizado na curva do gráfico de IVC logaritmzado, indicando o comportamento das espécies para cada fragmento................................................... 115 TABELA 3.4 – Grupos de fragmentos formados pela análise divisiva TWINSPAN. ............................................................................ 121 TABELA 3.5 – Comportamento do número das espécies selecionadas a partir do nível de corte estabelecido, para cada grupo definido pela TWINSPAN, conforme apresentado na Tabela 3.4 ................. 132 TABELA 3.6 – Lista das espécies indicadas para programas de recomposição da vegetação nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus, para cada grupo de fragmentos formados pela TWINSPAN. ............................................................................ 141 TABELA 3.7 – Resumo dos resultados da análise de correlação canônica (CCA), para as áreas inventariadas inseridas nas bacias estudadas. ................................................................................. 143 TABELA 3.8 – Comportamento das variáveis geoclimáticas correlacionadas com os três eixos de ordenação produzidos pela CCA. ........... 146 iv TABELA 3.9 – Matriz de correlação ponderada existente entre as variáveis geoclimáticas, inserida nas bacias estudadas. .......................... 146 TABELA 3.10 – Associação entre as espécies escolhidas para as análises multivariadas e seu código empregado na CCA, bem como o somatório dos valores de IVC logaritmizado, considerando todos os fragmentos em que as espécies ocorreram. ................ 152 TABELA 3.11 – Espécies que foram exclusivas dos grupos ordenados no quadrante 1 do gráfico da CCA e sua recorrência entre os mesmos..................................................................................... 155 TABELA 3.12 – Espécies que foram exclusivas dos grupos ordenados no quadrante 4 do gráfico da CCA e sua recorrência entre os mesmos..................................................................................... 156 TABELA 3.13 – Lista de espécies que ocorreram em pelo menos 5 grupos formados pela TWINSPAN, por ordem decrescente de ocorrência................................................................................. 158 v RESUMO GERAL CORSINI, Christianne Riquetti. Fitogeografia de fragmentos florestais para o nordeste de Minas Gerais. 2008. 182 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.∗ Neste estudo foram amostrados 26 fragmentos de floresta nativa distribuídos nas bacias hidrográficas dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus, localizadas na região nordeste de Minas Gerais. Os objetivos foram: analisar a composição florística do componente arbóreo; determinar a formação de grupos florísticos de acordo com a similaridade de espécies existentes nos fragmentos; quantificar a diversidade e a equabilidade dos fragmentos por meio de índices; definir um gradiente de diversidade dentro de cada grupo florístico, determinado pela similaridade; aplicar análise multivariada na ordenação e no agrupamento dos fragmentos estudados, frente à estrutura das espécies baseada no índice de valor de cobertura; definir um grupo de espécies com alto potencial de adaptação aos ambientes das bacias para programas de revegetação; aplicar análise multivariada para investigar a correlação entre as variáveis geo-climáticas e os agrupamentos de fragmentos e aplicar ferramentas de geoprocessamento para gerar um mapa fitogeográfico para as Bacias estudadas. Utilizou-se amostragem sistemática com unidades amostrais de 1.000m² cada, em que a área amostral variou de 1 a 6 ha, conforme a área do fragmento. Foram mensuradas a CAP e altura total e coletado material botânico de todos os indivíduos com CAP maior ou igual a 15,7cm. Em toda a área foram amostrados 73.426 indivíduos, distribuídos em 79 famílias, 282 gêneros e 722 espécies. Foram formados 6 grupos florísticos com base no coeficiente de Sorensen, onde ocorreu associação de fragmentos de um ou dois tipos fitofisionômicos. O fragmento de maior diversidade foi o J114 (Aricanduva) e os fragmentos com os menores índices de diversidade foram J116 (Salinas) e M134 (Nanuque). O gradiente de diversidade não seguiu um padrão definido dentro da área, mas as florestas estacionais semideciduais apresentaram índices médios superiores ao das demais formações florestais. A análise de correspondência destendenciada (DCA) diferenciou 2 grupos quanto à estrutura e a análise divisiva de TWINSPAN completou a análise formando 10 grupos de fragmentos baseados na importância de cada espécie dentro dos fragmentos, a partir dos níveis de corte empregados. A Palavras-chave: Composição florística, grupos fitofisionômicos, análise multivariada, árvore de decisão, fitogeografia. ∗ Comitê orientador: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Orientador); José Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-Orientador). vi análise dos gráficos de valor de cobertura das espécies para cada grupo formado possibilitou a escolha de 116 espécies como potenciais para programas de revegetação nas bacias estudadas. A análise de correspodência canônica (CCA) correlacionou as variáveis altitude, longitude e temperatura com a distribuição das espécies na área. A árvore de decisão propiciou a extrapolação das informações obtidas para as demais áreas não amostradas por meio de um mapa que informa a área de ocorrência das espécies selecionadas como adequadas em programas de revitalização florística nas bacias estudadas. vii GENERAL ABSTRACT CORSINI, Christianne Riquetti. Phytogeography of forest patches for Northeastern Minas Gerais. 2008. 182 p. Dissertation (Master of Forest Sciences) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.∗ In that study were sampled 26 patches of native forest distributed in the hydrographical basins of the Rivers Jequitinhonha, Mucuri, Pardo and São Mateus, situated in the northeastern region of Minas Gerais, with the following objectives: to investigate the floristic composition of the arboreal component; to determine the formation of floristic groups according to the similarity of species existing in the patches; to quantify the diversity and equability of the patches by means of indices; to define a diversity gradient within each floristic group, determined by similarity; to apply a multivariate analysis in the ordering and grouping of the patches studied as against the structure of the species based upon the cover value index; to define a group of species with a high potential of adapting to the environments of the Basins for revegetation programs, multivariate analysis to investigate the correlation between the geo-climatic variables and the patch groupings; to apply tools of geoprocessing to generate a phytogeographic map for the watersheds studied. A systematic sampling with sampling units of 1,000m² each was used, where the sample area ranged from 1 to 6 ha, according to the area of the patch. Both CAP and total height were measured and botanical material of all the individuals with CAP higher or equal to 15.7cm was collected. In all the area were sampled 73,426 individuals distributed in 79 families, 282 genera and 722 species. 6 floristic groups on the basis of Sorensen coefficients were formed, where association of patches of one or two phytophysiognomic types occurred. The patch of greatest diversity was J114 (Aricanduva) and the patches with least diversity indices were J116 (Salinas) e M134 (Nanuque). The diversity gradient did not follow a definite pattern within the area, but the semideciduous seasonal forests presented average indices superior to the other forest formations. The detrended correspondence analysis (DCA) distinguished 2 groups as to structure and the divisive analysis of TWINSPAN completed the analysis by forming 10 groups of patches based on the importance of each species within the patches, from the cutting levels employed. The analysis of the plots de Value of covering index of the species for each Key words: Floristic composition, phytophysiognomic groups, multivariate analysis, decision tree, phytogeography. ∗ Advisor committee: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Adviser); José Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-adviser). viii formed group enabled the choice of 116 species as potentials for revegetation programs in the Basins studied. Canonical Correspondence Analysis (CCA) correlated the variables altitude, longitude and temperature with the distribution of the species in the area. The decision tree provided the extrapolation of the information obtained for the other unsampled areas by means of a map which informs the area of occurrence of the species selected as adequate in floristic revitalizing programs in the Watershedss studied. ix CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO GERAL A fragmentação florestal, ocorrida em substiuição da cobertura vegetal, tem resultado em uma ocupação equivocada dos solos, acarretando em redução da biodiversidade, ameaçadando a qualidade dos recursos hídricos, alterando as características climatológicas e, consequentemente, à qualidade da vida da população. Dessa forma, é verídico afirmar que a sustentabilidade está diretamente relacionada com a conservação dos fragmentos nativos. Com isso, fica evidente a importância da obtenção de informações sobre a diversidade biológica contida nos atuais fragmentos, por meio de uma avaliação quantitativa e qualitativa das suas comunidades, bem como a relação entre vegetação e ambiente por meio de análise fitogeográfica. O conhecimento das relações entre a composição florística e da diversidade dos ecossistemas é de suma importância no conhecimento de padrões florísticos de fragmentos, ajudando na descrição e na análise da flora das formações vegetais em que estão inseridos e na determinação da similaridade entre áreas. O estudo do padrão de distribuição de espécies entre biomas permite a associação de fatores ambientais com a abundância das espécies, fornecendo subsídios para a escolha de espécies mais adapatadas às condições geoclimáticas existentes nos locais onde se deseja restaurar a vegetação. De acordo com Gomide (2004), o uso de métodos estatísticos de análise multivariada auxilia no processo de classificação das fisionomias, realizando o agrupamento ou a divisão de dados, permitindo reduzir o número de informações duvidosas na classificação fisionômica. Dessa forma, consegue-se explicar melhor a ocorrência das espécies, em função de variáveis edáficas, 1 climáticas ou fisiográficas, e estabelecendo-se grupos de espécies ou de fragmentos, que apresentem a mesma disposição estrutural e ambiental. Neste trabalho, estudaram-se 26 fragmentos florestais nativos situados em quatro bacias hidrográficas da região nordeste do estado de Minas Gerais. O trabalho foi organizado em três capítulos. No primeiro apresenta-se uma revisão bibliográfica, enfocando os principais temas em estudo. No capítulo 2 realiza-se uma análise da composição florística, da diversidade, da equabilidade e da similaridade dos 26 fragmentos. Finalmente, no capítulo 3 trata-se da análise fitogeográfica dos fragmentos, resultando em um mapa fitogeográfico para a região nordeste de Minas Gerais. 2 1 REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 Fragmentação florestal A fragmentação florestal pode ser entendida como o seccionamento de fisionomias vegetais contínuas em mosaicos de remanescentes dos mesmos (Bierregaard Junior & Dale, 1996; Bierregaard Junior & Stouffer, 1997). Fortes pressões antrópicas sobre as florestas primárias para a abertura de novas fronteiras agrícolas vêm fazendo com que grandes extensões de terras cobertas por vegetação original convertam-se em áreas de florestas secundárias em taxas aceleradas (Ferreira & Oliveira, 2001). A teoria de biogeografia de ilhas, desenvolvida por MacArthur & Wilson (1967), que considera que a diminuição da superfície do hábitat provocará uma diminuição exponencial do número de espécies que ali residem, pode ser aplicada no fenômeno da fragmentação florestal. O estado de Minas Gerais possuía, originalmente, 45% de seu território coberto por florestas. O modelo de industrialização do estado, altamente dependente de matéria-prima florestal, e a expansão desordenada das áreas agrícolas fizeram com que a vegetação nativa sofresse um alto grau de exploração ao longo dos anos. De 1987 a 1992, a utilização dos recursos florestais foi da ordem de 2.848.627,61 ha, sendo 60,38% representados por cobertura nativa e apenas 39,62% por florestas plantadas (Carvalho, 1996). Dados mais recentes, divulgados pelo projeto Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais (Scolforo & Carvalho, 2006), mostram que, do ano de 2003 ao ano de 2005, houve redução de 152,635 ha de área de mata nativa. As fisionomias mais suprimidas foram Cerrado sensu stricto (70,601 ha), Floresta Estacional Semidecidual (42,447 ha) e Campo (20,015 ha). 3 Os anos de desmatamento progressivo resultaram em mosaicos de fragmentos remanescentes que abrigam uma diversidade biológica ainda não calculada e altamente ameaçada (Espírito-Santo et al., 2002). Esses remanescentes têm um papel importante como corredores ecológicos, capazes de proporcionar o fluxo gênico entre populações isoladas, um fator tido como crítico para a conservação de muitas espécies devido à fragmentação a que estão submetidos os hábitats florestais (Kageyama & Gandara, 2000; Silva & Tabarelli, 2000). De acordo com Oliveira et al. (2003), é possível associar o processo de fragmentação florestal à dinâmica de biomassa em florestas primárias, ou seja, os menores valores para de área basal e biomassa são encontrados nos menores fragmentos. Segundo Carvalho et al. (2005), é de extrema importância o estudo da diversidade biológica dos atuais fragmentos por meio de sua quantificação, sejam eles ciliares ou não, bem como compreender a organização espacial da comunidade nos fragmentos em face das variações do ambiente e da direção das mudanças nos processos ecológicos. Tais enfoques permitirão avaliar os potenciais de perdas e conservação dos recursos naturais a longo prazo. De acordo com Silva et al. (2004), técncias modernas visando à formação de corredores ecológicos vêm sendo utilizadas, proporciando a recuperação de áreas que sejam estratégicas para o fluxo gênico entre fragmentos florestais. 1.2 Diversidade e similaridade Whittaker (1977) atribuiu ao conceito de riqueza de espécie, como o número de espécies amostradas na comunidade, o que poderia ser uma definição de diversidade. Assim, durante seus estudos, surgiu outro conceito, que é o de eqüitabilidade, definida como a igualdade relativa dos valores de importância de 4 espécies numa amostra, ou a similaridade relativa dos valores de importância de espécies adjacentes, numa seqüência da espécie de maior valor para a de menor valor de importância. Martins & Santos (1999) afirmam que o índice de diversidade de Shanon-Wiener busca medir o grau de incerteza na predição correta da espécie a que pertence o próximo indivíduo coletado em uma amostragem sucessiva. De acordo com o mesmo autor, esse índice tem sido o mais utilizado como medida de diversidade em levantamentos fitossociológicos. Segundo Gorenstein (2002), dois componentes da diversidade são combinados na função de Shanon-Wiener: (1) número de espécies e (2) igualdade de distribuição de indivíduos entre as espécies. Um grande número de espécies aumenta a diversidade de espécies, assim como uma distribuição mais homogênea. O índice de Simpson fornece a idéia da probabilidade de se coletar aleatoriamente dois indivíduos da comunidade e, obrigatoriamente, pertencerem a espécies diferentes (Gorenstein, 2002). A dominânica na comunidade pode também ser determinada indiretamente, por meio dos índices de uniformidade ou equitabilidade. O índice de uniformidade mais amplamente usado é ode Pielou, que se constitui na razão do índice de Shannon pelo log de S (número de grupos), situando-se seus valores entre 0 e 1. O máximo valor ocorre quando apenas um indivíduo ocupa cada grupo considerado (Kennedy & Smith, 1995). Fagundes et al. (2007) estudaram dois fragmentos de Florestas Estacionais Deciduais submontanas, localizados nos municípios de Passos e Alpinópolis, em Minas Gerais. Os autores encontraram valor de 2,97 para o índice de Shannon e de 0,72 para o índice de equabilidade de Pielou. Já Santos et al. (2007) analisaram a diversidade da mesma fitofisionomia, em uma área 5 localizada em Montes Claros (MG), encontrando valores de 3,3 e 0,8, para os índices de shannon e Pielou, respectivamente. Reis et al. (2007) realizaram um estudo comparativo entre quatro fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual situados nos municípios de Piranga e Diogo de Vasconcelos, Zona da Mata mineira. Os valores de índice de Shannon variaram de 3,91 a 4,71, resultados similares ao encontrado por ImañaEncinas et al. (2007) em uma área de Floresta Estacional Semidecidual localizada no município de Pirenópolis, GO. O índice de Shannon apresentou valor de 3,8, sendo considerado alto pelos autores, que atribuíram o resultado à influência florística de áreas adjacentes de Cerrado sensu stricto. Carvalho & Marques-Alves (2008) realizaram um estudo fitossociológico em 7 ha de Cerrrado sensu stricto localizado no campus da Universidade Federal de Goiás, onde encontraram valor de 1,353 para o índice de diversidade de Shannon. Esse valor é considerado baixo, se comparado com outras áreas de Cerrado sensu stricto (Fidelis & Godoy, 2003; Saporetti Junior et al., 2003; Assunção & Felfili, 2004; Medeiros et al., 2007) que, em geral, apresentam o H'em torno de 3,00. De acordo com Kent & Coker (1992), existem muitas medidas para se avaliar a similaridade ou a dissimilaridade entre formações vegetais. Algumas são quantitativas e baseadas na presença/ausência das espécies, outras são qualitativas e medem a abundância das espécies. Para esses autores, o coeficiente de Jaccard é o mais simples para se mensurar a similaridade e foi originalmente usado para comparar a diversidade florística de grandes áreas. Mas, depois, passou a ser utilizado para avaliar a similaridade em termos de composição de espécies. Já coeficiente de Sorensen, geralmente, é preferível ao de Jaccard por dar maior peso às espécies que ocorrem em mais de uma amostra, ou seja, espécies que são comuns nos fragmentos. 6 Um grande número de medidas de similaridade ou de dissimilaridade tem sido proposto e utilizado em análise de agrupamento e a escolha entre elas baseia-se na preferência e ou na conveniência do pesquisador (Bussab et al., 1990). Os resultados finais destes agrupamentos podem ser apresentados por gráficos denominados dendrogramas. O dendrograma é um tipo especial de gráfico que caracteriza de maneira clara as distâncias. Sua forma lembra uma árvore composta por várias ramificações, em cujas extremidades estão alocadas as variáveis em investigação, ou vegetações (Gomide, 2004). Oliveira-Filho & Machado (1993), quando compararam as florestas do Sul de Minas e de São Paulo, verificaram índices maiores de similaridade entre regiões geograficamente mais próximas e altitudes médias semelhantes. Quando analisaram regiões mais distantes, os autores concluíram que os índices de similaridade se mostraram mais elevados em função de valores altitudinais próximos. Reis et al. (2007) testaram a semelhança florística entre quatro fragmentos localizados na Zona da Mata mineira, por meio do coeficiente de Sorensen, encontrando forte correlação entre os fragmentos que estavam mais próximos, geograficamente. Neri et al. (2007) estudaram a similaridade florística existente entre 28 áreas de cerrado localizadas em Minas Gerais, encontrando, por meio da análise de agrupamento, seis grupos que demonstraram forte similaridade da vegetação de cerrado, no estado de Minas Gerais. Porém, os grupos formados não mostraram padrões fitogeográficos. Souza et al. (2008) realizaram um estudo comparativo entre um fragmento de Cerradão localizado no município de Paraopeba, MG e outros dois trabalhos realizados em cerradões do mesmo estado e mais três realizados no estado de São Paulo. Os pesquisadores verificaram diferenças florísticas entre as 7 vegetações desses dois estados, que foram atribuídas a fatores ecológicos e geológicos. Ao mesmo tempo, constataram que as áreas mais similares se encotravam em estágio sucessional inicial. Soares et al. (2006) utilizaram a análise de similaridade para classificar a tipologia florestal de um trecho de Floresta Atlântica Interiorana, na serra do Brigadeiro, por meio de comparação com áreas de Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa das regiões Sudeste e Sul do Brasil. Os resultados da análise de agrupamento revelaram que a área estudada era altamente similar a outras áreas de Floresta Estacional Semidecidual Montana. 1.3 Inter-relações espécie ambiente Segundo Fagundes (2003), a dominância ecológica (grau de concentração das abundâncias relativas em poucas espécies) pode também ser um reflexo de heterogeneidade ambiental, uma vez que cada combinação de variáveis ambientais pode corresponder a diferentes dominantes ecológicos, os quais se diluem no todo amostral. Vários estudos têm mostrado que um dos principais fatores que atuam na composição florística e estrutura das florestas é a heterogeneidade ambiental, cujos efeitos podem ser observados mesmo no interior de pequenos fragmentos (Oliveira-Filho et al., 1994, 1998; Durigan et al., 2000; Rodrigues & Nave, 2000; Botrel et al., 2002). Essa heterogeneidade é resultado da diversidade de fatores que interagem nas comunidades. A resposta das espécies a esses fatores faz com que cada local tenha algumas características próprias, tornando possível observar tendências que podem responder a algumas perguntas e gerar várias outras, funcionando como força motriz para novos estudos. Kent & Coker (1992) afirmam de que as características fisionômicas, florísticas e estruturais da comunidade estão fortemente associadas às 8 características específicas de cada ambiente e Clark (2002) destaca o papel da topografia na modificação de fatores edáficos que, em última análise, determina a distribuição das plantas em uma formação vegetal. Alguns autores constataram que o padrão florístico relaciona-se em alto grau com condições hídricas e fatores edáficos, associados à declividade e à topografia, em ambientes florestais (Oliveira-Filho et al., 1998; Berg & OliveiraFilho, 2000; Souza et al., 2003; Carvalho et al., 2005). Camargos et al. (2008) associaram a distribuição das espécies arbóreas de uma área do Parque Estadual do Rio Doce (MG), localizada no entorno da lagoa Carioca, a fatores edáficos, principalmente regime hídrico, matéria orgância e teor de H+Al, caracterizando as variações florísticas existentes na Floresta Estacional Semidecidual estudada. 1.4 Análises multivariadas De acordo com Gauch (1982), a estatística multivariada é um ramo da matemática que examina numerosas variáveis simultaneamente, cuja finalidade é trabalhar dados multivariados, reduzindo-os e revelando suas estruturas. A necessidade de compreensão das relações entre as diversas variáveis faz com que as análises multivariadas sejam complexas ou, até mesmo, difíceis (Ferreira, 1996). As técnicas multivariadas são utilizadas com objetivos básicos de ordenamento, para determinar a influência de fatores do meio na composição e na produtividade do local, e de agrupamento, com o propósito de classificação (Burton et al., 1991). A análise de dados multivariados ou multidimensionais baseia-se em matrizes de associação, das quais existem diversos tipos, cada um levando a resultados diferentes. Há dois caminhos alternativos para o estudo de vegetação: 1) estudos de análise de agrupamento, feita por algoritmos de aglomeração ou 9 divisão, baseados em medidas de dissimilaridade e 2) estudos de ordenação, usando a análise de componentes principais e a análise de correspondência (Pires O’brien & O’brien, 1995). A análise multivariada permite definir padrões nos dados. As três estratégias básicas de análise multivariada são: direta, por gradiente; ordenação e classificação. As técnicas de ordenação e classificação organizam dados de comunidades baseadas em variáveis como a abundância de espécies, independentemente dos dados ambientais, sendo a interpretação ambiental uma etapa consecutiva (Felfili et al., 2001). 1.4.1 Análise de ordenação Métodos de ordenação consistem, basicamente, em sintetizar, em um gráfico com eixos perpendiculares (eixos de ordenação) entre si, a variação multidimensional dos dados da vegetação. Espécies e amostras são transformadas em coordenadas (scores) correspondentes à sua projeção em cada eixo de ordenação (eigenvector). O autovalor (eigenvalue) é o peso relativo de cada eixo na explicação da variância total dos dados (Berg, 1995). De acordo com Mourão Júnior (2001), as técnicas de ordenação, tais como análise fatorial e correlação canônica, prestam-se à inspeção de agrupamentos e também em testes de hipóteses. 1.4.1.1 Análise de correspondência retificada (DCA) A análise de correspondência retificada, ou DCA (em inglês detreded correspondence analysis), desenvolvida por Hill & Gauch (1980), tem a finalidade de ser aplicada em estudos ecológicos de comunidades, auxiliando no conhecimento de padrões ambientais e na formulação de possíveis hipóteses das relações espécie-ambiente. Seu surgimento foi útil no campo das análises multivariadas, pois passou a resolver problemas que outras técnicas de 10 ordenação, como reciprocal averaging - média recíproca (RA) e análise de correspondência ou correspondence analysis (CA) apresentavam. A DCA utiliza dados florísticos de cada amostra, realocando-os ao longo dos eixos de ordenação. Assim, a importância de cada eixo é descrita pelos eigenvalue ou autovalores, que representam a relativa contribuição de cada componente (variável), em explicar o total de variação dos dados. Assim, há um autovalor para cada componente que, associado ao seu tamanho, fornece a importância que esta componente (variável) é responsável em explicar o total das variações no conjunto de dados (Kent & Coker, 1992). O diagrama produzido pela DCA é um espaço definido por dois eixos em que as amostras, neste caso as localidades florestais, são distribuídas conforme a sua semelhança em termos de composição florística. As notas de cada área nos dois eixos definem as suas coordenadas no espaço de ordenação. Como cada eixo representa dimensões diferentes do espaço de ordenação, é comum que eles apresentem diferentes escalas de ordenação (Oliveira-Filho & Ratter, 2000). Este tipo de análise indireta é indicado para evidenciar padrões de variação na composição de espécies relacionadas com características ambientais (Ter Braak, 1995). Em uma análise indireta de gradientes, a variância dos dados de vegetação é organizada e simplificada por meio de métodos de classificação ou ordenação, de forma a se tornar mais compreensível (a priori). Após este processo, tenta-se, então, associar a variação da vegetação às variáveis ambientais (a posteriori) (Berg, 1995). Machado et al. (2004) utilizaram a DCA para realizar comparações nos aspectos estrutural e fisionômico entre oito fragmentos localizados no alto rio Grande, em Lavras, MG. Os autores obtiveram quatro grupos distintos formados 11 pela ordenação quanto aos dados florísticos e três grupos foram formados quanto aos padrões estruturais detectados pela análise. Estudos têm sido realizados utilizando-se a DCA para discriminar ambientes e medir o grau de similaridades entre fisionomias. Berg & OliveiraFilho (2000) utilizaram essa técnica para avaliar o grau de semelhança florística entre uma área de floresta ripária localizada no município de Itutinga, MG com outras 25 áreas do sudeste do Brasil. Ivanauskas (2002) empregou a DCA a fim de ordenar, quanto ao grau de similaridade florística, áreas de Floresta Ombrófila e Floresta Estacional localizadas nos estados do Amazonas (AM), Maranhão (MA), Pará (PA), Rondônia (RO), Mato Grosso (MT) e no Distrito Federal (DF), buscando interpretar os níveis de similaridade entre as florestas transicionais da bacia do Xingu com uma ou outra formação, a fim de entender a possível origem desta flora. Kotchetkoff-Henriques et al. (2005) empregaram a análise de correspondência retificada (DCA) para ordenar os fragmentos de vegetação de acordo com a similaridade florística entre eles, em um estudo desenvolvido em remanescentes de vegetação natural no município de Ribeirão Preto, SP, visando estabelecer uma relação entre as características do solo e a composição florística. Silva et al. (2007) utilizaram a DCA com o objetivo de discriminar floristicamente florestas inundáveis do sul e sudeste do Brasil, 23 áreas de florestas aluviais (inundações temporárias) e 12 de florestas paludosas inundações permanentes). A análise multivariada de gradientes demonstrou maior agrupamento das florestas paludosas do que florestas aluviais, indicando maior heterogeneidade florística do último grupo. Os resultados indicaram, ainda, que a variação ambiental associada aos diferentes regimes de inundação é determinante na definição dos padrões fitogeográficos de áreas inundáveis. 12 Partindo da premissa de que a flora arbórea varia ao longo do processo de sucessão secundária em florestas tropicais, Duringan et al. (2008) estudaram a similaridade florística entre comunidades florestais localizadas na região do Planalto de Ibiúna, estado de São Paulo. Por meio da DCA, os autores concluíram que a similaridade florística é mais elevada entre comunidades em estádios sucessionais semelhantes, especialmente se estivessem geograficamente próximas. 1.4.1.2 Análise de correlação canônica (CCA) A CCA foi desenvolvida por Ter Braak (1987) e é considerada como sendo a técnica de ordenação mais recente e difundida no mundo. A grande vantagem da CCA em relação às demais técnicas multivariadas é que nela é realizado o teste de Monte Carlo (Hope, 1986). A CCA é considerada um método de análise direta de gradientes porque permite a ordenação conjunta de amostras, variáveis ambientais e de vegetação em um mesmo diagrama, ou seja, a ordenação produzida não é baseada exclusivamente nos dados de vegetação, mas também nas variáveis ambientais, sendo ambos correlacionados com os eixos de ordenação (Kent & Coker, 1992). Segundo Kent & Coker (1992), a CCA utiliza regressão múltipla para selecionar as variáveis ambientais que melhor explicam a variação da composição florística existente no ambiente. A iteração continua, então, com outra regressão múltipla, que está sendo executada para melhorar o ajuste na iteração seguinte. Oliveira-Filho et al. (2004) realizaram um estudo em um fragmento de Floresta Semidecídua Altomontana que protege uma das nascentes do rio Capivari, na chapada das Perdizes, município de Carrancas, MG, para verificar as correlações entre as variações da estrutura do compartimento arbóreo da floresta e variáveis ambientais relacionadas ao substrato e efeito borda. Para 13 tanto, os autores empregaram a análise de correspondência canônica (CCA) para analisar as correlações entre os gradientes ambientais e vegetacionais. Carvalho et al. (2005) utilizaram a CCA para analisar as correlações entre os gradientes ambientais e vegetacionais em um fragmento de floresta ripária do rio São Francisco, em Três Marias, MG. A análise de correspondência canônica (CCA) das variáveis ambientais e da abundância das espécies indicou que estas se distribuem no fragmento sob forte influência de drenagem e de fertilidade química dos solos, sugerindo que a disponibilidade de água e de nutrientes minerais é a principal variável ambiental que determina a distribuição das espécies na floresta. Gonzaga et al. (2008) empregaram a CCA para comparações florísticas e estruturais entre um fragmento de Floresta Estacional Semidecídua Inferomontana/Altomontana situada na serra de São José, em Tiradentes, MG, com outras 23 áreas de floresta da região do alto rio Grande. As variações florísticas e estruturais entre as 24 florestas se relacionaram significativamente com a altitude, a duração da estação seca e a saturação por base dos solos. 1.4.2 Análise de agrupamento A análise de agrupamento é uma técnica multivariada amplamente utilizada para diversos fins em ciência florestal (Fonseca & Rodrigues, 2000; Scudeller et al., 2001; Martins et al., 2003; Araújo et al., 2004; Ferraz et al., 2004; Santos et al., 2004). Inicialmente, na aplicação dessa técnica, são estabelecidos centros de grupos, arbitrariamente, e cada indivíduo é agrupado em relação ao centro mais próximo. Novos centros são calculados e cada indivíduo se move para o grupo cujo centro esteja mais próximo de si. O processo continua de forma iterativa até encontrar a estabilidade dos grupos (Meyer, 2002). 14 A técnica classificatória multivariada da análise de agrupamento pode ser utilizada quando se deseja explorar as similaridades entre indivíduos ou entre variáveis (Landim, 2003). De acordo com Ferreira (1996), as técnicas de agrupamento podem ser divididas em agrupamentos hierárquicos e não hierárquicos, podendo os primeiros ser ainda divididos em divisivos e aglomerativos. As técnicas hierárquicas são as mais amplamente difundidas (Siegmund et al., 2004) e envolvem, basicamente, duas etapas. A primeira se refere à estimação de uma medida de similaridade ou dissimilaridade entre os indivíduos e a segunda, à adoção de uma técnica de formação de grupos (Santana & Malinovski, 2002). O agrupamento de amostras com características bióticas e ou abióticas similares, utilizando-se variáveis referentes a estrutura, composição e extensão das unidades funcionais, é uma forma de analisar as comunidades de forma mais sintética e clara. A necessidade do conhecimento dos padrões sucessionais de uma vegetação é um exemplo claro da tendência de simplificar o entendimento dos ecossistemas (Santos et al., 2004). 1.4.2.1 TWINSPAN TWINSPAN (two-way indicator species analysis) é uma análise que classifica grupos amostrais, de acordo com as espécies recorrentes nas áreas amostradas. Originalmente, o autor desta análise a utilizou como indicadora de espécie. Posteriormente, descreveu-a melhor, dando-lhe um atributo de análise dicotômica de ordenação (Hill & Gauch, 1980). Segundo Ter Braak & Prentice (1988), o TWINSPAN é o método divisivo mais popular e foi inspirado nos métodos clássicos de classificação da vegetação (uso dos indicadores para a definição de tipos da vegetação), ou seja, trabalha apenas com indicadores qualitativos. 15 Dessa forma, para que a informação produzida seja confiável, foi introduzido o conceito de pseudo-espécies e os seus níveis de corte. Cada espécie pode estar presente como diversas pseudospécies, de acordo com sua quantidade na amostra. A pseudoespécie existirá se a quantidade da espécie exceder ao nível de corte (Leps & Smilauer, 1999). A formação de pseudoespécie a partir de níveis de corte, que em fitossociologia retrata a idéia de espécies diferentes, ou como se fosse nível de padrões de uma mesma espécie, na comunidade. Esta característica partícular em pseudoespécie descreve o grau de fidelidade de ocorrência de uma determinada espécie nas amostras (Braun-Blanquet, 1951), sendo importante na definição de comunidades (Kent & Coker, 1992). O desenvolvimento deste método segue os seguintes passos: I. ordena as amostras por uma média recíproca RA (reciprocal averaging); II. encontra o melhor ponto divisor, para originar 2 grupos (centre of gravity); III. identifica as espécies, ordenando-as de acordo com a ocorrência nos 2 grupos formados (positivo e negativo) – indica espécie por grupo; IV. utiliza estas espécies para fazer uma ordenação refinada e verificar a melhor divisão; V. calcula “scores” para as amostras (adicionando +1 para cada espécie do grupo positivo e -1 para as espécies do grupo negativo). Repetem-se os passos de 1 a 5 para cada subgrupo formado. Este processo é contínuo, sendo finalizado na forma de um cladrograma contendo todos os grupos obtidos. O resultado gerado pelo método consiste numa tabela dicotômica, a qual indica o agrupamento das espécies e das unidades amostrais (Felfili et al., 2001). 16 Segundo Gomide (2004), a associação de técnicas, como a análise de correspondência retificada (DCA) e a análise divisiva de espécies (TWINSPAN), permite classificar os grupos amostrais, de acordo com as espécies freqüentes nas áreas amostradas. Atualmente, a análise TWINSPAN tem sido utilizada na determinação de grupos ecológicos, com base em dados florísticos, em diferentes situações de estágio de regeneração, hàbitats e classificações tipológicas. A discriminação desses grupos permite a inferência dos resultados frente a condições ambientais a que cada grupo está submentido. Gomes et al. (2008) utilizaram dados de densidade por espécies de uma área de Floresta Ombrófila Densa, localizada no município de São Francisco de Paulo, RS, para empregar a análise de TWINSPAN na determinação de grupos ecológicos. Foram diferenciados 3 grupos, sendo o grupo 1 identificado como floresta primária; o grupo 2, floresta de locais úmidos e o grupo 3, floresta secundária. Narvaes et al. (2008) testaram a ocorrência de grupos ecológicos em uma área localizada na Floresta Nacional de São Francisco de Paula (RS), no estágio de regeneração natural. Pelo método TWINSPAN constataram a existência de três grupos, cada um com suas peculiaridades florísticas, decorrentes das diferenças na posição topográfica. 1.5 Fitogeografia A fitossociologia, a fitogeografia e os estudos sobre sucessão ecológica fornecem informações importantes sobre comunidades florestais, podendo indicar quais espécies serão utilizadas e para qual propósito. Um dos muitos propósitos sugeridos é a recuperação de área degradada, por meio da revitalização da vegetação (Rodrigues & Gandolfi, 1998). Reproduzir o padrão 17 natural identificado nas comunidades significa aumentar as chances de sucesso na recuperação do ambiente (Silva, 2002). Um tipo de vegetação, em virtude das condições ambientais locais ou regionais, é determinado pela maneira como os indivíduos das diferentes espécies se arrajam no espaço e como as abundâncias se repartem entre as espécies presentes (Martins, 1990; Scudeller, 2002). Essa distribuição espacial das espécies é um indicativo de como elas estão ocupando e explorando o seu hábitat. Sendo assim, o conhecimento dos padrões de distribuição das mesmas pode contribuir para a compreensão das principais variáveis ambientais que estão determinando a estrutura da comunidade (Felfili, 1998; Lopes, 2007). Para Ivanauskas (2002), o clima de uma região, associado a outras variáveis, como a posição no relevo, o tipo de solo, a estrutura, a composição florística e o grau sucessional da floresta, pode ser um dos principais fatores determinantes da distribuição da vegetação regional, merecendo, assim, ser devidamente explorado. 1.6 Árvore de decisão Durante a aplicação do método de classificação, é necessária a utilização de técnicas de aprendizagem para a extração de informações, a partir de bases de dados. Devido ao fato de essas técnicas serem algorítmicas, é necessário o uso de algoritmos específicos que produzam a estrutura de representação dessas técnicas. Os algoritmos utilizados variam de acordo com a aplicação e o software utilizado na busca de conhecimentos, assim como a estrutura de representação. Dentre as técnicas de representação utilizadas para classificação, a de árvores de decisão é amplamente utilizada em algoritmos de classificação, pois são representações simples do conhecimento e um meio eficiente de 18 construir classificadores que predizem classes baseadas nos valores de atributos de um conjunto de dados (Garcia, 2000). As árvores de decisão consistem de nodos que representam os atributos; de arcos, provenientes destes nodos e que recebem os valores possíveis para estes atributos e de nodos folha, que representam as diferentes classes de um conjunto de treinamento (Ingargiola, 1996). Classificação, neste caso, é a construção de uma estrutura de árvore, que pode ser usada para classificar corretamente todos os objetos do conjunto de dados da entrada (Brazdil, 1999). Uma árvore de decisão tem a função de particionar recursivamente um conjunto de treinamento, até que cada subconjunto obtido deste particionamento contenha casos de uma única classe. Para atingir esta meta, a técnica de árvores de decisão examina e compara a distribuição de classes durante a construção da árvore. O resultado obtido após a construção de uma árvore de decisão são dados organizados de maneira compacta, que são utilizados para classificar novos casos (Brazdil, 1999). As árvores de decisão são construídas usando um algoritmo de partição recursiva. Este algoritmo constrói uma árvore por divisões recursivas binárias que começa no nó raiz e desce até os nós folhas. Têm-se dois fatores principais no algoritmo de partição: a forma para selecionar uma divisão para cada nó intermediário (Crescimento) e uma regra para determinar quando um nó é terminal (Poda). Em geral, o procedimento de uma árvore de decisão é o seguinte: apresenta-se um conjunto de dados ao nó inicial (ou nó raiz que também é um nó interno) da árvore; dependendo do resultado do teste lógico usado pelo nó, a árvore ramifica-se para um dos nós filhos e este procedimento é repetido até que um nó terminal é alcançado. A repetição deste procedimento caracteriza a recursividade da árvore de decisão. 19 No caso das árvores de decisão binária, cada nó intermediário divide-se exatamente em dois nós descendentes: o nó esquerdo e o nó direito. Quando os dados satisfazem o teste lógico do nó intermediário, seguem para o nó esquerdo e, quando não satisfazem, seguem para o nó direito. Logo, uma decisão é sempre interpretada como verdadeira ou falsa. Segundo Clarke & Bittencourt (2003), as árvores de decisão binárias consistem de variáveis, em dois subgrupos descendentes, que terminam em nodos associados às classes. O alto poder preditivo está correlacionado à árvore que apresentar um pequeno número de nós, tornando esta situação altamente desejável. A construção de uma árvore de decisão segue os seguintes passos (Gama, 2002): 1. escolher um atributo; 2. estender a árvore adicionando um ramo para cada valor do atributo; 3. passar os exemplos para as folhas (tendo em conta o valor do atributo escolhido); 4. para cada folha a. se todos os exemplos são da mesma classe, associar essa classe à folha; b. se não, repetir os passos 1 a 4. Estas árvores são treinadas de acordo com um conjunto de treino (exemplos previamente classificados) e, posteriormente, outros exemplos são classificados de acordo com essa mesma árvore. Para a construção dessas árvores são usados algoritmos, como ID3, ASSISTANT e C4.5, CART, Splus, Statistica e SPSS (Gama, 2002). A metodologia do modelo CART (Breiman et al., 1984) é tecnicamente conhecida como partição recursiva binária. O processo é binário porque os nós 20 pais são sempre divididos exatamente em dois nós filhos e recursivamente porque o processo pode ser repetido tratando cada nó filho como um nó pai. As principais características do CART são: definir o conjunto de regras para dividir cada nó da árvore, decidir quando a árvore está completa, associar cada nó terminal a uma classe ou a um valor preditivo, no caso da regressão. Gomide (2004) utilizou o método da árvore de decisão para promover a integração entre grupos de fragmentos inventariados ao longo da bacia do rio São Francisco e variáveis geoclimáticas a eles associadas, possibilitando a construção de um modelo fitogeográfico que caracterizou a influência dessas variáveis na distribuição geográfica das espécies. Figueiredo & Carvalho (2006) avaliaram a exatidão do mapeamento da cobertura da terra em Capixaba, estado do Acre, por meio da classificação digital de imagens de sensoriamento remoto, utilizando o algoritmo árvore de decisão. Os autores concluíram que a classificação digital de imagens da árvore de decisão demonstrou ser eficiente para o mapeamento da cobertura da terra, principalmente para as classes de floresta e água com exatidão superior a 94%, demonstrando que a técnica é eficiente para esta finalidade. 21 1.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, M. M.; LONGHI, S. J.; BRENA, D. A.; BARROS, P. L. C.; FRANCO, S. Análise de agrupamento da vegetação de um fragmento de floresta estacional decidual aluvial, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 14, n. 1, p. 133-147, 2004. ASSUNÇÃO, S. L.; FELFILI, J. M. Fitossociologia de um fragmento de cerrado sensu stricto na APA do Paranoá, DF, Brasil. Acta Botânica Brasílica, Porto Alegre, v. 18, p. 903-909, 2004. BERG, E. van den. Estudo florístico e fitossociologico de uma floresta ripária em Itutinga, MG, e a analise de correlações entre variáveis ambientais e a distribuição das espécies de porte arbóreo-arbustivo. 1995. 79 p. 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Os objetivos foraam: analisar a composição florística do componente arbóreo; determinar a formação de grupos florísticos de acordo com a similaridade de espécies existentes nos fragmentos; quantificar a diversidade e a equabilidade dos fragmentos por meio de índices e analisar o gradiente de diversidade dentro de cada grupo florístico, determinado pela similaridade. Utilizou-se amostragem sistemática com unidades amostrais de 1.000m² cada, em que a área amostral variou de 1 a 6 ha, conforme a área do fragmento. Foram mensurados a CAP e a altura total e coletado material botânico de todos os indivíduos com CAP maior ou igual a 15,7cm. Em toda a área foram amostrados 73.426 indivíduos, distribuídos em 79 famílias, 282 gêneros e 722 espécies. Com base no coeficiente de Sorensen, foram formados 6 grupos: grupo 1: J16, J20 e J110; grupo 2: J114, S111, SJ109, J108, J10, J14, M112 e P115; grupo 3: P119, M140, M134 e J135; grupo 4: M139; grupo 5: J96, J86, J13, P94, J11, J12, P95 e J21 e grupo 6: J120 e J15. A diversidade avaliada pelos índices de Shannon e Simpson foi máxima no fragmento J114. O fragmento de menor diversidade foi o J16, pelo índice de Shannon e o M134, pelo índice de Simpson. A equabilidade, avaliada pelo índice de Pielou, foi máxima no fragmento J114 e mínima em J16. A sequência da diversidade dentro dos grupos florísticos, determinada por meio do índice de Shannon, não apresentou nenhum relação com as 1 Comitê orientador: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Orientador); José Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-Orientador). 32 posições geográficas dos fragmentos e nem com características ambientais de onde os mesmos estão inseridos. Palavras-chave: composição florística, diversidade, equabilidade, similaridade. 33 ABSTRACT CORSINI, Christianne Riquetti. Analysis of floristic composition, diversity, similarity and structure of patches of native forests in the watersheds of the rivers Jequitinhonha, Pardo, Mucuri and São Mateus (MG). In ______ Phytogeography of forest patches for Northeastern Minas Gerais 2008, Chap. 2, 32-97 p. Dissertation (Master in Food Sciences) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.∗ In that study were sampled 26 patches of native forests distributed in four hydrographical basins situated in Northeastern region of Minas Gerais, with the following objectives: to study the floristic composition of the arboreal component; determine the formation of floristic groups according to the similarity of species existing in the patches; quantify the diversity and equability of the patches by means of indices; define a diversity gradient within each floristic group, determined by similarity. A systematic sampling with sample units of 1,000m² each was utilized, where the sample area ranged from 1 to 6 ha, according to the patch area. CAP and total height were measured and botanic material of all the individuals with CAP larger or equal to 15.7cm was collected. In all the area were sampled 73,426 individuals distributed in 79 families, 282 genera and 722 species. On the basis of Sorensen`s coefficient, six groups were formed: group 1: J16, J20 e J110; group 2: J114, S111, SJ109, J108, J10, J14, M112 e P115; group 3: P119, M140, M134 e J135; group 4: M139; group 5: J96, J86, J13, P94, J11, J12, P95 and J21 and group 6: J120 and J15. The diversity evaluated by Shannon`s and Simpson`s indices was maximum in patch J114. The fragment of least diversity was J 16, by Shannon`s index and M134, by Simpson`s index. The equability evaluated by Pielou`s index was maximum in patch J114 and least in J16. The sequence of diversity within the floristic groups, determined by means of Shannon`s index, presented no relationship with the geographic positions of the patches and neither with the environmental characteristics where they are inserted. Key words: Floristic composition, Diversity, Equability, Similarity. ∗ Guidance Committee: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Adviser); José Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-adviser). 34 1 INTRODUÇÃO O estado de Minas Gerais possui diversificadas formações vegetais, resultantes, provavelmente, da sua ampla variação nas condições geológicas, topográficas e climáticas (Mello-Barreto, 1942). Boa parte dessa biodiversidade está concentrada em fragmentos isolados de ambientes naturais (Viana & Pinheiro, 1998). O processo de fragmentação afeta a organização das comunidades naturais, especialmente porque reduz a área de vida das espécies e altera as condições climáticas locais (Bierregaard & Dale, 1996). Nesse contexto, levantamentos florísticos são de extrema importância para o conhecimento preliminar das formações vegetais, já que fornecem informações básicas e essenciais para a execução de estudos mais detalhados sobre a vegetação, sendo um ponto crucial no processo de preservação (Berg, 1995). O conhecimento florístico das formações florestais, associado a informações sobre sua estrutura e dinâmica, permite que sejam feitas inferências sobre manejo, estratégias de conservação da biodiversidade e recuperação de outras áreas degradadas (Rodrigues & Gandolfi, 1998). De acordo com Gomide (2004), a riqueza de espécies recorrentes é ponto primordial em planos de manejo ambiental, bem como em projetos de recuperação, garantindo uma margem confiável de informação, e permitindo extrapolar para regiões similares. Dessa forma, estabelecer um conjunto de espécies que se destacam pela sua plasticidade em diversos ambientes garante maior potencial de colonização e, conseqüentemente, de recomposição de ambientes desmatados. O estudo da similaridade entre fragmentos é outro fator importante, pois agrupa áreas floristicamente semelhantes e permite distinguir áreas que atuam como transição entre vegetações, de modo a facilitar uma analogia entre 35 composição florística e fatores ambientais e uma melhor compreensão dessas relações em análises que serão feitas a posteriori. Os objetivos deste capítulo foram: analisar a composição florística do componente arbóreo dos fragmentos florestais situados nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus, no estado de Minas Gerais; determinar a formação de grupos florísticos de acordo com a similaridade de espécies existente nos fragmentos florestais avaliados; analisar, por meio de índices, a diversidade e equabilidade em toda a área estudada e nos grupos florísticos formados; Analisar o gradiente de diversidade dentro de cada grupo florístico determinado pela similaridade. 36 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Descrição da área de estudo Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos por meio do Projeto Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais (Scolforo & Carvalho, 2006), parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Esse projeto, por intermédio do Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal (LEMAF) promoveu o inventário da flora nativa e reflorestamentos do estado de Minas Gerais, gerando um banco de dados que deu suporte para a caracterização da vegetação. A área selecionada para este estudo é de 9.882.500 ha e está localizada na região nordeste de Minas Gerais, sendo composta de quatro bacias hidrográficas: Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus (Figura 2.1). Nessas bacias foram amostrados 26 fragmentos florestais que estão identificados, neste trabalho, por meio de um código composto da inicial da bacia à qual pertence e de um número de identificação (Tabela 2.1). Esses fragmentos se situam em 21 municípios, e nas localidades de Olhos d’água, Salinas e Jequitinhonha foram amostrados dois fragmentos. 37 FIGURA 2.1 – Localização das bacias hidrográficas amostradas no estado de Minas Gerais. 38 TABELA 2.1 – Localização dos fragmentos amostrados. Bacia Munic ípio Propriedade Fr agmento Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Par do Par do Par do Par do Mucur i Mucur i Mucur i São Mateus Leme do Prado Jequitinhonha Jequitinhonha Olhos d'água Araçuaí Aricanduva Olhos d'água Itamarandiba Minas Novas Turmalina Salinas Jenipapo de Minas Salinas Fr uta de Leite Itacambir a Coronel Murta Jacinto São Gonçalo do Rio Preto Ninheira Indaiabira Montezuma Rio Pardo de Minas Teófilo Otoni Nanuque Águas Formosas Fr ei Gaspar Reser va Ecológica do Acauã Alegria do Morete Fazenda Porto Novo Fazenda Corredor Fazenda Vendinha Fazenda Fartur a Faz enda Vargem Grande Acesita Acesita Chapada das cabras Fazenda Contendas Fazenda Machado Fazenda Lagoa Grande Flor esta Minas Roberto Pequiris Fazenda Catarr ica Fazenda Altamir a Pousada Canto dos Águas Fazenda dos Irmãos Fazenda Malhado Grande Fazenda Perfil Fazenda Benedito Recando das Águas Fazenda Santa Eduarda Fazenda São José Sítio Bom Pra zer es J10 J108 J109 J11 J110 J114 J12 J13 J14 J15 J16 J20 J21 J86 J96 J120 J135 J139 P115 P119 P94 P95 M112 M134 M140 S111 A localização espacial dos fragmentos dentro das bacias, bem como a sua classificação fitofisionômica, pode ser visualizada na Figura 2.2 e a caracterização dos mesmos, na Tabela 2.2. Como se verifica na Figura 2.2, foram inventariados 3 fragmentos de Campo Cerrado, 3 fragmentos de Floresta Estacional Decidual, 9 fragmentos de Cerrado sensu stricto e 11 fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual. 39 FIGURA 2.2 – Classificação fitofisionômica dos fragmentos e sua localização dentro das bacias hidrográficas estudadas. A classificação fitofisionômica dos fragmentos foi obtida do Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais (Scolforo & Carvalho, 2006) e pode ser visualizado na Figura 2.3. Esta classificação foi realizada a partir de imagens de satélite em associação com outros dados, como base de dados contendo as curvas de nível de Minas Gerais, fornecida pela SEMAD, fotografias aéreas de diversas formações vegetais das áreas, informações provenientes de estudos realizados pelo Departamento de Ciências Florestais da UFLA e informações disponibilizadas pelos técnicos do IEF. 40 TABELA 2.2 – Caracterização dos fragmentos amostrados, ordenados em função da latitude ao longo de cada bacia. 40 Bacia Fragmento Pardo Pardo Pardo Pardo Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Mucuri Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Mucuri Mucuri Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha São Mateus P94 P115 P119 P95 J86 J108 J21 J16 J120 J109 J110 J96 J135 M140 J20 J10 J12 J14 J11 J13 M134 M112 J114 J139 J15 S111 Fitofisionomia Longitude predominante * CSS FES CSS CC CC FES CSS FED CSS CSS FED CSS FES FES FED CSS CSS CSS CSS CSS FES FES FES FES CC FES 42°21' 05" 41°34' 49" 42°09' 52" 42º29' 52" 42°17' 00" 41°38' 50" 42°07' 45" 42°15' 51" 42°17' 00" 41°13' 32" 42°06' 37" 43°16' 10" 40°21' 33" 40°50' 07" 42°12' 44" 42°45' 53" 43°46' 27" 42°22' 11" 43°47' 47" 42°46' 05" 40°26' 19" 41°26' 47" 42°31' 43" 43°23' 51" 42°49' 09" 41°04' 31" Latitude Área (ha) Altitude média (m) Precipitação média (mmm) Temperatura média (°C) Índice de umidade** Solo Predominante 15°06' 11" 15°24' 08" 15°28' 48" 15°35' 49" 15°59' 20" 16°07' 41" 16°08' 33" 16°14' 12" 16°36' 15" 16°38' 23" 16°54' 39" 16°55' 00" 16º08' 20" 17°01' 16" 17°07' 22" 17°09' 57" 17°17' 56" 17°19' 26" 17°20' 50" 17°44' 17" 17°44' 29" 17°44' 55" 17°52' 40" 17°59' 35" 17º24' 05" 18°04' 31 201,07 560,54 156,57 364,73 284,55 824,15 191,41 143,98 114,07 408,97 209,73 307,30 308,53 20,59 406,89 4922,10 111,90 931,93 87,67 488,26 311,05 78,86 118,02 180,19 1557,41 141,89 985 851 887 963 890 876 845 467 777 857 354 915 214 338 615 898 855 1003 876 944 220 571 873 825 823 538 867,11 859,90 429,95 907,38 949,57 891,26 912,61 906,11 920,81 932,10 876,21 1081,06 838,77 905,00 959,75 1053,97 1187,21 1034,71 1186,57 1089,40 945,76 1042,16 1100,89 1236,24 1076,93 1050,73 21,89 22,14 21,84 22,28 21,77 22,29 22,66 23,80 23,79 22,17 24,38 20,50 25,64 24,73 23,43 21,59 20,91 21,75 20,89 20,38 25,52 23,12 20,72 20,16 21,74 23,25 C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco D-Semi-árido C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco C2-Subúmido C1-Subúmido seco C2-Subúmido C2-Subúmido C1-Subúmido seco C2-Subúmido C2-Subúmido B1-Úmido C1-Subúmido seco C1-Subúmido seco Latossolo Cambissolo Latossolo Cambissolo Cambissolo Latossolo Cambissolo Nitossolo Latossolo Latossolo Argissolo Cambissolo Argissolo Latossolo Argissolo Cambissolo Latossolo Argissolo Latossolo Latossolo Latossolo Latossolo Latossolo Cambissolo Cambissolo Latossolo Altitude média, precipitação média, temperatura média, regime hídrico e classificação dos solos nas bacias foram obtidos da classificação feita pelo Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais (Carvalho & Scolforo, 2007); * CSS: Cerrado sensu stricto; CC: Campo cerrado; FES: Floresta Estacional Semidecidual; FED: Floresta Estacional Decidual; ** D: índice de umidade de Thornthwaite, variando de -40 a -20; C1: índice de umidade de Thornthwaite variando de -20 a 0; C2: índices de umidade de Thornthwaite variando de 0 a 20 e B1: índices de umidade de Thornthwaite variando de 20 a 40. 2.2 Procedimento de amostragem O procedimento de amostragem empregado constituiu-se de dois estágios: o primeiro abordou o número de fragmentos e o segundo consistiu na definição do grupo de parcelas lançadas em cada um dos fragmentos. Assim, foram selecionados 26 fragmentos (estágio 1) e, dentro desses, utilizando-se o procedimento de amostragem sistemática, lançaram-se parcelas de 10 x 100 metros (estágio 2), com controle a cada 10 metros. As unidades amostrais do primeiro estágio foram distribuídas de forma proporcional à área com vegetação existente nas bacias hidrográficas. Em seguida, houve outra proporcionalização, em função das áreas ocupadas pelas fitofisionomias em relação à área com vegetação existente na bacia. O número de parcelas lançadas em cada fragmento foi relativo ao seu tamanho, em que a intensidade amostral foi de uma parcela a cada 15 ha. Já a distribuição sistemática dessas parcelas no fragmento foi feita de maneira que os transectos fossem perpendiculares uns aos outros e que a distância (D) entre as parcelas fosse constante. A fórmula usada para obter D foi: D= A×10000 N em que: A: área do fragmento (ha) N: número de parcelas O número de parcelas lançadas em cada fragmento e o esforço amostral alcançado encontram-se na Tabela 2.3. 42 TABELA 2.3 – Informações a respeito dos fragmentos e da amostragem a que foram submetidas, ordenadas de forma decrescente, em função da área do fragmento. Área do fragmento (ha) Número de parcelas 60 52 60000 52000 6,0 5,2 0,12 0,33 J14 J108 4922,10 1557,41 931,93 824,15 39 50 39000 50000 3,9 5,0 0,42 0,61 Ninheira Itamarandiba Jequitinhonha Jenipapo de Minas Rio Pardo de Minas Nanuque P115 J13 J109 J20 P95 M134 560,54 488,26 408,97 406,89 364,73 311,05 10 36 20 15 20 10 10000 36000 20000 15000 20000 10000 1,0 3,6 2,0 1,5 2,0 1,0 0,18 0,74 0,49 0,37 0,55 0,32 Jacinto Itacambira Fruta de Leite Araçuaí Montezuma J135 J96 J86 J110 P94 308,53 307,30 10000 22000 30000 16000 14000 1,0 2,2 3,0 1,6 1,4 0,32 0,72 1,05 0,76 0,70 Salinas São Gonçalo do Rio Preto Indaiabira Salinas Frei Gaspar Aricanduva J21 J139 P119 J16 S111 J114 201,07 191,41 180,19 156,57 143,98 141,89 118,02 10 22 30 16 14 15 15 15 20 10 13 15000 15000 15000 20000 10000 13000 1,5 1,5 1,5 2,0 1,0 1,3 0,78 0,83 0,96 1,39 0,70 1,10 Coronel Murta Olhos d'água J120 J12 114,07 111,90 10 21 10000 21000 1,0 2,1 0,88 1,88 Olhos d'água Teófilo Otoni Águas Formosas J11 M112 M140 87,67 78,86 20,59 25 10 10 25000 10000 10000 2,5 1,0 1,0 2,85 1,27 4,86 13432,39 568,00 568000,00 56,80 0,42 Município Fragmento Leme do Prado Turmalina J10 J15 Minas Novas Jequitinhonha Total 284,55 209,73 Área amostral Área amostral (m²) (ha) Área amostral (%) No campo, fez-se um caminhamento em torno de cada fragmento para delimitar o seu perímetro com auxílio do GPS e, também, validar a classificação fitofisionômica com base nas imagens. Depois, alocaram-se as parcelas utilizando-se como referência uma prévia distribuição das mesmas feita em computador, seguindo as distâncias entre parcelas e transectos anteriormente calculadas. Para demarcar as parcelas, utilizaram-se cruzetas, bússolas ou nível de engenheiro. Em cada vértice fixou-se um piquete de madeira, tendo dois deles, do mesmo lado da parcela, sido georreferenciados. 43 2.3 Coleta de dados Em cada parcela foram mensurados o CAP (cm) e a altura total (m) de todos os indivíduos, utilizando-se a fita métrica e vara telescópica, respectivamente. Mediram-se todas as árvores com CAP igual ou superior a 15,7 cm. Nos casos em que havia ramificações, se pelo menos uma delas tivesse dentro do critério de inclusão, todos os fustes eram medidos. Todos os indivíduos mensurados foram marcados com plaquetas de alumínio fixadas no fuste à altura de 1,30cm do solo, informando sobre o número da parcelas e o número da árvore. Essas informações permitiram o controlar as árvores no momento da coleta de material botânico e, também, possibilitam a realização de futuras remedições nas parcelas. Para a identificação das espécies amostradas, foi coletado material botânico de todos os indivíduos que não foram identificados no campo. Esse material (ramos com folhas e, quando possível, flores e frutos) foi etiquetado com fita adesiva contendo informações sobre a parcela e o indivíduo do qual se originava. As exsicatas produzidas foram posteriormente encaminhadas ao Herbário Central da Universidade Federal de Lavras, onde foram identificadas por especialistas, que usaram como referência Angiosperm Phylogeny Group (Judd et al., 1999). 2.4 Definição dos grupos florísticos Para estratificar a vegetação em relação ao padrão florístico predominante, agruparam-se os fragmentos utilizando-se como critério a similaridade de espécies existente entre eles. De acordo com Kent & Coker (1992), uma das formas de se avaliar a similaridade entre formações vegetais é pelas medidas quantitativas que se basearam na presença/ausência das espécies. 44 Dessa forma, para compreender o comportamento da similaridade nas bacias estudadas, confeccionou-se uma matriz binária (M) com dados florísticos de cada fragmento, como pode ser visto a seguir: M= E1 E2 Fa p p Fb p p FN p p En p p p em que: E - espécie amostrada no inventário; F - fragmento inventariado no estudo; 1,2 e n - número de espécies no levantamento florístico; a, b e N - número de fragmentos inventariados; p - valor binário (0 ou 1), indicando a presença (1) ou a ausência (0) da espécie no fragmento inventariado; A partir dessa matriz empregaram-se dois coeficientes de similaridade que foram utilizados no agrupamento dos fragmentos. Esses coeficientes permitiram a comparação da semelhança de espécies entre as áreas avaliadas. 2.4.1 Coeficiente de Sörensen (SO) – para calcular esse coeficiente, utiliza-se a seguinte expressão: S= 45 2c a+b em que: a - número de espécies do fragmento A; b - número de espécies do fragmento B; c - número de espécies comuns. 2.4.2 Jaccard (J) – para calcular esse coeficiente, é utilizada a seguinte expressão: J= c a+b−c em que: a, b e c - definidos anteriormente. Os valores encontrados para Sorensen e Jaccard situam-se entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior a similaridade fkirística entre fragmentos. Após definir a medida de similaridade a ser utilizada, a etapa seguinte é a adoção de uma técnica de agrupamento para a formação dos grupos. Para isso, utilizou-se o algoritmo de médias ponderadas (Unweighted Pair-Groups Method Average, UPGMA) como medida de ligação entre os fragmentos. Esse método é classificado como análise de agrupamento hierárquico (cluster) tipo aglomerativo, em que os fragmentos são ligados por meio da distância média existente entre eles, sendo que quanto menor essa distância maior a similaridade. Dessa forma, num primeiro momento, os coeficientes empregados foram transformados em distância euclidiana quadrática, que nada mais é que a determinação da distância entre dois fragmentos, por meio da expressão: DE = p j =1 (x − xi 'j ) 2 ij 46 em que: DE: distância euclidiana quadrática xij: j-ésimo valor do coeficiente no i-ésimo fragmento; xi’j: j-ésimo valor do coeficiente no i’-ésimo fragmento. O resultado desses procedimentos é representado na forma de um gráfico tipo dendrograma. Segundo Sneath & Sokal (1973), neste gráfico, cada valor no eixo das abscissas (x) expressa a relação de similaridade a partir das porcentagens de informação pretendida. A análise de agrupamento foi realizada por meio do programa PC-ORD versão 4.14 (Mccune & Mefford, 1999). O coeficiente de Sorensen, geralmente, é preferível ao de Jaccard por dar maior peso às espécies que ocorrem em mais de uma amostra, ou seja, espécies que são comuns nos fragmentos (Kent & Coker, 1992). A comparação entre os resultados obtidos pelos coeficientes de Sorensen e Jaccard propiciou uma análise relativa entre os grupos formados quando se priorizam as espécies comuns (Sorensen) e quando a união dos fragmentos ocorreu sem esta prerrogativa (Jaccard). Contudo, o coeficiente de Sorensen foi escolhido para a determinação dos grupos que irão ser abordados nas discussões posteriores deste capítulo, por ser mais adequado ao propósito deste estudo que visa a determinação de padrões florísticos similares, ajudando na compreensão da distribuição espacial dos fragmentos ao longo da área. 2.5 Análise da diversidade e equabilidade entre os fragmentos Medidas de abundância e de distribuição das espécies são essenciais quando se objetiva conhecer a estrutura da vegetação e construir uma base teórica que subsidie seu manejo, conservação ou recuperação de áreas similares (Vilela et al., 1993). 47 Neste estudo, os índices de equabilidade e diversidade tiveram por finalidade a análise da variação das espécies dentro de toda área estudada e dos grupos florísticos definidos quanto à similaridade, com vistas a uma melhor compreensão da distribuição das espécies presentes nas bacias estudadas. Para a quantificação da diversidade utilizaram-se os índices de Simpson (Poole, 1974) e Shannon-Wiener (Ludwig & Reynolds, 1988). No intuito de analisar a distribuição dos indivíduos entre as espécies, empregou-se o Índice de Equabilidade de Pielou (J’). As análises foram realizadas por meio do software SISNAT (Scolforo et al., 2003). 2.5.1 Índice de Simpson (S’) - fornece a probabilidade de se coletar 2 indivíduos aleatoriamente de uma comunidade e ambos pertencerem a espécies diferentes (Matins & Santos, 1999). Seu valor pode ser encontrado pela expressão: S '= n i =1 ni (ni −1) (N(N −1)) em que: ni - número de indivíduos amostrados para a i-ésima espécie; N - número total de indivíduos amostrados. O valor calculado de S’ situa-se entre 0 e 1, e os valores próximos de 1 indicam menor diversidade. 2.5.2 Índice de Shannon-Wiener (H’) - busca medir o grau de incerteza na predição correta da espécie a que pertence o próximo indivíduo coletado em uma amostragem sucessiva (Martins & Santos, 1999). Este índice é calculado conforme a seguir: 48 H '= − S i =1 ni n ln i N N em que: Ln - logaritmo neperiano; ni e N - definidos anteriormente. Quanto maior o valor de H’, maior a diversidade florística da área em estudo. 2.5.3 Índice de eqüabilidade de Pielou (J’) - é derivado do índice de diversidade de Shannon-Wiener e permite representar a uniformidade da distribuição dos indivíduos entre as espécies existentes (Pielou, 1966). Seu valor apresenta uma amplitude de 0 (uniformidade mínima) a 1 (uniformidade máxima) e é calculado conforme a expressão a seguir: J '= H' H max sendo H max = ln(S ) em que: S - número total de espécies amostradas no fragmento; H’ - índice de diversidade de Shannon. 2.6 Gradiente de diversidade Para definir um gradiente de diversidade nas bacias estudadas, elaborouse um ranking de valores para os índices de Simpson e Shannon-Wiener, de forma a classificar os fragmentos dentro de cada grupo florístico formado pela aplicação dos coeficientes de similaridade. Depois de ordenados, os fragmentos tiveram suas classificações comparadas a fim de verificar possíveis diferenças quanto à ordenação dos mesmos frente aos índices de diversidade empregados. 49 Para a verificação estatística das diferenças entre os índices aplicou-se um teste paramétrico proposto por Hutcheson (1970), em que as amostras são comparadas duas a duas e, para cada combinação, é testada a condição de igualdade baseada na variância de cada fragmento. A análise por meio do teste de Hutcheson segue os passos a seguir: i. Hipótese testada H 0 : H1' = H 2' H 1 : H 1' ≠ H 2' em que: H 1' - índice de diversidade do fragmento A; H 2' - índice de diversidade do fragmento B. ii. Variância de H’ para cada fragmento ( σH ') σH '= ni ni . ln . N N 2 − ni ni . ln . N N N 2 + em que: N, S, ni e ln – já foram definidos anteriormente. iii. Grau de liberdade (GL) para o t tabelado GL = [ [ H1 ' + H2 ' ]2 H1 ' ]2 + [ H 2 ']2 N1 N2 50 S −1 2N 2 iv. Valor de tcalculado H1 ' −H 2 ' t calculado = v. H1 ' + H2 ' Condição se t calculado ≥ t tabelado ; rejeita H0 se t calculado < t tabelado ; aceita H0 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Análise da composição florística das bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus Foram catalogados 73.426 indivíduos, distribuídos em 79 famílias, 282 gêneros e 722 espécies. A lista com todas as informações sobre o levantamento florístico encontra-se no Anexo 1A. Na Tabela 2.4 estão as informações gerais da composição florística nas bacias discriminadas por fitofisionomia. TABELA 2.4 – Informações do levantamento florístico para as bacias hidrográficas estudadas. Bacia Jequitinhonha Pardo Mucuri São Mateus Fitofisionomia FES FED CSS CC FES CSS CC FES FES Número de fragmentos 4 3 9 2 1 2 1 3 1 Número de Número de Número de Número de indivíduos espécies gêneros famílias 14.012 426 203 72 5.811 83 66 34 40.257 349 162 64 3.976 110 79 45 1.746 45 37 24 3.478 124 84 41 405 28 27 17 2.859 170 118 50 882 66 55 28 51 As informações obtidas do levantamento florístico em relação aos fragmentos inventariados estão listadas na Tabela 2.5. Observa-se que o fragmento que apresentou maior número de famílias e de gêneros foi o J114; já o fragmento com maior riqueza de espécies foi o J108, ambos classificados como Floresta Estacional Semidecidual. Por outro lado, o fragmento P95 (Campo cerrado) teve a menor diversidade da área. As famílias que ocorreram na área estudada, em ordem decrescente de número de espécies, foram: Myrtaceae (63), Fabaceae Faboideae (58), Euphorbiaceae (35), Lauraceae (34), Fabaceae Mimosoideae (34), Fabaceae Caesalpinioideae (32), Rubiaceae (28), Annonaceae (20), Bignoniaceae (20), Apocynaceae (19), Sapindaceae (18), Rutaceae (15), Asteraceae (15), Clusiaceae (14), Malvaceae (14), Meliaceae (14), Vochysiaceae (14), Sapotaceae (14), Melastomataceae (13), Salicaceae (12), Chrysobalanaceae (11), Combretaceae (11), Boraginaceae (10), Anacardiaceae (10), Myrsinaceae (9), Malpighiaceae (8), Celastraceae (8), Moraceae (8), Nyctaginaceae (8), Arecaceae (7), Erythroxylaceae (7), Olacaceae (7), Araliaceae (6), Burseraceae (6), Ebenaceae (6), Ochnaceae (6), Styracaceae (6), Urticaceae (6), Verbenaceae (6), Siparunaceae (5), Symplocaceae (4), Aquifoliaceae (4), Cactaceae (4), Connaraceae (4), Polygonaceae (4), Solanaceae (4), Elaeocarpaceae (3), Icacinaceae (3), Lacistemataceae (3), Lecythidaceae (3), Loganiaceae (3), Monimiaceae (3), Simaroubaceae (3), Brassicaceae (2), Caryocaraceae (2), Olacineae (2), Lamiaceae (2), Lythraceae (2), Memecylaceae (2), Opiliaceae (2), Piperaceae (2), Proteaceae (2), Rhamnaceae (2), Rosaceae (2), Sabiaceae (2), Theaceae (2), Thymelaeaceae (2), Canellaceae (1), Cannabaceae (1), Clethraceae (1), Dilleniaceae (1), Magnoliaceae (1), Myrcinaceae (1), Myristicaceae (1), Oleaceae (1), Pentaphyllacaceae (1), Phyllanthaceae (1), Phytolaccaceae (1) e Ulmaceae (1). 52 TABELA 2.5 – Informações do levantamento florístico para todos os fragmentos, organizados em ordem decrescente de número de famílias Fragmentos J114 J139 J10 J109 J15 M112 J96 J11 J108 P119 J13 J12 M134 S111 J14 J135 J120 P115 J110 P94 J20 J86 M140 J16 J21 P95 Número de famílias Número de gêneros Número de espécies Número de indivíduos 58 52 51 44 43 39 36 35 34 33 33 31 30 28 27 26 25 24 22 21 21 21 20 18 18 17 139 100 92 76 73 81 47 53 72 63 49 55 50 55 46 41 41 37 29 38 33 31 30 34 30 27 204 142 140 104 103 98 57 72 221 86 55 70 68 66 56 46 47 45 32 45 34 33 32 38 37 28 2308 1979 16276 2830 2591 1051 1420 3709 9104 2251 3480 3403 1051 882 4078 621 3657 1746 1264 1227 1384 1385 757 3163 1404 405 De acordo com estes resultados, as famílias Myrtaceae, Fabaceae Faboideae, Euphorbiaceae, Lauraceae, Fabaceae Mimosoideae, Fabaceae Caesalpinioideae, Rubiaceae, Annonaceae, Bignoniaceae, Apocynaceae e Sapindaceae somaram 361 espécies, o que representa 50% do total identificado, determinando a importância dessas famílias na caracterização florística das bacias. A família Fabaceae Faboideae se destacou pela ocorrência da espécie Dalbergia miscolobium Benth., que teve a maior representatividade dentro da área estudada, com 2.288 indivíduos, equivalendo a 3,12% do total de indivíduos amostrados no levantamento. 53 Gomide (2004) estudou a composição florística de 20 fragmentos de mata ciliar situados na bacia do rio São Francisco, em Minas Gerais. Neste estudo foram encontradas 70 famílias, 221 gêneros e 397 espécies. As famílias mais importantes, em função da riqueza de espécies, foram Fabaceae Mimosoideae, Fabaceae Caesalpinioideae, Fabaceae Faboideae e Myrtaceae. Esse resultado foi semelhante ao encontrado neste trabalho, mostrando que essas famílias são comumente encontradas em levantamentos florísticos. Ao analisar a composição de espécies, verificou-se que 36.714 indivíduos, ou seja, 50% em relação ao total encontrado pertencem às espécies: Dalbergia miscolobium Benth. (2288), Machaerium dimorphandrum Hoehne (1797), Ocotea pulchella Mart. (1592), Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. (1534), Combretum leprosum Mart. (1410), Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg. (1405), Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. (1393), Qualea grandiflora Mart. (1362), Prunus myrtifolia (L.) Urb. (1265), Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. (1179), Licania apetala (E.Mey.) Fritsch (1120), Caryocar brasiliense Cambess. (1047), Myrcia guianensis (Aubl.) DC. (1023), Bowdichia virgilioides Kunth (1021), Rourea induta Planch. (980), Plathymenia reticulata Benth. (933), Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. (902), Myracrodruon urundeuva Allemão (891), Machaerium brasiliense Vogel (888), Copaifera langsdorffii Desf. (846), Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard (821), Byrsonima coccolobifolia Kunth (752), Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. (738), Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil. (728), Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. (724), Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira (709), Swartzia peremarginata R.S.Cowan (705), Myrcia splendens (Sw.) DC. (696), Eugenia dysenterica DC. (666), Qualea parviflora Mart. (638), Licania kunthiana Hook.f. (633), Metrodorea mollis Taubert (617), Mabea fistulifera Mart. (601), Guapira opposita (Vell.) Reitz (592), Hymenaea stignocarpa Mart. 54 ex Hayne (565), Maprounea guianensis Aubl. (558), Cinnamomum triplinerve (Ruiz & Pav.) Kosterm. (548) e Astronium graveolens Jacq. (547). Estas espécies representaram cerca de 5% do número total que foi identificado. Este resultado permite inferir que ocorre dominância ecológica entre as populações amostradas nas bacias, uma vez que grande parte dos indivíduos se concentra em um número pequeno de espécies. Em contrapartida, 113 espécies tiveram apenas um representante amostrado, podendo ser consideradas raras na área estudada (Anexo 2A) Analisando a recorrência das espécies ao longo dos ambientes das bacias, na Tabela 2.6 são mostradas as espécies que foram encontradas em, pelo menos, 9 fragmentos. A espécie Roupala montana Aubl. foi a mais generalista, ocorrendo em 18 fragmentos, perfazendo, então, 69% dos ambientes amostrados. Na seqüência, as espécies Copaifera langsdorffii Desf., Bowdichia virgilioides Kunth, Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng., Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. e Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. também se mostraram altamente recorrentes, sendo encontradas em, pelo menos, 13 fragmentos, ou seja, 50% dos ambientes. Outras 26 espécies tiveram ocorrência variando de 9 a 12 fragmentos. Dessa forma, as espécies listadas na Tabela 2.6 formaram um padrão florístico comum para toda a área estudada. 55 TABELA 2.6 – Relação das espécies mais recorrentes nos fragmentos amostrados, com o número de indivíduos em que ocorreram em cada fragmento, ordenadas de forma decrescente conforme o número de locais de ocorrência. Es pécie 55 R oupala montana Aubl. Copaifera langsdorffii Desf. B owdichia virgilioides Kunth A stronium fraxinifolium Schott ex Spreng. Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. Plathymenia reticulata Benth. A spidosperma tomentosum Mart. Lafoensia pacari A.St.-Hil. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Machaerium opacum Vogel Dalbergia miscolobium Benth. Caryocar brasiliense Cambess. E ugenia dysenterica DC. Qualea parviflora Mart. Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne Diospyros hispida A.DC. E nterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. E remanthus erythropappus (DC.) MacLeish Qualea grandiflora Mart. Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Machaerium brasiliense Vogel Melanoxylon brauna Schott Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin Myrcia guianensis (Aubl.) DC. B yrsonima coccolobifolia Kunth Myrcia splendens (Sw.) DC. Guapira opposita (Vell.) Reitz Pouteria torta (Mart.) Radlk. Tapirira guianensis Aubl. A cosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev Ouratea hexasperma (A.St.-Hil.) Baill. J10 J108 J1 09 J110 S111 J114 P119 J120 20 3 8 2 2 5 3 104 87 109 52 59 16 11 11 1 142 12 19 6 1 1 35 8 3 8 6 2 396 1 1 551 131 1 45 2 28 1 10 1 7 44 3 10 37 108 1 2 157 144 1 8 6 19 268 10 96 5 1 1 3 25 7 2 6 2 7 89 2 17 12 33 64 21 4 7 15 3 76 28 19 2 2 88 12 8 4 04 295 251 351 494 154 6 23 89 11 47 2 1 7 2 62 48 91 112 141 17 1 17 39 60 3 6 137 106 103 61 61 65 113 1 6 25 163 96 4 30 6 7 102 14 3 20 3 3 11 1 105 55 72 27 2 60 109 6 3 3 28 66 3 147 56 64 2 152 493 3 55 86 83 6 1 1 54 1 65 42 7 8 76 2 2 317 10 3 2 30 31 36 19 18 2 8 7 222 208 1 10 5 2 50 17 15 3 3 14 14 32 0 11 1 2 3 13 12 29 1 5 42 6 1 12 12 2 28 8 12 12 33 1 265 36 3 6 9 14 11 11 11 11 3 170 11 1 6 48 34 216 1 4 57 92 1 65 1 12 11 28 9 40 18 4 11 11 57 8 18 25 11 10 8 6 2 13 20 10 10 25 32 5 4 9 9 6 1 1 27 99 127 2 43 7 19 3 5 333 35 5 43 61 4 Número de fragmento s 12 84 42 36 3 8 10 7 7 10 28 89 8 21 9 9 94 9 10 10 9 9 1 64 7 52 3 305 36 J2 1 P94 P95 66 234 1 49 1 24 1 18 3 75 6 2 6 8 6 7 1 6 422 20 23 152 102 187 2 31 56 J16 1 10 26 17 13 2 20 46 153 328 19 85 55 277 90 30 4 1 6 5 5 7 283 75 329 102 111 137 16 3 68 1 1 36 3 1 1 15 2 1 226 2 11 1 16 40 2 95 69 1 42 39 21 19 82 J 13 J1 35 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J13 9 J14 J15 20 5 9 9 Estas 32 espécies representam apenas 4,43% do total de espécies, ocorrendo em menos de 50% dos fragmentos (34,62%) envolvidos no estudo. Esta informação mostra que a maioria das espécies está distribuída de forma concentrada, ou nos seus fragmentos de ocorrência, ou dentro de um grupo de fragmentos que formam um determinado padrão fitofisionômico. O comportamento das espécies frente ao número de indivíduos aliada à classificação da fitofisionomia predominante permitiu determinar o padrão fisionômico presente nos fragmentos de forma mais precisa e, ainda, estabelecer uma ligação entre eles, em função do número de espécies recorrentes. 3.1.1 Floresta Estacional Semidecidual Em relação às Florestas Estacionais Semideciduais, foram encontradas 76 famílias, 236 gêneros e 511 espécies. As espécies mais importantes nesta fitofisionomia em relação ao número de indivíduos, sua distribuição nos fragmentos e o número de locais em que elas ocorrem encontram-se na Tabela 2.7. As 31 espécies listadas corresponderam a 50,5% de um total de 19.499 indivíduos amostrados nessa fitofisionomia. As famílias mais importantes nesta fitofisionomia, em número de espécies, foram: Fabaceae Faboideae (41), Myrtaceae (40), Lauraceae (28), Euphorbiaceae (25), Fabaceae Caesalpinioideae (24), Fabaceae Mimosoideae (24), Rubiaceae (21), Sapindaceae (16), Bignoniaceae (15), Rutaceae (14), Annonaceae (13), Apocynaceae (13) e Meliaceae (13). Estas famílias somaram 287 espécies, o que equivale a 56,17% do total. 57 TABELA 2.7 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos. Espécie Licania apetala (E.Mey.) Fritsch Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. Astronium graveolens Jacq. Myrcia splendens (Sw.) DC. Guapira opposita (Vell.) Reitz Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. Metrodorea mollis Taubert Maprounea guianensis Aubl. Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Mabea fistulifera Mart. Machaerium brasiliense Vogel Byrsonima laxiflora Griseb. Cordia sellowiana Cham. Lithraea molleoides (Vell.) Engl. Cinnamomum triplinerve (Ruiz & Pav.) Kosterm. Ocotea lancifolia (Schott) Mez Tovomitopsis saldanhae Engl. Rollinia laurifolia Schltdl. Tapirira guianensis Aubl. Guapira hirsuta (Choisy) Lundell Copaifera langsdorffii Desf. Pterocarpus rohrii Vahl Swartzia peremarginata R.S.Cowan Micropholis venulosa (Mart. & Eichler) Pierre Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. Melanoxylon brauna Schott Bowdichia virgilioides Kunth Amaioua guianensis Aubl. Pogonophora schomburgkiana Miers Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Diospyros hispida A.DC. Família J108 Chrysobalanaceae 1111 Salicaceae 396 Anacardiaceae 446 Myrtaceae 351 Nyctaginaceae 494 Anacardiaceae Rutaceae Euphorbiaceae 40 Myrtaceae 295 Euphorbiaceae 24 Fabaceae Faboideae 268 Malpighiaceae 1 Boraginaceae 248 Anacardiaceae Lauraceae 282 Lauraceae 244 Clusiaceae 238 Annonaceae 143 Anacardiaceae 89 Nyctaginaceae 215 Fabaceae Caesalpinioideae 87 Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae 189 Sapotaceae 186 Fabaceae Faboideae 24 Fabaceae Caesalpinioideae 96 Fabaceae Faboideae 109 Rubiaceae 120 Euphorbiaceae Fabaceae Faboideae Ebenaceae 144 S111 J114 J135 M140 M112 P115 M134 J139 23 131 65 42 75 35 242 1 49 1 1 2 1 28 1 16 16 3 11 69 23 12 422 16 5 47 3 36 3 6 21 1 43 4 286 5 7 3 89 5 85 6 7 2 19 55 1 190 11 4 6 1 2 9 10 1 42 59 19 379 310 43 2 27 2 1 11 11 8 124 25 1 6 2 4 4 34 212 8 16 2 11 47 2 5 98 1 24 6 38 55 14 95 1 Número de indivíduos 1112 621 544 527 502 470 400 352 339 329 315 301 293 288 282 244 238 236 234 216 207 201 197 186 185 183 177 168 168 168 164 Número de fragmentos 2 5 2 5 4 6 2 3 3 5 5 5 6 2 1 1 1 6 5 2 6 2 2 1 7 9 5 6 4 3 3 * Os valores destacados em negrito correspondem às espécies que apresentaram maior número de indivíduos dentro de cada fragmento. De acordo com os dados da Tabela 2.7, os fragmentos J108, S111, J114, M140, P115, M134 e J139 caracterizam a Floresta Estacional Semidecidual de forma mais significativa, uma vez que as espécies com maior número de representantes nesses fragmentos também aparecem entre as mais abundantes nesta fitofisionomia. Por outro lado, nos fragmentos J135 e M112, as espécies que mais ocorreram foram Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch.(77) e Allophylus petiolulatus Radlk. (80), que não figuraram na tabela anterior, demonstrando que a composição florística nestes fragmentos não condiz com o padrão determinado pelos demais fragmentos dessa fitofisionomia. Analisando o comportamento das espécies em relação ao número de indivíduos, a espécie Licania apetala (E.Mey.) Fritsch foi a mais abundante. Entretanto, essa espécie apareceu em apenas 2 fragmentos e de forma mais 58 expressiva no fragmento J108, não podendo ser relacionada com o padrão florístico que predomina na fitofisionomia. Dessa forma, correlacionando número de indivíduos e freqüência de ocorrência entre os fragmentos, as seguintes espécies listadas na Tabela 2.7 podem ser destacadas: Mabea fistulifera Mart., Byrsonima laxiflora Griseb., Cordia sellowiana Cham., Rollinia laurifolia Schltdl., Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. e Amaioua guianensis Aubl. Estas espécies ocorreram em pelo menos cinco fragmentos, ou seja, 66,67%, comprovando a importância das mesmas no padrão florístico predominante. Já as espécies Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb., Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng., Machaerium brasiliense Vogel, Tapirira guianensis Aubl., Copaifera langsdorffii Desf., Myrcia splendens (Sw.) DC., Melanoxylon brauna Schott e Bowdichia virgilioides Kunth, que também ocorreram em mais de 5 fragmentos, não foram consideradas na caracterização das Floresta Estacionais Semideciduais estudadas, uma vez que as demais espécies citadas foram consideradas generalistas em todos os fragmentos, formando um padrão global das bacias estudadas (Tabela 2.6). Das 511 espécies encontradas nos fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, 239 foram exclusivas desta fitofisionomia. Entre elas destacaramse as espécies Cordia sellowiana Cham. e Pterocarpus rohrii Vahl., que figuraram entre as mais abundantes nesses fragmentos. Considerando a plasticidade das espécies que apareceram exclusivamente nessa fitofisionomia, pode-se observar, por meio da Tabela 2.8, que cinco espécies tiveram uma recorrência expressiva entre os fragmentos, podendo se consideradas determinantes na discriminação das Florestas Estacionais Semideciduais em relação às demais fitofisionomias analisadas. 59 TABELA 2.8 – Espécies mais recorrentes entre os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, considerando as espécies exclusivas desta fitofisionomia. Espécie Família Cordia sellowiana Cham. Brosimum guianense (Aubl.) Huber Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Alseis floribunda Schott Boraginaceae Moraceae Elaeocarpaceae Lecythidaceae Rubiaceae J108 S111 J114 J135 M140 M112 P115 M134 J139 248 1 1 16 8 5 9 6 1 5 21 24 12 9 1 1 17 5 Número de indivíduos Número de fragmentos 293 25 9 24 51 6 5 4 4 4 4 1 1 1 5 Com base nos dados da Tabela 2.8, conclui-se que a espécie Cordia sellowiana Cham. foi a mais importante na caracterização das Florestas Estacionais Semideciduais estudadas, uma vez que ocorreu em 66,67% dos fragmentos, além de ter sido expressiva quanto ao número de indivíduos. 3.1.2 Floresta Estacional Decidual Nas Florestas Estacionais Deciduais foram catalogados 5.811 indivíduos, distribuídos em 34 famílias, 66 gêneros e 83 espécies. As espécies que apresentaram maior número de indivíduos estão listadas na Tabela 2.9. Elas representaram 52,57% do total de indivíduos registrados nesta fitofisionomia. TABELA 2.9 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Floresta Estacional Decidual, ordenados de forma decrescente quanto ao número de indivíduos. Espécie Família J110 J20 J16 Combretum leprosum Mart. Myracrodruon urundeuva Allemão Machaerium acutifolium Vogel Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi Combretaceae Anacardiaceae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae 244 146 53 42 110 300 242 1166 588 109 55 Número de indivíduos 1410 844 462 339 Número de fragmentos 2 3 3 3 * Os valores destacados em negrito correspondem às espécies que apresentaram maior número de indivíduos dentro de cada fragmento. As famílias que apresentaram maior número de espécies foram: Fabaceae Faboideae (13), Fabaceae Mimosoideae (9), Fabaceae Caesalpinioideae (8), Myrtaceae (5), Anacardiaceae (4) e Nyctaginaceae (4). Estas 6 famílias representaram 51,81% do número total de espécies. 60 Em estudo realizado por Nunes et al. (2007), em um fragmento de Floresta Estacional Decidual situado em Januária, região norte de Minas Gerais, foram identificadas 80 espécies, 62 gêneros e 30 famílias. As famílias Fabaceae, Anacardiaceae e Malvaceae se destacaram em número de espécies. A espécie Combretum leprosum Mart. foi predominante nos fragmentos J110 e J16, enquanto que, no fragmento J20, a espécie com maior número de indivíduos foi Machaerium acutifolium Vogel. A caracterização das Florestas Estacionais Deciduais estudadas em relação à composição florística pode ser configurada pelas espécies destacadas na Tabela 2.9, já que nenhuma delas consta na Tabela 2.6, que definiu o padrão florístico de toda área estudada. Este resultado mostra que a caracterização da composição florística das Florestas Estacionais Deciduais estudadas foi claramente definida, pois foram consideradas a abundância e a recorrência das espécies. As espécies que promoveram a distinção das Florestas Estacionais Deciduais dentro das bacias estudadas estão listadas na Tabela 2.10. Estas 20 espécies ocorreram exclusivamente nos fragmentos que compõem esta fitofisionomia. TABELA 2.10 – Espécies que ocorreram exclusivamente nos fragmentos de Floresta Estacional Decidual. Espécie Família J110 Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith Combretum leprosum Mart. Eugenia uniflora L. Capparis yco Mart. Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier Garcinia gardneriana (Planchon & Triana) Zappi Caesalpinia pyramidalis Tul. Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Pterogyne nitens Tul. Albizia inundata (Mart.) Barneby & J.W.Grimes Eugenia neomyrtifolia Sobral Bougainvillea praecox Griseb. Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Bougainvillea glabra Choisy Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F.Blake ex Pittier Spondias mombin L. Eugenia myrtifolia Sims Commiphora leptophloeus (Mart.) J.B.Gillet Tabernaemontana solanifolia A.DC. Bignoniaceae Combretaceae Myrtaceae Brassicaceae Fabaceae Mimosoideae Clusiaceae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Mimosoideae Myrtaceae Nyctaginaceae Lauraceae Nyctaginaceae Arecaceae Apocynaceae Anacardiaceae Myrtaceae Burseraceae Apocynaceae 80 244 6 1 29 61 J20 J16 85 1166 9 1 144 1 159 1 24 16 12 4 1 4 3 3 12 1 51 2 Número de indivíduos 165 1410 15 2 173 1 159 1 24 16 12 4 1 4 3 3 12 1 51 2 Número de fragmentos 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 A distinção das Florestas Estacionais Deciduais foi marcada, principalmente, pela espécie Combretum leprosum Mart., que ocorreu unicamente nesta fitofisionomia, em mais de 50% dos fragmentos e com o maior número de representantes. As espécies Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith, Eugenia uniflora L., Capparis yco Mart. e Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier também desempenharam papel importante na distinção destes fragmentos, ocorrendo em dois locais. Em um levantamento florístico realizado em oito fragmentos caracterizados como Floresta Estacional Decidual, localizados no norte de Minas Gerais, foram identificados 114 espécies arbóreas e 40 famílias botânicas (Santos et al., 2007). Os autores destacaram 6 espécies, devido à alta freqüência, ocorrendo em todos os fragmentos: Anadenanthera colubrina, Aspidosperma pyrifolium, Myracrodruon urundeuva, Schinopsis brasiliensis, Tabebuia róseo alba e Tabebuia cf. chrysotricha. 3.1.3 Cerrado sensu stricto Nos fragmentos de Cerrado sensu stricto foram encontradas 66 famílias, 184 gêneros e 412 espécies. As espécies que ocorreram em maior número estão listadas na Tabela 2.11, correspondendo a 57,17% de um total de 43.735 indivíduos que ocorreram nessa fitofisionomia, relacionando a distribuição nos fragmentos e número de locais em que ocorreram. 62 TABELA 2.11 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Cerrado sensu stricto, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos. Espécie Família Dalbergia miscolobium Benth. Machaerium dimorphandrum Hoehne Ocotea pulchella Mart. Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg. Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. Prunus myrtifolia (L.) Urb. Qualea grandiflora Mart. Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. Rourea induta Planch. Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Bowdichia virgilioides Kunth Plathymenia reticulata Benth. Caryocar brasiliense Cambess. Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil. Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Eugenia dysenterica DC. Copaifera langsdorffii Desf. Licania kunthiana Hook.f. Byrsonima coccolobifolia Kunth Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Lauraceae Euphorbiaceae Myrtaceae Rosaceae Vochysiaceae Malvaceae Connaraceae Salicaceae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Mimosoideae Caryocaraceae Erythroxylaceae Myrtaceae Fabaceae Caesalpinioideae Myrtaceae Myrtaceae Fabaceae Caesalpinioideae Chrysobalanaceae Malpighiaceae Fabaceae Caesalpinioideae J10 J109 P119 J120 J13 J96 J11 J12 J14 J21 P94 402 89 1587 146 1586 1398 1352 1226 1 551 792 104 592 2 329 277 6 331 265 1 2 5 152 493 57 304 202 14 979 305 19 288 64 399 67 128 196 19 95 404 55 91 16 137 217 111 12 12 74 154 64 105 72 66 112 163 13 25 48 216 1 2 214 165 102 187 61 7 60 109 92 7 65 1 4 1 59 683 673 591 226 75 6 86 141 106 137 18 11 83 8 6 96 2 105 50 103 36 320 1 90 36 36 3 4 1 251 52 1 37 142 32 1 Número de indivíduos 1774 1733 1586 1399 1354 1231 1091 986 980 875 796 770 740 738 722 686 677 666 656 620 601 593 554 550 Número de fragmentos 8 2 1 2 2 2 7 5 2 6 2 7 8 8 7 2 2 3 4 8 9 2 6 8 * Os valores destacados em negrito correspondem às espécies que apresentaram maior número de indivíduos dentro de cada fragmento. As famílias com maior representatividade em função do número de espécies foram: Fabaceae Faboideae (41), Myrtaceae (36), Fabaceae Mimosoideae (21), Euphorbiaceae (17), Lauraceae (16), Annonaceae (14), Fabaceae Caesalpinioideae (14), Rubiaceae (13), Sapotaceae (13), Bignoniaceae (12), Sapindaceae (11) e Vochysiaceae (11), totalizando 219 espécies, ou seja, 53,16% do total. Neri et al. (2007) realizaram um estudo florístico em um fragmento de Cerrado sensu stricto no município de Senador Modestino Golçalves, localizado na bacia do rio Jequitinhonha, encontrando uma diversidade de 91 espécies distribuídas em 65 gêneros e 38 famílias. As famílias mais representativas foram Fabaceae, Malpighiaceae, Myrtaceae, Vochysiaceae, Sapindaceae e Rubiaceae. Estes resultados comprovam a importância destas famílias na caracterização do Cerrado sensu stricto. Pelos dados da Tabela 2.11, verifica-se que as espécies Ocotea pulchella Mart., Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg., Marlierea racemosa (Vell.) 63 Kiaersk., Prunus myrtifolia (L.) Urb., Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil., Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira e Licania kunthiana Hook.f. ocorreram de forma abundante no fragmento J10. Nos demais fragmentos, a ocorrência dessas espécies foi pouco expressiva ou nem ocorreu, como foi o caso de Ocotea pulchella Mart. Este comportamento influenciou o padrão florístico do Cerrado sensu stricto na área, demonstrando que essa fitofisionomia foi caracterizada, principalmente, pelo fragmento de Leme do Prado (J10). Outras espécies que foram importantes neste processo foram Rourea induta Planch e Machaerium dimorphandrum Hoehne, que ocorreram, predominantemente, nos fragmentos J14 e J120, respectivamente. Elas não participam do padrão florístico predominante nos fragmentos que compõem esta fitofisionomia. No fragmento J109, a espécie que predominou, em número de indivíduos, foi Ilex theezans Mart. ex Reissek, com 373 indivíduos. Já no fragmento P119, a espécie mais abundante foi Machaerium nictitans (Vell.) Benth (336). Essas duas espécies não aparecem na Tabela 2.11, demonstrando que a caracterização florística destes fragmentos foi diferenciada em relação aos demais fragmentos de Cerrado sensu stricto. Correlacionando a abundância das espécies com a freqüência de ocorrência nos fragmentos, observou-se que 12 espécies ocorreram em mais de 50% dos fragmentos: Dalbergia miscolobium Benth., Qualea grandiflora Mart., Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl., Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb., Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov., Bowdichia virgilioides Kunth, Plathymenia reticulata Benth., Caryocar brasiliense Cambess., Eugenia dysenterica DC., Copaifera langsdorffii Desf., Byrsonima coccolobifolia Kunth e Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne. Dessas espécies, apenas Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl pode ser considerada na caracterização florística dos fragmentos de Cerrado sensu stricto, 64 uma vez que as demais espécies citadas foram altamente recorrentes em todos os ambientes (Tabela 2.6). Das 412 espécies ocorrentes nos fragmentos de Cerrado sensu stricto, 127 foram encontradas unicamente nesta fitofisionomia. Analisando-se a plasticidade dessas espécies, observa-se que nenhuma foi recorrente em mais de três fragmentos, tendo 110 espécies ocorrido em apenas um dos fragmentos. Esse resultado demonstra que a distinção do Cerrado sensu stricto para as demais formações florestais analisadas não é caracterizada em função da recorrência dessas espécies, mas pelas particularidades na composição florística dos fragmentos que compõem essa fitofisionomia. O padrão florístico resultante promoveu a distinção de alguns subpadrões de acordo com a similaridade existente entre os fragmentos, em função da sobreposição das espécies exclusivas. 3.1.4 Campo cerrado Nesta fitofisionomia foram encontradas 46 famílias, 83 gêneros e 115 espécies. Foram amostrados 4.381 indivíduos, estando 52,57% distribuídos em 9 espécies (Tabela 2.12). TABELA 2.12 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Campo cerrado, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos. Espécie Família J86 J15 P95 Dalbergia miscolobium Benth. Caryocar brasiliense Cambess. Qualea grandiflora Mart. Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Vochysia thyrsoidea Pohl Byrsonima coccolobifolia Kunth Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. Fabaceae Faboideae Caryocaraceae Vochysiaceae Clusiaceae Sapotaceae Vochysiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malvaceae 283 102 147 66 18 50 152 222 208 99 138 184 87 42 195 185 9 14 25 1 8 64 4 Número de indivíduos 514 324 271 205 202 201 198 195 193 Número de fragmentos 3 3 3 3 2 3 3 1 2 * Os valores destacados em negrito correspondem às espécies que apresentaram maior número de indivíduos dentro de cada fragmento 65 De acordo com o número de espécies, as famílias mais importantes nesta fitofisionomia são: Vochysiaceae (9), Fabaceae Faboideae (8), Myrtaceae (8), Fabaceae Caesalpinioideae (7), Apocynaceae (5), Clusiaceae (5), Anacardiaceae (4), Annonaceae (4), Bignoniaceae (4) e Euphorbiaceae, Fabaceae Mimosoideae, Lauraceae, Malpighiaceae, Salicaceae, Sapotaceae e Siparunaceae, com 3 espécies cada uma, somando 65,22% do número total. Segundo Ribeiro & Haridasan (1984), a família Vochysiaceae tem sido considerada a mais característica da vegetação de Cerrado, estando sempre entre as famílias com maior riqueza florística e, principalmente, pela considerável abundância. De acordo com os dados da Tabela 2.12, nos fragmentos J86 e J15, a espécie Dalbergia miscolobium Benth. é a mais abundante. Essa espécie ocorreu em todos os fragmentos de Campo cerrado estudados, contudo, sua participação na caracterização desta fitofisionomia não foi considerada, uma vez que a mesma foi de ampla ocorrência em todos os ambientes das bacias (Tabela 2.6). No fragmento P95, a espécie com maior número de indivíduos foi Hancornia speciosa B.A.Gomes (102), que não consta na Tabela 2.12 e, por isso, não contribuiu de forma significativa para a caracterização das formações de Campo cerrado. Já no fragmento J15, ocorreram todas as espécies classificadas como as mais abundantes, demonstrando que esse fragmento teve maior influência no padrão florístico dessa fitofisionomia. Avaliando a distribuição das espécies entre os fragmentos, pode-se observar que as espécies Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc., Vochysia thyrsoidea Pohl, Byrsonima coccolobifolia Kunth, Caryocar brasiliense Cambess. e Qualea grandiflora Mart. ocorreram nos três fragmentos analisados. Entretanto, apenas as duas primeiras foram consideradas importantes na formação do padrão florístico, pois as demais espécies mencionadas foram 66 relacionadas, na Tabela 2.6, como amplamente generalistas em toda a área estudada. Em relação às espécies que ocorreram somente nessa fitofisionomia, foram encontradas apenas 13, que estão listadas na Tabela 2.13. TABELA 2.13 – Espécies que ocorreram exclusivamente nos fragmentos de Campo cerrado Espécie Família Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson Eugenia leitonii ined. Siparuna arianeae V.Pereira Qualea cordata (Mart.) Spreng. Gomidesia hebepetala (DC.) O.Berg Miconia ferruginata DC. Cedrela odorata L. Richeria grandis Vahl Laplacea tomentosa (Mart. & Zucc.) G.Don Siparuna piosices Chamaecrista catharticoides (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & Barneby Myrcia fenzliana O. Berg J86 J15 P95 Rubiaceae 12 Apocynaceae 81 Myrtaceae Siparunaceae Vochysiaceae Myrtaceae Melastomataceae Meliaceae Euphorbiaceae Theaceae Siparunaceae Fabaceae caesalpinioideae Myrtaceae 178 1 1 8 2 6 12 4 22 1 6 2 9 Número de indivíduos Número de fragmentos 13 90 1 8 2 6 12 4 22 1 6 2 178 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Analisando-se a Tabela 2.13, observa-se que nenhuma das espécies ocorreu nos três fragmentos, mas a espécie Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson se destacou em função do seu número de indivíduos e de ter ocorrido em dois fragmentos. No fragmento J15 foram encontradas 9 das 13 espécies exclusivas, evidenciando que esse fragmento possui maior riqueza de espécies que os demais que compõem a fitofisionomia. 3.2 Definição dos grupos florísticos 3.2.1 Com base no coeficiente de Sorensen Na Tabela 2.14 observam-se os valores encontrados para o coeficiente de Sorensen para todas as combinações de fragmentos e, na Figura 2.4, esses resultados estão demonstrados por meio do dendrograma. Os valores de informação remanescente que se observa no eixo x do gráfico expressa o nível de similaridade que se pretende alcançar, sendo que quanto maior o valor de informação remanescente empregado, menor serão as 67 distâncias calculadas entre os fragmentos e maior o grau de similaridade entre eles. Segundo Muller-Dombois & Ellenberg (1974), o nível de corte a partir do qual já se tem a fusão de grupos semelhantes é de 25% de informação no eixo de escala do dendrograma. Adotando-se este critério, observa-se que o coeficiente de Sorensen proporcionou a formação de seis grupos fisionômicos, que estão expressos na Tabela 2.15. Observa-se que, no grupo florístico 1, foram agrupados todos os fragmentos de Floresta Estacional Decidual. No grupo florístico 2, foram agrupados fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e de Cerrado sensu stricto. O mesmo ocorre na formação do grupo 3, em que aparecem três fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e um representante do Cerrado sensu strico. O grupo 4 foi formado com apenas um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual. Já nos grupos 5 e 6 houve uma combinação de fragmentos de Cerrado sensu stricto e Campo cerrado. 68 TABELA 2.14 – Valores obtidos pelo Coeficiente de Sorensen, a partir de uma matriz florística, totalizando 210 combinações entre os fragmentos estudados. Quanto mais próximo o valor estiver de 1, maior a similaridade florística. J110 1 J114 0,0847 1 J96 0,0449 0,0843 1 S111 0,0204 0,2519 0,0976 1 J86 0,0923 0,0506 0,4889 0,0606 1 J13 0,1379 0,0927 0,5179 0,0826 0,5227 1 J20 0,2424 0,1261 0,1319 0,0800 0,1194 0,1798 1 J109 0,0147 0,2922 0,2112 0,1647 0,1022 0,2013 0,0870 1 J10 0,0349 0,2965 0,1523 0,1553 0,0578 0,1333 0,0920 0,3689 1 J14 0,0227 0,1615 0,1770 0,1967 0,1348 0,2162 0,0889 0,2125 0,1531 1 P94 0,0519 0,0803 0,4314 0,0901 0,5641 0,4000 0,1013 0,1342 0,1081 0,1188 1 68 P115 0,0779 0,1044 0,0588 0,1622 0,0513 0,3400 0,0759 0,0805 0,1189 0,1188 0,0444 1 J11 0,0577 0,0870 0,4496 0,1014 0,4762 0,4094 0,1132 0,1364 0,1321 0,1563 0,4103 0,0171 1 J12 0,0588 0,0876 0,4409 0,1324 0,4272 0,4320 0,1346 0,1494 0,0571 0,2063 0,4000 0,0174 0,5634 1 J108 0,0316 0,3671 0,1151 0,2509 0,0630 0,1377 0,0863 0,4308 0,3490 0,2094 0,0977 0,1128 0,1433 0,1718 1 P95 0,0667 0,0431 0,4235 0,0000 0,6557 0,4096 0,0645 0,0606 0,0714 0,0952 0,6301 0,0548 0,3800 0,3673 0,0482 1 J16 0,2857 0,0826 0,0421 0,1154 0,0282 0,0430 0,1111 0,0423 0,0225 0,1064 0,0241 0,0964 0,0182 0,0185 0,0849 0,0303 1 J21 0,0580 0,0830 0,4255 0,1165 0,5143 0,3913 0,1408 0,0851 0,0678 0,1290 0,5122 0,0244 0,4220 0,3925 0,0930 0,5538 0,0267 1 M112 0,0462 0,2649 0,0774 0,2561 0,0305 0,0915 0,1061 0,1683 0,1429 0,1558 0,0140 0,1259 0,0824 0,1071 0,2508 0,0159 0,2647 0,0741 1 J15 0,0741 0,1564 0,4625 0,1657 0,3824 0,4177 0,1168 0,2319 0,2058 0,2516 0,3649 0,0676 0,3886 0,3931 0,1975 0,3053 0,0142 0,3143 0,1493 1 P119 0,0508 0,1448 0,1818 0,0395 0,1176 0,0851 0,1167 0,0947 0,1327 0,1268 0,1069 0,2137 0,1013 0,0769 0,1564 0,0526 0,3226 0,0976 0,1413 0,1864 1 J120 0,0759 0,1355 0,3846 0,1770 0,3750 0,2941 0,1481 0,1457 0,1283 0,1748 0,3261 0,0652 0,3193 0,3248 0,1194 0,3467 0,0706 0,4524 0,0966 0,6582 0,1266 1 J135 0,1538 0,0800 0,0388 0,0893 0,0253 0,0396 0,1000 0,0400 0,0430 0,0784 0,0220 0,0440 0,0339 0,0345 0,0749 0,0270 0,3095 0,0723 0,1528 0,1538 0,1795 0,0513 1 M140 0,0625 0,1525 0,1124 0,1837 0,0308 0,0460 0,1515 0,1324 0,0814 0,1136 0,1039 0,1818 0,0769 0,0980 0,1423 0,0667 0,0286 0,1159 0,1846 0,1875 0,3125 0,2188 0,1563 1 M134 0,0800 0,2059 0,0800 0,2090 0,0198 0,0325 0,1176 0,1047 0,1250 0,1452 0,0531 0,0885 0,0429 0,0435 0,1592 0,0208 0,0377 0,0571 0,1566 0,1600 0,2200 0,0800 0,1800 0,1400 1 J139 0,0575 0,3584 0,1407 0,2692 0,0800 0,1015 0,0909 0,2846 0,2340 0,2424 0,0856 0,1283 0,1402 0,1321 0,3251 0,0471 0,0111 0,0782 0,2500 0,3103 0,1954 0,1839 0,1379 0,2299 0,1724 1 J110 J114 J96 S111 J86 J13 J20 J109 J10 J14 P94 P115 J11 J12 J108 P95 J16 J21 M112 J15 P119 J120 J135 M140 M134 J139 Informação remanescente (%) 69 FIGURA 2.3 – Dendrograma de similaridade florística, obtido por uma matriz de presença/ausência, das espécies presentes nos 26 Fragmentos, utilizando o método de médias ponderado por grupo (UPGMA) e o quociente de Sorensen. Esses resultados evidenciam que os laços florísticos que unem os fragmentos são determinados de forma mais contundente pela composição florística do que pela classificação quanto à fitofisionomia predominante. Isto mostra que a inter-relação e a sobreposição de elementos que permitem a translocação de espécies entre elas resultam em formações vegetais mistas, apesar da fitofisionomia aparentemente uniforme. TABELA 2.15 – Grupos de fragmentos formados com base no coeficiente de Sorensen Grupos 1 2 3 4 5 6 Fragmentos Município J110 Araçuaí J16 Salinas J20 Jenipapo de Minas J114 Aricanduva S111 Frei Gaspar J109 Jequitinhonha J10 Leme do Prado J108 Jequitinhonha J14 Minas Novas M112 Teófilo Otoni P115 Ninheira P119 Indaiabira M140 Águas Formosas M134 Nanuque J135 Jacinto J139 São Gonçalo do Rio Preto J96 Itacambira J86 Fruta de Leite J13 Itamarandiba P94 Montezuma J11 Olhos d' água J12 Olhos d' água P95 Rio Pardo de Minas J21 Salinas J15 Turmalina J120 Coronel Murta Fitofisionomia predominante Floresta Estacional Decidual Floresta Estacional Decidual Floresta Estacional Decidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Campo cerrado Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Campo cerrado Cerrado sensu stricto Campo cerrado Cerrado sensu stricto Analisando-se o grupo florístico 1, por meio do dendrograma, é possível notar que os laços que agrupam os fragmentos J16, J20 e J110 não podem ser 71 dissociados antes de um corte de 50% no nível de informação, resultado que permite inferir que esses fragmentos estão associados de forma coesa. Verificase que ocorreram 18 espécies comuns neste grupo, quando se combinam pelo menos 2 fragmentos. As espécies que ligaram todos os fragmentos deste grupo foram Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi, Machaerium acutifolium Vogel e Myracrodruon urundeuva Allemão (Tabela 2.9). À medida que se aumenta o rigor da análise, o fragmento J20 é separado dos demais, demonstrando que esse fragmento possui menor similaridade em relação aos outros integrantes do grupo. Já os fragmentos J110 e J16 só poderão ser segregados quando o nível de corte chegar perto de 75%. Entre esses 2 fragmentos ocorreram 7 espécies em comum, podendo-se destacar Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith, Combretum leprosum Mart., Eugenia uniflora L., Capparis yco Mart. e Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier, que não ocorreram em nenhum dos demais fragmentos estudados. Dessa forma, a definição do grupo florístico 1 se caracterizou em função das espécies de distribuição restrita das Florestas Estacionais Deciduais, o que evidencia um padrão homogêneo entre os fragmentos dessa fitofisionomia. O grupo florístico 2 foi composto de três fragmentos de Cerrado sensu stricto (J109, J10 e J14) e cinco fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual (J114, S111, J108, M112 e P115). Os fragmentos desse grupo apresentaram 230 espécies comuns entre si, considerando a combinação de, no mínimo, 2 fragmentos, sendo que apenas a espécie Roupala montana Aubl. liga todos os fragmentos. De acordo com o dendrograma, o fragmento P115 é o mais discrepante do grupo, pois ele é o primeiro a ser dissociado quando se promove uma progressão no nível de corte. Esse fragmento compartilhou 28 espécies com, pelo menos, um dos fragmentos do grupo e, em contrapartida, apresentou 6 72 espécies exclusivas, o que colaborou para a redução na sua similaridade com os demais integrantes deste grupo. O fragmento M112 também possui laços florísticos mais fracos com os outros fragmentos, apresentando 70 espécies comuns com algum dos demais fragmentos do grupo, podendo ser separado do grupo em um nível de corte perto de 37,5%. Já os fragmentos J114 e S111 só serão separados com um corte depois de 75% no nível de informação, tendo, entre esses 2 fragmentos, ocorrido 34 espécies comuns, com destaque para Trichilia pallida Sw., Nectandra oppositifolia Nees, Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin e Croton celtidifolius Baill, que ocorreram unicamente nestes fragmentos. Outro subgrupo coeso foi formado pelos fragmentos J10, J108 e J109, que requerem um rigor de mais de 62,5% no nível de informação para serem dissociados. Entre esses 3 fragmentos, houve 36 espécies em comum, destacando-se Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira, Licania kunthiana Hook.f., Cupania emarginata Cambess., Ilex theezans Mart. ex Reissek, Micropholis venulosa (Mart. & Eichler) Pierre, Pseudopiptadenia warmingii (Benth.) G.P.Lewis & M.P.Lima, Sapium glandulosum (L.) Morong, Ternstroemia brasiliensis Cambess., Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi, Simarouba amara AUBL. e Jacaranda cuspidifolia Mart. ex A.DC., que foram exclusivas desses fragmentos. Este resultado mostra que o fragmento J108, apesar de estar inserido dentro das Florestas Estacionais Semideciduais, sofre pressão do Cerrado sensu stricto, dada a grande semelhança florística apresentada. O grupo florístico 3 foi formado pelos fragmentos P119, M140, M134 e J135. Desses, apenas o fragmento P119 não faz parte das Florestas Estacionais Semideciduais, tendo como fitofisionomia predominante o Cerrado sensu stricto. Nesse grupo ocorreram 60 espécies comuns na combinação de, pelo menos, 2 fragmentos. As espécies que associaram os 4 fragmentos foram Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. e Melanoxylon brauna Schott, das 73 quais a última teve maior impacto na ligação dos fragmentos, uma vez que sua única ocorrência fora das Florestas Estacionais Semideciduais foi no fragmento P119 (Tabela 2.6). Os fragmentos P119 e M140 apresentaram o maior grau de similaridade do grupo, com 10 espécies comuns, com destaque para Casearia gossypiosperma Briq, que foi exclusiva desses fragmentos. Já o fragmento J135 proporcionou a menor similaridade, com 15 espécies comuns com, pelo menos, um dos demais fragmentos. Por outro lado, 13 espécies foram exclusivas desse fragmento. A análise da similaridade do fragmento J135 exemplifica a característica do coeficiente de Sorensen de valorizar as espécies comuns, pois, apesar do elevado número de espécies de distribuição restrita ao fragmento mencionado, houve a união do mesmo na formação do grupo florístico 3. O grupo florístico 4 é composto apenas do fragmento J139, demonstrando que esse fragmento de Floresta Estacional Semidecidual possui composição florística distinta dos demais fragmentos. Entre as 239 espécies exclusivas das Florestas Estacionais Semideciduais, o fragmento J139 contribuiu com 24 espécies, o que representa um percentual de 16,90% do total de espécies desse fragmento. O grupo florístico 5 foi constituído de 8 fragmentos, dos quais 6 são de Cerrado sensu stricto (J96, J13, J94, J11, J12 e J21) e 2 de Campo cerrado (J86 e P95). Entre estes fragmentos ocorreram 72 espécies comuns, considerando a associação de pelo menos dois dos fragmentos. A associação dos fragmentos do grupo 5 se deu em função de 12 espécies: Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev, Byrsonima coccolobifolia Kunth, Caryocar brasiliense Cambess., Dalbergia miscolobium Benth., Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr., Eugenia dysenterica DC., Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne, Lafoensia pacari A.St.-Hil., Machaerium opacum Vogel, Plathymenia reticulata Benth., 74 Qualea grandiflora Mart. e Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov., que foram de ampla distribuição em toda a área estudada (Tabela 2.5). A primeira separação neste grupo poderá ocorrer empregando-se um corte no dendrograma pouco depois dos 25%, separando subgrupos bastante homogêneos. Os fragmentos J96, J86 e J13 demonstraram forte correlação, uma vez que a dissociação desses fragmentos só poderá ocorrer perto de 87,5% no nível de informação. A composição florística mostrou 40 espécies em comum entre estes ambientes, sendo que 16 delas foram espécies de ligação entre os mesmos. Os fragmentos P94, J11 e J12 também mostraram que possuem fortes laços florísticos, uma vez que a separação deles só irá ocorrer aplicando-se um nível de corte após 75% no nível de informação. Entre esses fragmentos ocorreram 43 espécies em comum, tendo 22 sido compartilhadas pelos 3 fragmentos mencionados. Os fragmentos P95 e J12 apresentaram 18 espécies em comum e os mesmos só poderão ser desunidos com um corte no eixo x do dendrograma, depois de 87,5%. Nesse grupo não ocorreu nenhuma espécie exclusiva, evidenciando a prioridade das espécies comuns na formação dos grupos pelo coeficiente de Sorensen. O grupo florístico 6 foi formado pelos fragmentos J15 (Campo cerrado) e J120 (Cerrado sensu stricto). Entre esses fragmentos ocorreram 26 espécies comuns, das quais 15 são de ampla distribuição nas bacias (Tabela 2.6). Esse grupo foi o mais coeso, pois a sua dissolução só ocorrerá com um corte perto de 100% no eixo x do dendrograma. A distribuição geográfica dos grupos pode ser visualizada na Figura 2.4. 75 FIGURA 2.4 – Distribuição dos grupos de fragmentos de acordo com o coeficiente de similaridade de Sorensen De forma geral, os grupos estão distribuídos no sentido longitudinal do mapa. Os fragmentos que compõem o grupo 5 se distribuem ao longo da face oeste da área, com exceção dos fragmentos J13 e J21, que estão no eixo longitudinal central, onde se situam fragmentos de fitofisionomias variadas. O fragmento J139 formou um grupo singular situado no extremo sudoeste da área, mostrando que, nessa região, as condições ambientais começam a sofrer uma variação decisiva na caracterização florística dos fragmentos. Já os fragmentos do grupo 2 se distribuem na face leste da área, com exceção dos fragmentos J10, J14 e J114 que se localizam no eixo central. Já os fragmentos do grupo 3 estão distribuídos no extremo leste da área, com exceção do fragmento P119. Os fragmentos do grupo 1 estão distribuídos de forma longitudinal na região central da área, em meio a fragmentos dos grupos 2, 5 e 6. Esse comportamento 76 demonstra que a região compreendida entre as longitudes 42°49' 09" (J15) e 42°07' 45" (J21) possui características geoclimáticas que favorecem a distribuição de espécies de diversas formações vegetais. Este comportamento caracteriza regiões de transição, nas quais a pressão que as fitofisionomias exercem entre si influencia no padrão florístico dessas áreas. 3.2.2 Com base no coeficiente de Jaccard Na Tabela 2.16 encontram-se os valores encontrados para o coeficiente de Jaccard para todas as combinações de fragmentos e, na Figura 2.5, esses resultados estão demonstrados por meio do dendrograma. A tendência do agrupamento realizado a partir do coeficiente de Jaccard é a formação de um número maior de grupos, pelo fato de esse coeficiente não atribuir maior destaque às espécies similares entre os fragmentos, tornando a formação dos grupos mais diversificada. De acordo com o coeficiente de Jaccard, foram definidos 7 grupos florísticos, dos quais 3 foram agrupados de forma idêntica ao ocorrido quando se utilizou o coeficiente de Sorensen, ou seja, os fragmentos J110, J16 e J20 formaram o grupo 1; os fragmentos J96, J21, J13, P94, P95 e J86 formaram o grupo 6 e os fragmentos J15 e J120 formaram o grupo 7. Esse resultado demonstra que esses três grupos estão claramente definidos, proporcionando um padrão florístico similar entre seus fragmentos. Todos os demais grupos florísticos definidos pelo coeficiente de Jaccard podem ser visualizados na Tabela 2.17. 77 TABELA 2.16: Valores obtidos pelo coeficiente de Jaccard a partir de uma matriz florística, totalizando 210 combinações entre os fragmentos estudados. Quanto mais próximo o valor estiver de 1, maior a similaridade florística. 77 J110 1 J114 0,0442 J96 0,0230 0,0440 S111 0,0103 0,1441 0,0513 J86 0,0484 0,0260 0,3235 0,0313 J13 0,0741 0,0486 0,3494 0,0431 0,3538 J20 0,1379 0,0673 0,0706 0,0417 0,0635 0,0988 J109 0,0074 0,1711 0,1181 0,0897 0,0538 0,1119 0,0455 J10 0,0178 0,1741 0,0824 0,0842 0,0298 0,0714 0,0482 0,2261 J14 0,0115 0,0879 0,0971 0,1091 0,0723 0,1212 0,0465 0,1189 0,0829 P94 0,0267 0,0418 0,2750 0,0472 0,3929 0,2500 0,0533 0,0719 0,0571 0,0632 P115 0,0405 0,0551 0,0303 0,0882 0,0263 0,2048 0,0395 0,0420 0,0632 0,0632 0,0227 J11 0,0297 0,0455 0,2900 0,0534 0,3125 0,2574 0,0600 0,0732 0,0707 0,0847 0,2581 0,0086 J12 0,0303 0,0458 0,2828 0,0709 0,2716 0,2755 0,0722 0,0807 0,0294 0,1150 0,2500 0,0088 0,3922 J108 0,0161 0,2248 0,0611 0,1434 0,0325 0,0739 0,0451 0,2745 0,2114 0,1169 0,0514 0,0598 0,0772 0,0940 P95 0,0345 0,0220 0,2687 0,0000 0,4878 0,2576 0,0333 0,0313 0,0370 0,0500 0,4600 0,0282 0,2346 0,2250 0,0247 J16 0,1667 0,0431 0,0215 0,0612 0,0143 0,0220 0,0588 0,0216 0,0114 0,0562 0,0122 0,0506 0,0092 0,0093 0,0444 0,0154 J21 0,0299 0,0433 0,2703 0,0619 0,3462 0,2432 0,0758 0,0444 0,0351 0,0690 0,3443 0,0123 0,2674 0,2442 0,0488 0,3830 0,0274 M112 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,0236 0,1527 0,0403 0,1469 0,0155 0,0479 0,0560 0,0919 0,0769 0,0845 0,0070 0,0672 0,0429 0,0566 0,1434 0,0080 0,0382 0,0385 1 J15 0,0385 0,0848 0,3008 0,0903 0,2364 0,2640 0,0620 0,1311 0,1147 0,1439 0,2231 0,0350 0,2411 0,2446 0,1096 0,1802 0,0217 0,1864 0,0806 P119 0,0261 0,0781 0,1000 0,0201 0,0625 0,0444 0,0619 0,0497 0,0711 0,0677 0,0565 0,1197 0,0533 0,0400 0,0848 0,0270 0,0420 0,0513 0,0760 0,0618 J120 0,0395 0,0726 0,2381 0,0971 0,2308 0,1724 0,0800 0,0786 0,0686 0,0957 0,1948 0,0337 0,1900 0,1939 0,0635 0,2097 0,0241 0,2923 0,0507 0,2097 0,0391 J135 0,0833 0,0417 0,0198 0,0467 0,0128 0,0202 0,0526 0,0204 0,0220 0,0408 0,0111 0,0225 0,0172 0,0175 0,0389 0,0137 0,0769 0,0375 0,0827 0,0420 0,0560 0,0220 M140 0,0323 0,0826 0,0595 0,1011 0,0156 0,0235 0,0820 0,0709 0,0424 0,0602 0,0548 0,1000 0,0400 0,0515 0,0766 0,0345 0,0606 0,0615 0,1017 0,0465 0,0926 0,0972 0,0685 M134 0,0417 0,1148 0,0417 0,1167 0,0100 0,0165 0,0625 0,0552 0,0667 0,0783 0,0273 0,0463 0,0219 0,0222 0,0865 0,0105 0,0816 0,0294 0,0850 0,0491 0,0769 0,0360 0,0857 0,0753 J139 0,0296 0,2183 0,0757 0,1556 0,0417 0,0535 0,0476 0,1659 0,1325 0,1379 0,0447 0,0686 0,0754 0,0707 0,1941 0,0241 0,0465 0,0407 0,1429 0,1239 0,0806 0,0925 0,0682 0,1299 0,0769 J110 J114 J96 S111 J86 J13 J20 J109 J10 J14 P94 P115 J11 J12 J108 P95 J16 J21 M112 1 J15 1 P119 1 J120 1 J135 1 M140 1 M134 1 J139 Informação remanescente (%) 78 FIGURA 2.5 – Dendrograma de similaridade florística, obtido por uma matriz de presença/ausência, das espécies presentes nos 26 fragmentos, utilizando o método de medias ponderado por grupo (UPGMA) e o quociente de Jaccard. TABELA 2.17 – Grupos de fragmentos formados com base no coeficiente de Jaccard Grupos 1 2 3 4 5 6 7 Fragmentos Município J110 Araçuaí J16 Salinas J20 Jenipapo de Minas M134 Nanuque J135 Jacinto J114 Aricandu va S111 Frei Gaspar J109 Jequitin honha J10 Leme do Prado J108 Jequitin honha J14 Min as Novas M112 Teófilo Otoni M140 Águas Formosas J139 São Gonçalo do Rio Preto P115 Ninheira P119 Indaiabira J96 Itacambira J86 Fruta de Leite J13 Itamarandiba P94 Montezuma J11 Olhos d' água J12 Olhos d' água P95 Rio Pardo de Minas J21 Salinas J15 Turmalina J120 Coronel Murta Fitofisionomia predominante Floresta Estacional Decidual Floresta Estacional Decidual Floresta Estacional Decidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Campo cerrado Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Campo cerrado Campo cerrado Campo cerrado Cerrado sensu stricto O grupo florístico 2 foi composto pelos fragmentos M134 e J135, ambos classificados como Floresta Estacional Semidecidual. De acordo com o dendrograma, esses dois fragmentos são facilmente dissociáveis pouco depois dos 25% no nível de informação. Esse resultado mostra que os dois fragmentos possuem baixo grau de similaridade, tendo compartilhado 9 espécies num total de 105 que ocorreram nesse grupo. As espécies Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev e Bauhinia forficata Link foram exclusivas desses fragmentos. Esse comportamento foi semelhante ao encontrado quando se utilizou o coeficiente de 80 Sorensen para definição dos grupos em que a separação dos fragmentos M134 e J135 se deu com um corte pouco depois dos 37,5% do eixo x do dendrograma. A diferença no grau de similaridade, verificada entre os dois coeficientes, ocorreu em função de o coeficiente de Sorensen fornecer maior peso às espécies em comum, o que propiciou maior coesão entre esses fragmentos, além de tê-los unido a outros dois fragmentos. O grupo florístico 3 foi formado por fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual (J114, S111, J108 e M112) e Cerrado sensu stricto (J109, J10 e J14). Nesse grupo a diferença em relação ao coeficiente de Sorensen ocorre devido à exclusão do fragmento P115. Esse fragmento apresentou 27 espécies em comum com, pelos menos, um dos fragmentos desse grupo. Entretanto, 15 espécies ocorreram unicamente no fragmento P115, o que determinou a sua separação pelo coeficiente de Jaccard. O grupo 4 foi constituído dos fragmentos M140 e J139, que fazem parte das Florestas Estacionais Semideciduais. Eles podem ser separados ao nível de 50% e possuem 21 espécies em comum, destacando-se Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer e Eugenia handroana D.Legrand, que só ocorreram nestes locais. O grupo 5 foi constituído pelos fragmentos P115 e P119, classificados como Floresta Estacional Semidecidual e Cerrado sensu stricto, respectivamente. Eles tiveram 14 espécies em comum, destacando-se Myrcia multiflora (Lam.) DC., que só ocorreu nessas localidades. Esses fragmentos demonstraram baixa similaridade quando se observa o dendrograma, uma vez que, se o corte for feito pouco depois dos 37,5% no nível de informação, os mesmos podem ser dissociados. Comparando-se este resultado com o encontrado quando se utilizou o coeficiente de Sorensen, verifica-se que o peso das espécies em comum entre os dois fragmentos não foi suficiente para a associação dos mesmos. Entretanto, nota-se que o fragmento P119 possui uma 81 composição de espécies similar às Florestas Estacionais Semideciduais, uma vez que ele foi associado a esta fitofisionomia pelos dois coeficientes empregados. A distribuição geográfica dos grupos pode ser analisada por meio da Figura 2.6. O padrão de distribuição dos fragmentos em função da similaridade é análogo ao encontrado quando se utilizou o coeficiente de Sorensen, com exceção dos grupos 4 e 5, em que os fragmentos estão distribuídos numa direção latitudinal. No grupo 4, os fragmentos J139 e M140 estão situados em direções opostas, enquanto que, no grupo 5, os fragmentos P119 e P115 estão próximos entre si. O eixo central longitudinal apresenta um mosaico de fitofisionomias, corroborando a análise de Sorensen de que essa região caracteriza uma transição entre diversas fitofisionomias. FIGURA 2.6 – Distribuição dos grupos de fragmentos, de acordo com o coeficiente de similaridade de Jaccard 82 3.3 Análises de diversidade e equabilidade 3.3.1 Todas as bacias A amplitude do índice de diversidade de Shannon nas bacias foi de 2,236 (J16, Floresta Estacional Decidual) a 4,523 (J114, Floresta Estacional Semidecidual) e a do índice de Simpson foi de 0,017 (J114) a 0,190 (M134, Floresta Estacional Semidecidual). A variação do índice de equabilidade de Pielou foi de 0,616 (J16) a 0,850 (J114). Esses valores podem ser observados na Tabela 2.18. TABELA 2.18 – Comportamento apresentado pelos índices de diversidade e equabilidade, nos fragmentos pertencentes às bacias estudadas, com sua respectiva intensidade amostral e área total. Fragmento Município AF (ha) A (ha) N n H' S J' J114 J108 J139 M112 J15 J10 J12 J109 J11 J96 J135 S111 P119 J13 J120 P94 J86 P115 J14 M134 M140 P95 J110 J20 J21 J16 Aricanduva Jequitin honha São Gon çalo do Rio Preto Teófilo Oton i Turmalina Leme do Prado Olhos d ' á gua Jequitin honha Olhos d ' á gua Itacambira Jacinto Frei Gaspar Indaiabira Itamarandiba Coronel Murta Montezuma Fruta de Leite Nin heira Min as Novas Nanuque Águas Formosas Rio Pardo de Minas Araçuaí Jen ipapo de Min as Salinas Salinas 118,02 824,15 180,19 78,8 6 1557,41 4922,10 111,90 408,97 87,6 7 307,30 308,53 141,89 156,57 488,26 114,07 201,07 284,55 560,54 931,93 311,05 20,5 9 364,73 209,73 406,89 191,41 143,98 1,3 5,0 1,5 1,0 5,2 6,0 2,1 2,0 2,5 2,2 1,0 1,0 1,5 3,6 1,0 1,4 3,0 1,0 3,9 1,0 1,0 2,0 1,6 1,5 1,5 2,0 2308 9104 1979 1051 2591 1627 6 3403 2830 3709 1420 621 882 2251 3480 3657 1227 1385 1746 4078 1051 757 405 1264 1384 1404 3163 204 221 142 98 103 140 70 104 72 57 46 66 86 55 47 45 33 45 56 68 32 28 32 34 37 38 4,523 4,130 4,003 3,791 3,564 3,537 3,371 3,320 3,281 3,206 3,193 3,158 3,128 3,023 2,950 2,861 2,759 2,707 2,647 2,644 2,630 2,612 2,541 2,502 2,478 2,236 0,01 7 0,02 8 0,03 3 0,03 4 0,04 4 0,04 3 0,05 3 0,05 7 0,05 6 0,05 2 0,05 4 0,09 4 0,07 5 0,07 0 0,08 7 0,10 0 0,09 6 0,11 2 0,10 8 0,19 0 0,11 7 0,10 9 0,10 9 0,10 9 0,14 1 0,18 4 0,850 0,765 0,808 0,829 0,769 0,717 0,793 0,715 0,767 0,793 0,834 0,754 0,702 0,754 0,766 0,752 0,789 0,711 0,657 0,627 0,759 0,784 0,733 0,709 0,686 0,619 AF- área do fragmento (ha), A - área amostrada (ha), N – número de indivíduos, n – número de espécies, H’- índice de Shannon, S - índice de Simpson e J’equabilidade de Pielou. 83 Os quatro maiores valores encontrados pelos índices de diversidade de Shannon (H’) e Simpson (S) referem-se a fragmentos de Floresta Estacional situados nas cidades de Aricanduva, Jequitinhonha, São Gonçalo do Rio Preto e Teófilo Otoni. Em relação à distribuição dos indivíduos entre as espécies, retratada pela equabilidade de Pielou, os valores encontrados foram: 0,850, 0,765, 0,808 e 0,829, para os fragmentos J114, J108, J139 e M112, respectivamente. De modo geral, as Florestas Estacionais Semideciduais apresentaram os maiores valores, obtendo-se médias, para os 10 fragmentos, de 3,373 (H’), 0,077 (S) e 0,770 (J’). Segundo Dias (2005), altos valores dos índices de diversidade e uniformidade indicam comunidades mais uniformes, em que a dominância de um ou poucos grupos é mais atenuada. Os valores de diversidade encontrados nos fragmentos P115, M134 e M140 não corresponderam aos resultados obtidos por outros autores para as Florestas Estacionais Semideciduais (Lopes et al., 2002; Machado et al., 2004; Silva et al., 2004; Imana-Encinas et al., 2007) nos quais os índices de Shannon encontrados foram superiores a 3,5. Isso que indica que estes fragmentos podem ter sofrido forte intervenção antrópica, alterando a sua estrutura. Em relação às formações florestais, as Estacionais Deciduais tiveram os menores valores de diversidade, obtendo também baixos valores de equabilidade se comparados com as demais fitofisionomias. As médias de valores encontrados foram de 2,426 (H’), 0,134 (S) e 0,687 (J’). Esses resultados permitem inferir que poucas comunidades predominam no padrão florístico dessas populações, fato que pôde ser comprovado pela análise da composição florística. Em relação às formações de Cerrado sensu stricto, os valores médios encontrados foram de 3,073 (H’), 0,077 (S) e 0,737 (J’). Estes valores mostram 84 que, entre os fragmentos dessa formação florestal, ocorreu um equilíbrio entre os parâmetros empregados, já que foram próximos aos obtidos para as Florestas Estacionais Semideciduais, mas, ao mesmo tempo, ocupando posições intermediárias na Tabela 2.18. Saporetti Junior et al. (2003) estudaram um fragmento de Cerrado sensu stricto no município de Abaeté, MG e encontraram valores de 3,590 para Shannon e 0,804 para Pielou. Estes resultados foram próximos aos encontrados para o fragmento J10, que apresentou a maior diversidade nesta fitofisionomia. A partir deste fragmento, a diversidade de Shannon começa a diminuir, tornando-se mínima no fragmento J21. Já os fragmentos de Campo cerrado obtiveram valores médios de 2,978, 0,083 e 0,791, para os índices de Shannon, Simpson e Pielou, respectivamente. Os resultados encontrados para os parâmetros de diversidade só foram maiores que os valores obtidos para as Florestas Estacionais Deciduais, entretanto, o índice de equabilidade foi o maior entre todas as fitofisionomias mencionadas. O fragmento J15 se destacou e situou-se em quinto lugar na Tabela 2,18, elevando o valor da média da diversidade. Contudo, em relação à equabilidade, os fragmentos desta fitofisionomia apresentaram valores acima de 0,76, demonstrando maior equilíbrio entre o número de espécies e indivíduos, o que reduz a dominância ecológica entre as populações. Esse fato pode significar um maior grau de conservação desses remanescentes em comparação com os demais envolvidos neste estudo. 3.3.2 Grupo florístico 1 Os índices de diversidade de Shannon para os fragmentos variaram de 2,236 (J16) a 2,541 (J110). De acordo com o índice de Simpson, os fragmentos J110 e J20 tiveram a maior diversidade, com 0,109. O fragmento com a menor 85 diversidade foi J16, com 0,184. A equabilidade de Pielou apresentou os seguintes valores: 0,619 (J16); 0,709 (J20) e 0,733 (J110). Os valores encontrados foram os menores encontrados para toda a área estudada, demonstrando que as Florestas Estacionais Deciduais possuem índices de diversidade menores em relação às demais fitofisionomias analisadas. O fragmento J16 do município de Salinas apresentou o menor índice de Equabilidade, indicando uma desproporção entre as espécies quanto ao número de indivíduos. Isso sugere que existe uma predominância de algumas espécies, o que propicia um desequilíbrio nessa vegetação. As espécies com um grande número de indivíduos e que provocaram um baixo valor deste parâmetro no fragmento J16 foram: Combretum leprosum Mart. (1166) e Myracrodruon urundeuva Allemão (588), que representaram 55,46% do número de indivíduos. Essas espécies promoveram a redução da diversidade e o aumento do número de espécies raras, o que pode ser exemplificado por 7 espécies que tiveram apenas um representante. Algumas pesquisas permitiram comprovar que os fragmentos estudados apresentaram baixa diversidade florística. Por exemplo, Gomide (2004) estudou a diversidade e a equabilidade de fragmentos de Florestas Estacionais Deciduais situados na bacia do rio São Francisco e encontrou valores que variaram de 2,995 a 3,064, para o índice de Shannon; de 0,086 a 0,057, para o índice de Simpson e de 0,762 a 0,855, para a equabilidade de Pielou. Santos et al. (2007) estudaram a florística e a estrutura de um remanescente de Floresta Estacional Decidual localizado no Parque Municipal da Sapucaia, no município de Montes Claros e encontraram valores de 3,3 para a diversidade de Shannon e de 0,8 para a equabilidade de Pielou. 86 3.3.3 Grupo Florístico 2 Em relação ao grupo florístico 2, os índices de Shannon variaram de 2,647 (J14) a 4,523 (J114) e de Simpson de 0,112 (P115) a 0,017 (J114). Já a equabilidade de Pielou apresentou valores no intervalo de 0,657 (J14) até 0,850 (J114). Esses resultados mostram a ocorrência de grande disparidade de comportamento dentro desse grupo, demonstrando que a estrutura das populações é variável entre os fragmentos. O fragmento de maior diversidade e equabilidade foi o J114, em que ocorreram 2.308 indivíduos, distribuídos em 204 espécies. Em contrapartida, no fragmento J14, foram amostrados 4.078 indivíduos que estão distribuídos em 56 espécies. As espécies Rourea induta Planch. (979), Ormosia arborea (Vell.) Harms (402), Jacaranda macrantha Cham. (390) e Machaerium brasiliense Vogel (333) representam 51,6% do total de indivíduos. 3.3.4 Grupo florístico 3 Nesse grupo, os valores de Shannon variaram de 2,630 (M140) a 3,193 (J135) e os de Simpson de 0,190 (M134) a 0,0054 (M135). De acordo com esses índices, o fragmento J135 possui a maior diversidade do grupo. Em relação ao índice de equabilidade, o fragmento J135 também se destacou, com valor de 0,834. Nesse fragmento, foram amostrados 621 indivíduos em 46 espécies, o que propiciou uma elevada equabilidade. Em contrapartida, o fragmento M134 alcançou os menores valores de equabilidade (0,627) e diversidade de Simpson (0,190). Os resultados obtidos para esse fragmento foram próximos aos das Florestas Estacionais Deciduais, indicando que o comportamento das espécies mostra dominância ecológica nas populações do fragmento. A espécie Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng., com 422 indivíduos, predominou nesse fragmento, representando 40,16% de um total de 1.051 indivíduos. Já o fragmento M140 apresentou a menor diversidade 87 de acordo com Shannon (2,630), tendo nesse fragmento ocorrido o menor número de espécie do grupo (32). 3.3.5 Grupo florístico 4 O fragmento J139 apresentou valores elevados de diversidade e equabilidade, comparando-se com os demais fragmentos estudados. Os índices de Shannon (4,003) e Simpson (0,033) foram os terceiros maiores, de acordo com os dados da Tabela 2.18. Já o índice de equabilidade foi o quarto maior, com 0,808. Nesse fragmento ocorreram 1.979 indivíduos, distribuídos em 142 espécies. Reis et al. (2007) estudaram a diversidade de quatro fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual situados na Zona da Mata mineira e encontraram, para o índice de Shannon, valores que variaram de 3,91 a 4,7. Considerando esses valores, pode-se inferir que o fragmento J139 apresentou uma diversidade compatível com o ambiente de índice de umidade tipo úmido. 3.3.6 Grupo florístico 5 Neste grupo florístico, os valores de diversidade de Shannon variaram de 2,478 (J21) a 3,371(J12) e os de Simpson, de 0,141 (J21) a 0,052 (J96). O índice de equabilidade de Pielou situou-se na faixa de 0,686 (J21) a 0,793 (J96). De acordo com esses resultados, o fragmento J21 apresentou a menor diversidade e equabilidade do grupo. Nesse fragmento ocorreram 37 espécies, tendo Dalbergia miscolobium Benth., Plathymenia reticulata Benth. e Bowdichia virgilioides Kunth somado 756 indivíduos, o que representa 53,85% do total. Por outro lado, os fragmentos J12 e J96 tiveram os maiores valores de diversidade e ambos apresentaram o mesmo valor de equabilidade (0,793). De acordo com o índice de Shannon, o fragmento com maior diversidade foi o J12, 88 onde ocorreram 70 espécies. Já em relação ao índice de Simpson, o fragmento J96 possui a maior diversidade do grupo, com 57 espécies. 3.3.6 Grupo Florístico 6 Nos fragmentos J120 e J15, os valores do índice de Shannon foram de 2,950 e 3,564, respectivamente e os de Simpson, de 0,087 em J120 e de 0,044 em J15. Já em relação à equabilidade, os valores variaram de 0,799 (J120) a 0,769 (J15). A amplitude alcançada para os índices de diversidade foi elevada, enquanto que, para a equabilidade, essa variação foi de apenas 0,0003. No fragmento J120 ocorreram 3.657 indivíduos em 47 espécies, tendo Machaerium dimorphandrum Hoehne apresentado 1.587 indivíduos, o que representou 43,40% do total desse fragmento. Esses resultados contribuíram para a baixa equabilidade encontrada. Já o fragmento J15 apresentou 103 espécies representadas por 2.591 indivíduos. 3.3.7 Gradiente de diversidade nos grupos Pela análise dos índices de diversidade quantificados, percebe-se uma variação das informações no sentido de estabelecer o comportamento de um gradiente de diversidade entre os grupos florísticos, principalmente quando se confrontam os índices de diversidade de Shannon e Simpson. No caso dos grupos florísticos 1 e 6, o gradiente foi o mesmo, considerando-se os índices de Shannon e Simpson. Esse gradiente foi: J16, J20 e J110, para o grupo 1, e J120 e J15, para o grupo 6 (Tabela 2.18). Por outro lado, nos grupos 2, 3 e 5, os gradientes não são os mesmos em relação à classificação feita pelos índices empregados. Isso justificou a utilização do teste de Hutcheson, pois ajudou a comparar os valores do índice de Shannon entre fragmentos, quando esses não demonstravam a mesma seqüência de gradiente proposta pelo índice de Simpson. 89 Os resultados das comparações entre os valores do índice de Shannon, para todas as 325 combinações existentes entre os 26 fragmentos inventariados, se combinados 2 a 2, podem ser vistos na Tabela 2.20. Para os grupos 2 e 3 e para os fragmentos P94 e J86 do grupo 5, as diferenças na classificação dos fragmentos não se comprovaram pelo teste de Hutcheson, o que significa que a proposição do gradiente independe do índice escolhido. Por outro lado, para os fragmentos J96, J11 e J12 do grupo 5, a distorção encontrada entre os índices de Simpson e Shannon foi confirmada pelo teste, uma vez que os três fragmentos foram estatisticamente diferentes entre si. Segundo o índice de Shannon, o fragmento J96 ocupa o terceiro lugar no ranking. Já em relação ao índice de Simpson, esse fragmento situa-se em primeiro lugar no gradiente do grupo 3. Em relação ao índice de Shannon, o fragmento com maior diversidade é o J12. Avaliando-se a riqueza de espécies, constata-se que o fragmento J12 apresentou 70 espécies, enquanto que no J96 ocorreram 57. 90 TABELA 2.19 – Comparação dos índices de diversidade, para compor um gradiente decrescente de diversidade dentro de cada grupo de fragmentos formado com base no coeficiente de Sorensen Grupo 1 2 3 4 5 6 Ranking 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 1 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 Índice de Shannon J110 J20 J16 J114 J108 M112 J10 J109 S111 P115 ns J14 ns J135 P119 M134 ns M140 ns J139 J12 * J11 * J96 * J13 P94 ns J86 ns P95 J21 J15 J120 Índice de Simpson J110 J20 J16 J114 J108 M112 J10 J109 S111 J14 P115 J135 P119 M140 M134 J139 J96 J12 J11 J13 J86 P94 P95 J21 J15 J120 GF- grupo fisionômico; ranking - ordenação decrescente dos valores obtidos de cada índice; ns - indicam igualdade de diversidade no índice de Shannon, pelo teste de Hutcheson ( = 0,05%) e * indica desigualdade. Para Begon et al. (1996), o índice de Shannon é o que atribui maior peso a espécies raras, prevalecendo o componente de riqueza de espécies. O declínio de seus valores é o resultado de uma maior dominância de alguns grupos em detrimento de outro. 91 Machado et al. (2005) afirmam que o índice de Shannon tem sido o mais utilizado como medida de diversidade em levantamentos ecológicos. Sendo assim, a diversidade de Shannon prevaleceu na classificação final do gradiente entre os grupos. Dessa forma, no grupo 5, o fragmento J12 foi considerado o de maior diversidade, seguido de J11 e J96. A direção seguida pelo gradiente dentro da área não demonstrou um padrão definido, podendo-se inferir que não existe relação entre a diversidade e a distribuição espacial dos fragmentos na área. A variação da diversidade na área sugere que a riqueza de espécies, aparentemente, não está condicionada aos fatores ambientais atuantes nos ambientes em que os grupos estão inseridos. Um fator que deve ser levado em conta é o grau de intervenção antrópica a que os fragmentos foram submetidos. Segundo Carvalho & Marques-Alves (2008), distúrbios freqüentes são representativos e alteram a vegetação, a distribuição de espécies, a abundância e o estádio sucessional. Segundo Bourgeron (1983), o conceito de estrutura se relaciona com o de diversidade, principalmente quando se procura uma explicação para o grande número de espécies existentes nas florestas tropicais naturais. Dessa forma, mudanças na estrutura da floresta podem ter reduzido o número de espécies em alguns locais, descaracterizando o fluxo da diversidade dentro da área. Uma análise dos parâmetros fitossociológicos e das estruturas horizontal e vertical dos fragmentos poderia elucidar a respeito do grau de perturbação em que os fragmentos se encontram, bem como o estádio sucessional dos mesmos. Outra possibilidade seria a própria diferença natural de diversidade de espécies entre as fitofisionomias. Segundo Gentry (1995), as Florestas Estacionais Deciduais são menos diversas, apresentando, algumas vezes, menos da metade das espécies arbóreas encontradas em outras florestas tropicais. O declínio em diversidade com o aumento da interiorização e do caráter decíduo das florestas no domínio Atlântico é fato bem conhecido (Oliveira Filho & Fontes, 2000). 92 TABELA 2.20 – Matriz contendo todas as combinações possíveis, indicando sua significância de resultado ao aplicar-se o teste estatístico de Hutcheson, a 5% de probabilidade, para testar possíveis diferenças entre os índice de diversidade de Shannon de cada fragmento. ns - indica a não significativo e * significativo. 92 J114 J108 J139 M112 J15 J10 J12 J109 J11 J96 J135 S111 P119 J13 J120 P94 J86 P115 J14 M134 M140 P95 J110 J20 J21 J16 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * J114 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * J108 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * J139 M112 ns * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * J15 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * J10 ns * * * * * * * * * * * * * * * * * * J12 ns * * * * * * * * * * * * * * * * * J109 * ns * * * * * * * * * * * * * * * J11 ns ns * * * * * * * * * * * * * * J96 ns ns * * * * * * * * * * * * * J135 ns * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * S111 P119 ns * * * * * * * * * * * J13 ns * * * * * * * * * * J120 ns * * * * * * * * * P94 ns * ns * * * * * * J86 ns ns ns ns * * * * P115 ns ns ns * * * * J14 ns ns ns ns ns * * * * * * M134 M140 ns ns ns * P95 ns ns * J110 ns * J20 * J21 J16 5 CONCLUSÕES A composição florística das bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus é constituída de 79 famílias, 282 gêneros e 722 espécies. Com base no coeficiente de Sorensen, foram formados 6 grupos florísticos de acordo com o coeficiente de similaridade de Sorensen: Grupo 1: J16, J110 e J20; Grupo 2: J114, S111, J109, J10, J108, J14, J112 e P115; Grupo 3: P119, M140, M134 e J135, Grupo 4: J139; Grupo 5: J96, J86, J13, P94, J11, J12, P95 e J21; Grupo 6: J120 e J15. A diversidade avaliada pelos índices de Shannon e Simpson foi máxima no fragmento J114. O fragmento com menor diversidade foi o J16, pelo índice de Shannon e M134, pelo índice de Simpson. A equabilidade, avaliada pelo índice de Pielou, foi máxima no fragmento J114 e mínima no fragmento J16. A sequência da diversidade dentro dos grupos florísticos, determinada por meio do índice de Shannon, não apresentou nenhum relação com as posições geográficas dos fragmentos e nem com características dos ambientes em que os mesmos estão inseridos. 94 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEGON, M.; HARPER, J. L.; TOWNSEND, C. R. Ecology: individuals, populations and communities. 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Fitogeografia de fragmentos florestais para o nordeste de Minas Gerais. In: __________ Fitogeografia de fragmentos florestais para o nordeste de Minas Gerais 2008. Cap. 3, p 98-169. Dissertação (Mestrado Ciências Florestais) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.1 Com a realização deste estudo, objetivou-se: aplicar análise multivariada para ordenar e agrupar 26 fragmentos amostrados em quatro bacias hidrográficas do nordeste de Minas Gerais, com base no índice de valor de cobertura das espécies nelas contidas; selecionar as espécies mais adequadas a serem usadas em programas de revegetação nas bacias estudadas; aplicar análise multivariada para correlacionar variáveis geoclimáticas com a composição florística dos grupos de fragmentos formados; promover a construção de árvores de decisão para extrapolar os dados para áreas não amostradas na região e confeccionar um mapa caracterizando a área de influência de cada grupo de espécies associado a variáveis geoclimáticas. Utilizou-se amostragem sistemática com unidades amostrais de 1.000m² cada, em que a área amostral variou de 1 a 6 ha, conforme a área do fragmento. Foram mensuradas a CAP e a altura total e coletado material botânico de todos os indivíduos com CAP maior ou igual a 15,7cm. A DCA promoveu a discriminação de 2 grupos distintos quanto à estrutura das espécies, expressa pelo índice de valor de cobertura e a TWINSPAN promoveu a formação de 10 grupos de fragmentos, a partir dos níveis de corte empregados. A partir da análise dos gráficos de IVC das espécies contidas em cada grupo formado, foram selecionadas 116 espécies com potencial para serem utilizadas na revegetação das áreas estudadas. A CCA correlacionou a distribuição dos grupos e das espécies com as variáveis altitude, longitude e temperatura. A árvore de decisão proporcionou a elaboração de um mapa fitogeográfico que delimita áreas de influência de espécies selecionadas para programas de revegetação nas bacias estudadas, que proporciona subsídios para programas de recomposição de áreas desmatadas ou degradadas da região nordeste de Minas Gerais. Palavras-chave: análise multivariada, fitogeografia, geoprocessamento 1 Comitê orientador: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Orientador); José Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-Orientador). 99 ABSTRACT CORSINI, Christianne Riquetti. Phytogeography of forest patches for Northeastern Minas Gerais. In ______ Phytogeography of forest patches for Northeastern Minas Gerais 2008. Chap 3, p 98-169. Dissertation (Master in Food Sciences) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.∗ In this study, it was intended: to apply multivariate analysis to rank and group 26 patches sampled in four hydrographic basins of Northeastern Minas Gerais, on the basis of the value of covering index of the species in them contained, to select the most adequate species to be used in revegetation programs in the Basins studied; to apply multivariate analysis to correlate geo-climatic variables with the floristic composition of the groups of patches formed ; to promote the construction of decision trees to extrapolate the data to areas of influence of each group of unsampled areas in the region; to make a map characterizing the area of influence of each group of species associated to geoclimatic variables. Systematic sampling with sample units of 1,000m² each was utilized, where the sample area ranged from 1 to 6 ha, according to the patch area. Both CAP and total height were measured and botanic material of all the individuals with CAP greater or equal to 15.7cm collected. DCA promoted the distinguishing of 2 distinct groups as to the structure of the species expressed by the value of covering index, and TWINSPAN promoted the formation of 10 groups of patches, from the cutting levels employed on. From the analysis of the plots of IVC of the species contained in each formed group, 116 species were selected as potentials to be used in revegetation of the areas studied. CCA correlated the distribution of the groups and species with the variables altitude, longitude and temperature. The decision tree provided the making of a phytogeographic map which delimits areas of influence of species selected for revegetation programs in the studied Basins, which provides subsides to recomposition programs of deforested or degraded areas of the northeastern region of Minas Gerais. Key words: Multivariate analysis, phytogeography, geoprocessing. ______________________________ ∗ Adviser Committee: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Adviser); José Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-adviser). 100 1 INTRODUÇÃO Dentre as análises estatísticas multivariadas, as técnicas de análises de agrupamento e discriminante são as de maior viabilidade para a classificação de sítios homogêneos em florestas naturais ineqüiâneas (Hosokawa et al., 1990). Dentre essas técnicas, a análise de correspondência retificada (DCA) e a análise divisiva de espécies (TWINSPAN) permitem classificar os grupos amostrais, de acordo com as espécies freqüentes nas áreas amostradas. O princípio básido da análise de correspondência canônica (CCA) é desenvolver uma combinação linear de cada conjunto de variáveis, para maximizar a correlação entre ambas, envolvendo a obtenção de um conjunto de pesos para as variáveis dependentes e independentes que provêem a correlação máxima simples entre o conjunto de variáveis dependentes e independentes (Hair et al., 1998). Esta análise multivariada é, atualmente, a mais indicada, quando o objetivo é obter uma relação mais estreita das variáveis ambientais com a abundância de espécies (Kent & Coker, 1992; Digby & Kempton, 1996). Segundo Gomide (2004), a idéia central de um modelo fitogeográfico está relacionada à determinação da área de influência de cada fisionomia recorrente e, dessa forma, possibilitar a generalização dos estudos em fragmentos florestais nativos para outras áreas com as mesmas características ambientais. Com a elaboração do modelo fitogeográfico, os programas de gestão ambiental terão subsídios para atuar em programas de recuperação e recomposição de vegetação nativa, tendo maiores chances de sucesso. O objetivo principal deste estudo foi analisar, por meio de estatísticas multivariadas, as relações de distribuição das espécies de 26 fragmentos 101 florestais, de acordo com o grupo de fragmentos em que estão inseridos, frente às variáveis geoclimáticas. Especificamente pretendeu-se: aplicar análise multivariada na ordenação dos 26 fragmentos estudados em relação à estrutura das espécies, com base no índice de valor de cobertura; aplicar análise multivariada para agrupar os fragmentos analisados quanto à composição de espécies; definir um grupo de espécies com alto potencial de adaptação aos ambientes das bacias para programas de revegetação; aplicar análise multivariada para investigar a correlação entre as variáveis geoclimáticas e os agrupamentos de fragmentos; aplicar ferramentas de geoprocessamento para gerar um mapa fitogeográfico para as bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus. 102 2 MATERIAL E MÉTODO 2.1 Base de dados Foram estudados 26 fragmentos florstais nativos, situados na região nordeste de Minas Gerais. Os dados florísticos utilizados foram o DAP e a lista de espécies identificadas em cada fragmento, obtidos do Projeto Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais (Scolforo & Carvalho, 2006). Esses dados foram tratados a fim de produzir uma matriz vegetacional a ser utilizada nas análises multivariadas. Esse processamento prévio dos dados incluiu a formação de duas matrizes a partir das quais foi elaborada uma matriz de índice de valor de cobertura (IVC), parâmetro escolhido para representar a estrutura horizontal dos fragmentos. Em seguida, realizou-se um procedimento de ponderação e relativização dos dados e posterior logaritimização da matriz de IVC. De acordo com Gomide (2004), esta compatibilização e posterior transformação na escala logarítmica, juntamente com o ranking de valor de cobertura, permitiram estabelecer pesos para as espécies inventariadas, caracterizando o seu papel ecológico por meio dos valores de índice de cobertura. Ainda, segundo o mesmo autor, a utilização do índice de valor de cobertura (IVC) retira a influência da freqüência relativa, que só exerce pressão nas espécies com distribuição agregada, o que levou a escolhê-lo em detrimento do IVI. Os dados da Tabela 3.1 expressam a área e o número de parcelas lançadas em cada fragmento, evidenciando a diferença do esforço amostral empregado nos mesmos, bem como a fitofisionomia predominante. 103 TABELA 3.1 – Informações a respeito da amostragem empregada nos fragmentos e a classificação fitofisionômica de cada um. Bacia Hidrográfica Município Leme do Prado Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Jequitinhonha Olhos d'água Jequitinhonha Jequitinhonha Araçuaí Jequitinhonha Aricanduva Olhos d'água Jequitinhonha Coronel Mur ta Jequitinhonha Itamar andiba Jequitinhonha Jacinto Jequitinhonha Jequitinhonha São Gonçalo do Rio Preto Minas Novas Jequitinhonha Turmalina Jequitinhonha Salinas Jequitinhonha Jenipapo de Minas Jequitinhonha Salinas Jequitinhonha Fruta de Leite Jequitinhonha Jequitinhonha Itacambira Mucuri Teófilo Otoni Nanuque Mucuri Águas Formosas Mucuri Ninheira Pardo Indaiabira Pardo Montezuma Pardo Rio Pardo de Minas Pardo Frei Gaspar São Mateus Fragmento Fitofisionomia J10 J108 J109 J11 J110 J114 J12 J120 J13 J135 J139 J14 J15 J16 J20 J21 J86 J96 M112 M134 M140 P115 P119 P94 P95 S111 Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Flor esta Estacional Decidual Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Campo cerr ado Flor esta Estacional Decidual Flor esta Estacional Decidual Cerrado sensu stricto Campo cerr ado Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto Campo cerr ado Floresta Estacional Semidecidual Área do fragmento (ha) Número de parcelas 4922,10 824,15 408,97 87,67 209,73 118,02 111,90 114,07 488,26 308,53 180,19 931,93 60 50 20 25 16 13 21 10 36 10 15 39 52 20 15 15 30 22 10 10 10 10 15 14 20 10 1557,41 143,98 406,89 191,41 284,55 307,30 78,86 311,05 20,59 560,54 156,57 201,07 364,73 141,89 Área amostral Área amostral (ha) (%) 6,0 5,0 2,0 2,5 1,6 1,3 2,1 1,0 3,6 1,0 1,5 3,9 5,2 2,0 1,5 1,5 3,0 2,2 1,0 1,0 1,0 1,0 1,5 1,4 2,0 1,0 0,12 0,61 0,49 2,85 0,76 1,10 1,88 0,88 0,74 0,32 0,83 0,42 0,33 1,39 0,37 0,78 1,05 0,72 1,27 0,32 4,86 0,18 0,96 0,70 0,55 0,70 2.1.1 Construção das matrizes Matriz de densidade (D) A matriz de densidade (D) representa o somatório do número de indivíduos, por espécie presente em cada fragmento inventariado. Ela é a base para a padronização das diferentes intensidades amostrais e seguiu o modelo: FA FB FZ E1 D = E2 N1A N 2A N1B N 2B N1Z N 2Z En N nA N nB N nZ em que: 104 D - matriz de densidade; E - espécie presente no inventário, variando de 1 a n; F - fragmento amostrado, variando de A a Z; NnZ - número de indivíduos da espécie n, presente no fragmento Z. Matriz de dominância (G) Constitui a matriz referente ao somatório da área seccional de cada indivíduo pertencente a uma espécie, por fragmento. A soma das áreas seccionais resulta na área basal (G). O modelo da matriz utilizada foi: E1 FA G 1A FB G 1B FZ G 1Z G = E2 G 2A G 2A G 2Z En G nA G nA G nZ em que: G - matriz de área basal; E, F - definidos anteriormente; Gnz - área basal da espécie n, pertencente ao fragmento z. Tratamento dos dados de densidade e dominância Devido às diferenças de intensidade amostral aplicada aos fragmentos, foi empregada uma metodologia desenvolvida por Gomide (2004), em que se aplicam uma relativização e uma compatibilização dos valores de densidade e de dominância que, posteriormente, darão lugar à matriz de IVC. Este préprocessamento dos dados seguiu os seguintes passos: 105 relativização: transformação dos valores de densidade (Dij) e dominância (Doij) das espécies em valores relativos ao número total de espécies em cada fragmento: Drij = nij gij e Dorij = Nj Gj em que: Drij - densidade da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento; nij - número total de indivíduos da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento ; Nj - número total de indivíduos do j-ésimo fragmento; Dorij - dominância da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento; gij - área basal da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento; Gj - área basal total das espécies do j-ésimo fragmento; ponderação: transformação dominância (Doreij), para da densidade cada fragmento, (Dreij) e da em valores ponderados, em função do valor total desses parâmetros, considerando todas as espécies e fragmentos: Dre ij = Drij 26 j=1 nij Nj e Dore ij = Dorij 26 gij j=1 Gj em que: Dreij - densidade relativizada da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento; 106 Doreij - dominância relativizada da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento; Drij; nij; Nj; Dorij; gij e Gj definidos anteriormente. Construção e logaritimização da matriz de IVC Matriz de IVC: o valor de índice de valor de cobertura, ou IVC, para cada fragmento é determinado pelo somatório dos valores de densidade e DE dominância previamente manipulados: IVCre ij = Dre ij + Dore ij em que: IVCreij – índice de valor de cobertura relativizado e ponderado; Dreij e Doreij – definidos anteriormente. Transformado em escala logarítmica L(IVCj): L( IVCij) = Log.(IVCi+1) em que: IVCi - índice de valor de cobertura da i-ésima espécie; L(IVCi) – índice de valor de cobertura da i-ésima transformado em escala logarítmica; Log - logaritmo na base 10. 107 espécie, 2.1.2 Seleção das espécies Considerando o L(IVCi) resultante dos 26 fragmentos analisados, construiu-se graficamente um ranking relacionado ao índice de valor de cobertura, com o propósito de delimitar visualmente as espécies que realmente determinam o padrão fitofisionômico da área. De acordo com Causton (1988), os indivíduos menos abundantes contribuem muito pouco ou nada para a ordenação e só aumentam o volume de cálculos. As espécies selecionadas foram utilizadas em todas as análises multivariadas que foram empregadas. Já para a seleção das espécies potenciais para programas de revegetação, o mesmo critério foi utilizado, mas a partir de cortes nos gráficos de IVC por grupo de fragmentos, a serem definidos pela análise multivariada TWINSPAN. 2.1.3 Construção da matriz de variáveis geoclimáticas Os dados geoclimáticos de cada fragmento foram obtidos mediante suas coordenadas locais de Latitude e Longitude, medidas no campo em escala UTM (unidade transversa de mecartor), utilizando-se um GPS, no momento do lançamento das parcelas no campo. Estas coordenadas permitiram a localização dos fragmentos nos mapas temáticos disponibilizados pelo Zoneamento Ecológico Econômico de Minas Gerais (ZEE) (Carvalho & Scolforo, 2007). Estes mapas forneceram os respectivos valores de precipitação, temperatura, regime hídrico e teor de matéria orgânica, expressos na Tabela 3.2. Já o declive, a elevação e a distância do fragmento ao rio foram obtidos de um modelo digital de terreno de mapas do ZEE. 108 TABELA 3.2 – Dados ambientais e geográficos obtidos para os fragmentos amostrados, nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus (MG). 108 Fragmentos Longitude (dec) Latitude (dec) J10 J108 J109 J11 J110 J114 J12 J120 J13 J135 J139 J14 J15 J16 J20 J21 J86 J96 M112 M134 M140 P115 P119 P94 P95 S111 42,7647 41,0647 41,2248 43,7962 42,1101 42,5282 43,7740 42,2832 42,7679 40,3659 43,3971 42,3696 42,8190 42,2641 42,2122 42,1179 42,6308 43,2653 41,4463 40,4386 40,8351 41,5802 42,1644 42,3512 42,4968 41,4985 17,1491 16,1280 16,6396 17,3470 16,9108 17,8776 17,2987 16,6041 17,7379 16,1387 17,9930 17,3238 17,4014 16,2365 17,1226 16,1423 15,9888 16,9165 17,7486 17,7412 17,0211 15,4020 15,4799 15,1029 15,5969 18,0751 Declividade Altitude Temperatura * Precipitação* Evapotranspiração* (mmm) (°) média (m) (°C) 898 876 857 876 354 873 855 777 944 214 825 1003 823 467 615 845 890 915 571 220 338 851 887 985 963 538 21,6 22,3 22,2 20,9 24,4 20,7 20,9 23,8 20,4 25,6 20,2 21,8 21,7 23,8 23,4 22,7 21,8 20,5 23,1 25,5 24,7 22,1 21,8 21,9 22,3 23,2 1054 891 932 1187 876 1101 1187 921 1089 839 1236 1035 1077 906 960 913 950 1081 1042 946 905 860 1477 867 907 1051 * = valores médios anuais; ** = 2: Arídico; 3: Údico; 4: Ústico. 1165 1200 1165 1208 1170 1028 1214 1228 1034 1169 1077 1114 1116 1276 1142 1279 1331 1242 1029 1080 1115 1322 1358 1420 1369 1028 2,29 5,21 1,27 0,57 2,39 9,83 1,83 4,44 1,57 4,27 6,06 1,35 2,97 4,37 8,08 1,25 6,13 4,4 16,28 5,43 5,48 2,16 0,56 4,71 3,49 14,74 Distância de Regime Matéria Rio (m) hídrico** orgânica*** 8.100 31.320 14.310 38.340 2.430 49.410 34.830 3.780 29.970 1.620 2.970 39.960 6.750 45.900 29.160 49.950 41.580 38.610 15.120 7.560 54.000 14.580 7.290 17.280 3.510 46.440 4 3 3 4 4 3 4 4 4 4 4 3 4 2 4 4 4 4 4 3 3 2 4 4 4 4 2 3 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 3 2 3 2 2 4 2 2 2 2 2 2 4 2.3 Análises multivariadas Para compreender o comportamento da vegetação ao longo das bacias estudadas, interpretar a correlação entre a distribuição espacial das espécies e as variáveis ambientais a que estão submetidas, foram utilizados três procedimentos de análise da vegetação, com o auxílio do software PC-ORD versão 4.14 (Mccune & Mefford, 1999). 2.3.1 Análise de correspondência retificada (DCA) Para avaliação da similaridade estrutural entre os fragmentos foi empregado o método de análise de correspondência destendenciada (DCA, Detrended Correspondence Analysis) (Hill & Gauch, 1980). Esse procedimento teve a finalidade de ordenar os fragmentos, possibilitando a interpretação dos resultados quanto ao padrão estrutural das matas expresso pelo log (IVC). 2.3.2 Análise divisiva (TWINSPAN) Aplicou-se a análise de agrupamento do two-way indicator species analysis (TWINSPAN) (Hill, 1979), para a formação de grupos semelhantes floristicamente, que serão expressos graficamente por um cladograma. Para a análise de Twinspan, é necessária a definição dos níveis de corte que serão empregados para a determinação dos pesos de cada espécie na caracterização florística dos fragmentos. Esse procedimento permite quantificar a importância de cada espécie dentro de cada fragmento e, a partir desse critério, realizar a associação dos mesmos de forma que os grupos resultantes sejam homogêneos. Os níveis de corte são definidos pela espécie que apresentou o maior IVC dentro da matriz florística, independente do fragmento em que ocorreu. O valor de IVC logaritimizado dessa espécie é dividido por dois, sucessivamente oito vezes, formando nove níveis de corte. Estes níveis de corte, quando 110 empregados às espécies, dão origem às pseudoespécies que definirão os níveis de importância a uma dada espécie, recorrente em mais de um fragmento. Ou seja, uma mesma espécie poderá desempenhar um papel mais ou menos importante em diferentes fragmentos, dependendo do nível de corte que irá determinar as suas pseudo-espécies. 2.3.3 Análise de correspondência canônica Para analisar as correlações entre a distribuição das espécies arbóreas e as condições ambientais presentes, foi feita uma análise de gradientes mista, pela técnica de análise de correspondência canônica, ou CCA (Ter Braak, 1987). Esta análise requer duas matrizes, uma com dados das espécies e outra com variáveis ambientais. A matriz com dados geoclimáticos corresponde às dez variáveis mostradas na Tabela 3.2. No intuito de testar a significância da correlação entre as duas matrizes, identificando a probabilidade de acerto da relação encontrada entre as matrizes originais, aplicou-se o teste de Monte Carlo (Hope, 1968), que consiste em permutar, aleatoriamente, as linhas da matriz de variáveis ambientais. 2.4 Árvore de decisão Em uma árvore de decisão binária, o procedimento geral é o seguinte: apresenta-se um conjunto de dados ao nó inicial (ou nó raiz que também é um nó interno) da árvore; a ramificação desse nó dará origem ao nó intermediário. O nó intermediário, também conhecido como nó decisório ou interno, divide-se exatamente em dois descendentes: o nó esquerdo e o nó direito. A repetição deste procedimento caracteriza a recursividade da árvore de decisão. As classes foram formadas pelos grupos definidos pelo TWINSPAN, sendo composta pelos 26 fragmentos. 111 Na estruturação da árvore de decisão, seguiu-se o critério Twoing (Breiman et al., 1984): 1 - Definindo o conjunto de classes: C={1, ..., j}; em que: C - classes; j - grupos definidos pelo TWINSPAN, contendo n fragmentos; 2 – Separando-se as classes em dois subconjuntos: C1 ={1, ..., j} e C2 = C - C1 Para cada nó t contendo C, existe um “split” (regra de divisão aplicada a uma determinada variável) que divide t em tR (contendo C1) e tL (contendo C2), em que tR e tL fornecem as direções direita e esquerda, respectivamente, que o conjunto de fragmento de cada classe irá tomar na estrutura da árvore de decisão. 3 - Cálculo do decréscimo na impureza dos subcunjuntos: i(s, t ) = i(t) − p i(t ) − p i(t ) ; R R L L em que: s- split; t - nó; PR - probabilidade de que o elemento migre para a direita; PL - probabilidade de que o elemento migre para a esquerda; i(t) - medida de impureza: i(t) = p 1 t ,p 2 t ,..., p j t ; em que: - função de impureza; p - probabilidade de permanência na classe. 112 O decréscimo na impureza é calculado para todos os possíveis “splits”, bem como para todos os possíveis C1. Dessa forma, são selecionados o “split” e os subconjuntos C1 e C2 que proporcionam o maior decréscimo na impureza ( ∆ i (s, t ) ). 4 - Repete-se o passo II até completar todas as divisões e classificar todos os grupos, em classes. Ao final, o critério imposto pela árvore irá classificar as áreas não amostradas, determinando a influência dos grupos de fragmentos em toda a extensão das bacias. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Seleção das espécies A amostragem realizada nos 26 fragmentos computou 722 espécies. Para todas as espécies foi calculado o índice de valor de cobertura (IVC) em escala logarítmica e, em seguida, os valores foram ordenados por meio de um ranking, representado graficamente (Figura 3.1). A partir da análise dessa Figura, selecionaram-se 116 espécies, ou 16,07% do total, como responsáveis pela predominância e distribuição ao longo das bacias amostradas. Com esse nível de corte foram excluídas as espécies com log (IVC) menor que 0,001. A partir dessas espécies foram aplicadas as técncias de análises multivariadas. 113 0,02 0,018 0,016 log (IVC) 0,014 0,012 0,01 0,008 0,006 0,004 0,002 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 Número de espécies FIGURA 3.1 – Gráfico de valor de cobertura aplicado a partir do IVC em escala logarítmica, para definir as espécies padrão de todas as fitosionomias estudadas. Considerando-se os 26 fragmentos e o número de espécies selecionadas pelo gráfico de valor de cobertura, na Tabela 3.3 está demonstrado o número de espécies por fragmento após o corte. 114 TABELA 3.3 – Número de espécies após o corte realizado na curva do gráfico de IVC logaritmzado, indicando o comportamento das espécies para cada fragmento. Fragmentos n n' n'(%) P95 J86 M140 J21 P94 J120 J13 J96 J110 J14 J12 J11 J20 J15 P115 S111 J16 J139 J109 J135 M134 M112 J108 J10 P119 J114 28 33 32 37 45 47 55 57 32 56 70 72 34 103 45 66 38 142 104 46 68 98 221 140 86 204 25 28 22 25 29 27 31 31 17 27 33 32 15 45 19 25 13 47 34 15 20 28 55 34 20 47 89,29 84,85 68,75 67,57 64,44 57,45 56,36 54,39 53,13 48,21 47,14 44,44 44,12 43,69 42,22 37,88 34,21 33,10 32,69 32,61 29,41 28,57 24,89 24,29 23,26 23,04 N = número total de espécies por fragmento; n’= número residual de espécies após o corte e n’ (%) = porcentagem de espécies após o corte. Os dados da Tabela 3.3 mostram que o corte selecionando 116 espécies reduziu o número de espécies para até 23,04% (J114), demonstrando maior número de espécies raras ou de ocorrência restrita em alguns fragmentos. No 115 fragmento P95, o número de espécies remanescentes foi o maior, devido, em parte, ao pequeno número de espécies que foram catalogadas neste fragmento. De forma geral, pode-se dizer que as espécies selecionadas são de ampla recorrência na área, entretanto, nos fragmentos em que a redução no número de espécies foi mais acentuada, as espécies selecionadas são de distribuição restrita aos mesmos. 3.2 Técnicas multivariadas para agrupamento e ordenação 3.2.1 Análise de correspondência destendenciada (DCA) A análise de correspondência destendenciada mostrou uma variância total (inércia) de 10,45 entre os dados. Segundo Gomide (2004), esta inércia pode estar relacionada à tendência do ambiente de estar sempre em dinâmica ou prestes a sofrer mudanças. A variação total dos dados pode ser explicada por três eixos perpendiculares entre si, formando uma estrutura multidimensional, o que implica na escolha de dois deles para a visualização gráfica dos resultados. A ordem de importância dos eixos é fornecida pelos eigenvalue (autovalores), que representam a contribuição de cada eixo na explicação do conjunto de dados. Os autovalores apresentados para os eixos 1, 2 e 3 foram de 0,8590; 0,7076 e 0,4711, respectivamente. Dessa forma, foram selecionados os eixos 1 e 2, que explicaram mais de 70% da inércia. Os autovalores dos eixos selecionados indicam um gradiente longo de variação dentro das bacias. Isso significa que as espécies não estão distribuídas em toda área, mas sim concentradas em locais específicos de ocorrência. O resultado final da DCA está expresso na Figura 3.2. Esse gráfico resulta da dispersão das observações (fragmentos) em relação à sua afinidade com os eixos. 116 FIGURA 3.2 – Análise gerada pela DCA, considerando os 26 fragmentos amostrados nas bacias, tendo como matriz base os valores de IVC logaritmizados. 1: Floresta Estacional Decidual; 2: Campo Cerrado; 3: Floresta Estacional Semidecidual e 4: Cerrado sensu stricto. A ordenação dos scores (fragmentos), representada pela Figura 3.2, mostra que o eixo 2 diferenciou dois grupos de forma bem contundente. No grupo mais coeso, localizado próximo da posição 80 do eixo 1 (Axis 1), estão os três fragmentos de Campo Cerrado (P95, J86 e J15) e sete fragmentos de Cerrado sensu stricto (J13, J96, J11, J12, J21, P94 e J120) que demonstraram baixa correlação com o eixo 2 (Axis 2). A proximidade em que esses fragmentos se encontram no gráfico demonstra ainda uma forte afinidade entre eles, em função da estrutura representada pelo IVC. A partir desse comportamento, pode-se inferir que os fragmentos de Campo cerrado possuem o mesmo potencial de ocupação do espaço que as 117 formações de Cerrado sensu stricto e que a discriminação das duas fitofisionomia está atrelada à estrutura vertical das suas comunidades arbóreas. Do lado oposto do diagrama estão os demais fragmentos inventariados, tendo os três fragmentos de Floresta Estacional Decidual (J16, J20e J110) sido os mais correlacionados ao eixo 2, o que evidencia uma diferença florística significativa entre esta fitofisionomia e as formações de cerrado. Os fragmentos M134 e J135 de Floresta Estacional Semidecidual estão dispersos próximos aos fragmentos de Floresta Estacional Decidual, demonstrando correlação com esta fitofisionomia. Os fragmentos J10, J109, J14 e P119 demonstraram que não possuem semelhança com os demais fragmentos de Cerrado sensu stricto, uma vez que a distribuição dos mesmos mostrou maior afinidade com os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual. 3.2.3 TWINSPAN A saída de dados do TWINSPAN, ou seja, o resultado final, constitui a descrição das divisões realizadas, com respectivos autovalores, conjunto de unidades amostrais e de espécies similares (agrupamentos), espécies indicadoras e preferenciais, amostras mal classificadas, além de uma matriz organizada com a classificação hierárquica das amostras e espécies conjuntamente (Araujo, 2002). Os níveis de corte que deram origem às pseudoespécies foram determinados pela espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne, que apresentou o maior valor de log (IVC) na matriz (0,0071831). As nove classes formadas foram: 0,0000281, 0,0000561, 0,0001122, 0,0002244, 0,0004488, 0,0008979, 0,0017958, 0,0035915 e 0,0071831. A partir da atribuição dos pesos fornecidos pelos níveis de corte, as 116 espécies deram origem a 742 categorias de espécies e pseudoespécies, ou seja, as espécies selecionadas nos 26 fragmentos como determinantes do padrão 118 florístico da área apresentaram comportamentos de IVC diferentes entre os fragmentos em que foram recorrentes. A Figura 3.3 demonstra a classificação dos 26 fragmentos em grupos, selecionada pela técnica multivariada divisiva TWINSPAN, em que espécies preferenciais ditam a formação dos grupos, informando, ainda, os autovalores (eigenvalue), que sintetizam a relativa contribuição de cada componente, para explicar o total de variação dos dados. De forma resumida, os grupos formados e as fitofisionomias presentes em cada grupo estão listados na Tabela 3.4. 119 J120, J13, J86, J96, J11, J12, J15, J21, P94, P95, J10, J108, J109, J110, S111, J114, P119, J135, M140, J20, M112, P115, M134, J139, J14, J16 0,548 Grupo negativo Grupo positivo J10, J108, J109, J110, S111, J114, P119, J135, M140, J20, M112, P115, M134, J139, J14, J16 J120, J13, J86, J96, J11, J12, J15, J21, P94, P95 0,248 0,495 J13, J86, J96, J11, J12, J15, J21, P94, P95 J120 G1 J10, J108, J109, S111, J114, P119, J135, M140, M112, P115, M134, J13, J14 0,221 J110, J20, J16 G2 0,336 119 J86, J11, J12, J21, P94, P95 J13, J96, J15 J10, J108, J109, S111, J114, M140, M112, M134, J13, J14 G3 0,236 P119, J135, P115 G4 0,289 J86, J21, P94, P95 J11, J12 J10, J108, J109, S111, J114, M140, M112, J13 M134, J14 G5 G6 G7 0,307 J10, J109 G8 J108, S111, J114, M140, M112, J13 0,299 J108, S111, J114, M112 G9 M140, J139 G10 FIGURA 3.3 – Cladograma gerado pela TWINSPAN, a partir da matriz de IVC logaritimizada, com os grupos formados e os autovalores de cada divisão. TABELA 3.4 – Grupos de fragmentos formados pela análise divisiva TWINSPAN. Grupos Fragmentos Fitofisionomia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 J120 J16, J20, J110 J13, J96, J15 P119, J135, P115 J86, J21, P94, P95 J11, J12 M134, J14 J10, J109 J108, S111, J114, M112 M140, J139 Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Decidual Cerrado sensu stricto + Campo cerrado Cerrado sensu stricto + Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto + Campo cerrado Cerrado sensu stricto Cerrado sensu stricto + Floresta Estacional Semidecidual Cerrado sensu stricto Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual A associação entre a análise divisiva de TWINSPAN e a DCA, mostrando a estreita relação entre estas duas análises, está demonstrada na Figura 3.4. FIGURA 3.4 – Análise de DCA associada à formação dos grupos de fragmentos pela Twinspan. Os valores indicados na legenda se referem ao grupo correspondente. 121 Na primeira divisão (Figura 3.2), houve a formação dos dois grupos iniciais; o grupo negativo contém fragmentos de Cerrado sensu stricto e Campo cerrado e o grupo positivo possui fragmentos de Cerrado sensu stricto, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Essa característica permite inferir que os fragmentos do grupo negativo caracterizam de forma mais clara as formações de cerrado, enquanto que no grupo positivo existe influência de outras vegetações no padrão fitofisionômico dos fragmentos. Essa divisão teve a espécie Qualea grandiflora Mart. como indicadora dos fragmentos do grupo negativo e o autovalor dessa divisão foi 0,548. Segundo Hill et al. (1975), valores maiores ou iguais a 0,30 são considerados altos, indicando uma diferenciação de ambientes bastante fortes. A primeira divisão foi visivelmente caracterizada na análise da DCA, em que os fragmentos do grupo negativo são aqueles que se posicionaram no extremo direito do gráfico (Figura 3.3). Dessa forma, a caracterização desse grupo de fragmentos está claramente definida, tanto em relação à estrutura das comunidades quanto à importância ecológica que as espécies recorrentes nos fragmentos têm nos mesmos. Essa associação de fatores confirma que entre estes fragmentos existe um padrão fitofisionômico bastante homogêneo. A primeira divisão dentro do grupo negativo (Figura 3.3) segrega o fragmento J120 em função da espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne. Essa espécie ocorreu em grande número neste fragmento (1.587 indivíduos) e apresentou o maior IVC logaritimizado ocorrido na área (0,007184). Além disso, esta espécie não ocorreu em nenhum dos fragmentos do grupo negativo, definindo a sua importância no fragmento J120. O autovalor desta divisão foi 0,2489, considerado baixo para uma diferenciação precisa. A primeira divisão do grupo positivo separou os fragmentos de Floresta Estacional Decidual J110, J20 e J16, induzida pela espécie Myracrodruon urundeuva Allemão, considerada indicadora desses ambientes pela análise. O 122 autovalor foi de 0,4958, um valor alto ao se considerar que o grupo é homogêneo fisionomicamente. Essa análise confirma os resultados obtidos em relação à similaridade florística existente entre os fragmentos, uma vez que houve formação do mesmo grupo florístico quando foram aplicados os coeficientes de Sorensen e Jaccard. A partir dessa divisão, restaram somente fragmentos de Cerrado sensu stricto e Floresta Estacional Semidecidual no grupo positivo. Esta característica mostra que os fragmentos J10, J109, P119 e J14 estão fortemente influenciados por outras fitofisionomias, o que influenciou a florística destes fragmentos, como mostrado no Capítulo 2. Essa colocação se confirma pela análise da DCA, na qual estes fragmentos ocuparam posições próximas aos fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e, ao mesmo tempo, afastadas dos demais fragmentos de Cerrado sensu stricto, evidenciando uma correlação florística negativa com esta fitofisionomia. A segunda divisão no grupo negativo separa os fragmentos J13, J96 e J15, cujo autovalor foi de 0,2216 e a espécie indicadora nesta divisão foi Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Essa espécie teve ocorrências nos demais fragmentos do grupo negativo, entretanto, a sua importância, determinada pelos níveis de corte, não foi relevante nos outros fragmentos. Os fragmentos J13 e J95 compuseram o mesmo grupo florístico em função da similaridade, entretanto, o fragmento J15 não foi considerado floristicamente semelhante aos outros dois. Além disso, o fragmento J15 é classificado como Campo cerrado, enquanto os fragmentos J13 e J95 fazem parte das matas de Cerrado sensu stricto. Contudo, a estrutura horizontal da floresta, traduzida pelo IVC e o grau de importância das espécies recorrentes entre esses fragmentos, refletida nas pseudoespécies, foram similares, determinando a formação do grupo. 123 Realizando a segunda divisão do grupo positivo, o TWINSPAN agrupou os fragmentos P119, J135 e P115, com autovalor igual a 0,3362. As espécies indicadoras nesta divisão foram Dalbergia frutescens (Vell.) Britton, dos fragmentos mencionados e as espécies Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. e Machaerium brasiliense Vogel, para os demais fragmentos. O fragmento P119 compõe o Cerrado sensu strico; já os fragmentos J135 e P115 fazem parte das Florestas Estacionais Semideciduais. Na terceira divisão do grupo negativo, foram formados dois grupos: o grupo 5, composto pelos fragmentos J86, J21, P84 e P95 e o grupo 6, composto pelos fragmentos J11 e J12. O autovalor foi de 0,2364 e a espécie Guapira opposita (Vell.) Reitz foi indicadora do grupo 6. Em relação à similaridade florística, todos esses fragmentos fizeram parte do mesmo grupo, entretanto, a caracterização fitofisionômica desses fragmentos certamente teve influência da posição geográfica em que se encontram. Os fragmentos que compuseram o grupo 5 estão localizados na porção norte da área estudada, enquanto os fragmentos J11 e J12 estão situados no extremo oeste da área e no mesmo município. A terceira divisão do grupo positivo segregou os fragmentos M134 e J14. A espécie Astronium graveolens Jacq. foi indicadora destes locais e a espécie Myrcia splendens (Sw.) DC. foi indicadora dos demais fragmentos. O autovalor resultante da divisão foi 0,2895. Na quarta divisão do grupo positivo, empregada pela TWINSPAN, separaram-se os fragmentos J10 e J109, que formaram o grupo 8. O autovalor da divisão foi 0,3078, e a espécie indicadora foi Melanoxylon brauna Schott, para os demais fragmentos. Nesse ponto, ocorre a separação final entre fragmentos de Cerrado sensu stricto e Floresta Estacional Semidecidual. A última divisão do grupo positivo formou dois grupos: grupo 9, composto pelos fragmentos J108, S111, J114 e M112, e o grupo 10, com os 124 fragmentos M140 e J139. O autovalor dessa divisão foi 0,2999 e a espécie indicadora foi Zanthoxylum rhoifolium Lam., para o grupo 10. A localização geográfica dos grupos pode ser observada na Figura 3.5. FIGURA 3.5 – Distribuição geográfica dos grupos de fragmentos discriminados pela análise divisiva TWINSPAN. Araújo et al. (2004) utilizaram a análise TWINSPAN para definir três subformações vegetais a partir do agrupamento de espécies, associando ainda as condições ambientais de cada subgrupo formado com as espécies preferenciais de cada um. Lopes (2007) utilizou o mesmo método para identificar a formação de grupos vegetais em área de Floresta Atlântica do Nordeste do Brasil e verificar se existem espécies indicadoras na formação dos grupos. 125 3.3 Espécies potenciais para programas de revegetação Como na seleção das espécies para realizar as análises multivariadas, nessa etapa, o corte no gráfico de valor de cobertura (Figura 3.6) foi aplicado em cada um dos 10 grupos formados pela análise do TWINSPAN. O número total de espécies foi o mesmo encontrado na determinação das espécies padrão da área usadas nas análises multivariadas precedentes. Esse fato mostra que a escolha dessas espécies determinadas pelo corte visual aplicada ao gráfico com o ranking das espécies em função do IVC (Figura 3.1) foi adequada. Portanto, a análise dos gráficos selecionará as espécies mais adequadas a cada grupo de fragmentos, ajustando o conjunto de 116 espécies à caracterização florística de cada um. O critério de IVC permitiu avaliar o comportamento das comunidades de espécies dentro de cada grupo, possibilitando a escolha das espécies mais importantes dentro dos padrões florísticos dos grupos. O resultado da aplicação dos cortes feitos nos gráficos, em número de espécies iniciais em cada grupo e remanescentes, é mostrado na Tabela 3.5. 126 0,008 0,007 0,006 log(IVC) 0,005 0,004 0,003 0,002 0,001 0 0 5 10 15 20 25 30 Número de espécies (G1) 0,01 0,009 0,008 log(IVC) 0,007 0,006 0,005 0,004 0,003 0,002 0,001 0 0 5 10 15 20 25 30 35 Ranking de espécies (G2) FIGURA 3.6 – Gráficos do comportamento das espécies dentro de cada grupo formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e utilizado como critério para indicar as espécies mais adequadas em programas de revegetação. (...continua...) 127 FIGURA 3.6, Cont. 0,0045 0,004 0,0035 log(IVC) 0,003 0,0025 0,002 0,0015 0,001 0,0005 0 0 10 20 30 40 50 60 Ranking de espécies (G3) 0,006 0,005 log(IVC) 0,004 0,003 0,002 0,001 0 0 5 10 15 20 25 Ranking de espécies (G4) 128 30 35 40 45 FIGURA 3.6, Cont. 0,012 0,01 log(IVC) 0,008 0,006 0,004 0,002 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Ranking de espécies (G5) 0,0035 0,003 log(IVC) 0,0025 0,002 0,0015 0,001 0,0005 0 0 5 10 15 20 25 Ranking de espécies (G6) 129 30 35 40 FIGURA 3.6, Cont. 0,007 0,006 log(IVC) 0,005 0,004 0,003 0,002 0,001 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Ranking de espécies (G7) 0,0025 log(IVC) 0,002 0,0015 0,001 0,0005 0 0 10 20 30 Ranking de espécies (G8) 130 40 50 60 FIGURA 3.6, Cont. 0,006 0,005 log(IVC) 0,004 0,003 0,002 0,001 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Ranking de espécies (G9) 0,005 log(IVC) 0,004 0,003 0,002 0,001 0 0 10 20 30 Ranking de espécies (G10) 131 40 50 60 TABELA 3.5 – Comportamento do número das espécies selecionadas a partir do nível de corte estabelecido, para cada grupo definido pela TWINSPAN, conforme apresentado na Tabela 3.4 Gr upos 5 6 3 4 8 9 10 2 7 1 N 41 37 55 40 48 75 52 30 39 27 N' 35 31 42 30 30 45 30 15 15 10 N" (%) 85,37 83,78 76,36 75,00 62,50 60,00 57,69 50,00 38,46 37,04 N= número total de espécies para o grupo, N’ = número de espécies indicadas pelo corte da curva de valor de cobertura e N’’ (%) = relação percentual de espécies remanescentes após o corte. Analisando-se os gráficos da Figura 3.6, percebe-se que os grupos apresentaram desempenhos bastante distintos em relação ao IVC das espécies. Os grupos que apresentaram maior diferença estrutural entre as comunidades foram 1, 2 e 7. Eles se caracterizaram por uma predominância de poucas espécies com maior IVC e discrepância das mesmas em relação às demais, impactando de forma mais clara na determinação das fitofisionomias desses grupos. Esse comportamento indica que a quantidade das espécies mais indicadas para revegetação nesses ambientes será pequena em relação ao número total. Este fato pode ser comprovado por meio dos dados da Tabela 3.5, na qual esses grupos apresentaram um valor percentual residual de espécies menor que os demais. Já os grupos 3, 4, 5, 6, 8, 9 e 10 mostraram um comportamento menos tendencioso entre as espécies. Houve maior equilíbrio entre as comunidades, levando a valores residuais maiores, portanto, um maior número de espécies com potencial de revegetação. 132 No grupo 1, a espécie de maior IVC foi Machaerium dimorphandrum Hoehne (0,0071831), seguida por Guapira venosa (Choisy) Lundell (0,0018437). Esta diferença foi a mais marcante entre todos os grupos, uma vez que a primeira espécie teve o valor de IVC mais elevado entre todas as espécies envolvidas no estudo. Na Figura 3.7, está representado o perfil do gráfico quando se elimina a espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne. Nota-se que o corte de 10 espécies foi condizente com o comportamento das espécies; as dez escolhidas tiveram valores de IVC maiores que 0,0001. 0,002 log(IVC) 0,0015 0,001 0,0005 0 0 5 10 15 20 25 30 Número de espécies FIGURA 3.7 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 1 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se a espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne. do ranking. No grupo 2, a espécie predominante foi Combretum leprosum Mart. (0,09268), seguida de Myracrodruon urundeuva Allemão (0,006468). As próximas 13 espécies escolhidas apresentaram valores de IVC variando entre 0,004869 a 0,00069. A partir desse valor, o perfil do gráfico torna-se menos 133 tendencioso, demonstrando o ponto em que as espécies tornam-se menos expressivas na caracterização fitofisionômica do grupo. Uma análise mais criteriosa do nível de corte empregado pode ser feita por meio da Figura 3.8, da qual foi retirada a espécie Combretum leprosum Mart. Nota-se que, mesmo com a retirada da espécie mais preponderante, o comportamento do gráfico não mudou, evidenciando as 15 primeiras espécies como as mais indicadas na revitalização nesse grupo. 0,008 log(IVC) 0,006 0,004 0,002 0 0 5 10 15 20 25 30 35 Ranking de espécies FIGURA 3.8 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 2, formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se a espécie Combretum leprosum Mart. do ranking. Já no grupo 7, as espécies com maior IVC foram Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. (0,006639) e Rourea induta Planch. (0,004004). Essas espécies representaram, aproximadamente, 39% do IVC das 39 computadas no grupo. Para a melhor visualização do perfil do gráfico, retiraram134 se as duas espécies supracitadas (Figura 3.9), a fim de tornar a seleção das espécies menos tendenciosa. Nota-se que o padrão fitofisionômico desse grupo ficou bem evidente, demonstrando que o corte em 15 espécies foi adequado para o grupo. 0,002 log(IVC) 0,0015 0,001 0,0005 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Ranking de espécies FIGURA 3.9 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 7 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se as espécies Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. e Rourea induta Planch do ranking. O grupo 9 teve como espécie principal Mabea fistulifera Mart. (0,00481) e, na seqüência, Licania apetala (E.Mey.) Fritsch (0,00203). Nesse grupo também houve ampla predominância da primeira colocada em relação às demais espécies. Entretanto, o perfil do gráfico mostrou um decréscimo gradativo dos valores de IVC pelas demais espécies. Esse fato permite inferir que o número residual de espécies será o maior dentre os grupos que foram apontados como os de maior irregularidade entre as comunidades (Tabela 3.5). 135 Dessa forma, foram selecionadas 45 espécies como as mais importantes na caracterização fitofisionômica desse grupo, sendo eliminadas aquelas que apresentaram valores inferiores a 0,0001 como critério, uma vez que não houve preponderância de poucas espécies e, sim, uma importância maior para a primeira colocada no ranking. Retirando-se, então, a tendência que a espécie Mabea fistulifera Mart. impôs ao grupo, tem-se o gráfico da Figura 3.10. A análise do gráfico permite inferir que o nível de corte utilizado para este grupo foi coerente com o padrão determinado pelo IVC. 0,0025 log(IVC) 0,002 0,0015 0,001 0,0005 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Ranking de espécies FIGURA 3.10 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 9 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se a espécie Mabea fistulifera Mart do ranking. No grupo 10, a espécie de maior importância foi Byrsonima laxiflora Griseb. (0,00464) e, em segundo lugar, Lithraea molleoides (Vell.) Engl. (0,0024. A exemplo do grupo 9, o perfil do gráfico demonstrou que existe maior equilíbrio entre as espécies, apesar do domínio exercido pela espécie Byrsonima 136 laxiflora Griseb. O nível de corte aplicado a este grupo foi de 30 espécies. Esse número de espécies se mostrou adequado, quando se analisa o gráfico gerado com a retirada da espécie Byrsonima laxiflora Griseb. (Figura 3.11). As demais espécies do grupo apresentaram valores de IVC inferiores a 0,0001. 0,003 0,0025 log(IVC) 0,002 0,0015 0,001 0,0005 0 0 10 20 30 40 50 60 Ranking de espécies FIGURA 3.11 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 10 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se a espécie Byrsonima laxiflora Griseb do ranking. A espécie Maprounea guianensis Aubl. foi predominante no grupo 4 (0,005192), seguida da Maprounea guianensis (0,00436). Entretanto, o padrão fitofisionômico do grupo foi determinado por um número grande de espécies, uma vez que o perfil do gráfico mostrou equilíbro entre os valores de IVC das espécies. A exclusão das duas espécies supracitadas do ranking originou o gráfico da Figura 3.12, que comprova a existência de um padrão abrangente, sendo eliminadas apenas as espécies com valores de IVC inferiores a 0,0001, seguindo o critério utilizado nos grupos 9 e 10. 137 0,003 0,0025 log(IVC) 0,002 0,0015 0,001 0,0005 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Ranking de espécies FIGURA 3.12 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 4 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se as espécies Metrodorea mollis Taubert e Maprounea guianensis Aubl. do ranking. No grupo 5, a espécie que predominou foi Dalbergia miscolobium Benth. (0,011282) e, em seguida, Hancornia speciosa B.A.Gomes (0,004617). Apesar da superioridade da primeira espécie, o comportamento das demais, mostrado no gráfico, foi similar ao dos grupos 4, 9 e 10, nos quais o decréscimo dos valores segue uma tendência gradativa entre as espécies. Foi empregado um corte de 35 espécies, retirando-se aquelas com IVC inferior a 0,0001. No gráfico da Figura 3.13 observa-se o comportamento do grupo quando se retira a influência da espécie Dalbergia miscolobium Benth. 138 0,005 0,0045 0,004 log(IVC) 0,0035 0,003 0,0025 0,002 0,0015 0,001 0,0005 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Ranking de espécies FIGURA 3.13 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 5 formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e retirando-se as espécies Dalbergia miscolobium Benth. do ranking. No grupo 3, a primeira espécie do ranking não teve grande superioridade em relação às demais e o gráfico exibe uma curva menos acentuada, mostrando um comportamento mais equilibrado. As 42 espécies escolhidas apresentaram valores superiores a 0,0001. As espécies que apresentaram valores de IVC superiores a 0,002 foram: Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. (0,003905), Caryocar brasiliense Cambess. (0,00372), Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. (0,00339), Qualea grandiflora Mart. (0,002777), Byrsonima verbascifolia (L.) DC. (0,002762), Dalbergia miscolobium Benth. (0,002737), Byrsonima coccolobifolia Kunth (0,002252). O mesmo comportamento ocorreu no grupo 6, no qual as espécies Qualea grandiflora Mart. (0,003096), Dalbergia miscolobium Benth. (0,002834), Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. (0,002363), 139 Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. (0,00227), Pouteria torta (Mart.) Radlk. (0,00174), Copaifera langsdorffii Desf. (0,0013), Qualea parviflora Mart. (0,001269), Byrsonima coccolobifolia Kunth (0,001139), Bowdichia virgilioides Kunth (0,001115) e Caryocar brasiliense Cambess. (0,001063) obtiveram valores mais expressivos. O corte empregado foi de 31 espécies, sendo eliminadas aquelas com valores de IVC menores que 0,0001. No grupo 8 também não ocorreu preponderância das primeiras espécies. O padrão fitofisionômico deste grupo teve uma participação mais expressiva das espécies Ilex theezans Mart. ex Reissek (0,002203), Myrcia guianensis (Aubl.) DC. (0,00171), Ocotea pulchella Mart. (0,001621), Mabea fistulifera Mart. (0,001601), Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg. (0,001432), Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. (0,001385), Prunus myrtifolia (L.) Urb. (0,001255) e Byrsonima crassifolia (L.) Kunth (0,001078), que obtiveram valores superiores a 0,001. O corte empregado foi na posição 30, eliminando-se as espécies que apresentaram valores de IVC inferiores a 0,0001. Na Tabela 3.6 encontra-se a lista de espécies preferenciais para serem utilizadas em programas de revegetação para cada grupo de fragmentos, em que 1 representa a presença da espécie. 140 TABELA 3.6 – Lista das espécies indicadas para programas de recomposição da vegetação nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus, para cada grupo de fragmentos formados pela TWINSPAN. Especie Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. Lithraea molleoides (Vell.) Engl. Myracrodruon urundeuva Allemão Tapirira guianensis Aubl. Astronium graveolens Jacq. Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth. Annona crassiflora Mart. Rollinia laurifolia Schltdl. Hancornia speciosa B.A.Gomes Aspidosperma tomentosum Mart. Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson Ilex theezans Mart. ex Reissek Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish Jacaranda macrantha Cham. Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith Cordia sellowiana Cham. Cordia trichoclada DC. Caryocar brasiliense Cambess. Licania apetala (E.Mey.) Fritsch Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. Kielmeyera speciosa A.St.-Hil. Combretum leprosum Mart. Terminalia fagifolia Mart. Buchenavia tomentosa Eichler Rourea induta Planch. Diospyros hispida A.DC. Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil. Maprounea guianensis Aubl. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Mabea fistulifera Mart. Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg. Pogonophora schomburgkiana Miers Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Copaifera langsdorffii Desf. Goniorrhachis marginata Taub. Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard Melanoxylon brauna Schott Senna cana (Nees & Mart.) H.S.Irwin & Barneby Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev Bowdichia virgilioides Kunth Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Dalbergia miscolobium Benth. Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi Machaerium acutifolium Vogel Machaerium brasiliense Vogel Machaerium nictitans (Vell.) Benth. Machaerium opacum Vogel Ormosia arborea (Vell.) Harms Platypodium elegans Vogel Machaerium dimorphandrum Hoehne Família Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Annonaceae Annonaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Aquifoliaceae Araliaceae Asteraceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Boraginaceae Boraginaceae Caryocaraceae Chrysobalanaceae Clusiaceae Clusiaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Connaraceae Ebenaceae Erythroxylaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae 141 G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ‘continua’... TABELA 3.6, cont. Especie Platymiscium pubescens Micheli Pterocarpus rohrii Vahl Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. Plathymenia reticulata Benth. Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch. Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Ocotea pulchella Mart. Ocotea spixiana (Nees) Mez Lafoensia pacari A.St.-Hil. Byrsonima crassifolia (L.) Kunth Byrsonima coccolobifolia Kunth Byrsonima laxiflora Griseb. Heteropterys byrsonimifolia A.Juss. Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Trichilia catigua A.Juss. Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg Eugenia aurata O.Berg Eugenia dysenterica DC. Eugenia florida DC. Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Myrcia splendens (Sw.) DC. Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Myrcia amazonica DC. Myrcia fenzliana O. Berg Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell Guapira noxia (Netto) Lundell Guapira opposita (Vell.) Reitz Guapira venosa (Choisy) Lundell Heisteria silvianii Schwacke Roupala montana Aubl. Prunus myrtifolia (L.) Urb. Amaioua guianensis Aubl. Randia nitida (Kunth) DC. Alseis floribunda Schott Zanthoxylum rhoifolium Lam. Dictyoloma vandellianum A.Juss. Balfourodendron molle (Miquel) Pirani Metrodorea mollis Taubert Casearia sylvestris Sw. Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. Allophylus petiolulatus Radlk. Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Pouteria torta (Mart.) Radlk. Siparuna guianensis Aubl. Cecropia glaziovii Snethl. Aegiphila sellowiana Cham. Callisthene fasciculata (Spreng.) Mart. Qualea grandiflora Mart. Qualea parviflora Mart. Vochysia thyrsoidea Pohl Família Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lythraceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malvaceae Meliaceae Meliaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Olacaceae Proteaceae Rosaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Salicaceae Salicaceae Sapindaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Siparunaceae Urticaceae Verbenaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae 142 G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3.4 Análise de correlação canônica (CCA) Inicialmente, o intuito era utilizar todas as dez variáveis geoclimáticas que constam na Tabela 3.2. Entretanto, para o processamento da CCA, o software utilizado requer que o número de colunas da matriz ambiental (variáveis geo-climáticas) seja inferior ao número de linhas da matriz florística (número de fragmentos), caso contrário resultará no surgimento de uma matriz singular, inviabilizando o processamento. Com a formação de dez grupos pela análise divisiva de TWINSPAN, as duas matrizes empregadas na CCA formariam uma matriz quadrada 10 x 10, inviabilizando o processo. Dessa forma, foram realizadas CCAs preliminares para exluir a variável que apresentasse menor correlação com os eixos de ordenação. Notou-se que o processamento ocorrido com a variável ‘matéria orgância’ resultava em valores superiores a 3% no teste de Monte Carlo. Com isso, essa variável foi eliminada da matriz ambiental. Os resultados estatísticos fornecidos pela CCA podem ser analisados por meio da Tabela 3.7. TABELA 3.7 – Resumo dos resultados da análise de correlação canônica (CCA), para as áreas inventariadas inseridas nas bacias estudadas. Autovalores Var iância dos valores de espécies: Va riação dos dados explicada por cada eixo (%) Variação explicada cumulativa (%) Significância do teste de Monte Carlo: Autovalores 1 Correlação especie-ambiente 2 Eixo 1 0,845 Eixo 2 0,804 Eixo 3 0,696 17,6 17,6 16,7 34,3 14,5 48,7 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,02 1: Teste em função da aleatorização dos dados de espécies com os autovalores observados. 2: Teste em função da aleatorização dos dados de espécies com as variáveis geoclimáticas utilizadas. 143 Na Tabela 3.7, os autovalores, medidas utilizadas para quantificar o peso de cada eixo, apresentaram os seguintes valores: 0,845; 0,804 e 0,696. Esses resultados demonstram um gradiente longo dentro das bacias, ou seja, a variação das espécies não ocorre apenas quanto aos valores de abundância e sim quanto à distribuição das mesmas dentro da área. De acordo com Ter Braak (1995), gradientes longos sugerem que as espécies não estão distribuídas ao longo de toda área, mas estão concentradas em locais restritos de ocorrência. O eixo 1 participou com uma percentagem de 17,6% na explicação da variação total dos dados, o eixo 2 participou com 16,7% e o eixo 3, com 14,5%, resultando num total de 48,7%. Esses valores demonstram que a maior parte da variância dos dados ficou sem explicação, mas, segundo Ter Braak (1987), esse resultado é normal em dados de vegetação e não compromete as análises das relações espécie-ambiente. Em função dos valores encontrados para os três eixos, foram escolhidos os eixos 1 e 2 na diagramação dos resultados, pelo fato de os mesmos explicarem mais as variações existentes. O teste de Monte Carlo confirmou a correlação espécie-ambiente para as variáveis empregadas, demonstrada pela significância do teste a 1% (p<0,01), para os eixos 1 e 2, tanto em relação à aplicação dos eixos na explicação da variância total quanto à aleatorização das variáveis ambientais. A correlação das variáveis geoclimáticas com os três eixos de ordenação é mostrada na Tabela 3.8. Considerando-se os eixos 1 e 2, as varáveis que apresentam correlação maior que 0,5 são: altitude, longitude e temperatura. A variável altitude obteve o maior autovalor, o que demonstra a sua importância na heterogeneidade ambiental das bacias. A matriz de correlação entre as nove variáveis empregadas na análise de correlação canônica, que expressa a influência que as variáveis exercem umas sobre as outras, pode ser observada na Tabela 3.9. O comportamento apresentado mostra o contraste entre o antagonismo (sinal negativo) e o 144 sincronismo (sinal positivo) das características ambientais que atuam na distinção dos ambientes representados pelos fragmentos e que, em última análise, determinam a heterogeneidade presente nas bacias. Nesse caso, a variável altitude apresentou correlação positiva superior a 0,5 com a longitude e correlação negativa maior que 0,5 com a temperatura. Dessa forma, à medida que cresce a longitude na área, a altitude média aumenta, ao mesmo tempo em que ocorre um decréscimo da temperatura. Esse comportamento influencia em outros fatores, mas de forma menos contundente. Oliveira-Filho & Fontes (2000), analisando padrões de diferenciação florística entre áreas de Floresta Atlântica no sudeste do Brasil, observaram que a altitude é um fator fundamental de diferenciação, tanto de Florestas Semidecíduas como Pluviais. Os autores acrescentaram, ainda, que a altitude vem, provavelmente, exercendo influência de longo prazo na evolução e na especialização da flora do Sudeste do Brasil. Além disso, as diferenças de altitude envolvem a formação de gradientes de fertilidade de solo e disponibilidade hídrica que favorecem a discriminação das vegetações inferomontanas e altimontanas (Gonzaga et al., 2008). De acordo com Whitmore (1990), a altitude interfere muito na disponibilidade de água para as plantas, pois, além do efeito orográfico sobre as chuvas, o déficit hídrico pode ser aliviado a maiores altitudes, devido a temperaturas mais baixas e à umidade do ar mais elevada. Dessa forma, pode-se inferir que a altitude foi o fator decisivo na distribuição das espécies à medida que criou um gradiente de temperatura e umidade que refletiu na estrutura e na composição de espécies da comunidade arbórea. 145 TABELA 3.8 – Comportamento das variáveis geoclimáticas correlacionadas com os três eixos de ordenação produzidos pela CCA. Variáveis Longitude Latitude Altitude Temperatura Precipitação Evapotranspiração Declividade Distância de rio Regime hídrico Eixo 1 0,722 -0,209 0,874 -0,687 0,085 0,444 -0,325 0,216 0,311 Correlação Eixo 2 -0,308 0,202 0,326 -0,313 0,416 -0,296 0,089 -0,099 -0,435 Eixo 3 0,116 0,641 -0,025 -0,025 -0,217 -0,524 0,349 0,500 -0,426 TABELA 3.9 – Matriz de correlação ponderada existente entre as variáveis geoclimáticas, inserida nas bacias estudadas. Longitude Latitude Altitude Temperatura Pr ecipitação Evapotranspiração Declividade Distância de Rio Regime hídrico 1.000 0,175 0,524 -0,707 0,399 0,142 -0,397 0,42 0,349 1.000 -0,215 -0,224 0,498 -0,936 0,295 0,413 -0,266 1.000 -0,781 0,139 0,367 -0,287 0,096 0,04 1.000 -0,595 0,05 0,200 -0,402 -0,167 1.000 -0,409 -0,205 0,186 0,079 1.000 -0,448 -0,245 0,300 1.000 0,43 0,249 1.000 0,272 Distância Longitude Latitude Altitude Temperatura Precipitação Evapotr anspiração Declividade de Rio 1.000 Regime hídrico Os resultados obtidos pela análise de correlação canônica (CCA) estão estruturados no diagrama de biplotagem (Figura 3.14), em que os valores de distribuição dos fragmentos foram representados por pontos. As variáveis geoclimáticas identificadas por retas indicam a direção do gradiente e seu tamanho fornece a sua importância. 146 1 2 3 4 FIGURA 3.14 – Gráfico da CCA aplicada para o grupo de fragmentos selecionados pela TWINSPAN, correlacionando variáveis geoclimáticas a dados florísticos. A distribuição dos grupos nos eixos de ordenação mostra clara distinção entre os grupos localizados nos quadrantes 1, 3 e 4. No quadrante 1 estão localizados os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, no quadrante 3 estão os fragmentos de Floresta Estacional Decidual e no quadrante 4 encontram-se os fragmentos com formações de cerrado. 147 Essa discriminação das fitofisionomias aconteceu, principalmente, em função de gradientes altitudinais, entretanto, conforme Berg & Oliveira-Filho (2000), diferenças na estacionalidade das chuvas também são importantes, uma vez que a duração da estação seca está diretamente relacionada ao déficit hídrico. De fato, é bem conhecido que a sazonalidade das chuvas interfere fortemente no padrão de distribuição de muitas espécies arbóreas do Domínio Atlântico (Oliveira-Filho et al., 2006). Em estudos realizados por Oliveira Filho et al. (1994) e Oliveira-Filho & Fontes (2000), o regime de disponibilidade de água prevaleceu na discriminação das florestas do Alto Rio Grande, no gradiente de altitude, já que o fator disponibilidade de água diferenciou fortemente as Florestas Pluviais das Semideciduais nas CCAs e o principal fator envolvido é a inexistência de estação seca nas primeiras. Os grupos de fragmentos situados acima do eixo 1 foram G4, G7, G8, G9 e G10. Estes grupos estão todos situados no quadrante 1, demonstrando que os mesmos estão sob influência das mesmas condições ambientais. De acordo com a direção em que se encontram os vetores das variáveis, percebe-se que a distribuição geográfica destes grupos está relacionada a regiões de menores valores de regime hídrico, evapotranspiração e longitude. Os valores de temperatura e altitude são medianos em relação aos demais grupos. Nestas condições se encontram todas as Florestas Estacionais Semideciduais e quatro fragmentos de Cerrado sensu stricto (P119, J14, J10 e J109). Este comportamento mostra que estes fragmentos sofrem pressão das Florestas Estacionais Semideciduais, que vai diminuindo à medida que se aumentam os valores de evapotranspiração, longitude e regime hídrico. Abaixo do eixo 1 estão 5 grupos, estando o grupo G2 localizado no quadrante 3 e os grupos G1, G3, G5 e G6, no quadrante 4. No grupo G2 estão incluídos todos os fragmentos de Floresta Estacional Decidual e, a partir da 148 observação de que este grupo não tem proximidade com nenhum outro dentro do diagrama, tem-se que o mesmo não possui similaridade com outros grupos. Este fato pode ser corroborado pela análise de TWINSPAN, na qual o grupo G2 foi o segundo formado com um autovalor de quase 0,5, ou seja, existe alta similaridade florística entre os seus fragmentos e baixa similaridade com os demais fragmentos que compõem o estudo. Este grupo está relacionado às altas temperaturas e a baixas altitudes. Dessa forma, os fragmentos que compõem o grupo 2 estão sob condições mais adversas de temperatura e umidade, determinando a fitofisionomia desses locais. À medida que aumentam os valores de regime hídrico, evapotranspiração e longitude, vão surgindo os fragmentos de Cerrado sensu stricto e Campo cerrado representados nos grupos 1, 3, 5 e 6, localizados no quadrante 4 do gráfico. O resultado encontrado pela CCA está de acordo com a análise de TWINSPAN e DCA, em que os fragmentos que compõem estes grupos se mostraram altamente semelhantes entre si e, ao mesmo tempo, dessemelhantes com os demais fragmentos. A variável longitude teve maior impacto na ordenação destes grupos, uma vez que ela teve correlação maior que 0,5 com os eixos de ordenação empregados. Oliveira-Filho & Fontes (2000) credenciaram variáveis geoclimáticas, como altitude, temperatura anual, distância do oceano, duração do período seco, precipitação anual e distribuição da chuva, para descrever o comportamento da flora arbórea das florestas Atlânticas do sudeste do Brasil. Esses autores concluíram que as florestas semideciduais são compostas de espécies mais resistentes a períodos secos, apresentando certa similaridade com as florestas ombrófilas. Em estudo realizado por Gomide (2004), os resultados encontrados determinaram que a altitude foi um fator físico que, associado a condições 149 climáticas, como as variáveis temperatura e precipitação, conferiram um efeito direto nas fisionomias e na diversidade local. Para uma análise discriminante das espécies selecionadas para programas de revegetação, em que as mesmas representam os padrões florísticos dos grupos, foi realizada uma CCA, visando evidenciar os fatores ambientais responsáveis por esta distribuição. A escala do ordenamento dos scores foi otimizada para as espécies. O diagrama contendo a ordenação das 116 espécies em função das variáveis geoclimáticas pode ser analisado na Figura 3.15. Para melhor vizualização da dispersão das espécies no gráfico, as mesmas foram identificadas por um código e a correpondência entre elas e o seu código está relacionada na Tabela 3.10. 150 FIGURA 3.15 – Gráfico da CCA, mostrando a correlação entre as espécies selecionadas e as variáveis geoclimáticas, a partir da matriz de índice de valor de cobertura recalculado. 151 TABELA 3.10 – Associação entre as espécies escolhidas para as análises multivariadas e seu código empregado na CCA, bem como o somatório dos valores de IVC logaritmizado, considerando todos os fragmentos em que as espécies ocorreram. Código Espécies Família log (IVC) E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 E16 E17 E18 E19 E20 E21 E22 E23 E24 E25 E26 E27 E28 E29 E30 E31 E32 E33 E34 E35 E36 E37 E38 E39 E40 E41 E42 E43 E44 E45 E46 E47 E48 E49 E50 E51 E52 E53 Dalbergia miscolobium Benth. Qualea grandiflora Mart. Combretum leprosum Mar t. Caryocar brasiliense Cambess. Plathymenia reticulata Benth. Machaerium dimorphandrum Hoehne Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. Bowdichia virgilioides Kunth Mabea fistulifera Mart. Myracrodruon urundeuva Allemão Eugenia dysente rica DC. Eriotheca pubescens (Mar t. & Zucc.) Schott. & Endl. Byrsonima laxiflora Gr iseb. Byrsonima coccolobifolia Kunth Casearia arbore a (L.C.Rich.) Urb. Qualea parviflora Mart. Metrodorea mollis Taubert Machaerium acutifolium Vogel Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Hancornia speciosa B.A.Gomes Copaifera langsdorffii Desf. Maprounea guianensis Aubl. Machaerium brasiliense Vogel Myrcia splendens (Sw.) DC. Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Rourea induta Planch. Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne Vochysia thyrsoidea Pohl Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Melanoxylon brauna Schott Platymiscium pubescens Micheli Pouteria torta (Mart.) Radlk. Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Aspidosperma tomentosum Mart. Guapira venosa (Choisy) Lundell Pogonophora schomburgkiana Miers Machaerium nictitans (Vell.) Benth. Lithraea molleoides (Vell.) Engl. Enterolobium gummiferum (Mar t.) J.F.Macbr . Astronium graveolens Jacq. Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Ilex theezans Mart. ex Reissek Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev Balfourodendron molle (Miquel) Pirani Tapirira guianensis Aubl. Myrcia fenzliana O. Berg Zanthoxylum rhoifolium Lam. Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Licania apetala (E.Mey.) Fritsch Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch. Fabaceae Faboideae Vochysiaceae Combretaceae Caryocar aceae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Faboideae Anacardiaceae Fabaceae Faboideae Euphor biaceae Anacardiaceae Myrtaceae Malvaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Salicaceae Vochysiaceae Rutaceae Fabaceae Faboideae Fabaceae Mimosoideae Apocynaceae Fabaceae Caesalpinioideae Euphor biaceae Fabaceae Faboideae Myrtaceae Clusiaceae Myrtaceae Connaraceae Fabaceae Caesalpinioideae Vochysiaceae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Faboideae Sapotaceae Malpighiaceae Apocynaceae Nyctaginaceae Euphor biaceae Fabaceae Faboideae Anacardiaceae Fabaceae Mimosoideae Anacardiaceae Bignoniaceae Aquifoliaceae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Rutaceae Anacardiaceae Myrtaceae Rutaceae Myrtaceae Chrysobalanaceae Fabaceae Mimosoideae 0,018711 0,009678 0,009268 0,007981 0,007879 0,007832 0,007250 0,007214 0,007173 0,006805 0,006631 0,006425 0,006141 0,005896 0,005727 0,005533 0,005372 0,005067 0,005065 0,005060 0,004613 0,004463 0,004408 0,004387 0,004356 0,004231 0,004005 0,003976 0,003948 0,003853 0,003774 0,003752 0,003674 0,003508 0,003494 0,003434 0,003301 0,002885 0,002533 0,002427 0,002413 0,002377 0,002315 0,002300 0,002289 0,002213 0,002175 0,002147 0,002136 0,002111 0,002105 0,002071 0,002064 ‘continua’... 152 TABELA 3.10, Cont. Código Espécies Família log (IV C) E54 E55 E56 E57 E58 E59 E60 E61 E62 E63 E64 E65 E66 E67 E68 E69 E70 E71 E72 E73 E74 E75 E76 E77 E78 E79 E80 E81 E82 E83 E84 E85 E86 E87 E88 E89 E90 E91 E92 E93 E94 E95 E96 E97 E98 E99 E100 E101 E102 E103 E104 E105 E106 E107 E108 E109 E110 E111 E112 E113 E114 E115 E116 Terminalia fagifolia Mar t. Guapira noxia (Netto) Lundell Trichilia catigua A.Juss. Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record Pterocarpus rohrii Va hl Kielmeyera speciosa A.St.-Hil. Blepharocalyx salicifolius (K unth) O.Berg Allophylus petiolulatus Radlk. Diospyros hispida A.DC. Senna cana (Nees & Mar t.) H.S.Irwin & Barneby Ocotea cory mbosa (Meisn.) Mez Jacaranda macrantha Cham. Ormosia arborea (Vell.) Harms Eugenia aurata O.Ber g Ocotea pulchella Mart. Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Dalbergia nigra (V ell.) A llemão ex Benth. Buchenavia tomentosa Eichler Heisteria silvianii Schwacke Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. Rollinia laurifolia Schltdl. Schefflera m acrocarpa (Cham. & Schltdl.) Fr odin Prunus m yrtifolia (L.) Ur b. Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith Chrysophyllum m arginatum (Hook. & Ar n.) Radlk. Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg. Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC. ) Standl. Lafoensia pacari A.St.-Hil. Annona crassiflora Mart. Casearia sylvestris Sw. Him atanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. Roupala montana Aubl. Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth. Dictyolom a vandellianum A.Juss. Platypodium elegans V ogel Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Eugenia florida DC. Siparuna guianensis A ubl. Randia nitida (Kunth) D C. Callisthene fasciculata (Spreng.) Mart. Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell Machaerium opacum Vogel Erythr oxylum citr ifolium A.St.-Hil. Guapira opposita (Vell.) Reitz Pim enta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum Cecropia glaziovii Snethl. Ocotea spixiana (Nees) Mez Eremanthus erythropappus (D C.) MacLeish Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier Goniorrhachis marginata Taub. Cassia fe rruginea (Schrad. ) Schrad. ex DC. Byrsonim a crassifolia (L.) Kunth Amaioua guianensis Aubl. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Aegiphila sellowiana Cham. Myrcia amazonica DC. Guibourtia hymenaefolia (Mor ic.) J.Léonard Cabralea canjerana (V ell.) Mart. Cordia sellowiana Cham. Heteropterys byrsonimifolia A.Juss. Cordia trichoclada DC. Alseis floribunda Schott Combretaceae Nyctaginaceae Meliaceae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Faboideae Clusiaceae Myrtaceae Sapindaceae Ebenaceae Fabaceae Caesalpinioideae La uraceae Bignoniaceae Fabaceae Faboideae Myrtaceae La uraceae Sapotaceae Fabaceae Faboideae Combretaceae Olacaceae Myrtaceae Annonaceae Araliaceae Rosaceae Bignoniaceae Sapotaceae Euphor biaceae Bignoniaceae Lythracea e Annonaceae Salicaceae Apocynaceae Fabaceae Mimosoideae Proteaceae Anacardiaceae Rutaceae Fabaceae Faboideae Fabaceae Caesalpinioideae Myrtaceae Siparunaceae Rubiaceae Vochysiaceae Nyctaginaceae Fabaceae Faboideae Erythroxylaceae Nyctaginaceae Myrtaceae Ur ticaceae La uraceae Asteraceae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Malpighiaceae Rubiaceae Euphor biaceae Ver benaceae Myrtaceae Fabaceae Caesalpinioideae Meliaceae Boraginaceae Malpighiaceae Boraginaceae Rubiaceae 0,001998 0,001947 0,001933 0,001932 0,001888 0,001809 0,001751 0,001743 0,001739 0,001710 0,001690 0,001678 0,001672 0,001669 0,001653 0,001649 0,001621 0,001620 0,001611 0,001570 0,001549 0,001509 0,001498 0,001496 0,001485 0,001450 0,001414 0,001412 0,001385 0,001347 0,001345 0,001331 0,001316 0,001308 0,001285 0,001282 0,001265 0,001234 0,001229 0,001211 0,001210 0,001210 0,001209 0,001203 0,001202 0,001196 0,001185 0,001168 0,001148 0,001147 0,001138 0,001135 0,001115 0,001086 0,001085 0,001084 0,001080 0,001076 0,001064 0,001020 0,001015 0,001011 0,001005 153 A dispersão das espécies no gráfico representa a preferência de cada uma por um ambiente representado pelos vetores das variáveis geoclimáticas. Na Tabela 3.11 observam-se as espécies que ocorreram exclusivamente nos grupos G4, G7, G8, G9 e G10 e, por isso, estão distribuídas no quadrante 1. As 30 espécies listadas nessa Tabela têm sua distribuição associada às regiões de longitudes inferiores, altitudes e temperaturas médias. Algumas espécies que não são exclusivas dos grupos mencionados anteriormente também estão associadas às mesmas condições ambientais, uma vez que se localizam no mesmo quadrante. A distribuição dessas espécies próximas aos grupos mencionados se deve aos seus valores de IVC logaritimizado que caracterizaram esses grupos de forma mais expressiva que os demais. As espécies Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth., Siparuna guianensis Aubl., Ocotea pulchella Mart., Callisthene fasciculata (Spreng.) Mart., Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk., Pogonophora schomburgkiana Miers, Jacaranda macrantha Cham., Guapira opposita (Vell.) Reitz, Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb., Byrsonima laxiflora Griseb., Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez, Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl., Tapirira guianensis Aubl., Eugenia aurata O.Berg, Eugenia florida DC., Dictyoloma vandellianum A.Juss., Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr., Casearia sylvestris Sw., Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr., Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg, Buchenavia tomentosa Eichler, Machaerium nictitans (Vell.) Benth., Lithraea molleoides (Vell.) Engl., Goniorrhachis marginata Taub. Allophylus petiolulatus Radlk., Randia nitida (Kunth) DC. e Platypodium elegans Vogel se enquadram nessas condições. 154 TABELA 3.11 – Espécies que foram exclusivas dos grupos ordenados no quadrante 1 do gráfico da CCA e sua recorrência entre os mesmos. Espécie Amaioua guianensis Aubl. Erythroxylum c itrifolium A.St.-Hil. Melanoxylon brauna Schott Aegiphila sellowiana Cham. Alseis floribunda Schott Cordia sellowiana Cham. Heisteria silvianii Schwacke Licania apetala (E.Mey.) Fritsch Mabea fistulifera Mart. Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg. Maprounea guianensis Aubl. Metrodorea mollis Taubert Ocotea spixiana (Nees) Mez Ormosia arborea (Vell.) Harms Prunus myrtifolia (L.) Urb. Rollinia laurifolia Schltdl. Zanthoxylum rhoifolium Lam. Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev Astronium graveolens Jacq. Byrsonima crassifolia (L.) Kunth Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard Ilex theezans Mart. ex Reissek Myrcia amazonica DC. Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landr um Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch. Pterocarpus rohrii Vahl Rourea induta Planch. Trichilia catigua A.Juss. Cecropia glaziovii Snethl. Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth. G4 1 1 1 G7 1 1 1 1 G8 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 G9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 G10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Recorr ência 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 As espécies Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier, Combretum leprosum Mart. e Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith ocorreram somente no grupo 2 e estão distribuídas no quadrante três. Já as espécies Myracrodruon urundeuva Allemão, Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi, Balfourodendron molle (Miquel) Pirani, Machaerium acutifolium Vogel, Platymiscium pubescens Micheli e Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. também aparecem no quadrante 3, estando adaptadas às mesmas condições ambientais. Essas espécies estão altamente correlacionadas às regiões de temperaturas mais elevadas. À medida que a temperatura começa a diminuir aparecem as espécies Machaerium brasiliense 155 Vogel, Dalbergia frutescens (Vell.) Britton e Cordia trichoclada DC, que ocorreram em 5, 4 e 3 grupos, respectivamente. No quadrante 4 encontram-se espécies que estão associadas às regiões de maior longitude onde as taxas de evapotranspiração são maiores, ao mesmo tempo em que os índices de umidade aumentam. Entre essas espécies, 12 ocorreram somente nos grupos 1, 3, 5 e 6 e estão listadas na Tabela 3.12. TABELA 3.12 – Espécies que foram exclusivas dos grupos ordenados no quadrante 4 do gráfico da CCA e sua recorrência entre os mesmos. Espécie Qualea grandiflora Mar t. Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Annona crassiflora Mart. Byrsonima coccolobifolia Kunth Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Kielmey era coriac ea Mart. & Zucc. Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Vochysia thyrsoidea Pohl Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson Kielmey era spe ciosa A.St.-Hil. Myrcia fenzliana O. Ber g Senna cana (Nees & Mart.) H.S.Irwin & Bar neby G1 1 1 G3 1 1 1 1 1 1 1 1 G5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 G6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Recorrência 4 4 3 3 3 3 3 2 1 1 1 1 Outras espécies, como Plathymenia reticulata Benth. Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev, Machaerium dimorphandrum Hoehne, Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson, Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr., Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin, Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne, Dalbergia miscolobium Benth., Qualea parviflora Mart., Hancornia speciosa B.A.Gomes, Eugenia dysenterica DC., Machaerium opacum Vogel, Caryocar brasiliense Cambess., Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl., Pouteria torta (Mart.) Radlk. e Guapira noxia (Netto) Lundell também estão associadas a variações longitudinais, com reflexos na evapotranpiração e no regime hídrico. 156 À medida que se aumentam os valores de altitude e, conseqüentemente, ocorre redução da temperatura, aparecem espécies, como Bowdichia virgilioides Kunth, Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish, e Lafoensia pacari A.St.Hil., que ocorreram em 8, 7 e 6 grupos, respectivamente. Na Tabela 3.13 encontram-se as espécies que ocorreram em pelo menos 50% dos grupos e, por isso, apresentam grande plasticidade nas bacias, podendo ser empregadas na revegetação de mais de um grupo. Portanto, este grupo de 38 espécies é o mais propício à restauração nos locais estudados, quando o objetivo é garantia de potencial de regeneração e adaptação. 157 TABELA 3.13 – Lista de espécies que ocorreram em pelo menos 5 grupos formados pela TWINSPAN, por ordem decrescente de ocorrência. Espécie G1 Copaifera langsdorffii Desf. 1 Roupala montana Aubl. 1 Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. 1 Bowdichia virgilioides Kunth 1 Diospyros hispida A.DC. Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish Pouteria torta (Mar t.) Radlk. 1 Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Aspidosperma tomentosum Mart. 1 Buchenavia tomentosa Eichler Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. Euge nia aurata O.Berg Euge nia punicifolia (Kunth) DC. 1 Guapira opposita (Vell.) Reitz Lafoensia pacari A.St.-Hil. Machaerium opacum Vogel 1 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Plathymenia reticulata Benth. 1 Qualea parviflora Mar t. 1 Tapirira guianensis Aubl. 1 Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record Caryocar brasiliense Cambess. 1 Dalbergia miscolobium Benth. 1 Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. 1 Euge nia dysenterica DC. 1 Guapira noxia (Netto) Lundell Hancornia speciosa B.A.Gomes 1 Heteropterys byrsonimifolia A.Juss. Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne 1 1 Jacaranda macrantha Cham. Machaerium brasiliense Vogel Marlierea racemosa (Vell.) Kiaer sk. Myrcia guianensis (Aubl.) DC. 1 Myrcia splende ns (Sw.) DC. Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Platypodium elegans Vogel Schefflera macrocarpa (Cha m. & Schltdl.) Frodin G2 1 1 1 1 1 1 G3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 G4 1 1 1 1 1 G5 1 1 G6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 G8 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 G7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 G9 G10 Recorrência 1 1 10 1 1 10 1 1 8 1 1 8 1 7 1 1 7 1 1 7 1 1 7 1 6 1 1 6 1 1 6 1 1 6 1 6 1 1 6 1 1 6 1 6 1 1 6 6 1 6 1 1 6 1 1 5 1 5 5 5 5 1 5 1 5 1 5 5 1 5 1 1 5 1 1 5 1 5 1 1 5 1 5 1 1 5 1 5 As correlações notadas entre a distribuição das espécies e as variáveis geoclimáticas utilizadas são tendências pontuais, influenciadas também por fatores não investigados neste estudo e, por vezes, associados a fenômenos aleatórios relativos à dinâmica das florestas ou à mera proximidade geográfica entre fragmentos. Dessa forma, as generalizações do hábitat preferencial das espécies podem levar a resultados errôneos, devendo-se ter maior cuidado na interpretação das análises (Oliveira-Filho et al., 1994; Botrel et al., 2002). Kent 158 & Coker (1992) alertam que estudos descritivos como estes são meramente exploratórios e geradores de hipóteses, podendo apenas direcionar futuros estudos experimentais. 3.5. Árvore de decisão e mapa fitogeográfico Na Figura 3.16 está representada a composição da árvore de decisão que estabeleceu critérios para a classificação das áreas que não foram inventariadas nas bacias. Apesar de terem sido empregadas todas as variáveis que constam na Tabela 3.2, o algoritmo selecionou as variáveis altitude, evapotranspiração, temperatura, precipitação, distância do fragmento ao rio e teor de matéria orgânica, como as responsáveis pela discriminação dos ambientes dentro da área. O mapa fitogeográfico resultante corresponde à Figura 3.7. Dessa forma, essas seis variáveis foram utilizadas na estruturação da árvore de decisão binária, impondo a direção que seguirá o grupo ou fragmento. Quando um fragmento está em uma classe e os demais integrantes do grupo estão em outra, o fragmento em questão segue a direção em que enquadra, se separando do grupo. Nesse procedimento, portanto, não é utilizada a média por grupo, como no caso da CCA. Em todos os nós de divisão, o critério de classificação será sempre o mesmo, onde fragmentos com valores iguais ou inferiores seguem o lado esquerdo (N) da árvore e fragmentos com valores superiores ao estipulado vão para o lado direito (S). As variáveis evapotranspiração e precipitação tiveram maior participação na classificação das áreas, uma vez que atuaram em 4 e 3 nós intermediários, respectivamente. As variáveis teor de matéria orgânica e temperatura tiveram pouca influência nesse processo, participando de apenas uma subdivisão cada. Esse 159 resultado se deve ao fato de essas variáveis operarem em grandes escalas no mapa, não distinguindo áreas menores. As variáveis que primeiro discriminaram os ambientes foram altitude e evapotanspiração, correspondendo a uma divisão macro da áresa. Já na discriminação de regiões menores, as variáveis precipitação e distância do fragmento ao rio participaram de forma decisiva. Essa última variável operou nos últimos nós, dos dois lados da árvore, pelo fato de ser um atributo de grande heterogeneidade entre os fragmentos, o que aumentou a precisão da árvore. Gomide (2004), para a elaboração de um mapa fitogeográfico para a faixa ciliar da bacia do rio São Francisco, utilizou as variáveis longitude, latitude e elevação na árvore de decisão, por representaram valores mais detalhados nos fragmentos. Nos grupos 3, 4, 6, 7, 8 e 10 não ocorre separação dos fragmentos por nenhuma variável, demonstrando que os mesmos têm um comportamento homogêneo em grandes extensões das bacias. Costa et al. (2003) utilizaram essa metodologia para quantificar a distribuição da diversidade no semi-árido nordestino, gerando um mapa de favorecimento/pressão à diversidade, a partir de fatores ambientais (precipitação, solo e relevo) e antrópicos (agricultura, pecuária e extração vegetal). 160 G G G G G G G G G N G 5 N S G 4 160 N N G 1 G 2 N G 2 N G 6 N G 10 S G G G G G M a t é r ia o r g â n c ia 1 ,5 S E v a p o tr a n sp i r a ç ã o 1 032 D is t â n c i a d o 4 13 10 G 5 G 9 S r io G 2 3 6 7 8 9 G 9 S E v a p o t r a n s p ir a ç ã o 1 16 2 N G 2 G 10 2 5 9 1 S N G 2 G 9 G 10 S E v a p o t r a n s p ir a ç ã o 1 03 3 G G G G S 1 2 3 6 7 8 9 T e m p e r a tur a 22 G 1 G 2 G 9 G 1 G G G G G G G S E le va ç ão 89 8 G 2 G 4 G 6 G 8 G 1 0 E le vaç ã o 52 1 E va p otr an s pir aç ã o 1 28 0 G 4 G 5 N G 1 G 3 G 5 G 7 G 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 G G G G 3 6 7 8 P r e c ip i t a ç ã o 9 33 N S P r e c ip i ta ç ã o 11 29 N G 3 S G 9 G 3 G 7 G 8 P r e c ip i t a ç ã o 1 06 9 N G 7 S G 7 G 8 D i stâ n c i a d e r i o 22 41 0 S G 8 FIGURA 3.16 – Árvore de decisão construída pelo algoritmo CART, para ser empregada na classificação das áreas não inventariadas das bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus, MG. 4 CONCLUSÕES A utilização da análise multivariada DCA discriminou dois grandes grupos de fragmentos quanto à estrutura, e a análise divisiva TWINSPAN completou a análise, propiciando a formação de 10 grupos florísticos, com base na importância das espécies dentro de cada fragmento, que são: grupo 1: fragmento J120; grupo 2: fragmentos J110, J20 e J16; grupo 3: fragmentos J13, J96 e J15; grupo 4: fragmentos P119, J135 e P115; grupo 5: fragmentos J86, J21, P94 e P95; grupo 6: fragmentos J11 e J12; grupo 7: fragmentos M134 e J14; grupo 8: fragmentos J10 e J109; grupo 9: fragmentos J108, S111, J114 e M112 e grupo 10: fragmentos M140 e J139. Foram selecionadas 116 espécies para programas de revegetação nas bacias estudadas. No grupo 1 selecionaram-se 10 espécies; no grupo 2, 15 espécies; no grupo 3, 42 espécies; no grupo 4, 30 espécies; no grupo 5, 35 espécies; no grupo 6, 31 espécies; no grupo 7, 15 espécies; no grupo 8, 30 espécies; no grupo 9, 45 espécies e no grupo 10, 30 espécies. A CCA correlacionou as variáveis geoclimáticas altitude, longitude e temperatura com a distribuição das espécies na área estudada. A árvore de decisão proporcionou a elavoração de um mapa fitogeográfico que delimita áreas de influência de espécies selecionadas para programas de revegetação nas Bacias estudadas, proporcionando subsídios para programas de recomposição de áreas desmatadas ou degradadas da região nordeste de Minas Gerais. 162 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, M. M. Vegetação e mecanismos de regeneração em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. 2002. 153 p. 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Espécies que ocorreram com apenas um indivíduo, tendo sido consideradas raras na área e o repectivo fragmento em que ocorreu.....................................................................................180 166 TABELA 1A: Dados florísticos do levantamento, incluindo todas as espécies e suas respectivas famílias amostradas, abrangendo, ainda, o número de indivíduos por espécie nos fragmentos. 166 Espécie Família Astronium concinnum Schott ex Spreng. Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. Astronium graveolens Jacq. Lithraea molleoides (Vell.) Engl. Myracrodruon urundeuva Allemão Spondias mombin L. Tapirira guianensis Aubl. Tapirira guianensis Aublet Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch. Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth. Annona cacans Warm. Annona coriacea Mart. Annona crassiflora Mart. Bocagea longepedunculata Mart. Byrsonima crassifolia (L.) Kunth Cardiopetalum calophyllum Schltdl. Duguetia furfuracea (A. St.-Hil.) Benth. & Hook. f. Duguetia lanceolata A.St.-Hil. Guatteria australis A.St.-Hil. Guatteria villosissima A.St.-Hil. Rollinia emarginata Schltdl. Rollinia laurifolia Schltdl. Rollinia leptopetala R.E.Fr. Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. Rollinia sylvatica (A.St.-Hil.) Mart. Unonopsis lindmanii R.E.Fr. Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Xylopia brasiliensis Spreng. Xylopia emarginata Mart. Xylopia sericea A.St.-Hil. Aspidosperma australe Müll.Arg. Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F.Blake ex Pittier Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg. Aspidosperma dispermum Müll.Arg. Aspidosperma macrocarpon Mart. Aspidosperma olivaceum Müll.Arg. Aspidosperma parvifolium A.DC. Aspidosperma ramiflorum Müll.Arg. Aspidosperma spruceanum Benth. ex Müll.Arg. Aspidosperma tomentosum Mart. Hancornia speciosa B.A.Gomes Himatanthus lancifolius (Müll.Arg.) Woodson Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson Rauvolfia sellowii Müll.Arg. Tabernaemontana catharinensis A.DC. Tabernaemontana hystrix (Steud.) A.DC. Tabernaemontana laeta Mart. Tabernaemontana solanifolia A.DC. Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 1 6 1 35 3 1 1 2 6 1 4 422 98 446 3 2 89 1 1 82 4 2 41 146 12 11 47 1 2 1 110 6 1 3 2 588 3 286 2 1 7 43 89 21 15 3 73 1 2 1 1 2 42 63 1 6 28 19 4 1 12 183 44 6 5 1 7 3 12 5 4 11 4 9 2 1 1 143 11 27 47 5 3 7 13 1 2 2 1 23 47 49 89 44 5 17 117 11 1 1 8 1 14 8 2 10 38 37 2 3 1 2 11 9 2 46 17 2 7 2 46 52 1 10 1 1 1 6 5 5 2 1 11 44 11 1 113 30 10 102 27 2 61 14 11 29 29 25 5 2 6 102 15 81 9 2 3 5 3 7 2 1 492 547 289 891 12 269 1 64 155 8 2 164 1 196 7 15 49 19 23 1 243 102 97 47 47 128 1 1 112 8 3 1 2 20 2 24 6 89 404 252 80 90 2 3 5 3 7 2 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 167 Espécie Família Ilex cerasifolia Reissek Ilex conocarpa Reissek Ilex paraguariensis A.St.-Hil. Ilex theezans Mart. ex Reissek Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch. Schefflera angustissima (E.Marchal) D.Frodin Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin Schefflera vinosa (Cham. & Schltdl.) Frodin & Fiaschi Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Attalea burretiana Bondar Butia capitata (Mart.) Becc. Euterpe edulis Mart. Geonoma schottiana Mart. Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez Baccharis dracunculifolia DC. Baccharis serrulata Pers. Baccharis tridentata Vahl Eupatorium ganophyllum Mattf. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Morithamnus ganophyllus (Mattf.) RMKing & H.Rob. Piptocarpha axillaris (Less.) Baker Piptocarpha macropoda Baker Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker Vernonanthura diffusa (Less.) H.Robinson. Vernonanthura divaricata (Spreng.) H.Rob. Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish Eremanthus glomerulatus Less. Eremanthus incanus (Less.) Less. Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Jacaranda cuspidifolia Mart. ex A.DC. Jacaranda macrantha Cham. Jacaranda puberula Cham. Jacaranda pulcherrima Morawetz Paratecoma peroba (Record & Mell) Kuhlm. Psychotria suterella Müll.Arg. Sparattosperma verrucosum Tabebuia alba (Cham.) Sandwith Tabebuia caraiba Murr. Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A.DC.) Standl. Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Tabebuia reticulata A.H.Gentry Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols Tabebuia vellosoi Toledo Zeyheria digitalis (Vell.) LBSm. & Sandwith Zeyheria montana Mart. Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau Cordia ecalyculata Vell. Cordia hebeclada IM Johnst. Aquifoliaceae Aquifoliaceae Aquifoliaceae Aquifoliaceae Araliaceae Araliaceae Araliaceae Araliaceae Araliaceae Araliaceae Arecaceae Arecaceae Arecaceae Arecaceae Arecaceae Arecaceae Arecaceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Boraginaceae Boraginaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 13 5 1 1 5 21 1 53 1 6 1 1 9 373 2 1 1 29 1 16 26 7 8 5 3 5 13 9 12 1 5 13 96 1 23 1 1 12 3 4 3 2 4 4 1 2 8 1 1 1 1 1 1 6 1 1 1 1 1 8 1 1 4 1 104 5 8 2 1 6 2 2 1 16 2 3 56 8 17 2 2 6 1 1 27 390 2 8 10 1 9 1 3 5 12 2 31 1 7 3 2 2 8 3 3 1 9 7 3 63 2 1 8 21 36 17 17 1 3 60 39 8 18 3 1 80 85 4 1 1 4 4 1 25 11 8 1 5 1 2 1 1 7 3 20 21 21 11 431 3 1 31 101 17 12 1 18 121 1 12 3 4 9 7 8 1 1 2 1 3 17 2 4 22 120 13 121 10 5 405 18 2 31 1 10 6 1 22 68 241 1 165 6 8 1 30 23 2 7 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 168 Espécie Família Cordia magnoliifolia Cham. Cordia nodosa Lam. Cordia sellowiana Cham. Cordia silvestris Fresen. Cordia superba Cham. Cordia trachyphylla Mart. Cordia trichoclada DC. Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. Capparis flexuosa (L.) L. Capparis yco Mart. Commiphora leptophloeus (Mart.) J.B.Gillet Crepidospermum atlanticum Daly Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Protium pilosissimum Engl. Protium spruceanum (Benth.) Engl. Trattinnickia ferruginea Kuhlm. Cereus jamacaru DC. Pereskia aculeata Mill. Pereskia balmensis Gürke Pereskia grandifolia Hawer Capsicodendron dinisii (Schwacke) Occhioni Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Caryocar brasiliense Cambess. Caryocar edule Casar. Maytenus evonymoides Reissek Maytenus floribunda Reissek Maytenus gonoclada Mart. Maytenus ilicifolia Mart. Maytenus robusta Reissek Maytenus salicifolia Reissek Plenckia populnea Reissek Salacia elliptica (Mart. ex Schult.) G.Don Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. ex Hook.f. Couepia monteclarensis Prance Hirtella glandulosa Spreng. Hirtella gracilipes (Hook.f.) Prance Hirtella hebeclada Moric. Hirtella racemosa Lam. Licania apetala (E.Mey.) Fritsch Licania blackii Prance Licania hoehnei Pilg. Licania kunthiana Hook.f. Licania octandra (Hoffmgg. ex Roem. & Schult.) Kuntze Clethra scabra Pers. Calophyllum brasiliense Cambess. Clusia nemorosa G.Mey Clusia organensis Planch. & Triana Garcinia gardneriana (Planchon & Triana) Zappi Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. Kielmeyera lathrophyton Saddi Kielmeyera rubriflora Cambess. Kielmeyera speciosa A.St.-Hil. Tovomita weddelliana Planch. & Triana Tovomitopsis saldanhae Engl. Boraginaceae Boraginaceae Boraginaceae Boraginaceae Boraginaceae Boraginaceae Boraginaceae Boraginaceae Brassicaceae Brassicaceae Burseraceae Burseraceae Burseraceae Burseraceae Burseraceae Burseraceae Cactaceae Cactaceae Cactaceae Cactaceae Canellaceae Cannabaceae Caryocaraceae Caryocaraceae Celastraceae Celastraceae Celastraceae Celastraceae Celastraceae Celastraceae Celastraceae Celastraceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae Clethraceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 1 115 248 1 16 1 12 8 5 4 2 1 2 11 53 27 28 14 11 2 1 1 51 1 1 3 1 7 15 11 4 1 10 18 1 1 44 11 7 3 1 37 95 217 1 102 111 137 1 90 208 36 13 6 36 14 1 11 11 1 1 18 5 7 1 38 1 1 8 4 1 9 11 3 3 60 3 11 6 78 68 35 2 2 5 1 2 2 4 1 1 11 3 2 3 1111 5 1 3 20 592 40 2 3 35 1 1 1 1 2 1 1 1 1 66 56 5 13 1 372 4 238 2 14 480 24 1 8 97 138 104 8 4 1 1 14 1 1 117 293 2 1 13 94 39 2 2 51 1 2 3 33 4 1 28 1 8 59 38 1047 1 34 39 1 2 31 1 42 63 103 70 43 15 4 2 1120 3 55 633 1 6 3 1 2 1 738 166 128 376 4 240 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 169 Espécie Família Vismia brasiliensis Choisy Vismia guianensis (Aubl.) Pers. Vismia magnoliifolia Schltdl. & Cham Vismia martiana Reichardt Buchenavia tomentosa Eichler Combretum duarteanum Cambess. Combretum leprosum Mart. Combretum mellifluum Eichler Terminalia argentea (Cambess.) Mart. Terminalia brasiliensis Camb. Terminalia eichleriana Alwan & Stace Terminalia fagifolia Mart. Terminalia glabrescens Mart. Terminalia januariensis DC. Terminalia phaeocarpa Eichler Connarus beyrichii Planch. Connarus regnellii G.Schellenb. Connarus suberosus Planch. Rourea induta Planch. Davilla elliptica A.St.-Hil. Diospyros brasiliensis A.DC. Diospyros burchellii Hiern. Diospyros hispida A.DC. Diospyros inconstans Jacq. Diospyros obtusifolia Humb . & Bonpl . ex Willd Diospyros sericea A.DC. Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. Sloanea monosperma Vell. Sloanea stipitata Spruce Erythroxylum ambiguum Peyr. Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil. Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Erythroxylum suberosum A.St.-Hil. Erythroxylum tomentosum Erythroxylum tortuosum Mart. Erythroxylum vaccinifolium Mart. Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg. Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax Actinostemon verticillatus (Klotzsch) Baill. Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Alchornea sidifolia Müll.Arg. Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. Aparisthmium cordatum (Juss.) Baill. Aparisthmium cordatum (Juss.) Baillon Chaetocarpus myrsinites Baill. Croton argyrophylloides Müll.Arg. Croton celtidifolius Baill. Croton equinocarpa Croton floribundus Spreng. Croton lagoensis Müll.Arg. Croton organensis Baill. Croton urucuranus Baill. Croton verrucosus Radcl.-Sm. & Govaerts Euphobia humilis Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Clusiaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Combretaceae Connaraceae Connaraceae Connaraceae Connaraceae Dilleniaceae Ebenaceae Ebenaceae Ebenaceae Ebenaceae Ebenaceae Ebenaceae Elaeocarpaceae Elaeocarpaceae Elaeocarpaceae Erythroxylaceae Erythroxylaceae Erythroxylaceae Erythroxylaceae Erythroxylaceae Erythroxylaceae Erythroxylaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 44 7 20 2 44 1 6 1 13 72 112 31 1 15 244 3 1 9 1166 4 6 2 2 1 3 11 8 1 45 4 19 2 90 28 1 3 20 3 1 24 17 1 157 2 979 144 4 1 2 6 19 69 4 76 3 2 1 3 1 3 3 28 21 3 1 1 1 9 41 7 5 6 1 26 2 683 9 2 6 1 3 1 1 9 94 3 8 1 23 1 6 2 1 112 1 1 34 8 3 13 4 4 5 1 4 6 1 1 23 1 1 3 2 67 1 19 2 3 2 5 76 7 4 44 7 22 1 267 28 1410 4 13 2 8 144 68 1 3 1 44 20 980 1 27 10 508 65 6 6 9 1 40 94 728 116 6 3 45 13 8 5 5 6 1 1 23 1 1 3 69 1 21 3 2 5 83 4 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 170 Espécie Família Gymnanthes concolor (Spreng.) Müll. Arg. Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Jatropha polliana Mabea fistulifera Mart. Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg. Maprounea guianensis Aubl. Pachystroma longifolium (Nees) I.M.Johnst. Pera barbinervis (Mart. ex Klozsch) Pax & K.Hoffm. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Pera heteranthera (Schrank) I.M.Johnst. Pogonophora schomburgkiana Miers Richeria grandis Vahl Sapium glandulosum (L.) Morong Sapium haematospermum Müll.Arg. Sebastiania brasiliensis Spreng. Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B. Sm. & Downs Sebastiania klotzschiana (Müll.Arg.) Müll.Arg. Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Bauhinia acuruana Moric. Bauhinia forficata Link Bauhinia longifolia (Bong.) D.Dietr. Bauhinia pulchella Benth. Bauhinia rufa (Bong.) Steud. Caesalpinia pyramidalis Tul. Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. Chamaecrista catharticoides (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & Barneby Copaifera langsdorffii Desf. Dimorphandra mollis Benth. Goniorrhachis marginata Taub. Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard Hymenaea courbaril L. Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne Melanoxylon brauna Schott Peltogyne pauciflora Benth. Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Pterogyne nitens Tul. Sclerolobium paniculatum Vogel Senna cana (Nees & Mart.) H.S.Irwin & Barneby Senna macranthera (Collad.) H.S.Irwin & Barneby Senna multijuga (L.C.Rich.) H.S.Irwin & Barneby Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby Senna velutina (Vogel) H.S.Irwin & Barneby Symplocos pubescens Klotzsch ex Benth. Tachigali densiflora (Benth.) ined. Tachigali denudata (Vogel) ined. Tachigali paniculata Aubl. Tachigali rugosa (Mart. ex Benth.) Zarucchi & Pipoly Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev Acosmium subelegans (Mohlenbr.) Yakovlev Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Andira anthelmia (Vell.) Benth. Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Caesalpinioideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 3 2 20 24 6 40 272 1398 15 25 45 28 10 242 28 2 34 1 1 191 310 12 7 3 69 2 2 20 7 20 31 2 8 22 9 42 55 22 105 1 2 2 3 28 37 1 12 26 1 173 4 2 1 19 13 15 3 13 38 5 159 591 104 50 87 1 1 52 16 7 11 74 142 12 1 3 3 792 7 112 73 163 103 40 5 85 13 2 31 1 2 1 1 65 1 66 12 22 101 2 94 20 5 1 4 25 10 2 214 96 3 3 1 25 7 328 2 11 60 109 6 92 10 6 6 7 19 4 24 1 1 2 7 1 21 1 1 11 2 16 3 2 19 3 3 1 8 2 100 4 2 17 32 49 10 31 3 2 52 10 87 54 1 1 2 3 2 20 601 1405 558 12 25 183 22 177 22 108 2 3 65 1 212 4 15 38 13 43 159 724 2 846 177 44 821 11 565 66 511 6 8 24 1 125 3 8 22 22 30 9 8 100 4 53 245 118 54 1 3 ‘continua’... 171 Família Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Faboideae Fabaceae Mimosoideae Espécie Andira fraxinifolia Benth. Andira ormosioides Benth. Andira vermifuga (Mart.) Benth. Bowdichia virgilioides Kunth Centrolobium microchaete (Mart. ex Benth.) H.C.Lima ex G.P.Lewis Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth. Cyclolobium brasiliense Benth. Dalbergia foliolosa Benth. Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Dalbergia glaziovii Harms Dalbergia lanceolata Zipp. ex Spanoghe Dalbergia miscolobium Benth. Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. Dalbergia villosa (Benth.) Benth. Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi Dipteryx alata Vogel Erythrina falcata Benth. Hymenolobium janeirense Kuhlm. Lonchocarpus cultratus (Vell.) Az.-Tozzi & H.C.Lima Lonchocarpus praecox Mart. ex Benth. Lonchocarpus virgilioides (Vogel) Benth. Machaerium acutifolium Vogel Machaerium brasiliense Vogel Machaerium dimorphandrum Hoehne Machaerium floridum (Mart. ex Benth.) Ducke Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld Machaerium minutiflorum Tul. Machaerium nictitans (Vell.) Benth. Machaerium opacum V ogel Machaerium punctatum (Poir.) Pers. Machaerium stipitatum (DC.) Vogel Machaerium triste Vogel Machaerium villosum Vogel Myrocarpus fastigiatus Allemão Myroxylon peruiferum L.f. Ormosia arborea (Vell.) Harms Platycyamus regnellii Benth. Platymiscium floribundum Vogel Platymiscium pubescens Micheli Platypodium elegans Vogel Pterocarpus rohrii Vahl Pterodon emarginatus Vogel Pterodon polygalaeflorus (Benth.) Benth. Swartzia flaemingii Vogel Swartzia langsdorffii Raddi Swartzia macrostachya Benth. Swartzia marginata Benth. Swartzia myrtifolia J.E.Sm. Swartzia peremarginata R.S.Cowan Sweetia fruticosa Spreng. Tamarindus indica Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel Acacia langsdorffii Benth. TABELA 1A, cont. 339 506 1 42 146 6 2 1 1 1 1 189 1 1 30 2 2 1 1 2 1 4 1 240 53 42 16 1 10 21 11 2 1 268 1 24 16 2 109 20 5 59 1 35 8 4 1 68 11 2 1 46 1 124 26 7 14 1 10 1 5 17 1 3 2 4 27 336 10 16 2 1 12 1 3 2 1587 402 196 7 89 5 1 10 1 19 7 59 1 4 1 4 21 300 153 242 104 1 1 1 91 141 3 3 1 4 3 3 283 75 329 48 1 1 1 9 190 86 13 6 26 5 14 1 9 51 37 1 46 1 277 96 7 4 8 1 2 2 2 6 1 2 1 2 43 1 6 6 1 43 17 6 2 1 95 55 2 1 2 402 2 333 2 6 1 2 1 2 5 7 222 1 56 2 28 3 331 265 2 50 2 8 9 ‘continua’... 57 2 5 109 35 2 55 105 13 8 8 1021 28 1 1 31 274 3 28 2288 187 68 349 1 1 6 5 2 9 471 888 1797 16 9 27 343 120 95 13 37 13 2 5 404 4 4 260 205 201 12 51 4 5 10 7 350 705 31 35 3 7 21 J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total TABELA 1A, cont. 172 Espécie Família Acacia polycephalla Acacia polyphylla DC. Albizia inundata (Mart.) Barneby & J.W.Grimes Albizia niopoides (Spruce) Burkart Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Anadenanthera peregrina (L.) Speg. Blanchetiodendron blanchetii (Benth.) Barneby & Grime Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P.Lewis Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. Enterolobium monjollo (Vell.) Mart. Enterolobium timbouva Mart. Inga cylindrica (Vell.) Mart. Inga ingoides (Rich.) Willd. Inga lenticellata Benth. Inga leptantha Benth. Inga marginata Willd. Inga platyptera Benth. Inga uruguensis Hooker At Arnott. Inga vulpina Mart. ex Benth. Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & J.W.Grimes Mimosa caesalpiniifolia Benth. Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. Plathymenia reticulata Benth. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P.Lewis & M.P.Lima Pseudopiptadenia falcata Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch. Pseudopiptadenia warmingii (Benth.) G.P.Lewis & M.P.Lima Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Stryphnodendron polyphyllum Mart. Stryphnodendron polyplayllum Citronella gongonha (Mart.) R.A.Howard Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard Emmotum nitens (Benth.) Miers Lacistema hasslerianum Chodat Lacistema pubescens Mart. Lacistema robustum Schnizlein Hyptidendron asperrimum (Epling) Harley Hyptidendron canum (Pohl) Harley Aiouea trinervis Meisn. Aniba canelilla (Kunth) Mez Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm. Cinnamomum glaziovii (Mez) Vattimo Cinnamomum triplinerve (Ruiz & Pav.) Kosterm. Cryptocarya aschersoniana Mez Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. Nectandra lanceolata Nees Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Nectandra nitidula Nees Nectandra oppositifolia Nees Nectandra reticulata (Ruiz & Pav.) Mez Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Fabaceae Mimosoideae Icacinaceae Icacinaceae Icacinaceae Lacistemataceae Lacistemataceae Lacistemataceae Lamiaceae Lamiaceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 3 7 2 1 15 10 1 2 1 36 16 1 14 2 14 1 4 53 21 127 16 9 7 9 10 1 15 10 1 141 1 2 29 144 2 3 1 1 1 16 2 63 153 28 6 3 66 20 1 40 18 4 1 170 320 1 3 6 2 28 23 2 7 16 12 1 1 18 5 3 29 1 25 3 1 7 18 1 45 47 42 7 19 1 16 3 137 106 103 3 55 83 36 19 7 3 11 2 124 77 2 128 1 48 2 2 10 3 103 4 1 1 3 4 1 6 6 14 6 2 404 86 127 1 58 8 15 2 3 5 3 26 282 2 4 1 78 8 1 1 9 12 1 7 3 1 22 3 266 2 8 18 60 16 15 227 72 142 1 2 173 6 367 24 18 11 80 30 5 28 32 1 19 7 1 143 933 7 3 79 137 902 108 48 3 7 98 4 1 23 20 10 1 22 26 3 548 8 1 78 8 1 1 10 12 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 173 Espécie Família Nectandra warmingii Meisn. Ocotea aciphylla (Nees) Mez Ocotea bicolor Vattimo-Gil [Baitello disagrees] Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez Ocotea elegans Mez Ocotea glomerata (Nees) Mez Ocotea indecora (Schott) Mez Ocotea lancifolia (Schott) Mez Ocotea laxa (Nees) Mez Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Ocotea pomaderroides (Meisn.) Mez Ocotea puberula (Rich.) Nees Ocotea pulchella Mart. Ocotea spixiana (Nees) Mez Ocotea velutina (Nees) Rohwer Persea major (Nees) L.E. Kopp Persea pyrifolia Nees & Mart. Persea rufa Persea rufotomentosa Nees & Mart. ex Nees Persea willdenovii Kosterm. Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Cariniana legalis (Mart.) Kuntze Lecythis pisonis Cambess. Antonia ovata Pohl Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. Strychnos pseudoquina A.St.-Hil. Lafoensia pacari A.St.-Hil. Lafoensia vandelliana Cham. & Schltdl. Talauma ovata Byrsonima coccolobifolia Kunth Byrsonima crassa Nied. Byrsonima intermedia A.Juss. Byrsonima laxiflora Griseb. Byrsonima nitidifolia A.Juss. Byrsonima sericea DC. Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Heteropterys byrsonimifolia A.Juss. Bixa orellana L. Cavanillesia umbellata Ruiz & Pavón Eriotheca gracilipes (K.Schum.) A.Robyns Eriotheca macrophylla (K.Schum.) A.Robyns Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. Guazuma ulmifolia Lam. Luehea candicans Mart. & Zucc. Luehea divaricata Mart. Luehea grandiflora Mart. & Zucc. Luehea paniculata Mart. & Zucc. Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns Pseudobombax tomentosum (Mart. & Zucc.) A.Robyns Pterygota brasiliensis Allemão Sterculia chicha A.St.-Hil. Miconia albicans Triana Miconia cinerascens Miq. Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lecythidaceae Lecythidaceae Lecythidaceae Loganiaceae Loganiaceae Loganiaceae Lythraceae Lythraceae Magnoliaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Melastomataceae Melastomataceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 1 5 80 2 1 5 116 5 498 8 17 2 1 63 244 1 1 2 1 50 10 57 150 7 47 1 1 52 3 7 2 76 43 1 1 24 1586 2 25 3 8 127 1 14 1 128 2 1 1 1 1 1 2 53 1 21 2 1 1 7 5 1 2 82 2 58 15 25 6 1 7 14 6 61 2 165 152 102 187 61 21 1 3 1 42 1 7 32 4 2 1 1 1 42 3 4 3 8 49 24 212 23 16 6 3 162 1 3 63 1 26 7 17 20 34 34 195 37 1 4 5 11 399 1 8 67 304 202 14 48 12 16 33 3 18 20 7 42 1 13 5 2 1 2 23 102 2 18 2 185 36 1 1 88 5 385 54 2 1 70 298 500 25 59 3 1592 225 43 1 129 2 1 56 24 1 2 13 1 113 235 2 2 752 8 28 309 6 3 507 123 7 1 4 16 1179 48 29 33 30 60 1 13 7 1 147 2 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 174 Espécie Família Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Miconia cubatanensis Hoehne Miconia ferruginata DC. Miconia latecrenata (DC.) Naudin Miconia paulensis Naudin Miconia prasina (Sw.) DC. Miconia rigidiuscula Cogn. Miconia trianaei Cogn. Miconia tristis Spring Tibouchina granulosa Cogn. Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Cedrela fissilis Vell. Cedrela odorata L. Guarea guidonia (L.) Sleumer Guarea macrophylla Vahl Trichilia catigua A.Juss. Trichilia clausseni C.DC. Trichilia elegans A.Juss. Trichilia emarginata (Turcz.) C.DC. Trichilia hirta L. Trichilia lepidota Mart. Trichilia magnifoliola T.D.Penn. Trichilia pallens C.DC. Trichilia pallida Sw. Mouriri elliptica Mart. Mouriri glazioviana Cogn. Mollinedia argyrogyna Perkins Mollinedia widgrenii A.DC. Moquinia racemosa (Spreng.) DC. Brosimum gaudichaudii Trécul Brosimum guianense (Aubl.) Huber Brosimum lactescens (S.Moore) C.C.Berg. Ficus enormis (Mart.) Miq. Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Ficus mexia Maclura tinctoria (L.) Steud. Naucleopsis oblongifolia (Kuhlm.) Carauta Cybianthus detergens Mart. Virola bicuhyba (Schott) Warb. Ardisia warmingii (Mez) Bernacci & Jung-Mend. Cybianthus angustifolius A.DC. Myrsine coriacea (Sw.) Roem. & Schult. Myrsine ferruginea (Ruiz & Pavón) Sprengel Myrsine gardneriana A.DC. Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Myrsine lineata (Mez) Imkhan. Myrsine umbellata Mart. Myrsine venosa A.DC. Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg Calycorectes acutatus (Miq.) Toledo Calyptranthes clusiifolia O.Berg Campomanesia aromatica (Aublet) Griseb. Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Memecylaceae Memecylaceae Monimiaceae Monimiaceae Monimiaceae Moraceae Moraceae Moraceae Moraceae Moraceae Moraceae Moraceae Moraceae Myrcinaceae Myristicaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 13 3 2 12 1 474 1 1 1 73 10 1 3 29 2 29 6 2 9 1 3 4 2 4 26 2 1 110 111 3 1 34 1 1 1 6 2 1 7 5 1 2 1 1 1 78 15 4 1 15 1 4 1 3 5 4 2 3 9 9 4 4 1 1 1 1 2 67 1 4 2 2 3 9 3 7 1 6 24 11 1 4 6 1 15 3 12 129 340 17 1 14 4 2 4 43 19 24 9 3 1 3 26 1 1 29 2 1 1 10 269 8 26 16 2 12 1 474 1 2 1 32 9 1 117 14 4 26 3 224 1 35 1 9 11 2 2 3 1 93 5 15 1 16 25 9 1 1 2 77 11 3 7 12 6 35 1 61 55 129 373 3 343 38 3 1 11 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 175 Espécie Família Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg Campomanesia laurifolia Gardn. Campomanesia rhombea O.Berg Campomanesia sessiliflora (O.Berg) Mattos Campomanesia xanthocarpa O.Berg Eugenia adenantha O.Berg Eugenia aurata O.Berg Eugenia dodonaeifolia Cambess. Eugenia dysenterica DC. Eugenia florida DC. Eugenia francavilleana O.Berg Eugenia handroana D.Legrand Eugenia hyemalis Cambess. Eugenia leitonii i ned. Eugenia ligustrina ( Sw.) Willd. Eugenia myrtifolia Sims Eugenia neomyrtifolia Sobral Eugenia persicifolia O.Berg Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Eugenia sonderiana O. Berg Eugenia stictosepala Kiaerskou Eugenia uniflora L. Gomidesia affinis (Cambess.) D.Legrand Gomidesia crocea (Vell.) O.Berg Gomidesia hebepetala (DC.) O.Berg Marlierea laevigata (DC.) Kiaersk. Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. Myrcia amazonica DC. Myrcia fallax (Rich.) DC. Myrcia fenzliana O. Berg Myrcia glabra (O. Berg) D.Legrand Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Myrcia lutescens Cambess. Myrcia mischophylla Kiaersk. Myrcia multiflora (Lam.) DC. Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira Myrcia obovata (O.Berg) Nied. Myrcia olorata Myrcia pallens DC. Myrcia pubiflora DC. Myrcia retorta Cambess. Myrcia splendens (Sw.) DC. Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. Myrcia vautheriana O. Berg Myrcia velutina O.Berg Myrcia venosa Myrcia venulosa DC. Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum Psidium brownianum DC. Psidium cattleianum Afzel. ex Sabine Psidium guajava L. Psidium myrsinoides O.Berg Psidium myrtoides O.Berg Psidium pohlianum O.Berg Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 2 10 1 8 1 40 3 2 2 1 26 6 3 2 11 82 64 1 4 37 28 12 64 30 105 72 14 66 24 12 22 10 48 216 9 55 4 2 14 30 16 1 1 1 12 2 17 21 1 15 2 5 19 195 212 1 1 6 9 1 6 6 2 1352 1 3 22 4 12 26 146 2 1 10 178 1 226 4 7 295 251 3 47 673 32 1 4 1 154 23 43 1 25 22 5 43 366 2 1 1 184 3 3 351 154 23 42 2 75 36 1 10 64 1 2 1 1 5 60 134 41 5 2 3 10 1 1 3 11 2 1 5 2 10 1 8 6 43 193 6 666 98 2 44 16 1 1 1 12 2 485 67 1 15 1 6 6 5 1393 173 10 178 1 1023 5 79 48 709 1 368 1 1 187 696 65 1 2 1 6 235 5 2 3 10 4 15 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 176 Espécie Família Psidium salutare (Kunth) O.Berg Siphoneugena densiflora O.Berg Siphoneugena kiaerskoviana (Burret) Kausel Siphoneugena widgreniana O.Berg Bougainvillea glabra Choisy Bougainvillea praecox Griseb. Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell Guapira hirsuta (Choisy) Lundell Guapira noxia (Netto) Lundell Guapira opposita (Vell.) Reitz Guapira venosa (Choisy) Lundell Neea theifera Oerst. Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. Ouratea floribunda Engl. Ouratea hexasperma (A.St.-Hil.) Baill. Ouratea polygyna Engl. Ouratea semiserrata (Mart. & Nees) Engl. Ouratea spectabilis (Mart. & Engl.) Engl. Heisteria citrifolia Engl. Heisteria ovata Benth. Heisteria silvianii Schwacke Lamanonia grandistipularis (Taub.) Taub. Lamanonia speciosa (Cambess.) LB Sm. Lamanonia ternata Vell. Tetrastylidium grandifolium (Baill.) Sleumer Trichilia casaretti C.DC. Ximenia americana L. Chionanthus crassifolius (Mart.) P.S.Green Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook. Agonandra excelsa Griseb. Ternstroemia brasiliensis Cambess. Phyllanthus acuminatus Vahl Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms Piper aduncum L. Piper gaudichaudianum Kunth Coccoloba mollis Casar. Coccoloba warmingii Meisn. Ruprechtia fagifolia Meisn. Triplaris gardneriana Weddell Euplassa inaequalis (Pohl) Engl. Roupala montana Aubl. Colubrina glandulosa Perkins Rhamnidium elaeocarpum Reissek Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) D.Dietr. Prunus myrtifolia (L.) Urb. Alibertia edulis (L.C.Rich.) A.Rich. ex DC. Alibertia sessilis (Vell.) K.Schum. Alseis floribunda Schott Amaioua corymbosa Kunth Amaioua guianensis Aubl. Amaioua pilosa K.Schum. Bathysa australis (A.St.-Hil.) Benth. & Hook.f. Bathysa nicholsonii K.Schum. Chomelia pohliana Müll.Arg. Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Ochnaceae Ochnaceae Ochnaceae Ochnaceae Ochnaceae Ochnaceae Olacaceae Olacaceae Olacaceae Olacaceae Olacaceae Olacaceae Olacaceae Olacineae Olacineae Oleaceae Opiliaceae Opiliaceae Pentaphyllacaceae Phyllanthaceae Phytolaccaceae Piperaceae Piperaceae Polygonaceae Polygonaceae Polygonaceae Polygonaceae Proteaceae Proteaceae Rhamnaceae Rhamnaceae Rosaceae Rosaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 2 11 10 24 2 54 4 4 1 42 215 1 68 494 261 6 19 405 5 1 3 4 87 8 4 106 1 2 42 28 2 7 1 6 14 46 10 1 2 3 1 10 3 3 1 15 2 1 30 3 7 8 9 2 1 4 3 42 3 59 1 2 66 4 1 3 41 25 1 7 23 9 4 15 2 3 3 2 7 5 4 9 1 15 2 3 29 27 12 4 85 1 7 2 20 3 8 2 1 2 5 3 39 11 6 7 2 62 1 6 1 25 6 5 19 3 1 1226 1 17 9 8 5 13 5 24 17 5 123 349 1 120 6 6 2 1 38 2 1 1 3 2 13 1 17 1 13 10 24 56 4 4 89 226 372 592 527 4 19 18 56 45 42 1 46 4 63 2 70 1 3 41 25 1 24 24 32 4 10 15 2 3 60 105 2 1 238 5 10 1 1265 1 13 51 123 523 1 3 5 14 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 177 Espécie Família Chomelia sericea Müll.Arg. Cordiera concolor (Cham.) Kuntze Cordiera elliptica Kuntze Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum. Faramea multiflora Faramea nigrescens Mart. Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. Ixora brevifolia Benth. Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult. Psychotria appendiculata Müll.Arg. Psychotria hastisepala Müll.Arg. Psychotria malaneoides Müll.Arg. Psychotria sellowiana (DC.) Müll.Arg. Psychotria stachyoides Psychotria vellosiana Benth. Randia nitida (Kunth) DC. Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. Balfourodendron molle (Miquel) Pirani Citrus limonia Osbeck Dictyoloma vandellianum A.Juss. Esenbeckia febrifuga (A.St.-Hil.) A.Juss. ex Mart. Galipea jasminiflora (A.St.-Hil.) Engl. Hortia arborea Engl. Metrodorea mollis Taubert Metrodorea stipularis Mart. Pilocarpus giganteus Engl. Zanthoxylum caribaeum Lam. Zanthoxylum fagara (L.) Sargent Zanthoxylum monogynum A.St.-Hil. Zanthoxylum petiolare A.St.-Hil. & Tul. Zanthoxylum rhoifolium Lam. Zanthoxylum riedelianum Engl. Meliosma brasiliensis Urb. Meliosma sinuata Urb. Caesalpinia microphylla Mart. ex G.Don Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. Casearia commersoniana Cambess. Casearia decandra Jacq. Casearia gossypiosperma Briq. Casearia lasiophylla Eichler Casearia mariquitensis Kunth Casearia obliqua Spreng. Casearia rupestris Eichler Casearia sylvestris Sw. Casearia ulmifolia Vahl Salix humboldtiana Willd. Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A.Juss.) Radlk. Allophylus petiolulatus Radlk. Allophylus racemosus Sw. Allophylus semidentatus (Miq.) Radlk. Allophylus sericeus Radlk. Cupania emarginata Cambess. Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Sabiaceae Sabiaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 1 1 4 1 109 2 1 5 23 16 2 2 1 2 11 1 2 1 3 3 2 3 5 7 4 31 2 33 1 2 2 9 1 1 31 7 10 30 7 8 36 12 1 164 9 4 1 19 24 9 23 4 19 17 334 2 23 215 379 21 14 2 2 1 47 1 18 19 2 1 1 58 12 11 8 3 136 5 24 305 1 2 2 551 396 1 131 1 65 6 36 38 33 2 17 15 9 27 20 2 31 2 1 1 19 8 13 38 5 27 53 515 4 3 12 3 1 20 17 57 3 23 6 25 24 4 1 29 3 32 80 3 3 11 2 4 11 1 150 16 3 3 5 5 39 13 31 2 9 1 8 41 81 13 168 1 103 4 17 357 617 14 1 51 38 3 11 218 1 2 2 3 1534 38 116 40 3 1 13 60 112 39 3 82 125 44 4 1 545 ‘continua’... TABELA 1A, cont. 178 Espécie Família Cupania ludowigii Somner & Ferruci Cupania oblongifolia Mart. Cupania paniculata Cambess. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. Cupania vernalis Cambess. Diatenopteryx grazielae Vaz & Andreata Magonia pubescens A.St.-Hil. Matayba guianensis Aubl. Matayba mollis Radlk. Sapindus saponaria L. Talisia esculenta (A.St.-Hil.) Radlk. Toulicia laevigata Radlk. Chrysophyllum fasciculata Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. Chrysophyllum marginatum Klotzsch ex MR Schomb. Micropholis gardneriana (A.DC.) Pierre Micropholis robusta Mart. Micropholis venulosa (Mart. & Eichler) Pierre Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Pouteria gardneri (Mart. & Miq.) Baehni Pouteria gardneriana (A.DC.) Radlk. Pouteria guianensis Aubl. Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Pouteria tomentosa (Palai) Pouteria torta (Mart.) Radlk. Picrasma crenata (Vell.) Eichler Simarouba amara AUBL. Simarouba versicolor A.St.-Hil. Siparuna arianeae V.Pereira Siparuna cujabana (Mart.) A.DC. Siparuna guianensis Aubl. Siparuna piosices Siparuna reginae (Tul.) A.DC. Solanum granuloso-leprosum Dunal Solanum insidiosum Mart. Solanum lycocarpum A.St.-Hil. Solanum swartzianum R oem. & Schult. Styrax camporus Pohl Styrax ferrugineus Nees & Mart. Styrax latifolius Pohl Styrax leprosus Hook. & Arn. Styrax maninul B.Walln. Styrax pohlii A.DC. Symplocos celastrinea Mart. ex Miq. Symplocos insignis Brand Symplocos mosenii Brand Symplocos rhamnifolia A.DC. Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski Laplacea tomentosa (Mart. & Zucc.) G.Don Daphnopsis coriacea Taub. Daphnopsis fasciculata (Meisn.) Nevling Trema micrantha (L.) Blume Boehmeria caudata Swartz Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Sapotaceae Simaroubaceae Simaroubaceae Simaroubaceae Siparunaceae Siparunaceae Siparunaceae Siparunaceae Siparunaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Styracaceae Styracaceae Styracaceae Styracaceae Styracaceae Styracaceae Symplocaceae Symplocaceae Symplocaceae Symplocaceae Theaceae Theaceae Thymelaeaceae Thymelaeaceae Ulmaceae Urticaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 3 1 1 13 34 20 1 1 3 78 1 5 2 45 1 7 1 8 3 5 1 4 1 3 3 13 5 1 11 1 1 95 1 82 16 1 108 1 2 1 32 169 7 2 186 75 12 17 3 4 4 2 15 52 14 129 6 5 2 2 22 6 11 18 3 47 184 49 2 6 2 11 6 8 76 317 64 28 1 16 17 82 12 2 7 1 59 30 1 4 4 2 8 7 6 1 1 26 2 1 3 1 14 7 8 4 1 18 13 1 1 2 3 5 2 1 10 1 1 9 1 3 1 1 1 7 12 1 8 4 3 13 4 137 2 56 13 2 5 6 19 1 97 221 1 66 131 361 93 61 52 13 252 49 515 1 29 23 8 1 197 6 7 1 1 26 2 18 9 31 13 2 12 8 3 1 10 4 1 1 7 12 1 ‘continua’... TABELA 1A, cont. Espécie Família Cecropia glaziovii Snethl. Cecropia hololeuca Miq. Cecropia pachystachya Trécul Coussapoa microcarpa (Schott) Rizz. Pourouma cecropiifolia Mart. Aegiphila lhotskiana Cham. Aegiphila sellowiana Cham. Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) A.Juss. Hyptis arborea Benth. Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke Vitex polygama Cham. Callisthene fasciculata (Spreng.) Mart. Callisthene major Mart. Callisthene minor Mart. Qualea cordata (Mart.) Spreng. Qualea grandiflora Mart. Qualea multiflora Mart. Qualea parviflora Mart. Vochysia cinnamomea Pohl Vochysia elliptica Spreng. Mart. Vochysia magnifica Warm. Vochysia oppugnata Warm. Vochysia rufa Mart. Vochysia thyrsoidea Pohl Vochysia tucanorum Mart. Urticaceae Urticaceae Urticaceae Urticaceae Urticaceae Verbenaceae Verbenaceae Verbenaceae Verbenaceae Verbenaceae Verbenaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae Vochysiaceae J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total 74 1 5 4 2 1 72 29 154 29 9 4 4 10 2 3 3 1 10 3 5 271 16 75 1 1 108 2 1 1 7 16 4 493 25 234 2 99 3 84 2 19 43 33 1 288 12 147 64 152 28 4 55 27 1 57 5 34 18 25 1 57 8 64 26 1 13 6 3 1 50 7 4 13 3 35 7 87 1 74 1 9 2 1 130 167 4 10 23 4 287 28 78 2 1362 104 638 43 14 6 3 1 209 70 179 TABELA 2A – Espécies que ocorreram com apenas um indivíduo, tendo sido consideradas raras na área e o repectivo fragmento em que ocorreu. Espécie Família Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Aiouea trinervis Meisn. Alchornea sidifolia Müll.Arg. Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. Alibertia edulis (L.C.Rich.) A.Rich. ex DC. Allophylus sericeus Radlk. Amaioua pilosa K.Schum. Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Aparisthmium cordatum (Juss.) Ba illon Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg. Astronium concinnum Schott ex Spreng. Baccharis tride ntata Vahl Blanche tiodendron blanchetii (Benth.) Bar neby & Grime Bocagea longepedunculata Mar t. Boehmeria caudata Swartz Campomanesia aromatica (Aublet) Griseb. Campomanesia rhombea O.Berg Cariniana legalis (Mart.) Kuntze Caryocar e dule Casar. Casearia mariquitensis Kunth Cavanillesia umbellata Ruiz & Pavón Cecropia hololeuc a Miq. Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth. Cereus jamacaru DC. Chaetocarpus myrsinites Baill. Chionanthus crassifolius (Mart.) P.S.Green Chrysophyllum fasciculata Chrysophyllum marginatum Klotzsch ex MR Schomb. Citrus limonia Osbeck Clusia nemorosa G.Mey Connarus beyrichii Planch. Cordia magnoliifolia Cham. Cordia superba Cham. Cordiera elliptica Kuntze Crepidospermum atlanticum Daly Croton equinocarpa Cyclolobium brasiliense Benth. Daphnopsis coriacea Taub. Davilla elliptica A.St.-Hil. Dipteryx alata Vogel Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Ma cbr. Erythrina falcata Benth. Euge nia leitonii ined. Euge nia ligustrina (Sw.) Willd. Euge nia myrtifolia Sims Euge nia stictosepala Kiaer skou Eupatorium ganophyllum Mattf. Arecaceae La uraceae Euphor biaceae Euphor biaceae Rubiaceae Sapindaceae Rubiaceae Fabaceae Faboideae Euphor biaceae Apocynaceae Anacardiaceae Asteraceae Fabaceae Mimosoideae Annonaceae Ur ticaceae Myrtaceae Myrtaceae Lecythidaceae Caryocar aceae Salicaceae Malvaceae Ur ticaceae Fabaceae Faboideae Cactaceae Euphor biaceae Oleaceae Sapotaceae Sapotaceae Rutaceae Clusiaceae Connaraceae Boraginaceae Boraginaceae Rubiaceae Bur seraceae Euphor biaceae Fabaceae Faboideae Thymelaeaceae Dilleniaceae Fabaceae Faboideae La uraceae Fabaceae Faboideae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Asteraceae Fragmento S111 J114 J108 J108 J10 J108 J10 J16 J10 J108 J109 J109 S111 J10 M112 J108 J139 J114 P119 M134 J12 M140 J96 J135 J135 P119 J14 J14 P115 J21 J109 M134 J135 J108 M134 J109 J96 J109 J11 J12 J114 J114 J15 J12 J16 J11 J109 ‘continua’... 181 TABELA 2A. Cont. Espécie Família Euplassa inaequalis (Pohl) Engl. Euterpe edulis Mart. Ficus enormis (Mart.) Miq. Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Garcinia gardneriana (Planchon & Triana) Zappi Gomidesia affinis (Cambess.) D.Legrand Inga uruguensis Hooker At Arnott. Lacistema pubescens Mart. Lamanonia ternata Vell. Laplacea tomentosa (Mart. & Zucc.) G.Don Licania octandra (Hoffmgg. ex Roem. & Schult.) Kuntze Maytenus gonoclada Mar t. Maytenus salicifolia Reissek Miconia latecrenata (DC.) Naudin Miconia prasina (Sw.) DC. Miconia trianaei Cogn. Mimosa caesalpiniifolia Benth. Moquinia racemosa (Spreng.) DC. Morithamnus ganophyllus (Mattf.) RMKing & H.Rob. Mouriri elliptica Mart. Myrcia glabra (O. Berg) D.Legrand Myrcia obovata (O.Berg) Nied. Myrcia pallens DC. Myrcia pubiflora DC. Myrcia vautheriana O. Berg Myrcia venosa Myrsine ferruginea (Ruiz & Pavón) Sprengel Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Nectandra nitidula Nees Nectandra warmingii Meisn. Ocotea glomerata (Nees) Mez Ouratea spectabilis (Mart. & Engl.) Engl. Pereskia balmensis Gürke Persea major (Nees) L.E. Kopp Persea rufotomentosa Nees & Mart. ex Nees Picrasma crenata (Vell.) Eichler Pilocarpus giganteus Engl. Pourouma cecropiifolia Mart. Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) D.Dietr. Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns Psychotria sellowiana (DC.) Müll.Arg. Psychotria suterella Müll.Arg. Rollinia emarginata Schltdl. Schefflera angustissima (E.Marchal) D.Frodin Sclerolobium paniculatum Vogel Sebastiania klotzschiana (Müll.Ar g.) Müll.Arg. Siparuna cujabana (Mart.) A.DC. Proteaceae Arecaceae Moraceae Moraceae Clusiaceae Myrtaceae Fabaceae Mimosoideae La cistemataceae Olacaceae Theaceae Chrysobalanaceae Celastr aceae Celastr aceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Fabaceae Mimosoideae Monimiaceae Asteraceae Memecylaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrsinaceae La uraceae La uraceae La uraceae La uraceae Ochnaceae Cactaceae La uraceae La uraceae Simaroubaceae Rutaceae Ur ticaceae Rosaceae Malvaceae Rubiaceae Bignoniaceae Annonaceae Araliaceae Fabaceae Caesalpinioideae Euphor biaceae Siparunaceae Fragmento J114 J10 M134 J108 J16 J108 J10 J114 J114 J15 J114 J135 J139 J10 J13 J96 P119 J114 J10 J10 J11 J108 J108 J108 J114 J14 P119 J20 J139 J135 J108 J14 P119 J114 J114 M112 M112 J108 J135 J139 J108 J114 J11 J12 J108 M112 J114 ‘continua’... 182 TABELA 2A. Cont. Espécie Família Sloanea monosperma Vell. Solanum granuloso-leprosum Dunal Solanum insidiosum Mart. Sterc ulia chicha A.St.-Hil. Stryc hnos brasiliensis (Spreng.) Mart. Symplocos mosenii Brand Tabebuia caraiba Murr. Tabebuia reticulata A.H.Gentry Tapirira guianensis Aublet Terminalia januariensis DC. Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. Trichilia clausseni C.DC. Trichilia emarginata (Tur cz.) C.DC. Vismia martiana Reichardt Vochysia rufa Mar t. Xylopia brasiliensis Spr eng. Xylopia emarginata Mart. Zanthoxylum riedelianum Engl. Zeyheria digitalis (Vell.) LBSm. & Sandwith Elaeocarpaceae Solana ceae Solana ceae Malvaceae Loganiaceae Symplocaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Anacardiaceae Combretaceae Melastomataceae Meliaceae Meliaceae Clusiaceae Vochysiaceae Annonaceae Annonaceae Rutaceae Bignoniaceae 183 Fragmento J114 J108 M112 M112 J109 J139 J11 M112 J108 S111 J139 J139 J135 J135 J96 J114 J21 J114 J11