FITOGEOGRAFIA DE FRAGMENTOS
FLORESTAIS PARA O NORDESTE DE
MINAS GERAIS
CHRISTIANNE RIQUETTI CORSINI
2008
CHRISTIANNE RIQUETTI CORSINI
FITOGEOGRAFIA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS PARA O
NORDESTE DE MINAS GERAIS
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do Curso
de Mestrado em Engenharia Florestal, área de
concentração em Ciências Florestais, para a
obtenção do título de “Mestre”.
Orientador:
Prof. Dr. Antônio Donizette de Oliveira
LAVRAS
MINAS GRAIS - BRASIL
2008
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Corsini, Christianne Riquetti.
Fitogeografia de fragmentos florestais para o nordeste de Minas
Gerais / Christianne Riquetti Corsini. – Lavras : UFLA, 2008.
182 p. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2008.
Orientador: Antônio Donizette de Oliveira.
Bibliografia.
2. Composição florística. 2. Grupos fitofisionômicos. 3. Análise
multivariada. 4. Árvore de decisão. 5. Fitogeografia. I. Universidade
Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 634.95
CHRISTIANNE RIQUETTI CORSINI
FITOGEOGRAFIA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS PARA O
NORDESTE DE MINAS GERAIS
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do Curso
de Mestrado em Engenharia Florestal, área de
concentração em Ciências Florestais, para a
obtenção do título de “Mestre”.
APROVADA em 24 de setembro de 2008.
Prof. Dr. José Roberto Soares Scolforo - UFLA
Prof. Dr. José Márcio de Mello - UFLA
Prof. Dr. Antônio Donizette de Oliveira
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
A minha irmã, Maria Carolina
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que me proporcionou saúde e força de vontade
para a conclusão deste trabalho.
À minha família pela paciência e apoio em todos os momentos.
Ao meu orientador professor Donizette pelas devidas orientações e
compreensão nos momentos difíceis.
Aos professores José Márcio de Mello e José Roberto S. Scolforo pela
confiança e sugestões que proporcionaram a melhoria deste trabalho.
À FAPEMIG pela concessão da bolsa de estudo.
Ao projeto Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos
Reflorestamentos de Minas Gerais que proporcionou os dados trabalhados nesta
dissertação, bem como às equipes de campo e profissionais envolvidos nesse
projeto.
Ao Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Secretaria de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) pela viabilização do projeto.
A Bete pela paciência com que sempre me tratou nos momentos em que
sua ajuda era essencial para a conclusão da dissertação.
Aos companheiros e amigos de sala Luiz Antônio e Francisco.
Ao Evandro pelas explicações que tanto ajudaram na compreensão dos
temas envolvidos neste estudo.
E a todos que contribuíram, para a conclusão de mais uma etapa, em
minha vida. Muito Obrigada.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................. i
LISTA DE TABELAS..........................................................................................iii
RESUMO GERAL ............................................................................................... vi
GENERAL ABSTRACT....................................................................................viii
CAPÍTULO 1 ...................................................................................................... 1
INTRODUÇÃO GERAL....................................................................................... 1
1 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 3
1.1 Fragmentação florestal..................................................................................... 3
1.2 Diversidade e similaridade............................................................................... 4
1.3 Inter-relações espécie ambiente ....................................................................... 8
1.4 Análises multivariadas..................................................................................... 9
1.4.1 Análise de ordenação .................................................................................. 10
1.4.1.1 Análise de correspondência retificada (DCA) ......................................... 10
1.4.1.2 Análise de correlação canônica (CCA).................................................... 13
1.4.2 Análise de agrupamento.............................................................................. 14
1.4.2.1 TWINSPAN............................................................................................. 15
1.5 Fitogeografia................................................................................................. 17
1.6 Árvore de decisão .......................................................................................... 18
1.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 22
CAPÍTULO 2: Análise da composição florística, diversidade e similaridade de
fragmentos florestais nativos nas bacias dos Rios Jequitinhonha, Pardo, ........... 32
Mucuri e São Mateus (MG) ................................................................................. 32
RESUMO............................................................................................................. 32
ABSTRACT ........................................................................................................ 34
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 35
2 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 37
2.1 Descrição da área de estudo........................................................................... 37
2.2 Procedimento de amostragem ........................................................................ 42
2.3 Coleta de dados.............................................................................................. 44
2.4 Definição dos grupos florísticos .................................................................... 44
2.4.1 Coeficiente de Sörensen (SO)..................................................................... 45
2.4.2 Jaccard (J) ................................................................................................... 46
2.5 Análise da diversidade e equabilidade entre os fragmentos .......................... 47
2.5.1 Índice de Simpson (S’) ............................................................................... 48
2.5.2 Índice de Shannon-Wiener (H’).................................................................. 48
2.5.3 Índice de eqüabilidade de Pielou (J’).......................................................... 49
2.6 Gradiente de diversidade ............................................................................... 49
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 51
3.1 Análise da composição florística das bacias dos rios Jequitinhonha,
Mucuri, Pardo e São Mateus................................................................................ 51
3.1.1 Floresta Estacional Semidecidual ............................................................... 57
3.1.2 Floresta Estacional Decidual....................................................................... 60
3.1.3 Cerrado sensu stricto .................................................................................. 62
3.1.4 Campo cerrado............................................................................................ 65
3.2 Definição dos grupos florísticos .................................................................... 66
3.2.1 Com base no coeficiente de Sorensen......................................................... 66
3.2.2 Com base no coeficiente de Jaccard ........................................................... 77
3.3 Análises de diversidade e equabilidade ......................................................... 83
3.3.1 Todas as bacias ........................................................................................... 83
3.3.2 Grupo florístico 1........................................................................................ 85
3.3.3 Grupo Florístico 2....................................................................................... 87
3.3.4 Grupo florístico 3........................................................................................ 87
3.3.5 Grupo florístico 4........................................................................................ 88
3.3.6 Grupo florístico 5........................................................................................ 88
3.3.6 Grupo Florístico 6....................................................................................... 89
3.3.7 Gradiente de diversidade nos grupos .......................................................... 89
5 CONCLUSÕES ................................................................................................ 93
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 94
CAPÍTULO 3: Fitogeografia de fragmentos florestais para o nordeste de
Minas Gerais ........................................................................................................ 99
RESUMO
.................................................................................................... 99
ABSTRACT .................................................................................................. 100
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 101
2 MATERIAL E MÉTODO .............................................................................. 103
2.1 Base de dados............................................................................................... 103
2.1.1 Construção das matrizes ........................................................................... 104
2.1.2 Seleção das espécies ................................................................................. 108
2.1.3 Construção da matriz de variáveis geoclimáticas ..................................... 108
2.3 Análises multivariadas................................................................................. 110
2.3.1 Análise de correspondência retificada (DCA) .......................................... 110
2.3.2 Análise divisiva (TWINSPAN) ................................................................ 110
2.3.3 Análise de correspondência canônica ....................................................... 111
2.4 Árvore de decisão ........................................................................................ 111
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 113
3.1 Seleção das espécies .................................................................................... 113
3.2 Técnicas multivariadas para agrupamento e ordenação............................... 116
3.2.1 Análise de correspondência destendenciada (DCA)................................. 116
3.2.3 TWINSPAN.............................................................................................. 118
3.3 Espécies potenciais para programas de revegetação.................................... 126
3.4 Análise de correlação canônica (CCA)o...................................................... 142
3.5 Árvore de decisão e mapa fitogeográfico .................................................... 158
4 CONCLUSÕES .............................................................................................. 162
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 163
ANEXOS ........................................................................................................... 166
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1 – Localização das bacias hidrográficas amostradas no estado de
Minas Gerais. ............................................................................. 38
FIGURA 2.2 – Classificação fitofisionômica dos fragmentos e sua localização
dentro das bacias hidrográficas estudadas.................................. 40
FIGURA 2.3 – Dendrograma de similaridade florística, obtido por uma matriz
de presença/ausência, das espécies presentes nos 26
Fragmentos, utilizando o método de médias ponderado por
grupo (UPGMA) e o quociente de Sorensen.............................. 70
FIGURA 2.4 – Distribuição dos grupos de fragmentos de acordo com o
coeficiente de similaridade de Sorensen .................................... 76
FIGURA 2.5 – Dendrograma de similaridade florística, obtido por uma matriz
de presença/ausência, das espécies presentes nos 26
fragmentos, utilizando o método de medias ponderado por
grupo (UPGMA) e o quociente de Jaccard. ............................... 79
FIGURA 2.6 – Distribuição dos grupos de fragmentos, de acordo com o
coeficiente de similaridade de Jaccard ....................................... 82
FIGURA 3.1 – Gráfico de valor de cobertura aplicado a partir do IVC em
escala logarítmica, para definir as espécies padrão de todas as
fitosionomias estudadas............................................................ 114
FIGURA 3.2 – Análise gerada pela DCA, considerando os 26 fragmentos
amostrados nas bacias, tendo como matriz base os valores de
IVC logaritmizados. 1: Floresta Estacional Decidual; 2:
Campo Cerrado; 3: Floresta Estacional Semidecidual e 4:
Cerrado sensu stricto................................................................ 117
FIGURA 3.3 – Cladograma gerado pela TWINSPAN, a partir da matriz de
IVC logaritimizada, com os grupos formados e os autovalores
de cada divisão. ........................................................................ 119
FIGURA 3.4 – Análise de DCA associada à formação dos grupos de fragmentos
pela Twinspan. Os valores indicados na legenda se referem ao
grupo correspondente...............................................................120
FIGURA 3.5 – Distribuição geográfica dos grupos de fragmentos
discriminados pela análise divisiva TWINSPAN. ................... 125
FIGURA 3.6 – Gráficos do comportamento das espécies dentro de cada grupo
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala
logarítmica e utilizado como critério para indicar as espécies
mais adequadas em programas de revegetação. ....................... 127
FIGURA 3.7 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 1
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala
i
logarítmica e retirando-se a espécie Machaerium
dimorphandrum Hoehne. do ranking. ...................................... 133
FIGURA 3.8 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 2,
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala
logarítmica e retirando-se a espécie Combretum leprosum
Mart. do ranking....................................................................... 134
FIGURA 3.9 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 7
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala
logarítmica e retirando-se as espécies Astronium fraxinifolium
Schott ex Spreng. e Rourea induta Planch do ranking............. 135
FIGURA 3.10 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 9
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala
logarítmica e retirando-se a espécie Mabea fistulifera Mart do
ranking...................................................................................... 136
FIGURA 3.11 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 10
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala
logarítmica e retirando-se a espécie Byrsonima laxiflora
Griseb do ranking..................................................................... 137
FIGURA 3.12 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 4
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala
logarítmica e retirando-se as espécies Metrodorea mollis
Taubert e Maprounea guianensis Aubl. do ranking................. 138
FIGURA 3.13 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 5
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala
logarítmica e retirando-se as espécies Dalbergia miscolobium
Benth. do ranking. .................................................................... 139
FIGURA 3.14 – Gráfico da CCA aplicada para o grupo de fragmentos
selecionados pela TWINSPAN, correlacionando variáveis
geoclimáticas a dados florísticos.............................................. 147
FIGURA 3.15 – Gráfico da CCA, mostrando a correlação entre as espécies
selecionadas e as variáveis geoclimáticas, a partir da matriz de
índice de valor de cobertura recalculado.................................. 151
FIGURA 3.16 – Árvore de decisão construída pelo algoritmo CART, para ser
empregada na classificação das áreas não inventariadas das
bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus,
MG. .......................................................................................... 161
ii
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1 – Localização dos fragmentos amostrados.................................... 39
TABELA 2.2 – Caracterização dos fragmentos amostrados, ordenados em
função da latitude ao longo de cada bacia.................................. 41
TABELA 2.3 – Informações a respeito dos fragmentos e da amostragem a que
foram submetidas, ordenadas de forma decrescente, em função
da área do fragmento. ................................................................. 43
TABELA 2.4 – Informações do levantamento florístico para as bacias
hidrográficas estudadas. ............................................................. 51
TABELA 2.5 – Informações do levantamento florístico para todos os
fragmentos, organizados em ordem decrescente de número de
famílias....................................................................................... 53
TABELA 2.6 – Relação das espécies mais recorrentes nos fragmentos
amostrados, com o número de indivíduos em que ocorreram
em cada fragmento, ordenadas de forma decrescente conforme
o número de locais de ocorrência............................................... 56
TABELA 2.7 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Floresta
Estacional Semidecidual, ordenadas de forma decrescente
quanto ao número de indivíduos. ............................................... 58
TABELA 2.8 – Espécies mais recorrentes entre os fragmentos de Floresta
Estacional Semidecidual, considerando as espécies exclusivas
desta fitofisionomia.................................................................... 60
TABELA 2.9 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Floresta
Estacional Decidual, ordenados de forma decrescente quanto
ao número de indivíduos. ........................................................... 60
TABELA 2.10 – Espécies que ocorreram exclusivamente nos fragmentos de
Floresta Estacional Decidual...................................................... 61
TABELA 2.11 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Cerrado sensu
stricto, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de
indivíduos................................................................................... 63
TABELA 2.12 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Campo cerrado,
ordenadas de forma decrescente quanto ao número de
indivíduos................................................................................... 65
TABELA 2.13 – Espécies que ocorreram exclusivamente nos fragmentos de
Campo cerrado ........................................................................... 67
TABELA 2.14 – Valores obtidos pelo Coeficiente de Sorensen, a partir de
uma matriz florística, totalizando 210 combinações entre os
fragmentos estudados. Quanto mais próximo o valor estiver de
1, maior a similaridade florística................................................ 69
iii
TABELA 2.15 – Grupos de fragmentos formados com base no coeficiente de
Sorensen ..................................................................................... 71
TABELA 2.16: Valores obtidos pelo coeficiente de Jaccard a partir de uma
matriz florística, totalizando 210 combinações entre os
fragmentos estudados. Quanto mais próximo o valor estiver de
1, maior a similaridade florística................................................ 78
TABELA 2.17 – Grupos de fragmentos formados com base no coeficiente de
Jaccard........................................................................................ 80
TABELA 2.18 – Comportamento apresentado pelos índices de diversidade e
equabilidade, nos fragmentos pertencentes às bacias
estudadas, com sua respectiva intensidade amostral e área
total............................................................................................. 83
TABELA 2.19 – Comparação dos índices de diversidade, para compor um
gradiente decrescente de diversidade dentro de cada grupo de
fragmentos formado com base no coeficiente de Sorensen........ 91
TABELA 2.20 – Matriz contendo todas as combinações possíveis, indicando
sua significância de resultado ao aplicar-se o teste estatístico
de Hutcheson, a 5% de probabilidade, para testar possíveis
diferenças entre os índice de diversidade de Shannon de cada
fragmento. ns - indica a não significativo e * significativo........ 93
TABELA 3.1 – Informações a respeito da amostragem empregada nos
fragmentos e a classificação fitofisionômica de cada um. ....... 104
TABELA 3.2 – Dados ambientais e geográficos obtidos para os fragmentos
amostrados, nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri
e São Mateus (MG). ................................................................. 109
TABELA 3.3 – Número de espécies após o corte realizado na curva do gráfico
de IVC logaritmzado, indicando o comportamento das
espécies para cada fragmento................................................... 115
TABELA 3.4 – Grupos de fragmentos formados pela análise divisiva
TWINSPAN. ............................................................................ 121
TABELA 3.5 – Comportamento do número das espécies selecionadas a partir
do nível de corte estabelecido, para cada grupo definido pela
TWINSPAN, conforme apresentado na Tabela 3.4 ................. 132
TABELA 3.6 – Lista das espécies indicadas para programas de recomposição
da vegetação nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri
e São Mateus, para cada grupo de fragmentos formados pela
TWINSPAN. ............................................................................ 141
TABELA 3.7 – Resumo dos resultados da análise de correlação canônica
(CCA), para as áreas inventariadas inseridas nas bacias
estudadas. ................................................................................. 143
TABELA 3.8 – Comportamento das variáveis geoclimáticas correlacionadas
com os três eixos de ordenação produzidos pela CCA. ........... 146
iv
TABELA 3.9 – Matriz de correlação ponderada existente entre as variáveis
geoclimáticas, inserida nas bacias estudadas. .......................... 146
TABELA 3.10 – Associação entre as espécies escolhidas para as análises
multivariadas e seu código empregado na CCA, bem como o
somatório dos valores de IVC logaritmizado, considerando
todos os fragmentos em que as espécies ocorreram. ................ 152
TABELA 3.11 – Espécies que foram exclusivas dos grupos ordenados no
quadrante 1 do gráfico da CCA e sua recorrência entre os
mesmos..................................................................................... 155
TABELA 3.12 – Espécies que foram exclusivas dos grupos ordenados no
quadrante 4 do gráfico da CCA e sua recorrência entre os
mesmos..................................................................................... 156
TABELA 3.13 – Lista de espécies que ocorreram em pelo menos 5 grupos
formados pela TWINSPAN, por ordem decrescente de
ocorrência................................................................................. 158
v
RESUMO GERAL
CORSINI, Christianne Riquetti. Fitogeografia de fragmentos florestais para o
nordeste de Minas Gerais. 2008. 182 p. Dissertação (Mestrado em Ciências
Florestais) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.∗
Neste estudo foram amostrados 26 fragmentos de floresta nativa distribuídos nas
bacias hidrográficas dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus,
localizadas na região nordeste de Minas Gerais. Os objetivos foram: analisar a
composição florística do componente arbóreo; determinar a formação de grupos
florísticos de acordo com a similaridade de espécies existentes nos fragmentos;
quantificar a diversidade e a equabilidade dos fragmentos por meio de índices;
definir um gradiente de diversidade dentro de cada grupo florístico, determinado
pela similaridade; aplicar análise multivariada na ordenação e no agrupamento
dos fragmentos estudados, frente à estrutura das espécies baseada no índice de
valor de cobertura; definir um grupo de espécies com alto potencial de adaptação
aos ambientes das bacias para programas de revegetação; aplicar análise
multivariada para investigar a correlação entre as variáveis geo-climáticas e os
agrupamentos de fragmentos e aplicar ferramentas de geoprocessamento para
gerar um mapa fitogeográfico para as Bacias estudadas. Utilizou-se amostragem
sistemática com unidades amostrais de 1.000m² cada, em que a área amostral
variou de 1 a 6 ha, conforme a área do fragmento. Foram mensuradas a CAP e
altura total e coletado material botânico de todos os indivíduos com CAP maior
ou igual a 15,7cm. Em toda a área foram amostrados 73.426 indivíduos,
distribuídos em 79 famílias, 282 gêneros e 722 espécies. Foram formados 6
grupos florísticos com base no coeficiente de Sorensen, onde ocorreu associação
de fragmentos de um ou dois tipos fitofisionômicos. O fragmento de maior
diversidade foi o J114 (Aricanduva) e os fragmentos com os menores índices de
diversidade foram J116 (Salinas) e M134 (Nanuque). O gradiente de diversidade
não seguiu um padrão definido dentro da área, mas as florestas estacionais
semideciduais apresentaram índices médios superiores ao das demais formações
florestais. A análise de correspondência destendenciada (DCA) diferenciou 2
grupos quanto à estrutura e a análise divisiva de TWINSPAN completou a
análise formando 10 grupos de fragmentos baseados na importância de cada
espécie dentro dos fragmentos, a partir dos níveis de corte empregados. A
Palavras-chave: Composição florística, grupos fitofisionômicos, análise
multivariada, árvore de decisão, fitogeografia.
∗
Comitê orientador: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Orientador); José
Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-Orientador).
vi
análise dos gráficos de valor de cobertura das espécies para cada grupo formado
possibilitou a escolha de 116 espécies como potenciais para programas de
revegetação nas bacias estudadas. A análise de correspodência canônica (CCA)
correlacionou as variáveis altitude, longitude e temperatura com a distribuição
das espécies na área. A árvore de decisão propiciou a extrapolação das
informações obtidas para as demais áreas não amostradas por meio de um mapa
que informa a área de ocorrência das espécies selecionadas como adequadas em
programas de revitalização florística nas bacias estudadas.
vii
GENERAL ABSTRACT
CORSINI, Christianne Riquetti. Phytogeography of forest patches for
Northeastern Minas Gerais. 2008. 182 p. Dissertation (Master of Forest
Sciences) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.∗
In that study were sampled 26 patches of native forest distributed in the
hydrographical basins of the Rivers Jequitinhonha, Mucuri, Pardo and São
Mateus, situated in the northeastern region of Minas Gerais, with the following
objectives: to investigate the floristic composition of the arboreal component; to
determine the formation of floristic groups according to the similarity of species
existing in the patches; to quantify the diversity and equability of the patches by
means of indices; to define a diversity gradient within each floristic group,
determined by similarity; to apply a multivariate analysis in the ordering and
grouping of the patches studied as against the structure of the species based upon
the cover value index; to define a group of species with a high potential of
adapting to the environments of the Basins for revegetation programs,
multivariate analysis to investigate the correlation between the geo-climatic
variables and the patch groupings; to apply tools of geoprocessing to generate a
phytogeographic map for the watersheds studied. A systematic sampling with
sampling units of 1,000m² each was used, where the sample area ranged from 1
to 6 ha, according to the area of the patch. Both CAP and total height were
measured and botanical material of all the individuals with CAP higher or equal
to 15.7cm was collected. In all the area were sampled 73,426 individuals
distributed in 79 families, 282 genera and 722 species. 6 floristic groups on the
basis of Sorensen coefficients were formed, where association of patches of one
or two phytophysiognomic types occurred. The patch of greatest diversity was
J114 (Aricanduva) and the patches with least diversity indices were J116
(Salinas) e M134 (Nanuque). The diversity gradient did not follow a definite
pattern within the area, but the semideciduous seasonal forests presented average
indices superior to the other forest formations. The detrended correspondence
analysis (DCA) distinguished 2 groups as to structure and the divisive analysis of
TWINSPAN completed the analysis by forming 10 groups of patches based on the
importance of each species within the patches, from the cutting levels employed.
The analysis of the plots de Value of covering index of the species for each
Key words: Floristic composition, phytophysiognomic groups, multivariate
analysis, decision tree, phytogeography.
∗
Advisor committee: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Adviser); José
Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-adviser).
viii
formed group enabled the choice of 116 species as potentials for revegetation
programs in the Basins studied. Canonical Correspondence Analysis (CCA)
correlated the variables altitude, longitude and temperature with the distribution
of the species in the area. The decision tree provided the extrapolation of the
information obtained for the other unsampled areas by means of a map which
informs the area of occurrence of the species selected as adequate in floristic
revitalizing programs in the Watershedss studied.
ix
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO GERAL
A fragmentação florestal, ocorrida em substiuição da cobertura vegetal,
tem resultado em uma ocupação equivocada dos solos, acarretando em redução
da biodiversidade, ameaçadando a qualidade dos recursos hídricos, alterando as
características climatológicas e, consequentemente, à qualidade da vida da
população. Dessa forma, é verídico afirmar que a sustentabilidade está
diretamente relacionada com a conservação dos fragmentos nativos.
Com isso, fica evidente a importância da obtenção de informações sobre
a diversidade biológica contida nos atuais fragmentos, por meio de uma
avaliação quantitativa e qualitativa das suas comunidades, bem como a relação
entre vegetação e ambiente por meio de análise fitogeográfica.
O conhecimento das relações entre a composição florística e da
diversidade dos ecossistemas é de suma importância no conhecimento de
padrões florísticos de fragmentos, ajudando na descrição e na análise da flora
das formações vegetais em que estão inseridos e na determinação da
similaridade entre áreas.
O estudo do padrão de distribuição de espécies entre biomas permite a
associação de fatores ambientais com a abundância das espécies, fornecendo
subsídios para a escolha de espécies mais adapatadas às condições geoclimáticas
existentes nos locais onde se deseja restaurar a vegetação.
De acordo com Gomide (2004), o uso de métodos estatísticos de análise
multivariada auxilia no processo de classificação das fisionomias, realizando o
agrupamento ou a divisão de dados, permitindo reduzir o número de
informações duvidosas na classificação fisionômica. Dessa forma, consegue-se
explicar melhor a ocorrência das espécies, em função de variáveis edáficas,
1
climáticas ou fisiográficas, e estabelecendo-se grupos de espécies ou de
fragmentos, que apresentem a mesma disposição estrutural e ambiental.
Neste trabalho, estudaram-se 26 fragmentos florestais nativos situados
em quatro bacias hidrográficas da região nordeste do estado de Minas Gerais. O
trabalho foi organizado em três capítulos. No primeiro apresenta-se uma revisão
bibliográfica, enfocando os principais temas em estudo. No capítulo 2 realiza-se
uma análise da composição florística, da diversidade, da equabilidade e da
similaridade dos 26 fragmentos. Finalmente, no capítulo 3 trata-se da análise
fitogeográfica dos fragmentos, resultando em um mapa fitogeográfico para a
região nordeste de Minas Gerais.
2
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Fragmentação florestal
A fragmentação florestal pode ser entendida como o seccionamento de
fisionomias vegetais contínuas em mosaicos de remanescentes dos mesmos
(Bierregaard Junior & Dale, 1996; Bierregaard Junior & Stouffer, 1997).
Fortes pressões antrópicas sobre as florestas primárias para a abertura de
novas fronteiras agrícolas vêm fazendo com que grandes extensões de terras
cobertas por vegetação original convertam-se em áreas de florestas secundárias
em taxas aceleradas (Ferreira & Oliveira, 2001).
A teoria de biogeografia de ilhas, desenvolvida por MacArthur &
Wilson (1967), que considera que a diminuição da superfície do hábitat
provocará uma diminuição exponencial do número de espécies que ali residem,
pode ser aplicada no fenômeno da fragmentação florestal.
O estado de Minas Gerais possuía, originalmente, 45% de seu território
coberto por florestas. O modelo de industrialização do estado, altamente
dependente de matéria-prima florestal, e a expansão desordenada das áreas
agrícolas fizeram com que a vegetação nativa sofresse um alto grau de
exploração ao longo dos anos. De 1987 a 1992, a utilização dos recursos
florestais foi da ordem de 2.848.627,61 ha, sendo 60,38% representados por
cobertura nativa e apenas 39,62% por florestas plantadas (Carvalho, 1996).
Dados mais recentes, divulgados pelo projeto Mapeamento e Inventário
da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais (Scolforo & Carvalho,
2006), mostram que, do ano de 2003 ao ano de 2005, houve redução de 152,635
ha de área de mata nativa. As fisionomias mais suprimidas foram Cerrado sensu
stricto (70,601 ha), Floresta Estacional Semidecidual (42,447 ha) e Campo
(20,015 ha).
3
Os anos de desmatamento progressivo resultaram em mosaicos de
fragmentos remanescentes que abrigam uma diversidade biológica ainda não
calculada e altamente ameaçada (Espírito-Santo et al., 2002).
Esses remanescentes têm um papel importante como corredores
ecológicos, capazes de proporcionar o fluxo gênico entre populações isoladas,
um fator tido como crítico para a conservação de muitas espécies devido à
fragmentação a que estão submetidos os hábitats florestais (Kageyama &
Gandara, 2000; Silva & Tabarelli, 2000).
De acordo com Oliveira et al. (2003), é possível associar o processo de
fragmentação florestal à dinâmica de biomassa em florestas primárias, ou seja,
os menores valores para de área basal e biomassa são encontrados nos menores
fragmentos.
Segundo Carvalho et al. (2005), é de extrema importância o estudo da
diversidade biológica dos atuais fragmentos por meio de sua quantificação,
sejam eles ciliares ou não, bem como compreender a organização espacial da
comunidade nos fragmentos em face das variações do ambiente e da direção das
mudanças nos processos ecológicos. Tais enfoques permitirão avaliar os
potenciais de perdas e conservação dos recursos naturais a longo prazo.
De acordo com Silva et al. (2004), técncias modernas visando à
formação de corredores ecológicos vêm sendo utilizadas,
proporciando a
recuperação de áreas que sejam estratégicas para o fluxo gênico entre
fragmentos florestais.
1.2 Diversidade e similaridade
Whittaker (1977) atribuiu ao conceito de riqueza de espécie, como o
número de espécies amostradas na comunidade, o que poderia ser uma definição
de diversidade. Assim, durante seus estudos, surgiu outro conceito, que é o de
eqüitabilidade, definida como a igualdade relativa dos valores de importância de
4
espécies numa amostra, ou a similaridade relativa dos valores de importância de
espécies adjacentes, numa seqüência da espécie de maior valor para a de menor
valor de importância.
Martins & Santos (1999) afirmam que o índice de diversidade de
Shanon-Wiener busca medir o grau de incerteza na predição correta da espécie a
que pertence o próximo indivíduo coletado em uma amostragem sucessiva. De
acordo com o mesmo autor, esse índice tem sido o mais utilizado como medida
de diversidade em levantamentos fitossociológicos.
Segundo Gorenstein (2002), dois componentes da diversidade são
combinados na função de Shanon-Wiener: (1) número de espécies e (2)
igualdade de distribuição de indivíduos entre as espécies. Um grande número de
espécies aumenta a diversidade de espécies, assim como uma distribuição mais
homogênea.
O índice de Simpson fornece a idéia da probabilidade de se coletar
aleatoriamente dois indivíduos da comunidade e, obrigatoriamente, pertencerem
a espécies diferentes (Gorenstein, 2002).
A dominânica na comunidade pode também ser determinada
indiretamente, por meio dos índices de uniformidade ou equitabilidade. O índice
de uniformidade mais amplamente usado é ode Pielou, que se constitui na razão
do índice de Shannon pelo log de S (número de grupos), situando-se seus
valores entre 0 e 1. O máximo valor ocorre quando apenas um indivíduo ocupa
cada grupo considerado (Kennedy & Smith, 1995).
Fagundes et al. (2007) estudaram dois fragmentos de Florestas
Estacionais Deciduais submontanas, localizados nos municípios de Passos e
Alpinópolis, em Minas Gerais. Os autores encontraram valor de 2,97 para o
índice de Shannon e de 0,72 para o índice de equabilidade de Pielou. Já Santos
et al. (2007) analisaram a diversidade da mesma fitofisionomia, em uma área
5
localizada em Montes Claros (MG), encontrando valores de 3,3 e 0,8, para os
índices de shannon e Pielou, respectivamente.
Reis et al. (2007) realizaram um estudo comparativo entre quatro
fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual situados nos municípios de
Piranga e Diogo de Vasconcelos, Zona da Mata mineira. Os valores de índice de
Shannon variaram de 3,91 a 4,71, resultados similares ao encontrado por ImañaEncinas et al. (2007) em uma área de Floresta Estacional Semidecidual
localizada no município de Pirenópolis, GO. O índice de Shannon apresentou
valor de 3,8, sendo considerado alto pelos autores, que atribuíram o resultado à
influência florística de áreas adjacentes de Cerrado sensu stricto.
Carvalho
&
Marques-Alves
(2008)
realizaram
um
estudo
fitossociológico em 7 ha de Cerrrado sensu stricto localizado no campus da
Universidade Federal de Goiás, onde encontraram valor de 1,353 para o índice
de diversidade de Shannon. Esse valor é considerado baixo, se comparado com
outras áreas de Cerrado sensu stricto (Fidelis & Godoy, 2003; Saporetti Junior et
al., 2003; Assunção & Felfili, 2004; Medeiros et al., 2007) que, em geral,
apresentam o H'em torno de 3,00.
De acordo com Kent & Coker (1992), existem muitas medidas para se
avaliar a similaridade ou a dissimilaridade entre formações vegetais. Algumas
são quantitativas e baseadas na presença/ausência das espécies, outras são
qualitativas e medem a abundância das espécies. Para esses autores, o
coeficiente de Jaccard é o mais simples para se mensurar a similaridade e foi
originalmente usado para comparar a diversidade florística de grandes áreas.
Mas, depois, passou a ser utilizado para avaliar a similaridade em termos de
composição de espécies. Já coeficiente de Sorensen, geralmente, é preferível ao
de Jaccard por dar maior peso às espécies que ocorrem em mais de uma amostra,
ou seja, espécies que são comuns nos fragmentos.
6
Um grande número de medidas de similaridade ou de dissimilaridade
tem sido proposto e utilizado em análise de agrupamento e a escolha entre elas
baseia-se na preferência e ou na conveniência do pesquisador (Bussab et al.,
1990).
Os resultados finais destes agrupamentos podem ser apresentados por
gráficos denominados dendrogramas. O dendrograma é um tipo especial de
gráfico que caracteriza de maneira clara as distâncias. Sua forma lembra uma
árvore composta por várias ramificações, em cujas extremidades estão alocadas
as variáveis em investigação, ou vegetações (Gomide, 2004).
Oliveira-Filho & Machado (1993), quando compararam as florestas do
Sul de Minas e de São Paulo, verificaram índices maiores de similaridade entre
regiões geograficamente mais próximas e altitudes médias semelhantes. Quando
analisaram regiões mais distantes, os autores concluíram que os índices de
similaridade se mostraram mais elevados em função de valores altitudinais
próximos.
Reis et al. (2007) testaram a semelhança florística entre quatro
fragmentos localizados na Zona da Mata mineira, por meio do coeficiente de
Sorensen, encontrando forte correlação entre os fragmentos que estavam mais
próximos, geograficamente.
Neri et al. (2007) estudaram a similaridade florística existente entre 28
áreas de cerrado localizadas em Minas Gerais, encontrando, por meio da análise
de agrupamento, seis grupos que demonstraram forte similaridade da vegetação
de cerrado, no estado de Minas Gerais. Porém, os grupos formados não
mostraram padrões fitogeográficos.
Souza et al. (2008) realizaram um estudo comparativo entre um
fragmento de Cerradão localizado no município de Paraopeba, MG e outros dois
trabalhos realizados em cerradões do mesmo estado e mais três realizados no
estado de São Paulo. Os pesquisadores verificaram diferenças florísticas entre as
7
vegetações desses dois estados, que foram atribuídas a fatores ecológicos e
geológicos. Ao mesmo tempo, constataram que as áreas mais similares se
encotravam em estágio sucessional inicial.
Soares et al. (2006) utilizaram a análise de similaridade para classificar a
tipologia florestal de um trecho de Floresta Atlântica Interiorana, na serra do
Brigadeiro, por meio de comparação com áreas de Floresta Estacional
Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa das regiões Sudeste e Sul do Brasil.
Os resultados da análise de agrupamento revelaram que a área estudada era
altamente similar a outras áreas de Floresta Estacional Semidecidual Montana.
1.3 Inter-relações espécie ambiente
Segundo
Fagundes
(2003),
a
dominância
ecológica
(grau
de
concentração das abundâncias relativas em poucas espécies) pode também ser
um reflexo de heterogeneidade ambiental, uma vez que cada combinação de
variáveis ambientais pode corresponder a diferentes dominantes ecológicos, os
quais se diluem no todo amostral.
Vários estudos têm mostrado que um dos principais fatores que atuam na
composição florística e estrutura das florestas é a heterogeneidade ambiental,
cujos efeitos podem ser observados mesmo no interior de pequenos fragmentos
(Oliveira-Filho et al., 1994, 1998; Durigan et al., 2000; Rodrigues & Nave,
2000; Botrel et al., 2002).
Essa heterogeneidade é resultado da diversidade de fatores que
interagem nas comunidades. A resposta das espécies a esses fatores faz com que
cada local tenha algumas características próprias, tornando possível observar
tendências que podem responder a algumas perguntas e gerar várias outras,
funcionando como força motriz para novos estudos.
Kent & Coker (1992) afirmam de que as características fisionômicas,
florísticas e estruturais da comunidade estão fortemente associadas às
8
características específicas de cada ambiente e Clark (2002) destaca o papel da
topografia na modificação de fatores edáficos que, em última análise, determina
a distribuição das plantas em uma formação vegetal.
Alguns autores constataram que o padrão florístico relaciona-se em alto
grau com condições hídricas e fatores edáficos, associados à declividade e à
topografia, em ambientes florestais (Oliveira-Filho et al., 1998; Berg & OliveiraFilho, 2000; Souza et al., 2003; Carvalho et al., 2005).
Camargos et al. (2008) associaram a distribuição das espécies arbóreas
de uma área do Parque Estadual do Rio Doce (MG), localizada no entorno da
lagoa Carioca, a fatores edáficos, principalmente regime hídrico, matéria
orgância e teor de H+Al, caracterizando as variações florísticas existentes na
Floresta Estacional Semidecidual estudada.
1.4 Análises multivariadas
De acordo com Gauch (1982), a estatística multivariada é um ramo da
matemática que examina numerosas variáveis simultaneamente, cuja finalidade
é trabalhar dados multivariados, reduzindo-os e revelando suas estruturas. A
necessidade de compreensão das relações entre as diversas variáveis faz com
que as análises multivariadas sejam complexas ou, até mesmo, difíceis (Ferreira,
1996).
As técnicas multivariadas são utilizadas com objetivos básicos de
ordenamento, para determinar a influência de fatores do meio na composição e
na produtividade do local, e de agrupamento, com o propósito de classificação
(Burton et al., 1991).
A análise de dados multivariados ou multidimensionais baseia-se em
matrizes de associação, das quais existem diversos tipos, cada um levando a
resultados diferentes. Há dois caminhos alternativos para o estudo de vegetação:
1) estudos de análise de agrupamento, feita por algoritmos de aglomeração ou
9
divisão, baseados em medidas de dissimilaridade e 2) estudos de ordenação,
usando a análise de componentes principais e a análise de correspondência
(Pires O’brien & O’brien, 1995).
A análise multivariada permite definir padrões nos dados. As três
estratégias básicas de análise multivariada são: direta, por gradiente; ordenação e
classificação. As técnicas de ordenação e classificação organizam dados de
comunidades baseadas em variáveis como a abundância de espécies,
independentemente dos dados ambientais, sendo a interpretação ambiental uma
etapa consecutiva (Felfili et al., 2001).
1.4.1 Análise de ordenação
Métodos de ordenação consistem, basicamente, em sintetizar, em um
gráfico com eixos perpendiculares (eixos de ordenação) entre si, a variação
multidimensional dos dados da vegetação. Espécies e amostras são
transformadas em coordenadas (scores) correspondentes à sua projeção em cada
eixo de ordenação (eigenvector). O autovalor (eigenvalue) é o peso relativo de
cada eixo na explicação da variância total dos dados (Berg, 1995).
De acordo com Mourão Júnior (2001), as técnicas de ordenação, tais
como análise fatorial e correlação canônica, prestam-se à inspeção de
agrupamentos e também em testes de hipóteses.
1.4.1.1 Análise de correspondência retificada (DCA)
A análise de correspondência retificada, ou DCA (em inglês detreded
correspondence analysis), desenvolvida por Hill & Gauch (1980), tem a
finalidade de ser aplicada em estudos ecológicos de comunidades, auxiliando no
conhecimento de padrões ambientais e na formulação de possíveis hipóteses das
relações espécie-ambiente. Seu surgimento foi útil no campo das análises
multivariadas, pois passou a resolver problemas que outras técnicas de
10
ordenação, como reciprocal averaging - média recíproca (RA) e análise de
correspondência ou correspondence analysis (CA) apresentavam.
A DCA utiliza dados florísticos de cada amostra, realocando-os ao longo
dos eixos de ordenação. Assim, a importância de cada eixo é descrita pelos
eigenvalue ou autovalores, que representam a relativa contribuição de cada
componente (variável), em explicar o total de variação dos dados. Assim, há um
autovalor para cada componente que, associado ao seu tamanho, fornece a
importância que esta componente (variável) é responsável em explicar o total
das variações no conjunto de dados (Kent & Coker, 1992).
O diagrama produzido pela DCA é um espaço definido por dois eixos
em que as amostras, neste caso as localidades florestais, são distribuídas
conforme a sua semelhança em termos de composição florística. As notas de
cada área nos dois eixos definem as suas coordenadas no espaço de ordenação.
Como cada eixo representa dimensões diferentes do espaço de ordenação, é
comum que eles apresentem diferentes escalas de ordenação (Oliveira-Filho &
Ratter, 2000).
Este tipo de análise indireta é indicado para evidenciar padrões de
variação na composição de espécies relacionadas com características ambientais
(Ter Braak, 1995).
Em uma análise indireta de gradientes, a variância dos dados de
vegetação é organizada e simplificada por meio de métodos de classificação ou
ordenação, de forma a se tornar mais compreensível (a priori). Após este
processo, tenta-se, então, associar a variação da vegetação às variáveis
ambientais (a posteriori) (Berg, 1995).
Machado et al. (2004) utilizaram a DCA para realizar comparações nos
aspectos estrutural e fisionômico entre oito fragmentos localizados no alto rio
Grande, em Lavras, MG. Os autores obtiveram quatro grupos distintos formados
11
pela ordenação quanto aos dados florísticos e três grupos foram formados quanto
aos padrões estruturais detectados pela análise.
Estudos têm sido realizados utilizando-se a DCA para discriminar
ambientes e medir o grau de similaridades entre fisionomias. Berg & OliveiraFilho (2000) utilizaram essa técnica para avaliar o grau de semelhança florística
entre uma área de floresta ripária localizada no município de Itutinga, MG com
outras 25 áreas do sudeste do Brasil.
Ivanauskas (2002) empregou a DCA a fim de ordenar, quanto ao grau de
similaridade florística, áreas de Floresta Ombrófila e Floresta Estacional
localizadas nos estados do Amazonas (AM), Maranhão (MA), Pará (PA),
Rondônia (RO), Mato Grosso (MT) e no Distrito Federal (DF), buscando
interpretar os níveis de similaridade entre as florestas transicionais da bacia do
Xingu com uma ou outra formação, a fim de entender a possível origem desta
flora.
Kotchetkoff-Henriques et al. (2005) empregaram a análise de
correspondência retificada (DCA) para ordenar os fragmentos de vegetação de
acordo com a similaridade florística entre eles, em um estudo desenvolvido em
remanescentes de vegetação natural no município de Ribeirão Preto, SP, visando
estabelecer uma relação entre as características do solo e a composição florística.
Silva et al. (2007) utilizaram a DCA com o objetivo de discriminar
floristicamente florestas inundáveis do sul e sudeste do Brasil, 23 áreas de
florestas aluviais (inundações temporárias) e 12 de florestas paludosas
inundações permanentes). A análise multivariada de gradientes demonstrou
maior agrupamento das florestas paludosas do que florestas aluviais, indicando
maior heterogeneidade florística do último grupo. Os resultados indicaram,
ainda, que a variação ambiental associada aos diferentes regimes de inundação é
determinante na definição dos padrões fitogeográficos de áreas inundáveis.
12
Partindo da premissa de que a flora arbórea varia ao longo do processo
de sucessão secundária em florestas tropicais, Duringan et al. (2008) estudaram
a similaridade florística entre comunidades florestais localizadas na região do
Planalto de Ibiúna, estado de São Paulo. Por meio da DCA, os autores
concluíram que a similaridade florística é mais elevada entre comunidades em
estádios sucessionais semelhantes, especialmente se estivessem geograficamente
próximas.
1.4.1.2 Análise de correlação canônica (CCA)
A CCA foi desenvolvida por Ter Braak (1987) e é considerada como
sendo a técnica de ordenação mais recente e difundida no mundo. A grande
vantagem da CCA em relação às demais técnicas multivariadas é que nela é
realizado o teste de Monte Carlo (Hope, 1986).
A CCA é considerada um método de análise direta de gradientes porque
permite a ordenação conjunta de amostras, variáveis ambientais e de vegetação
em um mesmo diagrama, ou seja, a ordenação produzida não é baseada
exclusivamente nos dados de vegetação, mas também nas variáveis ambientais,
sendo ambos correlacionados com os eixos de ordenação (Kent & Coker, 1992).
Segundo Kent & Coker (1992), a CCA utiliza regressão múltipla para
selecionar as variáveis ambientais que melhor explicam a variação da
composição florística existente no ambiente. A iteração continua, então, com
outra regressão múltipla, que está sendo executada para melhorar o ajuste na
iteração seguinte.
Oliveira-Filho et al. (2004) realizaram um estudo em um fragmento de
Floresta Semidecídua Altomontana que protege uma das nascentes do rio
Capivari, na chapada das Perdizes, município de Carrancas, MG, para verificar
as correlações entre as variações da estrutura do compartimento arbóreo da
floresta e variáveis ambientais relacionadas ao substrato e efeito borda. Para
13
tanto, os autores empregaram a análise de correspondência canônica (CCA) para
analisar as correlações entre os gradientes ambientais e vegetacionais.
Carvalho et al. (2005) utilizaram a CCA para analisar as correlações
entre os gradientes ambientais e vegetacionais em um fragmento de floresta
ripária do rio São Francisco, em Três Marias, MG. A análise de correspondência
canônica (CCA) das variáveis ambientais e da abundância das espécies indicou
que estas se distribuem no fragmento sob forte influência de drenagem e de
fertilidade química dos solos, sugerindo que a disponibilidade de água e de
nutrientes minerais é a principal variável ambiental que determina a distribuição
das espécies na floresta.
Gonzaga et al. (2008) empregaram a CCA para comparações florísticas
e estruturais entre um fragmento de Floresta Estacional Semidecídua
Inferomontana/Altomontana situada na serra de São José, em Tiradentes, MG,
com outras 23 áreas de floresta da região do alto rio Grande. As variações
florísticas e estruturais entre as 24 florestas se relacionaram significativamente
com a altitude, a duração da estação seca e a saturação por base dos solos.
1.4.2 Análise de agrupamento
A análise de agrupamento é uma técnica multivariada amplamente
utilizada para diversos fins em ciência florestal (Fonseca & Rodrigues, 2000;
Scudeller et al., 2001; Martins et al., 2003; Araújo et al., 2004; Ferraz et al.,
2004; Santos et al., 2004).
Inicialmente, na aplicação dessa técnica, são estabelecidos centros de
grupos, arbitrariamente, e cada indivíduo é agrupado em relação ao centro mais
próximo. Novos centros são calculados e cada indivíduo se move para o grupo
cujo centro esteja mais próximo de si. O processo continua de forma iterativa até
encontrar a estabilidade dos grupos (Meyer, 2002).
14
A técnica classificatória multivariada da análise de agrupamento pode
ser utilizada quando se deseja explorar as similaridades entre indivíduos ou entre
variáveis (Landim, 2003).
De acordo com Ferreira (1996), as técnicas de agrupamento podem ser
divididas em agrupamentos hierárquicos e não hierárquicos, podendo os
primeiros ser ainda divididos em divisivos e aglomerativos.
As técnicas hierárquicas são as mais amplamente difundidas (Siegmund
et al., 2004) e envolvem, basicamente, duas etapas. A primeira se refere à
estimação de uma medida de similaridade ou dissimilaridade entre os indivíduos
e a segunda, à adoção de uma técnica de formação de grupos (Santana &
Malinovski, 2002).
O agrupamento de amostras com características bióticas e ou abióticas
similares, utilizando-se variáveis referentes a estrutura, composição e extensão
das unidades funcionais, é uma forma de analisar as comunidades de forma mais
sintética e clara. A necessidade do conhecimento dos padrões sucessionais de
uma vegetação é um exemplo claro da tendência de simplificar o entendimento
dos ecossistemas (Santos et al., 2004).
1.4.2.1 TWINSPAN
TWINSPAN (two-way indicator species analysis) é uma análise que
classifica grupos amostrais, de acordo com as espécies recorrentes nas áreas
amostradas. Originalmente, o autor desta análise a utilizou como indicadora de
espécie. Posteriormente, descreveu-a melhor, dando-lhe um atributo de análise
dicotômica de ordenação (Hill & Gauch, 1980).
Segundo Ter Braak & Prentice (1988), o TWINSPAN é o método
divisivo mais popular e foi inspirado nos métodos clássicos de classificação da
vegetação (uso dos indicadores para a definição de tipos da vegetação), ou seja,
trabalha apenas com indicadores qualitativos.
15
Dessa forma, para que a informação produzida seja confiável, foi
introduzido o conceito de pseudo-espécies e os seus níveis de corte. Cada
espécie pode estar presente como diversas pseudospécies, de acordo com sua
quantidade na amostra. A pseudoespécie existirá se a quantidade da espécie
exceder ao nível de corte (Leps & Smilauer, 1999).
A formação de pseudoespécie a partir de níveis de corte, que em
fitossociologia retrata a idéia de espécies diferentes, ou como se fosse nível de
padrões de uma mesma espécie, na comunidade. Esta característica partícular em
pseudoespécie descreve o grau de fidelidade de ocorrência de uma determinada
espécie nas amostras (Braun-Blanquet, 1951), sendo importante na definição de
comunidades (Kent & Coker, 1992).
O desenvolvimento deste método segue os seguintes passos:
I. ordena as amostras por uma média recíproca RA (reciprocal
averaging);
II. encontra o melhor ponto divisor, para originar 2 grupos (centre of
gravity);
III. identifica as espécies, ordenando-as de acordo com a ocorrência nos 2
grupos formados (positivo e negativo) – indica espécie por grupo;
IV. utiliza estas espécies para fazer uma ordenação refinada e verificar a
melhor divisão;
V. calcula “scores” para as amostras (adicionando +1 para cada espécie
do grupo positivo e -1 para as espécies do grupo negativo).
Repetem-se os passos de 1 a 5 para cada subgrupo formado. Este
processo é contínuo, sendo finalizado na forma de um cladrograma contendo
todos os grupos obtidos.
O resultado gerado pelo método consiste numa tabela dicotômica, a qual
indica o agrupamento das espécies e das unidades amostrais (Felfili et al., 2001).
16
Segundo Gomide (2004), a associação de técnicas, como a análise de
correspondência
retificada
(DCA)
e
a
análise
divisiva
de
espécies
(TWINSPAN), permite classificar os grupos amostrais, de acordo com as
espécies freqüentes nas áreas amostradas.
Atualmente, a análise TWINSPAN tem sido utilizada na determinação
de grupos ecológicos, com base em dados florísticos, em diferentes situações de
estágio de regeneração, hàbitats e classificações tipológicas. A discriminação
desses grupos permite a inferência dos resultados frente a condições ambientais
a que cada grupo está submentido.
Gomes et al. (2008) utilizaram dados de densidade por espécies de uma
área de Floresta Ombrófila Densa, localizada no município de São Francisco de
Paulo, RS, para empregar a análise de TWINSPAN na determinação de grupos
ecológicos. Foram diferenciados 3 grupos, sendo o grupo 1 identificado como
floresta primária; o grupo 2, floresta de locais úmidos e o grupo 3, floresta
secundária.
Narvaes et al. (2008) testaram a ocorrência de grupos ecológicos em uma
área localizada na Floresta Nacional de São Francisco de Paula (RS), no estágio
de regeneração natural. Pelo método TWINSPAN constataram a existência de
três grupos, cada um com suas peculiaridades florísticas, decorrentes das
diferenças na posição topográfica.
1.5 Fitogeografia
A fitossociologia, a fitogeografia e os estudos sobre sucessão ecológica
fornecem informações importantes sobre comunidades florestais, podendo
indicar quais espécies serão utilizadas e para qual propósito. Um dos muitos
propósitos sugeridos é a recuperação de área degradada, por meio da
revitalização da vegetação (Rodrigues & Gandolfi, 1998). Reproduzir o padrão
17
natural identificado nas comunidades significa aumentar as chances de sucesso
na recuperação do ambiente (Silva, 2002).
Um tipo de vegetação, em virtude das condições ambientais locais ou
regionais, é determinado pela maneira como os indivíduos das diferentes
espécies se arrajam no espaço e como as abundâncias se repartem entre as
espécies presentes (Martins, 1990; Scudeller, 2002).
Essa distribuição espacial das espécies é um indicativo de como elas
estão ocupando e explorando o seu hábitat. Sendo assim, o conhecimento dos
padrões de distribuição das mesmas pode contribuir para a compreensão das
principais variáveis ambientais que estão determinando a estrutura da
comunidade (Felfili, 1998; Lopes, 2007).
Para Ivanauskas (2002), o clima de uma região, associado a outras
variáveis, como a posição no relevo, o tipo de solo, a estrutura, a composição
florística e o grau sucessional da floresta, pode ser um dos principais fatores
determinantes da distribuição da vegetação regional, merecendo, assim, ser
devidamente explorado.
1.6 Árvore de decisão
Durante a aplicação do método de classificação, é necessária a utilização
de técnicas de aprendizagem para a extração de informações, a partir de bases de
dados. Devido ao fato de essas técnicas serem algorítmicas, é necessário o uso
de algoritmos específicos que produzam a estrutura de representação dessas
técnicas. Os algoritmos utilizados variam de acordo com a aplicação e o
software utilizado na busca de conhecimentos, assim como a estrutura de
representação. Dentre as técnicas de representação utilizadas para classificação,
a de árvores de decisão é amplamente utilizada em algoritmos de classificação,
pois são representações simples do conhecimento e um meio eficiente de
18
construir classificadores que predizem classes baseadas nos valores de atributos
de um conjunto de dados (Garcia, 2000).
As árvores de decisão consistem de nodos que representam os atributos;
de arcos, provenientes destes nodos e que recebem os valores possíveis para
estes atributos e de nodos folha, que representam as diferentes classes de um
conjunto de treinamento (Ingargiola, 1996). Classificação, neste caso, é a
construção de uma estrutura de árvore, que pode ser usada para classificar
corretamente todos os objetos do conjunto de dados da entrada (Brazdil, 1999).
Uma árvore de decisão tem a função de particionar recursivamente um
conjunto de treinamento, até que cada subconjunto obtido deste particionamento
contenha casos de uma única classe. Para atingir esta meta, a técnica de árvores
de decisão examina e compara a distribuição de classes durante a construção da
árvore. O resultado obtido após a construção de uma árvore de decisão são dados
organizados de maneira compacta, que são utilizados para classificar novos
casos (Brazdil, 1999).
As árvores de decisão são construídas usando um algoritmo de partição
recursiva. Este algoritmo constrói uma árvore por divisões recursivas binárias
que começa no nó raiz e desce até os nós folhas. Têm-se dois fatores principais
no algoritmo de partição: a forma para selecionar uma divisão para cada nó
intermediário (Crescimento) e uma regra para determinar quando um nó é
terminal (Poda).
Em geral, o procedimento de uma árvore de decisão é o seguinte:
apresenta-se um conjunto de dados ao nó inicial (ou nó raiz que também é um nó
interno) da árvore; dependendo do resultado do teste lógico usado pelo nó, a
árvore ramifica-se para um dos nós filhos e este procedimento é repetido até que
um nó terminal é alcançado. A repetição deste procedimento caracteriza a
recursividade da árvore de decisão.
19
No caso das árvores de decisão binária, cada nó intermediário divide-se
exatamente em dois nós descendentes: o nó esquerdo e o nó direito. Quando os
dados satisfazem o teste lógico do nó intermediário, seguem para o nó esquerdo
e, quando não satisfazem, seguem para o nó direito. Logo, uma decisão é sempre
interpretada como verdadeira ou falsa.
Segundo Clarke & Bittencourt (2003), as árvores de decisão binárias
consistem de variáveis, em dois subgrupos descendentes, que terminam em
nodos associados às classes. O alto poder preditivo está correlacionado à árvore
que apresentar um pequeno número de nós, tornando esta situação altamente
desejável.
A construção de uma árvore de decisão segue os seguintes passos
(Gama, 2002):
1. escolher um atributo;
2. estender a árvore adicionando um ramo para cada valor do atributo;
3. passar os exemplos para as folhas (tendo em conta o valor do atributo
escolhido);
4. para cada folha
a. se todos os exemplos são da mesma classe, associar essa classe à
folha;
b. se não, repetir os passos 1 a 4.
Estas árvores são treinadas de acordo com um conjunto de treino
(exemplos previamente classificados) e, posteriormente, outros exemplos são
classificados de acordo com essa mesma árvore. Para a construção dessas
árvores são usados algoritmos, como ID3, ASSISTANT e C4.5, CART, Splus,
Statistica e SPSS (Gama, 2002).
A metodologia do modelo CART (Breiman et al., 1984) é tecnicamente
conhecida como partição recursiva binária. O processo é binário porque os nós
20
pais são sempre divididos exatamente em dois nós filhos e recursivamente
porque o processo pode ser repetido tratando cada nó filho como um nó pai. As
principais características do CART são: definir o conjunto de regras para dividir
cada nó da árvore, decidir quando a árvore está completa, associar cada nó
terminal a uma classe ou a um valor preditivo, no caso da regressão.
Gomide (2004) utilizou o método da árvore de decisão para promover a
integração entre grupos de fragmentos inventariados ao longo da bacia do rio
São Francisco e variáveis geoclimáticas a eles associadas, possibilitando a
construção de um modelo fitogeográfico que caracterizou a influência dessas
variáveis na distribuição geográfica das espécies.
Figueiredo & Carvalho (2006) avaliaram a exatidão do mapeamento da
cobertura da terra em Capixaba, estado do Acre, por meio da classificação
digital de imagens de sensoriamento remoto, utilizando o algoritmo árvore de
decisão. Os autores concluíram que a classificação digital de imagens da árvore
de decisão demonstrou ser eficiente para o mapeamento da cobertura da terra,
principalmente para as classes de floresta e água com exatidão superior a 94%,
demonstrando que a técnica é eficiente para esta finalidade.
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Evolucionary Biology, New York, v. 10, n. 1, p. 1-67, 1977.
31
CAPÍTULO 2
Análise da composição florística, diversidade e similaridade de fragmentos
florestais nativos nas bacias dos Rios Jequitinhonha, Pardo,
Mucuri e São Mateus (MG)
CORSINI, Christianne Riquetti, Análise da composição florística, diversidade e
similaridade de fragmentos florestais nativos nas bacias dos rios Jequitinhonha,
Pardo, Mucuri e São Mateus (MG). In: __________ Fitogeografia de
fragmentos florestais para o nordeste de Minas Gerais 2008. Cap. 2 32-97p.
Dissertação (Mestrado Ciências Florestais) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras, MG.1
RESUMO
Neste estudo foram amostrados 26 fragmentos de floresta nativa, distribuídos em
quatro bacias hidrográficas localizadas na região nordeste de Minas Gerais. Os
objetivos foraam: analisar a composição florística do componente arbóreo;
determinar a formação de grupos florísticos de acordo com a similaridade de
espécies existentes nos fragmentos; quantificar a diversidade e a equabilidade dos
fragmentos por meio de índices e analisar o gradiente de diversidade dentro de cada
grupo florístico, determinado pela similaridade. Utilizou-se amostragem sistemática
com unidades amostrais de 1.000m² cada, em que a área amostral variou de 1 a 6 ha,
conforme a área do fragmento. Foram mensurados a CAP e a altura total e coletado
material botânico de todos os indivíduos com CAP maior ou igual a 15,7cm. Em
toda a área foram amostrados 73.426 indivíduos, distribuídos em 79 famílias, 282
gêneros e 722 espécies. Com base no coeficiente de Sorensen, foram formados 6
grupos: grupo 1: J16, J20 e J110; grupo 2: J114, S111, SJ109, J108, J10, J14, M112
e P115; grupo 3: P119, M140, M134 e J135; grupo 4: M139; grupo 5: J96, J86, J13,
P94, J11, J12, P95 e J21 e grupo 6: J120 e J15. A diversidade avaliada pelos índices
de Shannon e Simpson foi máxima no fragmento J114. O fragmento de menor
diversidade foi o J16, pelo índice de Shannon e o M134, pelo índice de Simpson. A
equabilidade, avaliada pelo índice de Pielou, foi máxima no fragmento J114 e
mínima em J16. A sequência da diversidade dentro dos grupos florísticos,
determinada por meio do índice de Shannon, não apresentou nenhum relação com as
1
Comitê orientador: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Orientador); José
Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-Orientador).
32
posições geográficas dos fragmentos e nem com características ambientais de onde
os mesmos estão inseridos.
Palavras-chave: composição florística, diversidade, equabilidade, similaridade.
33
ABSTRACT
CORSINI, Christianne Riquetti. Analysis of floristic composition, diversity,
similarity and structure of patches of native forests in the watersheds of the
rivers Jequitinhonha, Pardo, Mucuri and São Mateus (MG). In ______
Phytogeography of forest patches for Northeastern Minas Gerais 2008,
Chap. 2, 32-97 p. Dissertation (Master in Food Sciences) – Federal University
of Lavras, Lavras, MG.∗
In that study were sampled 26 patches of native forests distributed in four
hydrographical basins situated in Northeastern region of Minas Gerais, with the
following objectives: to study the floristic composition of the arboreal
component; determine the formation of floristic groups according to the
similarity of species existing in the patches; quantify the diversity and equability
of the patches by means of indices; define a diversity gradient within each
floristic group, determined by similarity. A systematic sampling with sample
units of 1,000m² each was utilized, where the sample area ranged from 1 to 6 ha,
according to the patch area. CAP and total height were measured and botanic
material of all the individuals with CAP larger or equal to 15.7cm was collected.
In all the area were sampled 73,426 individuals distributed in 79 families, 282
genera and 722 species. On the basis of Sorensen`s coefficient, six groups were
formed: group 1: J16, J20 e J110; group 2: J114, S111, SJ109, J108, J10, J14,
M112 e P115; group 3: P119, M140, M134 e J135; group 4: M139; group 5:
J96, J86, J13, P94, J11, J12, P95 and J21 and group 6: J120 and J15. The
diversity evaluated by Shannon`s and Simpson`s indices was maximum in patch
J114. The fragment of least diversity was J 16, by Shannon`s index and M134,
by Simpson`s index. The equability evaluated by Pielou`s index was maximum
in patch J114 and least in J16. The sequence of diversity within the floristic
groups, determined by means of Shannon`s index, presented no relationship with
the geographic positions of the patches and neither with the environmental
characteristics where they are inserted.
Key words: Floristic composition, Diversity, Equability, Similarity.
∗
Guidance Committee: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Adviser); José
Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-adviser).
34
1 INTRODUÇÃO
O estado de Minas Gerais possui diversificadas formações vegetais,
resultantes, provavelmente, da sua ampla variação nas condições geológicas,
topográficas e climáticas (Mello-Barreto, 1942). Boa parte dessa biodiversidade
está concentrada em fragmentos isolados de ambientes naturais (Viana &
Pinheiro, 1998). O processo de fragmentação afeta a organização das
comunidades naturais, especialmente porque reduz a área de vida das espécies e
altera as condições climáticas locais (Bierregaard & Dale, 1996).
Nesse contexto, levantamentos florísticos são de extrema importância
para o conhecimento preliminar das formações vegetais, já que fornecem
informações básicas e essenciais para a execução de estudos mais detalhados
sobre a vegetação, sendo um ponto crucial no processo de preservação (Berg,
1995).
O conhecimento florístico das formações florestais, associado a
informações sobre sua estrutura e dinâmica, permite que sejam feitas inferências
sobre manejo, estratégias de conservação da biodiversidade e recuperação de
outras áreas degradadas (Rodrigues & Gandolfi, 1998).
De acordo com Gomide (2004), a riqueza de espécies recorrentes é ponto
primordial em planos de manejo ambiental, bem como em projetos de
recuperação, garantindo uma margem confiável de informação, e permitindo
extrapolar para regiões similares. Dessa forma, estabelecer um conjunto de
espécies que se destacam pela sua plasticidade em diversos ambientes garante
maior potencial de colonização e, conseqüentemente, de recomposição de
ambientes desmatados.
O estudo da similaridade entre fragmentos é outro fator importante, pois
agrupa áreas floristicamente semelhantes e permite distinguir áreas que atuam
como transição entre vegetações, de modo a facilitar uma analogia entre
35
composição florística e fatores ambientais e uma melhor compreensão dessas
relações em análises que serão feitas a posteriori.
Os objetivos deste capítulo foram:
analisar a composição florística do componente arbóreo dos fragmentos
florestais situados nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e
São Mateus, no estado de Minas Gerais;
determinar a formação de grupos florísticos de acordo com a
similaridade de espécies existente nos fragmentos florestais avaliados;
analisar, por meio de índices, a diversidade e equabilidade em toda a
área estudada e nos grupos florísticos formados;
Analisar o gradiente de diversidade dentro de cada grupo florístico
determinado pela similaridade.
36
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Descrição da área de estudo
Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos por meio do Projeto
Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas
Gerais (Scolforo & Carvalho, 2006), parceria entre a Secretaria de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), a Universidade Federal de
Lavras (UFLA) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Esse projeto, por
intermédio do Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal (LEMAF)
promoveu o inventário da flora nativa e reflorestamentos do estado de Minas
Gerais, gerando um banco de dados que deu suporte para a caracterização da
vegetação.
A área selecionada para este estudo é de 9.882.500 ha e está localizada
na região nordeste de Minas Gerais, sendo composta de quatro bacias
hidrográficas: Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus (Figura 2.1). Nessas
bacias foram amostrados 26 fragmentos florestais que estão identificados, neste
trabalho, por meio de um código composto da inicial da bacia à qual pertence e
de um número de identificação (Tabela 2.1). Esses fragmentos se situam em 21
municípios, e nas localidades de Olhos d’água, Salinas e Jequitinhonha foram
amostrados dois fragmentos.
37
FIGURA 2.1 – Localização das bacias hidrográficas amostradas no estado de
Minas Gerais.
38
TABELA 2.1 – Localização dos fragmentos amostrados.
Bacia
Munic ípio
Propriedade
Fr agmento
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Par do
Par do
Par do
Par do
Mucur i
Mucur i
Mucur i
São Mateus
Leme do Prado
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Olhos d'água
Araçuaí
Aricanduva
Olhos d'água
Itamarandiba
Minas Novas
Turmalina
Salinas
Jenipapo de Minas
Salinas
Fr uta de Leite
Itacambir a
Coronel Murta
Jacinto
São Gonçalo do Rio Preto
Ninheira
Indaiabira
Montezuma
Rio Pardo de Minas
Teófilo Otoni
Nanuque
Águas Formosas
Fr ei Gaspar
Reser va Ecológica do Acauã
Alegria do Morete
Fazenda Porto Novo
Fazenda Corredor
Fazenda Vendinha
Fazenda Fartur a
Faz enda Vargem Grande
Acesita
Acesita
Chapada das cabras
Fazenda Contendas
Fazenda Machado
Fazenda Lagoa Grande
Flor esta Minas
Roberto Pequiris
Fazenda Catarr ica
Fazenda Altamir a
Pousada Canto dos Águas
Fazenda dos Irmãos
Fazenda Malhado Grande
Fazenda Perfil
Fazenda Benedito
Recando das Águas
Fazenda Santa Eduarda
Fazenda São José
Sítio Bom Pra zer es
J10
J108
J109
J11
J110
J114
J12
J13
J14
J15
J16
J20
J21
J86
J96
J120
J135
J139
P115
P119
P94
P95
M112
M134
M140
S111
A localização espacial dos fragmentos dentro das bacias, bem como a
sua classificação fitofisionômica, pode ser visualizada na Figura 2.2 e a
caracterização dos mesmos, na Tabela 2.2.
Como se verifica na Figura 2.2, foram inventariados 3 fragmentos de
Campo Cerrado, 3 fragmentos de Floresta Estacional Decidual, 9 fragmentos de
Cerrado sensu stricto e 11 fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual.
39
FIGURA 2.2 – Classificação fitofisionômica dos fragmentos e sua localização
dentro das bacias hidrográficas estudadas.
A classificação fitofisionômica dos fragmentos foi obtida do
Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas
Gerais (Scolforo & Carvalho, 2006) e pode ser visualizado na Figura 2.3. Esta
classificação foi realizada a partir de imagens de satélite em associação com
outros dados, como base de dados contendo as curvas de nível de Minas Gerais,
fornecida pela SEMAD, fotografias aéreas de diversas formações vegetais das
áreas, informações provenientes de estudos realizados pelo Departamento de
Ciências Florestais da UFLA e informações disponibilizadas pelos técnicos do
IEF.
40
TABELA 2.2 – Caracterização dos fragmentos amostrados, ordenados em função da latitude ao longo de cada bacia.
40
Bacia
Fragmento
Pardo
Pardo
Pardo
Pardo
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Mucuri
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Mucuri
Mucuri
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
São Mateus
P94
P115
P119
P95
J86
J108
J21
J16
J120
J109
J110
J96
J135
M140
J20
J10
J12
J14
J11
J13
M134
M112
J114
J139
J15
S111
Fitofisionomia
Longitude
predominante *
CSS
FES
CSS
CC
CC
FES
CSS
FED
CSS
CSS
FED
CSS
FES
FES
FED
CSS
CSS
CSS
CSS
CSS
FES
FES
FES
FES
CC
FES
42°21'
05"
41°34'
49"
42°09'
52"
42º29'
52"
42°17'
00"
41°38'
50"
42°07'
45"
42°15'
51"
42°17'
00"
41°13'
32"
42°06'
37"
43°16'
10"
40°21'
33"
40°50'
07"
42°12'
44"
42°45'
53"
43°46'
27"
42°22'
11"
43°47'
47"
42°46'
05"
40°26'
19"
41°26'
47"
42°31'
43"
43°23'
51"
42°49'
09"
41°04'
31"
Latitude
Área (ha)
Altitude
média (m)
Precipitação
média (mmm)
Temperatura
média (°C)
Índice de
umidade**
Solo
Predominante
15°06'
11"
15°24'
08"
15°28'
48"
15°35'
49"
15°59'
20"
16°07'
41"
16°08'
33"
16°14'
12"
16°36'
15"
16°38'
23"
16°54'
39"
16°55'
00"
16º08'
20"
17°01'
16"
17°07'
22"
17°09'
57"
17°17'
56"
17°19'
26"
17°20'
50"
17°44'
17"
17°44'
29"
17°44'
55"
17°52'
40"
17°59'
35"
17º24'
05"
18°04'
31
201,07
560,54
156,57
364,73
284,55
824,15
191,41
143,98
114,07
408,97
209,73
307,30
308,53
20,59
406,89
4922,10
111,90
931,93
87,67
488,26
311,05
78,86
118,02
180,19
1557,41
141,89
985
851
887
963
890
876
845
467
777
857
354
915
214
338
615
898
855
1003
876
944
220
571
873
825
823
538
867,11
859,90
429,95
907,38
949,57
891,26
912,61
906,11
920,81
932,10
876,21
1081,06
838,77
905,00
959,75
1053,97
1187,21
1034,71
1186,57
1089,40
945,76
1042,16
1100,89
1236,24
1076,93
1050,73
21,89
22,14
21,84
22,28
21,77
22,29
22,66
23,80
23,79
22,17
24,38
20,50
25,64
24,73
23,43
21,59
20,91
21,75
20,89
20,38
25,52
23,12
20,72
20,16
21,74
23,25
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
D-Semi-árido
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
C2-Subúmido
C1-Subúmido seco
C2-Subúmido
C2-Subúmido
C1-Subúmido seco
C2-Subúmido
C2-Subúmido
B1-Úmido
C1-Subúmido seco
C1-Subúmido seco
Latossolo
Cambissolo
Latossolo
Cambissolo
Cambissolo
Latossolo
Cambissolo
Nitossolo
Latossolo
Latossolo
Argissolo
Cambissolo
Argissolo
Latossolo
Argissolo
Cambissolo
Latossolo
Argissolo
Latossolo
Latossolo
Latossolo
Latossolo
Latossolo
Cambissolo
Cambissolo
Latossolo
Altitude média, precipitação média, temperatura média, regime hídrico e classificação dos solos nas bacias foram obtidos
da classificação feita pelo Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais (Carvalho & Scolforo, 2007); *
CSS: Cerrado sensu stricto; CC: Campo cerrado; FES: Floresta Estacional Semidecidual; FED: Floresta Estacional
Decidual; ** D: índice de umidade de Thornthwaite, variando de -40 a -20; C1: índice de umidade de Thornthwaite
variando de -20 a 0; C2: índices de umidade de Thornthwaite variando de 0 a 20 e B1: índices de umidade de
Thornthwaite variando de 20 a 40.
2.2 Procedimento de amostragem
O procedimento de amostragem empregado constituiu-se de dois
estágios: o primeiro abordou o número de fragmentos e o segundo
consistiu na definição do grupo de parcelas lançadas em cada um dos
fragmentos. Assim, foram selecionados 26 fragmentos (estágio 1) e,
dentro desses, utilizando-se o procedimento de amostragem sistemática,
lançaram-se parcelas de 10 x 100 metros (estágio 2), com controle a cada
10 metros.
As unidades amostrais do primeiro estágio foram distribuídas de forma
proporcional à área com vegetação existente nas bacias hidrográficas. Em
seguida, houve outra proporcionalização, em função das áreas ocupadas pelas
fitofisionomias em relação à área com vegetação existente na bacia. O número
de parcelas lançadas em cada fragmento foi relativo ao seu tamanho, em que a
intensidade amostral foi de uma parcela a cada 15 ha. Já a distribuição
sistemática dessas parcelas no fragmento foi feita de maneira que os transectos
fossem perpendiculares uns aos outros e que a distância (D) entre as parcelas
fosse constante. A fórmula usada para obter D foi:
D=
A×10000
N
em que:
A: área do fragmento (ha)
N: número de parcelas
O número de parcelas lançadas em cada fragmento e o esforço amostral
alcançado encontram-se na Tabela 2.3.
42
TABELA 2.3 – Informações a respeito dos fragmentos e da amostragem a que
foram submetidas, ordenadas de forma decrescente, em função da área do
fragmento.
Área do fragmento
(ha)
Número de
parcelas
60
52
60000
52000
6,0
5,2
0,12
0,33
J14
J108
4922,10
1557,41
931,93
824,15
39
50
39000
50000
3,9
5,0
0,42
0,61
Ninheira
Itamarandiba
Jequitinhonha
Jenipapo de Minas
Rio Pardo de Minas
Nanuque
P115
J13
J109
J20
P95
M134
560,54
488,26
408,97
406,89
364,73
311,05
10
36
20
15
20
10
10000
36000
20000
15000
20000
10000
1,0
3,6
2,0
1,5
2,0
1,0
0,18
0,74
0,49
0,37
0,55
0,32
Jacinto
Itacambira
Fruta de Leite
Araçuaí
Montezuma
J135
J96
J86
J110
P94
308,53
307,30
10000
22000
30000
16000
14000
1,0
2,2
3,0
1,6
1,4
0,32
0,72
1,05
0,76
0,70
Salinas
São Gonçalo do Rio Preto
Indaiabira
Salinas
Frei Gaspar
Aricanduva
J21
J139
P119
J16
S111
J114
201,07
191,41
180,19
156,57
143,98
141,89
118,02
10
22
30
16
14
15
15
15
20
10
13
15000
15000
15000
20000
10000
13000
1,5
1,5
1,5
2,0
1,0
1,3
0,78
0,83
0,96
1,39
0,70
1,10
Coronel Murta
Olhos d'água
J120
J12
114,07
111,90
10
21
10000
21000
1,0
2,1
0,88
1,88
Olhos d'água
Teófilo Otoni
Águas Formosas
J11
M112
M140
87,67
78,86
20,59
25
10
10
25000
10000
10000
2,5
1,0
1,0
2,85
1,27
4,86
13432,39
568,00
568000,00
56,80
0,42
Município
Fragmento
Leme do Prado
Turmalina
J10
J15
Minas Novas
Jequitinhonha
Total
284,55
209,73
Área amostral Área amostral
(m²)
(ha)
Área amostral (%)
No campo, fez-se um caminhamento em torno de cada fragmento para
delimitar o seu perímetro com auxílio do GPS e, também, validar a classificação
fitofisionômica com base nas imagens. Depois, alocaram-se as parcelas
utilizando-se como referência uma prévia distribuição das mesmas feita em
computador, seguindo as distâncias entre parcelas e transectos anteriormente
calculadas.
Para demarcar as parcelas, utilizaram-se cruzetas, bússolas ou nível de
engenheiro. Em cada vértice fixou-se um piquete de madeira, tendo dois deles,
do mesmo lado da parcela, sido georreferenciados.
43
2.3 Coleta de dados
Em cada parcela foram mensurados o CAP (cm) e a altura total (m) de
todos os indivíduos, utilizando-se a fita métrica e vara telescópica,
respectivamente. Mediram-se todas as árvores com CAP igual ou superior a 15,7
cm. Nos casos em que havia ramificações, se pelo menos uma delas tivesse
dentro do critério de inclusão, todos os fustes eram medidos.
Todos os indivíduos mensurados foram marcados com plaquetas de
alumínio fixadas no fuste à altura de 1,30cm do solo, informando sobre o
número da parcelas e o número da árvore. Essas informações permitiram o
controlar as árvores no momento da coleta de material botânico e, também,
possibilitam a realização de futuras remedições nas parcelas.
Para a identificação das espécies amostradas, foi coletado material
botânico de todos os indivíduos que não foram identificados no campo. Esse
material (ramos com folhas e, quando possível, flores e frutos) foi etiquetado
com fita adesiva contendo informações sobre a parcela e o indivíduo do qual se
originava. As exsicatas produzidas foram posteriormente encaminhadas ao
Herbário Central da Universidade Federal de Lavras, onde foram identificadas
por especialistas, que usaram como referência Angiosperm Phylogeny Group
(Judd et al., 1999).
2.4 Definição dos grupos florísticos
Para estratificar a vegetação em relação ao padrão florístico
predominante, agruparam-se os fragmentos utilizando-se como critério a
similaridade de espécies existente entre eles.
De acordo com Kent & Coker (1992), uma das formas de se avaliar a
similaridade entre formações vegetais é pelas medidas quantitativas que se
basearam na presença/ausência das espécies.
44
Dessa forma, para compreender o comportamento da similaridade nas
bacias estudadas, confeccionou-se uma matriz binária (M) com dados florísticos
de cada fragmento, como pode ser visto a seguir:
M=
E1
E2
Fa
p
p
Fb
p
p
FN
p
p
En
p
p
p
em que:
E - espécie amostrada no inventário;
F - fragmento inventariado no estudo;
1,2 e n - número de espécies no levantamento florístico;
a, b e N - número de fragmentos inventariados;
p - valor binário (0 ou 1), indicando a presença (1) ou a ausência (0) da
espécie no fragmento inventariado;
A partir dessa matriz empregaram-se dois coeficientes de similaridade
que foram utilizados no agrupamento dos fragmentos. Esses coeficientes
permitiram a comparação da semelhança de espécies entre as áreas avaliadas.
2.4.1 Coeficiente de Sörensen (SO) – para calcular esse coeficiente, utiliza-se a
seguinte expressão:
S=
45
2c
a+b
em que:
a - número de espécies do fragmento A;
b - número de espécies do fragmento B;
c - número de espécies comuns.
2.4.2 Jaccard (J) – para calcular esse coeficiente, é utilizada a seguinte
expressão:
J=
c
a+b−c
em que:
a, b e c - definidos anteriormente.
Os valores encontrados para Sorensen e Jaccard situam-se entre 0 e 1.
Quanto mais próximo de 1, maior a similaridade fkirística entre fragmentos.
Após definir a medida de similaridade a ser utilizada, a etapa seguinte é
a adoção de uma técnica de agrupamento para a formação dos grupos. Para isso,
utilizou-se o algoritmo de médias ponderadas (Unweighted Pair-Groups Method
Average, UPGMA) como medida de ligação entre os fragmentos. Esse método é
classificado
como análise
de
agrupamento
hierárquico (cluster)
tipo
aglomerativo, em que os fragmentos são ligados por meio da distância média
existente entre eles, sendo que quanto menor essa distância maior a similaridade.
Dessa forma, num primeiro momento, os coeficientes empregados foram
transformados em distância euclidiana quadrática, que nada mais é que a
determinação da distância entre dois fragmentos, por meio da expressão:
DE =
p
j =1
(x
− xi 'j )
2
ij
46
em que:
DE: distância euclidiana quadrática
xij: j-ésimo valor do coeficiente no i-ésimo fragmento;
xi’j: j-ésimo valor do coeficiente no i’-ésimo fragmento.
O resultado desses procedimentos é representado na forma de um
gráfico tipo dendrograma. Segundo Sneath & Sokal (1973), neste gráfico, cada
valor no eixo das abscissas (x) expressa a relação de similaridade a partir das
porcentagens de informação pretendida.
A análise de agrupamento foi realizada por meio do programa PC-ORD
versão 4.14 (Mccune & Mefford, 1999).
O coeficiente de Sorensen, geralmente, é preferível ao de Jaccard por
dar maior peso às espécies que ocorrem em mais de uma amostra, ou seja,
espécies que são comuns nos fragmentos (Kent & Coker, 1992).
A comparação entre os resultados obtidos pelos coeficientes de Sorensen
e Jaccard propiciou uma análise relativa entre os grupos formados quando se
priorizam as espécies comuns (Sorensen) e quando a união dos fragmentos
ocorreu sem esta prerrogativa (Jaccard). Contudo, o coeficiente de Sorensen foi
escolhido para a determinação dos grupos que irão ser abordados nas discussões
posteriores deste capítulo, por ser mais adequado ao propósito deste estudo que
visa a determinação de padrões florísticos similares, ajudando na compreensão
da distribuição espacial dos fragmentos ao longo da área.
2.5 Análise da diversidade e equabilidade entre os fragmentos
Medidas de abundância e de distribuição das espécies são essenciais
quando se objetiva conhecer a estrutura da vegetação e construir uma base
teórica que subsidie seu manejo, conservação ou recuperação de áreas similares
(Vilela et al., 1993).
47
Neste estudo, os índices de equabilidade e diversidade tiveram por
finalidade a análise da variação das espécies dentro de toda área estudada e dos
grupos florísticos definidos quanto à similaridade, com vistas a uma melhor
compreensão da distribuição das espécies presentes nas bacias estudadas.
Para a quantificação da diversidade utilizaram-se os índices de Simpson
(Poole, 1974) e Shannon-Wiener (Ludwig & Reynolds, 1988). No intuito de
analisar a distribuição dos indivíduos entre as espécies, empregou-se o Índice de
Equabilidade de Pielou (J’). As análises foram realizadas por meio do software
SISNAT (Scolforo et al., 2003).
2.5.1 Índice de Simpson (S’) - fornece a probabilidade de se coletar 2
indivíduos aleatoriamente de uma comunidade e ambos pertencerem a espécies
diferentes (Matins & Santos, 1999). Seu valor pode ser encontrado pela
expressão:
S '=
n
i =1
ni (ni −1)
(N(N −1))
em que:
ni - número de indivíduos amostrados para a i-ésima espécie;
N - número total de indivíduos amostrados.
O valor calculado de S’ situa-se entre 0 e 1, e os valores próximos de 1
indicam menor diversidade.
2.5.2 Índice de Shannon-Wiener (H’) - busca medir o grau de incerteza na
predição correta da espécie a que pertence o próximo indivíduo coletado em uma
amostragem sucessiva (Martins & Santos, 1999). Este índice é calculado
conforme a seguir:
48
H '= −
S
i =1
ni
n
ln i
N
N
em que:
Ln - logaritmo neperiano;
ni e N - definidos anteriormente.
Quanto maior o valor de H’, maior a diversidade florística da área em
estudo.
2.5.3 Índice de eqüabilidade de Pielou (J’) - é derivado do índice de
diversidade de Shannon-Wiener e permite representar a uniformidade da
distribuição dos indivíduos entre as espécies existentes (Pielou, 1966). Seu valor
apresenta uma amplitude de 0 (uniformidade mínima) a 1 (uniformidade
máxima) e é calculado conforme a expressão a seguir:
J '=
H'
H max
sendo H max = ln(S )
em que:
S - número total de espécies amostradas no fragmento;
H’ - índice de diversidade de Shannon.
2.6 Gradiente de diversidade
Para definir um gradiente de diversidade nas bacias estudadas, elaborouse um ranking de valores para os índices de Simpson e Shannon-Wiener, de
forma a classificar os fragmentos dentro de cada grupo florístico formado pela
aplicação dos coeficientes de similaridade.
Depois de ordenados, os fragmentos tiveram suas classificações
comparadas a fim de verificar possíveis diferenças quanto à ordenação dos
mesmos frente aos índices de diversidade empregados.
49
Para a verificação estatística das diferenças entre os índices aplicou-se
um teste paramétrico proposto por Hutcheson (1970), em que as amostras são
comparadas duas a duas e, para cada combinação, é testada a condição de
igualdade baseada na variância de cada fragmento.
A análise por meio do teste de Hutcheson segue os passos a seguir:
i.
Hipótese testada
H 0 : H1' = H 2'
H 1 : H 1' ≠ H 2'
em que:
H 1' - índice de diversidade do fragmento A;
H 2' - índice de diversidade do fragmento B.
ii.
Variância de H’ para cada fragmento ( σH ')
σH '=
ni
ni
. ln .
N
N
2
−
ni
ni
. ln .
N
N
N
2
+
em que:
N, S, ni e ln – já foram definidos anteriormente.
iii.
Grau de liberdade (GL) para o t tabelado
GL =
[
[
H1 '
+ H2 '
]2
H1 '
]2 + [ H 2 ']2
N1
N2
50
S −1
2N 2
iv.
Valor de tcalculado
H1 '
−H 2 '
t calculado =
v.
H1 '
+ H2 '
Condição
se t calculado ≥ t tabelado ; rejeita H0
se t calculado < t tabelado ; aceita H0
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Análise da composição florística das bacias dos rios Jequitinhonha,
Mucuri, Pardo e São Mateus
Foram catalogados 73.426 indivíduos, distribuídos em 79 famílias, 282
gêneros e 722 espécies. A lista com todas as informações sobre o levantamento
florístico encontra-se no Anexo 1A. Na Tabela 2.4 estão as informações gerais
da composição florística nas bacias discriminadas por fitofisionomia.
TABELA 2.4 – Informações do levantamento florístico para as bacias
hidrográficas estudadas.
Bacia
Jequitinhonha
Pardo
Mucuri
São Mateus
Fitofisionomia
FES
FED
CSS
CC
FES
CSS
CC
FES
FES
Número de
fragmentos
4
3
9
2
1
2
1
3
1
Número de Número de Número de Número de
indivíduos
espécies
gêneros
famílias
14.012
426
203
72
5.811
83
66
34
40.257
349
162
64
3.976
110
79
45
1.746
45
37
24
3.478
124
84
41
405
28
27
17
2.859
170
118
50
882
66
55
28
51
As informações obtidas do levantamento florístico em relação aos
fragmentos inventariados estão listadas na Tabela 2.5. Observa-se que o
fragmento que apresentou maior número de famílias e de gêneros foi o J114; já o
fragmento com maior riqueza de espécies foi o J108, ambos classificados como
Floresta Estacional Semidecidual. Por outro lado, o fragmento P95 (Campo
cerrado) teve a menor diversidade da área.
As famílias que ocorreram na área estudada, em ordem decrescente de
número de espécies, foram: Myrtaceae (63), Fabaceae Faboideae (58),
Euphorbiaceae (35), Lauraceae (34), Fabaceae Mimosoideae (34), Fabaceae
Caesalpinioideae (32), Rubiaceae (28), Annonaceae (20), Bignoniaceae (20),
Apocynaceae (19), Sapindaceae (18), Rutaceae (15), Asteraceae (15), Clusiaceae
(14), Malvaceae (14), Meliaceae (14), Vochysiaceae (14), Sapotaceae (14),
Melastomataceae (13), Salicaceae (12), Chrysobalanaceae (11), Combretaceae
(11), Boraginaceae (10), Anacardiaceae (10), Myrsinaceae (9), Malpighiaceae
(8), Celastraceae (8), Moraceae (8), Nyctaginaceae (8), Arecaceae (7),
Erythroxylaceae (7), Olacaceae (7), Araliaceae (6), Burseraceae (6), Ebenaceae
(6), Ochnaceae (6), Styracaceae (6), Urticaceae (6), Verbenaceae (6),
Siparunaceae (5), Symplocaceae (4), Aquifoliaceae (4), Cactaceae (4),
Connaraceae (4), Polygonaceae (4), Solanaceae (4), Elaeocarpaceae (3),
Icacinaceae (3), Lacistemataceae (3), Lecythidaceae (3), Loganiaceae (3),
Monimiaceae (3), Simaroubaceae (3), Brassicaceae (2), Caryocaraceae (2),
Olacineae (2), Lamiaceae (2), Lythraceae (2), Memecylaceae (2), Opiliaceae (2),
Piperaceae (2), Proteaceae (2), Rhamnaceae (2), Rosaceae (2), Sabiaceae (2),
Theaceae (2), Thymelaeaceae (2), Canellaceae (1), Cannabaceae (1),
Clethraceae (1), Dilleniaceae (1), Magnoliaceae (1), Myrcinaceae (1),
Myristicaceae (1), Oleaceae (1), Pentaphyllacaceae (1), Phyllanthaceae (1),
Phytolaccaceae (1) e Ulmaceae (1).
52
TABELA 2.5 – Informações do levantamento florístico para todos os
fragmentos, organizados em ordem decrescente de número de famílias
Fragmentos
J114
J139
J10
J109
J15
M112
J96
J11
J108
P119
J13
J12
M134
S111
J14
J135
J120
P115
J110
P94
J20
J86
M140
J16
J21
P95
Número de famílias Número de gêneros Número de espécies Número de indivíduos
58
52
51
44
43
39
36
35
34
33
33
31
30
28
27
26
25
24
22
21
21
21
20
18
18
17
139
100
92
76
73
81
47
53
72
63
49
55
50
55
46
41
41
37
29
38
33
31
30
34
30
27
204
142
140
104
103
98
57
72
221
86
55
70
68
66
56
46
47
45
32
45
34
33
32
38
37
28
2308
1979
16276
2830
2591
1051
1420
3709
9104
2251
3480
3403
1051
882
4078
621
3657
1746
1264
1227
1384
1385
757
3163
1404
405
De acordo com estes resultados, as famílias Myrtaceae, Fabaceae
Faboideae, Euphorbiaceae, Lauraceae, Fabaceae Mimosoideae, Fabaceae
Caesalpinioideae, Rubiaceae, Annonaceae, Bignoniaceae, Apocynaceae e
Sapindaceae somaram 361 espécies, o que representa 50% do total identificado,
determinando a importância dessas famílias na caracterização florística das
bacias.
A família Fabaceae Faboideae se destacou pela ocorrência da espécie
Dalbergia miscolobium Benth., que teve a maior representatividade dentro da
área estudada, com 2.288 indivíduos, equivalendo a 3,12% do total de
indivíduos amostrados no levantamento.
53
Gomide (2004) estudou a composição florística de 20 fragmentos de
mata ciliar situados na bacia do rio São Francisco, em Minas Gerais. Neste
estudo foram encontradas 70 famílias, 221 gêneros e 397 espécies. As famílias
mais importantes, em função da riqueza de espécies, foram Fabaceae
Mimosoideae, Fabaceae Caesalpinioideae, Fabaceae Faboideae e Myrtaceae.
Esse resultado foi semelhante ao encontrado neste trabalho, mostrando que essas
famílias são comumente encontradas em levantamentos florísticos.
Ao analisar a composição de espécies, verificou-se que 36.714
indivíduos, ou seja, 50% em relação ao total encontrado pertencem às espécies:
Dalbergia miscolobium Benth. (2288), Machaerium dimorphandrum Hoehne
(1797), Ocotea pulchella Mart. (1592), Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb.
(1534), Combretum leprosum Mart. (1410), Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg.
(1405), Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. (1393), Qualea grandiflora Mart.
(1362), Prunus myrtifolia (L.) Urb. (1265), Eriotheca pubescens (Mart. &
Zucc.) Schott. & Endl. (1179), Licania apetala (E.Mey.) Fritsch (1120),
Caryocar brasiliense Cambess. (1047), Myrcia guianensis (Aubl.) DC. (1023),
Bowdichia virgilioides Kunth (1021), Rourea induta Planch. (980), Plathymenia
reticulata Benth. (933), Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. (902),
Myracrodruon urundeuva Allemão (891), Machaerium brasiliense Vogel (888),
Copaifera langsdorffii Desf. (846), Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard
(821), Byrsonima coccolobifolia Kunth (752), Kielmeyera coriacea Mart. &
Zucc. (738), Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil. (728), Cassia ferruginea
(Schrad.) Schrad. ex DC. (724), Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira (709),
Swartzia peremarginata R.S.Cowan (705), Myrcia splendens (Sw.) DC. (696),
Eugenia dysenterica DC. (666), Qualea parviflora Mart. (638), Licania
kunthiana Hook.f. (633), Metrodorea mollis Taubert (617), Mabea fistulifera
Mart. (601), Guapira opposita (Vell.) Reitz (592), Hymenaea stignocarpa Mart.
54
ex Hayne (565), Maprounea guianensis Aubl. (558), Cinnamomum triplinerve
(Ruiz & Pav.) Kosterm. (548) e Astronium graveolens Jacq. (547).
Estas espécies representaram cerca de 5% do número total que foi
identificado. Este resultado permite inferir que ocorre dominância ecológica
entre as populações amostradas nas bacias, uma vez que grande parte dos
indivíduos se concentra em um número pequeno de espécies. Em contrapartida,
113 espécies tiveram apenas um representante amostrado, podendo ser
consideradas raras na área estudada (Anexo 2A)
Analisando a recorrência das espécies ao longo dos ambientes das
bacias, na Tabela 2.6 são mostradas as espécies que foram encontradas em, pelo
menos, 9 fragmentos. A espécie Roupala montana Aubl. foi a mais generalista,
ocorrendo em 18 fragmentos, perfazendo, então, 69% dos ambientes
amostrados. Na seqüência, as espécies Copaifera langsdorffii Desf., Bowdichia
virgilioides Kunth, Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng., Tabebuia
ochracea (Cham.) Standl. e Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. também se
mostraram altamente recorrentes, sendo encontradas em, pelo menos, 13
fragmentos, ou seja, 50% dos ambientes. Outras 26 espécies tiveram ocorrência
variando de 9 a 12 fragmentos. Dessa forma, as espécies listadas na Tabela 2.6
formaram um padrão florístico comum para toda a área estudada.
55
TABELA 2.6 – Relação das espécies mais recorrentes nos fragmentos amostrados, com o número de indivíduos em que
ocorreram em cada fragmento, ordenadas de forma decrescente conforme o número de locais de ocorrência.
Es pécie
55
R oupala montana Aubl.
Copaifera langsdorffii Desf.
B owdichia virgilioides Kunth
A stronium fraxinifolium Schott ex Spreng.
Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.
Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb.
Plathymenia reticulata Benth.
A spidosperma tomentosum Mart.
Lafoensia pacari A.St.-Hil.
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Machaerium opacum Vogel
Dalbergia miscolobium Benth.
Caryocar brasiliense Cambess.
E ugenia dysenterica DC.
Qualea parviflora Mart.
Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne
Diospyros hispida A.DC.
E nterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr.
E remanthus erythropappus (DC.) MacLeish
Qualea grandiflora Mart.
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov.
Machaerium brasiliense Vogel
Melanoxylon brauna Schott
Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
B yrsonima coccolobifolia Kunth
Myrcia splendens (Sw.) DC.
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Pouteria torta (Mart.) Radlk.
Tapirira guianensis Aubl.
A cosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev
Ouratea hexasperma (A.St.-Hil.) Baill.
J10
J108 J1 09 J110
S111
J114 P119 J120
20
3
8
2
2
5
3
104
87
109
52
59
16
11
11
1
142
12
19 6
1
1
35
8
3
8
6
2
396
1
1
551
131
1
45
2
28
1
10
1
7
44
3
10
37
108
1
2
157
144
1
8
6
19
268
10
96
5
1
1
3
25
7
2
6
2
7
89
2 17
12
33
64
21 4
7
15 3
76
28
19
2
2 88
12 8
4 04
295
251
351
494
154
6
23
89
11
47
2
1
7
2
62
48
91
112
141
17
1
17
39
60
3
6
137 106
103
61
61
65
113
1
6
25
163
96
4
30
6
7
102
14
3
20
3
3
11
1
105
55
72
27
2
60
109
6
3
3
28
66
3
147
56
64
2
152
493
3
55
86
83
6
1
1 54
1 65
42
7
8
76
2
2
317
10
3
2
30
31
36
19
18
2
8
7
222
208
1
10 5
2
50
17
15
3
3
14
14
32 0
11
1
2
3
13
12
29
1
5
42
6
1
12
12
2
28
8
12
12
33 1 265
36 3 6
9
14
11
11
11
11
3
170
11
1
6
48
34
216
1
4
57
92
1
65
1
12
11
28
9
40
18
4
11
11
57
8
18
25
11
10
8
6
2
13
20
10
10
25
32
5
4
9
9
6
1
1
27
99
127
2
43
7
19
3
5
333
35
5
43
61
4
Número de
fragmento s
12
84
42
36
3
8
10
7
7
10
28
89
8
21
9
9
94
9
10
10
9
9
1
64
7
52
3
305
36
J2 1 P94 P95
66
234
1
49
1
24
1
18
3
75
6
2
6
8
6
7
1
6
422
20
23
152 102 187
2
31
56
J16
1
10
26
17
13
2
20
46
153
328
19
85
55
277
90
30
4
1
6
5
5
7
283 75 329
102 111 137
16
3
68
1
1
36
3
1
1
15
2
1
226
2
11
1
16
40 2
95
69
1
42
39
21
19
82
J 13 J1 35 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J13 9 J14 J15
20
5
9
9
Estas 32 espécies representam apenas 4,43% do total de espécies,
ocorrendo em menos de 50% dos fragmentos (34,62%) envolvidos no estudo.
Esta informação mostra que a maioria das espécies está distribuída de forma
concentrada, ou nos seus fragmentos de ocorrência, ou dentro de um grupo de
fragmentos que formam um determinado padrão fitofisionômico.
O comportamento das espécies frente ao número de indivíduos aliada à
classificação da fitofisionomia predominante permitiu determinar o padrão
fisionômico presente nos fragmentos de forma mais precisa e, ainda, estabelecer
uma ligação entre eles, em função do número de espécies recorrentes.
3.1.1 Floresta Estacional Semidecidual
Em relação às Florestas Estacionais Semideciduais, foram encontradas
76 famílias, 236 gêneros e 511 espécies. As espécies mais importantes nesta
fitofisionomia em relação ao número de indivíduos, sua distribuição nos
fragmentos e o número de locais em que elas ocorrem encontram-se na Tabela
2.7. As 31 espécies listadas corresponderam a 50,5% de um total de 19.499
indivíduos amostrados nessa fitofisionomia.
As famílias mais importantes nesta fitofisionomia, em número de
espécies, foram: Fabaceae Faboideae (41), Myrtaceae (40), Lauraceae (28),
Euphorbiaceae (25), Fabaceae Caesalpinioideae (24), Fabaceae Mimosoideae
(24), Rubiaceae (21), Sapindaceae (16), Bignoniaceae (15), Rutaceae (14),
Annonaceae (13), Apocynaceae (13) e Meliaceae (13). Estas famílias somaram
287 espécies, o que equivale a 56,17% do total.
57
TABELA 2.7 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Floresta Estacional
Semidecidual, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos.
Espécie
Licania apetala (E.Mey.) Fritsch
Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb.
Astronium graveolens Jacq.
Myrcia splendens (Sw.) DC.
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.
Metrodorea mollis Taubert
Maprounea guianensis Aubl.
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
Mabea fistulifera Mart.
Machaerium brasiliense Vogel
Byrsonima laxiflora Griseb.
Cordia sellowiana Cham.
Lithraea molleoides (Vell.) Engl.
Cinnamomum triplinerve (Ruiz & Pav.) Kosterm.
Ocotea lancifolia (Schott) Mez
Tovomitopsis saldanhae Engl.
Rollinia laurifolia Schltdl.
Tapirira guianensis Aubl.
Guapira hirsuta (Choisy) Lundell
Copaifera langsdorffii Desf.
Pterocarpus rohrii Vahl
Swartzia peremarginata R.S.Cowan
Micropholis venulosa (Mart. & Eichler) Pierre
Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth.
Melanoxylon brauna Schott
Bowdichia virgilioides Kunth
Amaioua guianensis Aubl.
Pogonophora schomburgkiana Miers
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton
Diospyros hispida A.DC.
Família
J108
Chrysobalanaceae
1111
Salicaceae
396
Anacardiaceae
446
Myrtaceae
351
Nyctaginaceae
494
Anacardiaceae
Rutaceae
Euphorbiaceae
40
Myrtaceae
295
Euphorbiaceae
24
Fabaceae Faboideae
268
Malpighiaceae
1
Boraginaceae
248
Anacardiaceae
Lauraceae
282
Lauraceae
244
Clusiaceae
238
Annonaceae
143
Anacardiaceae
89
Nyctaginaceae
215
Fabaceae Caesalpinioideae 87
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
189
Sapotaceae
186
Fabaceae Faboideae
24
Fabaceae Caesalpinioideae 96
Fabaceae Faboideae
109
Rubiaceae
120
Euphorbiaceae
Fabaceae Faboideae
Ebenaceae
144
S111 J114 J135 M140 M112 P115 M134 J139
23
131
65
42
75
35
242
1
49
1
1
2
1
28
1
16
16
3
11
69
23
12
422
16
5
47
3
36
3
6
21
1
43
4
286
5
7
3
89
5
85
6
7
2
19
55
1
190
11
4
6
1
2
9
10
1
42
59
19
379
310
43
2
27
2
1
11
11
8
124
25
1
6
2
4
4
34
212
8
16
2
11
47
2
5
98
1
24
6
38
55
14
95
1
Número de
indivíduos
1112
621
544
527
502
470
400
352
339
329
315
301
293
288
282
244
238
236
234
216
207
201
197
186
185
183
177
168
168
168
164
Número de
fragmentos
2
5
2
5
4
6
2
3
3
5
5
5
6
2
1
1
1
6
5
2
6
2
2
1
7
9
5
6
4
3
3
* Os valores destacados em negrito correspondem às espécies que apresentaram
maior número de indivíduos dentro de cada fragmento.
De acordo com os dados da Tabela 2.7, os fragmentos J108, S111, J114,
M140, P115, M134 e J139 caracterizam a Floresta Estacional Semidecidual de
forma mais significativa, uma vez que as espécies com maior número de
representantes nesses fragmentos também aparecem entre as mais abundantes
nesta fitofisionomia. Por outro lado, nos fragmentos J135 e M112, as espécies
que mais ocorreram foram Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch.(77)
e Allophylus petiolulatus Radlk. (80), que não figuraram na tabela anterior,
demonstrando que a composição florística nestes fragmentos não condiz com o
padrão determinado pelos demais fragmentos dessa fitofisionomia.
Analisando o comportamento das espécies em relação ao número de
indivíduos, a espécie Licania apetala (E.Mey.) Fritsch foi a mais abundante.
Entretanto, essa espécie apareceu em apenas 2 fragmentos e de forma mais
58
expressiva no fragmento J108, não podendo ser relacionada com o padrão
florístico que predomina na fitofisionomia.
Dessa forma, correlacionando número de indivíduos e freqüência de
ocorrência entre os fragmentos, as seguintes espécies listadas na Tabela 2.7
podem ser destacadas: Mabea fistulifera Mart., Byrsonima laxiflora Griseb.,
Cordia sellowiana Cham., Rollinia laurifolia Schltdl., Dalbergia nigra (Vell.)
Allemão ex Benth. e Amaioua guianensis Aubl. Estas espécies ocorreram em
pelo menos cinco fragmentos, ou seja, 66,67%, comprovando a importância das
mesmas no padrão florístico predominante. Já as espécies Casearia arborea
(L.C.Rich.) Urb., Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng., Machaerium
brasiliense Vogel, Tapirira guianensis Aubl., Copaifera langsdorffii Desf.,
Myrcia splendens (Sw.) DC., Melanoxylon brauna Schott e Bowdichia
virgilioides Kunth, que também ocorreram em mais de 5 fragmentos, não foram
consideradas na caracterização das Floresta Estacionais Semideciduais
estudadas, uma vez que as demais espécies citadas foram consideradas
generalistas em todos os fragmentos, formando um padrão global das bacias
estudadas (Tabela 2.6).
Das 511 espécies encontradas nos fragmentos de Floresta Estacional
Semidecidual, 239 foram exclusivas desta fitofisionomia. Entre elas destacaramse as espécies Cordia sellowiana Cham. e Pterocarpus rohrii Vahl., que
figuraram entre as mais abundantes nesses fragmentos. Considerando a
plasticidade das espécies que apareceram exclusivamente nessa fitofisionomia,
pode-se observar, por meio da Tabela 2.8, que cinco espécies tiveram uma
recorrência expressiva entre os fragmentos, podendo se consideradas
determinantes na discriminação das Florestas Estacionais Semideciduais em
relação às demais fitofisionomias analisadas.
59
TABELA 2.8 – Espécies mais recorrentes entre os fragmentos de Floresta
Estacional Semidecidual, considerando as espécies exclusivas desta
fitofisionomia.
Espécie
Família
Cordia sellowiana Cham.
Brosimum guianense (Aubl.) Huber
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth.
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
Alseis floribunda Schott
Boraginaceae
Moraceae
Elaeocarpaceae
Lecythidaceae
Rubiaceae
J108 S111 J114 J135 M140 M112 P115 M134 J139
248
1
1
16
8
5
9
6
1
5
21
24
12
9
1
1
17
5
Número de
indivíduos
Número de
fragmentos
293
25
9
24
51
6
5
4
4
4
4
1
1
1
5
Com base nos dados da Tabela 2.8, conclui-se que a espécie Cordia
sellowiana Cham. foi a mais importante na caracterização das Florestas
Estacionais Semideciduais estudadas, uma vez que ocorreu em 66,67% dos
fragmentos, além de ter sido expressiva quanto ao número de indivíduos.
3.1.2 Floresta Estacional Decidual
Nas
Florestas
Estacionais
Deciduais
foram
catalogados
5.811
indivíduos, distribuídos em 34 famílias, 66 gêneros e 83 espécies. As espécies
que apresentaram maior número de indivíduos estão listadas na Tabela 2.9. Elas
representaram 52,57% do total de indivíduos registrados nesta fitofisionomia.
TABELA 2.9 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Floresta Estacional
Decidual, ordenados de forma decrescente quanto ao número de indivíduos.
Espécie
Família
J110
J20
J16
Combretum leprosum Mart.
Myracrodruon urundeuva Allemão
Machaerium acutifolium Vogel
Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi
Combretaceae
Anacardiaceae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
244
146
53
42
110
300
242
1166
588
109
55
Número de
indivíduos
1410
844
462
339
Número de
fragmentos
2
3
3
3
* Os valores destacados em negrito correspondem às espécies que apresentaram
maior número de indivíduos dentro de cada fragmento.
As famílias que apresentaram maior número de espécies foram:
Fabaceae
Faboideae
(13),
Fabaceae
Mimosoideae
(9),
Fabaceae
Caesalpinioideae (8), Myrtaceae (5), Anacardiaceae (4) e Nyctaginaceae (4).
Estas 6 famílias representaram 51,81% do número total de espécies.
60
Em estudo realizado por Nunes et al. (2007), em um fragmento de
Floresta Estacional Decidual situado em Januária, região norte de Minas Gerais,
foram identificadas 80 espécies, 62 gêneros e 30 famílias. As famílias Fabaceae,
Anacardiaceae e Malvaceae se destacaram em número de espécies.
A espécie Combretum leprosum Mart. foi predominante nos fragmentos
J110 e J16, enquanto que, no fragmento J20, a espécie com maior número de
indivíduos foi Machaerium acutifolium Vogel. A caracterização das Florestas
Estacionais Deciduais estudadas em relação à composição florística pode ser
configurada pelas espécies destacadas na Tabela 2.9, já que nenhuma delas
consta na Tabela 2.6, que definiu o padrão florístico de toda área estudada. Este
resultado mostra que a caracterização da composição florística das Florestas
Estacionais Deciduais estudadas foi claramente definida, pois foram
consideradas a abundância e a recorrência das espécies.
As espécies que promoveram a distinção das Florestas Estacionais
Deciduais dentro das bacias estudadas estão listadas na Tabela 2.10. Estas 20
espécies ocorreram exclusivamente nos fragmentos que compõem esta
fitofisionomia.
TABELA 2.10 – Espécies que ocorreram exclusivamente nos fragmentos de
Floresta Estacional Decidual.
Espécie
Família
J110
Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith
Combretum leprosum Mart.
Eugenia uniflora L.
Capparis yco Mart.
Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier
Garcinia gardneriana (Planchon & Triana) Zappi
Caesalpinia pyramidalis Tul.
Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm.
Pterogyne nitens Tul.
Albizia inundata (Mart.) Barneby & J.W.Grimes
Eugenia neomyrtifolia Sobral
Bougainvillea praecox Griseb.
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
Bougainvillea glabra Choisy
Syagrus oleracea (Mart.) Becc.
Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F.Blake ex Pittier
Spondias mombin L.
Eugenia myrtifolia Sims
Commiphora leptophloeus (Mart.) J.B.Gillet
Tabernaemontana solanifolia A.DC.
Bignoniaceae
Combretaceae
Myrtaceae
Brassicaceae
Fabaceae Mimosoideae
Clusiaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Mimosoideae
Myrtaceae
Nyctaginaceae
Lauraceae
Nyctaginaceae
Arecaceae
Apocynaceae
Anacardiaceae
Myrtaceae
Burseraceae
Apocynaceae
80
244
6
1
29
61
J20
J16
85
1166
9
1
144
1
159
1
24
16
12
4
1
4
3
3
12
1
51
2
Número de
indivíduos
165
1410
15
2
173
1
159
1
24
16
12
4
1
4
3
3
12
1
51
2
Número de
fragmentos
2
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
A distinção das Florestas Estacionais Deciduais foi marcada,
principalmente, pela espécie Combretum leprosum Mart., que ocorreu
unicamente nesta fitofisionomia, em mais de 50% dos fragmentos e com o maior
número de representantes. As espécies Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith,
Eugenia uniflora L., Capparis yco Mart. e Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier
também desempenharam papel importante na distinção destes fragmentos,
ocorrendo em dois locais.
Em um levantamento florístico realizado em oito fragmentos
caracterizados como Floresta Estacional Decidual, localizados no norte de Minas
Gerais, foram identificados 114 espécies arbóreas e 40 famílias botânicas
(Santos et al., 2007). Os autores destacaram 6 espécies, devido à alta freqüência,
ocorrendo em todos os fragmentos: Anadenanthera colubrina, Aspidosperma
pyrifolium, Myracrodruon urundeuva, Schinopsis brasiliensis, Tabebuia róseo
alba e Tabebuia cf. chrysotricha.
3.1.3 Cerrado sensu stricto
Nos fragmentos de Cerrado sensu stricto foram encontradas 66 famílias,
184 gêneros e 412 espécies. As espécies que ocorreram em maior número estão
listadas na Tabela 2.11, correspondendo a 57,17% de um total de 43.735
indivíduos que ocorreram nessa fitofisionomia, relacionando a distribuição nos
fragmentos e número de locais em que ocorreram.
62
TABELA 2.11 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Cerrado sensu
stricto, ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos.
Espécie
Família
Dalbergia miscolobium Benth.
Machaerium dimorphandrum Hoehne
Ocotea pulchella Mart.
Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg.
Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk.
Prunus myrtifolia (L.) Urb.
Qualea grandiflora Mart.
Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl.
Rourea induta Planch.
Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb.
Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov.
Bowdichia virgilioides Kunth
Plathymenia reticulata Benth.
Caryocar brasiliense Cambess.
Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil.
Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira
Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC.
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
Eugenia dysenterica DC.
Copaifera langsdorffii Desf.
Licania kunthiana Hook.f.
Byrsonima coccolobifolia Kunth
Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Lauraceae
Euphorbiaceae
Myrtaceae
Rosaceae
Vochysiaceae
Malvaceae
Connaraceae
Salicaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Mimosoideae
Caryocaraceae
Erythroxylaceae
Myrtaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Myrtaceae
Myrtaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Chrysobalanaceae
Malpighiaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
J10
J109 P119 J120 J13 J96 J11 J12 J14 J21 P94
402 89
1587
146
1586
1398
1352
1226
1
551
792
104
592
2
329 277
6
331 265
1
2
5
152 493
57
304 202 14
979
305
19
288 64
399 67
128
196
19
95
404 55
91
16 137
217 111
12
12
74
154
64 105 72 66
112 163 13
25
48 216
1
2
214
165 102 187 61
7
60 109 92
7
65
1
4
1
59
683
673
591
226
75
6
86
141
106
137
18
11
83
8
6
96
2 105 50
103 36 320 1
90
36 36
3
4
1
251
52
1
37
142
32
1
Número de
indivíduos
1774
1733
1586
1399
1354
1231
1091
986
980
875
796
770
740
738
722
686
677
666
656
620
601
593
554
550
Número de
fragmentos
8
2
1
2
2
2
7
5
2
6
2
7
8
8
7
2
2
3
4
8
9
2
6
8
* Os valores destacados em negrito correspondem às espécies que apresentaram
maior número de indivíduos dentro de cada fragmento.
As famílias com maior representatividade em função do número de
espécies foram: Fabaceae Faboideae (41), Myrtaceae (36), Fabaceae
Mimosoideae (21), Euphorbiaceae (17), Lauraceae (16), Annonaceae (14),
Fabaceae Caesalpinioideae (14), Rubiaceae (13), Sapotaceae (13), Bignoniaceae
(12), Sapindaceae (11) e Vochysiaceae (11), totalizando 219 espécies, ou seja,
53,16% do total.
Neri et al. (2007) realizaram um estudo florístico em um fragmento de
Cerrado sensu stricto no município de Senador Modestino Golçalves, localizado
na bacia do rio Jequitinhonha, encontrando uma diversidade de 91 espécies
distribuídas em 65 gêneros e 38 famílias. As famílias mais representativas foram
Fabaceae, Malpighiaceae, Myrtaceae, Vochysiaceae, Sapindaceae e Rubiaceae.
Estes resultados comprovam a importância destas famílias na caracterização do
Cerrado sensu stricto.
Pelos dados da Tabela 2.11, verifica-se que as espécies Ocotea pulchella
Mart., Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg., Marlierea racemosa (Vell.)
63
Kiaersk., Prunus myrtifolia (L.) Urb., Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil.,
Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira e Licania kunthiana Hook.f. ocorreram de
forma abundante no fragmento J10. Nos demais fragmentos, a ocorrência dessas
espécies foi pouco expressiva ou nem ocorreu, como foi o caso de Ocotea
pulchella Mart. Este comportamento influenciou o padrão florístico do Cerrado
sensu stricto na área, demonstrando que essa fitofisionomia foi caracterizada,
principalmente, pelo fragmento de Leme do Prado (J10). Outras espécies que
foram importantes neste processo foram Rourea induta Planch e Machaerium
dimorphandrum Hoehne, que ocorreram, predominantemente, nos fragmentos
J14 e J120, respectivamente. Elas não participam do padrão florístico
predominante nos fragmentos que compõem esta fitofisionomia.
No fragmento J109, a espécie que predominou, em número de
indivíduos, foi Ilex theezans Mart. ex Reissek, com 373 indivíduos. Já no
fragmento P119, a espécie mais abundante foi Machaerium nictitans (Vell.)
Benth (336). Essas duas espécies não aparecem na Tabela 2.11, demonstrando
que a caracterização florística destes fragmentos foi diferenciada em relação aos
demais fragmentos de Cerrado sensu stricto.
Correlacionando a abundância das espécies com a freqüência de
ocorrência nos fragmentos, observou-se que 12 espécies ocorreram em mais de
50% dos fragmentos: Dalbergia miscolobium Benth., Qualea grandiflora Mart.,
Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl., Casearia arborea
(L.C.Rich.) Urb., Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov., Bowdichia
virgilioides Kunth, Plathymenia reticulata Benth., Caryocar brasiliense
Cambess., Eugenia dysenterica DC., Copaifera langsdorffii Desf., Byrsonima
coccolobifolia Kunth e Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne. Dessas espécies,
apenas Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl pode ser
considerada na caracterização florística dos fragmentos de Cerrado sensu stricto,
64
uma vez que as demais espécies citadas foram altamente recorrentes em todos os
ambientes (Tabela 2.6).
Das 412 espécies ocorrentes nos fragmentos de Cerrado sensu stricto,
127 foram encontradas unicamente nesta fitofisionomia. Analisando-se a
plasticidade dessas espécies, observa-se que nenhuma foi recorrente em mais de
três fragmentos, tendo 110 espécies ocorrido em apenas um dos fragmentos.
Esse resultado demonstra que a distinção do Cerrado sensu stricto para as
demais formações florestais analisadas não é caracterizada em função da
recorrência dessas espécies, mas pelas particularidades na composição florística
dos fragmentos que compõem essa fitofisionomia. O padrão florístico resultante
promoveu a distinção de alguns subpadrões de acordo com a similaridade
existente entre os fragmentos, em função da sobreposição das espécies
exclusivas.
3.1.4 Campo cerrado
Nesta fitofisionomia foram encontradas 46 famílias, 83 gêneros e 115
espécies. Foram amostrados 4.381 indivíduos, estando 52,57% distribuídos em 9
espécies (Tabela 2.12).
TABELA 2.12 – Espécies mais abundantes nos fragmentos de Campo cerrado,
ordenadas de forma decrescente quanto ao número de indivíduos.
Espécie
Família
J86
J15
P95
Dalbergia miscolobium Benth.
Caryocar brasiliense Cambess.
Qualea grandiflora Mart.
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc.
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk.
Vochysia thyrsoidea Pohl
Byrsonima coccolobifolia Kunth
Byrsonima verbascifolia (L.) DC.
Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl.
Fabaceae Faboideae
Caryocaraceae
Vochysiaceae
Clusiaceae
Sapotaceae
Vochysiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malvaceae
283
102
147
66
18
50
152
222
208
99
138
184
87
42
195
185
9
14
25
1
8
64
4
Número de
indivíduos
514
324
271
205
202
201
198
195
193
Número de
fragmentos
3
3
3
3
2
3
3
1
2
* Os valores destacados em negrito correspondem às espécies que apresentaram
maior número de indivíduos dentro de cada fragmento
65
De acordo com o número de espécies, as famílias mais importantes nesta
fitofisionomia são: Vochysiaceae (9), Fabaceae Faboideae (8), Myrtaceae (8),
Fabaceae Caesalpinioideae (7), Apocynaceae (5), Clusiaceae (5), Anacardiaceae
(4), Annonaceae (4), Bignoniaceae (4) e Euphorbiaceae, Fabaceae Mimosoideae,
Lauraceae, Malpighiaceae, Salicaceae, Sapotaceae e Siparunaceae, com 3
espécies cada uma, somando 65,22% do número total.
Segundo Ribeiro & Haridasan (1984), a família Vochysiaceae tem sido
considerada a mais característica da vegetação de Cerrado, estando sempre entre
as famílias com maior riqueza florística e, principalmente, pela considerável
abundância.
De acordo com os dados da Tabela 2.12, nos fragmentos J86 e J15, a
espécie Dalbergia miscolobium Benth. é a mais abundante. Essa espécie ocorreu
em todos os fragmentos de Campo cerrado estudados, contudo, sua participação
na caracterização desta fitofisionomia não foi considerada, uma vez que a
mesma foi de ampla ocorrência em todos os ambientes das bacias (Tabela 2.6).
No fragmento P95, a espécie com maior número de indivíduos foi Hancornia
speciosa B.A.Gomes (102), que não consta na Tabela 2.12 e, por isso, não
contribuiu de forma significativa para a caracterização das formações de Campo
cerrado. Já no fragmento J15, ocorreram todas as espécies classificadas como as
mais abundantes, demonstrando que esse fragmento teve maior influência no
padrão florístico dessa fitofisionomia.
Avaliando a distribuição das espécies entre os fragmentos, pode-se
observar que as espécies Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc., Vochysia
thyrsoidea Pohl,
Byrsonima coccolobifolia Kunth,
Caryocar brasiliense
Cambess. e Qualea grandiflora Mart. ocorreram nos três fragmentos analisados.
Entretanto, apenas as duas primeiras foram consideradas importantes na
formação do padrão florístico, pois as demais espécies mencionadas foram
66
relacionadas, na Tabela 2.6, como amplamente generalistas em toda a área
estudada.
Em relação às espécies que ocorreram somente nessa fitofisionomia,
foram encontradas apenas 13, que estão listadas na Tabela 2.13.
TABELA 2.13 – Espécies que ocorreram exclusivamente nos fragmentos de
Campo cerrado
Espécie
Família
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum.
Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson
Eugenia leitonii ined.
Siparuna arianeae V.Pereira
Qualea cordata (Mart.) Spreng.
Gomidesia hebepetala (DC.) O.Berg
Miconia ferruginata DC.
Cedrela odorata L.
Richeria grandis Vahl
Laplacea tomentosa (Mart. & Zucc.) G.Don
Siparuna piosices
Chamaecrista catharticoides (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & Barneby
Myrcia fenzliana O. Berg
J86 J15 P95
Rubiaceae
12
Apocynaceae
81
Myrtaceae
Siparunaceae
Vochysiaceae
Myrtaceae
Melastomataceae
Meliaceae
Euphorbiaceae
Theaceae
Siparunaceae
Fabaceae caesalpinioideae
Myrtaceae
178
1
1
8
2
6
12
4
22
1
6
2
9
Número de
indivíduos
Número de
fragmentos
13
90
1
8
2
6
12
4
22
1
6
2
178
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Analisando-se a Tabela 2.13, observa-se que nenhuma das espécies
ocorreu nos três fragmentos, mas a espécie Himatanthus obovatus (Müll.Arg.)
Woodson se destacou em função do seu número de indivíduos e de ter ocorrido
em dois fragmentos. No fragmento J15 foram encontradas 9 das 13 espécies
exclusivas, evidenciando que esse fragmento possui maior riqueza de espécies
que os demais que compõem a fitofisionomia.
3.2 Definição dos grupos florísticos
3.2.1 Com base no coeficiente de Sorensen
Na Tabela 2.14 observam-se os valores encontrados para o coeficiente
de Sorensen para todas as combinações de fragmentos e, na Figura 2.4, esses
resultados estão demonstrados por meio do dendrograma.
Os valores de informação remanescente que se observa no eixo x do
gráfico expressa o nível de similaridade que se pretende alcançar, sendo que
quanto maior o valor de informação remanescente empregado, menor serão as
67
distâncias calculadas entre os fragmentos e maior o grau de similaridade entre
eles.
Segundo Muller-Dombois & Ellenberg (1974), o nível de corte a partir
do qual já se tem a fusão de grupos semelhantes é de 25% de informação no eixo
de escala do dendrograma.
Adotando-se este critério, observa-se que o coeficiente de Sorensen
proporcionou a formação de seis grupos fisionômicos, que estão expressos na
Tabela 2.15. Observa-se que, no grupo florístico 1, foram agrupados todos os
fragmentos de Floresta Estacional Decidual. No grupo florístico 2, foram
agrupados fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e de Cerrado sensu
stricto. O mesmo ocorre na formação do grupo 3, em que aparecem três
fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e um representante do Cerrado
sensu strico. O grupo 4 foi formado com apenas um fragmento de Floresta
Estacional Semidecidual. Já nos grupos 5 e 6 houve uma combinação de
fragmentos de Cerrado sensu stricto e Campo cerrado.
68
TABELA 2.14 – Valores obtidos pelo Coeficiente de Sorensen, a partir de uma matriz florística, totalizando 210
combinações entre os fragmentos estudados. Quanto mais próximo o valor estiver de 1, maior a similaridade florística.
J110
1
J114
0,0847 1
J96
0,0449 0,0843 1
S111
0,0204 0,2519 0,0976 1
J86
0,0923 0,0506 0,4889 0,0606 1
J13
0,1379 0,0927 0,5179 0,0826 0,5227 1
J20
0,2424 0,1261 0,1319 0,0800 0,1194 0,1798 1
J109
0,0147 0,2922 0,2112 0,1647 0,1022 0,2013 0,0870 1
J10
0,0349 0,2965 0,1523 0,1553 0,0578 0,1333 0,0920 0,3689 1
J14
0,0227 0,1615 0,1770 0,1967 0,1348 0,2162 0,0889 0,2125 0,1531 1
P94
0,0519 0,0803 0,4314 0,0901 0,5641 0,4000 0,1013 0,1342 0,1081 0,1188 1
68
P115
0,0779 0,1044 0,0588 0,1622 0,0513 0,3400 0,0759 0,0805 0,1189 0,1188 0,0444 1
J11
0,0577 0,0870 0,4496 0,1014 0,4762 0,4094 0,1132 0,1364 0,1321 0,1563 0,4103 0,0171 1
J12
0,0588 0,0876 0,4409 0,1324 0,4272 0,4320 0,1346 0,1494 0,0571 0,2063 0,4000 0,0174 0,5634 1
J108
0,0316 0,3671 0,1151 0,2509 0,0630 0,1377 0,0863 0,4308 0,3490 0,2094 0,0977 0,1128 0,1433 0,1718 1
P95
0,0667 0,0431 0,4235 0,0000 0,6557 0,4096 0,0645 0,0606 0,0714 0,0952 0,6301 0,0548 0,3800 0,3673 0,0482 1
J16
0,2857 0,0826 0,0421 0,1154 0,0282 0,0430 0,1111 0,0423 0,0225 0,1064 0,0241 0,0964 0,0182 0,0185 0,0849 0,0303 1
J21
0,0580 0,0830 0,4255 0,1165 0,5143 0,3913 0,1408 0,0851 0,0678 0,1290 0,5122 0,0244 0,4220 0,3925 0,0930 0,5538 0,0267 1
M112 0,0462 0,2649 0,0774 0,2561 0,0305 0,0915 0,1061 0,1683 0,1429 0,1558 0,0140 0,1259 0,0824 0,1071 0,2508 0,0159 0,2647 0,0741 1
J15
0,0741 0,1564 0,4625 0,1657 0,3824 0,4177 0,1168 0,2319 0,2058 0,2516 0,3649 0,0676 0,3886 0,3931 0,1975 0,3053 0,0142 0,3143 0,1493 1
P119
0,0508 0,1448 0,1818 0,0395 0,1176 0,0851 0,1167 0,0947 0,1327 0,1268 0,1069 0,2137 0,1013 0,0769 0,1564 0,0526 0,3226 0,0976 0,1413 0,1864 1
J120
0,0759 0,1355 0,3846 0,1770 0,3750 0,2941 0,1481 0,1457 0,1283 0,1748 0,3261 0,0652 0,3193 0,3248 0,1194 0,3467 0,0706 0,4524 0,0966 0,6582 0,1266 1
J135
0,1538 0,0800 0,0388 0,0893 0,0253 0,0396 0,1000 0,0400 0,0430 0,0784 0,0220 0,0440 0,0339 0,0345 0,0749 0,0270 0,3095 0,0723 0,1528 0,1538 0,1795 0,0513 1
M140 0,0625 0,1525 0,1124 0,1837 0,0308 0,0460 0,1515 0,1324 0,0814 0,1136 0,1039 0,1818 0,0769 0,0980 0,1423 0,0667 0,0286 0,1159 0,1846 0,1875 0,3125 0,2188 0,1563 1
M134 0,0800 0,2059 0,0800 0,2090 0,0198 0,0325 0,1176 0,1047 0,1250 0,1452 0,0531 0,0885 0,0429 0,0435 0,1592 0,0208 0,0377 0,0571 0,1566 0,1600 0,2200 0,0800 0,1800 0,1400 1
J139
0,0575 0,3584 0,1407 0,2692 0,0800 0,1015 0,0909 0,2846 0,2340 0,2424 0,0856 0,1283 0,1402 0,1321 0,3251 0,0471 0,0111 0,0782 0,2500 0,3103 0,1954 0,1839 0,1379 0,2299 0,1724 1
J110
J114
J96
S111
J86
J13
J20
J109
J10
J14
P94
P115
J11
J12
J108
P95
J16
J21
M112
J15
P119
J120
J135
M140
M134
J139
Informação remanescente (%)
69
FIGURA 2.3 – Dendrograma de similaridade florística, obtido por uma matriz de presença/ausência, das espécies
presentes nos 26 Fragmentos, utilizando o método de médias ponderado por grupo (UPGMA) e o quociente de Sorensen.
Esses resultados evidenciam que os laços florísticos que unem os
fragmentos são determinados de forma mais contundente pela composição
florística do que pela classificação quanto à fitofisionomia predominante. Isto
mostra que a inter-relação e a sobreposição de elementos que permitem a
translocação de espécies entre elas resultam em formações vegetais mistas,
apesar da fitofisionomia aparentemente uniforme.
TABELA 2.15 – Grupos de fragmentos formados com base no coeficiente de
Sorensen
Grupos
1
2
3
4
5
6
Fragmentos
Município
J110
Araçuaí
J16
Salinas
J20
Jenipapo de Minas
J114
Aricanduva
S111
Frei Gaspar
J109
Jequitinhonha
J10
Leme do Prado
J108
Jequitinhonha
J14
Minas Novas
M112
Teófilo Otoni
P115
Ninheira
P119
Indaiabira
M140
Águas Formosas
M134
Nanuque
J135
Jacinto
J139
São Gonçalo do Rio Preto
J96
Itacambira
J86
Fruta de Leite
J13
Itamarandiba
P94
Montezuma
J11
Olhos d'
água
J12
Olhos d'
água
P95
Rio Pardo de Minas
J21
Salinas
J15
Turmalina
J120
Coronel Murta
Fitofisionomia predominante
Floresta Estacional Decidual
Floresta Estacional Decidual
Floresta Estacional Decidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Campo cerrado
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Campo cerrado
Cerrado sensu stricto
Campo cerrado
Cerrado sensu stricto
Analisando-se o grupo florístico 1, por meio do dendrograma, é possível
notar que os laços que agrupam os fragmentos J16, J20 e J110 não podem ser
71
dissociados antes de um corte de 50% no nível de informação, resultado que
permite inferir que esses fragmentos estão associados de forma coesa. Verificase que ocorreram 18 espécies comuns neste grupo, quando se combinam pelo
menos 2 fragmentos. As espécies que ligaram todos os fragmentos deste grupo
foram Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi, Machaerium acutifolium Vogel e
Myracrodruon urundeuva Allemão (Tabela 2.9).
À medida que se aumenta o rigor da análise, o fragmento J20 é separado
dos demais, demonstrando que esse fragmento possui menor similaridade em
relação aos outros integrantes do grupo. Já os fragmentos J110 e J16 só poderão
ser segregados quando o nível de corte chegar perto de 75%. Entre esses 2
fragmentos ocorreram 7 espécies em comum, podendo-se destacar Tabebuia
roseo-alba (Ridl.) Sandwith, Combretum leprosum Mart., Eugenia uniflora L.,
Capparis yco Mart. e Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier, que não ocorreram
em nenhum dos demais fragmentos estudados. Dessa forma, a definição do
grupo florístico 1 se caracterizou em função das espécies de distribuição restrita
das Florestas Estacionais Deciduais, o que evidencia um padrão homogêneo
entre os fragmentos dessa fitofisionomia.
O grupo florístico 2 foi composto de três fragmentos de Cerrado sensu
stricto (J109, J10 e J14) e cinco fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual
(J114, S111, J108, M112 e P115). Os fragmentos desse grupo apresentaram 230
espécies comuns entre si, considerando a combinação de, no mínimo, 2
fragmentos, sendo que apenas a espécie Roupala montana Aubl. liga todos os
fragmentos.
De acordo com o dendrograma, o fragmento P115 é o mais discrepante
do grupo, pois ele é o primeiro a ser dissociado quando se promove uma
progressão no nível de corte. Esse fragmento compartilhou 28 espécies com,
pelo menos, um dos fragmentos do grupo e, em contrapartida, apresentou 6
72
espécies exclusivas, o que colaborou para a redução na sua similaridade com os
demais integrantes deste grupo.
O fragmento M112 também possui laços florísticos mais fracos com os
outros fragmentos, apresentando 70 espécies comuns com algum dos demais
fragmentos do grupo, podendo ser separado do grupo em um nível de corte perto
de 37,5%. Já os fragmentos J114 e S111 só serão separados com um corte
depois de 75% no nível de informação, tendo, entre esses 2 fragmentos, ocorrido
34 espécies comuns, com destaque para Trichilia pallida Sw., Nectandra
oppositifolia Nees, Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin e Croton celtidifolius
Baill, que ocorreram unicamente nestes fragmentos.
Outro subgrupo coeso foi formado pelos fragmentos J10, J108 e J109,
que requerem um rigor de mais de 62,5% no nível de informação para serem
dissociados. Entre esses 3 fragmentos, houve 36 espécies em comum,
destacando-se Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira, Licania kunthiana Hook.f.,
Cupania emarginata Cambess., Ilex theezans Mart. ex Reissek, Micropholis
venulosa (Mart. & Eichler) Pierre, Pseudopiptadenia warmingii (Benth.)
G.P.Lewis & M.P.Lima, Sapium glandulosum (L.) Morong, Ternstroemia
brasiliensis Cambess., Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi, Simarouba
amara AUBL. e Jacaranda cuspidifolia Mart. ex A.DC., que foram exclusivas
desses fragmentos. Este resultado mostra que o fragmento J108, apesar de estar
inserido dentro das Florestas Estacionais Semideciduais, sofre pressão do
Cerrado sensu stricto, dada a grande semelhança florística apresentada.
O grupo florístico 3 foi formado pelos fragmentos P119, M140, M134 e
J135. Desses, apenas o fragmento P119 não faz parte das Florestas Estacionais
Semideciduais, tendo como fitofisionomia predominante o Cerrado sensu
stricto. Nesse grupo ocorreram 60 espécies comuns na combinação de, pelo
menos, 2 fragmentos. As espécies que associaram os 4 fragmentos foram
Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. e Melanoxylon brauna Schott, das
73
quais a última teve maior impacto na ligação dos fragmentos, uma vez que sua
única ocorrência fora das Florestas Estacionais Semideciduais foi no fragmento
P119 (Tabela 2.6).
Os fragmentos P119 e M140 apresentaram o maior grau de similaridade
do grupo, com 10 espécies comuns, com destaque para Casearia
gossypiosperma Briq, que foi exclusiva desses fragmentos. Já o fragmento J135
proporcionou a menor similaridade, com 15 espécies comuns com, pelo menos,
um dos demais fragmentos. Por outro lado, 13 espécies foram exclusivas desse
fragmento.
A análise da similaridade do fragmento J135 exemplifica a característica
do coeficiente de Sorensen de valorizar as espécies comuns, pois, apesar do
elevado número de espécies de distribuição restrita ao fragmento mencionado,
houve a união do mesmo na formação do grupo florístico 3.
O grupo florístico 4 é composto apenas do fragmento J139,
demonstrando que esse fragmento de Floresta Estacional Semidecidual possui
composição florística distinta dos demais fragmentos. Entre as 239 espécies
exclusivas das Florestas Estacionais Semideciduais, o fragmento J139 contribuiu
com 24 espécies, o que representa um percentual de 16,90% do total de espécies
desse fragmento.
O grupo florístico 5 foi constituído de 8 fragmentos, dos quais 6 são de
Cerrado sensu stricto (J96, J13, J94, J11, J12 e J21) e 2 de Campo cerrado (J86
e P95). Entre estes fragmentos ocorreram 72 espécies comuns, considerando a
associação de pelo menos dois dos fragmentos. A associação dos fragmentos do
grupo 5 se deu em função de 12 espécies: Acosmium dasycarpum (Vogel)
Yakovlev, Byrsonima coccolobifolia Kunth, Caryocar brasiliense Cambess.,
Dalbergia miscolobium Benth., Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr.,
Eugenia dysenterica DC., Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne, Lafoensia
pacari A.St.-Hil., Machaerium opacum Vogel, Plathymenia reticulata Benth.,
74
Qualea grandiflora Mart. e Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov., que
foram de ampla distribuição em toda a área estudada (Tabela 2.5). A primeira
separação neste grupo poderá ocorrer empregando-se um corte no dendrograma
pouco depois dos 25%, separando subgrupos bastante homogêneos.
Os fragmentos J96, J86 e J13 demonstraram forte correlação, uma vez
que a dissociação desses fragmentos só poderá ocorrer perto de 87,5% no nível
de informação. A composição florística mostrou 40 espécies em comum entre
estes ambientes, sendo que 16 delas foram espécies de ligação entre os mesmos.
Os fragmentos P94, J11 e J12 também mostraram que possuem fortes
laços florísticos, uma vez que a separação deles só irá ocorrer aplicando-se um
nível de corte após 75% no nível de informação. Entre esses fragmentos
ocorreram 43 espécies em comum, tendo 22 sido compartilhadas pelos 3
fragmentos mencionados.
Os fragmentos P95 e J12 apresentaram 18 espécies em comum e os
mesmos só poderão ser desunidos com um corte no eixo x do dendrograma,
depois de 87,5%. Nesse grupo não ocorreu nenhuma espécie exclusiva,
evidenciando a prioridade das espécies comuns na formação dos grupos pelo
coeficiente de Sorensen.
O grupo florístico 6 foi formado pelos fragmentos J15 (Campo cerrado)
e J120 (Cerrado sensu stricto). Entre esses fragmentos ocorreram 26 espécies
comuns, das quais 15 são de ampla distribuição nas bacias (Tabela 2.6). Esse
grupo foi o mais coeso, pois a sua dissolução só ocorrerá com um corte perto de
100% no eixo x do dendrograma.
A distribuição geográfica dos grupos pode ser visualizada na Figura 2.4.
75
FIGURA 2.4 – Distribuição dos grupos de fragmentos de acordo com o
coeficiente de similaridade de Sorensen
De forma geral, os grupos estão distribuídos no sentido longitudinal do
mapa. Os fragmentos que compõem o grupo 5 se distribuem ao longo da face
oeste da área, com exceção dos fragmentos J13 e J21, que estão no eixo
longitudinal central, onde se situam fragmentos de fitofisionomias variadas. O
fragmento J139 formou um grupo singular situado no extremo sudoeste da área,
mostrando que, nessa região, as condições ambientais começam a sofrer uma
variação decisiva na caracterização florística dos fragmentos. Já os fragmentos
do grupo 2 se distribuem na face leste da área, com exceção dos fragmentos J10,
J14 e J114 que se localizam no eixo central. Já os fragmentos do grupo 3 estão
distribuídos no extremo leste da área, com exceção do fragmento P119. Os
fragmentos do grupo 1 estão distribuídos de forma longitudinal na região central
da área, em meio a fragmentos dos grupos 2, 5 e 6. Esse comportamento
76
demonstra que a região compreendida entre as longitudes 42°49'
09" (J15) e
42°07'
45" (J21) possui características geoclimáticas que favorecem a
distribuição de espécies de diversas formações vegetais. Este comportamento
caracteriza regiões de transição, nas quais a pressão que as fitofisionomias
exercem entre si influencia no padrão florístico dessas áreas.
3.2.2 Com base no coeficiente de Jaccard
Na Tabela 2.16 encontram-se os valores encontrados para o coeficiente
de Jaccard para todas as combinações de fragmentos e, na Figura 2.5, esses
resultados estão demonstrados por meio do dendrograma. A tendência do
agrupamento realizado a partir do coeficiente de Jaccard é a formação de um
número maior de grupos, pelo fato de esse coeficiente não atribuir maior
destaque às espécies similares entre os fragmentos, tornando a formação dos
grupos mais diversificada.
De acordo com o coeficiente de Jaccard, foram definidos 7 grupos
florísticos, dos quais 3 foram agrupados de forma idêntica ao ocorrido quando se
utilizou o coeficiente de Sorensen, ou seja, os fragmentos J110, J16 e J20
formaram o grupo 1; os fragmentos J96, J21, J13, P94, P95 e J86 formaram o
grupo 6 e os fragmentos J15 e J120 formaram o grupo 7. Esse resultado
demonstra que esses três grupos estão claramente definidos, proporcionando um
padrão florístico similar entre seus fragmentos. Todos os demais grupos
florísticos definidos pelo coeficiente de Jaccard podem ser visualizados na
Tabela 2.17.
77
TABELA 2.16: Valores obtidos pelo coeficiente de Jaccard a partir de uma matriz florística, totalizando 210
combinações entre os fragmentos estudados. Quanto mais próximo o valor estiver de 1, maior a similaridade florística.
77
J110
1
J114
0,0442
J96
0,0230 0,0440
S111
0,0103 0,1441 0,0513
J86
0,0484 0,0260 0,3235 0,0313
J13
0,0741 0,0486 0,3494 0,0431 0,3538
J20
0,1379 0,0673 0,0706 0,0417 0,0635 0,0988
J109
0,0074 0,1711 0,1181 0,0897 0,0538 0,1119 0,0455
J10
0,0178 0,1741 0,0824 0,0842 0,0298 0,0714 0,0482 0,2261
J14
0,0115 0,0879 0,0971 0,1091 0,0723 0,1212 0,0465 0,1189 0,0829
P94
0,0267 0,0418 0,2750 0,0472 0,3929 0,2500 0,0533 0,0719 0,0571 0,0632
P115
0,0405 0,0551 0,0303 0,0882 0,0263 0,2048 0,0395 0,0420 0,0632 0,0632 0,0227
J11
0,0297 0,0455 0,2900 0,0534 0,3125 0,2574 0,0600 0,0732 0,0707 0,0847 0,2581 0,0086
J12
0,0303 0,0458 0,2828 0,0709 0,2716 0,2755 0,0722 0,0807 0,0294 0,1150 0,2500 0,0088 0,3922
J108
0,0161 0,2248 0,0611 0,1434 0,0325 0,0739 0,0451 0,2745 0,2114 0,1169 0,0514 0,0598 0,0772 0,0940
P95
0,0345 0,0220 0,2687 0,0000 0,4878 0,2576 0,0333 0,0313 0,0370 0,0500 0,4600 0,0282 0,2346 0,2250 0,0247
J16
0,1667 0,0431 0,0215 0,0612 0,0143 0,0220 0,0588 0,0216 0,0114 0,0562 0,0122 0,0506 0,0092 0,0093 0,0444 0,0154
J21
0,0299 0,0433 0,2703 0,0619 0,3462 0,2432 0,0758 0,0444 0,0351 0,0690 0,3443 0,0123 0,2674 0,2442 0,0488 0,3830 0,0274
M112
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0,0236 0,1527 0,0403 0,1469 0,0155 0,0479 0,0560 0,0919 0,0769 0,0845 0,0070 0,0672 0,0429 0,0566 0,1434 0,0080 0,0382 0,0385
1
J15
0,0385 0,0848 0,3008 0,0903 0,2364 0,2640 0,0620 0,1311 0,1147 0,1439 0,2231 0,0350 0,2411 0,2446 0,1096 0,1802 0,0217 0,1864 0,0806
P119
0,0261 0,0781 0,1000 0,0201 0,0625 0,0444 0,0619 0,0497 0,0711 0,0677 0,0565 0,1197 0,0533 0,0400 0,0848 0,0270 0,0420 0,0513 0,0760 0,0618
J120
0,0395 0,0726 0,2381 0,0971 0,2308 0,1724 0,0800 0,0786 0,0686 0,0957 0,1948 0,0337 0,1900 0,1939 0,0635 0,2097 0,0241 0,2923 0,0507 0,2097 0,0391
J135
0,0833 0,0417 0,0198 0,0467 0,0128 0,0202 0,0526 0,0204 0,0220 0,0408 0,0111 0,0225 0,0172 0,0175 0,0389 0,0137 0,0769 0,0375 0,0827 0,0420 0,0560 0,0220
M140
0,0323 0,0826 0,0595 0,1011 0,0156 0,0235 0,0820 0,0709 0,0424 0,0602 0,0548 0,1000 0,0400 0,0515 0,0766 0,0345 0,0606 0,0615 0,1017 0,0465 0,0926 0,0972 0,0685
M134
0,0417 0,1148 0,0417 0,1167 0,0100 0,0165 0,0625 0,0552 0,0667 0,0783 0,0273 0,0463 0,0219 0,0222 0,0865 0,0105 0,0816 0,0294 0,0850 0,0491 0,0769 0,0360 0,0857 0,0753
J139
0,0296 0,2183 0,0757 0,1556 0,0417 0,0535 0,0476 0,1659 0,1325 0,1379 0,0447 0,0686 0,0754 0,0707 0,1941 0,0241 0,0465 0,0407 0,1429 0,1239 0,0806 0,0925 0,0682 0,1299 0,0769
J110
J114
J96
S111
J86
J13
J20
J109
J10
J14
P94
P115
J11
J12
J108
P95
J16
J21
M112
1
J15
1
P119
1
J120
1
J135
1
M140
1
M134
1
J139
Informação remanescente
(%)
78
FIGURA 2.5 – Dendrograma de similaridade florística, obtido por uma matriz de presença/ausência, das espécies
presentes nos 26 fragmentos, utilizando o método de medias ponderado por grupo (UPGMA) e o quociente de Jaccard.
TABELA 2.17 – Grupos de fragmentos formados com base no coeficiente de
Jaccard
Grupos
1
2
3
4
5
6
7
Fragmentos
Município
J110
Araçuaí
J16
Salinas
J20
Jenipapo de Minas
M134
Nanuque
J135
Jacinto
J114
Aricandu va
S111
Frei Gaspar
J109
Jequitin honha
J10
Leme do Prado
J108
Jequitin honha
J14
Min as Novas
M112
Teófilo Otoni
M140
Águas Formosas
J139
São Gonçalo do Rio Preto
P115
Ninheira
P119
Indaiabira
J96
Itacambira
J86
Fruta de Leite
J13
Itamarandiba
P94
Montezuma
J11
Olhos d'
água
J12
Olhos d'
água
P95
Rio Pardo de Minas
J21
Salinas
J15
Turmalina
J120
Coronel Murta
Fitofisionomia predominante
Floresta Estacional Decidual
Floresta Estacional Decidual
Floresta Estacional Decidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Campo cerrado
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Campo cerrado
Campo cerrado
Campo cerrado
Cerrado sensu stricto
O grupo florístico 2 foi composto pelos fragmentos M134 e J135, ambos
classificados como Floresta Estacional Semidecidual. De acordo com o
dendrograma, esses dois fragmentos são facilmente dissociáveis pouco depois
dos 25% no nível de informação. Esse resultado mostra que os dois fragmentos
possuem baixo grau de similaridade, tendo compartilhado 9 espécies num total
de 105 que ocorreram nesse grupo. As espécies Acosmium fallax (Taub.)
Yakovlev e Bauhinia forficata Link foram exclusivas desses fragmentos. Esse
comportamento foi semelhante ao encontrado quando se utilizou o coeficiente de
80
Sorensen para definição dos grupos em que a separação dos fragmentos M134 e
J135 se deu com um corte pouco depois dos 37,5% do eixo x do dendrograma. A
diferença no grau de similaridade, verificada entre os dois coeficientes, ocorreu
em função de o coeficiente de Sorensen fornecer maior peso às espécies em
comum, o que propiciou maior coesão entre esses fragmentos, além de tê-los
unido a outros dois fragmentos.
O grupo florístico 3 foi formado por fragmentos de Floresta Estacional
Semidecidual (J114, S111, J108 e M112) e Cerrado sensu stricto (J109, J10 e
J14). Nesse grupo a diferença em relação ao coeficiente de Sorensen ocorre
devido à exclusão do fragmento P115. Esse fragmento apresentou 27 espécies
em comum com, pelos menos, um dos fragmentos desse grupo. Entretanto, 15
espécies ocorreram unicamente no fragmento P115, o que determinou a sua
separação pelo coeficiente de Jaccard.
O grupo 4 foi constituído dos fragmentos M140 e J139, que fazem parte
das Florestas Estacionais Semideciduais. Eles podem ser separados ao nível de
50% e possuem 21 espécies em comum, destacando-se Ocotea odorifera (Vell.)
Rohwer e Eugenia handroana D.Legrand, que só ocorreram nestes locais.
O grupo 5 foi constituído pelos fragmentos P115 e P119, classificados
como
Floresta
Estacional
Semidecidual
e
Cerrado
sensu
stricto,
respectivamente. Eles tiveram 14 espécies em comum, destacando-se Myrcia
multiflora (Lam.) DC., que só ocorreu nessas localidades. Esses fragmentos
demonstraram baixa similaridade quando se observa o dendrograma, uma vez
que, se o corte for feito pouco depois dos 37,5% no nível de informação, os
mesmos podem ser dissociados. Comparando-se este resultado com o
encontrado quando se utilizou o coeficiente de Sorensen, verifica-se que o peso
das espécies em comum entre os dois fragmentos não foi suficiente para a
associação dos mesmos. Entretanto, nota-se que o fragmento P119 possui uma
81
composição de espécies similar às Florestas Estacionais Semideciduais, uma vez
que ele foi associado a esta fitofisionomia pelos dois coeficientes empregados.
A distribuição geográfica dos grupos pode ser analisada por meio da
Figura 2.6. O padrão de distribuição dos fragmentos em função da similaridade é
análogo ao encontrado quando se utilizou o coeficiente de Sorensen, com
exceção dos grupos 4 e 5, em que os fragmentos estão distribuídos numa direção
latitudinal. No grupo 4, os fragmentos J139 e M140 estão situados em direções
opostas, enquanto que, no grupo 5, os fragmentos P119 e P115 estão próximos
entre si. O eixo central longitudinal apresenta um mosaico de fitofisionomias,
corroborando a análise de Sorensen de que essa região caracteriza uma transição
entre diversas fitofisionomias.
FIGURA 2.6 – Distribuição dos grupos de fragmentos, de acordo com o
coeficiente de similaridade de Jaccard
82
3.3 Análises de diversidade e equabilidade
3.3.1 Todas as bacias
A amplitude do índice de diversidade de Shannon nas bacias foi de
2,236 (J16, Floresta Estacional Decidual) a 4,523 (J114, Floresta Estacional
Semidecidual) e a do índice de Simpson foi de 0,017 (J114) a 0,190 (M134,
Floresta Estacional Semidecidual). A variação do índice de equabilidade de
Pielou foi de 0,616 (J16) a 0,850 (J114). Esses valores podem ser observados na
Tabela 2.18.
TABELA 2.18 – Comportamento apresentado pelos índices de diversidade e
equabilidade, nos fragmentos pertencentes às bacias estudadas, com sua
respectiva intensidade amostral e área total.
Fragmento
Município
AF (ha)
A (ha)
N
n
H'
S
J'
J114
J108
J139
M112
J15
J10
J12
J109
J11
J96
J135
S111
P119
J13
J120
P94
J86
P115
J14
M134
M140
P95
J110
J20
J21
J16
Aricanduva
Jequitin honha
São Gon çalo do Rio Preto
Teófilo Oton i
Turmalina
Leme do Prado
Olhos d '
á gua
Jequitin honha
Olhos d '
á gua
Itacambira
Jacinto
Frei Gaspar
Indaiabira
Itamarandiba
Coronel Murta
Montezuma
Fruta de Leite
Nin heira
Min as Novas
Nanuque
Águas Formosas
Rio Pardo de Minas
Araçuaí
Jen ipapo de Min as
Salinas
Salinas
118,02
824,15
180,19
78,8 6
1557,41
4922,10
111,90
408,97
87,6 7
307,30
308,53
141,89
156,57
488,26
114,07
201,07
284,55
560,54
931,93
311,05
20,5 9
364,73
209,73
406,89
191,41
143,98
1,3
5,0
1,5
1,0
5,2
6,0
2,1
2,0
2,5
2,2
1,0
1,0
1,5
3,6
1,0
1,4
3,0
1,0
3,9
1,0
1,0
2,0
1,6
1,5
1,5
2,0
2308
9104
1979
1051
2591
1627 6
3403
2830
3709
1420
621
882
2251
3480
3657
1227
1385
1746
4078
1051
757
405
1264
1384
1404
3163
204
221
142
98
103
140
70
104
72
57
46
66
86
55
47
45
33
45
56
68
32
28
32
34
37
38
4,523
4,130
4,003
3,791
3,564
3,537
3,371
3,320
3,281
3,206
3,193
3,158
3,128
3,023
2,950
2,861
2,759
2,707
2,647
2,644
2,630
2,612
2,541
2,502
2,478
2,236
0,01 7
0,02 8
0,03 3
0,03 4
0,04 4
0,04 3
0,05 3
0,05 7
0,05 6
0,05 2
0,05 4
0,09 4
0,07 5
0,07 0
0,08 7
0,10 0
0,09 6
0,11 2
0,10 8
0,19 0
0,11 7
0,10 9
0,10 9
0,10 9
0,14 1
0,18 4
0,850
0,765
0,808
0,829
0,769
0,717
0,793
0,715
0,767
0,793
0,834
0,754
0,702
0,754
0,766
0,752
0,789
0,711
0,657
0,627
0,759
0,784
0,733
0,709
0,686
0,619
AF- área do fragmento (ha), A - área amostrada (ha), N – número de indivíduos,
n – número de espécies, H’- índice de Shannon, S - índice de Simpson e J’equabilidade de Pielou.
83
Os quatro maiores valores encontrados pelos índices de diversidade de
Shannon (H’) e Simpson (S) referem-se a fragmentos de Floresta Estacional
situados nas cidades de Aricanduva, Jequitinhonha, São Gonçalo do Rio Preto e
Teófilo Otoni. Em relação à distribuição dos indivíduos entre as espécies,
retratada pela equabilidade de Pielou, os valores encontrados foram: 0,850,
0,765, 0,808 e 0,829, para os fragmentos J114, J108, J139 e M112,
respectivamente. De modo geral, as Florestas Estacionais Semideciduais
apresentaram os maiores valores, obtendo-se médias, para os 10 fragmentos, de
3,373 (H’), 0,077 (S) e 0,770 (J’).
Segundo Dias (2005), altos valores dos índices de diversidade e
uniformidade indicam comunidades mais uniformes, em que a dominância de
um ou poucos grupos é mais atenuada. Os valores de diversidade encontrados
nos fragmentos P115, M134 e M140 não corresponderam aos resultados obtidos
por outros autores para as Florestas Estacionais Semideciduais (Lopes et al.,
2002; Machado et al., 2004; Silva et al., 2004; Imana-Encinas et al., 2007) nos
quais os índices de Shannon encontrados foram superiores a 3,5. Isso que indica
que estes fragmentos podem ter sofrido forte intervenção antrópica, alterando a
sua estrutura.
Em relação às formações florestais, as Estacionais Deciduais tiveram os
menores valores de diversidade, obtendo também baixos valores de equabilidade
se comparados com as demais fitofisionomias. As médias de valores
encontrados foram de 2,426 (H’), 0,134 (S) e 0,687 (J’). Esses resultados
permitem inferir que poucas comunidades predominam no padrão florístico
dessas populações, fato que pôde ser comprovado pela análise da composição
florística.
Em relação às formações de Cerrado sensu stricto, os valores médios
encontrados foram de 3,073 (H’), 0,077 (S) e 0,737 (J’). Estes valores mostram
84
que, entre os fragmentos dessa formação florestal, ocorreu um equilíbrio entre os
parâmetros empregados, já que foram próximos aos obtidos para as Florestas
Estacionais Semideciduais, mas, ao mesmo tempo, ocupando posições
intermediárias na Tabela 2.18.
Saporetti Junior et al. (2003) estudaram um fragmento de Cerrado sensu
stricto no município de Abaeté, MG e encontraram valores de 3,590 para
Shannon e 0,804 para Pielou. Estes resultados foram próximos aos encontrados
para o fragmento J10, que apresentou a maior diversidade nesta fitofisionomia.
A partir deste fragmento, a diversidade de Shannon começa a diminuir,
tornando-se mínima no fragmento J21.
Já os fragmentos de Campo cerrado obtiveram valores médios de 2,978,
0,083 e 0,791, para os índices de Shannon, Simpson e Pielou, respectivamente.
Os resultados encontrados para os parâmetros de diversidade só foram maiores
que os valores obtidos para as Florestas Estacionais Deciduais, entretanto, o
índice de equabilidade foi o maior entre todas as fitofisionomias mencionadas. O
fragmento J15 se destacou e situou-se em quinto lugar na Tabela 2,18, elevando
o valor da média da diversidade. Contudo, em relação à equabilidade, os
fragmentos desta fitofisionomia apresentaram valores acima de 0,76,
demonstrando maior equilíbrio entre o número de espécies e indivíduos, o que
reduz a dominância ecológica entre as populações. Esse fato pode significar um
maior grau de conservação desses remanescentes em comparação com os demais
envolvidos neste estudo.
3.3.2 Grupo florístico 1
Os índices de diversidade de Shannon para os fragmentos variaram de
2,236 (J16) a 2,541 (J110). De acordo com o índice de Simpson, os fragmentos
J110 e J20 tiveram a maior diversidade, com 0,109. O fragmento com a menor
85
diversidade foi J16, com 0,184. A equabilidade de Pielou apresentou os
seguintes valores: 0,619 (J16); 0,709 (J20) e 0,733 (J110). Os valores
encontrados foram os menores encontrados para toda a área estudada,
demonstrando que as Florestas Estacionais Deciduais possuem índices de
diversidade menores em relação às demais fitofisionomias analisadas.
O fragmento J16 do município de Salinas apresentou o menor índice de
Equabilidade, indicando uma desproporção entre as espécies quanto ao número
de indivíduos. Isso sugere que existe uma predominância de algumas espécies, o
que propicia um desequilíbrio nessa vegetação.
As espécies com um grande número de indivíduos e que provocaram um
baixo valor deste parâmetro no fragmento J16 foram: Combretum leprosum
Mart. (1166) e Myracrodruon urundeuva Allemão (588), que representaram
55,46% do número de indivíduos. Essas espécies promoveram a redução da
diversidade e o aumento do número de espécies raras, o que pode ser
exemplificado por 7 espécies que tiveram apenas um representante.
Algumas pesquisas permitiram comprovar que os fragmentos estudados
apresentaram baixa diversidade florística. Por exemplo, Gomide (2004) estudou
a diversidade e a equabilidade de fragmentos de Florestas Estacionais Deciduais
situados na bacia do rio São Francisco e encontrou valores que variaram de
2,995 a 3,064, para o índice de Shannon; de 0,086 a 0,057, para o índice de
Simpson e de 0,762 a 0,855, para a equabilidade de Pielou. Santos et al. (2007)
estudaram a florística e a estrutura de um remanescente de Floresta Estacional
Decidual localizado no Parque Municipal da Sapucaia, no município de Montes
Claros e encontraram valores de 3,3 para a diversidade de Shannon e de 0,8 para
a equabilidade de Pielou.
86
3.3.3 Grupo Florístico 2
Em relação ao grupo florístico 2, os índices de Shannon variaram de
2,647 (J14) a 4,523 (J114) e de Simpson de 0,112 (P115) a 0,017 (J114). Já a
equabilidade de Pielou apresentou valores no intervalo de 0,657 (J14) até 0,850
(J114). Esses resultados mostram a ocorrência de grande disparidade de
comportamento dentro desse grupo, demonstrando que a estrutura das
populações é variável entre os fragmentos. O fragmento de maior diversidade e
equabilidade foi o J114, em que ocorreram 2.308 indivíduos, distribuídos em
204 espécies. Em contrapartida, no fragmento J14, foram amostrados 4.078
indivíduos que estão distribuídos em 56 espécies. As espécies Rourea induta
Planch. (979), Ormosia arborea (Vell.) Harms (402), Jacaranda macrantha
Cham. (390) e Machaerium brasiliense Vogel (333) representam 51,6% do total
de indivíduos.
3.3.4 Grupo florístico 3
Nesse grupo, os valores de Shannon variaram de 2,630 (M140) a 3,193
(J135) e os de Simpson de 0,190 (M134) a 0,0054 (M135). De acordo com
esses índices, o fragmento J135 possui a maior diversidade do grupo. Em relação
ao índice de equabilidade, o fragmento J135 também se destacou, com valor de
0,834. Nesse fragmento, foram amostrados 621 indivíduos em 46 espécies, o que
propiciou uma elevada equabilidade.
Em contrapartida, o fragmento M134 alcançou os menores valores de
equabilidade (0,627) e diversidade de Simpson (0,190). Os resultados obtidos
para esse fragmento foram próximos aos das Florestas Estacionais Deciduais,
indicando que o comportamento das espécies mostra dominância ecológica nas
populações do fragmento. A espécie Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.,
com 422 indivíduos, predominou nesse fragmento, representando 40,16% de um
total de 1.051 indivíduos. Já o fragmento M140 apresentou a menor diversidade
87
de acordo com Shannon (2,630), tendo nesse fragmento ocorrido o menor
número de espécie do grupo (32).
3.3.5 Grupo florístico 4
O fragmento J139 apresentou valores elevados de diversidade e
equabilidade, comparando-se com os demais fragmentos estudados. Os índices
de Shannon (4,003) e Simpson (0,033) foram os terceiros maiores, de acordo
com os dados da Tabela 2.18. Já o índice de equabilidade foi o quarto maior,
com 0,808. Nesse fragmento ocorreram 1.979 indivíduos, distribuídos em 142
espécies.
Reis et al. (2007) estudaram a diversidade de quatro fragmentos de
Floresta Estacional Semidecidual situados na Zona da Mata mineira e
encontraram, para o índice de Shannon, valores que variaram de 3,91 a 4,7.
Considerando esses valores, pode-se inferir que o fragmento J139 apresentou
uma diversidade compatível com o ambiente de índice de umidade tipo úmido.
3.3.6 Grupo florístico 5
Neste grupo florístico, os valores de diversidade de Shannon variaram
de 2,478 (J21) a 3,371(J12) e os de Simpson, de 0,141 (J21) a 0,052 (J96). O
índice de equabilidade de Pielou situou-se na faixa de 0,686 (J21) a 0,793 (J96).
De acordo com esses resultados, o fragmento J21 apresentou a menor
diversidade e equabilidade do grupo. Nesse fragmento ocorreram 37 espécies,
tendo Dalbergia miscolobium Benth., Plathymenia reticulata Benth. e
Bowdichia virgilioides Kunth somado 756 indivíduos, o que representa 53,85%
do total.
Por outro lado, os fragmentos J12 e J96 tiveram os maiores valores de
diversidade e ambos apresentaram o mesmo valor de equabilidade (0,793). De
acordo com o índice de Shannon, o fragmento com maior diversidade foi o J12,
88
onde ocorreram 70 espécies. Já em relação ao índice de Simpson, o fragmento
J96 possui a maior diversidade do grupo, com 57 espécies.
3.3.6 Grupo Florístico 6
Nos fragmentos J120 e J15, os valores do índice de Shannon foram de
2,950 e 3,564, respectivamente e os de Simpson, de 0,087 em J120 e de 0,044
em J15. Já em relação à equabilidade, os valores variaram de 0,799 (J120) a
0,769 (J15). A amplitude alcançada para os índices de diversidade foi elevada,
enquanto que, para a equabilidade, essa variação foi de apenas 0,0003. No
fragmento J120 ocorreram 3.657 indivíduos em 47 espécies, tendo Machaerium
dimorphandrum Hoehne apresentado 1.587 indivíduos, o que representou
43,40% do total desse fragmento. Esses resultados contribuíram para a baixa
equabilidade encontrada. Já o fragmento J15 apresentou 103 espécies
representadas por 2.591 indivíduos.
3.3.7 Gradiente de diversidade nos grupos
Pela análise dos índices de diversidade quantificados, percebe-se uma
variação das informações no sentido de estabelecer o comportamento de um
gradiente de diversidade entre os grupos florísticos, principalmente quando se
confrontam os índices de diversidade de Shannon e Simpson.
No caso dos grupos florísticos 1 e 6, o gradiente foi o mesmo,
considerando-se os índices de Shannon e Simpson. Esse gradiente foi: J16, J20 e
J110, para o grupo 1, e J120 e J15, para o grupo 6 (Tabela 2.18). Por outro lado,
nos grupos 2, 3 e 5, os gradientes não são os mesmos em relação à classificação
feita pelos índices empregados. Isso justificou a utilização do teste de
Hutcheson, pois ajudou a comparar os valores do índice de Shannon entre
fragmentos, quando esses não demonstravam a mesma seqüência de gradiente
proposta pelo índice de Simpson.
89
Os resultados das comparações entre os valores do índice de Shannon,
para todas as 325 combinações existentes entre os 26 fragmentos inventariados,
se combinados 2 a 2, podem ser vistos na Tabela 2.20.
Para os grupos 2 e 3 e para os fragmentos P94 e J86 do grupo 5, as
diferenças na classificação dos fragmentos não se comprovaram pelo teste de
Hutcheson, o que significa que a proposição do gradiente independe do índice
escolhido. Por outro lado, para os fragmentos J96, J11 e J12 do grupo 5, a
distorção encontrada entre os índices de Simpson e Shannon foi confirmada pelo
teste, uma vez que os três fragmentos foram estatisticamente diferentes entre si.
Segundo o índice de Shannon, o fragmento J96 ocupa o terceiro lugar no
ranking. Já em relação ao índice de Simpson, esse fragmento situa-se em
primeiro lugar no gradiente do grupo 3. Em relação ao índice de Shannon, o
fragmento com maior diversidade é o J12. Avaliando-se a riqueza de espécies,
constata-se que o fragmento J12 apresentou 70 espécies, enquanto que no J96
ocorreram 57.
90
TABELA 2.19 – Comparação dos índices de diversidade, para compor um
gradiente decrescente de diversidade dentro de cada grupo de fragmentos
formado com base no coeficiente de Sorensen
Grupo
1
2
3
4
5
6
Ranking
1
2
3
1
2
3
4
5
6
7
8
1
2
3
4
1
1
2
3
4
5
6
7
8
1
2
Índice de Shannon
J110
J20
J16
J114
J108
M112
J10
J109
S111
P115 ns
J14 ns
J135
P119
M134 ns
M140 ns
J139
J12 *
J11 *
J96 *
J13
P94 ns
J86 ns
P95
J21
J15
J120
Índice de Simpson
J110
J20
J16
J114
J108
M112
J10
J109
S111
J14
P115
J135
P119
M140
M134
J139
J96
J12
J11
J13
J86
P94
P95
J21
J15
J120
GF- grupo fisionômico; ranking - ordenação decrescente dos valores obtidos de
cada índice; ns - indicam igualdade de diversidade no índice de Shannon, pelo
teste de Hutcheson ( = 0,05%) e * indica desigualdade.
Para Begon et al. (1996), o índice de Shannon é o que atribui maior peso
a espécies raras, prevalecendo o componente de riqueza de espécies. O declínio
de seus valores é o resultado de uma maior dominância de alguns grupos em
detrimento de outro.
91
Machado et al. (2005) afirmam que o índice de Shannon tem sido o mais
utilizado como medida de diversidade em levantamentos ecológicos. Sendo
assim, a diversidade de Shannon prevaleceu na classificação final do gradiente
entre os grupos. Dessa forma, no grupo 5, o fragmento J12 foi considerado o de
maior diversidade, seguido de J11 e J96.
A direção seguida pelo gradiente dentro da área não demonstrou um
padrão definido, podendo-se inferir que não existe relação entre a diversidade e
a distribuição espacial dos fragmentos na área. A variação da diversidade na área
sugere que a riqueza de espécies, aparentemente, não está condicionada aos
fatores ambientais atuantes nos ambientes em que os grupos estão inseridos.
Um fator que deve ser levado em conta é o grau de intervenção
antrópica a que os fragmentos foram submetidos. Segundo Carvalho &
Marques-Alves (2008), distúrbios freqüentes são representativos e alteram a
vegetação, a distribuição de espécies, a abundância e o estádio sucessional.
Segundo Bourgeron (1983), o conceito de estrutura se relaciona com o
de diversidade, principalmente quando se procura uma explicação para o grande
número de espécies existentes nas florestas tropicais naturais. Dessa forma,
mudanças na estrutura da floresta podem ter reduzido o número de espécies em
alguns locais, descaracterizando o fluxo da diversidade dentro da área.
Uma análise dos parâmetros fitossociológicos e das estruturas horizontal
e vertical dos fragmentos poderia elucidar a respeito do grau de perturbação em
que os fragmentos se encontram, bem como o estádio sucessional dos mesmos.
Outra possibilidade seria a própria diferença natural de diversidade de
espécies entre as fitofisionomias. Segundo Gentry (1995), as Florestas Estacionais
Deciduais são menos diversas, apresentando, algumas vezes, menos da metade das
espécies arbóreas encontradas em outras florestas tropicais. O declínio em
diversidade com o aumento da interiorização e do caráter decíduo das florestas no
domínio Atlântico é fato bem conhecido (Oliveira Filho & Fontes, 2000).
92
TABELA 2.20 – Matriz contendo todas as combinações possíveis, indicando sua significância de resultado ao aplicar-se
o teste estatístico de Hutcheson, a 5% de probabilidade, para testar possíveis diferenças entre os índice de diversidade de
Shannon de cada fragmento. ns - indica a não significativo e * significativo.
92
J114
J108
J139
M112
J15
J10
J12
J109
J11
J96
J135
S111
P119
J13
J120
P94
J86
P115
J14
M134
M140
P95
J110
J20
J21
J16
*
*
*
*
*
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*
*
*
*
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*
*
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J114
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J108
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J139 M112
ns
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J15
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J10
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J12
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J109
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ns
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J11
ns
ns
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J96
ns
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J135
ns
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*
S111 P119
ns
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J13
ns
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J120
ns
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*
*
*
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*
*
P94
ns
*
ns
*
*
*
*
*
*
J86
ns
ns
ns
ns
*
*
*
*
P115
ns
ns
ns
*
*
*
*
J14
ns
ns
ns
ns
ns
*
*
*
*
*
*
M134 M140
ns
ns
ns
*
P95
ns
ns
*
J110
ns
*
J20
*
J21
J16
5 CONCLUSÕES
A composição florística das bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri,
Pardo e São Mateus é constituída de 79 famílias, 282 gêneros e 722
espécies.
Com base no coeficiente de Sorensen, foram formados 6 grupos
florísticos de acordo com o coeficiente de similaridade de Sorensen:
Grupo 1: J16, J110 e J20; Grupo 2: J114, S111, J109, J10, J108, J14,
J112 e P115; Grupo 3: P119, M140, M134 e J135, Grupo 4: J139;
Grupo 5: J96, J86, J13, P94, J11, J12, P95 e J21; Grupo 6: J120 e J15.
A diversidade avaliada pelos índices de Shannon e Simpson foi máxima
no fragmento J114. O fragmento com menor diversidade foi o J16, pelo
índice de Shannon e M134, pelo índice de Simpson.
A equabilidade, avaliada pelo índice de Pielou, foi máxima no
fragmento J114 e mínima no fragmento J16.
A sequência da diversidade dentro dos grupos florísticos, determinada
por meio do índice de Shannon, não apresentou nenhum relação com as
posições geográficas dos fragmentos e nem com características dos
ambientes em que os mesmos estão inseridos.
94
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98
CAPÍTULO 3
Fitogeografia de fragmentos florestais para o nordeste de Minas Gerais
RESUMO
CORSINI, Christianne Riquetti. Fitogeografia de fragmentos florestais para o
nordeste de Minas Gerais. In: __________ Fitogeografia de fragmentos
florestais para o nordeste de Minas Gerais 2008. Cap. 3, p 98-169.
Dissertação (Mestrado Ciências Florestais) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras, MG.1
Com a realização deste estudo, objetivou-se: aplicar análise multivariada para
ordenar e agrupar 26 fragmentos amostrados em quatro bacias hidrográficas do
nordeste de Minas Gerais, com base no índice de valor de cobertura das espécies
nelas contidas; selecionar as espécies mais adequadas a serem usadas em
programas de revegetação nas bacias estudadas; aplicar análise multivariada
para correlacionar variáveis geoclimáticas com a composição florística dos
grupos de fragmentos formados; promover a construção de árvores de decisão
para extrapolar os dados para áreas não amostradas na região e confeccionar um
mapa caracterizando a área de influência de cada grupo de espécies associado a
variáveis geoclimáticas. Utilizou-se amostragem sistemática com unidades
amostrais de 1.000m² cada, em que a área amostral variou de 1 a 6 ha, conforme
a área do fragmento. Foram mensuradas a CAP e a altura total e coletado
material botânico de todos os indivíduos com CAP maior ou igual a 15,7cm. A
DCA promoveu a discriminação de 2 grupos distintos quanto à estrutura das
espécies, expressa pelo índice de valor de cobertura e a TWINSPAN promoveu
a formação de 10 grupos de fragmentos, a partir dos níveis de corte empregados.
A partir da análise dos gráficos de IVC das espécies contidas em cada grupo
formado, foram selecionadas 116 espécies com potencial para serem utilizadas na
revegetação das áreas estudadas. A CCA correlacionou a distribuição dos grupos e
das espécies com as variáveis altitude, longitude e temperatura. A árvore de
decisão proporcionou a elaboração de um mapa fitogeográfico que delimita áreas
de influência de espécies selecionadas para programas de revegetação nas bacias
estudadas, que proporciona subsídios para programas de recomposição de áreas
desmatadas ou degradadas da região nordeste de Minas Gerais.
Palavras-chave: análise multivariada, fitogeografia, geoprocessamento
1
Comitê orientador: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Orientador); José
Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-Orientador).
99
ABSTRACT
CORSINI, Christianne Riquetti. Phytogeography of forest patches for
Northeastern Minas Gerais. In ______ Phytogeography of forest patches for
Northeastern Minas Gerais 2008. Chap 3, p 98-169. Dissertation (Master in
Food Sciences) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.∗
In this study, it was intended: to apply multivariate analysis to rank and group 26
patches sampled in four hydrographic basins of Northeastern Minas Gerais, on
the basis of the value of covering index of the species in them contained, to
select the most adequate species to be used in revegetation programs in the
Basins studied; to apply multivariate analysis to correlate geo-climatic variables
with the floristic composition of the groups of patches formed ; to promote the
construction of decision trees to extrapolate the data to areas of influence of each
group of unsampled areas in the region; to make a map characterizing the area of
influence of each group of species associated to geoclimatic variables.
Systematic sampling with sample units of 1,000m² each was utilized, where the
sample area ranged from 1 to 6 ha, according to the patch area. Both CAP and
total height were measured and botanic material of all the individuals with CAP
greater or equal to 15.7cm collected. DCA promoted the distinguishing of 2
distinct groups as to the structure of the species expressed by the value of
covering index, and TWINSPAN promoted the formation of 10 groups of
patches, from the cutting levels employed on. From the analysis of the plots of
IVC of the species contained in each formed group, 116 species were selected as
potentials to be used in revegetation of the areas studied. CCA correlated the
distribution of the groups and species with the variables altitude, longitude and
temperature. The decision tree provided the making of a phytogeographic map
which delimits areas of influence of species selected for revegetation programs
in the studied Basins, which provides subsides to recomposition programs of
deforested or degraded areas of the northeastern region of Minas Gerais.
Key words: Multivariate analysis, phytogeography, geoprocessing.
______________________________
∗
Adviser Committee: Antônio Donizette de Oliveira - UFLA (Adviser); José
Roberto Soares Scolforo - UFLA (Co-adviser).
100
1 INTRODUÇÃO
Dentre as análises estatísticas multivariadas, as técnicas de análises de
agrupamento e discriminante são as de maior viabilidade para a classificação de
sítios homogêneos em florestas naturais ineqüiâneas (Hosokawa et al., 1990).
Dentre essas técnicas, a análise de correspondência retificada (DCA) e a análise
divisiva de espécies (TWINSPAN) permitem classificar os grupos amostrais, de
acordo com as espécies freqüentes nas áreas amostradas.
O princípio básido da análise de correspondência canônica (CCA) é
desenvolver uma combinação linear de cada conjunto de variáveis, para
maximizar a correlação entre ambas, envolvendo a obtenção de um conjunto
de pesos para as variáveis dependentes e independentes que provêem a
correlação máxima simples entre o conjunto de variáveis dependentes e
independentes (Hair et al., 1998). Esta análise multivariada é, atualmente, a
mais indicada, quando o objetivo é obter uma relação mais estreita das variáveis
ambientais com a abundância de espécies (Kent & Coker, 1992; Digby &
Kempton, 1996).
Segundo Gomide (2004), a idéia central de um modelo fitogeográfico
está relacionada à determinação da área de influência de cada fisionomia
recorrente e, dessa forma, possibilitar a generalização dos estudos em
fragmentos florestais nativos para outras áreas com as mesmas características
ambientais.
Com a elaboração do modelo fitogeográfico, os programas de gestão
ambiental terão subsídios para atuar em programas de recuperação e
recomposição de vegetação nativa, tendo maiores chances de sucesso.
O objetivo principal deste estudo foi analisar, por meio de estatísticas
multivariadas, as relações de distribuição das espécies de 26 fragmentos
101
florestais, de acordo com o grupo de fragmentos em que estão inseridos, frente
às variáveis geoclimáticas. Especificamente pretendeu-se:
aplicar análise multivariada na ordenação dos 26 fragmentos estudados
em relação à estrutura das espécies, com base no índice de valor de
cobertura;
aplicar análise multivariada para agrupar os fragmentos analisados
quanto à composição de espécies;
definir um grupo de espécies com alto potencial de adaptação aos
ambientes das bacias para programas de revegetação;
aplicar análise multivariada para investigar a correlação entre as
variáveis geoclimáticas e os agrupamentos de fragmentos;
aplicar ferramentas de geoprocessamento para gerar um mapa
fitogeográfico para as bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e
São Mateus.
102
2 MATERIAL E MÉTODO
2.1 Base de dados
Foram estudados 26 fragmentos florstais nativos, situados na região
nordeste de Minas Gerais. Os dados florísticos utilizados foram o DAP e a lista
de espécies identificadas em cada fragmento, obtidos do Projeto Mapeamento e
Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais (Scolforo &
Carvalho, 2006). Esses dados foram tratados a fim de produzir uma matriz
vegetacional a ser utilizada nas análises multivariadas.
Esse processamento prévio dos dados incluiu a formação de duas matrizes
a partir das quais foi elaborada uma matriz de índice de valor de cobertura
(IVC), parâmetro escolhido para representar a estrutura horizontal dos
fragmentos. Em seguida, realizou-se um procedimento de ponderação e
relativização dos dados e posterior logaritimização da matriz de IVC.
De acordo com Gomide (2004), esta compatibilização e posterior
transformação na escala logarítmica, juntamente com o ranking de valor de
cobertura, permitiram estabelecer pesos para as espécies inventariadas,
caracterizando o seu papel ecológico por meio dos valores de índice de
cobertura. Ainda, segundo o mesmo autor, a utilização do índice de valor de
cobertura (IVC) retira a influência da freqüência relativa, que só exerce pressão
nas espécies com distribuição agregada, o que levou a escolhê-lo em detrimento
do IVI.
Os dados da Tabela 3.1 expressam a área e o número de parcelas
lançadas em cada fragmento, evidenciando a diferença do esforço amostral
empregado nos mesmos, bem como a fitofisionomia predominante.
103
TABELA 3.1 – Informações a respeito da amostragem empregada nos
fragmentos e a classificação fitofisionômica de cada um.
Bacia
Hidrográfica
Município
Leme do Prado
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Olhos d'água
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Araçuaí
Jequitinhonha
Aricanduva
Olhos
d'água
Jequitinhonha
Coronel Mur ta
Jequitinhonha
Itamar andiba
Jequitinhonha
Jacinto
Jequitinhonha
Jequitinhonha São Gonçalo do Rio Preto
Minas Novas
Jequitinhonha
Turmalina
Jequitinhonha
Salinas
Jequitinhonha
Jenipapo de Minas
Jequitinhonha
Salinas
Jequitinhonha
Fruta de Leite
Jequitinhonha
Jequitinhonha
Itacambira
Mucuri
Teófilo Otoni
Nanuque
Mucuri
Águas Formosas
Mucuri
Ninheira
Pardo
Indaiabira
Pardo
Montezuma
Pardo
Rio Pardo de Minas
Pardo
Frei Gaspar
São Mateus
Fragmento
Fitofisionomia
J10
J108
J109
J11
J110
J114
J12
J120
J13
J135
J139
J14
J15
J16
J20
J21
J86
J96
M112
M134
M140
P115
P119
P94
P95
S111
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Flor esta Estacional Decidual
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Campo cerr ado
Flor esta Estacional Decidual
Flor esta Estacional Decidual
Cerrado sensu stricto
Campo cerr ado
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto
Campo cerr ado
Floresta Estacional Semidecidual
Área do
fragmento (ha)
Número de
parcelas
4922,10
824,15
408,97
87,67
209,73
118,02
111,90
114,07
488,26
308,53
180,19
931,93
60
50
20
25
16
13
21
10
36
10
15
39
52
20
15
15
30
22
10
10
10
10
15
14
20
10
1557,41
143,98
406,89
191,41
284,55
307,30
78,86
311,05
20,59
560,54
156,57
201,07
364,73
141,89
Área amostral Área amostral
(ha)
(%)
6,0
5,0
2,0
2,5
1,6
1,3
2,1
1,0
3,6
1,0
1,5
3,9
5,2
2,0
1,5
1,5
3,0
2,2
1,0
1,0
1,0
1,0
1,5
1,4
2,0
1,0
0,12
0,61
0,49
2,85
0,76
1,10
1,88
0,88
0,74
0,32
0,83
0,42
0,33
1,39
0,37
0,78
1,05
0,72
1,27
0,32
4,86
0,18
0,96
0,70
0,55
0,70
2.1.1 Construção das matrizes
Matriz de densidade (D)
A matriz de densidade (D) representa o somatório do número de
indivíduos, por espécie presente em cada fragmento inventariado. Ela é a base
para a padronização das diferentes intensidades amostrais e seguiu o modelo:
FA
FB
FZ
E1
D = E2
N1A
N 2A
N1B
N 2B
N1Z
N 2Z
En
N nA
N nB
N nZ
em que:
104
D - matriz de densidade;
E - espécie presente no inventário, variando de 1 a n;
F - fragmento amostrado, variando de A a Z;
NnZ - número de indivíduos da espécie n, presente no fragmento Z.
Matriz de dominância (G)
Constitui a matriz referente ao somatório da área seccional de cada
indivíduo pertencente a uma espécie, por fragmento. A soma das áreas
seccionais resulta na área basal (G). O modelo da matriz utilizada foi:
E1
FA
G 1A
FB
G 1B
FZ
G 1Z
G = E2
G 2A
G 2A
G 2Z
En
G nA
G nA
G nZ
em que:
G - matriz de área basal;
E, F - definidos anteriormente;
Gnz - área basal da espécie n, pertencente ao fragmento z.
Tratamento dos dados de densidade e dominância
Devido às diferenças de intensidade amostral aplicada aos fragmentos,
foi empregada uma metodologia desenvolvida por Gomide (2004), em que se
aplicam uma relativização e uma compatibilização dos valores de densidade e de
dominância que, posteriormente, darão lugar à matriz de IVC. Este préprocessamento dos dados seguiu os seguintes passos:
105
relativização: transformação dos valores de densidade (Dij) e
dominância (Doij) das espécies em valores relativos ao número
total de espécies em cada fragmento:
Drij =
nij
gij
e Dorij =
Nj
Gj
em que:
Drij - densidade da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento;
nij - número total de indivíduos da i-ésima espécie no j-ésimo
fragmento ;
Nj - número total de indivíduos do j-ésimo fragmento;
Dorij - dominância da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento;
gij - área basal da i-ésima espécie no j-ésimo fragmento;
Gj - área basal total das espécies do j-ésimo fragmento;
ponderação:
transformação
dominância (Doreij),
para
da
densidade
cada fragmento,
(Dreij)
e
da
em valores
ponderados, em função do valor total desses parâmetros,
considerando todas as espécies e fragmentos:
Dre ij =
Drij
26
j=1
nij
Nj
e Dore ij =
Dorij
26
gij
j=1 Gj
em que:
Dreij - densidade relativizada da i-ésima espécie no j-ésimo
fragmento;
106
Doreij - dominância relativizada da i-ésima espécie no j-ésimo
fragmento;
Drij; nij; Nj; Dorij; gij e Gj definidos anteriormente.
Construção e logaritimização da matriz de IVC
Matriz de IVC: o valor de índice de valor de cobertura, ou
IVC, para cada fragmento é determinado pelo somatório dos
valores
de
densidade
e
DE
dominância
previamente
manipulados:
IVCre ij = Dre ij + Dore ij
em que:
IVCreij – índice de valor de cobertura relativizado e ponderado;
Dreij e Doreij – definidos anteriormente.
Transformado em escala logarítmica L(IVCj):
L( IVCij) = Log.(IVCi+1)
em que:
IVCi - índice de valor de cobertura da i-ésima espécie;
L(IVCi) – índice de valor de cobertura da i-ésima
transformado em escala logarítmica;
Log - logaritmo na base 10.
107
espécie,
2.1.2 Seleção das espécies
Considerando o L(IVCi) resultante dos 26 fragmentos analisados,
construiu-se graficamente um ranking relacionado ao índice de valor de
cobertura, com o propósito de delimitar visualmente as espécies que realmente
determinam o padrão fitofisionômico da área. De acordo com Causton (1988),
os indivíduos menos abundantes contribuem muito pouco ou nada para a
ordenação e só aumentam o volume de cálculos. As espécies selecionadas foram
utilizadas em todas as análises multivariadas que foram empregadas.
Já para a seleção das espécies potenciais para programas de revegetação,
o mesmo critério foi utilizado, mas a partir de cortes nos gráficos de IVC por
grupo de fragmentos, a serem definidos pela análise multivariada TWINSPAN.
2.1.3 Construção da matriz de variáveis geoclimáticas
Os dados geoclimáticos de cada fragmento foram obtidos mediante suas
coordenadas locais de Latitude e Longitude, medidas no campo em escala UTM
(unidade transversa de mecartor), utilizando-se um GPS, no momento do
lançamento das parcelas no campo.
Estas coordenadas permitiram a localização dos fragmentos nos mapas
temáticos disponibilizados pelo Zoneamento Ecológico Econômico de Minas
Gerais (ZEE) (Carvalho & Scolforo, 2007). Estes mapas forneceram os
respectivos valores de precipitação, temperatura, regime hídrico e teor de
matéria orgânica, expressos na Tabela 3.2. Já o declive, a elevação e a distância
do fragmento ao rio foram obtidos de um modelo digital de terreno de mapas do
ZEE.
108
TABELA 3.2 – Dados ambientais e geográficos obtidos para os fragmentos amostrados, nas bacias dos rios
Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus (MG).
108
Fragmentos
Longitude
(dec)
Latitude
(dec)
J10
J108
J109
J11
J110
J114
J12
J120
J13
J135
J139
J14
J15
J16
J20
J21
J86
J96
M112
M134
M140
P115
P119
P94
P95
S111
42,7647
41,0647
41,2248
43,7962
42,1101
42,5282
43,7740
42,2832
42,7679
40,3659
43,3971
42,3696
42,8190
42,2641
42,2122
42,1179
42,6308
43,2653
41,4463
40,4386
40,8351
41,5802
42,1644
42,3512
42,4968
41,4985
17,1491
16,1280
16,6396
17,3470
16,9108
17,8776
17,2987
16,6041
17,7379
16,1387
17,9930
17,3238
17,4014
16,2365
17,1226
16,1423
15,9888
16,9165
17,7486
17,7412
17,0211
15,4020
15,4799
15,1029
15,5969
18,0751
Declividade
Altitude Temperatura * Precipitação*
Evapotranspiração*
(mmm)
(°)
média (m)
(°C)
898
876
857
876
354
873
855
777
944
214
825
1003
823
467
615
845
890
915
571
220
338
851
887
985
963
538
21,6
22,3
22,2
20,9
24,4
20,7
20,9
23,8
20,4
25,6
20,2
21,8
21,7
23,8
23,4
22,7
21,8
20,5
23,1
25,5
24,7
22,1
21,8
21,9
22,3
23,2
1054
891
932
1187
876
1101
1187
921
1089
839
1236
1035
1077
906
960
913
950
1081
1042
946
905
860
1477
867
907
1051
* = valores médios anuais; ** = 2: Arídico; 3: Údico; 4: Ústico.
1165
1200
1165
1208
1170
1028
1214
1228
1034
1169
1077
1114
1116
1276
1142
1279
1331
1242
1029
1080
1115
1322
1358
1420
1369
1028
2,29
5,21
1,27
0,57
2,39
9,83
1,83
4,44
1,57
4,27
6,06
1,35
2,97
4,37
8,08
1,25
6,13
4,4
16,28
5,43
5,48
2,16
0,56
4,71
3,49
14,74
Distância de Regime
Matéria
Rio (m)
hídrico** orgânica***
8.100
31.320
14.310
38.340
2.430
49.410
34.830
3.780
29.970
1.620
2.970
39.960
6.750
45.900
29.160
49.950
41.580
38.610
15.120
7.560
54.000
14.580
7.290
17.280
3.510
46.440
4
3
3
4
4
3
4
4
4
4
4
3
4
2
4
4
4
4
4
3
3
2
4
4
4
4
2
3
2
2
2
3
2
2
2
2
2
2
2
3
2
3
2
2
4
2
2
2
2
2
2
4
2.3 Análises multivariadas
Para compreender o comportamento da vegetação ao longo das bacias
estudadas, interpretar a correlação entre a distribuição espacial das espécies e as
variáveis
ambientais
a
que
estão submetidas,
foram utilizados
três
procedimentos de análise da vegetação, com o auxílio do software PC-ORD
versão 4.14 (Mccune & Mefford, 1999).
2.3.1 Análise de correspondência retificada (DCA)
Para avaliação da similaridade estrutural entre os fragmentos foi
empregado o método de análise de correspondência destendenciada (DCA,
Detrended Correspondence Analysis) (Hill & Gauch, 1980). Esse procedimento
teve a finalidade de ordenar os fragmentos, possibilitando a interpretação dos
resultados quanto ao padrão estrutural das matas expresso pelo log (IVC).
2.3.2 Análise divisiva (TWINSPAN)
Aplicou-se a análise de agrupamento do two-way indicator species
analysis (TWINSPAN) (Hill, 1979), para a formação de grupos semelhantes
floristicamente, que serão expressos graficamente por um cladograma.
Para a análise de Twinspan, é necessária a definição dos níveis de corte
que serão empregados para a determinação dos pesos de cada espécie na
caracterização florística dos fragmentos. Esse procedimento permite quantificar
a importância de cada espécie dentro de cada fragmento e, a partir desse critério,
realizar a associação dos mesmos de forma que os grupos resultantes sejam
homogêneos.
Os níveis de corte são definidos pela espécie que apresentou o maior
IVC dentro da matriz florística, independente do fragmento em que ocorreu. O
valor de IVC logaritimizado dessa espécie é dividido por dois, sucessivamente
oito vezes, formando nove níveis de corte. Estes níveis de corte, quando
110
empregados às espécies, dão origem às pseudoespécies que definirão os níveis
de importância a uma dada espécie, recorrente em mais de um fragmento. Ou
seja, uma mesma espécie poderá desempenhar um papel mais ou menos
importante em diferentes fragmentos, dependendo do nível de corte que irá
determinar as suas pseudo-espécies.
2.3.3 Análise de correspondência canônica
Para analisar as correlações entre a distribuição das espécies arbóreas e
as condições ambientais presentes, foi feita uma análise de gradientes mista, pela
técnica de análise de correspondência canônica, ou CCA (Ter Braak, 1987). Esta
análise requer duas matrizes, uma com dados das espécies e outra com variáveis
ambientais. A matriz com dados geoclimáticos corresponde às dez variáveis
mostradas na Tabela 3.2.
No intuito de testar a significância da correlação entre as duas matrizes,
identificando a probabilidade de acerto da relação encontrada entre as matrizes
originais, aplicou-se o teste de Monte Carlo (Hope, 1968), que consiste em
permutar, aleatoriamente, as linhas da matriz de variáveis ambientais.
2.4 Árvore de decisão
Em uma árvore de decisão binária, o procedimento geral é o seguinte:
apresenta-se um conjunto de dados ao nó inicial (ou nó raiz que também é um nó
interno) da árvore; a ramificação desse nó dará origem ao nó intermediário. O nó
intermediário, também conhecido como nó decisório ou interno, divide-se
exatamente em dois descendentes: o nó esquerdo e o nó direito. A repetição
deste procedimento caracteriza a recursividade da árvore de decisão.
As classes foram formadas pelos grupos definidos pelo TWINSPAN,
sendo composta pelos 26 fragmentos.
111
Na estruturação da árvore de decisão, seguiu-se o critério Twoing
(Breiman et al., 1984):
1 - Definindo o conjunto de classes:
C={1, ..., j};
em que:
C - classes;
j - grupos definidos pelo TWINSPAN, contendo n fragmentos;
2 – Separando-se as classes em dois subconjuntos:
C1 ={1, ..., j} e C2 = C - C1
Para cada nó t contendo C, existe um “split” (regra de divisão aplicada a
uma determinada variável) que divide t em tR (contendo C1) e tL (contendo C2),
em que tR e tL fornecem as direções direita e esquerda, respectivamente, que o
conjunto de fragmento de cada classe irá tomar na estrutura da árvore de
decisão.
3 - Cálculo do decréscimo na impureza dos subcunjuntos:
i(s, t ) = i(t) − p i(t ) − p i(t ) ;
R R
L L
em que:
s- split;
t - nó;
PR - probabilidade de que o elemento migre para a direita;
PL - probabilidade de que o elemento migre para a esquerda;
i(t) - medida de impureza:
i(t) =
p
1
t
,p
2
t
,..., p
j
t
;
em que:
- função de impureza;
p - probabilidade de permanência na classe.
112
O decréscimo na impureza é calculado para todos os possíveis “splits”,
bem como para todos os possíveis C1. Dessa forma, são selecionados o “split” e
os subconjuntos C1 e C2 que proporcionam o maior decréscimo na impureza
( ∆ i (s, t ) ).
4 - Repete-se o passo II até completar todas as divisões e classificar
todos os grupos, em classes.
Ao final, o critério imposto pela árvore irá classificar as áreas não
amostradas, determinando a influência dos grupos de fragmentos em toda a
extensão das bacias.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Seleção das espécies
A amostragem realizada nos 26 fragmentos computou 722 espécies. Para
todas as espécies foi calculado o índice de valor de cobertura (IVC) em escala
logarítmica e, em seguida, os valores foram ordenados por meio de um ranking,
representado graficamente (Figura 3.1). A partir da análise dessa Figura,
selecionaram-se 116 espécies, ou 16,07% do total, como responsáveis pela
predominância e distribuição ao longo das bacias amostradas. Com esse nível
de corte foram excluídas as espécies com log (IVC) menor que 0,001. A partir
dessas espécies foram aplicadas as técncias de análises multivariadas.
113
0,02
0,018
0,016
log (IVC)
0,014
0,012
0,01
0,008
0,006
0,004
0,002
0
0
50
100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800
Número de espécies
FIGURA 3.1 – Gráfico de valor de cobertura aplicado a partir do IVC em escala
logarítmica, para definir as espécies padrão de todas as fitosionomias estudadas.
Considerando-se os 26 fragmentos e o número de espécies selecionadas
pelo gráfico de valor de cobertura, na Tabela 3.3 está demonstrado o número de
espécies por fragmento após o corte.
114
TABELA 3.3 – Número de espécies após o corte realizado na curva do gráfico
de IVC logaritmzado, indicando o comportamento das espécies para cada
fragmento.
Fragmentos
n
n'
n'(%)
P95
J86
M140
J21
P94
J120
J13
J96
J110
J14
J12
J11
J20
J15
P115
S111
J16
J139
J109
J135
M134
M112
J108
J10
P119
J114
28
33
32
37
45
47
55
57
32
56
70
72
34
103
45
66
38
142
104
46
68
98
221
140
86
204
25
28
22
25
29
27
31
31
17
27
33
32
15
45
19
25
13
47
34
15
20
28
55
34
20
47
89,29
84,85
68,75
67,57
64,44
57,45
56,36
54,39
53,13
48,21
47,14
44,44
44,12
43,69
42,22
37,88
34,21
33,10
32,69
32,61
29,41
28,57
24,89
24,29
23,26
23,04
N = número total de espécies por fragmento; n’= número residual de espécies
após o corte e n’ (%) = porcentagem de espécies após o corte.
Os dados da Tabela 3.3 mostram que o corte selecionando 116 espécies
reduziu o número de espécies para até 23,04% (J114), demonstrando maior
número de espécies raras ou de ocorrência restrita em alguns fragmentos. No
115
fragmento P95, o número de espécies remanescentes foi o maior, devido, em
parte, ao pequeno número de espécies que foram catalogadas neste fragmento.
De forma geral, pode-se dizer que as espécies selecionadas são de ampla
recorrência na área, entretanto, nos fragmentos em que a redução no número de
espécies foi mais acentuada, as espécies selecionadas são de distribuição restrita
aos mesmos.
3.2 Técnicas multivariadas para agrupamento e ordenação
3.2.1 Análise de correspondência destendenciada (DCA)
A análise de correspondência destendenciada mostrou uma variância
total (inércia) de 10,45 entre os dados. Segundo Gomide (2004), esta inércia
pode estar relacionada à tendência do ambiente de estar sempre em dinâmica ou
prestes a sofrer mudanças. A variação total dos dados pode ser explicada por três
eixos perpendiculares entre si, formando uma estrutura multidimensional, o que
implica na escolha de dois deles para a visualização gráfica dos resultados.
A ordem de importância dos eixos é fornecida pelos eigenvalue
(autovalores), que representam a contribuição de cada eixo na explicação do
conjunto de dados. Os autovalores apresentados para os eixos 1, 2 e 3 foram de
0,8590; 0,7076 e 0,4711, respectivamente. Dessa forma, foram selecionados os
eixos 1 e 2, que explicaram mais de 70% da inércia. Os autovalores dos eixos
selecionados indicam um gradiente longo de variação dentro das bacias. Isso
significa que as espécies não estão distribuídas em toda área, mas sim
concentradas em locais específicos de ocorrência.
O resultado final da DCA está expresso na Figura 3.2. Esse gráfico
resulta da dispersão das observações (fragmentos) em relação à sua afinidade
com os eixos.
116
FIGURA 3.2 – Análise gerada pela DCA, considerando os 26 fragmentos
amostrados nas bacias, tendo como matriz base os valores de IVC
logaritmizados. 1: Floresta Estacional Decidual; 2: Campo Cerrado; 3: Floresta
Estacional Semidecidual e 4: Cerrado sensu stricto.
A ordenação dos scores (fragmentos), representada pela Figura 3.2,
mostra que o eixo 2 diferenciou dois grupos de forma bem contundente. No
grupo mais coeso, localizado próximo da posição 80 do eixo 1 (Axis 1), estão os
três fragmentos de Campo Cerrado (P95, J86 e J15) e sete fragmentos de
Cerrado sensu stricto (J13, J96, J11, J12, J21, P94 e J120) que demonstraram
baixa correlação com o eixo 2 (Axis 2). A proximidade em que esses fragmentos
se encontram no gráfico demonstra ainda uma forte afinidade entre eles, em
função da estrutura representada pelo IVC.
A partir desse comportamento, pode-se inferir que os fragmentos de
Campo cerrado possuem o mesmo potencial de ocupação do espaço que as
117
formações de Cerrado sensu stricto e que a discriminação das duas
fitofisionomia está atrelada à estrutura vertical das suas comunidades arbóreas.
Do lado oposto do diagrama estão os demais fragmentos inventariados,
tendo os três fragmentos de Floresta Estacional Decidual (J16, J20e J110) sido
os mais correlacionados ao eixo 2, o que evidencia uma diferença florística
significativa entre esta fitofisionomia e as formações de cerrado.
Os fragmentos M134 e J135 de Floresta Estacional Semidecidual estão
dispersos próximos aos fragmentos de Floresta Estacional Decidual,
demonstrando correlação com esta fitofisionomia. Os fragmentos J10, J109, J14
e P119 demonstraram que não possuem semelhança com os demais fragmentos
de Cerrado sensu stricto, uma vez que a distribuição dos mesmos mostrou maior
afinidade com os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual.
3.2.3 TWINSPAN
A saída de dados do TWINSPAN, ou seja, o resultado final, constitui a
descrição das divisões realizadas, com respectivos autovalores, conjunto de
unidades amostrais e de espécies similares (agrupamentos), espécies indicadoras
e preferenciais, amostras mal classificadas, além de uma matriz organizada com
a classificação hierárquica das amostras e espécies conjuntamente (Araujo,
2002).
Os níveis de corte que deram origem às pseudoespécies foram
determinados
pela espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne,
que
apresentou o maior valor de log (IVC) na matriz (0,0071831). As nove classes
formadas foram: 0,0000281, 0,0000561, 0,0001122, 0,0002244, 0,0004488,
0,0008979, 0,0017958, 0,0035915 e 0,0071831.
A partir da atribuição dos pesos fornecidos pelos níveis de corte, as 116
espécies deram origem a 742 categorias de espécies e pseudoespécies, ou seja, as
espécies selecionadas nos 26 fragmentos como determinantes do padrão
118
florístico da área apresentaram comportamentos de IVC diferentes entre os
fragmentos em que foram recorrentes.
A Figura 3.3 demonstra a classificação dos 26 fragmentos em grupos,
selecionada pela técnica multivariada divisiva TWINSPAN, em que espécies
preferenciais ditam a formação dos grupos, informando, ainda, os autovalores
(eigenvalue), que sintetizam a relativa contribuição de cada componente, para
explicar o total de variação dos dados. De forma resumida, os grupos formados
e as fitofisionomias presentes em cada grupo estão listados na Tabela 3.4.
119
J120, J13, J86, J96, J11, J12, J15, J21, P94, P95, J10, J108, J109, J110, S111, J114, P119,
J135, M140, J20, M112, P115, M134, J139, J14, J16
0,548
Grupo negativo
Grupo positivo
J10, J108, J109, J110, S111, J114,
P119, J135, M140, J20, M112,
P115, M134, J139, J14, J16
J120, J13, J86, J96, J11,
J12, J15, J21, P94, P95
0,248
0,495
J13, J86, J96, J11, J12,
J15, J21, P94, P95
J120
G1
J10, J108, J109, S111, J114,
P119, J135, M140, M112,
P115, M134, J13, J14
0,221
J110, J20, J16
G2
0,336
119
J86, J11, J12,
J21, P94, P95
J13, J96, J15
J10, J108, J109, S111, J114,
M140, M112, M134, J13, J14
G3
0,236
P119, J135, P115
G4
0,289
J86, J21, P94, P95
J11, J12
J10, J108, J109, S111,
J114, M140, M112, J13
M134, J14
G5
G6
G7
0,307
J10, J109
G8
J108, S111, J114,
M140, M112, J13
0,299
J108, S111, J114, M112
G9
M140, J139
G10
FIGURA 3.3 – Cladograma gerado pela TWINSPAN, a partir da matriz de IVC logaritimizada, com os grupos formados
e os autovalores de cada divisão.
TABELA 3.4 – Grupos de fragmentos formados pela análise divisiva
TWINSPAN.
Grupos
Fragmentos
Fitofisionomia
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
J120
J16, J20, J110
J13, J96, J15
P119, J135, P115
J86, J21, P94, P95
J11, J12
M134, J14
J10, J109
J108, S111, J114, M112
M140, J139
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Decidual
Cerrado sensu stricto + Campo cerrado
Cerrado sensu stricto + Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto + Campo cerrado
Cerrado sensu stricto
Cerrado sensu stricto + Floresta Estacional Semidecidual
Cerrado sensu stricto
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Semidecidual
A associação entre a análise divisiva de TWINSPAN e a DCA,
mostrando a estreita relação entre estas duas análises, está demonstrada na
Figura 3.4.
FIGURA 3.4 – Análise de DCA associada à formação dos grupos de fragmentos
pela Twinspan. Os valores indicados na legenda se referem ao grupo
correspondente.
121
Na primeira divisão (Figura 3.2), houve a formação dos dois grupos
iniciais; o grupo negativo contém fragmentos de Cerrado sensu stricto e Campo
cerrado e o grupo positivo possui fragmentos de Cerrado sensu stricto, Floresta
Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Essa característica
permite inferir que os fragmentos do grupo negativo caracterizam de forma mais
clara as formações de cerrado, enquanto que no grupo positivo existe influência
de outras vegetações no padrão fitofisionômico dos fragmentos. Essa divisão
teve a espécie Qualea grandiflora Mart. como indicadora dos fragmentos do
grupo negativo e o autovalor dessa divisão foi 0,548. Segundo Hill et al. (1975),
valores maiores ou iguais a 0,30 são considerados altos, indicando uma
diferenciação de ambientes bastante fortes.
A primeira divisão foi visivelmente caracterizada na análise da DCA,
em que os fragmentos do grupo negativo são aqueles que se posicionaram no
extremo direito do gráfico (Figura 3.3). Dessa forma, a caracterização desse
grupo de fragmentos está claramente definida, tanto em relação à estrutura das
comunidades quanto à importância ecológica que as espécies recorrentes nos
fragmentos têm nos mesmos. Essa associação de fatores confirma que entre estes
fragmentos existe um padrão fitofisionômico bastante homogêneo.
A primeira divisão dentro do grupo negativo (Figura 3.3) segrega o
fragmento J120 em função da espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne.
Essa espécie ocorreu em grande número neste fragmento (1.587 indivíduos) e
apresentou o maior IVC logaritimizado ocorrido na área (0,007184). Além disso,
esta espécie não ocorreu em nenhum dos fragmentos do grupo negativo,
definindo a sua importância no fragmento J120. O autovalor desta divisão foi
0,2489, considerado baixo para uma diferenciação precisa.
A primeira divisão do grupo positivo separou os fragmentos de Floresta
Estacional Decidual J110, J20 e J16, induzida pela espécie Myracrodruon
urundeuva Allemão, considerada indicadora desses ambientes pela análise. O
122
autovalor foi de 0,4958, um valor alto ao se considerar que o grupo é
homogêneo fisionomicamente. Essa análise confirma os resultados obtidos em
relação à similaridade florística existente entre os fragmentos, uma vez que
houve formação do mesmo grupo florístico quando foram aplicados os
coeficientes de Sorensen e Jaccard.
A partir dessa divisão, restaram somente fragmentos de Cerrado sensu
stricto e Floresta Estacional Semidecidual no grupo positivo. Esta característica
mostra que os fragmentos J10, J109, P119 e J14 estão fortemente influenciados
por outras fitofisionomias, o que influenciou a florística destes fragmentos,
como mostrado no Capítulo 2. Essa colocação se confirma pela análise da DCA,
na qual estes fragmentos ocuparam posições próximas aos fragmentos de
Floresta Estacional Semidecidual e, ao mesmo tempo, afastadas dos demais
fragmentos de Cerrado sensu stricto, evidenciando uma correlação florística
negativa com esta fitofisionomia.
A segunda divisão no grupo negativo separa os fragmentos J13, J96 e
J15, cujo autovalor foi de 0,2216 e a espécie indicadora nesta divisão foi
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Essa espécie teve ocorrências nos
demais fragmentos do grupo negativo, entretanto, a sua importância,
determinada pelos níveis de corte, não foi relevante nos outros fragmentos. Os
fragmentos J13 e J95 compuseram o mesmo grupo florístico em função da
similaridade, entretanto, o fragmento J15 não foi considerado floristicamente
semelhante aos outros dois. Além disso, o fragmento J15 é classificado como
Campo cerrado, enquanto os fragmentos J13 e J95 fazem parte das matas de
Cerrado sensu stricto. Contudo, a estrutura horizontal da floresta, traduzida pelo
IVC e o grau de importância das espécies recorrentes entre esses fragmentos,
refletida nas pseudoespécies, foram similares, determinando a formação do
grupo.
123
Realizando a segunda divisão do grupo positivo, o TWINSPAN agrupou
os fragmentos P119, J135 e P115, com autovalor igual a 0,3362. As espécies
indicadoras nesta divisão foram Dalbergia frutescens (Vell.) Britton, dos
fragmentos mencionados e as espécies Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. e
Machaerium brasiliense Vogel, para os demais fragmentos. O fragmento P119
compõe o Cerrado sensu strico; já os fragmentos J135 e P115 fazem parte das
Florestas Estacionais Semideciduais.
Na terceira divisão do grupo negativo, foram formados dois grupos: o
grupo 5, composto pelos fragmentos J86, J21, P84 e P95 e o grupo 6, composto
pelos fragmentos J11 e J12. O autovalor foi de 0,2364 e a espécie Guapira
opposita (Vell.) Reitz foi indicadora do grupo 6. Em relação à similaridade
florística, todos esses fragmentos fizeram parte do mesmo grupo, entretanto, a
caracterização fitofisionômica desses fragmentos certamente teve influência da
posição geográfica em que se encontram. Os fragmentos que compuseram o
grupo 5 estão localizados na porção norte da área estudada, enquanto os
fragmentos J11 e J12 estão situados no extremo oeste da área e no mesmo
município.
A terceira divisão do grupo positivo segregou os fragmentos M134 e
J14. A espécie Astronium graveolens Jacq. foi indicadora destes locais e a
espécie Myrcia splendens (Sw.) DC. foi indicadora dos demais fragmentos. O
autovalor resultante da divisão foi 0,2895.
Na quarta divisão do grupo positivo, empregada pela TWINSPAN,
separaram-se os fragmentos J10 e J109, que formaram o grupo 8. O autovalor da
divisão foi 0,3078, e a espécie indicadora foi Melanoxylon brauna Schott, para
os demais fragmentos. Nesse ponto, ocorre a separação final entre fragmentos de
Cerrado sensu stricto e Floresta Estacional Semidecidual.
A última divisão do grupo positivo formou dois grupos: grupo 9,
composto pelos fragmentos J108, S111, J114 e M112, e o grupo 10, com os
124
fragmentos M140 e J139. O autovalor dessa divisão foi 0,2999 e a espécie
indicadora foi Zanthoxylum rhoifolium Lam., para o grupo 10.
A localização geográfica dos grupos pode ser observada na Figura 3.5.
FIGURA 3.5 – Distribuição geográfica dos grupos de fragmentos discriminados
pela análise divisiva TWINSPAN.
Araújo et al. (2004) utilizaram a análise TWINSPAN para definir três
subformações vegetais a partir do agrupamento de espécies, associando ainda as
condições ambientais de cada subgrupo formado com as espécies preferenciais
de cada um. Lopes (2007) utilizou o mesmo método para identificar a formação
de grupos vegetais em área de Floresta Atlântica do Nordeste do Brasil e
verificar se existem espécies indicadoras na formação dos grupos.
125
3.3 Espécies potenciais para programas de revegetação
Como na seleção das espécies para realizar as análises multivariadas,
nessa etapa, o corte no gráfico de valor de cobertura (Figura 3.6) foi aplicado em
cada um dos 10 grupos formados pela análise do TWINSPAN.
O número total de espécies foi o mesmo encontrado na determinação
das espécies padrão da área usadas nas análises multivariadas precedentes. Esse
fato mostra que a escolha dessas espécies determinadas pelo corte visual
aplicada ao gráfico com o ranking das espécies em função do IVC (Figura 3.1)
foi adequada. Portanto, a análise dos gráficos selecionará as espécies mais
adequadas a cada grupo de fragmentos, ajustando o conjunto de 116 espécies à
caracterização florística de cada um.
O critério de IVC permitiu avaliar o comportamento das comunidades
de espécies dentro de cada grupo, possibilitando a escolha das espécies mais
importantes dentro dos padrões florísticos dos grupos. O resultado da aplicação
dos cortes feitos nos gráficos, em número de espécies iniciais em cada grupo e
remanescentes, é mostrado na Tabela 3.5.
126
0,008
0,007
0,006
log(IVC)
0,005
0,004
0,003
0,002
0,001
0
0
5
10
15
20
25
30
Número de espécies
(G1)
0,01
0,009
0,008
log(IVC)
0,007
0,006
0,005
0,004
0,003
0,002
0,001
0
0
5
10
15
20
25
30
35
Ranking de espécies
(G2)
FIGURA 3.6 – Gráficos do comportamento das espécies dentro de cada grupo
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e
utilizado como critério para indicar as espécies mais adequadas em programas
de revegetação.
(...continua...)
127
FIGURA 3.6, Cont.
0,0045
0,004
0,0035
log(IVC)
0,003
0,0025
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
0
10
20
30
40
50
60
Ranking de espécies
(G3)
0,006
0,005
log(IVC)
0,004
0,003
0,002
0,001
0
0
5
10
15
20
25
Ranking de espécies
(G4)
128
30
35
40
45
FIGURA 3.6, Cont.
0,012
0,01
log(IVC)
0,008
0,006
0,004
0,002
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Ranking de espécies
(G5)
0,0035
0,003
log(IVC)
0,0025
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
0
5
10
15
20
25
Ranking de espécies
(G6)
129
30
35
40
FIGURA 3.6, Cont.
0,007
0,006
log(IVC)
0,005
0,004
0,003
0,002
0,001
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Ranking de espécies
(G7)
0,0025
log(IVC)
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
0
10
20
30
Ranking de espécies
(G8)
130
40
50
60
FIGURA 3.6, Cont.
0,006
0,005
log(IVC)
0,004
0,003
0,002
0,001
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Ranking de espécies
(G9)
0,005
log(IVC)
0,004
0,003
0,002
0,001
0
0
10
20
30
Ranking de espécies
(G10)
131
40
50
60
TABELA 3.5 – Comportamento do número das espécies selecionadas a partir do
nível de corte estabelecido, para cada grupo definido pela TWINSPAN,
conforme apresentado na Tabela 3.4
Gr upos
5
6
3
4
8
9
10
2
7
1
N
41
37
55
40
48
75
52
30
39
27
N'
35
31
42
30
30
45
30
15
15
10
N" (%)
85,37
83,78
76,36
75,00
62,50
60,00
57,69
50,00
38,46
37,04
N= número total de espécies para o grupo, N’ = número de espécies indicadas
pelo corte da curva de valor de cobertura e N’’ (%) = relação percentual de
espécies remanescentes após o corte.
Analisando-se os gráficos da Figura 3.6, percebe-se que os grupos
apresentaram desempenhos bastante distintos em relação ao IVC das espécies.
Os grupos que apresentaram maior diferença estrutural entre as comunidades
foram 1, 2 e 7. Eles se caracterizaram por uma predominância de poucas
espécies com maior IVC e discrepância das mesmas em relação às demais,
impactando de forma mais clara na determinação das fitofisionomias desses
grupos. Esse comportamento indica que a quantidade das espécies mais
indicadas para revegetação nesses ambientes será pequena em relação ao número
total. Este fato pode ser comprovado por meio dos dados da Tabela 3.5, na qual
esses grupos apresentaram um valor percentual residual de espécies menor que
os demais. Já os grupos 3, 4, 5, 6, 8, 9 e 10 mostraram um comportamento
menos tendencioso entre as espécies. Houve maior equilíbrio entre as
comunidades, levando a valores residuais maiores, portanto, um maior número
de espécies com potencial de revegetação.
132
No grupo 1, a espécie de maior IVC foi Machaerium dimorphandrum
Hoehne (0,0071831), seguida
por
Guapira venosa (Choisy)
Lundell
(0,0018437). Esta diferença foi a mais marcante entre todos os grupos, uma vez
que a primeira espécie teve o valor de IVC mais elevado entre todas as espécies
envolvidas no estudo. Na Figura 3.7, está representado o perfil do gráfico
quando se elimina a espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne. Nota-se que
o corte de 10 espécies foi condizente com o comportamento das espécies; as dez
escolhidas tiveram valores de IVC maiores que 0,0001.
0,002
log(IVC)
0,0015
0,001
0,0005
0
0
5
10
15
20
25
30
Número de espécies
FIGURA 3.7 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 1
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e
retirando-se a espécie Machaerium dimorphandrum Hoehne. do ranking.
No grupo 2, a espécie predominante foi Combretum leprosum Mart.
(0,09268), seguida de
Myracrodruon urundeuva Allemão (0,006468). As
próximas 13 espécies escolhidas apresentaram valores de IVC variando entre
0,004869 a 0,00069. A partir desse valor, o perfil do gráfico torna-se menos
133
tendencioso, demonstrando o ponto em que as espécies tornam-se menos
expressivas na caracterização fitofisionômica do grupo. Uma análise mais
criteriosa do nível de corte empregado pode ser feita por meio da Figura 3.8, da
qual foi retirada a espécie Combretum leprosum Mart. Nota-se que, mesmo com
a retirada da espécie mais preponderante, o comportamento do gráfico não
mudou, evidenciando as 15 primeiras espécies como as mais indicadas na
revitalização nesse grupo.
0,008
log(IVC)
0,006
0,004
0,002
0
0
5
10
15
20
25
30
35
Ranking de espécies
FIGURA 3.8 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 2,
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e
retirando-se a espécie Combretum leprosum Mart. do ranking.
Já no grupo 7, as espécies com maior IVC foram Astronium
fraxinifolium Schott ex Spreng. (0,006639) e Rourea induta Planch. (0,004004).
Essas espécies representaram, aproximadamente, 39% do IVC das 39
computadas no grupo. Para a melhor visualização do perfil do gráfico, retiraram134
se as duas espécies supracitadas (Figura 3.9), a fim de tornar a seleção das
espécies menos tendenciosa. Nota-se que o padrão fitofisionômico desse grupo
ficou bem evidente, demonstrando que o corte em 15 espécies foi adequado para
o grupo.
0,002
log(IVC)
0,0015
0,001
0,0005
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Ranking de espécies
FIGURA 3.9 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 7
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e
retirando-se as espécies Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. e Rourea
induta Planch do ranking.
O grupo 9 teve como espécie principal Mabea fistulifera Mart.
(0,00481) e, na seqüência, Licania apetala (E.Mey.) Fritsch (0,00203). Nesse
grupo também houve ampla predominância da primeira colocada em relação às
demais espécies. Entretanto, o perfil do gráfico mostrou um decréscimo
gradativo dos valores de IVC pelas demais espécies. Esse fato permite inferir
que o número residual de espécies será o maior dentre os grupos que foram
apontados como os de maior irregularidade entre as comunidades (Tabela 3.5).
135
Dessa forma, foram selecionadas 45 espécies como as mais importantes na
caracterização fitofisionômica desse grupo, sendo eliminadas aquelas que
apresentaram valores inferiores a 0,0001 como critério, uma vez que não houve
preponderância de poucas espécies e, sim, uma importância maior para a
primeira colocada no ranking. Retirando-se, então, a tendência que a espécie
Mabea fistulifera Mart. impôs ao grupo, tem-se o gráfico da Figura 3.10. A
análise do gráfico permite inferir que o nível de corte utilizado para este grupo
foi coerente com o padrão determinado pelo IVC.
0,0025
log(IVC)
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Ranking de espécies
FIGURA 3.10 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 9
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e
retirando-se a espécie Mabea fistulifera Mart do ranking.
No grupo 10, a espécie de maior importância foi Byrsonima laxiflora
Griseb. (0,00464) e, em segundo lugar, Lithraea molleoides (Vell.) Engl.
(0,0024. A exemplo do grupo 9, o perfil do gráfico demonstrou que existe maior
equilíbrio entre as espécies, apesar do domínio exercido pela espécie Byrsonima
136
laxiflora Griseb. O nível de corte aplicado a este grupo foi de 30 espécies. Esse
número de espécies se mostrou adequado, quando se analisa o gráfico gerado
com a retirada da espécie Byrsonima laxiflora Griseb. (Figura 3.11). As demais
espécies do grupo apresentaram valores de IVC inferiores a 0,0001.
0,003
0,0025
log(IVC)
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
0
10
20
30
40
50
60
Ranking de espécies
FIGURA 3.11 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 10
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e
retirando-se a espécie Byrsonima laxiflora Griseb do ranking.
A espécie Maprounea guianensis Aubl. foi predominante no grupo 4
(0,005192), seguida da Maprounea guianensis (0,00436). Entretanto, o padrão
fitofisionômico do grupo foi determinado por um número grande de espécies,
uma vez que o perfil do gráfico mostrou equilíbro entre os valores de IVC das
espécies. A exclusão das duas espécies supracitadas do ranking originou o
gráfico da Figura 3.12, que comprova a existência de um padrão abrangente,
sendo eliminadas apenas as espécies com valores de IVC inferiores a 0,0001,
seguindo o critério utilizado nos grupos 9 e 10.
137
0,003
0,0025
log(IVC)
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Ranking de espécies
FIGURA 3.12 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 4
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e
retirando-se as espécies Metrodorea mollis Taubert e Maprounea guianensis
Aubl. do ranking.
No grupo 5, a espécie que predominou foi Dalbergia miscolobium
Benth. (0,011282) e, em seguida, Hancornia speciosa B.A.Gomes (0,004617).
Apesar da superioridade da primeira espécie, o comportamento das demais,
mostrado no gráfico, foi similar ao dos grupos 4, 9 e 10, nos quais o decréscimo
dos valores segue uma tendência gradativa entre as espécies. Foi empregado um
corte de 35 espécies, retirando-se aquelas com IVC inferior a 0,0001. No gráfico
da Figura 3.13 observa-se o comportamento do grupo quando se retira a
influência da espécie Dalbergia miscolobium Benth.
138
0,005
0,0045
0,004
log(IVC)
0,0035
0,003
0,0025
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Ranking de espécies
FIGURA 3.13 – Gráficos do comportamento das espécies dentro do grupo 5
formado pela TWINSPAN, considerando o IVC em escala logarítmica e
retirando-se as espécies Dalbergia miscolobium Benth. do ranking.
No grupo 3, a primeira espécie do ranking não teve grande superioridade
em relação às demais e o gráfico exibe uma curva menos acentuada, mostrando
um comportamento mais equilibrado. As 42 espécies escolhidas apresentaram
valores superiores a 0,0001. As espécies que apresentaram valores de IVC
superiores a 0,002 foram: Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl.
(0,003905), Caryocar brasiliense Cambess. (0,00372), Stryphnodendron
adstringens (Mart.) Cov. (0,00339), Qualea grandiflora Mart. (0,002777),
Byrsonima verbascifolia (L.) DC. (0,002762), Dalbergia miscolobium Benth.
(0,002737), Byrsonima coccolobifolia Kunth (0,002252).
O mesmo comportamento ocorreu no grupo 6, no qual as espécies
Qualea
grandiflora
Mart.
(0,003096),
Dalbergia
miscolobium
Benth.
(0,002834), Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. (0,002363),
139
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. (0,00227), Pouteria torta (Mart.) Radlk.
(0,00174), Copaifera langsdorffii Desf. (0,0013), Qualea parviflora Mart.
(0,001269), Byrsonima coccolobifolia Kunth (0,001139), Bowdichia virgilioides
Kunth (0,001115) e Caryocar brasiliense Cambess. (0,001063) obtiveram
valores mais expressivos. O corte empregado foi de 31 espécies, sendo
eliminadas aquelas com valores de IVC menores que 0,0001.
No grupo 8 também não ocorreu preponderância das primeiras espécies.
O padrão fitofisionômico deste grupo teve uma participação mais expressiva das
espécies Ilex theezans Mart. ex Reissek (0,002203), Myrcia guianensis (Aubl.)
DC. (0,00171), Ocotea pulchella Mart. (0,001621), Mabea fistulifera Mart.
(0,001601), Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg. (0,001432), Marlierea
racemosa (Vell.) Kiaersk. (0,001385), Prunus myrtifolia (L.) Urb. (0,001255) e
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth (0,001078), que obtiveram valores superiores
a 0,001. O corte empregado foi na posição 30, eliminando-se as espécies que
apresentaram valores de IVC inferiores a 0,0001.
Na Tabela 3.6 encontra-se a lista de espécies preferenciais para serem
utilizadas em programas de revegetação para cada grupo de fragmentos, em que
1 representa a presença da espécie.
140
TABELA 3.6 – Lista das espécies indicadas para programas de recomposição da
vegetação nas bacias dos rios Jequitinhonha, Pardo, Mucuri e São Mateus, para
cada grupo de fragmentos formados pela TWINSPAN.
Especie
Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.
Lithraea molleoides (Vell.) Engl.
Myracrodruon urundeuva Allemão
Tapirira guianensis Aubl.
Astronium graveolens Jacq.
Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth.
Annona crassiflora Mart.
Rollinia laurifolia Schltdl.
Hancornia speciosa B.A.Gomes
Aspidosperma tomentosum Mart.
Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson
Ilex theezans Mart. ex Reissek
Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin
Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish
Jacaranda macrantha Cham.
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.
Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.
Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith
Cordia sellowiana Cham.
Cordia trichoclada DC.
Caryocar brasiliense Cambess.
Licania apetala (E.Mey.) Fritsch
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc.
Kielmeyera speciosa A.St.-Hil.
Combretum leprosum Mart.
Terminalia fagifolia Mart.
Buchenavia tomentosa Eichler
Rourea induta Planch.
Diospyros hispida A.DC.
Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil.
Maprounea guianensis Aubl.
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Mabea fistulifera Mart.
Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg.
Pogonophora schomburgkiana Miers
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr.
Copaifera langsdorffii Desf.
Goniorrhachis marginata Taub.
Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC.
Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne
Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard
Melanoxylon brauna Schott
Senna cana (Nees & Mart.) H.S.Irwin & Barneby
Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev
Bowdichia virgilioides Kunth
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton
Dalbergia miscolobium Benth.
Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth.
Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi
Machaerium acutifolium Vogel
Machaerium brasiliense Vogel
Machaerium nictitans (Vell.) Benth.
Machaerium opacum Vogel
Ormosia arborea (Vell.) Harms
Platypodium elegans Vogel
Machaerium dimorphandrum Hoehne
Família
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Annonaceae
Annonaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Aquifoliaceae
Araliaceae
Asteraceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Caryocaraceae
Chrysobalanaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Connaraceae
Ebenaceae
Erythroxylaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
141
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1 1
1
1
1 1
1 1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1 1 1 1
1
1
1
1
1
1
1
1 1
1
1
1 1
1
1
1 1 1
1
1
1
1
1 1 1 1
1 1
1
1
1
1
1 1
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1 1
1
1 1
1
1
1
1 1
1
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1 1
1
1
1 1
1 1
1
1
1
1
1
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1 1 1
1
1
1
1 1
1
1
1
1
1 1
1
‘continua’...
TABELA 3.6, cont.
Especie
Platymiscium pubescens Micheli
Pterocarpus rohrii Vahl
Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev
Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record
Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr.
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr.
Plathymenia reticulata Benth.
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov.
Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch.
Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier
Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez
Ocotea pulchella Mart.
Ocotea spixiana (Nees) Mez
Lafoensia pacari A.St.-Hil.
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth
Byrsonima coccolobifolia Kunth
Byrsonima laxiflora Griseb.
Heteropterys byrsonimifolia A.Juss.
Byrsonima verbascifolia (L.) DC.
Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl.
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
Trichilia catigua A.Juss.
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg
Eugenia aurata O.Berg
Eugenia dysenterica DC.
Eugenia florida DC.
Eugenia punicifolia (Kunth) DC.
Myrcia splendens (Sw.) DC.
Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk.
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
Myrcia amazonica DC.
Myrcia fenzliana O. Berg
Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell
Guapira noxia (Netto) Lundell
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Guapira venosa (Choisy) Lundell
Heisteria silvianii Schwacke
Roupala montana Aubl.
Prunus myrtifolia (L.) Urb.
Amaioua guianensis Aubl.
Randia nitida (Kunth) DC.
Alseis floribunda Schott
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Dictyoloma vandellianum A.Juss.
Balfourodendron molle (Miquel) Pirani
Metrodorea mollis Taubert
Casearia sylvestris Sw.
Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb.
Allophylus petiolulatus Radlk.
Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk.
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk.
Pouteria torta (Mart.) Radlk.
Siparuna guianensis Aubl.
Cecropia glaziovii Snethl.
Aegiphila sellowiana Cham.
Callisthene fasciculata (Spreng.) Mart.
Qualea grandiflora Mart.
Qualea parviflora Mart.
Vochysia thyrsoidea Pohl
Família
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lythraceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malvaceae
Meliaceae
Meliaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Olacaceae
Proteaceae
Rosaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Salicaceae
Salicaceae
Sapindaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Siparunaceae
Urticaceae
Verbenaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
142
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10
1
1
1
1
1
1 1
1
1
1
1
1 1
1
1 1
1 1
1
1
1 1
1
1
1
1 1 1
1
1 1
1
1 1
1
1
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1 1 1 1
1
1
1 1
1
1
1 1
1
1
1
1 1
1 1 1
1 1
1
1
1
1
1
1
1 1
1 1
1 1
1
1
1
1
1
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1 1 1
1
1
1
1
1
1 1
1
1 1
1
1 1
1
1 1
1
1
1
1 1
1
1
1 1
1
1
1
3.4 Análise de correlação canônica (CCA)
Inicialmente, o intuito era utilizar todas as dez variáveis geoclimáticas
que constam na Tabela 3.2. Entretanto, para o processamento da CCA, o
software utilizado requer que o número de colunas da matriz ambiental
(variáveis geo-climáticas) seja inferior ao número de linhas da matriz florística
(número de fragmentos), caso contrário resultará no surgimento de uma matriz
singular, inviabilizando o processamento. Com a formação de dez grupos pela
análise divisiva de TWINSPAN, as duas matrizes empregadas na CCA
formariam uma matriz quadrada 10 x 10, inviabilizando o processo.
Dessa forma, foram realizadas CCAs preliminares para exluir a variável
que apresentasse menor correlação com os eixos de ordenação. Notou-se que o
processamento ocorrido com a variável ‘matéria orgância’ resultava em valores
superiores a 3% no teste de Monte Carlo. Com isso, essa variável foi eliminada
da matriz ambiental.
Os resultados estatísticos fornecidos pela CCA podem ser analisados por
meio da Tabela 3.7.
TABELA 3.7 – Resumo dos resultados da análise de correlação canônica
(CCA), para as áreas inventariadas inseridas nas bacias estudadas.
Autovalores
Var iância dos valores de espécies:
Va riação dos dados explicada por cada eixo (%)
Variação explicada cumulativa (%)
Significância do teste de Monte Carlo:
Autovalores 1
Correlação especie-ambiente
2
Eixo 1
0,845
Eixo 2
0,804
Eixo 3
0,696
17,6
17,6
16,7
34,3
14,5
48,7
0,01
0,01
0,02
0,01
0,01
0,02
1: Teste em função da aleatorização dos dados de espécies com os autovalores
observados.
2: Teste em função da aleatorização dos dados de espécies com as variáveis geoclimáticas utilizadas.
143
Na Tabela 3.7, os autovalores, medidas utilizadas para quantificar o
peso de cada eixo, apresentaram os seguintes valores: 0,845; 0,804 e 0,696.
Esses resultados demonstram um gradiente longo dentro das bacias, ou seja, a
variação das espécies não ocorre apenas quanto aos valores de abundância e sim
quanto à distribuição das mesmas dentro da área. De acordo com Ter Braak
(1995), gradientes longos sugerem que as espécies não estão distribuídas ao
longo de toda área, mas estão concentradas em locais restritos de ocorrência.
O eixo 1 participou com uma percentagem de 17,6% na explicação da
variação total dos dados, o eixo 2 participou com 16,7% e o eixo 3, com 14,5%,
resultando num total de 48,7%. Esses valores demonstram que a maior parte da
variância dos dados ficou sem explicação, mas, segundo Ter Braak (1987), esse
resultado é normal em dados de vegetação e não compromete as análises das
relações espécie-ambiente. Em função dos valores encontrados para os três
eixos, foram escolhidos os eixos 1 e 2 na diagramação dos resultados, pelo fato
de os mesmos explicarem mais as variações existentes.
O teste de Monte Carlo confirmou a correlação espécie-ambiente para as
variáveis empregadas, demonstrada pela significância do teste a 1% (p<0,01),
para os eixos 1 e 2, tanto em relação à aplicação dos eixos na explicação da
variância total quanto à aleatorização das variáveis ambientais.
A correlação das variáveis geoclimáticas com os três eixos de ordenação
é mostrada na Tabela 3.8. Considerando-se os eixos 1 e 2, as varáveis que
apresentam correlação maior que 0,5 são: altitude, longitude e temperatura. A
variável altitude obteve o maior autovalor, o que demonstra a sua importância na
heterogeneidade ambiental das bacias.
A matriz de correlação entre as nove variáveis empregadas na análise de
correlação canônica, que expressa a influência que as variáveis exercem umas
sobre as outras, pode ser observada na Tabela 3.9. O comportamento
apresentado mostra o contraste entre o antagonismo (sinal negativo) e o
144
sincronismo (sinal positivo) das características ambientais que atuam na
distinção dos ambientes representados pelos fragmentos e que, em última
análise, determinam a heterogeneidade presente nas bacias. Nesse caso, a
variável altitude apresentou correlação positiva superior a 0,5 com a longitude e
correlação negativa maior que 0,5 com a temperatura. Dessa forma, à medida
que cresce a longitude na área, a altitude média aumenta, ao mesmo tempo em
que ocorre um decréscimo da temperatura. Esse comportamento influencia em
outros fatores, mas de forma menos contundente.
Oliveira-Filho & Fontes (2000), analisando padrões de diferenciação
florística entre áreas de Floresta Atlântica no sudeste do Brasil, observaram que
a altitude é um fator fundamental de diferenciação, tanto de Florestas
Semidecíduas como Pluviais. Os autores acrescentaram, ainda, que a altitude
vem, provavelmente, exercendo influência de longo prazo na evolução e na
especialização da flora do Sudeste do Brasil.
Além disso, as diferenças de altitude envolvem a formação de gradientes
de fertilidade de solo e disponibilidade hídrica que favorecem a discriminação
das vegetações inferomontanas e altimontanas (Gonzaga et al., 2008).
De acordo com Whitmore (1990), a altitude interfere muito na
disponibilidade de água para as plantas, pois, além do efeito orográfico sobre as
chuvas, o déficit hídrico pode ser aliviado a maiores altitudes, devido a
temperaturas mais baixas e à umidade do ar mais elevada.
Dessa forma, pode-se inferir que a altitude foi o fator decisivo na
distribuição das espécies à medida que criou um gradiente de temperatura e
umidade que refletiu na estrutura e na composição de espécies da comunidade
arbórea.
145
TABELA 3.8 – Comportamento das variáveis geoclimáticas correlacionadas
com os três eixos de ordenação produzidos pela CCA.
Variáveis
Longitude
Latitude
Altitude
Temperatura
Precipitação
Evapotranspiração
Declividade
Distância de rio
Regime hídrico
Eixo 1
0,722
-0,209
0,874
-0,687
0,085
0,444
-0,325
0,216
0,311
Correlação
Eixo 2
-0,308
0,202
0,326
-0,313
0,416
-0,296
0,089
-0,099
-0,435
Eixo 3
0,116
0,641
-0,025
-0,025
-0,217
-0,524
0,349
0,500
-0,426
TABELA 3.9 – Matriz de correlação ponderada existente entre as variáveis
geoclimáticas, inserida nas bacias estudadas.
Longitude
Latitude
Altitude
Temperatura
Pr ecipitação
Evapotranspiração
Declividade
Distância de Rio
Regime hídrico
1.000
0,175
0,524
-0,707
0,399
0,142
-0,397
0,42
0,349
1.000
-0,215
-0,224
0,498
-0,936
0,295
0,413
-0,266
1.000
-0,781
0,139
0,367
-0,287
0,096
0,04
1.000
-0,595
0,05
0,200
-0,402
-0,167
1.000
-0,409
-0,205
0,186
0,079
1.000
-0,448
-0,245
0,300
1.000
0,43
0,249
1.000
0,272
Distância
Longitude Latitude Altitude Temperatura Precipitação Evapotr anspiração Declividade
de Rio
1.000
Regime
hídrico
Os resultados obtidos pela análise de correlação canônica (CCA) estão
estruturados no diagrama de biplotagem (Figura 3.14), em que os valores de
distribuição dos fragmentos foram representados por pontos. As variáveis
geoclimáticas identificadas por retas indicam a direção do gradiente e seu
tamanho fornece a sua importância.
146
1
2
3
4
FIGURA 3.14 – Gráfico da CCA aplicada para o grupo de fragmentos
selecionados pela TWINSPAN, correlacionando variáveis geoclimáticas a dados
florísticos.
A distribuição dos grupos nos eixos de ordenação mostra clara distinção
entre os grupos localizados nos quadrantes 1, 3 e 4. No quadrante 1 estão
localizados os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, no quadrante 3
estão os fragmentos de Floresta Estacional Decidual e no quadrante 4
encontram-se os fragmentos com formações de cerrado.
147
Essa discriminação das fitofisionomias aconteceu, principalmente, em
função de gradientes altitudinais, entretanto, conforme Berg & Oliveira-Filho
(2000), diferenças na estacionalidade das chuvas também são importantes, uma
vez que a duração da estação seca está diretamente relacionada ao déficit
hídrico. De fato, é bem conhecido que a sazonalidade das chuvas interfere
fortemente no padrão de distribuição de muitas espécies arbóreas do Domínio
Atlântico (Oliveira-Filho et al., 2006).
Em estudos realizados por Oliveira Filho et al. (1994) e Oliveira-Filho
& Fontes (2000), o regime de disponibilidade de água prevaleceu na
discriminação das florestas do Alto Rio Grande, no gradiente de altitude, já que
o fator disponibilidade de água diferenciou fortemente as Florestas Pluviais das
Semideciduais nas CCAs e o principal fator envolvido é a inexistência de
estação seca nas primeiras.
Os grupos de fragmentos situados acima do eixo 1 foram G4, G7, G8,
G9 e G10. Estes grupos estão todos situados no quadrante 1, demonstrando que
os mesmos estão sob influência das mesmas condições ambientais. De acordo
com a direção em que se encontram os vetores das variáveis, percebe-se que a
distribuição geográfica destes grupos está relacionada a regiões de menores
valores de regime hídrico, evapotranspiração e longitude. Os valores de
temperatura e altitude são medianos em relação aos demais grupos.
Nestas condições se encontram todas as Florestas Estacionais
Semideciduais e quatro fragmentos de Cerrado sensu stricto (P119, J14, J10 e
J109). Este comportamento mostra que estes fragmentos sofrem pressão das
Florestas Estacionais Semideciduais, que vai diminuindo à medida que se
aumentam os valores de evapotranspiração, longitude e regime hídrico.
Abaixo do eixo 1 estão 5 grupos, estando o grupo G2 localizado no
quadrante 3 e os grupos G1, G3, G5 e G6, no quadrante 4. No grupo G2 estão
incluídos todos os fragmentos de Floresta Estacional Decidual e, a partir da
148
observação de que este grupo não tem proximidade com nenhum outro dentro do
diagrama, tem-se que o mesmo não possui similaridade com outros grupos. Este
fato pode ser corroborado pela análise de TWINSPAN, na qual o grupo G2 foi o
segundo formado com um autovalor de quase 0,5, ou seja, existe alta
similaridade florística entre os seus fragmentos e baixa similaridade com os
demais fragmentos que compõem o estudo. Este grupo está relacionado às altas
temperaturas e a baixas altitudes. Dessa forma, os fragmentos que compõem o
grupo 2 estão sob condições mais adversas de temperatura e umidade,
determinando a fitofisionomia desses locais.
À
medida
que
aumentam
os
valores
de
regime
hídrico,
evapotranspiração e longitude, vão surgindo os fragmentos de Cerrado sensu
stricto e Campo cerrado representados nos grupos 1, 3, 5 e 6, localizados no
quadrante 4 do gráfico. O resultado encontrado pela CCA está de acordo com a
análise de TWINSPAN e DCA, em que os fragmentos que compõem estes
grupos se mostraram altamente semelhantes entre si e, ao mesmo tempo,
dessemelhantes com os demais fragmentos. A variável longitude teve maior
impacto na ordenação destes grupos, uma vez que ela teve correlação maior que
0,5 com os eixos de ordenação empregados.
Oliveira-Filho & Fontes (2000) credenciaram variáveis geoclimáticas,
como altitude, temperatura anual, distância do oceano, duração do período seco,
precipitação anual e distribuição da chuva, para descrever o comportamento da
flora arbórea das florestas Atlânticas do sudeste do Brasil. Esses autores
concluíram que as florestas semideciduais são compostas de espécies mais
resistentes a períodos secos, apresentando certa similaridade com as florestas
ombrófilas.
Em estudo realizado por Gomide (2004), os resultados encontrados
determinaram que a altitude foi um fator físico que, associado a condições
149
climáticas, como as variáveis temperatura e precipitação, conferiram um efeito
direto nas fisionomias e na diversidade local.
Para uma análise discriminante das espécies selecionadas para
programas de revegetação, em que as mesmas representam os padrões florísticos
dos grupos, foi realizada uma CCA, visando evidenciar os fatores ambientais
responsáveis por esta distribuição. A escala do ordenamento dos scores foi
otimizada para as espécies.
O diagrama contendo a ordenação das 116 espécies em função das
variáveis geoclimáticas pode ser analisado na Figura 3.15. Para melhor
vizualização da dispersão das espécies no gráfico, as mesmas foram
identificadas por um código e a correpondência entre elas e o seu código está
relacionada na Tabela 3.10.
150
FIGURA 3.15 – Gráfico da CCA, mostrando a correlação entre as espécies
selecionadas e as variáveis geoclimáticas, a partir da matriz de índice de valor de
cobertura recalculado.
151
TABELA 3.10 – Associação entre as espécies escolhidas para as análises
multivariadas e seu código empregado na CCA, bem como o somatório dos
valores de IVC logaritmizado, considerando todos os fragmentos em que as
espécies ocorreram.
Código
Espécies
Família
log (IVC)
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10
E11
E12
E13
E14
E15
E16
E17
E18
E19
E20
E21
E22
E23
E24
E25
E26
E27
E28
E29
E30
E31
E32
E33
E34
E35
E36
E37
E38
E39
E40
E41
E42
E43
E44
E45
E46
E47
E48
E49
E50
E51
E52
E53
Dalbergia miscolobium Benth.
Qualea grandiflora Mart.
Combretum leprosum Mar t.
Caryocar brasiliense Cambess.
Plathymenia reticulata Benth.
Machaerium dimorphandrum Hoehne
Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.
Bowdichia virgilioides Kunth
Mabea fistulifera Mart.
Myracrodruon urundeuva Allemão
Eugenia dysente rica DC.
Eriotheca pubescens (Mar t. & Zucc.) Schott. & Endl.
Byrsonima laxiflora Gr iseb.
Byrsonima coccolobifolia Kunth
Casearia arbore a (L.C.Rich.) Urb.
Qualea parviflora Mart.
Metrodorea mollis Taubert
Machaerium acutifolium Vogel
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov.
Hancornia speciosa B.A.Gomes
Copaifera langsdorffii Desf.
Maprounea guianensis Aubl.
Machaerium brasiliense Vogel
Myrcia splendens (Sw.) DC.
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc.
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
Rourea induta Planch.
Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne
Vochysia thyrsoidea Pohl
Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton
Melanoxylon brauna Schott
Platymiscium pubescens Micheli
Pouteria torta (Mart.) Radlk.
Byrsonima verbascifolia (L.) DC.
Aspidosperma tomentosum Mart.
Guapira venosa (Choisy) Lundell
Pogonophora schomburgkiana Miers
Machaerium nictitans (Vell.) Benth.
Lithraea molleoides (Vell.) Engl.
Enterolobium gummiferum (Mar t.) J.F.Macbr .
Astronium graveolens Jacq.
Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.
Ilex theezans Mart. ex Reissek
Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev
Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev
Balfourodendron molle (Miquel) Pirani
Tapirira guianensis Aubl.
Myrcia fenzliana O. Berg
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Eugenia punicifolia (Kunth) DC.
Licania apetala (E.Mey.) Fritsch
Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch.
Fabaceae Faboideae
Vochysiaceae
Combretaceae
Caryocar aceae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Faboideae
Anacardiaceae
Fabaceae Faboideae
Euphor biaceae
Anacardiaceae
Myrtaceae
Malvaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Salicaceae
Vochysiaceae
Rutaceae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Mimosoideae
Apocynaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Euphor biaceae
Fabaceae Faboideae
Myrtaceae
Clusiaceae
Myrtaceae
Connaraceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Vochysiaceae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Faboideae
Sapotaceae
Malpighiaceae
Apocynaceae
Nyctaginaceae
Euphor biaceae
Fabaceae Faboideae
Anacardiaceae
Fabaceae Mimosoideae
Anacardiaceae
Bignoniaceae
Aquifoliaceae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Rutaceae
Anacardiaceae
Myrtaceae
Rutaceae
Myrtaceae
Chrysobalanaceae
Fabaceae Mimosoideae
0,018711
0,009678
0,009268
0,007981
0,007879
0,007832
0,007250
0,007214
0,007173
0,006805
0,006631
0,006425
0,006141
0,005896
0,005727
0,005533
0,005372
0,005067
0,005065
0,005060
0,004613
0,004463
0,004408
0,004387
0,004356
0,004231
0,004005
0,003976
0,003948
0,003853
0,003774
0,003752
0,003674
0,003508
0,003494
0,003434
0,003301
0,002885
0,002533
0,002427
0,002413
0,002377
0,002315
0,002300
0,002289
0,002213
0,002175
0,002147
0,002136
0,002111
0,002105
0,002071
0,002064
‘continua’...
152
TABELA 3.10, Cont.
Código
Espécies
Família
log (IV C)
E54
E55
E56
E57
E58
E59
E60
E61
E62
E63
E64
E65
E66
E67
E68
E69
E70
E71
E72
E73
E74
E75
E76
E77
E78
E79
E80
E81
E82
E83
E84
E85
E86
E87
E88
E89
E90
E91
E92
E93
E94
E95
E96
E97
E98
E99
E100
E101
E102
E103
E104
E105
E106
E107
E108
E109
E110
E111
E112
E113
E114
E115
E116
Terminalia fagifolia Mar t.
Guapira noxia (Netto) Lundell
Trichilia catigua A.Juss.
Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record
Pterocarpus rohrii Va hl
Kielmeyera speciosa A.St.-Hil.
Blepharocalyx salicifolius (K unth) O.Berg
Allophylus petiolulatus Radlk.
Diospyros hispida A.DC.
Senna cana (Nees & Mar t.) H.S.Irwin & Barneby
Ocotea cory mbosa (Meisn.) Mez
Jacaranda macrantha Cham.
Ormosia arborea (Vell.) Harms
Eugenia aurata O.Ber g
Ocotea pulchella Mart.
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk.
Dalbergia nigra (V ell.) A llemão ex Benth.
Buchenavia tomentosa Eichler
Heisteria silvianii Schwacke
Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk.
Rollinia laurifolia Schltdl.
Schefflera m acrocarpa (Cham. & Schltdl.) Fr odin
Prunus m yrtifolia (L.) Ur b.
Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith
Chrysophyllum m arginatum (Hook. & Ar n.) Radlk.
Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg.
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC. ) Standl.
Lafoensia pacari A.St.-Hil.
Annona crassiflora Mart.
Casearia sylvestris Sw.
Him atanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr.
Roupala montana Aubl.
Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth.
Dictyolom a vandellianum A.Juss.
Platypodium elegans V ogel
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr.
Eugenia florida DC.
Siparuna guianensis A ubl.
Randia nitida (Kunth) D C.
Callisthene fasciculata (Spreng.) Mart.
Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell
Machaerium opacum Vogel
Erythr oxylum citr ifolium A.St.-Hil.
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Pim enta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum
Cecropia glaziovii Snethl.
Ocotea spixiana (Nees) Mez
Eremanthus erythropappus (D C.) MacLeish
Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier
Goniorrhachis marginata Taub.
Cassia fe rruginea (Schrad. ) Schrad. ex DC.
Byrsonim a crassifolia (L.) Kunth
Amaioua guianensis Aubl.
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Aegiphila sellowiana Cham.
Myrcia amazonica DC.
Guibourtia hymenaefolia (Mor ic.) J.Léonard
Cabralea canjerana (V ell.) Mart.
Cordia sellowiana Cham.
Heteropterys byrsonimifolia A.Juss.
Cordia trichoclada DC.
Alseis floribunda Schott
Combretaceae
Nyctaginaceae
Meliaceae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Faboideae
Clusiaceae
Myrtaceae
Sapindaceae
Ebenaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
La uraceae
Bignoniaceae
Fabaceae Faboideae
Myrtaceae
La uraceae
Sapotaceae
Fabaceae Faboideae
Combretaceae
Olacaceae
Myrtaceae
Annonaceae
Araliaceae
Rosaceae
Bignoniaceae
Sapotaceae
Euphor biaceae
Bignoniaceae
Lythracea e
Annonaceae
Salicaceae
Apocynaceae
Fabaceae Mimosoideae
Proteaceae
Anacardiaceae
Rutaceae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Myrtaceae
Siparunaceae
Rubiaceae
Vochysiaceae
Nyctaginaceae
Fabaceae Faboideae
Erythroxylaceae
Nyctaginaceae
Myrtaceae
Ur ticaceae
La uraceae
Asteraceae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Malpighiaceae
Rubiaceae
Euphor biaceae
Ver benaceae
Myrtaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Meliaceae
Boraginaceae
Malpighiaceae
Boraginaceae
Rubiaceae
0,001998
0,001947
0,001933
0,001932
0,001888
0,001809
0,001751
0,001743
0,001739
0,001710
0,001690
0,001678
0,001672
0,001669
0,001653
0,001649
0,001621
0,001620
0,001611
0,001570
0,001549
0,001509
0,001498
0,001496
0,001485
0,001450
0,001414
0,001412
0,001385
0,001347
0,001345
0,001331
0,001316
0,001308
0,001285
0,001282
0,001265
0,001234
0,001229
0,001211
0,001210
0,001210
0,001209
0,001203
0,001202
0,001196
0,001185
0,001168
0,001148
0,001147
0,001138
0,001135
0,001115
0,001086
0,001085
0,001084
0,001080
0,001076
0,001064
0,001020
0,001015
0,001011
0,001005
153
A dispersão das espécies no gráfico representa a preferência de cada
uma por um ambiente representado pelos vetores das variáveis geoclimáticas.
Na Tabela 3.11 observam-se as espécies que ocorreram exclusivamente nos
grupos G4, G7, G8, G9 e G10 e, por isso, estão distribuídas no quadrante 1. As
30 espécies listadas nessa Tabela têm sua distribuição associada às regiões de
longitudes inferiores, altitudes e temperaturas médias.
Algumas espécies que não são exclusivas dos grupos mencionados
anteriormente também estão associadas às mesmas condições ambientais, uma
vez que se localizam no mesmo quadrante. A distribuição dessas espécies
próximas aos grupos mencionados se deve aos seus valores de IVC
logaritimizado que caracterizaram esses grupos de forma mais expressiva que os
demais. As espécies Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth., Siparuna
guianensis Aubl., Ocotea pulchella Mart., Callisthene fasciculata (Spreng.)
Mart., Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk., Pogonophora
schomburgkiana Miers, Jacaranda macrantha Cham., Guapira opposita (Vell.)
Reitz, Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb., Byrsonima laxiflora Griseb., Ocotea
corymbosa (Meisn.) Mez, Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.,
Tapirira guianensis Aubl., Eugenia aurata O.Berg, Eugenia florida DC.,
Dictyoloma vandellianum A.Juss., Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr.,
Casearia
sylvestris
Sw.,
Piptadenia
gonoacantha
(Mart.)
J.F.Macbr.,
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg, Buchenavia tomentosa Eichler,
Machaerium nictitans (Vell.) Benth., Lithraea molleoides (Vell.) Engl.,
Goniorrhachis marginata Taub. Allophylus petiolulatus Radlk., Randia nitida
(Kunth) DC. e Platypodium elegans Vogel se enquadram nessas condições.
154
TABELA 3.11 – Espécies que foram exclusivas dos grupos ordenados no
quadrante 1 do gráfico da CCA e sua recorrência entre os mesmos.
Espécie
Amaioua guianensis Aubl.
Erythroxylum c itrifolium A.St.-Hil.
Melanoxylon brauna Schott
Aegiphila sellowiana Cham.
Alseis floribunda Schott
Cordia sellowiana Cham.
Heisteria silvianii Schwacke
Licania apetala (E.Mey.) Fritsch
Mabea fistulifera Mart.
Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg.
Maprounea guianensis Aubl.
Metrodorea mollis Taubert
Ocotea spixiana (Nees) Mez
Ormosia arborea (Vell.) Harms
Prunus myrtifolia (L.) Urb.
Rollinia laurifolia Schltdl.
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev
Astronium graveolens Jacq.
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth
Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard
Ilex theezans Mart. ex Reissek
Myrcia amazonica DC.
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landr um
Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch.
Pterocarpus rohrii Vahl
Rourea induta Planch.
Trichilia catigua A.Juss.
Cecropia glaziovii Snethl.
Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth.
G4
1
1
1
G7
1
1
1
1
G8
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
G9
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
G10
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Recorr ência
4
4
4
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
As espécies Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier, Combretum leprosum
Mart. e Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith ocorreram somente no grupo 2 e
estão distribuídas no quadrante três. Já as espécies Myracrodruon urundeuva
Allemão, Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi, Balfourodendron molle (Miquel)
Pirani, Machaerium acutifolium Vogel, Platymiscium pubescens Micheli e
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. também aparecem no quadrante 3, estando
adaptadas às mesmas condições ambientais. Essas espécies estão altamente
correlacionadas às regiões de temperaturas mais elevadas. À medida que a
temperatura começa a diminuir aparecem as espécies Machaerium brasiliense
155
Vogel, Dalbergia frutescens (Vell.) Britton e Cordia trichoclada DC, que
ocorreram em 5, 4 e 3 grupos, respectivamente.
No quadrante 4 encontram-se espécies que estão associadas às regiões
de maior longitude onde as taxas de evapotranspiração são maiores, ao mesmo
tempo em que os índices de umidade aumentam. Entre essas espécies, 12
ocorreram somente nos grupos 1, 3, 5 e 6 e estão listadas na Tabela 3.12.
TABELA 3.12 – Espécies que foram exclusivas dos grupos ordenados no
quadrante 4 do gráfico da CCA e sua recorrência entre os mesmos.
Espécie
Qualea grandiflora Mar t.
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov.
Annona crassiflora Mart.
Byrsonima coccolobifolia Kunth
Byrsonima verbascifolia (L.) DC.
Kielmey era coriac ea Mart. & Zucc.
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk.
Vochysia thyrsoidea Pohl
Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson
Kielmey era spe ciosa A.St.-Hil.
Myrcia fenzliana O. Ber g
Senna cana (Nees & Mart.) H.S.Irwin & Bar neby
G1
1
1
G3
1
1
1
1
1
1
1
1
G5
1
1
1
1
1
1
1
1
1
G6
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Recorrência
4
4
3
3
3
3
3
2
1
1
1
1
Outras espécies, como Plathymenia reticulata Benth. Acosmium
dasycarpum
(Vogel)
Yakovlev,
Machaerium
dimorphandrum
Hoehne,
Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson, Enterolobium gummiferum
(Mart.) J.F.Macbr., Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin,
Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne, Dalbergia miscolobium Benth., Qualea
parviflora Mart., Hancornia speciosa B.A.Gomes, Eugenia dysenterica DC.,
Machaerium opacum Vogel, Caryocar brasiliense Cambess., Eriotheca
pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl., Pouteria torta (Mart.) Radlk. e
Guapira noxia (Netto) Lundell também estão associadas a variações
longitudinais, com reflexos na evapotranpiração e no regime hídrico.
156
À medida que se aumentam os valores de altitude e, conseqüentemente,
ocorre redução da temperatura, aparecem espécies, como Bowdichia virgilioides
Kunth, Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish, e Lafoensia pacari A.St.Hil., que ocorreram em 8, 7 e 6 grupos, respectivamente.
Na Tabela 3.13 encontram-se as espécies que ocorreram em pelo menos
50% dos grupos e, por isso, apresentam grande plasticidade nas bacias, podendo
ser empregadas na revegetação de mais de um grupo. Portanto, este grupo de 38
espécies é o mais propício à restauração nos locais estudados, quando o objetivo
é garantia de potencial de regeneração e adaptação.
157
TABELA 3.13 – Lista de espécies que ocorreram em pelo menos 5 grupos
formados pela TWINSPAN, por ordem decrescente de ocorrência.
Espécie
G1
Copaifera langsdorffii Desf.
1
Roupala montana Aubl.
1
Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.
1
Bowdichia virgilioides Kunth
1
Diospyros hispida A.DC.
Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish
Pouteria torta (Mar t.) Radlk.
1
Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.
Aspidosperma tomentosum Mart.
1
Buchenavia tomentosa Eichler
Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb.
Euge nia aurata O.Berg
Euge nia punicifolia (Kunth) DC.
1
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Lafoensia pacari A.St.-Hil.
Machaerium opacum Vogel
1
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Plathymenia reticulata Benth.
1
Qualea parviflora Mar t.
1
Tapirira guianensis Aubl.
1
Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record
Caryocar brasiliense Cambess.
1
Dalbergia miscolobium Benth.
1
Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr.
1
Euge nia dysenterica DC.
1
Guapira noxia (Netto) Lundell
Hancornia speciosa B.A.Gomes
1
Heteropterys byrsonimifolia A.Juss.
Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne
1
1
Jacaranda macrantha Cham.
Machaerium brasiliense Vogel
Marlierea racemosa (Vell.) Kiaer sk.
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
1
Myrcia splende ns (Sw.) DC.
Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez
Platypodium elegans Vogel
Schefflera macrocarpa (Cha m. & Schltdl.) Frodin
G2
1
1
1
1
1
1
G3
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
G4
1
1
1
1
1
G5
1
1
G6
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
G8
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
G7
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
G9 G10 Recorrência
1
1
10
1
1
10
1
1
8
1
1
8
1
7
1
1
7
1
1
7
1
1
7
1
6
1
1
6
1
1
6
1
1
6
1
6
1
1
6
1
1
6
1
6
1
1
6
6
1
6
1
1
6
1
1
5
1
5
5
5
5
1
5
1
5
1
5
5
1
5
1
1
5
1
1
5
1
5
1
1
5
1
5
1
1
5
1
5
As correlações notadas entre a distribuição das espécies e as variáveis
geoclimáticas utilizadas são tendências pontuais, influenciadas também por
fatores não investigados neste estudo e, por vezes, associados a fenômenos
aleatórios relativos à dinâmica das florestas ou à mera proximidade geográfica
entre fragmentos.
Dessa forma, as generalizações do hábitat preferencial das espécies
podem levar a resultados errôneos, devendo-se ter maior cuidado na
interpretação das análises (Oliveira-Filho et al., 1994; Botrel et al., 2002). Kent
158
& Coker (1992) alertam que estudos descritivos como estes são meramente
exploratórios e geradores de hipóteses, podendo apenas direcionar futuros
estudos experimentais.
3.5. Árvore de decisão e mapa fitogeográfico
Na Figura 3.16 está representada a composição da árvore de decisão que
estabeleceu critérios para a classificação das áreas que não foram inventariadas
nas bacias. Apesar de terem sido empregadas todas as variáveis que constam na
Tabela 3.2, o algoritmo selecionou as variáveis altitude, evapotranspiração,
temperatura, precipitação, distância do fragmento ao rio e teor de matéria
orgânica, como as responsáveis pela discriminação dos ambientes dentro da
área. O mapa fitogeográfico resultante corresponde à Figura 3.7.
Dessa forma, essas seis variáveis foram utilizadas na estruturação da
árvore de decisão binária, impondo a direção que seguirá o grupo ou fragmento.
Quando um fragmento está em uma classe e os demais integrantes do grupo
estão em outra, o fragmento em questão segue a direção em que enquadra, se
separando do grupo. Nesse procedimento, portanto, não é utilizada a média por
grupo, como no caso da CCA.
Em todos os nós de divisão, o critério de classificação será sempre o
mesmo, onde fragmentos com valores iguais ou inferiores seguem o lado
esquerdo (N) da árvore e fragmentos com valores superiores ao estipulado vão
para o lado direito (S).
As
variáveis
evapotranspiração
e
precipitação
tiveram
maior
participação na classificação das áreas, uma vez que atuaram em 4 e 3 nós
intermediários, respectivamente.
As variáveis teor de matéria orgânica e temperatura tiveram pouca
influência nesse processo, participando de apenas uma subdivisão cada. Esse
159
resultado se deve ao fato de essas variáveis operarem em grandes escalas no
mapa, não distinguindo áreas menores.
As variáveis que primeiro discriminaram os ambientes foram altitude e
evapotanspiração, correspondendo a uma divisão macro da áresa. Já na
discriminação de regiões menores, as variáveis precipitação e distância do
fragmento ao rio participaram de forma decisiva. Essa última variável operou
nos últimos nós, dos dois lados da árvore, pelo fato de ser um atributo de grande
heterogeneidade entre os fragmentos, o que aumentou a precisão da árvore.
Gomide (2004), para a elaboração de um mapa fitogeográfico para a
faixa ciliar da bacia do rio São Francisco, utilizou as variáveis longitude, latitude
e elevação na árvore de decisão, por representaram valores mais detalhados nos
fragmentos.
Nos grupos 3, 4, 6, 7, 8 e 10 não ocorre separação dos fragmentos por
nenhuma variável, demonstrando que os mesmos têm um comportamento
homogêneo em grandes extensões das bacias.
Costa et al. (2003) utilizaram essa metodologia para quantificar a
distribuição da diversidade no semi-árido nordestino, gerando um mapa de
favorecimento/pressão à diversidade, a partir de fatores ambientais (precipitação,
solo e relevo) e antrópicos (agricultura, pecuária e extração vegetal).
160
G
G
G
G
G
G
G
G
G
N
G 5
N
S
G 4
160
N
N
G 1
G 2
N
G 2
N
G 6
N
G 10
S
G
G
G
G
G
M
a t é r ia o r g â n c ia
1 ,5
S
E v a p o tr a n sp i r a ç ã o
1 032
D is t â n c i a d o
4 13 10
G 5
G 9
S
r io
G 2
3
6
7
8
9
G 9
S
E v a p o t r a n s p ir a ç ã o
1 16 2
N
G 2
G 10
2
5
9
1
S
N
G 2
G 9
G 10
S
E v a p o t r a n s p ir a ç ã o
1 03 3
G
G
G
G
S
1
2
3
6
7
8
9
T e m p e r a tur a
22
G 1
G 2
G 9
G 1
G
G
G
G
G
G
G
S
E le va ç ão
89 8
G 2
G 4
G 6
G 8
G 1 0
E le vaç ã o
52 1
E va p otr an s pir aç ã o
1 28 0
G 4
G 5
N
G 1
G 3
G 5
G 7
G 9
1
2
3
4
5
6
7
8
9
G
G
G
G
3
6
7
8
P r e c ip i t a ç ã o
9 33
N
S
P r e c ip i ta ç ã o
11 29
N
G 3
S
G 9
G 3
G 7
G 8
P r e c ip i t a ç ã o
1 06 9
N
G 7
S
G 7
G 8
D i stâ n c i a d e r i o
22 41 0
S
G 8
FIGURA 3.16 – Árvore de decisão construída pelo algoritmo CART, para ser empregada na classificação das áreas não
inventariadas das bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e São Mateus, MG.
4 CONCLUSÕES
A utilização da análise multivariada DCA discriminou dois grandes
grupos de fragmentos quanto à estrutura, e a análise divisiva
TWINSPAN completou a análise, propiciando a formação de 10 grupos
florísticos, com base na importância das espécies dentro de cada
fragmento, que são: grupo 1: fragmento J120; grupo 2: fragmentos J110,
J20 e J16; grupo 3: fragmentos J13, J96 e J15; grupo 4: fragmentos
P119, J135 e P115; grupo 5: fragmentos J86, J21, P94 e P95; grupo 6:
fragmentos J11 e J12; grupo 7: fragmentos M134 e J14; grupo 8:
fragmentos J10 e J109; grupo 9: fragmentos J108, S111, J114 e M112 e
grupo 10: fragmentos M140 e J139.
Foram selecionadas 116 espécies para programas de revegetação nas
bacias estudadas. No grupo 1 selecionaram-se 10 espécies; no grupo 2,
15 espécies; no grupo 3, 42 espécies; no grupo 4, 30 espécies; no grupo
5, 35 espécies; no grupo 6, 31 espécies; no grupo 7, 15 espécies; no
grupo 8, 30 espécies; no grupo 9, 45 espécies e no grupo 10, 30
espécies.
A CCA correlacionou as variáveis geoclimáticas altitude, longitude e
temperatura com a distribuição das espécies na área estudada.
A árvore de decisão proporcionou a elavoração de um mapa
fitogeográfico que delimita áreas de influência de espécies selecionadas
para programas de revegetação nas Bacias estudadas, proporcionando
subsídios para programas de recomposição de áreas desmatadas ou
degradadas da região nordeste de Minas Gerais.
162
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WHITMORE, T. C. An introduction to tropical rain forest. Oxford: Oxford
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165
ANEXOS
Página
ANEXO A
TABELA 1A
Dados florísticos do levantamento, incluindo todas as
espécies e suas respectivas famílias registradas no
Herbário, abrangendo ainda o número de indivíduos
por espécie nos Fragmentos................................................166
TABELA 2A. Espécies que ocorreram com apenas um indivíduo, tendo sido
consideradas raras na área e o repectivo fragmento em que
ocorreu.....................................................................................180
166
TABELA 1A: Dados florísticos do levantamento, incluindo todas as espécies e suas respectivas famílias amostradas,
abrangendo, ainda, o número de indivíduos por espécie nos fragmentos.
166
Espécie
Família
Astronium concinnum Schott ex Spreng.
Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.
Astronium graveolens Jacq.
Lithraea molleoides (Vell.) Engl.
Myracrodruon urundeuva Allemão
Spondias mombin L.
Tapirira guianensis Aubl.
Tapirira guianensis Aublet
Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch.
Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth.
Annona cacans Warm.
Annona coriacea Mart.
Annona crassiflora Mart.
Bocagea longepedunculata Mart.
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth
Cardiopetalum calophyllum Schltdl.
Duguetia furfuracea (A. St.-Hil.) Benth. & Hook. f.
Duguetia lanceolata A.St.-Hil.
Guatteria australis A.St.-Hil.
Guatteria villosissima A.St.-Hil.
Rollinia emarginata Schltdl.
Rollinia laurifolia Schltdl.
Rollinia leptopetala R.E.Fr.
Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.
Rollinia sylvatica (A.St.-Hil.) Mart.
Unonopsis lindmanii R.E.Fr.
Xylopia aromatica (Lam.) Mart.
Xylopia brasiliensis Spreng.
Xylopia emarginata Mart.
Xylopia sericea A.St.-Hil.
Aspidosperma australe Müll.Arg.
Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F.Blake ex Pittier
Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg.
Aspidosperma dispermum Müll.Arg.
Aspidosperma macrocarpon Mart.
Aspidosperma olivaceum Müll.Arg.
Aspidosperma parvifolium A.DC.
Aspidosperma ramiflorum Müll.Arg.
Aspidosperma spruceanum Benth. ex Müll.Arg.
Aspidosperma tomentosum Mart.
Hancornia speciosa B.A.Gomes
Himatanthus lancifolius (Müll.Arg.) Woodson
Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson
Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson
Rauvolfia sellowii Müll.Arg.
Tabernaemontana catharinensis A.DC.
Tabernaemontana hystrix (Steud.) A.DC.
Tabernaemontana laeta Mart.
Tabernaemontana solanifolia A.DC.
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
1
6
1
35
3
1
1
2
6
1
4
422
98
446
3
2
89
1
1
82
4
2
41
146
12
11
47
1
2
1
110
6
1
3
2
588
3
286
2
1
7
43
89
21
15
3
73
1
2
1
1
2
42
63
1
6
28
19
4
1
12
183
44
6
5
1
7
3
12
5
4
11
4
9
2
1
1
143
11
27
47
5
3
7
13
1
2
2
1
23
47
49
89
44
5
17
117
11
1
1
8
1
14
8
2
10
38
37
2
3
1
2
11
9
2
46
17
2
7
2
46
52
1
10
1
1
1
6
5
5
2
1
11
44
11
1
113
30
10
102
27
2
61
14
11
29
29
25
5
2
6
102
15
81
9
2
3
5
3
7
2
1
492
547
289
891
12
269
1
64
155
8
2
164
1
196
7
15
49
19
23
1
243
102
97
47
47
128
1
1
112
8
3
1
2
20
2
24
6
89
404
252
80
90
2
3
5
3
7
2
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
167
Espécie
Família
Ilex cerasifolia Reissek
Ilex conocarpa Reissek
Ilex paraguariensis A.St.-Hil.
Ilex theezans Mart. ex Reissek
Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch.
Schefflera angustissima (E.Marchal) D.Frodin
Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi
Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin
Schefflera vinosa (Cham. & Schltdl.) Frodin & Fiaschi
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.
Attalea burretiana Bondar
Butia capitata (Mart.) Becc.
Euterpe edulis Mart.
Geonoma schottiana Mart.
Syagrus oleracea (Mart.) Becc.
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez
Baccharis dracunculifolia DC.
Baccharis serrulata Pers.
Baccharis tridentata Vahl
Eupatorium ganophyllum Mattf.
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera
Morithamnus ganophyllus (Mattf.) RMKing & H.Rob.
Piptocarpha axillaris (Less.) Baker
Piptocarpha macropoda Baker
Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker
Vernonanthura diffusa (Less.) H.Robinson.
Vernonanthura divaricata (Spreng.) H.Rob.
Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish
Eremanthus glomerulatus Less.
Eremanthus incanus (Less.) Less.
Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart.
Jacaranda cuspidifolia Mart. ex A.DC.
Jacaranda macrantha Cham.
Jacaranda puberula Cham.
Jacaranda pulcherrima Morawetz
Paratecoma peroba (Record & Mell) Kuhlm.
Psychotria suterella Müll.Arg.
Sparattosperma verrucosum
Tabebuia alba (Cham.) Sandwith
Tabebuia caraiba Murr.
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A.DC.) Standl.
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.
Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.
Tabebuia reticulata A.H.Gentry
Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith
Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols
Tabebuia vellosoi Toledo
Zeyheria digitalis (Vell.) LBSm. & Sandwith
Zeyheria montana Mart.
Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau
Cordia ecalyculata Vell.
Cordia hebeclada IM Johnst.
Aquifoliaceae
Aquifoliaceae
Aquifoliaceae
Aquifoliaceae
Araliaceae
Araliaceae
Araliaceae
Araliaceae
Araliaceae
Araliaceae
Arecaceae
Arecaceae
Arecaceae
Arecaceae
Arecaceae
Arecaceae
Arecaceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
13
5
1
1
5
21
1
53
1
6
1
1
9
373
2
1
1
29
1
16
26
7
8
5
3
5
13
9
12
1
5
13
96
1
23
1
1
12
3
4
3
2
4
4
1
2
8
1
1
1
1
1
1
6
1
1
1
1
1
8
1
1
4
1
104
5
8
2
1
6
2
2
1
16
2
3
56
8
17
2
2
6
1
1
27
390
2
8
10
1
9
1
3
5
12
2
31
1
7
3
2
2
8
3
3
1
9
7
3
63
2
1
8
21
36
17
17
1
3
60
39
8
18
3
1
80
85
4
1
1
4
4
1
25
11
8
1
5
1
2
1
1
7
3
20
21
21
11
431
3
1
31
101
17
12
1
18
121
1
12
3
4
9
7
8
1
1
2
1
3
17
2
4
22
120
13
121
10
5
405
18
2
31
1
10
6
1
22
68
241
1
165
6
8
1
30
23
2
7
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
168
Espécie
Família
Cordia magnoliifolia Cham.
Cordia nodosa Lam.
Cordia sellowiana Cham.
Cordia silvestris Fresen.
Cordia superba Cham.
Cordia trachyphylla Mart.
Cordia trichoclada DC.
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud.
Capparis flexuosa (L.) L.
Capparis yco Mart.
Commiphora leptophloeus (Mart.) J.B.Gillet
Crepidospermum atlanticum Daly
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand
Protium pilosissimum Engl.
Protium spruceanum (Benth.) Engl.
Trattinnickia ferruginea Kuhlm.
Cereus jamacaru DC.
Pereskia aculeata Mill.
Pereskia balmensis Gürke
Pereskia grandifolia Hawer
Capsicodendron dinisii (Schwacke) Occhioni
Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.
Caryocar brasiliense Cambess.
Caryocar edule Casar.
Maytenus evonymoides Reissek
Maytenus floribunda Reissek
Maytenus gonoclada Mart.
Maytenus ilicifolia Mart.
Maytenus robusta Reissek
Maytenus salicifolia Reissek
Plenckia populnea Reissek
Salacia elliptica (Mart. ex Schult.) G.Don
Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. ex Hook.f.
Couepia monteclarensis Prance
Hirtella glandulosa Spreng.
Hirtella gracilipes (Hook.f.) Prance
Hirtella hebeclada Moric.
Hirtella racemosa Lam.
Licania apetala (E.Mey.) Fritsch
Licania blackii Prance
Licania hoehnei Pilg.
Licania kunthiana Hook.f.
Licania octandra (Hoffmgg. ex Roem. & Schult.) Kuntze
Clethra scabra Pers.
Calophyllum brasiliense Cambess.
Clusia nemorosa G.Mey
Clusia organensis Planch. & Triana
Garcinia gardneriana (Planchon & Triana) Zappi
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc.
Kielmeyera lathrophyton Saddi
Kielmeyera rubriflora Cambess.
Kielmeyera speciosa A.St.-Hil.
Tovomita weddelliana Planch. & Triana
Tovomitopsis saldanhae Engl.
Boraginaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Brassicaceae
Brassicaceae
Burseraceae
Burseraceae
Burseraceae
Burseraceae
Burseraceae
Burseraceae
Cactaceae
Cactaceae
Cactaceae
Cactaceae
Canellaceae
Cannabaceae
Caryocaraceae
Caryocaraceae
Celastraceae
Celastraceae
Celastraceae
Celastraceae
Celastraceae
Celastraceae
Celastraceae
Celastraceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae
Clethraceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
1
115
248
1
16
1
12
8
5
4
2
1
2
11
53
27
28
14
11
2
1
1
51
1
1
3
1
7
15
11
4
1
10
18
1
1
44
11
7
3
1
37
95
217
1
102 111 137
1
90
208
36
13
6
36
14
1
11
11
1
1
18
5
7
1
38
1
1
8
4
1
9
11
3
3
60
3
11
6
78
68
35
2
2
5
1
2
2
4
1
1
11
3
2
3
1111
5
1
3
20
592
40
2
3
35
1
1
1
1
2
1
1
1
1
66
56
5
13
1
372
4
238
2
14 480
24
1
8
97
138
104
8
4
1
1
14
1
1
117
293
2
1
13
94
39
2
2
51
1
2
3
33
4
1
28
1
8
59
38
1047
1
34
39
1
2
31
1
42
63
103
70
43
15
4
2
1120
3
55
633
1
6
3
1
2
1
738
166
128
376
4
240
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
169
Espécie
Família
Vismia brasiliensis Choisy
Vismia guianensis (Aubl.) Pers.
Vismia magnoliifolia Schltdl. & Cham
Vismia martiana Reichardt
Buchenavia tomentosa Eichler
Combretum duarteanum Cambess.
Combretum leprosum Mart.
Combretum mellifluum Eichler
Terminalia argentea (Cambess.) Mart.
Terminalia brasiliensis Camb.
Terminalia eichleriana Alwan & Stace
Terminalia fagifolia Mart.
Terminalia glabrescens Mart.
Terminalia januariensis DC.
Terminalia phaeocarpa Eichler
Connarus beyrichii Planch.
Connarus regnellii G.Schellenb.
Connarus suberosus Planch.
Rourea induta Planch.
Davilla elliptica A.St.-Hil.
Diospyros brasiliensis A.DC.
Diospyros burchellii Hiern.
Diospyros hispida A.DC.
Diospyros inconstans Jacq.
Diospyros obtusifolia Humb . & Bonpl . ex Willd
Diospyros sericea A.DC.
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth.
Sloanea monosperma Vell.
Sloanea stipitata Spruce
Erythroxylum ambiguum Peyr.
Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil.
Erythroxylum deciduum A.St.-Hil.
Erythroxylum suberosum A.St.-Hil.
Erythroxylum tomentosum
Erythroxylum tortuosum Mart.
Erythroxylum vaccinifolium Mart.
Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg.
Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax
Actinostemon verticillatus (Klotzsch) Baill.
Alchornea glandulosa Poepp. & Endl.
Alchornea sidifolia Müll.Arg.
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg.
Aparisthmium cordatum (Juss.) Baill.
Aparisthmium cordatum (Juss.) Baillon
Chaetocarpus myrsinites Baill.
Croton argyrophylloides Müll.Arg.
Croton celtidifolius Baill.
Croton equinocarpa
Croton floribundus Spreng.
Croton lagoensis Müll.Arg.
Croton organensis Baill.
Croton urucuranus Baill.
Croton verrucosus Radcl.-Sm. & Govaerts
Euphobia humilis
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Clusiaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Combretaceae
Connaraceae
Connaraceae
Connaraceae
Connaraceae
Dilleniaceae
Ebenaceae
Ebenaceae
Ebenaceae
Ebenaceae
Ebenaceae
Ebenaceae
Elaeocarpaceae
Elaeocarpaceae
Elaeocarpaceae
Erythroxylaceae
Erythroxylaceae
Erythroxylaceae
Erythroxylaceae
Erythroxylaceae
Erythroxylaceae
Erythroxylaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
44
7
20
2
44
1
6
1
13
72
112
31
1
15
244
3
1
9
1166
4
6
2
2
1
3
11
8
1
45
4
19
2
90
28
1
3
20
3
1
24
17
1
157
2
979
144
4
1
2
6
19
69
4
76
3
2
1
3
1
3
3
28
21
3
1
1
1
9
41
7
5
6
1
26
2
683
9
2
6
1
3
1
1
9
94
3
8
1
23
1
6
2
1
112
1
1
34
8
3
13
4
4
5
1
4
6
1
1
23
1
1
3
2
67
1
19
2
3
2
5
76
7
4
44
7
22
1
267
28
1410
4
13
2
8
144
68
1
3
1
44
20
980
1
27
10
508
65
6
6
9
1
40
94
728
116
6
3
45
13
8
5
5
6
1
1
23
1
1
3
69
1
21
3
2
5
83
4
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
170
Espécie
Família
Gymnanthes concolor (Spreng.) Müll. Arg.
Jatropha mollissima (Pohl) Baill.
Jatropha polliana
Mabea fistulifera Mart.
Mabea pohliana (Benth.) Müll.Arg.
Maprounea guianensis Aubl.
Pachystroma longifolium (Nees) I.M.Johnst.
Pera barbinervis (Mart. ex Klozsch) Pax & K.Hoffm.
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Pera heteranthera (Schrank) I.M.Johnst.
Pogonophora schomburgkiana Miers
Richeria grandis Vahl
Sapium glandulosum (L.) Morong
Sapium haematospermum Müll.Arg.
Sebastiania brasiliensis Spreng.
Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B. Sm. & Downs
Sebastiania klotzschiana (Müll.Arg.) Müll.Arg.
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr.
Bauhinia acuruana Moric.
Bauhinia forficata Link
Bauhinia longifolia (Bong.) D.Dietr.
Bauhinia pulchella Benth.
Bauhinia rufa (Bong.) Steud.
Caesalpinia pyramidalis Tul.
Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC.
Chamaecrista catharticoides (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & Barneby
Copaifera langsdorffii Desf.
Dimorphandra mollis Benth.
Goniorrhachis marginata Taub.
Guibourtia hymenaefolia (Moric.) J.Léonard
Hymenaea courbaril L.
Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne
Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne
Melanoxylon brauna Schott
Peltogyne pauciflora Benth.
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.
Pterogyne nitens Tul.
Sclerolobium paniculatum Vogel
Senna cana (Nees & Mart.) H.S.Irwin & Barneby
Senna macranthera (Collad.) H.S.Irwin & Barneby
Senna multijuga (L.C.Rich.) H.S.Irwin & Barneby
Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby
Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby
Senna velutina (Vogel) H.S.Irwin & Barneby
Symplocos pubescens Klotzsch ex Benth.
Tachigali densiflora (Benth.) ined.
Tachigali denudata (Vogel) ined.
Tachigali paniculata Aubl.
Tachigali rugosa (Mart. ex Benth.) Zarucchi & Pipoly
Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev
Acosmium fallax (Taub.) Yakovlev
Acosmium subelegans (Mohlenbr.) Yakovlev
Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm.
Andira anthelmia (Vell.) Benth.
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Caesalpinioideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
3
2
20
24
6
40
272
1398
15
25
45
28
10
242
28
2
34
1
1
191
310
12
7
3
69
2
2
20
7
20
31
2
8
22
9
42
55
22
105
1
2
2
3
28
37
1
12
26
1
173
4
2
1
19
13
15
3
13
38
5
159
591
104
50
87
1
1
52
16
7
11
74
142
12
1
3
3
792
7
112
73
163
103
40
5
85
13
2
31
1
2
1
1
65
1
66
12
22
101
2
94
20
5
1
4
25
10
2
214
96
3
3
1
25
7
328
2
11
60 109
6
92
10
6
6
7
19
4
24
1
1
2
7
1
21
1
1
11
2
16
3
2
19
3
3
1
8
2
100
4
2
17
32
49
10
31
3
2
52
10
87
54
1
1
2
3
2
20
601
1405
558
12
25
183
22
177
22
108
2
3
65
1
212
4
15
38
13
43
159
724
2
846
177
44
821
11
565
66
511
6
8
24
1
125
3
8
22
22
30
9
8
100
4
53
245
118
54
1
3
‘continua’...
171
Família
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Faboideae
Fabaceae Mimosoideae
Espécie
Andira fraxinifolia Benth.
Andira ormosioides Benth.
Andira vermifuga (Mart.) Benth.
Bowdichia virgilioides Kunth
Centrolobium microchaete (Mart. ex Benth.) H.C.Lima ex G.P.Lewis
Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth.
Cyclolobium brasiliense Benth.
Dalbergia foliolosa Benth.
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton
Dalbergia glaziovii Harms
Dalbergia lanceolata Zipp. ex Spanoghe
Dalbergia miscolobium Benth.
Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth.
Dalbergia villosa (Benth.) Benth.
Deguelia costata (Benth.) Az.-Tozzi
Dipteryx alata Vogel
Erythrina falcata Benth.
Hymenolobium janeirense Kuhlm.
Lonchocarpus cultratus (Vell.) Az.-Tozzi & H.C.Lima
Lonchocarpus praecox Mart. ex Benth.
Lonchocarpus virgilioides (Vogel) Benth.
Machaerium acutifolium Vogel
Machaerium brasiliense Vogel
Machaerium dimorphandrum Hoehne
Machaerium floridum (Mart. ex Benth.) Ducke
Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld
Machaerium minutiflorum Tul.
Machaerium nictitans (Vell.) Benth.
Machaerium opacum V ogel
Machaerium punctatum (Poir.) Pers.
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel
Machaerium triste Vogel
Machaerium villosum Vogel
Myrocarpus fastigiatus Allemão
Myroxylon peruiferum L.f.
Ormosia arborea (Vell.) Harms
Platycyamus regnellii Benth.
Platymiscium floribundum Vogel
Platymiscium pubescens Micheli
Platypodium elegans Vogel
Pterocarpus rohrii Vahl
Pterodon emarginatus Vogel
Pterodon polygalaeflorus (Benth.) Benth.
Swartzia flaemingii Vogel
Swartzia langsdorffii Raddi
Swartzia macrostachya Benth.
Swartzia marginata Benth.
Swartzia myrtifolia J.E.Sm.
Swartzia peremarginata R.S.Cowan
Sweetia fruticosa Spreng.
Tamarindus indica
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel
Acacia langsdorffii Benth.
TABELA 1A, cont.
339
506
1
42
146
6
2
1
1
1
1
189
1
1
30
2
2
1
1
2
1
4
1
240
53
42
16
1
10
21
11
2
1
268
1
24
16
2
109
20
5
59
1
35
8
4
1
68
11
2
1
46
1
124
26
7
14
1
10
1
5
17
1
3
2
4
27
336
10
16
2
1
12
1
3
2
1587
402
196
7
89
5
1
10
1
19
7
59
1
4
1
4
21
300
153
242
104
1
1
1
91 141
3
3
1
4
3
3
283 75 329
48
1
1
1
9
190
86
13
6
26
5
14
1
9
51
37
1
46
1
277
96
7
4
8
1
2
2
2
6
1
2
1
2
43
1
6
6
1
43
17
6
2
1
95
55
2
1
2
402
2
333
2
6
1
2
1
2
5
7
222
1
56
2
28
3
331 265
2
50
2
8
9
‘continua’...
57
2
5
109
35
2
55
105
13
8
8
1021
28
1
1
31
274
3
28
2288
187
68
349
1
1
6
5
2
9
471
888
1797
16
9
27
343
120
95
13
37
13
2
5
404
4
4
260
205
201
12
51
4
5
10
7
350
705
31
35
3
7
21
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
TABELA 1A, cont.
172
Espécie
Família
Acacia polycephalla
Acacia polyphylla DC.
Albizia inundata (Mart.) Barneby & J.W.Grimes
Albizia niopoides (Spruce) Burkart
Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Anadenanthera peregrina (L.) Speg.
Blanchetiodendron blanchetii (Benth.) Barneby & Grime
Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P.Lewis
Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong
Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr.
Enterolobium monjollo (Vell.) Mart.
Enterolobium timbouva Mart.
Inga cylindrica (Vell.) Mart.
Inga ingoides (Rich.) Willd.
Inga lenticellata Benth.
Inga leptantha Benth.
Inga marginata Willd.
Inga platyptera Benth.
Inga uruguensis Hooker At Arnott.
Inga vulpina Mart. ex Benth.
Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & J.W.Grimes
Mimosa caesalpiniifolia Benth.
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr.
Plathymenia reticulata Benth.
Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P.Lewis & M.P.Lima
Pseudopiptadenia falcata
Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rausch.
Pseudopiptadenia warmingii (Benth.) G.P.Lewis & M.P.Lima
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov.
Stryphnodendron polyphyllum Mart.
Stryphnodendron polyplayllum
Citronella gongonha (Mart.) R.A.Howard
Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard
Emmotum nitens (Benth.) Miers
Lacistema hasslerianum Chodat
Lacistema pubescens Mart.
Lacistema robustum Schnizlein
Hyptidendron asperrimum (Epling) Harley
Hyptidendron canum (Pohl) Harley
Aiouea trinervis Meisn.
Aniba canelilla (Kunth) Mez
Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm.
Cinnamomum glaziovii (Mez) Vattimo
Cinnamomum triplinerve (Ruiz & Pav.) Kosterm.
Cryptocarya aschersoniana Mez
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr.
Nectandra lanceolata Nees
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
Nectandra nitidula Nees
Nectandra oppositifolia Nees
Nectandra reticulata (Ruiz & Pav.) Mez
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Fabaceae Mimosoideae
Icacinaceae
Icacinaceae
Icacinaceae
Lacistemataceae
Lacistemataceae
Lacistemataceae
Lamiaceae
Lamiaceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
3
7
2
1
15
10
1
2
1
36
16
1
14
2
14
1
4
53
21
127
16
9
7
9
10
1
15
10
1
141
1
2
29
144
2
3
1
1
1
16
2
63
153
28
6
3
66
20
1
40
18
4
1
170 320
1
3
6
2
28
23
2
7
16
12
1
1
18
5
3
29
1
25
3
1
7
18
1
45
47
42
7
19
1
16
3
137 106
103
3
55
83
36
19
7
3
11
2
124
77
2
128
1
48
2
2
10
3
103
4
1
1
3
4
1
6
6
14
6
2
404
86
127
1
58
8
15
2
3
5
3
26
282
2
4
1
78
8
1
1
9
12
1
7
3
1
22
3
266
2
8
18
60
16
15
227
72
142
1
2
173
6
367
24
18
11
80
30
5
28
32
1
19
7
1
143
933
7
3
79
137
902
108
48
3
7
98
4
1
23
20
10
1
22
26
3
548
8
1
78
8
1
1
10
12
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
173
Espécie
Família
Nectandra warmingii Meisn.
Ocotea aciphylla (Nees) Mez
Ocotea bicolor Vattimo-Gil [Baitello disagrees]
Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez
Ocotea elegans Mez
Ocotea glomerata (Nees) Mez
Ocotea indecora (Schott) Mez
Ocotea lancifolia (Schott) Mez
Ocotea laxa (Nees) Mez
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer
Ocotea pomaderroides (Meisn.) Mez
Ocotea puberula (Rich.) Nees
Ocotea pulchella Mart.
Ocotea spixiana (Nees) Mez
Ocotea velutina (Nees) Rohwer
Persea major (Nees) L.E. Kopp
Persea pyrifolia Nees & Mart.
Persea rufa
Persea rufotomentosa Nees & Mart. ex Nees
Persea willdenovii Kosterm.
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze
Lecythis pisonis Cambess.
Antonia ovata Pohl
Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart.
Strychnos pseudoquina A.St.-Hil.
Lafoensia pacari A.St.-Hil.
Lafoensia vandelliana Cham. & Schltdl.
Talauma ovata
Byrsonima coccolobifolia Kunth
Byrsonima crassa Nied.
Byrsonima intermedia A.Juss.
Byrsonima laxiflora Griseb.
Byrsonima nitidifolia A.Juss.
Byrsonima sericea DC.
Byrsonima verbascifolia (L.) DC.
Heteropterys byrsonimifolia A.Juss.
Bixa orellana L.
Cavanillesia umbellata Ruiz & Pavón
Eriotheca gracilipes (K.Schum.) A.Robyns
Eriotheca macrophylla (K.Schum.) A.Robyns
Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl.
Guazuma ulmifolia Lam.
Luehea candicans Mart. & Zucc.
Luehea divaricata Mart.
Luehea grandiflora Mart. & Zucc.
Luehea paniculata Mart. & Zucc.
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns
Pseudobombax tomentosum (Mart. & Zucc.) A.Robyns
Pterygota brasiliensis Allemão
Sterculia chicha A.St.-Hil.
Miconia albicans Triana
Miconia cinerascens Miq.
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lecythidaceae
Lecythidaceae
Lecythidaceae
Loganiaceae
Loganiaceae
Loganiaceae
Lythraceae
Lythraceae
Magnoliaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Melastomataceae
Melastomataceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
1
5
80
2
1
5
116
5
498
8
17
2
1
63
244
1
1
2
1
50
10
57
150
7
47
1
1
52
3
7
2
76
43
1
1
24
1586
2
25
3
8
127
1
14
1
128
2
1
1
1
1
1
2
53
1
21
2
1
1
7
5
1
2
82
2
58
15
25
6
1
7
14
6
61
2
165
152 102 187
61
21
1
3
1
42
1
7
32
4
2
1
1
1
42
3
4
3
8
49
24
212
23
16
6
3
162
1
3
63
1
26
7
17
20
34
34
195
37
1
4
5
11
399
1
8
67 304
202
14
48
12
16
33
3
18
20
7
42
1
13
5
2
1
2
23
102
2
18
2
185
36
1
1
88
5
385
54
2
1
70
298
500
25
59
3
1592
225
43
1
129
2
1
56
24
1
2
13
1
113
235
2
2
752
8
28
309
6
3
507
123
7
1
4
16
1179
48
29
33
30
60
1
13
7
1
147
2
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
174
Espécie
Família
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin
Miconia cubatanensis Hoehne
Miconia ferruginata DC.
Miconia latecrenata (DC.) Naudin
Miconia paulensis Naudin
Miconia prasina (Sw.) DC.
Miconia rigidiuscula Cogn.
Miconia trianaei Cogn.
Miconia tristis Spring
Tibouchina granulosa Cogn.
Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn.
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
Cedrela fissilis Vell.
Cedrela odorata L.
Guarea guidonia (L.) Sleumer
Guarea macrophylla Vahl
Trichilia catigua A.Juss.
Trichilia clausseni C.DC.
Trichilia elegans A.Juss.
Trichilia emarginata (Turcz.) C.DC.
Trichilia hirta L.
Trichilia lepidota Mart.
Trichilia magnifoliola T.D.Penn.
Trichilia pallens C.DC.
Trichilia pallida Sw.
Mouriri elliptica Mart.
Mouriri glazioviana Cogn.
Mollinedia argyrogyna Perkins
Mollinedia widgrenii A.DC.
Moquinia racemosa (Spreng.) DC.
Brosimum gaudichaudii Trécul
Brosimum guianense (Aubl.) Huber
Brosimum lactescens (S.Moore) C.C.Berg.
Ficus enormis (Mart.) Miq.
Ficus luschnathiana (Miq.) Miq.
Ficus mexia
Maclura tinctoria (L.) Steud.
Naucleopsis oblongifolia (Kuhlm.) Carauta
Cybianthus detergens Mart.
Virola bicuhyba (Schott) Warb.
Ardisia warmingii (Mez) Bernacci & Jung-Mend.
Cybianthus angustifolius A.DC.
Myrsine coriacea (Sw.) Roem. & Schult.
Myrsine ferruginea (Ruiz & Pavón) Sprengel
Myrsine gardneriana A.DC.
Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze
Myrsine lineata (Mez) Imkhan.
Myrsine umbellata Mart.
Myrsine venosa A.DC.
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg
Calycorectes acutatus (Miq.) Toledo
Calyptranthes clusiifolia O.Berg
Campomanesia aromatica (Aublet) Griseb.
Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk.
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Memecylaceae
Memecylaceae
Monimiaceae
Monimiaceae
Monimiaceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Myrcinaceae
Myristicaceae
Myrsinaceae
Myrsinaceae
Myrsinaceae
Myrsinaceae
Myrsinaceae
Myrsinaceae
Myrsinaceae
Myrsinaceae
Myrsinaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
13
3
2
12
1
474
1
1
1
73
10
1
3
29
2
29
6
2
9
1
3
4
2
4
26
2
1
110
111
3
1
34
1
1
1
6
2
1
7
5
1
2
1
1
1
78
15
4
1
15
1
4
1
3
5
4
2
3
9
9
4
4
1
1
1
1
2
67
1
4
2
2
3
9
3
7
1
6
24
11
1
4
6
1
15
3
12
129
340
17
1
14
4
2
4
43
19
24
9
3
1
3
26
1
1
29
2
1
1
10
269
8
26
16
2
12
1
474
1
2
1
32
9
1
117
14
4
26
3
224
1
35
1
9
11
2
2
3
1
93
5
15
1
16
25
9
1
1
2
77
11
3
7
12
6
35
1
61
55
129
373
3
343
38
3
1
11
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
175
Espécie
Família
Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg
Campomanesia laurifolia Gardn.
Campomanesia rhombea O.Berg
Campomanesia sessiliflora (O.Berg) Mattos
Campomanesia xanthocarpa O.Berg
Eugenia adenantha O.Berg
Eugenia aurata O.Berg
Eugenia dodonaeifolia Cambess.
Eugenia dysenterica DC.
Eugenia florida DC.
Eugenia francavilleana O.Berg
Eugenia handroana D.Legrand
Eugenia hyemalis Cambess.
Eugenia leitonii i ned.
Eugenia ligustrina ( Sw.) Willd.
Eugenia myrtifolia Sims
Eugenia neomyrtifolia Sobral
Eugenia persicifolia O.Berg
Eugenia punicifolia (Kunth) DC.
Eugenia sonderiana O. Berg
Eugenia stictosepala Kiaerskou
Eugenia uniflora L.
Gomidesia affinis (Cambess.) D.Legrand
Gomidesia crocea (Vell.) O.Berg
Gomidesia hebepetala (DC.) O.Berg
Marlierea laevigata (DC.) Kiaersk.
Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk.
Myrcia amazonica DC.
Myrcia fallax (Rich.) DC.
Myrcia fenzliana O. Berg
Myrcia glabra (O. Berg) D.Legrand
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
Myrcia lutescens Cambess.
Myrcia mischophylla Kiaersk.
Myrcia multiflora (Lam.) DC.
Myrcia mutabilis (O.Berg) N.Silveira
Myrcia obovata (O.Berg) Nied.
Myrcia olorata
Myrcia pallens DC.
Myrcia pubiflora DC.
Myrcia retorta Cambess.
Myrcia splendens (Sw.) DC.
Myrcia tomentosa (Aubl.) DC.
Myrcia vautheriana O. Berg
Myrcia velutina O.Berg
Myrcia venosa
Myrcia venulosa DC.
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum
Psidium brownianum DC.
Psidium cattleianum Afzel. ex Sabine
Psidium guajava L.
Psidium myrsinoides O.Berg
Psidium myrtoides O.Berg
Psidium pohlianum O.Berg
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
2
10
1
8
1
40
3
2
2
1
26
6
3
2
11
82
64
1
4
37
28
12
64
30 105 72
14
66
24
12
22
10
48
216
9
55
4
2
14
30
16
1
1
1
12
2
17
21
1
15
2
5
19
195
212
1
1
6
9
1
6
6
2
1352
1
3
22
4
12
26
146
2
1
10
178
1
226
4
7
295
251
3
47
673
32
1
4
1
154
23
43
1
25
22
5
43
366
2
1
1
184
3
3
351
154
23
42
2
75
36
1
10
64
1
2
1
1
5
60
134
41
5
2
3
10
1
1
3
11
2
1
5
2
10
1
8
6
43
193
6
666
98
2
44
16
1
1
1
12
2
485
67
1
15
1
6
6
5
1393
173
10
178
1
1023
5
79
48
709
1
368
1
1
187
696
65
1
2
1
6
235
5
2
3
10
4
15
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
176
Espécie
Família
Psidium salutare (Kunth) O.Berg
Siphoneugena densiflora O.Berg
Siphoneugena kiaerskoviana (Burret) Kausel
Siphoneugena widgreniana O.Berg
Bougainvillea glabra Choisy
Bougainvillea praecox Griseb.
Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell
Guapira hirsuta (Choisy) Lundell
Guapira noxia (Netto) Lundell
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Guapira venosa (Choisy) Lundell
Neea theifera Oerst.
Ouratea castaneifolia (DC.) Engl.
Ouratea floribunda Engl.
Ouratea hexasperma (A.St.-Hil.) Baill.
Ouratea polygyna Engl.
Ouratea semiserrata (Mart. & Nees) Engl.
Ouratea spectabilis (Mart. & Engl.) Engl.
Heisteria citrifolia Engl.
Heisteria ovata Benth.
Heisteria silvianii Schwacke
Lamanonia grandistipularis (Taub.) Taub.
Lamanonia speciosa (Cambess.) LB Sm.
Lamanonia ternata Vell.
Tetrastylidium grandifolium (Baill.) Sleumer
Trichilia casaretti C.DC.
Ximenia americana L.
Chionanthus crassifolius (Mart.) P.S.Green
Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook.
Agonandra excelsa Griseb.
Ternstroemia brasiliensis Cambess.
Phyllanthus acuminatus Vahl
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms
Piper aduncum L.
Piper gaudichaudianum Kunth
Coccoloba mollis Casar.
Coccoloba warmingii Meisn.
Ruprechtia fagifolia Meisn.
Triplaris gardneriana Weddell
Euplassa inaequalis (Pohl) Engl.
Roupala montana Aubl.
Colubrina glandulosa Perkins
Rhamnidium elaeocarpum Reissek
Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) D.Dietr.
Prunus myrtifolia (L.) Urb.
Alibertia edulis (L.C.Rich.) A.Rich. ex DC.
Alibertia sessilis (Vell.) K.Schum.
Alseis floribunda Schott
Amaioua corymbosa Kunth
Amaioua guianensis Aubl.
Amaioua pilosa K.Schum.
Bathysa australis (A.St.-Hil.) Benth. & Hook.f.
Bathysa nicholsonii K.Schum.
Chomelia pohliana Müll.Arg.
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Ochnaceae
Ochnaceae
Ochnaceae
Ochnaceae
Ochnaceae
Ochnaceae
Olacaceae
Olacaceae
Olacaceae
Olacaceae
Olacaceae
Olacaceae
Olacaceae
Olacineae
Olacineae
Oleaceae
Opiliaceae
Opiliaceae
Pentaphyllacaceae
Phyllanthaceae
Phytolaccaceae
Piperaceae
Piperaceae
Polygonaceae
Polygonaceae
Polygonaceae
Polygonaceae
Proteaceae
Proteaceae
Rhamnaceae
Rhamnaceae
Rosaceae
Rosaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
2
11
10
24
2
54
4
4
1
42
215
1
68
494
261
6
19
405
5
1
3
4
87
8
4
106
1
2
42
28
2
7
1
6
14
46
10
1
2
3
1
10
3
3
1
15
2
1
30
3
7
8
9
2
1
4
3
42
3
59
1
2
66
4
1
3
41
25
1
7
23
9
4
15
2
3
3
2
7
5
4
9
1
15
2
3
29
27
12
4
85
1
7
2
20
3
8
2
1
2
5
3
39
11
6
7
2
62
1
6
1
25
6
5
19
3
1
1226
1
17
9
8
5
13
5
24
17
5
123
349
1
120
6
6
2
1
38
2
1
1
3
2
13
1
17
1
13
10
24
56
4
4
89
226
372
592
527
4
19
18
56
45
42
1
46
4
63
2
70
1
3
41
25
1
24
24
32
4
10
15
2
3
60
105
2
1
238
5
10
1
1265
1
13
51
123
523
1
3
5
14
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
177
Espécie
Família
Chomelia sericea Müll.Arg.
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze
Cordiera elliptica Kuntze
Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze
Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum.
Faramea multiflora
Faramea nigrescens Mart.
Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl.
Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl.
Ixora brevifolia Benth.
Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult.
Psychotria appendiculata Müll.Arg.
Psychotria hastisepala Müll.Arg.
Psychotria malaneoides Müll.Arg.
Psychotria sellowiana (DC.) Müll.Arg.
Psychotria stachyoides
Psychotria vellosiana Benth.
Randia nitida (Kunth) DC.
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum.
Balfourodendron molle (Miquel) Pirani
Citrus limonia Osbeck
Dictyoloma vandellianum A.Juss.
Esenbeckia febrifuga (A.St.-Hil.) A.Juss. ex Mart.
Galipea jasminiflora (A.St.-Hil.) Engl.
Hortia arborea Engl.
Metrodorea mollis Taubert
Metrodorea stipularis Mart.
Pilocarpus giganteus Engl.
Zanthoxylum caribaeum Lam.
Zanthoxylum fagara (L.) Sargent
Zanthoxylum monogynum A.St.-Hil.
Zanthoxylum petiolare A.St.-Hil. & Tul.
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Zanthoxylum riedelianum Engl.
Meliosma brasiliensis Urb.
Meliosma sinuata Urb.
Caesalpinia microphylla Mart. ex G.Don
Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb.
Casearia commersoniana Cambess.
Casearia decandra Jacq.
Casearia gossypiosperma Briq.
Casearia lasiophylla Eichler
Casearia mariquitensis Kunth
Casearia obliqua Spreng.
Casearia rupestris Eichler
Casearia sylvestris Sw.
Casearia ulmifolia Vahl
Salix humboldtiana Willd.
Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A.Juss.) Radlk.
Allophylus petiolulatus Radlk.
Allophylus racemosus Sw.
Allophylus semidentatus (Miq.) Radlk.
Allophylus sericeus Radlk.
Cupania emarginata Cambess.
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Sabiaceae
Sabiaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
1
1
4
1
109
2
1
5
23
16
2
2
1
2
11
1
2
1
3
3
2
3
5
7
4
31
2
33
1
2
2
9
1
1
31
7
10
30
7
8
36
12
1
164
9
4
1
19
24
9
23
4
19
17
334
2
23
215
379
21
14
2
2
1
47
1
18
19
2
1
1
58
12
11
8
3
136
5
24
305
1
2
2
551
396
1
131
1
65
6
36
38
33
2
17
15
9
27
20
2
31
2
1
1
19
8
13
38
5
27
53
515
4
3
12
3
1
20
17
57
3
23
6
25
24
4
1
29
3
32
80
3
3
11
2
4
11
1
150
16
3
3
5
5
39
13
31
2
9
1
8
41
81
13
168
1
103
4
17
357
617
14
1
51
38
3
11
218
1
2
2
3
1534
38
116
40
3
1
13
60
112
39
3
82
125
44
4
1
545
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
178
Espécie
Família
Cupania ludowigii Somner & Ferruci
Cupania oblongifolia Mart.
Cupania paniculata Cambess.
Cupania racemosa (Vell.) Radlk.
Cupania vernalis Cambess.
Diatenopteryx grazielae Vaz & Andreata
Magonia pubescens A.St.-Hil.
Matayba guianensis Aubl.
Matayba mollis Radlk.
Sapindus saponaria L.
Talisia esculenta (A.St.-Hil.) Radlk.
Toulicia laevigata Radlk.
Chrysophyllum fasciculata
Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl.
Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk.
Chrysophyllum marginatum Klotzsch ex MR Schomb.
Micropholis gardneriana (A.DC.) Pierre
Micropholis robusta Mart.
Micropholis venulosa (Mart. & Eichler) Pierre
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.
Pouteria gardneri (Mart. & Miq.) Baehni
Pouteria gardneriana (A.DC.) Radlk.
Pouteria guianensis Aubl.
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk.
Pouteria tomentosa (Palai)
Pouteria torta (Mart.) Radlk.
Picrasma crenata (Vell.) Eichler
Simarouba amara AUBL.
Simarouba versicolor A.St.-Hil.
Siparuna arianeae V.Pereira
Siparuna cujabana (Mart.) A.DC.
Siparuna guianensis Aubl.
Siparuna piosices
Siparuna reginae (Tul.) A.DC.
Solanum granuloso-leprosum Dunal
Solanum insidiosum Mart.
Solanum lycocarpum A.St.-Hil.
Solanum swartzianum R oem. & Schult.
Styrax camporus Pohl
Styrax ferrugineus Nees & Mart.
Styrax latifolius Pohl
Styrax leprosus Hook. & Arn.
Styrax maninul B.Walln.
Styrax pohlii A.DC.
Symplocos celastrinea Mart. ex Miq.
Symplocos insignis Brand
Symplocos mosenii Brand
Symplocos rhamnifolia A.DC.
Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski
Laplacea tomentosa (Mart. & Zucc.) G.Don
Daphnopsis coriacea Taub.
Daphnopsis fasciculata (Meisn.) Nevling
Trema micrantha (L.) Blume
Boehmeria caudata Swartz
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Simaroubaceae
Simaroubaceae
Simaroubaceae
Siparunaceae
Siparunaceae
Siparunaceae
Siparunaceae
Siparunaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Styracaceae
Styracaceae
Styracaceae
Styracaceae
Styracaceae
Styracaceae
Symplocaceae
Symplocaceae
Symplocaceae
Symplocaceae
Theaceae
Theaceae
Thymelaeaceae
Thymelaeaceae
Ulmaceae
Urticaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
3
1
1
13
34
20
1
1
3
78
1
5
2
45
1
7
1
8
3
5
1
4
1
3
3
13
5
1
11
1
1
95
1
82
16
1
108
1
2
1
32
169
7
2
186
75
12
17
3
4
4
2
15
52
14
129
6
5
2
2
22
6
11
18
3
47
184
49
2
6
2
11
6
8
76 317
64
28
1
16
17
82
12
2
7
1
59
30
1
4
4
2
8
7
6
1
1
26
2
1
3
1
14
7
8
4
1
18
13
1
1
2
3
5
2
1
10
1
1
9
1
3
1
1
1
7
12
1
8
4
3
13
4
137
2
56
13
2
5
6
19
1
97
221
1
66
131
361
93
61
52
13
252
49
515
1
29
23
8
1
197
6
7
1
1
26
2
18
9
31
13
2
12
8
3
1
10
4
1
1
7
12
1
‘continua’...
TABELA 1A, cont.
Espécie
Família
Cecropia glaziovii Snethl.
Cecropia hololeuca Miq.
Cecropia pachystachya Trécul
Coussapoa microcarpa (Schott) Rizz.
Pourouma cecropiifolia Mart.
Aegiphila lhotskiana Cham.
Aegiphila sellowiana Cham.
Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) A.Juss.
Hyptis arborea Benth.
Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke
Vitex polygama Cham.
Callisthene fasciculata (Spreng.) Mart.
Callisthene major Mart.
Callisthene minor Mart.
Qualea cordata (Mart.) Spreng.
Qualea grandiflora Mart.
Qualea multiflora Mart.
Qualea parviflora Mart.
Vochysia cinnamomea Pohl
Vochysia elliptica Spreng. Mart.
Vochysia magnifica Warm.
Vochysia oppugnata Warm.
Vochysia rufa Mart.
Vochysia thyrsoidea Pohl
Vochysia tucanorum Mart.
Urticaceae
Urticaceae
Urticaceae
Urticaceae
Urticaceae
Verbenaceae
Verbenaceae
Verbenaceae
Verbenaceae
Verbenaceae
Verbenaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
Vochysiaceae
J10 J108 J109 J110 S111 J114 P119 J120 J13 J135 M140 J20 J86 J96 J11 M112 P115 J12 M134 J139 J14 J15 J16 J21 P94 P95 Total
74
1
5
4
2
1
72
29
154
29
9
4
4
10
2
3
3
1
10
3
5
271
16
75
1
1
108
2
1
1
7
16
4
493
25
234
2
99
3
84
2
19
43
33
1
288
12
147 64 152
28
4 55 27
1
57
5
34
18
25
1
57
8
64
26
1
13
6
3
1
50
7
4
13
3
35
7
87
1
74
1
9
2
1
130
167
4
10
23
4
287
28
78
2
1362
104
638
43
14
6
3
1
209
70
179
TABELA 2A – Espécies que ocorreram com apenas um indivíduo, tendo sido
consideradas raras na área e o repectivo fragmento em que ocorreu.
Espécie
Família
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.
Aiouea trinervis Meisn.
Alchornea sidifolia Müll.Arg.
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg.
Alibertia edulis (L.C.Rich.) A.Rich. ex DC.
Allophylus sericeus Radlk.
Amaioua pilosa K.Schum.
Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm.
Aparisthmium cordatum (Juss.) Ba illon
Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg.
Astronium concinnum Schott ex Spreng.
Baccharis tride ntata Vahl
Blanche tiodendron blanchetii (Benth.) Bar neby & Grime
Bocagea longepedunculata Mar t.
Boehmeria caudata Swartz
Campomanesia aromatica (Aublet) Griseb.
Campomanesia rhombea O.Berg
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze
Caryocar e dule Casar.
Casearia mariquitensis Kunth
Cavanillesia umbellata Ruiz & Pavón
Cecropia hololeuc a Miq.
Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth.
Cereus jamacaru DC.
Chaetocarpus myrsinites Baill.
Chionanthus crassifolius (Mart.) P.S.Green
Chrysophyllum fasciculata
Chrysophyllum marginatum Klotzsch ex MR Schomb.
Citrus limonia Osbeck
Clusia nemorosa G.Mey
Connarus beyrichii Planch.
Cordia magnoliifolia Cham.
Cordia superba Cham.
Cordiera elliptica Kuntze
Crepidospermum atlanticum Daly
Croton equinocarpa
Cyclolobium brasiliense Benth.
Daphnopsis coriacea Taub.
Davilla elliptica A.St.-Hil.
Dipteryx alata Vogel
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Ma cbr.
Erythrina falcata Benth.
Euge nia leitonii ined.
Euge nia ligustrina (Sw.) Willd.
Euge nia myrtifolia Sims
Euge nia stictosepala Kiaer skou
Eupatorium ganophyllum Mattf.
Arecaceae
La uraceae
Euphor biaceae
Euphor biaceae
Rubiaceae
Sapindaceae
Rubiaceae
Fabaceae Faboideae
Euphor biaceae
Apocynaceae
Anacardiaceae
Asteraceae
Fabaceae Mimosoideae
Annonaceae
Ur ticaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Lecythidaceae
Caryocar aceae
Salicaceae
Malvaceae
Ur ticaceae
Fabaceae Faboideae
Cactaceae
Euphor biaceae
Oleaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Rutaceae
Clusiaceae
Connaraceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Rubiaceae
Bur seraceae
Euphor biaceae
Fabaceae Faboideae
Thymelaeaceae
Dilleniaceae
Fabaceae Faboideae
La uraceae
Fabaceae Faboideae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Asteraceae
Fragmento
S111
J114
J108
J108
J10
J108
J10
J16
J10
J108
J109
J109
S111
J10
M112
J108
J139
J114
P119
M134
J12
M140
J96
J135
J135
P119
J14
J14
P115
J21
J109
M134
J135
J108
M134
J109
J96
J109
J11
J12
J114
J114
J15
J12
J16
J11
J109
‘continua’...
181
TABELA 2A. Cont.
Espécie
Família
Euplassa inaequalis (Pohl) Engl.
Euterpe edulis Mart.
Ficus enormis (Mart.) Miq.
Ficus luschnathiana (Miq.) Miq.
Garcinia gardneriana (Planchon & Triana) Zappi
Gomidesia affinis (Cambess.) D.Legrand
Inga uruguensis Hooker At Arnott.
Lacistema pubescens Mart.
Lamanonia ternata Vell.
Laplacea tomentosa (Mart. & Zucc.) G.Don
Licania octandra (Hoffmgg. ex Roem. & Schult.) Kuntze
Maytenus gonoclada Mar t.
Maytenus salicifolia Reissek
Miconia latecrenata (DC.) Naudin
Miconia prasina (Sw.) DC.
Miconia trianaei Cogn.
Mimosa caesalpiniifolia Benth.
Moquinia racemosa (Spreng.) DC.
Morithamnus ganophyllus (Mattf.) RMKing & H.Rob.
Mouriri elliptica Mart.
Myrcia glabra (O. Berg) D.Legrand
Myrcia obovata (O.Berg) Nied.
Myrcia pallens DC.
Myrcia pubiflora DC.
Myrcia vautheriana O. Berg
Myrcia venosa
Myrsine ferruginea (Ruiz & Pavón) Sprengel
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
Nectandra nitidula Nees
Nectandra warmingii Meisn.
Ocotea glomerata (Nees) Mez
Ouratea spectabilis (Mart. & Engl.) Engl.
Pereskia balmensis Gürke
Persea major (Nees) L.E. Kopp
Persea rufotomentosa Nees & Mart. ex Nees
Picrasma crenata (Vell.) Eichler
Pilocarpus giganteus Engl.
Pourouma cecropiifolia Mart.
Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) D.Dietr.
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns
Psychotria sellowiana (DC.) Müll.Arg.
Psychotria suterella Müll.Arg.
Rollinia emarginata Schltdl.
Schefflera angustissima (E.Marchal) D.Frodin
Sclerolobium paniculatum Vogel
Sebastiania klotzschiana (Müll.Ar g.) Müll.Arg.
Siparuna cujabana (Mart.) A.DC.
Proteaceae
Arecaceae
Moraceae
Moraceae
Clusiaceae
Myrtaceae
Fabaceae Mimosoideae
La cistemataceae
Olacaceae
Theaceae
Chrysobalanaceae
Celastr aceae
Celastr aceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Fabaceae Mimosoideae
Monimiaceae
Asteraceae
Memecylaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrsinaceae
La uraceae
La uraceae
La uraceae
La uraceae
Ochnaceae
Cactaceae
La uraceae
La uraceae
Simaroubaceae
Rutaceae
Ur ticaceae
Rosaceae
Malvaceae
Rubiaceae
Bignoniaceae
Annonaceae
Araliaceae
Fabaceae Caesalpinioideae
Euphor biaceae
Siparunaceae
Fragmento
J114
J10
M134
J108
J16
J108
J10
J114
J114
J15
J114
J135
J139
J10
J13
J96
P119
J114
J10
J10
J11
J108
J108
J108
J114
J14
P119
J20
J139
J135
J108
J14
P119
J114
J114
M112
M112
J108
J135
J139
J108
J114
J11
J12
J108
M112
J114
‘continua’...
182
TABELA 2A. Cont.
Espécie
Família
Sloanea monosperma Vell.
Solanum granuloso-leprosum Dunal
Solanum insidiosum Mart.
Sterc ulia chicha A.St.-Hil.
Stryc hnos brasiliensis (Spreng.) Mart.
Symplocos mosenii Brand
Tabebuia caraiba Murr.
Tabebuia reticulata A.H.Gentry
Tapirira guianensis Aublet
Terminalia januariensis DC.
Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn.
Trichilia clausseni C.DC.
Trichilia emarginata (Tur cz.) C.DC.
Vismia martiana Reichardt
Vochysia rufa Mar t.
Xylopia brasiliensis Spr eng.
Xylopia emarginata Mart.
Zanthoxylum riedelianum Engl.
Zeyheria digitalis (Vell.) LBSm. & Sandwith
Elaeocarpaceae
Solana ceae
Solana ceae
Malvaceae
Loganiaceae
Symplocaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Anacardiaceae
Combretaceae
Melastomataceae
Meliaceae
Meliaceae
Clusiaceae
Vochysiaceae
Annonaceae
Annonaceae
Rutaceae
Bignoniaceae
183
Fragmento
J114
J108
M112
M112
J109
J139
J11
M112
J108
S111
J139
J139
J135
J135
J96
J114
J21
J114
J11
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