Resistências à
Inovação
por Paulo Renato Cabral
Setembro, 2006
RESISTÊNCIAS À INOVAÇÃO
Legislações obsoletas, tradicionalismo, cultura conservadora, medo do novo e
excesso de "necessidade de segurança". Tudo isso somado ao exército de
pessimistas estrategicamente “infiltrados” em nossas vidas para nos dizer o tempo
todo "Não vai dar certo" ou "Sempre fazemos assim, por que mudar agora?”, na
tentativa de nos desviar do novo. Afinal, por que tanta resistência? Melhorias para
o país ou oportunidades para a geração de novas empresas são colocadas em
descaso quando a resistência à mudança supera a inovação.
Engana-se quem pensa que todo este cenário de conservadorismo é mais um
empecilho para o inovador realizar sua metas. Pelo contrário! Para os grandes
empreendedores inovadores, a oposição às suas idéias é como uma alavanca que
lhes dá mais força e diz que estão no "caminho certo". A história é testemunha de
como o conservadorismo está sempre ao lado da Inovação. Basta analisar grandes
nomes que fizeram diferença na sociedade, da medicina às artes, passando pela
psicanálise ou as histórias de grandes empreendedores, para percebermos
claramente, que ao se iniciar um processo de inovação, o primeiro "ataque"
direcionado aos empreendedores é originado do próprio meio ou circuito social em
que ele vive. Porém, para o desgosto dos pessimistas, toda a oposição ao
empreendedor só o fortalece como pessoa, além de favorecer a perpetuação de
seu nome na história.
Ser conservador não é uma característica nata de alguém ou de algum grupo
específico da sociedade, mas sim é uma condição do momento, é claro que para
alguns este momento é constante, mas devemos estar atentos, pois ora nos
expressamos como inovadores, ora como conservadores sem que possamos
perceber. Uma célebre história é a de Thomas Edison. Após criar a lâmpada
elétrica, Edison sofreu uma enorme oposição das companhias de iluminação a gás
da época, pois a lâmpada elétrica ameaçava o modelo de iluminação por eles
preconizado. Após anos de boicotes e ameaças à inovação, a iluminação por meio
de lâmpadas elétricas acabaria de vez com a iluminação a gás. Pouco depois ocorre
uma mudança de papéis. O empreendedor inovador Thomas Edison se vê ameaçado
pelos novos sistemas de transmissão de corrente elétrica desenvolvidos pelos
engenheiros da época. Este novo sistema, baseado em corrente alternada, era
incompatível com o sistema de corrente contínua projetado por ele. Edison tentou
de todas as formas prejudicar o novo modelo, alegando que as novas tecnologias
eram uma ameaça à vida humana, devido ao perigo de descargas elétricas que
poderia provocar. A tentativa foi em vão. Hoje, em nossas casas, as mesmas
lâmpadas criadas por Edison cem anos atrás são alimentadas através de um sistema
de corrente alternada.
Para os inovadores toda a oposição é genuína a amizade, parece desconexo ou
paradoxal, mas um atributo não pode viver sem o outro. Todos que inovam devem
estar preparados para ciclos constantes de luta e fortalecimento contra o
conservadorismo e, em muitos casos, estar pronto para de forma honrosa e
honesta, defender e “conservar” suas idéias quando inovações que a superem
chegarem ao mercado. E quanto mais flexíveis e inovadores forem as pessoas e
empresas, menor será a resistência para empreender, atingir metas, desenvolver
novos produtos e conquistar novos mercados.
Instituto Inovação
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