4. AÇÕES SETORIAIS
O detalhamento da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior do
governo brasileiro, realizado pelas Ações Setoriais para o Aumento da Competitividade
da Indústria Brasileira, se manifesta em um conjunto de ações estratégicas setoriais,
concentradas em dezoito segmentos industriais que constituem a base da estrutura da
indústria brasileira. As políticas específicas de Investimento, de Capacitação Tecnológica,
de Comércio Exterior, de Capacitação Profissional e Apoio às Empresas de Pequeno Porte
se desdobram em linhas de ação e instrumentos voltados para os diversos setores com suas
características, problemas e potencialidades próprias.
As Ações Setoriais para o Aumento da Competitividade da Indústria Brasileira
se orientam por um conjunto de metas específicas perseguidas pelos referidos setores
industriais.
4.1 METAS SETORIAIS
1). Investimentos - estão previstos investimentos de aproximadamente US$ 94,5
bilhões de dólares, distribuídos nos 18 setores industriais de acordo com as
suas necessidades e potencialidades diferenciadas1.
2). Produção e exportação - as metas de aumento da produção e da capacidade
instalada foram definidas por um conjunto de setores, segundo o seu perfil
específico:
a) Siderurgia - aumentar a capacidade atual de produção de aço (28 milhões
ton/ano) em 15% até o ano 2000, atingindo 32 milhões de ton/ano e manter
um percentual mínimo de exportação de 20% da produção nacional.
b) Indústria naval - Restruturação do setor com o objetivo de permitir a sua
participação na reconstrução da Frota Brasileira de Marinha Mercante construção de cerca de 150 navios em um horizonte de dez anos e viabilizar
um programa de exportação de navios motivado pelo mercado mundial de
45 milhões de tpb/ano, o que equivaleria a uma demanda de 750 navios/ano,
tomando como base o porte médio de 60.000 tpb por navio.
c) Automotivo - aumentar a capacidade instalada em 50% até o ano 2000,
atingindo a produção de dois milhões e meio de unidades/ano, situando o
Brasil como o sétimo pólo mundial de autoveículo e o quinto maior
mercado do mundo, abastecendo convenientemente o mercado interno e
aumentando o excedente exportável.
d) Papel e celulose - aumentar a capacidade instalada em 55% até o ano 2005,
com a ampliação da área plantada com floresta para mais de 1,5 milhão de
hectares, e ampliar as exportações para US$ 5 bilhões de dólares.
e) Indústria da Construção - atingir padrão de eficiência em nível
internacional, através do desenvolvimento de programa de qualidade e
produtividade, visando a redução dos níveis de desperdícios e acidentes no
1
As metas definidas pelos setores trabalham com diferentes prazos mas a maioria considera um prazo
flutuando em torno de cinco anos. O setor de Papel e Celulose define uma meta de US$ 13 bilhões até o ano
2005 (quase nove anos) mas, em compensação, o setor Automotivo estima investimento de US$ 18,7 bilhões
nos próximos três anos.
39
setor, incentivar a
padronização e normalização, treinamento e
desenvolvimento de novas tecnologias.
f) Têxtil - elevar a produção nacional de algodão em pluma de 450 mil
toneladas/ano para 800 mil toneladas/ano, ampliando a área de cultivo do
algodão em pluma em dois milhões de hectares, e incrementar a produção
têxtil em 3,5% ao ano durante os próximos cinco anos. No comércio
exterior, o segmento têxtil deve aumentar o valor das exportações em 5% ao
ano, durante os próximos 10 anos (elevando em três vezes a participação da
indústria brasileira no mercado mundial), e o segmento de vestuário elevar
as exportações para US$ 1 bilhão de dólares, a partir de 1997.
g) Couro e Calçados - alcançar vendas de US$ 7,4 bilhões de dólares no
mercado interno e exportar US$ 3,2 bilhões de dólares no ano 2000.
h) Moveleiro - atingir um faturamento de US$ 10 bilhões de dólares e
exportação de US$ 1 bilhão de dólares até o final da década.
i) Brinquedos - aumento da parcela do mercado atendida por brinquedos
desenvolvidos no Brasil (35% p/ 55%). Lançamento de 1.500 novos
brinquedos/ano.
j) Bens de Capital - Elevar a competitividade na produção de máquinas e
equipamentos a fim de recuperar o nível de participação da indústria de
bens de capital brasileira na oferta de produtos ao mercado interno e
aumentar as exportações .
l) Fundição - tornar-se um grande fornecedor mundial de fundidos,
aumentando sua produtividade de 35,3 ton/homem/ano, em 1996, para 50
ton. no final do século. Aumentar a produção de 1.5 para 3.5 milhões de
ton/ano e as exportações de US$ 340 milhões para US$ 1.2 bilhões ano,
neste período.
m) Alumínio - promover o aumento do consumo interno de alumínio elevando
o nível de utilização da capacidade do setor transformador, hoje em torno de
60%.
n) Eletroeletrônico - manutenção das taxas de crescimento do faturamento
acima de 20% ao ano e aumento das exportações à razão de 15% ao ano.
o) Informática -taxa de crescimento do faturamento acima de 15% ao ano e
exportação em torno de 1,0 bilhão/ano em equipamento de informática.
p) Autopeças - Reestruturação e ampliação de capacidade do setor, com ênfase
na sua capacitação tecnológica, para atender ao correspondente aumento da
produção das montadoras brasileiras - de 1,8 milhão de veículos/ano para
2,5 milhões/ano a partir do ano 2000 e inserir-se nos novos padrões do
“Global Sourcing”, consolidando e ampliando suas exportações.
q) Tratores e Máquinas Agrícolas - alcançar a produção anual de 80.000
unidades até o ano 2005, incrementando as exportações anuais de US$ 0,6
bilhão para US$ 1,9 bilhão .
40
r) Química - Reestruturação industrial através de concentração empresarial
visando atingir porte econômico para concorrer no mercado globalizado.
Evitar a desindustrialização que vem ocorrendo em vários segmentos de
maior valor agregado e nas últimas etapas da cadeia produtiva,
desestruturando todo o complexo.
s) Pesca - elevar o atual patamar de produção de pesca marítima (500 mil
toneladas/ano) para 1,2 milhão nos próximos 5 anos. No tocante à
aquicultura, alcançar uma produção anual de 1 milhão de toneladas num
prazo de 10 anos.
3). Emprego - a geração de emprego está sendo definida como meta para alguns
setores, enquanto outros buscam elevar seus níveis de produtividade, estando
ainda em processo de reestruturação em suas respectivas cadeias produtivas.
a) Papel e celulose - criação de 50 mil novos empregos diretos
b) Indústria da Construção - criação de 25 mil empregos, em cinco anos, no
segmento de material de construção.
c) Têxtil - elevar o emprego para dois milhões de trabalhadores no intervalo
de dez anos, significando a criação de 500 mil novos postos de trabalho.
d) Couro e Calçados - gerar 137.000 novos empregos até o ano 2000.
e) Brinquedos - incorporação de dois mil novos postos de trabalho.
f) Tratores e Máquinas Agrícolas - Criar 14.700 novos empregos nas
empresas montadoras.
g) Fundição - empregar, pelo menos, mais 30.000 trabalhadores diretos.
h)Automotivo - deslocamento de emprego para os subcontratados.
i) Eletroeletrônica e Informática - manutenção do atual nível de emprego.
De forma detalhada, apresentam-se a seguir as ações concretas e específicas para
cada um dos setores selecionados, organizando as informações em um Diagnóstico geral ressaltando os Problemas e Potencialidades, os Objetivos que se pretendem alcançar
pelo setor, as Metas a serem perseguidas no setor, as Linhas de Ação que definem os
blocos homogêneos de intervenção para o desenvolvimento e aumento da competitividade
do setor, e os Instrumentos ou meios (financeiros, fiscais ou organizacionais) para a
implementação das ações setoriais.
41
Download

4. AÇÕES SETORIAIS