1
2
INCERTEZAS EXIGEM CAUTELA
previsão da indústria de alimentação
animal brasileira é demandar aproximadamente 42 milhões de toneladas de milho e
14,5 milhões de toneladas de farelo de soja
em 2015, dentre outros insumos necessários à composição de aproximadamente 67 milhões
de toneladas de rações.
Esse incremento dependerá do desempenho da
cadeia produtiva de proteína animal brasileira e dos
preços agrícolas que continuam pressionados, por
conta da safra de mais de 202 milhões de toneladas, conforme previsão da CONAB em seu oitavo
levantamento/maio, dos quais, 78,6 milhões de
toneladas são atribuídos à cultura do milho e outros
95 milhões de toneladas referentes à soja.
É importante relembrar que esses produtos comercializados internacionalmente, tem seus preços
modulados por movimentos cíclicos de expansão/
contração da oferta, em resposta ao ritmo da demanda que também é impulsionada por fatores
econômicos e políticos. A provável limitação das
elevações futuras (média durante primeiro semestre
de U$ 4.00/bushel de milho e ao redor de U$ 10.00/
bushel para soja) recai na generosa safra americana
e na América do Sul, além de outros fatores conjunturais/econômicos estabelecidos pela valorização
do dólar, queda no preço do petróleo, desaceleração
gradual chinesa, iminente enxugamento monetário
e alta dos juros nos Estados Unidos, recuperação
europeia ainda indefinida, etc.
Semelhante raciocínio aplica-se ao preço das
carnes, leite e ovos, influenciados conjunturalmente
ESTIMATIVA E PREVISÃO DE PRODUÇÃO
(Em milhões de tons / 2014-2015)
pela oferta e demanda contemporâneas, e pelas
incertezas do ambiente doméstico no Brasil, caracterizado pelo aumento do desemprego, crédito escasso
e inflação nas alturas, e também pelo ritmo mais
lento além-fronteiras por causa do menor ímpeto
dos tradicionais clientes internacionais. Inclusive,
essa depreciação persistente identificada sobre os
grãos e as carnes, compromete sobremaneira as
perspectivas de crescimento no Brasil (compensada
em parte pela desvalorização da moeda local) e dos
demais países predominantemente exportadores
das commodities em geral.
É importante salientar que ainda em 2014 o saldo das transações internacionais do agronegócio
nacional atingiu 83 bilhões de dólares (exportações
de U$ 100 bilhões e importações de U$ 17 bilhões),
montante invejável, no entanto, insuficiente para
compensar o déficit de 4 bilhões de dólares (U$ 225
bilhões/exportações vs. U$ 229 bilhões/importações)
acumulado pela balança comercial brasileira.
Retomando a dinâmica das commodities, é evidente que a evolução produtiva da agricultura e da
pecuária brasileira precisa se alinhar cada vez mais aos
estoques e às demandas da cadeia de consumo, já que
a sustentabilidade dos empreendimentos depende de
planejamento e estratégia, atributos considerados
essenciais no combate à especulação, garantia da
competitividade e orientação sobre o que, quando,
como e quanto plantar ou criar e vender.
Ariovaldo Zani
Vice-Presidente Executivo
SEGMENTOS
2014*
2015**
AVES
FRANGOS CORTE
POEDEIRAS
SUÍNOS
GADO
LEITE
CORTE
CÃES E GATOS
EQUINOS
AQUACULTURA
PEIXES
CAMARÕES
OUTROS
TOTAL RAÇÕES
SAL MINERAL
37,0
31,3
5,8
15,2
8,0
5,4
2,67
2,49
0,60
0,806
0,723
0,083
0,83
65,0
2,37
38,3
32,3
6,1
15,4
8,5
5,6
2,83
2,62
0,63
0,890
0,800
0,090
0,85
67,1
2,61
3,4
3,1
4,9
1,0
5,3
5,0
6,1
5,0
4,9
9,8
10,0
8,4
2,3
3,2
10,0
TOTAL GERAL
67,4
69,7
3,5
%
Fonte: Sindirações | *Estimativa | **Previsão
AQUÁTICOS
EQUINOS
SAL MINERAL
CÃES E GATOS
CORTE
1%
1%
3%
4%
4%
7%
8%
LEITE
POEDEIRAS
23%
SUÍNOS
48%
FRANGOS
OUTROS
DEMANDA
ALIMENTAÇÃO
ANIMAL
1%
Fonte: Sindirações
3
SUINOCULTURA
AVICULTURA DE POSTURA
AVICULTURA DE CORTE
De janeiro a março, o produtor de frangos de
corte demandou 7,7 milhões de toneladas de rações, um avanço de 2,3%, enquanto o alojamento de pintainhos cresceu 3,5% e a produção de
carne de frango demonstrou ligeiro incremento,
quando comparados ao contabilizado no primeiro
trimestre do ano passado. Apesar da capacidade
do consumidor bastante comprometida por causa da recessão econômica brasileira, a provável
estabilidade nos preços do milho e do farelo de
soja, e eventual incremento das exportações de
frango, beneficiadas pelos embargos ao produto
americano que sofre com surto de influência
aviária, pode ainda culminar na produção de 32,3
milhões de toneladas de rações, um crescimento
da ordem de 3,1% em relação a 2014.
A produção de rações para galinhas de postura, por sua vez, somou 1,25 milhão de toneladas de
janeiro a março e retrocedeu 11%, em resposta à
diminuição do alojamento das pintainhas. O descarte de poedeiras verificado resulta do excesso
na oferta de ovos disponibilizada no ano passado
e deterioração da capacidade de compra do consumidor, acentuada pelo preço 5% acima daquele
apurado durante o primeiro trimestre de 2014. A
combinação da acomodação do preço futuro do
ovo e a estabilidade no custo do milho e do farelo
de soja pode ainda determinar demanda de 6,1
milhões de toneladas de rações em 2015.
A combinação do alívio do custo do milho e do
farelo de soja com a queda nos preços pagos aos
produtores de suínos, resultou em ligeiro aumento
dos abates no primeiro trimestre, quando comparado ao mesmo período do ano passado, embora a
oferta continue bastante alinhada à demanda dos
consumidores. A demanda por ração, por sua vez,
manteve-se praticamente estável e somou pouco
mais de 3,6 milhões de toneladas de janeiro a março.
O moderado estímulo à produção de carne suína,
determinado pelas oportunidades de exportação
podem ainda redundar na demanda de 15,4 milhões
de toneladas de rações, um avanço de 1% em 2015.
ALOJAMENTO PINTAINHAS DE POSTURA
COMPARATIVO DE ÍNDICES
2013
2014
COMPARATIVO DE ÍNDICES
105
CUSTO RAÇÃO
PREÇO FRANGO VIVO
110
110
105
105
100
100
95
DEZ/14
JAN/15
CUSTO RAÇÃO
PREÇO SUÍNO VIVO
2015
FEV/15
MAR/15
7,3
7,9
7,2
6,4
7,7
6,7 7,2
95
Fonte: Sindirações, base preço frango vivo ao produtor em SP
JANEIRO
FEVEREIRO
7,9
7,0 7,0
MARÇO
7,8
7,0
MÉDIA 10 TRIM.
Fonte: Apinco, adaptado Sindirações
105
100
100
95
95
90
90
85
85
80
80
75
DEZ/14
JAN/15
FEV/15
MAR/15
75
Fonte: Sindirações, base preço suíno vivo ao produtor em SP
4
BOVINOCULTURA DE LEITE
BOVINOCULTURA DE CORTE
De janeiro a março, a arroba do boi terminado permaneceu valorizada e
redundou no consumo de aproximadamente meio milhão de toneladas de
rações. Todavia, o alto custo da reposição, tanto do boi magro e sobretudo
do bezerro, ainda escassamente ofertados, além das exportações de carne
bovina que retrocederam mais de 17% no período, inibiram uma demanda
mais vigorosa de pacotes tecnológicos. O patamar de preço da carne bovina
continua incomodando o bolso do consumidor doméstico, no entanto, a
tendência de câmbio mais competitivo, a retomada do vigor dos embarques
e a reabertura dos mercados do Iraque, África do Sul, China e Arábia Saudita,
podem estimular a cadeia produtiva e redundar na produção de mais de 2,8
milhões de toneladas de ração e mais de 2,6 milhões de toneladas de sal
mineral em 2015.
157
ÍNDICE VALORIZAÇÃO
A falta de chuvas, no início do ano, afetou as pastagens nas regiões Sudeste
e Centro-Oeste e o excesso pluviométrico em outras bacias produtoras atrapalhou a captação, enquanto a paralisação dos caminhoneiros interrompeu
o abastecimento dos varejistas que também demonstraram desinteresse
por acumular estoques de leite e derivados, por conta do menor ímpeto dos
consumidores. A desvalorização da moeda local frente ao dólar encareceu
a aquisição de insumos importados e, de janeiro a março do ano corrente, a
demanda por rações para gado leiteiro alcançou pouco mais de 1,26 milhão
de toneladas e retrocedeu cerca de 3%, quando comparada ao mesmo trimestre do ano passado. A expectativa de estabilidade na cotação do milho
e farelo de soja, utilizados nos concentrados energéticos, pode contribuir
para recuperação da indústria de rações e elevar a produção em 2015 para
o patamar de 5,6 milhões de toneladas.
ÍNDICE DE PREÇO E CAPTAÇÃO DE LEITE
BOI GORDO
BEZERRO
106
100
102
99
100
100
CAPTAÇÃO
PREÇO LEITE
99
98
103
100
SET
OUT
126
100
JAN
MAR
MAI
JUL
2014
SET
NOV
MAR
JAN
2015
Fonte: CEPEA, adaptado Sindirações
98
100
MAR ABR
MAI
104 104
JUN
JUL
105
AGO
2014
96
106
NOV
99
96
95
101
97
101
DEZ
JAN
FEV
102
93
MAR
2015
Fonte: CEPEA, adaptado Sindirações
5
CÃES E GATOS
PEIXES E CAMARÕES
Mesmo diante da crescente inserção dos animais de companhia na moderna sociedade brasileira, seja na participação em terapias, políticas de inclusão
social ou mesmo lazer, a demanda pela alimentação industrializada acabou
prejudicada pelo comprometimento do poder de compra do consumidor afligido pelo fantasma do desemprego e encarecimento e escassez de crédito.
Como resultado, a produção de alimentos para cães e gatos somou pouco
mais de 539 mil toneladas até março, um recuo de quase 3% em relação ao
primeiro trimestre do ano passado. Apesar do arrefecimento momentâneo
no ritmo de crescimento do comércio varejista em geral, a demanda ainda
pode crescer mais 5% e alcançar mais de 2,6 milhões de toneladas em 2015,
estimativa calcada nos efeitos positivos do ajuste econômico em curso e no
fenômeno da antropomorfização e exercício crescente da posse responsável.
575
500
RAÇÃO PEIXES
RAÇÃO CAMARÕES
345
300
240
Fonte: Sindirações | *Estimativa | **Previsão
71
75
79
83
90
201
5**
84
201
4*
80
201
3
200
7
84
201
2
57
201
1
67
201
0
66
200
9
120
130
200
8
160
200
6
144
110
168
161
200
5
550
661
200
4
420
950
1172
2190
723
2620
199
4
199
5
199
6
199
7
199
8
199
9
200
0
200
1
200
2
200
3
200
4
200
5
200
6
200
7
200
8
200
9
201
0
201
1
201
2
201
3
201
4*
201
5**
220
380
750
1000
1426
1265
1234
2060
1990
1806 1930
1723
1526
800
200
3
EVOLUÇÃO NA PRODUÇÃO
(MIL TONS)
2485
2375
2300
A demanda por rações para peixes e camarões alcançou 247 mil toneladas,
de janeiro a março desse ano. A projeção da cadeia produtiva da aquicultura
aponta crescimento de quase 10%, ou seja, aproximadamente 890 mil toneladas, ao longo de 2015, porque segue pressionada por desafios sanitários,
avanço da importação dos pescados asiáticos e, também pela influência do
clima e da capacidade hídrica reservada (Furnas, por exemplo, tem apenas
20% do volume útil de armazenamento).
Fonte: Sindirações | *Estimativa | **Previsão
6
CONSUMO DE MACROINGREDIENTES (em toneladas) E PROJEÇÃO – 2014/2015
Fonte: Sindirações | *Estimativa | **Previsão
7
CONSUMO DE MICROINGREDIENTES (em toneladas) E PROJEÇÃO – 2014/2015
Fonte: Sindirações | *Estimativa | **Previsão
8
EMPRESAS ASSOCIADAS
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Boletim informativo do Setor Junho/2015