PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA – TELECOMUNICAÇÕES Engenharia Elétrica SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO PARTE 1 - Telefonia Convencional Sétimo Semestre - 2005 1 Ementa • Conceito de Sistemas aplicado a Telecomunicações. Dimensionamento e desempenho de sistemas de comunicação por satélite e rádio enlace. Princípios básicos de comunicação óptica. Transmissores Sistemas de comunicação móveis celulares. Redes de comunicação de dados. 2 Objetivos Específicos • Propiciar ao aluno o conhecimento que permita ter uma visão abrangente dos diferentes sistemas de comunicação e identificar o princípio de operação de cada um deles. 3 Conteúdo Primeira Parte: Telefonia Convencional 1.1 – Aspectos Básicos de Redes de Telecomunicações 1.2 – Uma Conexão Telefônica Simples 1.3 – Fonte e Destino 1.4 – Redes Telefônicas 1.5 – Aspectos de Tráfego 1.6 – Fórmula de Erlang B 1.7 – Configuração das Redes 4 Conteúdo Segunda Parte: Introdução à Transmissão Telefônica 2.1 – Introdução 2.2 – Efeitos na Transmissão de Voz 2.3 – Transmissão a 2 fios e 4 fios 2.4 – Multiplexação 5 Conteúdo Terceira Parte: Projeto de Ligação a Longa Distância 3.1 – Introdução 3.2 – Ligação por Rádio 3.3 – Ligação por Satélite 3.4 – Ligação por Fibra 6 Conteúdo Quarta Parte: Sistema de Transmissão Digital 4.1 – Analógico x Digital 4.2 – PCM Básico 4.3 – Funções do PCM 4.4 – Operação de um Sistema PCM 4.5 – Aplicações Práticas 4.6 – Multiplex PCM 4.7 – SONET e SDH 7 Conteúdo Quinta Parte: Sistemas Celulares 5.1 – Conceitos Básicos 5.2 – Propagação 5.3 – Técnicas de Acesso 5.4 – Reuso de Freqüência 5.5 – Sistemas de Terceira Geração 8 Conteúdo Sexta Parte: Comunicação de Dados 6.1 – Introdução 6.2 – O Bit 6.3 – Ambigüidade 6.4 – Codificação 6.5 – Erros na Transmissão de Dados 6.6 – Transmissão Binária e o Conceito de Temporização 6.7 – Transmissão Digital em Canal Analógico 9 Conteúdo Sétima Parte: Rede de Dados 1 – Introdução 2 – Considerações de Projeto 3 – Topologia de Rede 4 – Operação de Rede de Dados 10 Avaliação • Duas provas peso 0,2 para primeira prova e peso 0,4 para segunda prova • Projeto 0,2 • Testes 0,2 • NF=P1x0,2+P2x0,4+Projx0,2+Testesx0,2 11 Parte 1 - Telefonia Convencional 12 1 - Aspectos Básicos • Telecomunicações tratam a comunicação elétrica a distância • Necessidade de especialistas • Serviço público ou privado 13 1.1 - Redes de Telecomunicações • • • • • PSTN - Public Switched Telecommunication Network Rede gigante Certa de 1.000.000.000 de usuários Outros serviços com ligação de computadores Serviços: voz, vídeo conferência, fax, etc 14 1.1 - Redes de Telecomunicações • • • • Sistemas celulares Outras redes como por exemplo LAN Internet Duas áreas – transmissão - qualidade da ligação entre dois ponto – comutação - conexão entre dois pontos 15 2 - Conexão Telefônica Simples • Dispositivo ligado no mundo por um par de fios • Handset - transdutores elétrico-acústico: microfone e altofalante • Gancho - sinalização • Alimentação provida pela central de -48V dc 16 2 - Conexão Telefônica Simples • • • • Par de fios Alimentação Dois handsets Distância D 17 2 - Ligação Telefônica Simples 18 2 - Ligação Telefônica Simples • Alguns fatores limitantes – queda de tensão – distância limite 30 km, que depende da eficiência do handset – atenuação do sinal • Na ligação simples mostrada somente duas pessoas poderiam se comunicar • Com o aumento do número de pessoas as dificuldades se iniciam 19 2 - Ligação Telefônica Simples • • • • • • Primeira idéia é a ligação um a um Ligação em paralelo Existência de sistema de alerta para chamadas Sinalização complexa A conexão local é chamado de loop local A configuração para 8 usuários ficaria com a seguinte estrutura 20 Ligação Total 21 Ligação de 8 pontos em malha • Número elevado de ligações • Sinalização mais complexa • Única justificativa seria a necessidade de uma comunicação permanente entre todos durante todo o tempo • Esta não é a realidade em um sistema telefônico • A utilização é randômica • O usuário (subscriber) vai se comunicar somente com outro usuário e não com todos ao mesmo tempo 22 Solução de centralização • Para grandes distâncias o custo aumentaria muito para uma rede full-mesh • Seria mais adequado compartilhar recursos • Outra forma de interligação seria utilizando um comutador (switch) • A switch tem como função interligar os dispositivos, no caso os telefones • Existem as chamadas originadas que devem ser conectadas a nas chamadas terminadas 23 Ligação Central 24 Comutação • Um dos objetivos é reduzir custos • Redução do número de ligações entre os usuários • Existe uma forma de concentração • Mais a frente ficará claro que a central de comutação fará uma concentração de tráfego reduzindo os custos das facilidades de transmissão 25 3 - Fonte e Destino • Tráfego é o termo que quantifica a utilização • O usuário utiliza o telefone quando ele deseja se comunicar com outra pessoa • A rede telefônica permite esta conexão entre os usuários • Já vimos duas formas de conexão: full-mesh e com central de comutação • Na comunicação temos a fonte e o destino que serão interligados por nós de uma rede que são as centrais de comutação 26 4 - Redes Telefônicas • Sistemático desenvolvimento meios de transmissão interconectados permitindo comunicação entre vários usuários • Sempre existe um aspecto econômico para compartilhamento de facilidades • Por exemplo: os usuários compartilham facilidades de transmissão; a comutação permite este compartilhamento pela comutação 27 4 - Redes Telefônicas Exemplo Simples • Duas cidades são separadas por 20 km • Cada cidade tem 100 usuários com telefone • O tráfego principal do sistema será entre assinantes da mesma cidade • Existirá tráfego entre as cidades, porém, considerável menos • Cada cidade terá uma central de comutação • Em função do pequeno tráfego seria razoável que 6 linhas somente conseguiriam acomodar esta demanda entre as duas centrais • Esta afirmação possuir considerável importância! 28 4 - Redes Telefônicas Exemplo Simples Cidade A 100 usuários Cidade B 6 linhas 100 usuários Pergunta: 6 linhas é o suficiente? 29 4 - Redes Telefônicas Compromisso entre custo e atendimento • Pelo lado econômico é desejável o menor número possível de linhas • Pelo lado do atendimento deve-se avaliar o impacto deste número de linha no serviço a ser oferecido • O impacto é medido em função do BLOQUEIO • As linhas telefônicas conectando uma central telefônica com outra são chamados de Tronco (Trunks) nos Estados Unidos e de Junção (Junctions) na Europa • A linha de telefone que conecta um usuário com a central é chamado por vários nomes. Vamos utilizar LOCAL LOOP 30 4 - Redes Telefônicas Concentração • Relação entre o número de loops locais para troncos • No exemplo simples apresentado vão existir 100 linhas para 6 troncos • A relação será de 16:1 • Cada central vai servir a uma certa área 100 Loops Locais Central Local Relação 16:1 6 Troncos 31 4 - Redes Telefônicas Área local e Área de longa distância • Local Area - área de atendimento local de uma central • Tool Area - área que contem várias centrais • Podemos ter ligações locais numa Local Area e ligações de longa distância em uma Tool Area • A diferença entre as áreas está centrado em custo da ligação • Por exemplo: numa área local o custo pode ser por tempo ou uma taxa fixa; para longa distância esta sistemática de cobrança vai mudar, sendo feita sempre medindo o tempo de chamada • Curiosidade: com a Internet a cobrança por taxa fixa é 32 inconveniente! 4 - Redes Telefônicas Rede • Uma Rede é nome dado a um grupo de centrais interconectadas entre si • Existem vários tipos de redes com características deferentes • Rede metropolitana • Rede rural • Outras redes 33 5 - Essência de Engenharia de Tráfego 5.1 - Introdução e Terminologia • As centrais são conectadas por troncos • O número de troncos é a quantidade de canais de voz de interligação • Uma das principais tarefas na engenharia de telecomunicações é o dimencionamento dos troncos • A nomenclatura é: Dimensionamento de uma rota • Para dimensionar uma rota é necessário saber a utilização que esta rota vai ter • Isto significa o número de pessoas que vão desejar utilizar esta rota 34 5 - Essência de Tráfego Telefônico Parâmetros de Utilização de uma Rota • Existem dois parâmetros importantes na definição da utilização de uma rota de transmissão • Taxa de chamada - ou o número de vezes que uma rota ou um caminho é utilizado por unidade de tempo • Tempo de retenção - ou a duração da ocupação de um ou mais caminhos pelas chamadas • Um caminho de tráfego pode ser: – um canal - exemplo canal telefônico – time slot - exemplo no PCM (Pulse Code Modulation) – Banda de frequência - faixa ocupada - exemplo FDM (Frequency Division Multiplexy) – Linha - exemplo linha telefônica 35 5 - Essência de Tráfego Telefônico Caminho de tráfego • Canal - exemplo canal telefônico • Time slot - exemplo no PCM (Pulse Code Modulation) • Banda de frequência - faixa ocupada - exemplo FDM (Frequency Division Multiplexy) • Linha - exemplo linha telefônica • Tronco - exemplo tronco telefônico • Capacidade de comutação - exemplo centrais telefônicas • Circuito sobre o qual existe uma comunicação individual que passa em seqüência 36 5 - Essência de Tráfego Telefônico Tráfego • Tráfego suportado - é o volume de tráfego suportando por uma central de comutação • Tráfego oferecido - é o volume de tráfego oferecido por uma central de comutação • Para dimensionar um caminho de tráfego ou tamanho de uma central de comutação é necessário saber a intensidade de tráfego representado por um período de ocupação • Existem variações semanais e diárias no tráfego • O tráfego é aleatório • Existem formas de prever o comportamento do tráfego 37 5 - Essência de Tráfego Telefônico Tráfego • Por exemplo: o tráfego é maior na segunda e na sexta que na quarta • Um período de uma hora de tráfego é utilizado para encontrar o período mais ocupado de tráfego • Ao longo do dia existe a flutuação do tráfego onde vai ser identificada uma hora onde o tráfego será mais intenso • A variação entre a hora de maior movimento (HMM) e a hora de menor movimento pode existir uma relação de 100:1 • Para dimensionar utilizasse a HMM 38 5 - Essência de Tráfego Telefônico Variação do Tráfego ao Longo de um Dia 39 5 - Essência de Tráfego Telefônico Intensidade de Tráfego • A figura anterior mostra a variação do tráfego ao longo de um dia qualquer • A HMM foi de 10:00 até 11:00 • Entre os dias da semana esta HMM pode variar até 25% • Mesmo esta variação pode sofrer alterações em função de algum evento no dia a dia • Por exemplo: movimento das bolsas, clima, desastres naturais, eventos internacionais (11 de setembro), eventos esportivos, etc • Também o crescimento do sistema deve ser levado em consideração 40 5.2 - Medida do tráfego telefônico • Definição de tráfego telefônico: agregado de chamadas telefônicas sobre um grupo de circuitos ou troncos, considerando a duração das chamadas e também o número de chamadas • Tráfego A é calculado pela expressão A=C x T • onde: C - número de chamadas originadas durante o período de 1 hora T - tempo médio de retenção 41 5.2 - Medida do Tráfego Telefônico Medida de Tráfego • O tráfego A não tem dimensão • Exemplo: tempo médio de retenção 2,5 minutos, taxa de chamadas na BH é 237 • Tráfego: A = 9,87 • Densidade de Tráfego - número simultâneo de chamadas num dado instante • Intensidade de Tráfego - densidade média de tráfego durante o período de 1 hora 42 5.3 - Bloqueio, Chamadas Perdidas e Grau de Serviço • Seja uma central isolada servindo 5000 usuários • Suponha que 10% dos usuários desejem o serviço simultaneamente • Serão necessários 500 circuitos na central • Cada conexão será entre os usuários da localidade • O usuário 501 será bloqueado • Esta chamada será uma chamada perdida ou chamada bloqueada • A probabilidade de bloqueio é um parâmetro importante em telefonia 43 Bloqueio • • • • A HMM é a hora de maior probabilidade de bloqueio A central é dimensionada para atender a HMM Relação custo benefício Grau de serviço: probabilidade de bloqueio na HMM representado pela letra p • No Brasil p=0,02 • Isto significa que em média teremos uma perda de 2 chamadas em 100 • A probabilidade de bloqueio também é conhecida como Grau de Serviço 44 Exemplo • Seja uma central que na BH teve 354 linhas conectadas • Na BH foram perdidas 6 chamdas • O grau de serviço será: Grau de Serviço Número de chamdas Número total de chamadas perdidas oferecidas 45 Grau de Serviço • O grau de serviço da rede pode ser obtido adicionando a contribuição ao grau de serviço de cada elemento • O GoS provido por um certo número de troncos ou circuitos e suportando uma intensidade de tráfego específica é a probabilidade que as chamadas oferecidas ao grupo encontrará disponível troncos já ocupados na primeira tentativa • Esta probabilidade depender de vários fatores tais como: distribuição do tempo e duração do tráfego oferecido, número de fontes de tráfego, disponibilidade de troncos num grupo de fontes de tráfego e a forma que as chamadas perdidas são tratadas 46 6 - Erlang e Poisson • Quando dimensionamos uma rota desejamos encontrar o número de circuitos que vão servir esta rota • Existem várias fórmulas • Fatores a serem considerados – – – – chamadas que chegam e tempo de retenção número de fontes de tráfego disponibilidade tratamento das chamadas perdidas 47 Erlang-B • A fórmula de Erlang-B é a mais utilizada • A perda neste caso significa a probabilidade de todos os troncos estarem ocupados • Os outros dois fatores a serem considerados são tráfego oferecido e número de troncos ou canais disponíveis A EB 1 A A 2 2! n n! n .......... ... A A n! n x0 n n! x A x! 48 Erlang-B • • • • Onde n é o número de troncos ou canais A é o tráfego oferecido EB é o grau de serviço utilizando a fórmula de Erlang-B Considerações: – tráfego originado de um número infinito de fontes – chamadas perdidas são desconsideradas – o número de troncos ou canais é limitado 49 Exemplo • Calcule o grau de serviço para uma Estação Rádio Base com tráfego de 12 Erlangs e 50 canais 50 7 - Configuração de Rede • Conexão de centrais – Mesh – Star – Double and higher-order 51 Tipos de Interconexões 52 53 54 55 56 Exemplo de Fluxo 57