UFPE, 1o semestre de 2009. Disciplina MC-934 (anteriormente PGE-969) “Métodos Matemáticos para Estatı́stica”. Professor André Toom Prova 3 Temos funções f1 , f2 , f3 , . . . , g com valores reais, definidas e Problema 1. continuas no segmento aberto (0, 1) . Sabemos que para cada x ∈ (0, 1) a seqüência fn (x) tende para g(x) . Podemos concluir que esta convergência é uniforme? Aviso: Seguinte definição, esta convêrgencia é chamada de uniforme se ∀ε > 0 ∃ k ∀ n > k ∀x ∈ (0, 1) : |fn (x) − g(x)| < ε. Problema 2. Num encontro cientı́fico professor Tagarela anunciou a hipótese seguinte: Para cada seqüência em qualquer espaço métrico o conjunto de pontos de aderência desta seqüência é fechado no mesmo espaço métrico. Esta hipótese é correta? Problema 3. Queremos definir um espaço métrico M cujos elementos são funções continiuas limitadas na reta. Definimos a distância entre qualqueres funções f, g ∈ M assim: dist(f, g) = sup |f (x) − g(x)|. x∈IR a) Provar que esta definição satisfaz as todas condições de espaço métrico. b) Neste espaço métrico existe uma seqüência qual não tem nenhum ponto de aderência? Cada problema vale 4 pontos. É proibido para prova durar mais que 3 horas. GABARITOS Problema 1. Temos funções f1 , f2 , f3 , . . . , g com valores reais, definidas e continuas no segmento aberto (0, 1) . Sabemos que para cada x ∈ (0, 1) a seqüência fn (x) tende para g(x) . Podemos concluir que esta convergência é uniforme? Aviso: Seguinte definição, esta convêrgencia é chamada de uniforme se ∀ ε > 0 ∃ k ∀ n > k ∀x ∈ (0, 1) : |fn (x) − g(x)| < ε. Resposta: não podemos. Contra-exemplo: ( 1 − nx fn (x) = 0 se se (1) 0 < x ≤ 1/n, 1/n ≤ x < 1. Provemos a negação de (1), a saber ∃ ε > 0 ∀ k ∃ n > k ∃x ∈ (0, 1) : |fn (x) − g(x)| ≥ ε. Para provar esta afirmação é bastante tomar ε = 1/2, n = k + 1 Problema 2. seguinte: (supondo que k é natural) e x= 1 . 2n Num encontro cientı́fico professor Tagarela anunciou a hipótese Para cada seqüência em qualquer espaço métrico o conjunto de pontos de aderência desta seqüência é fechado no mesmo espaço métrico. Esta hipótese é correta? Resposta: sim, esta hipótese é correta. Denotamos de M o nosso espaço, de (an ) a nossa seqüência e de A o conjunto dos seus pontos de aderência. Provemos que M \ A é aberto em M . Tomemos qualquer ponto p ∈ M \ A e provemos que existe ε > 0 tal que Vε (p) ⊂ M \ A . Pois p ∈ M \ A , existe δ > 0 tal que o conjunto {n : an ∈ Vδ (p)} é finito. Tomemos ε = δ/2 . Observamos que para cada q ∈ Vε (p) Vε (q) ⊂ Vδ (p). Logo o conjunto {n : an ∈ Vδ (q)} também é finito. Logo cada ponto em Vε (p) pertence a M \ A . Logo M \ A é aberto em M . Logo A é fechado em M . Problema 3. Queremos definir um espaço métrico M cujos elementos são funções continiuas limitadas na reta. Definimos a distância entre qualqueres funções f, g ∈ M assim: dist(f, g) = sup |f (x) − g(x)|. x∈IR a) Provar que esta definição satisfaz as todas condições de espaço métrico. b) Neste espaço métrico existe uma seqüência qual não tem nenhum ponto de aderência? Provemos a desigualdade de triângulo. Primeiro observamos que ∀ x : |f (x) − h(x)| = |f (x) − g(x) + g(x) − h(x)| ≤ |f (x) − g(x)| + |g(x) − h(x)| ≤ sup |f (x) − g(x)| + sup |g(x) − h(x)|. Daqui sup |f (x) − h(x)| ≤ sup |f (x) − g(x)| + sup |g(x) − h(x)|. b) Resposta: sim, existe. Exemplo: 0 fn (x) = x − n 1 se se se x ≤ n, n ≤ x ≤ n + 1, n + 1 ≤ x. Provemos pela contradição que esta seqüência (fn ) não tem nenhum ponto de aderência. Seja ela tem um ponto de aderência p . Logo para cada ε > 0 o conjunto {n : fn ∈ Vε (p)} é infinito. Observamos que para cada dois elementos deste conjunto a distância entre eles é menor que 2ε . Tomemos ε = 1/2 . Logo temos um conjunto infinito de termos de nossa seqüência, entre cada dois elementos deste conjunto a distancia é menor que 1. Mas de outro lado observamos que dist(fk , fn ) = 1 para todos k 6= n . Entao temos contradição.