Cinética Química Química 3° ano Cinética Química Décio fev/08 Cinética Química 2 Cinética Química DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO DA VELOCIDADE DA REAÇÃO Influência da Concentração dos Reagentes na Velocidade da Reação Sabemos que: • Quanto maior o número de choques entre as partículas dos reagentes, maior será a velocidade da reação. • A possibilidade de choques será maior entre as partículas, se a concentração dos reagentes for alta. Será que a influência da concentração de todos os reagentes é a mesma na velocidade da reação? Será que dobrando a concentração dos reagentes, a velocidade da reação dobra? 3 Cinética Química Para verificar a influência da concentração dos reagentes na velocidade da reação, é preciso realizar experimentos e analisar os resultados. Vejamos alguns exemplos: 1o Exemplo: Decomposição da água oxigenada – H2O2 H2O2 (aq) Experimentos H2O (L) + 1/2O2 (g) [ H2O2] Velocidade de formação O2 (g) moL/s 1ª experiência 0,08 0,10 2ª experiência 0,16 0,20 3ª experiência 0,24 0,30 Analisando os dados obtidos, percebemos que: • entre a 1ª e 2ª experiência, a [H2O2] dobrou e a velocidade também dobrou. • entre a 1ª e 3ª experiência, a [H2O2] triplicou e a velocidade também triplicou. 4 Cinética Química Neste experimento, observamos uma relação diretamente proporcional entre a concentração do reagente e a velocidade da reação. Se dividirmos a velocidade pela concentração da H2O2 em cada experiência, obteremos sempre o mesmo valor. 1ª experiência V/[H2O2] = 0,10: 0,08 = 1,25 2ª experiência 3ª experiência V/[H2O2] = 0,20: 0,16 = 1,25 V/[H2O2] = 0,30: 0,24 = 1,25 A razão entre a velocidade e sua concentração a partir de dados experimentais é chamada de constante da velocidade e representada pela letra K. Logo K = V/[ ] ; V = K [ ] dos reagentes No nosso experimento a equação da velocidade será dada pela expressão: V = K [ H2O2] 5 Cinética Química 2o Exemplo: Decomposição do dióxido de nitrogênio – NO2 2 NO2 (g) 2 NO (g) + O2 (g) Experimentos [ NO2] 1ª experiência 0,010 Velocidade de formação O2 (g) moL/s 7 x 10 -5 2ª experiência 0,020 28 x 10 -5 3ª experiência 0,030 63 x 10 -5 Analisando os dados obtidos, percebemos que: • entre a 1ª e a 2ª experiência, a [NO2] dobrou e a velocidade quadruplicou. • entre a 1ª e a 3ª experiência, a [NO2] triplicou e a velocidade aumentou 9 vezes. Neste experimento, observamos que a velocidade é quadrado da concentração do reagente. proporcional ao Portanto a equação da velocidade será dada pela expressão: V = K [ NO2 ] 2 6 Cinética Química 3o Exemplo: 2 NO (g) Experimentos + Cl2 (g) [ NO] [ Cl2 ] 2 NOCl (g) Velocidade de formação ( mol/L.s-1 ) 1ª experiência 2ª experiência 0,1 0,1 0,1 0,2 12 24 3ª experiência 4ª experiência 0,1 0,2 0,3 0,3 36 144 Observando os dados obtidos, percebemos que: • entre a 1ª e a 2ª experiência, a [NO] foi mantida constante, a [ Cl2 ] dobrou e a velocidade dobrou. • entre a 3ª e a 4ª experiência, a [NO] dobrou, a [ Cl2 ] foi mantida constante e a velocidade aumentou 4 vezes. Nesse experimento, observamos que: 1. A velocidade da reação é proporcional a concentração do reagente Cl2 2. A velocidade da reação é proporcional ao quadrado da concentração do reagente NO Portanto a equação da velocidade será dada pela expressão: V = K [ NO ] 2 . [ Cl2 ] 7 Cinética Química Observações importantes: Nos três primeiros exemplos estudados, os expoentes das concentrações na equação da velocidade, coincidiram com os coeficientes estequiométricos da equação. Exemplo 01: H2O2 (aq) Exemplo 02: 2 NO2 (g) Exemplo 03: 2 NO (g) + Cl2 (g) H2O (L) + 1/2 O2 (g) V = K [ H2O2] + O2 (g) V = K [ NO2 ]2 2 NO (g) 2 NOCl (g) V = K [ NO]2 . [Cl2] Quando essa coincidência ocorre, as reações são chamadas de elementares. O expoente da concentração na equação da velocidade, é chamado de ordem da reação. Ele mostra como a concentração dessa substância influi na velocidade da reação. Exemplo 01: reação de 1ª ordem Exemplo 02: reação de 2ª ordem Exemplo 03: reação de 3ª ordem 2ª ordem em relação ao NO e 1ª ordem em relação ao Cl2 8 Cinética Química 4o Exemplo: NO2 (g) Experimentos 1ª experiência 2ª experiência + CO (g) [ NO2 ] [ CO ] 0,1 0,1 0,1 0,2 CO2 (g) + NO (g) Velocidade de formação ( mol/L.s-1 ) 3ª experiência 0,2 0,2 Observando os dados obtidos, percebemos que: 5 x 10 -2 5 x 10 -2 20 x 10 -2 • entre a 1ª e a 2ª experiência, a [NO2] foi mantida constante, a [CO] dobrou e a velocidade não mudou. • entre a 2ª e a 3ª experiência, a [NO2] dobrou, a [CO] foi mantida constante e a velocidade aumentou 4 vezes. Nesse experimento, observamos que: 1. A velocidade da reação independe da [ CO ]. 2. A velocidade da reação é proporcional ao quadrado da concentração do reagente NO2. Portanto a equação da velocidade será dada pela expressão: V = K [ NO ] 2 9 Cinética Química Se a reação possui dois reagentes ( CO e NO2 ), como somente um deles influi na velocidade da reação? Como será que a reação ocorre? Provavelmente a reação ocorre em mais de uma etapa, e o consumo de NO2 é que determina a equação da velocidade, logo deve ser a etapa mais lenta do mecanismo. Mecanismo proposto para explicar a reação: 1ª etapa: NO2 (g) + NO2 (g) NO (g) + NO3 (g) reação lenta 2ª etapa: NO3 (g) + CO (g) CO2 (g) + NO2 (g) reação rápida Reação global: NO2 (g) + CO (g) CO2 (g) + NO (g) 10 Cinética Química 1. Foram obtidos os seguintes dados experimentais para a reação: X + Y Z [X] (mol/L) [Y] (mol/L) Velocidade (mol/L.s) 0,30 0,15 9,00 . 10-3 0,60 0,30 3,60 . 10-2 0,30 0,30 1,80 . 10-2 a) Qual será a equação da velocidade para essa reação? b) Qual o valor da constante de velocidade dessa reação? 11 Cinética Química 2. Uma reação foi testada para verificar os efeitos que as concentrações exerciam sobre sua velocidade. A reação em questão é a seguinte: A + 2 B C + 3D. Os experimentos estão na tabela abaixo: Concentração de A (mol/L) Concentração de B (mol/L) Velocidade (mol/L.s) 0,02 0,04 2 . 10-2 0,02 0,08 2 . 10-2 0,04 0,04 8 . 10-2 Qual será a equação da velocidade para essa reação? 12 Cinética Química 3. Encontrou-se experimentalmente que para uma certa reação, quando a concentração de um reagente A era duplicada, a velocidade da referida reação se tornava quatro vezes maior. Tal constatação permite afirmar que a reação é, em relação a A, de: a) ordem zero; b) primeira ordem; c) segunda ordem; d) terceira ordem; e) quarta ordem. 13