Brasília-DF, 24 de abril de 2006 324 JURÍDICO DEN orienta associados a interpor recursos na ação de execução dos 28,86% Tendo em vista a iminência de serem prolatadas sentenças nos processos de execução dos 28,86%, a Direção Nacional discutiu, no dia 18 de abril, com representantes das DSs os encaminhamentos a serem adotados em possíveis recursos interpostos. O objetivo da reunião era dividir com as DSs as informações e os questionamentos sobre os processos, bem como capacitar os representantes das DSs a dirimir dúvidas dos associados acerca da ação de execução. Durante a reunião, foi ressaltado que, mesmo o Unafisco não recorrendo das sentenças, elas terão de transitar na instância superior – Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF – 5ª). Isso ocorre porque a Advocacia-Geral da União, por dever de ofício previsto em lei, terá de recorrer das sentenças se confirmados os critérios do despacho saneador. Ou seja, o fato de existir ou não recurso por parte do Sindicato não fará as ações transitarem em julgado. Os juízes prolatarão as sentenças à medida que forem sendo finalizados os cálculos feitos pelo perito oficial. Como as perícias feitas até agora estão obedecendo aos critérios estabelecidos pelos despachos saneadores, que contêm as instruções dos juízes para a apuração dos valores devidos, é presumível que as sentenças ra- tifiquem os valores apurados pelo perito oficial. Mas é importante ressaltar que o conteúdo das decisões só será conhecido quando essas forem efetivamente prolatadas. Atualmente, mais de 600 processos já foram periciados e cerca de 200 processos estão prontos para a sentença. Embora os despachos saneadores sejam, em sua maior parte, favoráveis ao Unafisco, em dois pontos foram desfavoráveis aos AFRFs: entenderam que os acordos administrativos são válidos e que nada seria devido a quem fez tais acordos relativos ao período de janeiro de 1993 a junho de 1998; determinaram que os 28,86% sejam absorvidos pelo aumento na remuneração obtido com a edição da MP 1.915, em junho de 1999. Como os valores pleiteados pelos associados não foram integralmente deferidos pelo Poder Judiciário, foi consensuada a necessidade e conveniência de interposição de recursos ao TRF – 5ª, pois, como é certo que a União irá recorrer, a não-interposição de recurso pelo Unafisco teria como conseqüência a perda de direitos pelos associados sem qualquer contrapartida em termos de celeridade no recebimento dos valores que a eles são devidos. Também foi decidido durante a reunião que serão rateadas entre os AFRFs que es- tão na ação as despesas com as custas judiciais. A proposta inicial de rateio feita pela DEN foi aprimorada pelos representantes das DSs presentes e será votada em Assembléia Nacional antes de ser implementada. Pela DEN, participaram da reunião o secretário-geral, Alexandre Teixeira, e o diretor de Assuntos Jurídicos, Daniel Muñoz. Os dois avaliaram como positivo o resultado do encontro. “A transparência no encaminhamento das questões de interesses dos associados é melhor para a DEN, as DSs e os associados, pois todos ganham com a democratização das informações”, afirmou o secretário-geral. Já Daniel Muñoz elogiou a disposição dos participantes em propor soluções. “Quando debatemos com pessoas conhecedoras do assunto e dispostas a colaborar, tudo fica mais fácil”, elogiou. Carta - A DEN encaminhará para a casa de cada associado uma carta explicando por que o Sindicato defende a interposição de recursos na ação de execução dos 28,86%. O texto, que foi aprimorado na reunião realizada no dia 18, apresenta cinco argumentos favoráveis à interposição. O principal é o de que a desistência deste mecanismo não acelerará a tramitação, pois a AdvocaciaGeral da União deverá interpor recurso de apelação contra as sentenças judiciais. COGRH DEN busca soluções Cálculos da GDAT atrasada, identificação dos atrasados pagos como exercícios anteriores e descontos não-identificados feitos nos contracheques dos AFRFs foram assuntos discutidos em reunião realizada no dia 18 de abril entre o coordenador-geral de Recursos Humanos do Ministério da Fazenda, Celso Sá Pinto, e o diretor de Assuntos de Aposentadoria da DEN, Lenine Moreira. Acerca dos cálculos dos atrasados da GDAT que vão subsidiar a execução, referente aos colegas que constataram erro em suas planilhas, em razão do abate-teto, o COGRH informou que o problema poderá ser resolvido com o encaminhamento pelos colegas, para a DEN, de cópia da petição inicial e da sentença que lhes garantiu a não-incidência do abate-teto para os cálculos dos seus proventos. Os dados deverão ser enviados aos cuidados da Diretoria de Assuntos de Aposentadoria, que encaminhará os documentos para a COGRH. Histórico – A COGRH, com o apoio do Unafisco, realizou os cálculos dos atrasados da GDAT, mas deixou de considerar os casos de exclusão do abate-teto relativo aos colegas que já tinham decisões judiciais favoráveis, o que reduziu substancialmente o valor devido a alguns auditores. A DEN questionou esse entendimento e a COGRH se dispôs a refazer os cálculos, desde que o associado forneça cópia da sentença que garanta a não-incidência do abate-teto. Em relação à identificação dos atrasados pagos ano passado dentro da rubrica “exercícios anteriores”, Celso Sá Pinto disse que as Gerências Regionais de Administração (GRAs) têm condições de informar a que se refere cada pagamento. “Todos os cálculos são feitos, no MF, pela respectiva GRA antes de ser encaminhado ao Planejamento, que simplesmente faz a implantação do valor. Por essa razão é que as GRAs têm condições de informar a que se refere cada pagamento e como foram calculados”, assegurou. O assunto foi levado pelo diretor da DEN ao coordenador com o objetivo de esclarecer dúvidas de colegas de Ribeirão Preto, pois AFRFs numa mesma situação funcional receberam valores diferentes. Consignação em folha – A DEN também levou ao conhecimento do COGRH reclamações de colegas que estão sofrendo descontos em seus contracheques que eles não lembram de ter autorizado. Celso Sá Pinto orientou que, nesses casos, os AFRFs devem procurar, inicialmente, tais empresas e questionar o débito. Caso não seja possível identificá-las, os servidores devem procurar sua respectiva GRA. No caso específico que foi levado à reunião, que era de colegas da Paraíba, a GRA paraibana estava presente e garantiu que já estava tomando as providências necessárias. A DEN alerta os associados a prestar atenção em seus contracheques. Caso constatem alguma irregularidade, devem procurar suas GRAs; quando não obtiverem solução para o caso, podem procurar o Sindicato. Presidente Carlos André Soares Nogueira Diretor de Comunicação Social Carlos Eduardo Liberati Mantovani Diretor-Adjunto de Comunicação Social Tiago Spengler Diretor de Assuntos de Aposentadoria, Proventos e Pensões Lenine Alcântara Moreira Diretor-Adjunto de Assuntos de Aposentadoria, Proventos e Pensões José Carlos Nogueira Ribeiro 2 IDAAP 324 - 24 de abril de 2006 Gerente de Comunicação Arlete Martinez - RP 4146 DF Editora Rejane Medeiros - RP 693 RN Colaboração Katja Polisseni - JP 5211 MG Revisão Joelita Araújo Tiragem 9.700 exemplares Diagramação Washington Ribeiro - RP 4613 DF Greve poderá forçar abertura de negociações Na Assembléia Nacional que os AFRFs realizarão no próximo dia 27, a categoria decidirá se entrará em greve, ou não, no dia 2 de maio. A DEN reafirma que a construção da mobilização de nossa categoria para o alcance de um novo patamar salarial só é possível com o envolvimento de cada um de nós. Não há dúvida de que os AFRFs são credores do governo, que se mantém em silêncio. Temos certeza de que somente diante de uma demonstração de força dos AFRFs o diálogo em torno dos nossos pleitos salariais poderá ser aberto efetivamente, inclusive com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No âmbito político, o grupo parlamentar não tem poupado esforços. Visitamos gabinetes, conversamos com parlamentares e buscamos interlocução com o governo. Na SRF, as tentativas de abertura de negociação esbarraram na manifestação do secretário Jorge Rachid de que não há proposta para os AFRFs. Diante desse quadro, crescem a insatisfação entre os colegas em todo o Brasil e também as chances de que um movimento grevista seja deflagrado. Os colegas aposentados estão sendo convocados a engrossar esta luta participando dos atos públicos e manifestações. Unidos, conseguiremos alcançar um novo patamar salarial que restabeleça a paridade e seja condizente com as responsabilidades e funções exercidas pelos AFRFs. 28,86% Advogado responde a questionamentos de associados Transcrevemos, abaixo, respostas dadas pelo advogado Eduardo Piza, um dos responsáveis pela ação dos 28,86%, a questionamentos feitos por alguns AFRFs. A DEN partilha as respostas, pois são esclarecedoras a ajudam a tranqüilizar os colegas 1 – O Sindicato perdeu algum prazo? Não há qualquer processo de execução dos 28,86%, de qualquer associado do Unafisco Sindical (ou mesmo de embargos de execução ou de agravo retido) em Maceió, que tenha tido problemas ou perdas de prazo. 2 – Quais são e como funcionam as ações de execução? Existem três tipos distintos de ações: (i) Ação de execução dos atrasados (obrigação de pagar) do período de janeiro de 1993 a dezembro de 2000; (ii) Ação de execução dos atrasados (obrigação de pagar) do período de janeiro de 2001 a junho de 2002; e (iii) Ação de execução de implementação em folha (obrigação de fazer) a partir de julho de 2002. De modo que não são somente duas ações de execução. Em pesquisas nos sites dos tribunais na internet, cada associado poderá encontrar seu nome em até três ações – caso tenha ocorrido opção de execução do período 2001/2002. Considerando que para cada ação de execução há um correspondente embargo de execução interposto pela União, cada associado poderá ter seu nome em até seis ações, sendo três de execução e três do respectivo embargo de execução. 3 – Quais são os advogados responsáveis pelas ações? Todas as ações de execução são propostas ou pelo advogado Eduardo Piza, do escritório paulista contratado pelo Unafisco, ou pela advogada do Unafisco Regina Xavier, que mora em Maceió, onde tramitam as ações. De forma geral, as petições iniciais são assinadas conjuntamente pelos dois advogados. Há casos (como os de execução de obrigação de fazer, por exemplo) em que a advogada Regina Xavier requer o desmembramento em juízo e o faz sem a assistência de Eduardo Piza, por se tratar de procedimento rotineiro, elaborado de comum acordo, que é atribuição do escritório de Maceió. Esta é a razão pela qual, por vezes, surgem nas publicações, ou mesmo no site do tribunal, os nomes ora de um, ora de outro advogado, como patrono das execuções. 4 – Qual o juiz responsável pelas ações? A partir de janeiro passado, com a saída do juiz da 2ª Vara Federal, Rubens Canuto, o juiz federal Sérgio Wanderley passou a comandar exclusivamente o andamento naquela vara e impôs uma novidade processual. As ações de obrigação de fazer e as ações de obrigação de pagar de 2001 e 2002 – mesmo depois de desmembradas e tendo recentemente sido recolhidas as respectivas custas – passaram a ser julgadas extintas, sem análise de mérito. Passaram a entender os juízes Sérgio Wanderley e Leonardo Resende Martins, este da 1ª Vara, que os pedidos dos atrasados de 2001/2002 e as implementações em folha de pagamento podem ser requeridas no mesmo processo de execução dos atrasados de janeiro de 1993 a dezembro de 2000. Esta decisão gerou infindas discussões, reuniões com os juízes, e levou o Unafisco a recorrer, por meio de apelação, de todas as sentenças extintivas. O entendimento do Unafisco – de separar execução de obrigação de pagar da execução de obrigação da fazer – deu-se por orientação do parecer jurídico do professor Cândido Dinamarco. COGRH Administração muda critérios para pagamento da GDAT O diretor da DEN também apresentou o caso de três colegas que têm aposentadoria proporcional que desde o ano passado tiveram a GDAT institucional reduzida, em razão de uma nova interpretação dada pela COGRH acerca do pagamento da GDAT. O entendimento que o Unafisco considera correto, e que vinha sendo apli- cado, é o de que a GDAT individual deve incidir sobre a classe/ padrão em que o servidor se encontra e a GDAT institucional sobre a maior classe/padrão. A COGRH passou a pagar a GDAT institucional sobre a classe/padrão em que o servidor se encontra e a cobrar o atrasado retroativamente à aposentado- ria do servidor. Lenine Moreira argumentou que tal entendimento está conforme a norma vigente, ao que Celso Sá Pinto ficou de apresentar a legislação que sustenta o entendimento aplicado pela COGRH. A DEN continuará trabalhando para reverter esse posicionamento da Administração. 24 de abril de 2006 - IDAAP 324 3 CONAF 2006 Prazo para inscrição de teses já está aberto Desde o dia 10 de abril estão abertas as inscrições de teses e propostas de alteração estatutária para a apreciação do X Congresso Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, que será realizado de 5 a 11 de novembro. O Conaf 2006 terá como tema central “O papel do auditor-fiscal na atividade essencial de financiamento do Estado – história e perspectivas”. As teses, que poderão ser individuais ou coletivas, podem ser apresentadas até o dia 10 de julho. A partir de 10 de agosto, começa a ser enviado a cada AFRF o caderno com as teses e propostas de alteração estatutária para apreciação das assembléias. Para que seja apreciada pelo Conaf, cada tese deve ser aprovada em pelo menos uma Assembléia-Geral dos AFRFs. No caso de alterações estatutárias, a proposta deve ser aprovada por Assembléias-Gerais de pelo menos 10 delegacias sindicais. O regulamento completo para a apresentação das teses está disponível no Quadro de Avisos do site do Unafisco. O Conaf terá três eixos centrais, sobre os quais deverão versar as teses, que são “análise de conjuntura”, “o papel do auditorfiscal na atividade essencial de financiamento do estado – história e perspectivas” e “o Sindicato como instrumento de ação e defesa dos direitos e interesses dos AFRFs”. Representatividade - No próximo dia 8 de maio, a comissão eleita pelo CDS (Conselho de Delegados Sindicais) para organizar o X Conaf se reúne em Brasília para dar continuidade à preparação do evento. O objetivo do Unafisco é tornar esse próximo congresso bastante representativo, com a participação efetiva dos AFRFs nos debates e discussões que dizem respeito ao anseio da categoria de valorizar as nossas atribuições, a importância da nossa carreira para o fortalecimento do Estado e às formas de atuação do Sindicato. SIGILO FISCAL O acesso dos AFRFs a dados dos contribuintes é amparado por lei O acesso dos auditores-fiscais da Receita Federal à base de dados dos contribuintes é amparado por lei, desde que o colega esteja desenvolvendo um trabalho de fiscalização para apurar possíveis irregularidades contra o Estado nacional. Mas o vazamento, para terceiros, das informações apuradas põe em risco as atribuições e prerrogativas dos AFRFs no exercício de suas funções. Esta posição da DEN é corroborada pelo secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, quando, em entrevista à Folha On Line no dia 19 de abril, disse: “O dia que você restringir o acesso de auditores-fiscais às informações da Receita, manda fechar. O que a gente tem de cuidar é do uso indevido dessa informação.” A discussão acerca do sigilo fiscal foi levantada após divulgação, pela imprensa, de que três auditores-fiscais violaram o sigilo fiscal de 6 mil contribuintes. Tais auditores são os mesmos que es- 4 tavam investigando, pela Corregedoria da Receita Federal, um possível esquema de “venda de legislação” envolvendo membros da cúpula da Receita Federal em benefício de empresas privadas. Tais colegas foram impedidos de continuar a investigação e estão sofrendo sindicâncias. Dois pesos - Matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo no dia 13 de abril afirma que a Receita Federal, para evitar maiores desgastes políticos ao governo, considera normal o acesso a dados de contribuintes. No entanto, para processar os três auditores-fiscais que desenvolviam trabalho junto à Corregedoria, a Administração tem alegado que houve acesso imotivado aos dados. O Unafisco enviou à imprensa, no dia 13 de abril, nota de esclarecimento em que defende o acesso legal dos auditores a dados dos contribuintes quando estão desenvolvendo suas atividades e condena o vazamento de informações sigilo- IDAAP 324 - 24 de abril de 2006 sas a jornalistas ou pessoas externas ao trabalho de fiscalização. Na nota, o Sindicato defende o aceso legal, pelos auditores fiscais, a dados de contribuintes quando estão desenvolvendo suas atividades de fiscalização e que é a partir das informações contidas nessas bases de dados que podem ser identificadas movimentações financeiras, patrimônios e recursos sem origem comprovada e também a utilização de “laranjas” nos negócios fraudulentos. A nota diz, também, que a atuação da Receita Federal e de seus agentes tem de ser, por obrigação legal e por razões estratégicas, discreta e sigilosa e que o vazamento de informações para pessoas externas ao trabalho de fiscalização constitui irregularidade. O texto também afirma que quando os suspeitos de operação fraudulenta são integrantes da Receita Federal, a fiscalização é feita pela Corregedoria da Secretaria da Receita Federal. CAMPANHA SALARIAL DEN e comandos intensificam ações de mobilização Caso o governo não apresente proposta até o dia 2, categoria poderá entrar em greve Chegou o momento de intensificar a mobilização dos AFRFs em prol da Campanha Salarial. Esse é o sentimento que tem sido manifestado pelos colegas nas visitas realizadas pela DEN e pelos integrantes dos Comandos Regionais de Mobilização (CRMs) aos AFRFs de várias localidades. Nesse sentido, a Assembléia Nacional do dia 27 será decisiva. É fundamental que a participação dos AFRFs ativos e aposentados seja expressiva, já que a categoria poderá definir por uma paralisação a partir de 2 de maio. O Orçamento da União, aprovado pelo Congresso Nacional, prevê R$ 1,5 bilhão para o reajuste dos servidores federais e mais R$ 3,6 bilhões para recomposição salarial e aprovação de planos de carreira de servidores públicos federais, totalizando R$ 5,1 bilhões com este fim. O que significa que há margem para que nossas reivindicações sejam atendidas. Como estamos em ano eleitoral, a Lei de Responsabilidade Fiscal limita a 30 de junho próximo a concessão de reajustes aos salários do funcionalismo público federal. Então, a realidade nos impõe pressa nas ações de mobilização junto à base em todos os Estados e em Brasília, com ações no Congresso e no Executivo. Comandos - Os AFRFs já começaram a se organizar e no último dia 19 foi instalado, em Brasília, o Comando Nacional de Mobilização (CNM), com representantes dos comandos regionais das 10 Regiões Fiscais (RF). No dia 20, os CRMs das 3ª, 4ª e 5ª RFs se reuniram em Recife para discutir as estratégias de mobilização. O CRM da 9ª RF reuniu-se no dia 13 e definiu algumas estratégias de ação como a busca de apoio das chefias e a organização de caravanas. No dia 17, membros do Comando estiveram em Maringá(PR) e, no dia 18, em Itajaí (SC) para discutir formas de mobilização. Na 1ª RF, o CRM foi instalado no dia 18. O comando conta com representantes da DS/ Brasília, da DS/Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Corumbá), da DS/Goiás (Goiânia, Anápolis) e da DS/Mato Grosso (Cuiabá, Acre, Rondônia). Na reunião de instalação foi elaborado um calendário de atividades. No dia 17, um grupo de 25 auditores brasilienses apresentou à coordenadora da Cosit, Regina Barroso, o Caderno de Subsídios da Campanha Salari- al. A coordenadora recebeu bem a visita e disse que os AFRFs estão no caminho certo. Os AFRFs cobraram da Administração da Receita postura similar à do Ministério da Justiça, cuja cúpula tem se manifestado favoravelmente a um reajuste para os policiais federais. O CRM da 2ª RF reuniu-se no dia 17 em Manaus para discutir as estratégias de mobilização da categoria. Eles deliberaram por encaminhar à Plenária Nacional a proposta de greve de uma semana, caso até o dia 2 de maio o governo não tenha negociado com os AFRFs. O CRM da 10 a RF definiu como estratégia o envolvimento da Administração na luta da categoria. No dia 12, a presidente da DS/Porto Alegre, Maria Regina Duarte, e o ex-presidente Marcelo Oliveira levaram as reivindicações dos AFRFs aos administradores da SRF no estado. Com o intuito de construir uma greve forte, a DS/Rio de Janeiro mobilizou AFRFs de todo o estado e elegeu 20 delegados e 10 observadores para a Plenária Nacional. No dia 20, colegas do CRM da 7ª RF, que engloba Rio de Janeiro e Vitória, foram recebidos pelo SRF Jorge Rachid, que estava na capital carioca. Unafisco reitera pedidos de audiências O Unafisco reiterou, em correspondências enviadas no dia 19 de abril, a solicitação de audiências com os ministros Dilma Roussef (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda) para tratar de assuntos da categoria, em especial a Campanha Salarial 2006. No documento, assinado pelo presidente da DEN, o Una- fisco lembra que desde a apresentação da pauta reivindicatória dos auditores e do Caderno de Subsídios à Campanha Salarial, em novembro de 2005, o governo não apresentou nenhuma proposta. E destaca que, em razão desta posição intransigente, há forte possibilidade de os AFRFs deliberarem pela greve da categoria a partir do dia 2 de maio, como forma de pressionar o governo a abrir negociação com os AFRFs. O Unafisco ressaltou que nos dias 24 e 25 será realizada, em Brasília, a Plenária Nacional dos AFRFs e que as datas seriam extremamente oportunas para que fossem promovidas tais audiências. Também foi solicitada audiência com o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Tarso Genro. 24 de abril de 2006 - IDAAP 324 5 ARTIGO O chefe – Parte II Nesta segunda parte do tratado, Aloysio Cerqueira afirma que a busca incessante pelo poder esconde complexos de inferioridade Ora, o objeto é o poder, ou melhor, a sensação de poder que proporciona, à maioria das pessoas, uma segurança ambivalente porque é acompanhada sempre do medo de perder a situação de privilégio que lhe concede o poder. O poder que traz segurança carrega consigo a insegurança, o medo da perda da situação que gera o poder, e a intranqüilidade será a atmosfera neurotizante e neurotizada que os poderosos chefões respiram. Essa intranqüilidade os levará a lutar por mais poder, o qual conseguido trará novamente a segurança resultante desse maior poder, mas essa segurança se faz acompanhar do medo e tudo recomeçará sempre da mesma forma. Melhor analisada essa contradição e procurada a origem do medo, talvez se encontre no chefe o sentimento de usurpação, isto é: aqueles que chegam à situação de chefes não possuem a certeza de que essa posição conquistada (sabe Deus a quantas duras penas!) é merecida e, por não a merecerem, estão sujeitos a perdê-la a qualquer momento. Esse sentimento, essa incerteza quanto ao próprio valor e merecimento, é um dos aspectos que assume o complexo de inferioridade, compensado pela supervalorização do ego ou, simplesmente, vaidade. Mas a psicologia nos ensina que sentimentos de inferioridade e vaidade andam sempre juntos. A vaidade é não somente complemento do complexo de inferioridade, como uma defesa, muito precária aliás, do próprio complexo, e se verifica a alternância de euforia e depressão, conforme a vaidade supere o complexo, em dado momento, ou por ele seja superada, pois ninguém é inferior ou vaido- 6 so 24 horas por dia. Inadvertidamente, para mim, surgiu, dessas considerações, um tipo especial de chefe, o mais comum, o tipo de chefe profissional. É o do funcionário que não pode deixar de ter uma chefia. A esse tipo de chefe tudo que eu disse se encaixa, assumindo o poder, por ele buscado, uma vida própria, assimilando-se ao poder uma idéia ou uma imagem de coisa concreta, existindo fora do indivíduo poderoso e que a este impõe os seus caprichos, e é de certa forma um sujeito e não um objeto, uma finalidade. Peço que vejam nisso uma imagem, uma força de expressão, como se o poder possuísse uma vida autônoma, independente, que, quando quer, adere, como uma luva ou máscara, ao escolhido da Fortuna, melhor ainda: o poder seria a entidade, e o indivíduo apenas o “cavalo” que a alberga, como se diz em linguagem de umbanda. Penso que essa idéia, não tão original como possa parecer, explica o prestígio que o poder adquiriu no século atual, tão mecanizado, tão tecnológico e desumano, com as pessoas pastando em rebanhos pelos locais de trabalho, pelas ruas, pelos clubes de recreação e lazer, despersonalizadas, sendo a conquista do poder uma das poucas coisas que podem gerar nelas emoções fortes, intensamente humanas. Em outros tempos, priscas eras, como diria um acadêmico do lugar-comum, quando os homens lutavam contra a Natureza para dominá-la, sentiam-se plenamente homens, pois sua vontade de potência encontrava nela um adversário à sua escala de medidas, digno de ser vencido e dominado porque grande, forte e irracional, enquanto o homem era fraco, pequeno e IDAAP 324 - 24 de abril de 2006 bastante racional. O próprio poder político, administrativo ou econômico, era pessoal ainda e não impessoal, isto é, de um grupo que, por sua vez, atua em função de injunções e conjunturas sobre as quais não possui o menor controle, peças mestras sim! mas, ainda e sempre, peças de uma engrenagem, muito bem definida por Sartre em Huis Clos, sem cérebro individualizado ou com cérebro eletrônico impessoalmente lógico. Embora um poder limitado pelos regulamentos, dizem que de origem coletiva, social, na verdade, fatores elaborados por uma entidade desconhecida, que engloba as noções de comunidade, produtividade, fatores de capital, ainda pode o humano insinuar-se por suas frestas e meandros e causar certo prazer, diria quase erótico, pois na verdade o prazer do poder é um sucedâneo do prazer erótico, sem o orgasmo que é bom, pelo menos a cada quinze dias, para as artérias, prolongando a vida. O poder, por isso, é limitado, ignora o tempo presente, da liberação sexual, da luta contra a ditadura militar e ignora também as utopias de Marcuse, de Thomas Morus e outras que têm um ponto em comum: algo pensado, sentido, sonhado e procurado pelo homem, enquanto o que se esboça atualmente para o futuro é um Universo vazio de seres humanos, e cheio de peças de engrenagens altamente produtivas e consumíveis, servindo por um tempo útil limitado a um Deus tecnológico e não Àquele, humaníssimo porque criado pelo homem, ou por ele encontrado, velhinho de barbas brancas... Para o deus Tecnológico faltam as barbas e sobejam as idéias medíocres de quem não teve infância. SÃO PAULO Regional bloqueia recursos do Unafisco Conforme divulgado no Idaap 323, a Associação Unafisco Regional São Paulo impetrou uma ação judicial para cobrar aluguéis atrasados da DS/São Paulo, que no dia 13 de abril foi surpreendida com o “bloqueio judicial” de R$ 30 mil de sua conta corrente. Foi informada de que a decisão atendeu a pedido da Associação impetrado em 14 de março. A DEN, que é ré na ação judicial – pois a representação judicial do Sindicato é feita pela Direção Nacional – considerou essa atitude um ato de deslealdade da Associação. Isso porque na assembléia dos dias 6 e 7 de abril, convocada para discutir essa pendência, além de não informar que tinham tomado essa medida extrema, os diretores da Regional afirmaram que iriam retirar a ação judicial e que eram favoráveis à criação de uma comissão paritária para analisar todas as pendências financeiras/ administrativas e solucioná-las de forma amigável. A “solução amigável” não se confirmou na audiência de conciliação realizada no dia 10, quando a Associação rejeitou a proposta apresentada pelo Unafisco. A proposta previa a revisão do valor do aluguel, que a própria Regional reconhece estar acima do valor de mercado, o que eliminaria o passivo existente (aluguéis a partir de agosto do ano passado), e a formação de uma comissão paritária. A DS considera que essa verificação das contas é necessária porque, no período de janeiro de 2003 a julho de 2005, a Delegacia Sindical arcava não só com suas próprias despesas, mas também com aquelas da Associação Regional. A DEN acredita que, se tivessem sido consultados, os AFRFs associados à Regional jamais aceitariam nem mesmo a ação, quanto mais o bloqueio de recursos, pois são atitudes que trazem graves conseqüências para toda a categoria. Lesa o Sindicato e a capacidade de organização da categoria. DSs estão tendo transtornos Várias DSs estão com problemas para fechar contratos e até para dar fiança locatícia aos AFRFs. A DS/São Paulo não conseguiu, por exemplo, mudar o plano dos telefones celulares, o que representaria uma economia para a entidade, porque a pesquisa da operadora informou a existência da ação judicial. Podemos entender a atitude da Regional São Paulo como uma demonstração de que seus diretores não estão dispostos a negociar, fragilizando a busca de unidade da categoria. Só podemos entender essa atitude como uma postura política deliberada de espalhar a cizânia entre os colegas, num momento de campanha salarial. A Associação Regional foi por anos beneficiada com subsídios mensais por parte do Sindicato. Tanto que, em panfleto distribuído nos prédios de São Paulo nos dias 6 e 7/4, a própria Associação admite que, após a separação das diretorias, teve de majorar sua mensalidade – de R$ 13,88 para R$ 31,50 – para poder arcar com as suas despesas. Não é admissível que a Associação limite-se a negar, genericamente, o levantamento da DS/SP sem se dispor a examinar a documentação ou o detalhamento das contas. Está anexo ao Boletim Informativo 2103, na internet, uma nota da direção da DS/São Paulo comentando a questão. Encontro em Vitória Os diretores de Assuntos de Aposentadoria e do Jurídico da DEN, Lenine Moreira e Daniel Muñoz, respectivamente, estarão em Vitória (ES) na tarde do próximo dia 2 de maio para participar de um encontro com aposentados e pensionistas capixabas. Chega de Confisco Desde o dia 18 de abril, está em funcionamento o site www.correcaodatabela.com.br para que o contribuinte possa calcular quanto estaria pagando de imposto, ou recebendo de restituição, se a tabela do Imposto de Renda tivesse sido corrigida de acordo com a inflação desde 1996. O Unafisco entende que o confisco representado pela nãocorreção da tabela vai na contramão da valorização do AFRF, pois privilegia a arrecadação automática, em detrimento da fiscalização. Nos dois primeiros dias no ar, o site recebeu mais de 3 mil visitas. PEC 157 Foi adiada para o dia 25 de abril a votação, na Comissão Especial da Revisão Constitucional, do parecer do deputado Roberto Magalhães (PFLPE) à proposta de Emenda à Constituição (PEC) 157/03, que prevê a instituição de uma Assembléia Nacional Revisora no próximo ano. Nota de falecimento A DS/AL comunica com pesar o falecimento, no dia 12 de abril, do AFRF aposentado Adauto Fernandes Vieira, grande colaborador da DS. 24 de abril de 2006 - IDAAP 324 7