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Fisioterapia no tratamento de ombro doloroso em pacientes
hemiplégicos
Marcos de Jesus Vilela1
[email protected]
Dayana Priscila Maia Méjia²
Pós-graduação em Fisioterapia NeuroFuncional – Faculdade FAIPE
Resumo
Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) traduz-se por uma alteração na
irrigação sanguínea local, acarretando déficits neurológicos, que podem acarretar
prejuízos na funcionalidade do individuo, dificultando a recuperação neuromotora
gerando incapacidade funcional. Não se sabe o mecanismo exato de dor após o AVE
Objetivo: Estudar os benefícios da Fisioterapia no tratamento do ombro doloroso em
pacientes hemiplégicos. Metodologia: Caracteriza-se por ser analítico descritivo de
revisão bibliográfica, onde se realizou uma busca eletrônica nas seguintes bases de
dados: SCIELO e LILACS, publicados de 2000 a 2013. Foram selecionados cerca de 60
artigos para compor o trabalho, sendo que apenas 34 foram incluídos. Resultados e
Discussões: A abordagem fisioterapêutica utiliza diversos métodos para o alivio da dor
no ombro em pacientes hemiparéticos, dentre eles a FNP, Eletroestimulação Funcional,
Cinesioterapia e Kinesio Taping, proporcionando ao paciente, a prevenção e redução
da dor, simetria postural, aumento da amplitude de movimento, reduz subluxação,
melhora da sensibilidade e ganho do controle motor, contribuindo assim, para a
qualidade de vida desse paciente. Conclusão: Os resultados mostraram que a
Fisioterapia para o paciente com dor no ombro, é um fator decisivo, pois a
funcionalidade dos membros superiores confere ao indivíduo o caráter de
independência. Porém, são necessários estudos que determinam a eficácia e a melhor
estratégia de Fisioterapia, tanto para a prevenção como para o tratamento de dor no
ombro em pacientes hemiplégicos.
Palavras-chave: Acidente Vascular Encefálico; Hemiplegia; Dor de Ombro;
Fisioterapia.
Introdução
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) traduz-se por uma alteração na irrigação
sanguínea encefálica local, acarretando déficits neurológicos, que podem acarretar
prejuízos na funcionalidade do indivíduo, interferindo na realização de suas atividades
de vida diária. O AVE é a doença que mais incapacita no mundo, podendo ocasionar
alterações cognitivas e neuromusculares, que tem como consequências problemas
psicoemocionais e socioeconômicos (POLESE, Janaine 2011).
Dentre as doenças crônico-degenerativas, as cerebrovasculares constituem a terceira
causa de morte no mundo, precedida pelas cardiopatias em geral e o câncer. O AVE
isquêmico ou hemorrágico, transitório ou definitivo é a doença cerebrovascular que
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Pós-graduando em Fisioterapia NeuroFuncional
² Orientadora
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apresenta maior incidência, tem maior morbidade e resulta em incapacidades (PERLINI
e FARO, 2005)
O AVE é usado para designar o déficit neurológico (transitório ou
definitivo) em uma área cerebral secundário a lesão vascular, e
representa um grupo de doenças com manifestações clínicas
semelhantes, mas que possuem etiologias diversas: AVC hemorrágico
(AVCh) compreende a hemorragia subaracnóide (HSA), em geral
decorrente da ruptura de aneurismas saculares congênitos localizados
nas artérias do polígono de Willis e a hemorragia intraparenquimatosa
(HIP), cujo mecanismo causal básico é a degeneração hialina de
artérias intraparenquimatosas cerebrais, tendo como principal doença
associada a hipertensão arterial sistêmica (HAS); AVC isquêmico
(AVCi) descreve o déficit neurológico resultante da insuficiência de
suprimento sanguíneo cerebral, podendo ser temporário (episódio
isquêmico transitório, EIT) ou permanente , e tendo como principais
fatores de risco a HAS, as cardiopatias e o diabetes mellitus (DM).
Outras etiologias podem estar associadas ao AVC, tais como
coagulopatias, tumores, arterites inflamatórias e infecciosas
(RADANOVIK 2000).
Os fatores de risco predisponentes para se ter um AVE incluem a hipertensão arterial
sistêmica, diabetes mellitus, cardiopatias (principalmente a fibrilação atrial), obesidade,
hipercolesterolemia, embolismo, trombos, hemorragia secundária ao aneurisma, história
de ataques isquêmicos transitórios, estenose carotídea assintomática, intolerância à
glicose, dislipidemias, uso de contraceptivos, fumo, consumo abusivo de álcool, dieta
inadequada, sedentarismo, dependência química, dentre outros (CARDOSO, 2005;
COSMO, 2006).
Segundo Rodrigues (2005) apesar das causas, fatores de risco e tratamento serem
desconhecidos, há consenso quanto à importância e a necessidade de ações profiláticas,
evitando-se assim, os sintomas com o tratamento precoce, e se já instalados podem ser
amenizados.
Os déficits motores caracterizam-se por uma paralisia designada Hemiplegia ou uma
fraqueza denominada Hemiparesia, tipicamente no lado do corpo oposto ao lugar da
lesão cerebral (O’ SULLIVAN e SCHIMITZ, 2004).
O início da hemiplegia pode comprometer os princípios biomecânicos normais e a
estabilidade do complexo do ombro, devido a perda do controle motor e do
desenvolvimento de padrões anormais de movimento; secundariamente, ocorrem
alterações em tecidos moles e desalinhamento da articulação glenoumeral (KLOTZ et al
2006).
A hemiplegia se dá de duas maneiras, a forma flácida e a espástica.
Normalmente inicia-se com a primeira e depois de um determinado
tempo evolui pra segunda. Na primeira fase além da flacidez da
musculatura, chamada de hipotonia, pode-se encontrar também a hipo
ou arreflexia, que consiste na diminuição ou profunda ausência de
sinais de automatismo medular. Na segunda fase, encontra-se a
hipertonia muscular que consiste na espasticidade, há ainda a presença
de reflexos profundos vivos ou hiperativos, presença de sinais de
automatismo medular, como clônus, e exacerbação de reflexos
discretos, como o cultâneo-abdominal e crematério. Em certos casos
aparecem ainda contraturas intensas causadas pelas posturas típicas
dessa situação que é a atitude flexora dos membros superiores e
extensora dos membros inferiores. Este processo dificulta ainda mais a
motilidade do portador de hemiplegia (LIANZA, 2007)
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A recuperação de um paciente com hemiplegia constitui-se em um grande desafio, tanto
pela complexidade das funções perdidas, quanto pela alta incidência de dor no ombro,
resultando em impacto negativo no processo reabilitacional (BORGES et al, 2006)
O mecanismo de produção do ombro doloroso nas hemiplegias pode
estar relacionado a vários fatores: subluxação escápulo-umeral,
capsulite do ombro, síndrome do impacto, síndrome complexa de dor
regional, tendinite bicipital, neuropatia por tração do plexo braquial,
espasticidade, mobilização do membro superior paralisado em torno
da amplitude de movimento (ADM), limitação de ADM, lesões de
partes moles, dor central. (BORGES et al, 2006)
Não se sabe o mecanismo exato de dor após o AVE, entretanto existe predileção quanto
aos componentes essenciais da terapêutica escolhida, sendo utilizada para a redução da
inabilidade física e a melhoria funcional (MOREIRA et al., 2007).
A mobilização do membro superior paralisado em torno da amplitude de movimento é
um fator que se deve tomar cuidado quando for manusear o paciente, promovendo a
abdução da articulação glenoumeral com adequada rotação externa, pois movimentos
fora desse padrão poderão causar dor (SILVA et al., 2000).
O ombro é responsável pela execução da maior parte da movimentação e
posicionamento do membro superior no espaço. Ele não se faz de uma articulação
única, mas sim de um conjunto funcional que permite unir o membro superior ao tórax.
Este complexo articular trabalha sincronicamente, permitindo aos membros superiores
grandes amplitudes de movimento (FONTANA, 2005).
O membro superior de um indivíduo que sofreu um AVE, não
apresenta movimentos ativos e a escápula assume uma posição rodada
para baixo (o ângulo súpero-lateral move-se inferiormente e o ângulo
inferior torna-se aduzido). Com a rotação para baixo da escápula, a
cavidade glenóide se orienta para baixo, e o mecanismo de trava
passivo da articulação do ombro é perdido. Assim, a deficiência desse
mecanismo, a deficiência do tono postural, e a deficiência da cápsula
do ombro resultam em uma subluxação inferior do úmero do ombro
hemiplégico, o tipo mais comum. O úmero fica pendente ao lado do
corpo em rotação interna e o cotovelo fica estendido. A subluxação
inferior ocorre em pacientes com fraqueza grave e está presente no
estágio agudo. Na medida em que a subluxação ocorre, a cápsula do
ombro fica vulnerável ao alongamento, especialmente quando o úmero
é dependente e descansa na parte lateral do corpo (UMPHRED, 2004).
Segundo Umphred (2004), um segundo padrão se desenvolve com o passar do tempo, a
caixa torácica roda pra baixo, e tornam-se evidentes o aumento da extensão cervical e
lombar, onde o desvio da caixa torácica se torna mais forte na escapula e no úmero.
Caracterizado por uma coativação anormal dos músculos do membro, um terceiro
padrão de movimento poderá ser assumido, dando aparência ao membro superior
hemiplégico de flexão em ‘massa’. Sendo a cabeça do úmero mantida intimamente
embaixo do acrômio; a escapula fica geralmente elevada e abduzida sobre o tórax. Não
ocorre dissociação entre o úmero e a escapula, embora o deltoide e o bíceps tentem
iniciar o movimento umeral. Como resultado da posição da escápula e úmero, o padrão
do membro superior, ocorre a elevação do ombro com abdução umeral, rotação interna
e flexão de cotovelo.
Comumente a síndrome do ombro doloroso é tratada de forma conservadora através de
medicamentos e fisioterapia, e quando não tratada leva a longos períodos de dor e
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limitações funcionais. O tratamento conservador geralmente tem seus resultados
avaliados com base na função e intensidade da dor referida pelo paciente (GARZEDIN
et al 2008)
O quadro caracteriza-se por dor no ombro e perda progressiva da amplitude de
movimento articular (ADM), possivelmente devido aos mecanismos de desalinhamento
do ombro, movimentação incorreta, imobilidade, manuseio e posicionamento
inadequado do braço acometido. Apesar das causas, fatores de risco e tratamento serem
desconhecidos, há consenso quanto a importância e a necessidade de profilaxia1
(HORN et al 2003).
É importante ter uma boa compreensão da fisiopatologia das lesões por uso excessivo
para saber como aconteceu a lesão e tentar evitar nova ocorrência. A prevenção da
recorrência é o aspecto mais importante da administração de lesões por uso excessivo. A
maior parte das lesões por uso excessivo compromete unidades musculotendinosas
deixando o músculo lesionado contraído e dolorido (GARRICK; WEBB, 2001).
Estudos epidemiológicos com vistas a identificar o período de instalação da dor no
ombro verificou que, o ombro doloroso no hemiplégico é encontrado em mais de 50%
deles. Em torno de 20% instalam na primeira e segunda semana, o que prolonga o
tempo de internação, dificulta a recuperação motora, as mudanças de decúbito e as
transferências posturais. Condições que justificam a intervenção fisioterapêutica
precoce (JÚNIOR et al 2005).
Segundo Price (2002), alguns dos fatores mais freqüentemente suspeitados que
contribuem à dor do ombro incluem: subluxações, contraturas, a síndrome regional do
complexo da dor (SRCD), lesões do manguito rotator, e o desequilíbrio causado pela
espasticidade do músculo na junção glenoumeral, a maioria de estudos sobre a etiologia
da dor do ombro na hemiplegia, não estabeleceu um relacionamento da causa e efeito.
É altamente provável que a causa seja multifatorial com os fatores diferentes que
contribuem em estágios diferentes da recuperação (flacidez que contribuem para a
subluxação e estiramento capsular subseqüente, tônus anormal e alterações nos padrões
do sinergismo que contribuem a lesões do manguito rotador ou instabilidade escapular).
Por causa da dificuldade do tratamento ocasionado pela dor no ombro, o tratamento
deve ser iniciado o mais breve possível (PRICE, 2002)
Diante disto, o objetivo do trabalho, é identificar as principais técnicas da Fisioterapia
no tratamento de ombro doloroso em pacientes hemiparéticos.
Metodologia
Para o levantamento da literatura, se realizou uma busca eletrônica nas seguintes bases
de dados: Scientific Eletronic Library On Line – SCIELO, livros, monografias, dentre
outras consideradas de caráter científico. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave:
Acidente Vascular Encefálico; Hemiplegia; Dor de Ombro; Fisioterapia. O material
selecionado está redigido no idioma português.
Os fatores de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos na íntegra e
que retratassem a temática referente ao estudo; artigos publicados de 2000 a 2012. Os
fatores de exclusão foram: não atenderem às variáveis estudadas; baixa qualidade
metodológica e de evidências científicas.
Foram selecionados cerca de 60 (sessenta) artigos para compor o trabalho, sendo que
apenas 34 (trinta e quatro) foram incluídos.
No que tange ao tempo de pesquisa, a mesma foi realizada desde o mês de fevereiro de
2013 até agosto de 2014.
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Resultados e Discussões
No início da hemiplegia há comprometimento do complexo ombro, tanto a biomecânica
normal quanto à estabilidade podem sofrer complicações, pois o indivíduo perde o
controle motor e desenvolve padrões anormais de movimento; secundário a isso, ocorrem alterações nos tecidos moles e desalinhamento na articulação glenoumeral
(SANTOS et al, 2010).
Os programas de reabilitação para pacientes que sofreram AVE mostram-se capazes de
melhorar os resultados funcionais. A fisioterapia tem conseguido alcançar objetivos
com maiores avanços, no desenvolvimento de uma melhoria da qualidade de vida, em
níveis capazes de inserir novamente o paciente ao seu meio social, ao trabalho e
conquistar uma independência de mobilidade. Dentro das limitações de cada caso,
busca-se satisfação e confirmam-se os benefícios de uma intervenção fisioterápica
(O'SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).
Quando o paciente vê seu membro plégico se movendo gera imputs visuais de
movimentação, o imput visual é mais rápido que o imput somatossensorial dando a
impressão ao paciente, que ele está movimentando o membro plégico. Esta entrada
sensorial ativa os neurônios motores conhecidos como neurônios espelhos, que é
responsável pela observação e pela imitação do que foi observado, estimulando áreas
pré motoras (FREITAS, 2011).
O treinamento motor é fonte de desenvolvimento cerebral, pois induz a mudanças
neuroplásticas, a realização de qualquer atividade motora gera padrões de estimulação
sensorial proprioceptiva e pode ser fonte de modulação neuroplástica em áreas motoras
e somatossensoriais. O treinamento repetido de atividades motoras ajuda a reparar danos
provocados por lesões cerebrais (Diniz e Abranches, 2003).
O tratamento da dor envolve intervenções biológicas e psicossociais que visam à
minimização do desconforto, a melhora da função e a adaptação do individuo para o
desempenho das atividades. Isto significa que a melhora da qualidade de vida e não
apenas o alivio da dor, o objetivo da equipe interdisciplinar que assiste aos pacientes
com dor; a completa eliminação da sensação dolorosa, possível na maioria dos casos de
dor aguda, não é a preocupação primordial das intervenções realizadas em dor doente
com dor crônica (LEME, 2011).
As seqüelas da dor são ainda mais extensas, o paciente não consegue concentrar-se em
aprender novas habilidades, porque ele é constantemente distraído pela dor. Ele tem
dificuldade para retornar independência nas atividades de vida diária (AVD´s), porque a
dor ea rigidez interferem no vestir, lavar, virar-se na cama etc (PERES, 2006).
Os pacientes perdem algumas funções, e as recuperam (em parte ou quase totalmente)
devido a dois componentes: o intrínseco, por recuperação neurológica anatômica e
fisiológica, pela redução de edema cerebral, desenvolvimento de novas vias e
plasticidade neuronal; e o adaptativo, que ocorre através do aprendizado de novas
maneiras para executar as funções. Sendo assim, a fisioterapia torna-se indispensável
para a reorganização cortical e consequentemente o reaprendizado motor. Algumas
teorias acreditam que o tratamento precoce pode ser benéfico; de modo que previne
alterações musculo-esqueléticas secundárias, como atrofia e dor, além de evitar o
aprendizado de estratégias de movimentos anormais ou a inutilização do membro
(VALENTE, et al 2006).
O papel do fisioterapeuta se baseia na restauração da função, prevenção de
complicações secundárias, com encurtamento de tecidos moles e dor no ombro, os
programas de reabilitação para pacientes com AVE melhoram os resultados funcionais e
consequentemente permitem que eles reconquistem a independência (PERES, 2006).
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Diante das informações citadas acima, a fisioterapia utiliza recursos e métodos
específicos, de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Na tabela demonstram-se os resultados sobre a Fisioterapia no tratamento de ombro
doloroso em pacientes hemiplégicos.
Autor
Técnica
Benefícios
Santos e Soares (2011); Ultrassom e
OLSSON et al., (2008). Cinesioterapia
Diminuição de dor e melhora
funcional
Santos et al (2010)
Kinesio Taping
Simetria Postural
Moreira et al (2007)
Toxina botulínica A
associada à Fisioterapia.
Diminuição da dor
Stapait et al (2013)
Fortalecimento dos
estabilizadores
Diminuição da Dor
Peres (2006); Faraco
(2006); Silva e Gester
(2009); Prentice e
Voight, (2003)
FNP
Aumento da ADM
Horn et al (2003)
Cinesioterapia
Prevenir a dor no ombro
Salles et al (2012)
Kinesio Taping e FNP
Ganho do Controle Motor
Corrêa et al (2009);
Klotz et al (2006)
Fisioterapia
Convencional e
Eletroestimulção
Funcional
Reduzir subluxação
Valente et al (2006)
Fisioterapia Hospitalar
Melhora da Sensibilidade
Cacho, Melo e Oliveira
(2004)
Protocolo de
Desempenho Físico de
Fulg-Meyer
Avalia e mensura o
comprometimento motor
Fisioterapia no tratamento de ombro doloroso em pacientes hemiplégicos.
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Santos e Soares (2011), em seu estudo de caso verificou a eficácia de um protocolo de
tratamento fisioterapêutico na recuperação funcional, na algia do ombro doloroso no
membro parético e sua influência na qualidade de vida. Foi realizado um estudo de caso
com uma paciente do gênero feminino, 53 anos de idade, com diagnóstico clínico de
acidente vascular encefálico e queixa principal de dificuldade de movimentar o membro
superior parético e dor no ombro do lado acometido. Os resultados mostraram que o
protocolo de tratamento fisioterapêutico, com a aplicação de ultrassom terapêutico e
cinesioterapia, para o ombro doloroso pode ser benéfico na diminuição da dor e na
melhora funcional, e também pode ter influenciado em uma melhora importante da
qualidade de vida.
Dentre os tratamentos não-invasivos, a ultrassonoterapia é um dos procedimentos
físicos adjuvantes mais utilizados em fisioterapia e medicina regenerativa para o
tratamento de diversas doenças. Seus efeitos terapêuticos têm mostrado benefícios no
tratamento de diversas condições, como cicatrização de úlceras, estímulo à
neovascularização em tecidos isquêmicos, integração total de enxertos de pele,
consolidação de fraturas e também na cicatrização tendinosa. O ultrassom terapêutico
induz mudanças fisiológicas como ativação de fibroblasto, do colágeno e diminuição da
inflação por aceleração do metabolismo celular e, quando aplicado de maneira
adequada, pode reduzir a dor (OLSSON et al., 2008).
Santos et al. (2010), em seu estudo com três sujeitos com subluxação inferior de ombro.
Foram submetidos a uma avaliação inicial através da Biofotogrametria para mensurar a
subluxação, a simetria postural e os movimentos do ombro. Estes sujeitos receberam a
aplicação da Kinesio Taping no músculo deltóide. Após dois meses de tratamento,
realizou-se uma nova avaliação. Houve diminuição da subluxação de ombro, com uma
melhora da simetria postural e diminuindo as compensações.
Moreira et al (2007) em seu estudo de caso, de uma paciente, do sexo feminino, 49
anos, com seqüelas de acidente vascular cerebral, cujo tratamento consistiu no emprego
de toxina botulínica A associada à fisioterapia. Após quatro meses de tratamento, houve
melhorias significativas quanto à dor, espasticidade, amplitude de movimento e
qualidade de vida, e isso sugere ser essa associação terapêutica uma ferramenta eficaz
contra os efeitos incapacitantes relacionados a esta síndrome.
Stapait et al (2013) em sua revisão de literatura sobre o efeito do fortalecimento da
musculatura estabilizadora da cintura escapular na redução da dor, onde a Escala pedro
foi utilizada para determinar a qualidade metodológica dos estudos. Cinco estudos
analisavam o efeito do fortalecimento da musculatura estabilizadora associado a
alongamento e outras formas de tratamento. Todos os estudos observaram redução da
dor e melhora da função após o fortalecimento associado ao alongamento. A ADM e a
força parecem melhorar após o fortalecimento associado ao alongamento.
Peres (2006) em seu estudo para observar a resposta do quadro álgico em membro
superior Hemiparético decorrente do AVE, após a técnica de Facilitação Neuromuscular
Proprioceptiva (FNP), além de observar a Amplitude de movimento (ADM), Força
Muscular e AVD´s. Fizeram parte do estudo três pacientes, sendo dois do sexo feminino
e um do masculino, com idade entre 62 e 69 anos, ao total foram realizadas 25 sessões.
A reavaliação foi realizada igualmente a avaliação. Na reavaliação houve abrandamento
do quadro álgico, aumento da ADM, aumento da força muscular e melhora das AVD´s.
Ainda de acordo com Peres (2006), as técnicas de facilitação são somente uma parte de
todo o programa de tratamento que acredita-se incluir a prática de habilidades
funcionais. As técnicas de facilitação devem ser incorporadas dentro de padrões
funcionais e atividades para o paciente, sendo de responsabilidade do terapeuta ser
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criativo fundindo técnicas de facilitação com significância e proporcionar movimentos
funcionais para o paciente.
Faraco (2006) realizou um estudo de caso com o objetivo de avaliar os efeitos do FNP
em um paciente com diagnóstico de síndrome do impacto do ombro. Foram mensurados
a ADM, o nível de dor e atividades de vida diária (AVD`s). Os resultados encontrados
foram: o aumento da amplitude articular de movimento de flexão, extensão, abdução e
adução do ombro, a suspensão de medicamentos analgésicos e melhora da qualidade do
sono.
Silva e Gester (2009) investigou a eficácia de um protocolo de tratamento
fisioterapêutico com base no conceito de facilitação neuromuscular proprioceptiva, para
a prevenção da dor, da disfunção do ombro e independência para as atividades de vida
diária em pacientes hemiplégicos/paréticos por acidente vascular encefálico na fase
aguda, o estudo trata-se de uma intervenção longitudinal prospectiva, a amostra constou
de 10 pacientes acometidos por acidente vascular encefálico na fase aguda, de ambos os
sexos, na faixa etária de 33 a 59 anos. Como instrumentos de avaliação foram utilizados
a escala visual analógica, o índice de Barthel e a escala de Fugl-Meyer, em 12 sessões.
O protocolo de tratamento fisioterapêutico parece ser eficaz na população investigada,
uma vez que os pacientes evoluíram sem dor, com melhora na porcentagem de
recuperação motora, com ênfase na função do membro superior e melhora na
independência para as atividades de vida diária.
Existem outras formas de gerar um maior recrutamento neural do encéfalo, o conceito
FNP tem como base a teoria que um impulso descendente ou um impulso aferente de
origem dos receptores periféricos, no músculo provoca uma salva de impulsos que
resulta na descarga de um número limitado de neurônios motores específicos, além da
descarga em neurônios motores adjacentes, gerando o efeito facilitador. O efeito
inibidor se dá pela condução desse impulso para o mais longo da área motora facilitada,
ou seja, é possível fazer uso da facilitação para fortalecer os extensores do cotovelo e ao
mesmo tempo inibir a espasticidade dos flexores (PRENTICE E VOIGHT, 2003).
Horn et al (2003), estudou 21 pacientes (12 homens, 9 mulheres; idades 26 a 87 anos)
com hemiplegia/paresia. O tratamento fisioterapêutico consistiu de 30 minutos diários
de cinesioterapia, desde as 48 horas após o AVE até a alta hospitalar. Os pacientes
foram avaliados antes e após o tratamento em relação à presença ou ausência de dor no
ombro, à força dos diversos grupos musculares do ombro e quanto aos movimentos
funcionais de transferência e manutenção postural básica. Nenhum paciente apresentava
dor no ombro na alta. A força muscular aumentou significativamente em relação à
elevação, protusão, abdução e flexão do ombro. Houve melhora dos movimentos
funcionais: decúbito dorsal para lateral, decúbito lateral para sentado e manter-se
sentado.
Ainda de acordo com Horn et al (2003), durante o período de internação, a
cinesioterapia contribui para a prevenção de dor no ombro hemiplégico e favorece a
recuperação motora dos pacientes. Com correta manipulação, a manutenção de
amplitude de movimento nesta articulação é essencial para a prevenção do mau
alinhamento do ombro.
Salles et al (2012), em seu estudo relatou o uso do kinesio tape (KT) e da facilitação
neuromuscular proprioceptiva (FNP) no ombro hemiparético recente (2 meses). O
tratamento com KT aconteceu em 5 semanas totalizando 8 sessões. A avaliação
neurofuncional, utilizando uma escala de medida de independência funcional e as
medidas finais de amplitude de movimento aconteceram na 9ª sessão antes do
tratamento. Os resultados demonstraram um aumento no ganho do controle motor e de
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mobilidade no uso funcional do membro superior afetado promovendo qualidade no
movimento e independência nas atividades de vida diária.
Corrêa et al. (2009) realizaram um estudo com 3 pacientes com subluxação no ombro
após AVE, em que foram submetidos ao tratamento fisioterapêutico convencional e a
eletroestimulação funcional durante 10 sessões. Nesse estudo o tratamento mostrou-se
eficaz em reduzir a subluxação, melhora da função do membro superior e redução do
quadro álgico.
A estimulação elétrica funcional tem importante ação terapêutica, por promover um
melhor alinhamento articular, com menos adução e rotação interna, prevenindo
contraturas musculares. Além disso, a estimulação da contração muscular, facilitando a
recuperação motora do membro envolvido, diminuindo a espasticidade (KLOTZ et al,
2006).
Valente et al (2006), teve como objetivo em seu estudo, avaliar se a fisioterapia em
ambiente hospitalar melhora a função do membro superior acometido em pacientes após
acidente vascular encefálico, e os objetivos secundários foram avaliar a força muscular
e a sensibilidade deste membro. Participaram do estudo 8 pacientes com diagnóstico de
AVE isquêmico, estes receberam fisioterapia padronizada durante o período de
internação, duas vezes por dia. Todos foram avaliados através das escalas de FuglMeyer modificada e de força muscular do Medical Research Council em dois
momentos: antes e após o tratamento fisioterapêutico, a fim de obter dados
comparativos de forma quantitativa em relação à função motora e sensibilidade, e força
muscular do membro superior respectivamente. Seis pacientes apresentaram melhora da
força muscular e da função do MS, e cinco dos sete pacientes que apresentavam
alteração da sensibilidade, apresentaram melhora após o tratamento fisioterápico.
Cacho, Melo e Oliveira (2004), em seu estudo, teve como objetivo avaliar e estabelecer o
acompanhamento motor de pacientes hemiplégicos através do Protocolo de Desempenho
Físico de Fulg-Meyer. A amostra foi constituída de 10 indivíduos, com idade entre 40 e 80
anos, de ambos os sexos. O tratamento durou 6 meses, 3 vezes por semana, passavam por
uma avaliação inicial que era repetida respectivamente em 30, 60, 105 e 150 dias da
primeira. Os dados demonstraram limitação de amplitude articular a partir da segunda
avaliação, sempre em decorrência da presença de dor. Em 30% o déficit sensitivo da
primeira avaliação, desapareceu na segunda avaliação. As recuperações motoras das
extremidades superior e inferior foram superior a 50% e 70% respectivamente, ao final do
período de acompanhamento. O protocolo demonstrou ser capaz de avaliar e mensurar o
comprometimento motor de paciente hemiplégico, apresentando-se eficaz na coleta, no
acompanhamento e na compreensão dos dados da evolução.
Conclusão
O estudo busca esclarecer técnicas para o tratamento de ombro doloroso por ser uma das
complicações mais frequentes logo após o acidente vascular encefálico, buscou-se de
forma literária os resultados obtidos com diversas técnicas da Fisioterapia, como FNP,
Cinesioterapia, Eletroestimulação Funcional, hospitalar, Kinesio Taping.
As técnicas fisioterapêuticas utilizadas no tratamento do ombro doloroso contribuem na
prevenção e redução da dor, simetria postural, aumento da amplitude de movimento,
reduz subluxação, melhora da sensibilidade e ganho do controle motor, contribuindo
assim, para a qualidade de vida desse paciente.
Para o paciente com dor no ombro pós AVE, recuperar a integridade do membro
superior é um fator decisivo, pois a funcionalidade dos membros superiores confere ao
indivíduo o caráter de independência.
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Além disso, sugere-se a continuação deste estudo a fim de aumentar o número de
pesquisa cientificas e gerar resultados mais conclusivos.
Referências Bibliográficas
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CACHO, Enio W. Azevedo; MELO, Francisco R. L. Vieira; OLIVEIRA, Roberta. Avaliação da
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CARDOSO, Camille. Estudo comparativo entre os efeitos do FNP e do conceito Bobath para ganho
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